O documento resume a obra Dom Casmurro de Machado de Assis. Trata-se de um romance realista publicado em 1899 que narra a história de Bentinho, um homem solitário e viúvo que duvida da fidelidade de sua esposa Capitu. Apesar de não haver confirmação do adultério, a dúvida de Bentinho causa grande sofrimento. A obra utiliza técnicas realistas para construir um enigma em torno de Capitu, deixando ao leitor decidir sobre sua possível culpa ou inocência.
12. • Tempo
• A obra é apoiada em dois tempos. Um é o tempo psicológico, do
autor além-túmulo, que, desse modo, pode contar sua vida de
maneira arbitrária, com digressão e manipulando os fatos á
revelia, sem segui uma ordem temporal linear. No tempo
cronológico, os acontecimentos obedecem a uma ordem: infância,
adolescência, ida para Coimbra, volta ao Brasil e morte.
• Espaço
• O romance tem como espaço o Rio de Janeiro no século XIX
13. • Machado alia nesse romance
profundidade e sutileza, expondo muitos
problemas de nossa sociedade que
existem até hoje. Daí o prazer da leitura e
a importância de seu texto, pois atualiza,
de forma irônica, os processos em que
nosso país foi formado, suas contradições
e os desmandos que ainda estão
presentes
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19. • Aos poucos, acompanhando a trajetória de Rubião,
percebe-se como funciona a engrenagem social da
época, como ocorre a disputa entre as pessoas, as lutas
pelo poder político e pela ascensão econômica da
época.
• O romance projeta um quadro também bastante crítico
das relações sociais da época
• Manipulado por Sofia, depois de algum tempo, Rubião
começa a manifestar sintomas de loucura, a mesma
loucura de que fora vítima o seu amigo, o filósofo
Quincas Borba, de quem herda a fortuna.
• Acaba sendo internado em um asilo por D. Fernanda,
mas foge e volta para Barbacena
20. • Louco e explorado até a miséria, o destino de Rubião
exemplifica a tese do filósofo Quincas, o Humanitismo
• AO VENCEDOR, AS BATATAS
21. • Humanitismo
• Esse Principio de Quincas Borba: nunca há morte, há
encontro de duas expansões, ou expansão de duas
formas.
Explicando de uma melhor maneira, criou a frase: "Ao
vencedor às Batatas!", principio este, que marcou e é o
enfoque principal do enredo.
22. • "Supõe-se em um campo e duas tribos famintas. As
batatas apenas chegam para alimentam somente uma
das tribos, que assim adquire forças para transpor a
montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em
abundância; mas se as duas tribos dividirem em paz as
batatas do campo, não chegam a nutrir-se
suficientemente e morrerão de inanição. A paz, neste
caso, é a destruição; a guerra, é a esperança. Uma das
tribos extermina a outra recolhe os despojos.
Daí a alegria da vitória, os hinos, as aclamações. Se a
guerra não fosse isso, tais demonstrações não
chegariam a dar-se. Ao vencido, o ódio ou compaixão...
Ao vencedor, as batatas !"
23. • Seguindo a trajetória do Humanitismo, a filosofia
inventada por Quincas Borba, de que a vida é um campo
de batalha onde só os mais fortes sobrevivem.
• Os fracos e ingênuos, como Rubião, são manipulados e
aniquilados pelos mais fortes e mais espertos, como
Palha e Sofia, que no final, estão vivos e ricos, tal como
dizia a teoria do Humanitismo.
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25. O Enredo:
• O enredo é um pretexto para uma profunda reflexão
sobre a condição humana. Dom Casmurro é uma obra
atemporal.
• Bentinho, viúvo e solitário, narra a história de sua
união com Capitu, destruída pela dúvida e pelo
ciúmes.
• À primeira vista, o romance trata sobre o adultério
feminino, mas, na verdade, o seu tema é a dor do ser
humano diante da dúvida.
• A suspeita de Bentinho não se confirma, nem é
negada, o que aumenta a proporção da dor.
• O adultério fica, então, como uma relação de
casualidade.
26. • O Narrador
• 1ª pessoa : personagem narrador : Bentinho
• Desejo de unir as duas pontas da vida: “a velhice e a adolescência”.
• Escrever sobre a própria história foi o meio encontrado pelo
narrador de fugir:
• da própria solidão
• da angústia da dúvida
• da incapacidade de fugir de si mesmo, tentando escrever sobre
política, filosofia...
• O narrador não sustenta os determinismos que comprovem e/ou
justifiquem o adultério de Capitu.
• Constrói uma “teia” de indícios e contraprovas, deixando ao leitor a
função de resolver a problemática da obra.
27. CAPITU – O Centro do Enigma:
• A construção do enredo se dá com base em fatos ou
marcas linguísticas que revelam e negam
possibilidades.
• Nesse grande enigma, que é Dom Casmurro, Capitu
está no centro, cercada por personagens masculinos:
Bentinho, Escobar, Ezequiel.
• Na relação entre eles, paira uma dúvida que não é
sanada pelo autor.
• Os indícios do adultério de Capitu estão no livro, assim
como as marcas que negam o mesmo.
34. • Exercícios das páginas 19, 21, 24 e 26
• Ler os textos de Dom Casmurro das páginas 22 e 23 e
anotar as características do realismo (que nós vimos nas
primeiras aulas)
Hinweis der Redaktion
Podemos dizer que Brás Cubas assume uma posição transtemporal, pois enxerga a própria existência de fora dela,de modo onisciente e descontinuo. Os fatos são narrados quando surgem na memória e várias digressões são feitas.
Rubião apaixona-se por Sofia
Sofia não quer nada com Rubião. Entretanto, combina com o marido para ceder a Rubião, tendo em vista estorquir-lhe mais dinehiro
Romance narrado em primeira pessoa, narrador personagem Dom Casmurro.
Dom Casmurro é advogado sexagenário que leva uma vida solitária, no Rio de Janeiro, e com uma intensa crise existencial.
Na tentativa de fugir ao tédio resolve escrever um livro, História dos subúrbios, mas desiste, escrevendo a sua própria história.
Para escrever sua autobiografia, o velho escritor toma todas as providências, inclusive fazendo uma casa igual a que morava na Rua Matacavalos, na infância.
Seu grande objetivo é “restaurar na velhice a adolescência”.
Mas Dom Casmurro acaba se concentrando mesmo na história dele com Capitu, com quem namorou e depois casou.
Machado apresenta uma visão trágica e amarga da vida humana através principalmente do personagem Bento Santiago. O tédio e amargura habitam-no por dentro e por fora e não há nada que o faça espairecer ou descansar a alma.
Torna-se através dos anos na narrativa, um homem sorumbático, ensimesmado e fechado em sis mesmo (provendo daí a alcunha Casmurro) numa constante rede de lembranças e sensações distorcidas alimentadas pela chama de seu ciúme.
Ressentido, amargurado, medrosamente paralisado e ambíguo por natureza, Bento só consegue enxergar a vida através de uma perspectiva altamente negativista e pessimista numa perseguição mental influenciada por uma idéia cristalizada onde seus demônios interiores manisfestam-se freqüentemente.
Seu pessimismo doentio serve-lhe também como uma proteção, uma casca contra o mundo, contra os outros. Enxerga o mal antes que este o atinja desprevenidamente. Suas idéias são pautadas nos parcos fundamentos que obtém e tornam-se verdades absolutas que o paralisam e enfraquecem
Deve-se observar que o narrador é um advogado de profissão e, portanto, ao contar a história da sua vida, seleciona episódios que induzem o leitor a concluir que Capitu o traiu. Ao se perceber esse artifício, ao leitor resta sempre a grande dúvida: a traição ou a inocência de Capitu. Esse tema permeia sempre as discussões em torno da obra Dom Casmurro, gerando dúvida nos leitores há mais de em anos.