1. Bactérias patogênicas
As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças nos seres humanos.
Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças causadas por bactérias; porém, o seu
uso não deve ser indiscriminado, isto é, sem receita médica ou por períodos de tempo incorreto. Isso acaba por
selecionar e favorecer linhagens de bactérias resistentes, dificultando a cura de várias infecções.
A seguir, as principais doenças causadas por bactérias ao ser humano:
1) MENINGITE BACTERIANA
A meningite bacteriana é uma inflamação das meninges (membranas que revestem o sistema nervoso central
e a medula espinhal) provocada por bactérias.
A bactéria Neisseria meningitidis é a bactéria responsável pela meningite bacteriana. Essa bactéria encontra-se
normalmente no ambiente que nos rodeia e pode, inclusive, viver sem provocar qualquer dano no nariz ou no aparelho
respiratório de uma pessoa. De maneira ocasional, esta bactéria infecta o cérebro sem que se possa identificar a razão
disso. Em outros casos, a infecção deve-se a uma ferida na cabeça ou é provocada por uma anomalia do sistema
imunológico. As pessoas com maior risco de ter meningite por causa dessa bactériaa são as que abusam do álcool, as
que foram submetidas a uma esplenectomia (extirpação do baço) ou as que têm uma infecção crônica do ouvido e do
nariz.
A meningite é mais frequente em crianças de 1 mês a 2 anos de idade. É muito menos frequente nos adultos, a
menos que tenham determinados fatores de risco. No entanto, podem surgir pequenas epidemias em ambientes onde
as pessoas se encontram em contato estreito.
Sintomas: febre, dor de cabeça, rigidez do pescoço, dor de garganta, vômito.
Crianças mais velhas e os adultos podem tornar-se irritáveis, confusos e cada vez mais sonolentos. Este estado
pode progredir para insensibilidade e perda das funções motoras, coma e, finalmente, a morte.
Tratamento
O tratamento do paciente com meningite bacteriana é feito com o uso de antibióticos.
2) TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch, em
homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882.
Normalmente, associa-se o termo tuberculose com doença pulmonar. Na realidade, apesar de a tuberculose
pulmonar ser a mais comum, ela pode afetar outros órgãos, como rins, órgão genitais, intestino delgado, entre outros.
Apesar de a doença acometer diferentes órgãos, em cerca de 90% dos casos a doença inicia-se nos pulmões.
Nos adultos, é mais comum a tuberculose contraída pelo sistema respiratório, diretamente (gotículas de
escarro) ou por poeira contaminada. Nas crianças, via de regra, a transmissão ocorre pela ingestão de leite de vaca
contaminado, podendo aparecer a tuberculose pulmonar, a renal, a óssea, na pele, etc.
Por que nos pulmões?
Como o bacilo de Koch se reproduz e desenvolve rapidamente em áreas do corpo com muito oxigênio, o
pulmão é o principal órgão atingido pela tuberculose.
Modo de contágio
Apesar de também atingir vários órgãos do corpo, a doença só é transmitida por quem estiver infectado com o
bacilo nos pulmões. A disseminação acontece pelo ar. O espirro de uma pessoa infectada joga no ar cerca de dois
milhões de bacilos. Pela tosse, cerca de 3,5 mil partículas são liberadas. Os bacilos da tuberculose jogados no ar
permanecem em suspensão durante horas. Quem respira em um ambiente por onde passou um tuberculoso pode se
infectar.
2. Tuberculose pulmonar
Processo inflamatório
O indivíduo que entra em contato pela primeira vez com o bacilo de Koch não tem, ainda, resistência natural.
Mas adquire. Se o organismo não estiver debilitado, consegue matar o microorganismo antes que este se instale como
doença. É, também, estabelecida a proteção contra futuras infecções pelo bacilo.
Tuberculose primária
Após um período de 15 dias, os bacilos passam a se multiplicar facilmente nos pulmões, pois ainda não há
proteção natural do organismo contra a doença. Se o sistema de defesa não conseguir destruir o bacilo, instala-se a
tuberculose primária, caracterizada por pequenas lesões (nódulos) nos pulmões.
Caverna tuberculosa
Com o tempo e sem o tratamento, o avanço da doença começa a provocar sintomas mais graves. De pequenas
lesões, os bacilos cavam as chamadas cavernas tuberculosas, no pulmão, que costumam inflamar com frequência e
sangrar. A tosse, nesse caso, não é seca, mas com pus e sangue.
Sintomas:
Tosse crônica (o grande marcador da doença é a tosse durante mais de 21 dias);
Febre;
Suor noturno (que chega a molhar o lençol)
Dor no tórax;
Perda de peso lenta e progressiva;
Quem tem tuberculose não sente fome, fica anoréxico (sem apetite) e com adinamia (sem disposição para
nada).
Tratamento
A prevenção usual é a vacina BCG, aplicada nos primeiros 30 dias de vida e é capaz de proteger contra as
formas mais graves da doença. Se houver a contaminação, o tratamento consiste basicamente na combinação de três
medicamentos: rifampicina, isoniazida e pirazinamida.
O tratamento dura em torno de seis meses. Se o tuberculoso tomar as medicações corretamente, as chances
de cura chegam a 95%. É fundamental não interromper o tratamento, mesmo que os sintomas desapareçam.
Tuberculose resistente
Atualmente, consiste na principal preocupação mundial em relação à doença. O abandono do tratamento faz
com que os bacilos tornem-se resistentes aos medicamentos e estes deixam de surtir efeito. A tuberculose resistente
pode desencadear uma nova onda da doença virtualmente incurável em todo o mundo.
3) PNEUMONIA
A pneumonia é uma infecção pulmonar causada pela bactéria Diplococcus pneumoniae. A bactéria se instala
nos pulmões, provocando aumento da secreção de muco e ruptura das paredes dos alvéolos. Os sintomas da doença
são febre alta, falta de ar, dores no peito e expectoração de catarro viscoso e, às vezes, sanguinolento. Em geral,
atinge pessoas que estão com sua resistência orgânica debilitada
Prevenção
Geralmente se adquire pneumonia pela combinação de uma queda da imunidade corporal (baixas defesas do
organismo) e contaminação pela bactéria suficientemente forte para causar infecção nos pulmões. Uma baixa
imunidade pode ser temporária, e geralmente não se sabe exatamente porque isso ocorre.
3. Desse modo, as recomendações abaixo podem ajudar na prevenção da pneumonia:
Vacina contra gripe: muitas vezes uma gripe ou resfriado podem acabar levando a um quadro de pneumonia.
Desse modo, a vacinação contra gripe, principalmente em idosos, é uma boa maneira de se prevenir a
pneumonia.
Vacina contra o pneumococo: o pneumococo é a principal bactéria causadora de pneumonia. Esta vacina
também está disponível para aplicação, visando prevenir a pneumonia pneumocócica. É recomendada para
maiores de 65 anos ou pessoas que tenham algum tipo de fator de risco para adquirir pneumonia: como
doenças pulmonares crônicas, doenças cardiovasculares, doenças renais, diabetes, anemia falciforme,
alcoolismo, cirrose hepática, pessoas que tiveram o baço retirado por algum motivo ou caso haja alguma
doença que cause queda da imunidade corporal (como a AIDS, linfomas, leucemias, alguns tipos de câncer,
uso crônico de esteróides, quimioterapia ou radioterapia, transplante de órgão ou transplante de medula
óssea).
Lavagem das mãos: as mãos quase sempre estão em contato com os microorganismos (germes) que podem
causar pneumonia. Estes microorganismos penetram no corpo através do toque dos olhos, boca ou nariz.
Desse modo, lavar bem as mãos com água e sabão ajuda a prevenir a pneumonia.
Não fumar: o cigarro causa lesões ao pulmão, reduzindo as defesas naturais do organismo contra infecções
respiratórias.
Ter uma boa qualidade de vida: ter uma vida tranqüila, fazer uma dieta adequada e praticar atividades físicas
regularmente ajudam a aumentar as defesas do organismo, fortalecendo o sistema imune e prevenindo
infecções.
Tratamento
O tratamento é feito com o uso de antibióticos.
4) TÉTANO
É uma infecção grave causada pela toxina de uma bactéria chamada Clostridium tetani que entra no organismo
por lesões de pele, tais como cortes, arranhaduras, mordidas de bicho. O tétano não é doença contagiosa.
Transmissão
A bactéria é encontrada nas fezes de animais ou humanos que se depositam na areia ou na terra. A infecção se
dá pela entrada das bactérias por qualquer tipo de ferimento na pele contaminado com areia ou terra. Queimaduras e
tecidos necrosados também são porta de entrada para a bactéria. Materiais enferrujados são grande transmissores do
tétano
Sintomas
Os principais sintomas são espasmos musculares, inicialmente nos músculos do pescoço e da mastigação,
causando rigidez progressiva, até atingir os músculos respiratórios.
Tratamento
cuidados gerais para não estimular o paciente mantendo-o na penumbra e com pouco ruído,
utilização de antibióticos, sedativos e relaxantes musculares,
limpeza dos ferimentos e
aplicação de soro anti-tetânico.
Prevenção
4. Principalmente pela vacinação da população. A população também deve ser ensinada de que todos os
ferimentos sujos, fraturas expostas, mordidas de animais e queimaduras devem ser bem limpos e tratados
adequadamente para não proliferar a bactéria pelo organismo.
5) HANSENÍASE
Hanseníase é uma doença infecciosa que atinge principalmente a pele e os nervos (em especial os da face e
extremidades, como braços e mãos; pernas e pés). Ela é causada pela bactéria, Mycobacterium leprae, descoberta em
1873. Esta bactéria é mais conhecida como Bacilo de Hansen, em homenagem ao seu descobridor, o cientista
norueguês Gehard Amauer Hansen.
Há registros de Hanseníase desde a Antiguidade. A doença era conhecida como Lepra. As pessoas infectadas
eram discriminadas e obrigadas a viver fora da sociedade, além de sofrer as consequências da própria doença. Na
época, sem cura e sem tratamento, a Lepra causava deformidades.
Hoje, a situação é muito diferente. Hanseníase tem cura e se tratada nos estágios iniciais não deixa sequelas.
Além disso, o paciente com Hanseníase, quando tratado precocemente, pára de transmitir a doença já nas primeiras
doses dos medicamentos. Por isso mesmo não há mais razão para estigmas ou exclusão social. De toda forma, é
recomendável evitar o uso do termo Lepra, devido a sua alta carga de preconceito.
É importante ressaltar que os casos diagnosticados e tratados tardiamente poderão apresentar danos
neurológicos e sistêmicos (em todo o corpo) irreversíveis.
Formas de transmissão
A Hanseníase pode ser transmitida por contato físico, mas é normalmente propagada pelas vias aéreas, após
contato frequente com a pessoa doente. Ou seja, não basta uma conversa ou um encontro eventual para pegar a
doença. É mesmo necessário convívio íntimo e prolongado com os doentes. Por exemplo, uma pessoa é considerada
suspeita de possuir Hanseníase após um contato mínimo de 5 anos com o indivíduo doente. Isso geralmente acontece
quando o doente faz parte da família e mora na mesma casa. Isso mostra que nem todas as pessoas que entram em
contato com o Bacilo de Hansen contraem a doença. A bactéria penetra com frequência no organismo humano, mas é
eliminada, já que a maioria dos indivíduos tem algum grau de resistência. Com o contato permanente, a bactéria vence
o organismo “pelo cansaço”. Assim, após ser inalado, alcança a mucosa respiratória das vias aéreas superiores,
conseguindo penetrar na corrente sanguínea e disseminando-se na pele e nervos.
Sintomas
formigamento,
dor nos nervos e perda de sensibilidade à temperatura (quente ou frio), à dor e aos estímulos táteis,
manchas brancas ou avermelhadas.
dependendo do nervo afetado, há outros sintomas: perda de visão por lesão da córnea; paralisia da mão:
impossibilidade de flexão do pé.
Tratamento da Hanseníase
O tratamento da Hanseníase inclui uma medicação específica, além de reabilitação física e psicossocial nos
casos mais graves (estágios mais avançados da doença, quando há deformidades e, em alguns casos, perda de
membros). O importante é não deixar a Hanseníase chegar nos estágios em que haja necessidade de reabilitação.
Há medicamentos diferentes, utilizados de acordo com o grau e a forma da doença. Trata-se de um coquetel
de antibióticos, distribuídos gratuitamente nos postos de saúde. São pílulas de cores diversas, em cartelas. Todos estes
medicamentos podem ser utilizados por gestantes e por portadores de HIV.
O tratamento dura de seis meses a dois anos. O que determina a duração é o estágio e forma da doença. A
pessoa fica curada. Quem começa o tratamento deixa rapidamente de ser contagioso, não constituindo mais perigo para
as pessoas próximas. Portanto, não há necessidade de isolamento social.
5. Prevenção da Hanseníase
A Hanseníase é uma doença típica de regiões pobres, nas quais o baixo nível sócio -econômico das famílias leva
a uma superpopulação doméstica, facilitando a propagação da bactéria. Somam-se a isto menos condições de higiene e
desnutrição, que tornam o organismo mais suscetível às doenças. Desta forma, melhorar a qualidade de vida das
populações é uma forma de prevenir a Hanseníase.
Outra maneira de prevenir a Hanseníase é tratar rapidamente as pessoas doentes, evitando a transmissão para
outras pessoas da família. Neste caso, é muito importante as pessoas estarem informadas sobre a Hanseníase e seu
tratamento, para que procurem rapidamente um médico ou incentivem seus conhecidos a fazê-lo.
Existe uma vacina que ajuda a proteger contra a Hanseníase: é a BCG, que faz parte do calendário de
vacinação infantil. Quando uma pessoa na casa possui Hanseníase, todos os moradores devem procurar o posto de
saúde para exame clínico e aplicação da vacina.
6) SÍFILIS
É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Manifesta-se em três estágios: primária,
secundária e terciária. Os dois primeiros estágios apresentam as características mais marcantes da infecção, quando se
observam os principais sintomas e quando essa DST (doença sexualmente transmissível) é mais transmissível. Depois,
ela desaparece durante um longo período: a pessoa não sente nada e apresenta uma aparente cura das lesões iniciais,
mesmo em casos de indivíduos não tratados. A doença pode ficar “estacionada” por meses ou anos, até o momento em
que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral, problemas cardíacos, podendo inclusive
levar à morte.
Sinais e Sintomas
A sífilis manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas
nas virilhas, que surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada. A ferida e
as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após certo tempo, a ferida desaparece sem deixar
cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no
organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de
cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias. Caso ocorra em grávidas, poderá causar aborto ou má formação do
feto.
Transmissão da sífilis
A sífilis pode ser passada de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais desprotegidas (sem
preservativos), através de transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do
sangue doado), e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).
Prevenção
Como não há perspectiva de desenvolvimento de vacina, em curto prazo, a prevenção recai sobre a educação
em saúde: uso regular de preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e parceiros, e
realização do teste diagnóstico por mulheres com intenção de engravidar.
Tratamento
O tratamento mais indicado para a sífilis é a utilização do mais antigo dos antibióticos: a penicilina. O maior
problema do tratamento é o seu diagnóstico, visto que a sífilis pode ser confundida com muitas outras doenças. Os
pacientes devem evitar ter relação sexual até que o seu tratamento (e do parceiro com a doença) se complete. A
gestante deve realizar controle de cura mensal. Se não tratada, a sífilis progride, torna-se crônica e pode comprometer
várias partes do corpo ou levar à morte.
7) CÓLERA
6. A cólera é uma doença infecciosa aguda, transmissível e perigosa, pois caracteriza-se por uma infecção
intestinal grave, podendo levar à morte em decorrência da desidratação. A bactéria causadora é o vibrião colérico
ou Vibrio cholerae, em forma de vírgula, móvel, que se desenvolve no intestino humano e produz a toxina responsável
pela doença.
O agente causador da cólera é encontrado nas fezes das pessoas infectadas, doentes ou não. O homem, único
reservatório do vibrião, chega a eliminar 10 milhões de bactérias por grama de fezes. O contágio é direto, pela água e
pelos alimentos contaminados. As moscas e outros insetos podem funcionar como vetores mecânicos, transportando o
vibrião para a água e para os alimentos.
Sintomas
O período de incubação é de 6 a 10 horas até 2 a 3 dias. Após a incubação, aparece subitamente a diarréia,
acompanhada de dor de cabeça, cãibras musculares (na panturrilha), dores abdominais, vômitos e desidratação. A
evolução da doença é provocada, também, pelo estado de desnutrição do indivíduo. A duração dos sintomas é de 3 a 4
dias, em média. Caso o doente não seja tratado com urgência, a morte acontece num prazo de 14 a 48 horas.
Prevenção
A prevenção da cólera é feitas por medidas básicas de higiene:
lavar as mãos com água e sabão sempre que se preparar qualquer alimento, antes das refeições, após o uso
do sanitário, após trocar fraldas, e após chegar da rua;
desinfetar, com água sanitária, pias, lavatórios e vasos sanitários;
usar sacos de lixo nas lixeiras e mantê-las tampadas;
frutas, verduras e legumes devem ser bem lavados e deixados de molho, por meia hora, em um litro de água
com uma colher de sopa de hipoclorito de sódio (água sanitária);
as carnes vermelhas devem ter controle sanitário.
Tratamento
O tratamento é simples e deve ser realizado o mais próximo do local onde o sintoma se iniciou. A cólera requer
pronto-atendimento médico. Os antibióticos, sempre sob orientação médica, podem ser usados por via oral ou venosa.
É importante que a hidratação se inicie o mais rápido possível. O soro por via oral deve ser dado enquanto se
providencia o atendimento médico.
8) GONORRÉIA
A gonorréia é uma doença infecto-contagiosa causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Caracteriza pela
presença de abundante secreção purulenta (corrimento) pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Este
quadro frequentemente é precedido por prurido (coceira) na uretra e ardência ao urinar. Em alguns casos podem
ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas são mais brandos ou podem estar ausentes (maioria
dos casos).
Complicações/Consequências
Aborto espontâneo, parto de bebê morto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Doenças
Inflamatórias em geral.
Transmissão
Relação sexual. O risco de transmissão é superior a 90%, isto é, ao se ter um relacionamento sexual com
um(a) parceiro(a) doente, o risco de contaminar-se é de cerca de 90%. O fato de não haver sintomas (caso da maioria
das mulheres contaminadas), não afeta a transmissibilidade da doença.
7. Tratamento
O tratamento é feito por antibióticos, mas só o médico pode orientar. Como os sintomas não são, em geral,
claros nas mulheres, é importante consultar o ginecologista, pelo menos uma vez por ano. O parceiro de uma pessoa
que está com gonorréia, ou qualquer outra doença sexualmente transmissível, também deve procurar um médico para
verificar, se contraiu a doença e fazer o tratamento adequado.
Prevenção
Camisinha. Higiene após a relação sexual.
9) DISENTERIA ou SHIGELOSE
A disenteria bacteriana ou shigelose é uma forma de intoxicação alimentar com diarreia sanguinolenta causada
pela bactéria Shigella dysenterie.
Ocorre principalmente em países pouco desenvolvidos, porque a sua transmissão é eficazmente combatida
pelas medidas de (higiene) básicas. Nos países desenvolvidos é responsável por cerca de 7% dos casos de intoxicações
alimentícias. Há nestes países 1 caso por cada 1.000 pessoas por ano. É mais frequente em doentes com AIDS.
Transmissão
A bactéria S. dysenterie só infecta o ser humano, bastando algumas centenas ingeridas em água ou comida
contaminadas, ou por transmissão direta fecal oral, para provocarem a doença. Também pode ser transmitida em casos
raros por moscas que transportam as bactérias em pequenos pedaços de fezes nas suas patas para os alimentos.
Sintomas
A ingestão das bactérias leva à invasão da mucosa do intestino e sua extensa destruição (necrose) devido à
invasão e à produção de toxina. A destruição severa das células da mucosa, leva à perda da capacidade de absorção de
água, e à hemorragia dos vasos locais, com perda adicional de muco acentuada após destruição das células
caliciformes. O resultado é a diarréia sanguinolenta e mucóide abundante, denominada disenteria.
Sintomas iniciais são devidos à perda da capacidade de absorção de água, com diarréia aquosa. Mais tarde a
necrose leva à disenteria, diarréia com sangue semi-digerido, pus e muco, acompanhada de febre, dores intestinais e
dor ao evacuar as fezes (tenesmo). A extensão da hemorragia e o risco de peritonite são as principais complicações,
assim como a desidratação excessiva.
Ao contrário de outras intoxicações alimentares e da salmonelose (que causa diarréia não sanguinolenta), a
disenteria exige tratamento médico, porque sem ele a mortalidade é de 10%.
Os principais sintomas são febre, dor abdominal, vontade constante de evacuar (defecar), podendo evacuar
mais de 8 vezes no dia, diarréia aquosa (fezes líquidas esverdeadas com pedaços de muco e, às vezes, sangue),
náuseas e vômitos, dor de cabeça, convulsões nas crianças, dor muscular (mialgia), espasmos dolorosos da
musculatura do reto (tenesmo);
Tratamento
É administrado soro para evitar a desidratação e antibióticos.
10) FEBRE TIFÓIDE
A febre tifóide é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Salmonella typhi. Trata-se de uma forma
de salmonelose restrita aos seres humanos e caracterizada por sintomas sistêmicos proeminentes, sendo endêmica em
países subdesenvolvidos.
Transmissão
É transmitida através da ingestão de alimentos ou água contaminada ou pelo contato direto com os portadores,
através do beijo, por exemplo. Seja qual for a origem, a única porta para a sua entrada é a via digestiva.
8. Sintomas
Os primeiros sintomas, aumentando ao longo da primeira semana, são febre de cerca 40°C, dores de cabeça,
fadiga, bradicardia (aumento dos batimentos cardíacos), agitação durante o sono e, às vezes, podem aparecer manchas
rosas na pele. Após cerca de 3 semanas, o enfermo pode apresentar falta de apetite (anorexia), hemorragia nasal
(epistaxis), diarréia e vômitos, esplenomegalia (aumento do volume do baço), tosse, delírios, surgindo depois quadros
de septicemia (infecção bactéria generalizada), com possível choque séptico mortal.
Se não for tratada, a febre tifóide pode complicar-se em hemorragia ou até perfuração intestinal e inflamação
da vesícula biliar. A mortalidade chega a 25% nos casos não tratados, sendo freqüentemente causada pela septicemia e
choque (perda catastrófica da tensão arterial com falta de oxigenação dos órgãos).
Tratamento
A febre tifóide deve ser tratada com antibióticos específicos. São tratadas as complicações de acordo com a sua
condição, caso haja.
Prevenção
Além da vacinação, para evitar o contágio da febre tifóide é necessário tratar a água e os alimentos, controlar
o lixo, observar boas condições de higiene e a boa alimentação. É importante no seguimento de qualquer epidemia
identificar os portadores e eliminar as bactérias que transportam com antibióticos.
Por ser uma doença altamente contagiosa, normalmente isola-se o infectado, isolando assim também a doença
em locais de prática clínica e de higiene adequada evitando sua proliferação através da água, um dos mais importante s
vetores de contágio em todo mundo.
11) FURÚNCULO ou FOLICULITE
Foliculite é uma infecção dos folículos pilosos causadas por bactérias do tipo estafilococos, como
Staphylococcus aureus. A invasão bacteriana pode ocorrer espontaneamente ou favorecida pelo excesso de umidade ou
suor, raspagem dos pêlos ou depilação. Atinge crianças e adultos podendo surgir em qualquer localização onde existam
pêlos, sendo freqüente na área da barba (homens) e na virilha (mulheres). Geralmente tratada com antibióticos locais.