1. ESCOLA COM 2º, 3º CICLOS
E ENSINO SECUNDÁRIO
MÃES D’ÁGUA
PLANO DE AVALIAÇÃO
DOMÍNIO B – LEITURA E LITERACIA
1
2. INTRODUÇÃO
A Escola com 2º, 3ºciclos e Ensino Secundário Mães D’Água localiza-se na
freguesia da Falagueira, um dos núcleos mais antigos do Concelho da Amadora
enquadrando-se num contexto urbano periférico, dada a proximidade de Lisboa.
Encontra-se num meio que cresceu anarquicamente, sem as infra-estruturas
necessárias, com bairros degradados e problemas habitacionais, de inserção social,
de segurança e de ordem sócio-económica, reflectindo os problemas das cidades
periféricas nomeadamente a mobilidade diária para Lisboa, onde se encontram a
maior parte dos locais de trabalho. A maior parte das famílias possui um nível
sócio-cultural baixo e médio baixo, com reflexo no ensino/aprendizagem duma
parte significativa dos alunos que frequenta a escola. Uma percentagem razoável
da população escolar é originária dos PALOP e de outras proveniências.
A escola é a escola sede do Agrupamento de Escolas Mães D’Água que foi criado
em Junho de 2007. As outras escolas pertencentes ao Agrupamento estão
geograficamente próximas e são as seguintes:
a) Jardim-de-infância da Falagueira;
b) Jardim-de-infância da Quinta da Laje;
c) Escola do 1º ciclo Artur Bual.
Apenas a escola sede tem a sua BE integrada na RBE, o que aconteceu em
Junho de 2009, como aliás já foi referido noutras ocasiões.
A BE como estrutura de orientação educativa, direccionada para o apoio ao
currículo, à informação e à cultura define os seus objectivos e planifica as suas
actividades, respectivamente nos documentos RI da BE e PAA da BE em articulação
com o Projecto Educativo, Regulamento Interno e o Plano Anual de Actividades do
Agrupamento. Assim, a prática da actividade da BE pretende estar orientada e
centrada na construção do conhecimento, ou seja, na necessidade dos alunos
transformarem a informação em conhecimento, aspecto fundamental no
desenvolvimento de competências de literacia. Este caminho só se percorre se
incluirmos nas práticas diárias da BE a auto-avaliação da mesma, de modo a
validar o que fazemos, como fazemos, onde estamos e até onde queremos ir. Para
Ross Todd “a prática baseada em evidências combina o saber profissional, a prática
reflexiva e o conhecimento das necessidades dos estudantes e requer uma prática
de uso judicioso dessas evidências para tomar decisões acerca da melhor forma de
adequar as práticas aos objectivos educativos da escola”. (texto da 2ª sessão).
2
3. Os textos desta sessão orientam-nos na operacionalização do modelo de auto-
avaliação:
1º - É necessário demonstrar, junto da Direcção, a importância da BE no ensino e
aprendizagem e a ligação da avaliação da BE com a avaliação da escola, bem como
a consecução dos objectivos propostos no Projecto Educativo.
2º - É necessário elaborar um plano de avaliação que responda a questões como:
identificação do objecto da avaliação; métodos e instrumentos a utilizar;
intervenientes; calendarização; levantamento de necessidades entre outros.
3º - É necessário realizar o tratamento e análise dos dados obtidos, a sua
divulgação e a elaboração de propostas de melhoria através de uma efectiva
comunicação à comunidade educativa (Relatório Final de Avaliação).
DOMÍNIO ESCOLHIDO
B – Leitura e Literacia
Este foi o domínio escolhido, porque uma das preocupações centrais da escola é
o desenvolvimento das competências de leitura nos alunos, que, como sabemos,
são transversais a todas as disciplinas do currículo. Assim, o desenvolvimento da
competência de leitura deve ser assumido como uma das metas a atingir, porque o
sucesso e o desenvolvimento de competências têm na sua base a leitura e a
literacia.
A auto-avaliação deste domínio e a posterior reflexão do mesmo são
fundamentais para aferir práticas e alterá-las, caso seja necessário, definir novas
estratégias e perspectivar acções de melhoria.
Na escolha do domínio participaram a PB, a equipa e o Director. A sua
operacionalização e conclusão foram apresentadas e discutidas em Conselho
Pedagógico e posteriormente nos Departamentos.
PROBLEMA/DIAGNÓSTICO
Apesar da BE só em Junho de 2009 ter sido integrada na RBE, o PAA da BE
privilegiou na sua planificação actividades relacionadas com o desenvolvimento das
competências de leitura e literacia em articulação mais próxima com os
Departamentos de Línguas e de Ciências Sociais e Humanas.
A BE ao ter um papel determinante no desenvolvimento do currículo e da
aprendizagem, deve também formar leitores competentes, que tenham facilidade
3
4. em aceder à informação e que sejam capazes de a transformar em conhecimento.
Assim, vão ser analisados os seguintes indicadores:
B1, que incide sobre actividades a desenvolver no âmbito da promoção da leitura.
B2, que reflecte a articulação das actividades da BE com a comunidade educativa,
a família e outros parceiros.
B3, que verifica se as actividades desenvolvidas resultaram num aumento do su-
cesso educativo melhorando as competências de leitura e de literacia nos alu-
nos. Este é o indicador de impacto.
IDENTIFICAÇÃO DO OBJECTO DE AVALIAÇÃO
É preciso aferir o trabalho que a BE desenvolve no domínio da promoção da
leitura e do desenvolvimento do gosto de ler em diferentes suportes e com
diferentes intervenientes. É também necessário conhecer o feedback dos vários
intervenientes e principalmente o impacto que estas actividades têm no sucesso
educativo, no ensino e na aprendizagem.
O que vai ser avaliado:
Domínio B1
• A colecção – se os recursos são suficientes e adequados aos gostos,
interesses e necessidades dos utilizadores.
• Actividades de promoção da leitura – sessões de leitura; realização de um
concurso literário na modalidade “Conto” para todos os níveis de ensino do
agrupamento; comemoração da semana da poesia para o 1º, 2º e 3º ciclos
com a leitura de poemas escritos pelos próprios alunos e poemas de autores
consagrados; Feira do Livro; comemoração do dia da Água com a leitura de
poemas sobre o tema e pequenas dramatizações; exposições; sensibilização
para a leitura recreativa disponibilizando “um cantinho” na BE com livros
sugestivos; incentivo à consulta de blogs e páginas da WEB; incentivo ao
empréstimo domiciliário.
Domínio B2
• Articulação com o PNL – articulação com os professores de Língua
Portuguesa (2º e 3º ciclos) relativamente a actividades de leitura orientada
em sala de aula e leitura autónoma.
4
5. • Promoção de encontros informais com alguns professores para divulgação e
análise dos materiais que estão a ser construídos e disponibilizados com
vista a promover o trabalho colaborativo (guiões de leitura e de pesquisa,
fichas de utilização dos recursos da BE).
Domínio B3
• Como usam os alunos os livros na BE.
• São visíveis progressos nos alunos (lêem mais, lêem melhor)
• Quando desenvolvem trabalhos os alunos demonstram competências de
leitura e literacia.
• Os alunos participam activamente nas actividades ligadas à promoção da
leitura.
TIPO DE AVALIAÇÃO DE MEDIDA A EMPREENDER
Vão ser aplicados métodos quantitativos, observáveis através das fichas que a
BE utiliza, como, por exemplo, requisição domiciliária, requisição em sala de aula,
registos de utilização de equipamentos, requisições do PNL, tipo de trabalho
realizado. Esta análise centra-se nos inputs e outputs, ou seja, é uma análise
centrada nos processos, actividades e serviços. Também será feita a avaliação
qualitativa dos resultados, isto é através dos outcomes, ou seja, baseada em
grelhas de observação e trabalhos dos alunos. Esta análise centra-se nos impactos.
MÉTODOS E INSTRUMENTOS A UTILIZAR
Indicadores Factores críticos de Evidências/Instrumento Intervenientes
sucesso s de Recolha de
Evidências
B1 trabalho da BE - A BE disponibiliza uma - Estatística de requisição -Professora
ao serviço da colecção variada e domiciliária e em sala de bibliotecária.
promoção da leitura adequada aos gostos, aula.
interesses e necessidades -Equipa da BE.
na
dos alunos. - Estatística de utilização
escola/agrupamento
- A BE identifica novos dos livros do PNL. - Alunos.
públicos e adequa a
colecção às suas - Registos das actividades - Professores de Lín-
necessidades. Cursos CEF realizadas na BE ou com gua Portuguesa,
e Profissionais. envolvimento da BE dos cursos CEF,
5
6. - A BE promove profissionais e de
actividades que ajudam a - Questionários aos outras áreas
desenvolver as professores – QD2. disciplinares como,
competências na área da por exemplo,
leitura. - Questionários aos alunos – professores de
- A BE incentiva a leitura QA2. História e Geografia.
em ambientes digitais.
- A BE incentiva a leitura - Registo das reuniões - Assistente
informativa. formais e informais com a Operacional.
- A BE incentiva o equipa da BE, professores
empréstimo domiciliário. de Língua Portuguesa, dos
- A BE está informada cursos CEF, Profissionais e
relativamente às linhas de outros grupos e áreas
orientadoras e disciplinares.
actividades propostas
pelo PNL.
- A BE apoia os alunos
nas suas escolhas tenta
estar actualizada
relativamente às
novidades literárias que
melhor se adequam aos
seus gostos.
- A BE difunde recursos
documentais associados a
diferentes temáticas.
- A BE promove feiras do
livro, exposições e outros
eventos que aproximem
os alunos dos livros ou
de outros
materiais/ambientes que
incentivem o gosto pela
leitura.
B2 Integração da BE
- A leitura e literacia - Projecto Educativo e
nas estratégias e constam como meta no Curricular.
programas de Projecto Educativo e
leitura Curricular, em - Estatística de utilização - Professora
articulação com a BE. dos recursos. Bibliotecária.
- A BE incentiva a leitura
em ambientes digitais: - Registo dos encontros com - Equipa da BE.
blogs, youtube, sites da os professores.
Internet. - Questionários aos - Professores de
- A BE articula professores QD2. Língua Portuguesa e
actividades de leitura na outros grupos
sala de aula e na BE com - Questionários aos pais/EE disciplinares.
os professores de Língua QEE1.
Portuguesa no âmbito do - Alunos.
6
7. PNL.
- A BE difunde - Assistente Opera-
informação sobre livros e cional.
autores e começou a
organizar guiões de
leitura e de pesquisa
relacionados com
matérias de interesse
curricular.
- Estatística de requisição
B3 Impacto do - Os alunos usam o livro domiciliária.
trabalho da BE nas e a BE para ler de forma
recreativa, para se - Estatística de utilização da
atitudes e
informar e para realizar BE para actividades de - Professora
competências dos
trabalhos escolares. leitura. Bibliotecária.
alunos.
- Os alunos do 2º e 3º
ciclos começam a - Estatística de requisição - Equipa da BE.
manifestar progressos para a sala de aula.
nas competências de - Professores de
leitura. - Questionários aos Língua Portuguesa e
- Os alunos participam de professores – QD2. outros grupos
forma empenhada nas disciplinares.
actividades dinamizadas - Questionários aos alunos –
pela BE no âmbito da QA2. - Alunos.
promoção da leitura.
- Grelhas de observação O3 - Assistente Opera-
e O4. cional.
- Trabalhos realizados pelos
alunos.
CALENDARIZAÇÃO
1º Período – Selecção dos instrumentos de recolha de evidências que vão ser
aplicadas. Recolha sistemática de informação, de acordo com as actividades
desenvolvidas.
2º Período – Recolha sistemática da informação, de acordo com as actividades
desenvolvidas. No mês de Abril, aplicação dos questionários QD2 e QA2. Em
Março, Abril e Maio, aplicação das grelhas de observação O3 e O4.
3º Período – Recolha sistemática de informação, de acordo com as actividades
desenvolvidas. No mês de Junho procede-se ao tratamento e análise dos dados.
PLANIFICAÇÃO DA RECOLHA E TRATAMENTO DE DADOS
7
8. A planificação da recolha de dados é efectuada pela PB. A recolha é da
responsabilidade da PB, da equipa da BE e da Assistente Operacional. Quando a
observação for efectuada em sala de aula será pedida a colaboração dos
respectivos docentes.
Os questionários aos docentes serão distribuídos aos Coordenadores de
Departamentos que entregarão aos professores de forma o mais aleatória possível.
A amostragem segue as indicações que são dadas no MAABE (20% do número total
de professores).
Os questionários aos alunos serão aplicados na BE e a selecção dos alunos é
também feita o mais aleatória possível, sendo a amostragem de acordo com as
indicações do MAABE (10% do número de alunos em cada nível de escolaridade).
Para a aplicação dos questionários aos alunos será feita a calendarização de acordo
com os níveis de ensino e as turmas. Os professores serão avisados
atempadamente de que os alunos no dia X às tantas horas se devem dirigir à BE
para realizar os questionários.
Os questionários aos pais/EE serão aplicados, quando se realizar uma reunião
de EE. A selecção será também aleatória e a amostragem será a que vem no
MAABE (10% dos pais/EE - só para o ensino básico).
Quanto às observações serão realizadas pela PB e por alguns professores de
Língua Portuguesa.
O tratamento de dados será feito de forma gradual, no que diz respeito à
análise estatística regular da BE. O tratamento dos questionários e das grelhas de
observação será realizado no 2º e 3º períodos.
ANÁLISE E COMUNICAÇÃO DA INFORMAÇÃO
O MAABE prevê que depois de ter decorrido o processo de observação, recolha e
análise dos dados será elaborado um relatório pela PB, com a colaboração da
equipa, e este deverá seguir a metodologia indicada no Modelo. O relatório deverá
estar concluído em Julho, de modo a ser ponderado com o Director o perfil de
desempenho em que se encontra a BE. O relatório é apresentado ao Conselho
Pedagógico que proporá acções de melhoria que serão registadas no respectivo
relatório. Estas deverão constar do PAA da BE no ano lectivo seguinte. Será ainda
elaborada uma síntese que integra a avaliação interna do agrupamento.
Aos docentes a auto-avaliação da BE será divulgada nas reuniões de
Departamento e na página da Internet do agrupamento.
LIMITAÇÕES
Existem limitações inerentes ao facto da BE estar integrada na RBE apenas
desde Junho de 2009. A BE não dispõe de professores colaboradores, o que se
reflecte numa enorme sobrecarga de trabalho para a equipa e para a PB. É a 1ª vez
que o MAABE vais ser implementado de modo formal (o ano lectivo anterior foi-o
apenas informalmente por recomendação da Coordenadora Inter-concelhia e com
conhecimento da Drª Teresa Calçada), o que poderá trazer algumas dificuldades de
gestão das actividades na BE e, ainda, porque o tempo é sempre pouco, será difícil
sensibilizar e envolver todos os intervenientes.
BIBLIOGRAFIA
8
9. Texto da sessão, “O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares:
Metodologias de Operacionalização” (Parte I).
RBE, “Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar”, 12 de Novembro de 2009
Filomena Azevedo
20 de Novembro de 2010
9