SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 26
Prof. Me. Flávio Maia
 Antiguidade Clássica: poesias eram
acompanhadas por instrumentos musicais
(lira)
 O ritmo está presente na poesia e, para que
possamos percebê-lo, faz-se necessário
conhecer os recursos utilizados pelos poetas.
 MÉTRICA: DETERMINAR O NÚMERO PRECISO
DE SÍLABAS POÉTICAS.
 Escandir um verso significa contar as sílabas
poética que ele contém
 ATENÇÃO:
◦SÍLABA POÉTICA É DIFERENTE DE
SÍLABA GRAMATICAL
I-Juca Pirama
Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo tupi
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
 Vamos dividir os versos em sílabas
gramaticais
Meu/can/to/de/mor/te  6 sílabas
Ger/rei/ros/ou/vi  5 sílabas
Sou/fi/lho/da/sel/va  6 sílabas
Lembre-se: Na escansão não levamos em
consideração as sílabas gramaticais
 1ª. Regra:
◦ Para saber as sílabas poéticas, conta-se até a
última sílaba tônica do verso
1º 2º 3º 4º 5º 6º
Meu can- to de MOR Te
Guer- rei ros ou- VI
Sou fi- lho das SEL- vas
1º 2º 3º 4º 5º 6º
Meu can- to de MOR Te
Guer- rei ros ou- VI
Sou fi- lho das SEL- vas
 2ª. Regra
◦ A contração de vogais, que ocorre quando uma
vogal é absorvida por outra, é denominada sinalefa
1º 2º 3º 4º 5º 6º
Da tri- bo pu- jan- te
Que a go ra an da er ran- te
Por fa- do in cons- tan- te
 A SINALEFA acontece somente quando a
vogal seguinte é átona
 Exemplo:
◦ Eu era seu guia
◦ Eu/e/ra/seu/gui/a
 Na poesia, as sílabas são contadas de acordo
com a SONORIDADE. Para contarmos as
sílabas poéticas devemos saber que:
◦ Ditongos possuem valor de uma única sílaba
poética.
◦ Se há duas palavras aproximadas por VOGAIS (a
primeira terminando em vogal e a segunda
iniciando em vogal), as sílabas dessas duas vogais
são contadas em apenas uma sílaba.
◦ As sílabas poéticas que estão após a última sílaba
tônica do verso não são contadas.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Mi- nha ter- ra tem pal- mei- ras
On de can- ta o sa- bi- á
As a- ves que a- qui gor- gei- am
Não gor- gei- am co- mo lá
Número de Versos Designação
2 Dístico
3 Terceto
4 Quadra ou quarteto
5 Pentassílabos ou Redondilha menor
6 Sextilha
7 Heptassílabos ou Redondilha maior
8 Oitava
9 Nona ou eneassílabos
10 Decassílabo ou décima ou heroico ou sáfico
12 Dodecassílabo ou alexandrino
Lira IV
Tomás Antônio Gonzaga
Marília, teus olhos
São réus, e culpados,
Que sofra, e que beije
Os ferros pesados
De injusto Senhor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
Mal vi o teu rosto,
O sangue gelou-se,
A língua prendeu-se,
Tremi, e mudou-se
Das faces a cor.
Marília, escuta
Um triste Pastor.
1º 2º 3º 4º 5º 6º
Ma- rí- lia teus o- lhos
São ré- us, e cul- pa- dos
Que so- fra e que bei- je
Os fer- ros pe- sa- dos
De in- jus- to se- nhor
O Canto do Guerreiro
Gonçalves Dias
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
- Ouvi-me, Guerreiros.
- Ouvi meu cantar.
1 2 3 4 5
A / qui / na / flo / res / ta
1 2 3 4 5
Dos / ven / tos / ba / ti / da,
1 2 3 4 5
Fa / ça / nhas / de / bra / vos
1 2 3 4 5
Não / ge / ram / es / cra / vos,
1 2 3 4 5
Que es / ti / mem / a / vi / da
1 2 3 4 5
Sem / gue / rra e / li / dar.
1 2 3 4 5
- Ou / vi / -me, / Gue / rrei / ros.
1 2 3 4 5
- Ou / vi / meu / can / tar.
Lira II
Tomás Antônio Gonzaga
Pintam, Marília, os Poetas
A um menino vendado,
Com uma aljava de setas,
Arco empunhado na mão;
Ligeiras asas nos ombros,
O tenro corpo despido,
E de Amor, ou de Cupido
São os nomes, que lhe dão.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º
Pin- tam, Ma- rí- lia, os po- e tas
A um me- ni- no vem da do
Com u- ma al já va de se tas
Ar- co em pu nha do na mão
Li- gei- ras a- sas nos om- bros
O ter- no cor- po des- pi- do
E de a- mor ou de cu- pi- do
São os no- mês que lhe dão
VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA
Fernando Pessoa
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
1 2 3 4 5 6 7
Vou / -me em / bo / ra / pra / Pa / sár / ga / da
1 2 3 4 5 6 7
Lá / sou / a / mi / go / do / rei
1 2 3 4 5 6 7
Lá / te / nho a / mu / lher / que eu / que / ro
1 2 3 4 5 6 7
Na / ca / ma / que es / co / lhe / rei
1 2 3 4 5 6 7
Vou / -me em / bo / ra / pra / Pa / sár / ga / da
Soneto da Fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º
De tu- do ao meu a- mor se- rei a ten- to
An- tes e com tal ze- lo e sem- pre e tan to
Que mes-
mo
em
fa- ce do mai- or en- can to
De- le
se
en-
can- te mais meu pen- sa- men- to
E as- sim
quan
-
do mais tar- de me pro- cu- re
Que
m
sa- be a mor-
te
an-
gús- tia de quem vi- ve
Que
m
sa- be a so- li dão fim de quem a- ma
As Pombas
Raimundo Correia
Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada...
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vai / -se a / pri / mei / ra / pom / ba / des / per / ta / da...
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Vai / -se ou / tra / mais... / mais / ou / tra... en / fim / de / ze / nas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
De/ pom / bas / vão / -se / dos / pom / bais, / a / pe / nas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Raia / san / guí/ ne / a e / fres /ca a / ma / dru / ga / da...

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Was ist angesagt? (20)

Romance
RomanceRomance
Romance
 
Quinhentismo
Quinhentismo Quinhentismo
Quinhentismo
 
Crase
CraseCrase
Crase
 
AULA 01 - TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO - ESTRUTURA
AULA 01 - TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO - ESTRUTURAAULA 01 - TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO - ESTRUTURA
AULA 01 - TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO - ESTRUTURA
 
Regência nominal e verbal
Regência nominal e verbalRegência nominal e verbal
Regência nominal e verbal
 
Orações reduzidas
Orações reduzidasOrações reduzidas
Orações reduzidas
 
Flexão do Substantivo
Flexão do SubstantivoFlexão do Substantivo
Flexão do Substantivo
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagemFiguras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Funções da linguagem
Funções da linguagemFunções da linguagem
Funções da linguagem
 
Sinônimos e antônimos
Sinônimos e antônimosSinônimos e antônimos
Sinônimos e antônimos
 
Figuras de linguagem resumo
Figuras de linguagem resumoFiguras de linguagem resumo
Figuras de linguagem resumo
 
Conectivos
ConectivosConectivos
Conectivos
 
Diferença entre fato e opinião
Diferença entre fato e opiniãoDiferença entre fato e opinião
Diferença entre fato e opinião
 
1.3 ortografia
1.3   ortografia1.3   ortografia
1.3 ortografia
 
Frase, Oração e Periodo.
Frase, Oração e Periodo.Frase, Oração e Periodo.
Frase, Oração e Periodo.
 
O pré modernismo
O pré modernismoO pré modernismo
O pré modernismo
 
Slide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual PoesiaSlide Genero Textual Poesia
Slide Genero Textual Poesia
 
Uso da vírgula
Uso da vírgulaUso da vírgula
Uso da vírgula
 
Concordancia verbal-slide-adriana
Concordancia verbal-slide-adrianaConcordancia verbal-slide-adriana
Concordancia verbal-slide-adriana
 
Uso dos porquês
Uso dos porquêsUso dos porquês
Uso dos porquês
 

Ähnlich wie Métrica e Escansão de Poemas

Gênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian TrombiniGênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian TrombiniVIVIAN TROMBINI
 
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptxLITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptxLeidimarabatista
 
Explicação sobre texto poético para Fundamental
Explicação sobre texto poético para FundamentalExplicação sobre texto poético para Fundamental
Explicação sobre texto poético para FundamentalAline França Russo
 
Versificação
VersificaçãoVersificação
VersificaçãoISJ
 
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)Cristina Ramos
 
Apresentação e noções básicas de poesia
Apresentação e noções básicas de poesiaApresentação e noções básicas de poesia
Apresentação e noções básicas de poesiarafabebum
 
Poema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docxPoema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docxssusere47050
 
30 Poemas De Amor Slide
30 Poemas De Amor Slide30 Poemas De Amor Slide
30 Poemas De Amor SlideHugo Pereira
 
Introdução texto poético
Introdução texto poéticoIntrodução texto poético
Introdução texto poéticoarmindaalmeida
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem slideFiguras de linguagem slide
Figuras de linguagem slideIvana Bastos
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesiasklauddia
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassAugusto Costa
 
Linguagem poética e versificação
Linguagem poética e versificaçãoLinguagem poética e versificação
Linguagem poética e versificaçãoRoberta Savana
 

Ähnlich wie Métrica e Escansão de Poemas (20)

Gênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian TrombiniGênero lírico - Profª Vivian Trombini
Gênero lírico - Profª Vivian Trombini
 
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptxLITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
LITERATURA - 1º ANO - VERSIFICAÇÃO E ESCANSÃO.pptx
 
A métrica e a rima
A métrica e a rimaA métrica e a rima
A métrica e a rima
 
Explicação sobre texto poético para Fundamental
Explicação sobre texto poético para FundamentalExplicação sobre texto poético para Fundamental
Explicação sobre texto poético para Fundamental
 
Versificação.ppt
Versificação.pptVersificação.ppt
Versificação.ppt
 
Versificação.pptx
Versificação.pptxVersificação.pptx
Versificação.pptx
 
Nota iii escansão poemas
Nota iii escansão poemasNota iii escansão poemas
Nota iii escansão poemas
 
Teoria da literatura II
Teoria da literatura IITeoria da literatura II
Teoria da literatura II
 
Versificação
VersificaçãoVersificação
Versificação
 
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
Versos e seus recursos musicais (1º ano do Ensino Médio)
 
Apresentação e noções básicas de poesia
Apresentação e noções básicas de poesiaApresentação e noções básicas de poesia
Apresentação e noções básicas de poesia
 
Poema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docxPoema _ aula sobre poema.docx
Poema _ aula sobre poema.docx
 
Acre 14 ebook
Acre 14 ebookAcre 14 ebook
Acre 14 ebook
 
Clementina deusdete
Clementina deusdeteClementina deusdete
Clementina deusdete
 
30 Poemas De Amor Slide
30 Poemas De Amor Slide30 Poemas De Amor Slide
30 Poemas De Amor Slide
 
Introdução texto poético
Introdução texto poéticoIntrodução texto poético
Introdução texto poético
 
Figuras de linguagem slide
Figuras de linguagem slideFiguras de linguagem slide
Figuras de linguagem slide
 
Tipos De Poesias
Tipos De PoesiasTipos De Poesias
Tipos De Poesias
 
A poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e CaracterísticassA poesia - Definições e Característicass
A poesia - Definições e Característicass
 
Linguagem poética e versificação
Linguagem poética e versificaçãoLinguagem poética e versificação
Linguagem poética e versificação
 

Mehr von Flavio Maia Custodio (13)

Roteiro de peregrinação
Roteiro de peregrinaçãoRoteiro de peregrinação
Roteiro de peregrinação
 
Guimarães rosa
Guimarães rosaGuimarães rosa
Guimarães rosa
 
O alienista
O alienistaO alienista
O alienista
 
Machado de assis obras
Machado de assis   obrasMachado de assis   obras
Machado de assis obras
 
Auto da barca do inferno
Auto da barca do infernoAuto da barca do inferno
Auto da barca do inferno
 
Estudo da obra - Auto da Barca do Inferno
Estudo da obra - Auto da Barca do InfernoEstudo da obra - Auto da Barca do Inferno
Estudo da obra - Auto da Barca do Inferno
 
Realismo
RealismoRealismo
Realismo
 
Eça de Queiroz
Eça de QueirozEça de Queiroz
Eça de Queiroz
 
Realismo no Brasil
Realismo no BrasilRealismo no Brasil
Realismo no Brasil
 
Gêneros e elementos literários
Gêneros e elementos literáriosGêneros e elementos literários
Gêneros e elementos literários
 
Introdução ao estudo da literatura
Introdução ao estudo da literaturaIntrodução ao estudo da literatura
Introdução ao estudo da literatura
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 
Gêneros literários
Gêneros literáriosGêneros literários
Gêneros literários
 

Kürzlich hochgeladen

Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMVanessaCavalcante37
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEMCOMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
COMPETÊNCIA 1 DA REDAÇÃO DO ENEM - REDAÇÃO ENEM
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 

Métrica e Escansão de Poemas

  • 2.  Antiguidade Clássica: poesias eram acompanhadas por instrumentos musicais (lira)  O ritmo está presente na poesia e, para que possamos percebê-lo, faz-se necessário conhecer os recursos utilizados pelos poetas.  MÉTRICA: DETERMINAR O NÚMERO PRECISO DE SÍLABAS POÉTICAS.
  • 3.
  • 4.  Escandir um verso significa contar as sílabas poética que ele contém  ATENÇÃO: ◦SÍLABA POÉTICA É DIFERENTE DE SÍLABA GRAMATICAL
  • 5. I-Juca Pirama Meu canto de morte Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas, Nas selvas cresci; Guerreiros, descendo Da tribo tupi Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiros, nasci: Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte; Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi.
  • 6.  Vamos dividir os versos em sílabas gramaticais Meu/can/to/de/mor/te  6 sílabas Ger/rei/ros/ou/vi  5 sílabas Sou/fi/lho/da/sel/va  6 sílabas Lembre-se: Na escansão não levamos em consideração as sílabas gramaticais
  • 7.  1ª. Regra: ◦ Para saber as sílabas poéticas, conta-se até a última sílaba tônica do verso 1º 2º 3º 4º 5º 6º Meu can- to de MOR Te Guer- rei ros ou- VI Sou fi- lho das SEL- vas
  • 8. 1º 2º 3º 4º 5º 6º Meu can- to de MOR Te Guer- rei ros ou- VI Sou fi- lho das SEL- vas
  • 9.  2ª. Regra ◦ A contração de vogais, que ocorre quando uma vogal é absorvida por outra, é denominada sinalefa 1º 2º 3º 4º 5º 6º Da tri- bo pu- jan- te Que a go ra an da er ran- te Por fa- do in cons- tan- te
  • 10.  A SINALEFA acontece somente quando a vogal seguinte é átona  Exemplo: ◦ Eu era seu guia ◦ Eu/e/ra/seu/gui/a
  • 11.  Na poesia, as sílabas são contadas de acordo com a SONORIDADE. Para contarmos as sílabas poéticas devemos saber que: ◦ Ditongos possuem valor de uma única sílaba poética. ◦ Se há duas palavras aproximadas por VOGAIS (a primeira terminando em vogal e a segunda iniciando em vogal), as sílabas dessas duas vogais são contadas em apenas uma sílaba. ◦ As sílabas poéticas que estão após a última sílaba tônica do verso não são contadas.
  • 12. 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Mi- nha ter- ra tem pal- mei- ras On de can- ta o sa- bi- á As a- ves que a- qui gor- gei- am Não gor- gei- am co- mo lá
  • 13.
  • 14. Número de Versos Designação 2 Dístico 3 Terceto 4 Quadra ou quarteto 5 Pentassílabos ou Redondilha menor 6 Sextilha 7 Heptassílabos ou Redondilha maior 8 Oitava 9 Nona ou eneassílabos 10 Decassílabo ou décima ou heroico ou sáfico 12 Dodecassílabo ou alexandrino
  • 15. Lira IV Tomás Antônio Gonzaga Marília, teus olhos São réus, e culpados, Que sofra, e que beije Os ferros pesados De injusto Senhor. Marília, escuta Um triste Pastor. Mal vi o teu rosto, O sangue gelou-se, A língua prendeu-se, Tremi, e mudou-se Das faces a cor. Marília, escuta Um triste Pastor.
  • 16. 1º 2º 3º 4º 5º 6º Ma- rí- lia teus o- lhos São ré- us, e cul- pa- dos Que so- fra e que bei- je Os fer- ros pe- sa- dos De in- jus- to se- nhor
  • 17. O Canto do Guerreiro Gonçalves Dias Aqui na floresta Dos ventos batida, Façanhas de bravos Não geram escravos, Que estimem a vida Sem guerra e lidar. - Ouvi-me, Guerreiros. - Ouvi meu cantar.
  • 18. 1 2 3 4 5 A / qui / na / flo / res / ta 1 2 3 4 5 Dos / ven / tos / ba / ti / da, 1 2 3 4 5 Fa / ça / nhas / de / bra / vos 1 2 3 4 5 Não / ge / ram / es / cra / vos, 1 2 3 4 5 Que es / ti / mem / a / vi / da 1 2 3 4 5 Sem / gue / rra e / li / dar. 1 2 3 4 5 - Ou / vi / -me, / Gue / rrei / ros. 1 2 3 4 5 - Ou / vi / meu / can / tar.
  • 19. Lira II Tomás Antônio Gonzaga Pintam, Marília, os Poetas A um menino vendado, Com uma aljava de setas, Arco empunhado na mão; Ligeiras asas nos ombros, O tenro corpo despido, E de Amor, ou de Cupido São os nomes, que lhe dão.
  • 20. 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º Pin- tam, Ma- rí- lia, os po- e tas A um me- ni- no vem da do Com u- ma al já va de se tas Ar- co em pu nha do na mão Li- gei- ras a- sas nos om- bros O ter- no cor- po des- pi- do E de a- mor ou de cu- pi- do São os no- mês que lhe dão
  • 21. VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA Fernando Pessoa Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei Vou-me embora pra Pasárgada
  • 22. 1 2 3 4 5 6 7 Vou / -me em / bo / ra / pra / Pa / sár / ga / da 1 2 3 4 5 6 7 Lá / sou / a / mi / go / do / rei 1 2 3 4 5 6 7 Lá / te / nho a / mu / lher / que eu / que / ro 1 2 3 4 5 6 7 Na / ca / ma / que es / co / lhe / rei 1 2 3 4 5 6 7 Vou / -me em / bo / ra / pra / Pa / sár / ga / da
  • 23. Soneto da Fidelidade De tudo ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa me dizer do amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.
  • 24. 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º De tu- do ao meu a- mor se- rei a ten- to An- tes e com tal ze- lo e sem- pre e tan to Que mes- mo em fa- ce do mai- or en- can to De- le se en- can- te mais meu pen- sa- men- to E as- sim quan - do mais tar- de me pro- cu- re Que m sa- be a mor- te an- gús- tia de quem vi- ve Que m sa- be a so- li dão fim de quem a- ma
  • 25. As Pombas Raimundo Correia Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada...
  • 26. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Vai / -se a / pri / mei / ra / pom / ba / des / per / ta / da... 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Vai / -se ou / tra / mais... / mais / ou / tra... en / fim / de / ze / nas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 De/ pom / bas / vão / -se / dos / pom / bais, / a / pe / nas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Raia / san / guí/ ne / a e / fres /ca a / ma / dru / ga / da...

Hinweis der Redaktion

  1. Conforme já falamos, até mais ou menos o século XV, a poesia era acompanhada por instrumentos musicais, geralmente a lira. As poesias eram quase que canções recitadas A poesia, com isso, tinha ritmo e musicalidade
  2. Oberve que
  3. Oberve que além da última sílaba ser tônica, a segunda sílaba poética também é tônica Sílabas tônica e sílabas átonas
  4. O ERA IMPEDE A JUNÇÃO DE VOGAIS ERA
  5. Iremos trabalhar apenas três classificações As redondilhas e o Decassílabo
  6. Explorar as reações físicas do pastor diante da mulher amada, as quais se assemelham às apresentadas no pema de Safor e a possível intertextualidad entre os poemas
  7. Um dos versos mais comuns em língua português é o verso de dez sílabas, chamnado de decassílabo. Grande parte dos sonetos – poemas compostos de duas estrofes de quatro versos e duas de três é uma das formas poéticas mais desafiadoras para qualquer poeta – é principalmente construído com versos decassílabos.