1. Recebi esta carta do companheiro Bruno da Mata (Vice-Presidente da UNE) e
assinei junto com vári@s outr@s companheir@s:
JSB Em defesa do projeto socialista para o país
A Juventude Socialista Brasileira, ao longo de toda a sua existência, sempre esteve
presente na construção das opiniões e bandeiras do Partido Socialista Brasileiro e
na divulgação destas opiniões para a nossa sociedade. Foi assim na construção
do projeto da Frente Popular no final da década de 80, período em que a JSB se
organizou. Desde então, os jovens socialistas tem construído as bases que alicerçam
o projeto nacional do partido em cada cidade, escola, universidade, grupo cultural,
grupo esportivo, enfim, em cada espaço onde constrói a sua atuação.
A formação da atividade de todo e qualquer grupo político tem como objetivo o
crescimento de sua intervenção nos espaços e nos debates da sociedade. Isto se dá
porque todos defendem um Programa Político que se acredita ser o melhor para a
coletividade. No caso específico do PSB, sempre fomos vinculados a um programa
democrático de participação popular.
No ano de 2002 o partido decidiu dar um novo passo ao lançar o seu “Programa
Socialista para o Brasil”, através de uma candidatura própria à presidência da
república. Nós militantes da JSB, nos recordamos que houve a construção do
programa, e que a participação da militância que foi fundamental para legitimá-lo
como o nosso projeto para o país, um dos mais avançados já escritos até hoje.
À época, o PSB tinha como principal objetivo atingir a cláusula de barreiras que
garantiria a sua existência legal na atuação do Partido no parlamento nacional.
Foi a afinidade com o programa e a estratégia eleitoral do PSB que convenceram
a militância socialista a se engajar na construção da candidatura própria, e não a
personalidade política escolhida pela partido para representar o projeto à época.
Aliás, a lição de 2002 nos fez não apenas refletir sobre a importância de se construir e
debater um programa de governança para o país, como também da importância de o
representante deste programa ter afinidade real com o mesmo, com sua construção,
e com a militância do partido.
Inicialmente quando o partido indicou a possibilidade de lançar o deputado Ciro
Gomes como candidato à Presidência da República, a juventude se debruçou com
vivo interesse sobre esta alternativa. Na época a primeira conclusão que a juventude
chegou foi a da importância de haver um amplo debate nacional da construção de um
programa de governo que contemplasse as reivindicações históricas do partido e da
classe trabalhadora no país. A segunda de que a escolha do nome que representaria
este projeto deveria ser submetida à militância, através de prévias. Finalmente a
terceira, de que este nome deveria se responsabilizar por construir e chamar para si
a responsabilidade de representar este projeto para o país.
Havia uma preocupação muito grande por parte de muitos companheiros, de que
o deputado, por mais brilhante que seja, não representasse um projeto que fosse
construído pela militância do partido. Embora desde aquele período pouco tenha
2. avançado nestas questões, a juventude decidiu abraçar de maneira fraterna e
companheira a pré-candidatura do deputado, recebendo-o nos estados, convidando-
o para palestras em escolas, universidades e em diversos espaços de importância
política e de visibilidade. Com o entusiasmo que a caracteriza, a JSB defendeu a
pré-candidatura de Ciro Gomes, como foi o caso do congresso da União Nacional
dos Estudantes (UNE), quando houve uma grande manifestação pública dentro da
Universidade de Brasília, com repercussão em toda a imprensa nacional.
Vale ressaltar que para nós, nunca houve apoio à candidatura pela candidatura, mas
sim o apoio à iniciativa do partido em construir um espaço que representasse o nosso
programa e fosse estrategicamente interessante. Durante este período, buscamos
de diversas formas, provocar um debate interno sobre programa entre a militância
e também com o companheiro Ciro, que sempre se mostrou muito receptivo e
disposto, embora nunca tenha criado mecanismos que permitissem abrir espaços e
criar condições para estas discussões avançarem. É preciso, no entanto, estabelecer
a critica fraterna, de que o fato de a direção do partido também nunca ter chamado
para si a construção do programa, refletiu de certa maneira um limite na construção
da pré-candidatura.
O fato é que hoje, nos está posta a necessidade de uma decisão definitiva sobre uma
candidatura socialista à presidência da República. Em que pese as comprovadas
qualidades pessoais do candidato e principalmente a sua capacidade de polemizar
e expor com contundência questões de enorme importância para o País,
lamentavelmente não fomos capazes de construir coletivamente essa alternativa.
Compreendemos como legítimas as declarações de apoio de alguns companheiros
à pré-candidatura, e acreditamos estarem imbuídas de sincero desejo da construção
partidária e de avanço na luta política nacional. Mas a verdade é que não foram
viabilizadas as indispensável unidade partidária em torno de um programa e muito
menos as alianças partidárias e na sociedade civil, capazes de sustentarem e
construírem essa candidatura.
As alegadas razões de “fortalecer a imagem do partido”, não passam de um equívoco
bem intencionado. Infelizmente nossos esforços para impedir uma eleição
plebiscitária no país não foram suficientes. Desta forma, uma candidatura isolada
numa eleição com estas características corre um sério risco de se transformar
no oposto do pretendido. Nas condições atuais uma candidatura própria sem
organização, e sem aliados mais aponta para uma estéril pregação no deserto. Com
o alto custo de inviabilizar nossas candidaturas a chapas majoritárias e proporcionais
em diversos estados.
Vale lembrar que ao longo dos últimos 7 anos, o PSB participou da construção do
governo Lula. Estes anos foram capazes de transformar o País, criando condições,
políticas econômicas e sociais para o avanço das forças progressistas não só em
nosso território nacional, mas em toda América Latina. Sob nossa contribuição,
fomos capazes de tornar um país, antes sempre inferiorizado e marginalizado, em
liderança regional, exercendo funções importantes no mapa político internacional.
Contribuímos a cada dia para diminuir as diferenças regionais e sociais em nosso
país, e também no mundo, servindo como porta vozes dos povos oprimidos
tradicionalmente. O projeto do Partido Socialista Brasileiro, portanto, mesmo com
3. candidatura própria, sempre se mostrou vinculado à continuidade dos avanços e das
ações que foram implementadas no Brasil sob a liderança do Presidente Lula.
Por estes motivos, coerente com o passado da JSB, que não se omite e se posiciona,
nós decidimos escrever nossa posição no sentido de que o PSB não lance
candidatura própria a Presidência da República nessas eleições de 2010.
Defendemos que o PSB integre a ampla frente política que hoje se mobiliza em torno
da candidatura de Dilma Roussef. Sabemos que esta não é uma posição unânime da
JSB, mas sim de muitos das companheiras e companheiros da Juventude, por isto
subscrevemos a carta:
Bruno da Mata - Vice Presidente da União Nacional dos Estudantes
Flavio Campos Neto - Vice Presidente Nacional da Juventude Socialista Brasileira
Não tenho agora a lista d@s vári@s companheir@s que assinaram, mas sei que foram muit@s !
"E viva Arraes e viva Mangabeira ! E viva a Juventude Socialista Brasileira !"