[1] O documento discute a incidência de infecção urinária nosocomial, revisando os principais agentes causadores, fatores de risco e desafios no tratamento, como a resistência bacteriana crescente. [2] As mulheres e idosos são mais suscetíveis às infecções do trato urinário, e o uso de cateteres é o principal fator de risco para infecções nosocomiais. [3] A Escherichia coli é o agente mais comum, mas há diversidade de bactérias envolvidas, com perfis de
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INCIDENCIA DE INFECÇÃO URINÁRIA NOSOCOMIAL
UMA REVISÃO BIBLIOGRAFICA
INCIDENCE OF NOSOCOMIAL URINARY INFECTION
A LITERATURE REVIEW
ALCIGLEY ROCHA BARBOSA1; ANTONE SANTONS SILVA2; FELIPPE AUGUSTO CAVALCANTI
CERQUEIRA3; ROMULO H. V. DE NEGREIROS4
RESUMO
As infecções de trato urinário (ITU) são consideravelmente comuns na rotina ambulatorial, perdendo apenas
para as infecções respiratórias. As infecções urinárias comunitárias são diferentes das hospitalares em alguns
aspectos, principalmente por possuir público alvo, como idosos e mulheres jovens no início da vida sexual.
Os diversos estudos já realizados demonstram que o perfil de prevalência das bactérias causadoras de
infecções do trato urinário é relativamente diversificado, bactérias como Klebsiella pneumoniae, Enterobacter
sp., Proteus sp., Pseudomonas sp, Staphylococcus saprophyticus, Staphylococcus aureus, Entretanto a mais
comum é a Escherichia coli Neste contexto, o fator determinante para a ocorrência rotineira destes tipos de
infecção é a resistência bacteriana, que vem traçando perfis cada vez mais diferenciados, dificultando de
modo significativo o processo de tratamento e profilaxia desta patologia. Desta forma a proposta deste
trabalho é revisar as infecções do trato urinário no seu conceito mais amplo, delineando tanto o perfil da
doença como o de prevalência dos agentes infecciosos, complementando estes aspectos com um estudo
mais detalhado da resistência bacteriana, a qual é o maior desafio dos clínicos, microbiologistas, e diversos
profissionais da área de saúde.
Palavras-chave: Microrganismos, assintomático, ITU, infecção urinária.
ABSTRACT
Urinary tract infections (ITU) are considerably common in outpatient´s routine, losing only to respiratory
infections. Community urinary infections in hospital are different in some aspects, mainly by having the target
public, such as the elderly and young women at the beginning of sexual life. The various existing studies
demonstrate that the profile of the prevalence of bacteria that cause urinary tract infections is relatively varied,
bacteria such as Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp. Proteus sp. Pseudomonas sp, Staphylococcus
saprophyticus, Staphylococcus aureus. Nevertheless the most common is Escherichia coli. In this context, the
determined fact to the routine occurrence of these types of infection is bacterial resistance factor, which is
drawing more and more different profiles, becoming difficult to the treatment process and prophylaxis of this
pathology. Thus, the aim of this paper is to review the urinary tract in its ample concept, outlining both the
profile of the disease as the prevalence of infectious agents, complementing these aspects with a more
detailed bacterial resistance analyze, which is the largest challenge for clinicians, microbiologists, and many
kinds of health professionals in this area specifically.
Keywords: Microorganisms, asymptomatic, TUI, urinary infection.
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INTRODUÇÃO
Dentre as principais infecções
existentes, a Infecção do Trato Urinário
(ITU) destaca-se como uma das
doenças mais comuns presentes na
comunidade, acometendo pessoas de
todas as idades, do neonato ao idoso.
Nos primeiros meses de vida, o sexo
masculino é o mais acometido,
ocasionado principalmente por má
formação congênita no trato urinário. A
partir da infância as mulheres passam a
ocupar o topo das infecções causadas
por essa patologia, numa proporção de
3:1 em relação aos homens
(BRANDINO et al., 2007).
Ao metabolizar os nutrientes
como proteínas, lipídeos e
carboidratos, as células humanas
produzem resíduos como dióxido de
carbono, excesso de água, energia
armazenada na forma de ATP e calor.
Além disso, o catabolismo das
proteínas gera metabólitos
nitrogenados tóxicos como a amônia e
a ureia. Todos os compostos tóxicos e
o excesso íons, como sódio, cloreto,
sulfato, fosfato e hidrogênio devem ser
excretados pelo corpo de modo que a
homeostase seja mantida (TORTORA
& GRABOWSKI, 2003).
A homeostase é o estado físico e
químico constante do corpo humano,
pois para que as células permaneçam
viáveis e desempenhem efetivamente
suas funções é necessário que elas
estejam num ambiente estável, ou seja,
o meio interno do corpo tem de estar
em constante equilíbrio. O metabolismo
celular tende constantemente a
desarranjar o balanço do meio interno
do corpo, consumindo algumas
substâncias como oxigênio e glicose, e
produzindo outras não utilizadas pelo
corpo. Além disso, substâncias como
medicamentos e possíveis toxinas
presentes em alimentos podem ser
absorvidas, e consequentemente
precisam ser removidas desse meio
através da excreção (SPENCE, 1991).
A infecção do trato urinário (ITU)
é a principal infecção hospitalar
(FOXMAN, 2010; SAVAS, 2006)
Segundo Gales (2000), a elevada
proporção de ITU nosocomial está
intimamente associada ao uso der
cateter vesical, principal fator de risco,
uma vez que este dispositivo remove os
mecanismos de defesa intrínsecos do
hospedeiro, tais como a micção e o
eficiente esvaziamento da bexiga,
favorecendo a colonização de
microrganismos nas vias urinárias.
Ainda de acordo com Gales (2000), a
aquisição de ITUN aumenta tanto o
risco de mortalidade quanto o tempo e
o custo da internação hospitalar
esperada para a doença subjacente.
Embora a Escherichia coli
permaneça como principal micro-organismo
envolvido (CULLEN ET AL,
2011; SAVAS,2006), a etiologia das
ITUN, assim como a suscetibilidade
antimicrobiana dos uropatógenos, vem
mudando ao longo dos anos (JONES,
2001;SAVAS,2006).
No início do século XXI, 50-60%
das ITUN registrado nos EUA foram
causadas por cepas de bactérias com
alguma resistência a antibióticos
(JONES, 2001). Fatores como a
mudança no perfil dos pacientes
(sensibilidade, doenças crônicas, uso
indiscriminado de drogas
imunossupressoras, etc.) o
aperfeiçoamento de métodos
diagnósticos e o uso indiscriminado e
muitas vezes incorretos dos
antimicrobianos podem ter contribuído
para as mudanças no perfil
microbiológico do trato urinário
(GALLES, 2000).
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OBJETIVO
Revisar na literatura científica os
principais aspectos relacionados à
incidência de infecção urinária
nosocomial, as infecções do trato
urinário no seu conceito mais amplo,
delineando tanto o perfil da doença
como o de prevalência dos agentes
infecciosos. Observar os aspectos
clínicos relevantes nas ITUN, para um
melhor acompanhamento do paciente.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A infecção é dita nosocomial
quando é adquirida em qualquer
instituição de saúde, ou de forma mais
geral, quando está relacionada ao
manejo do paciente (SILVA et AL,
2009). Uma infecção nosocomial
acresce, em média,5 a 10 dias ao
período de internamento. A estadia
prolongada dos doentes com infecções
hospitalares constitui o maior fator
contribuinte ao custo, não só devido
aos custos diretos com os doentes
(medicamentos, necessidade de
isolamento e meios complementares de
diagnóstico), como também os indiretos
se levarmos em consideração os dias
de trabalho perdidos. (RODRIGUES,
2007).
A ITU é principal infecção
nosocomial (MILLAN; IVAN, 2009;
PELLIZER, 2008; SAVAS, 2006),
caracterizada pela invasão do tecido
por uma ou várias espécies de
microrganismos, induzindo uma
resposta inflamatória bem como sinais
e sintomas cuja natureza e intensidade
variam de acordo com o sítio
acometido. A ITU pode ser clinicamente
classificada em dois grupos: inferior
(cistites e uretrites) e superior
(pielonefrite), e seu diagnóstico é
estabelecido quando ao menos um dos
seguintes sintomas está associado a
uma urocultura positiva: febre (> 38 °C),
urgência urinária, polaciúria ou
sensação de ardência ou dor supra
púbica á micção, sem outras causas
(CORREIA ET AL,2007). A colonização
do trato urinário (ou bactériúria
assintomática) é definida pela presença
de um ou mais microrganismos sem
clínicas (FOXMAN, 2010).
As bactérias estão entre os
micro-organismos mais isolados em
ITUs, principalmente as Gram-negativas.
A Echerichia coli é a bactéria
mais prevalente envolvida nessa
patologia, sendo isolada em cerca de
50 a 70% das infecções urinarias
(COSTA et al., 2010). Para diagnosticar
uma ITU em pacientes ambulatoriais é
necessário que o clinico tenha censo
critico suficiente para interpretar as
informações clinicas disponíveis
apresentadas pelos pacientes. No
entanto, na comunidade, e ideal que os
pacientes realizem a urocultura
(padrão-ouro para diagnosticar uma
ITU), pois a mesma irá comprovar a
bactéria causadora dessa patologia,
bem como indicará o antimicrobiano
adequado para trata-la, através do
antibiograma (SILVA et al., 2007).
De acordo com Botto ET AL
(2003), o trato urinário é normalmente
estéril, exceto pela microbiota nos
últimos poucos centímetros da uretra
distal, que é variada e reflete a
microbiota digestiva (enterobactéria ,
estreptococos e bactérias anaeróbias) ,
cutânea (estafilocos coagulase
negativos, corybebactéria) e genital
(lactobacilos em mulheres). Ainda
segundo Botto, a origem da bactéria na
ITU nosocomial (ITUN) é endógena (da
própria flora do paciente) em dois
terços dos casos, podendo o mesmo
conceito ser aplicado á colonização
assintomática.
A ITU incide com maior
frequência em mulheres devido a
alguns fatores intrínsecos ao gênero,
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como: extensão da uretra e colonização
da região periuretral (ALMEIDA et al,
2007; SILVA et al, 2009). Embora o
ponto de corte ideal para idade
cronológica não esteja definitivamente
estabelecido, já está bem documentado
a maior vulnerabilidade dos idosos na
aquisição de infecções, quando
comparado aos jovens (AVCI,2012)
Há diversos fatores que pré-dispõem
as mulheres a serem as mais
atingidas por essa patologia, a figura
mostra dentre os quais podemos
destacar a anatomia geniturinária
feminina e o uso de alguns
anticoncepcionais que podem alterar a
microbiota genital, favorecendo a
colonização por patógenos
oportunistas, tais como as bactérias.
Esses micro organismos pode
contaminar todo o trato urinário,
podendo causar pielonefrite ou
glomerulonefrite, caso não haja uma
tratamento adequado (MARTINI et al.,
2011).
Figura 1: Aparelho Urinaria Feminino. Fonte: http://www.grupoescolar.com
No homem, o maior comprimento
uretral, maior fluxo urinário e o fator
antibacteriano prostático devido à
eliminação de zinco pela próstata, são
alguns dos fatores que contribuem para
a diminuição de incidência de ITU.
Homens com mais de 50 anos tornam-se
mais suscetíveis à ITU devido ao
prostatismo, que é a compressão e
obstrução da uretra pela próstata
causada por hiperplasia prostática
benigna ou câncer de próstata
(HEILBERG & SCHOR, 2003)
ITU é frequente na infância. Em
crianças maiores o quadro de uma ITU
apresenta sintomas clássicos como
disúria, aumento da frequência urinária,
urgência miccional, mudanças na cor e
odor da urina, mas em lactentes o
quadro geralmente é inespecífico,
apresentando muitas vezes, apenas
estado febril. O retardo no diagnóstico
em lactantes aumenta o risco de lesão
do parênquima renal e pode ocasionar
sequelas graves (insuficiência renal,
hipertensão arterial sistêmica) (LO
et.al, 2010). Por isso, devem-se
conhecer os agentes etiológicos destas
infecções e o perfil da sensibilidade
antimicrobiana para a terapia inicial, a
fim de se obter um espectro adequado
aos prováveis agentes e baixa
toxicidade (SEIJA et.al, 2010)
A figura mostra vários ponchos
anatômicos onde podem ser focos de
bactérias, podendo ou não apresentar
sintomas. A ITU assintomática é
definida pela presença de alto número
de bactérias na urina (bacteriúria)
acompanhada da falta dos sintomas
mais comuns dessa infecção. A simples
presença de bactérias na urina não é
um fator determinante de uma infecção.
Dessa forma, é necessário considerar a
contagem de bactérias na urina para
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diferenciá-la de uma simples
contaminação. De acordo com a
literatura, são necessárias
urinoculturas com contagem igual ou
superior a 105 unidades formadoras de
colônia/mL de urina (UFC/mL)
(HEILBERG & SCHOR, 2003).
Figura 2: Tipos de Infecção. Fonte: http://saude.abril.com.b
Os tipos de ITU mais comuns
são a infecção da bexiga, denominada
cistite (ITU baixo), e infecção dos rins,
chamada de pielonefrite (ITU alto). De
acordo com Hootom &Stamm (2006),
os sintomas típicos da cistite são dor ou
ardor ao urinar (disúria), necessidade
frequente de urinar (polaciúria),
urgência em urinar, sangue na urina
(hematúria) e dor supra púbica ou
lombar. Na pielonefrite, os sintomas
incluem, quase sempre, febre, dor
lombar e nos flancos, náuseas e
vômitos. Pode ocorrer ardor, dor e o
aumento da frequência e urgência em
urinar. Stapleton (1999 apud
HEILBERG & SCHOR, 2003).
O diagnóstico das infecções do
trato urinário geralmente é baseado em
sintomas como micção dolorosa ou
sensação de que a bexiga não se
esvazia, mesmo após a micção. A urina
pode estar turva ou ter uma leve
coloração sanguinolenta. A orientação
tradicional de que a urina contendo
mais de 100 mil bactérias por mililitro é
uma indicação de infecção urinária foi
modificada. Hoje em dia contagens tão
baixas quanto 1000/mL de qualquer
tipo bacteriano único, ou de até 100/mL
de coliformes fecais, tais como E. coli,
são agora consideradas uma indicação
de infecção significativa, especialmente
se houver leucócitos na urina. Antes de
a terapia ser iniciada a cultura das
bactérias da urina é feita para
determinar a sensibilidade do
antibiótico (GERARD, J et al 2005).
Como mostra a figura, o uso do
cateter urinário é descrita como
principal fator de risco (ALMEIDA et al
2007; SILVA et al, 2009; MILLAN;
IVAN.2009). São descritos quatros
mecanismos de infecção para ITUN em
pacientes cateterizados: aquisição
durante a inserção do cateter vesical;
aquisição pela via endolumial (mais
predominante no sistema aberto);
aquisição pela extralumial ou periuretral
(mais predominante ao sistema
fechado); e aquisição pela via linfática
ou hematogênica (BOTTO et al, 2003;
MILLAN; IVAN, 2009).Segundo Botto et
al (2003), houve uma regressão na
incidência de ITUN após o advento do
sistema fechado se sondagem vesical,
variando de 3% a 10% por cateter-dia,
com um risco acumulativo de 100%
após 30 dias de cateterização, tendo
este dispositivo tornado predominante
a aquisição de ITU pela via extralumial
ou periuretral ,caracterizada pela
ascensão bacteriana por capilaridade
na fina película de mucosa próxima a
camada externa do cateter.
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Figura 3: Cateter vesical. Fonte http://enfermagempacientecritico.blogspot.com
O cateterismo vesical promove
ITU como consequência dos seguintes
fatores: degradação dos mecanismos
de defesa vesicais, pela ação mecânica
sobre o endotélio e a camada ácida de
mucopolissacarídeos; disfunção do
trânsito urinário, pela persistência de
um mínimo resíduo miccional; e
deposição de biofilme, um composto
produzido pelas bactérias e que as
protegem contra a ação do sistema
imune e dos antibióticos(BOTTO et
al,2003).
A análise de uma amostra da
urina permite o diagnóstico biológico
(FOXMAN,2010). A punção
suprapública concede a mais fidedigna
amostra de urina, entretanto, métodos
menos invasivos de amostragem (jato
médio de urina, por punção direta pelo
opérculo do cateter ou por saco coletor
em mulheres incontinentes) são mais
adaptados á prática clínica e concedem
um nível aceitável de fiabilidade
(BOTTO et al , 2003).A associação de
bacteriúria >-10 UFC/ml com
leucocitúria > 10/ml é fortemente
sugestiva de infecção (FOX
MAN,2010).
A etiologia das ITU tem sido
analisada e estabelecida de forma
razoavelmente consistente. O gráfico
mostra que a Escherichia coli é o
principal patógeno isolado de infecções
do trato urinário (CULLEN et al , 2011;
BOYD et al,2008) tanto no ambiente da
comunidade quanto hospitalar, embora
neste represente uma menor proporção
devido ao isolamento de outros
microrganismos, como klebsiella SSP.,
Pseudomonas aeruginosa, Proteus
mirabillis, Staphylococcus SP. e
leveduras (SHIGEMURA ET AL,2011).
A proporção de bactérias
multirresistentes (MRB na sigla em
inglês) é superior entre cepas
nosocomiais (AVCI et al, 2011;
FOXMAN, 2010; BOTTO, 2003).
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Figura 4: Gráfico representativo sobre frequência de espécies bacterianas em infecções
comunitárias do trato urinário, a partir dos resultados de estudos realizados em cinco estados
brasileiros, os quais representam as regiões norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. (2010).
Segundo Botto et al (2003) são
elementos essenciais no manejo
terapêutico das ITUN a desobstrução e
prevenção de resíduo vesical (nível de
evidência A-III) e a antibioticoterapia
(nível de evidência A-II). Ainda de
acordo com Botto et al (2003) na
ausência de sinais de gravidade, a
antibioticoterapia deve sempre ser
postergada e selecionada de acordo
com a natureza do microrganismo e
sua suscetibilidade antimicrobiana,
entretanto, em casos de severidade
(pielonefrite, prostatite, orquiepididimite
ou sinais de choque séptico), um
tratamento empírico deve ser
prontamente introduzido,
fundamentado no exame clínico e na
microbiota local. Nestes casos, é
mandatória a escolha de um antibiótico
cujo espectro de ação seja o mais
estreito possível, a fim de prevenir a
seleção de cepas bacterianas
resistentes, até a obtenção de um
antibiograma, que impõe uma revisão
NE antibioticoterapia (SAVAS et
al,2006).
Bail et al, (2006) não
recomendam a utilização de um
determinado fármaco, sendo igual ou
inferior a 7 dias em pacientes não
cateterizados sem acometimento
parenquimatoso, 10 a 14 dias em casos
de pielonefrite ou orquiepididimite e um
mínimo de 3 semanas para prostatite
aguda (BOTTO et al,2003).
De acordo com Botto et al,
(2003) o cateter vesical deve ser
removido ou trocado quando seu
emprego for mandatório, embora o
momento ideal, considerando o início
da antibioticoterapia, permaneça
controverso. Segundo os mesmos
autores, em casos de disfunção
neurológica vesical, cateterização
intermitente é a melhor opção.
Um aumento na resistência de
numerosos antimicrobianos tem sido
relatado nos últimos anos (CULLEN et
al, 2011). Betalactâmicos e quinolona
são os grupos de fármacos de maior
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preocupação (BAIL et al, 2006). Até
pouco tempo, a ITU por E. coli era
considerada de fácil manejo, em
decorrência da boa suscetibilidade a
vários tipos de antibióticos, entretanto,
atualmente foram reportadas cepas de
E. coli produtora de betalactamase de
espectro estendido (ESBL- sigla em
inglês) E. coli resistente a
fluoroquinolona (FQRE-sigla em inglês)
(BOYD et al, 2008; SHIGEMURA et al,
2011)
Algumas bactérias apresentam
resistência intrínseca para alguns
antimicrobianos, como é o caso do
Proteus mirabillis para a
nitrofurantoína, da Klebsilla
pneumoniae para ampicilina e da
resistência de algumas espécies de
Enterobacter para a cefalotina e
cefoxitina (BAIL et al,2006).
A distribuição de patógenos
causadores de infecção nosocomial,
especialmente os resistentes a
antibióticos, variam com tempo e entre
hospitais, até mesmo entre vários
locais do mesmo hospital (SAVAS et al,
2006)
A criação de um sistema de
monitoramento da resistência
bacteriana vem a ser um importante
passo na detecção da resistência,
ajudando na seleção da terapia
empírica local mais eficaz e permitindo
a implementação de medidas de
prevenção.
As três universalmente
consideradas para prevenção da
infecção são: a lavagem das mãos; o
isolamento das fontes de infecção; e a
correta prescrição antimicrobiana
(RODRIGUES, 2007).
METODOLOGIA
Para elaboração do presente
trabalho de conclusão de curso foram
realizadas pesquisas bibliográficas
retiradas de artigos científicos
especializados no tema do
relacionados à prevalência de infecção
urinária nosocomial. Este estudo teve
como objetivo identificar a produção
científica da Microbiologia na área
artigos nacionais publicados entre 1999
e 2012.
Trata-se se de um levantamento
bibliográfica, realizada na base de
dados Scielo e Bdenf, web-artigos e
livros didáticos a partir dos descritores
sobre Infecção Urinaria, A amostra foi
constituída por 48 trabalhos que
atenderam aos critérios de inclusão.
Destacando que a maioria destes
direcionam a população adulta, embora
tenham sido verificadas investigações
relacionadas aos idosos, crianças e
adolescentes.
CONSIDERÇÕES FINAIS
A ITU é uma patologia bem
descrita, sendo que sua prevalência
varia com gênero e idade, e seus sinais
e sintomas são diferenciados quando
se trata de gestante, idosos e crianças
muito novas, Pode se desenvolver com
quadro complicado, que envolve
pacientes hospitalizados e infecções
recorrentes.
De acordo com o pesquisado as
Bactérias Gram. Negativa são as
principais causadoras das Infecções do
Trato genitario urinário. A ITU deve ser
diagnosticada corretamente e
empregado antibiótico terapia
adequada, quando necessários e
realizados avaliações clínicas,
laboratoriais, e radiológicas, para
afastar quadros mais complexos e
evitar recidivas.
A espécie Escherichia coli é o
principal micro-organismo envolvido
nessa doença. É importante ressaltar
que as bactérias isoladas na
comunidade podem não ser as
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mesmas isoladas em hospitais, porém
a E. coli continua no topo dos isoladas,
independente do local onde essa
patologia foi adquirida. Portanto, é
indispensável que haja um diagnóstico
correto e preciso que proporcione um
tratamento eficaz, melhorando os
sintomas clínicos bem como evitando
recorrências, melhorando com isso a
qualidade de vida desses pacientes.
É importante ressaltar que a
prescrição de antibióticos deve ser
preferencialmente orientada através da
urocultura e antibiograma,
respectivamente. No entanto, esse fato
não deve ser motivo para adiar o início
do tratamento nos casos sintomáticos.
Portanto, fica claro compreender que,
conhecendo os principais germes
associados a este tipo de infecção, a
terapêutica passa a ser mais objetiva e
de espectro muitas vezes específicos
para determinados germes, facilitando
e melhorando o tratamento.
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1-Aluno do Curso de Especialização
em Microbiologia, Faculdade Mauricio
de Nassau, Campina Grande – PB.
2- Aluno do Curso de Especialização
em Microbiologia, Faculdade Mauricio
de Nassau, Campina Grande – PB.
3- Aluno do Curso de Especialização
em Microbiologia, Faculdade Mauricio
de Nassau, Campina Grande – PB.
4-Farmacêutico Bioquímico, Mestre em
Ciências da Saúde, Professor do Curso
de Especialização em Microbiologia,
Faculdade Mauricio de Nassau,
Campina Grande – PB.