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“Violência, Cidadania e Ciência: O desenvolvimento de valores éticos na infância”.
ou “Porque investir na primeira infância?”
ou “O papel fundamental do cuidado de qualidade”
ou “Primeira Infância na construção da saúde social e mental”.
João Augusto Figueiró
Instituto Zero a Seis
www.zeroaseis.org.br
Infância e Paz: 3ª Semana Nacional de Valorização da
Primeira Infância e Cultura da Paz.
Bases sociobiológicas da empatia:
Desenvolvimento de valores éticos na primeira infância do ponto de vista evolutivo.
Moderno Dicionário da Língua Portuguesa
Michaelis.
• Base: ba.se, sf (gr básis) 3 Fundamento principal;
• Sociobiologia é um ramo da biologia que estuda o
comportamento social dos animais, usando conceitos da etologia,
evolução, sociologia e genética de populações.
• Empatia: em.pa.ti.a, sf (gr empátheia) Psicol Projeção imaginária
ou mental de um estado subjetivo, quer afetivo, quer conato ou
cognitivo, nos elementos de uma obra de arte ou de um objeto
natural, de modo que estes parecem imbuídos dele. Na
psicanálise, estado de espírito no qual uma pessoa se identifica
com outra, presumindo sentir o que esta está sentindo.
Sociobiologia:
• O termo foi popularizado por Edward Osborne Wilson, em
seu livro Sociobiologia: A Nova Síntese, lançado em 1975;
• Essa disciplina científica propõe que comportamentos e
sentimentos animais, também existentes nos seres humanos,
como o altruismo e a agressividade, são em parte derivados
da genética, e não são apenas culturais ou socialmente
adquiridos;
• Esse tipo de afirmação causou grande controvérsia no cenário
intelectual, e até hoje divide os pesquisadores. Entretanto,
boa parte das críticas são interpretações errôneas da teoria,
muito confundida com o darwinismo social.
www.excellence-jeunesenfants.ca
www.conass.org.br
Violência
Barbárie
Animal
Instinto
Egoísmo
Indiferença
Infantil
Imaturo
Infelicidade
Cidadania
Civilização
Humano
Sublimação
Cooperativismo
Empatia
Adulto
Maduro
Felicidade
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Until man duplicates a blade of grass, nature can laugh at his so-called scientific knowledge.
Thomas Edison
“Dado que a guerra
começa na mente do
homem, é na mente* do
homem que devemos
edificar a defesa para
paz” – Unesco.
*Cérebro?
Contribuições das ciências
• Convergência das ciências sociais com as neurociências nos
últimos 10 anos:
– Maior intercâmbio entre as diferentes áreas;
– Saímos do inferencial para a objetivação do observado.
• "É triste pensar no fato de que a natureza fala
e os seres humanos não a escutam".
Vitor Hugo
(1802 – 1885)
William Ralph Inge – Cambridge
(1860-1954)
• O período mais adequado para influenciar o caráter de uma
criança é cerca de uma centena de anos antes dela nascer.
Kierkegaard
"O homem seria metafisicamente grande se a criança fosse seu
mestre".
N. Bobbio.
• “O fundamento de uma boa república mais até do que boas
leis é a virtude dos cidadãos”.
Pitágoras: 570- 497a.C
• “Educai as crianças e
não será necessário castigar os homens.”
Sigmund Freud em 1922 - já dizia que, cedo ou tarde, se encontrariam
alterações nos cérebros de indivíduos com doenças “nervosas”.
Allen Shawn, "Bem que Eu Queria Ir“.
Autobiografia
• "Eventos ocorridos durante essa época (infância) deixam suas
impressões digitais na argila úmida da mente que se organiza“;
• "Para poder viver de forma razoavelmente plena, primeiro temos de ocupar nossa
própria pele; lembrar e reconhecer, tanto quanto possível, o que realmente aconteceu, e
nos enfurecer e gritar a respeito, se for o caso. Mas então encaramos uma cadeia infinita
de causas, e o perdão se estabelece. Nossos pais foram filhos que cresceram e tiveram
seus próprios filhos."
Violência e Cidadania
Saúde e Doença
Felicidade e Infelicidade
Multideterminadas
Um recorte possível
CiênciaNovo recorte
"A melhor maneira de tornar as crianças
boas é torná-las felizes“. (Oscar Wilde)
Mente Criminal – Século XXI
Novidade: aumento do reconhecimento de que fatôres genéticos,
neuro e sociobiológicos são igualmente importantes na
modelagem do comportamento criminoso.
Século XX: Pobreza, desigualdade social e más companias.
Mapa da Violência – 2010
Instituto Sangari - SP
• Taxa homicídios dos 5.564 municípios brasileiros (1997 e 2007):
– Total de assassinatos entre jovens de 14 e 16 anos
aumentou 30% - o maior crescimento entre todas as faixas
etárias.
Custo da violência - Brasil
• O custo da violência nas escolas no Brasil pode chegar a US$ 943 milhões por ano;
• No cálculo foi considerada a perda de ganhos de uma pessoa que deixa de
comparecer à aula ou desiste da escola por causa da violência e mediu também as
perdas do investimento público em educação devido às faltas dos alunos nas escolas;
• "Muitas escolas no Brasil se transformaram em lugares perigosos para crianças, com
violência brutal e até homicídio, além de abuso sexual, roubos e danos à
propriedade“;
• "84% dos estudantes que participaram da pesquisa feita em seis capitais brasileiras
acharam suas escolas violentas e 70% disseram que foram vítimas de abusos;”
• "Isto reflete os altos níveis de violência na sociedade brasileira”;
• “A estimativa é de que a violência entre jovens tenha um custo de US$ 19 bilhões por
ano, sendo que destes US$ 943 milhões podem ser ligados a violência na escola"
A pesquisa foi feita pela organização britânica de defesa das crianças
Plan International e Overseas Development Institute (ODI).
300 milhões
70 milhões
http://www.becominghuman.org/
OS CÉREBROS FICARAM MAIORES – e cada vez mais, ao longo do tempo,
energeticamente exigentes. O cérebro humano moderno responde por 10 a 12% da demanda
de energia de um corpo em repouso, comparada ao cérebro do australopiteco
1. Córtex, que é o cérebro intelectual;
2. Límbico, o cérebro emocional;
3. Reptiliano - o mais profundo, ligado à sobrevivência e ao instinto.
(nossas emoções mais primitivas).
Representação de embriões presente no trabalho de Ernst Haeckel - 1866.
Henri Milne-Edwards, Louis Agassiz
Classificação da biodiversidade através da descendência
• Pacientes neurológicos com danos córtex pré-frontal
exibem:
• Comportamento desinibido
• Tipo psicopático
• Embotamento emocional
• Embotamento autonômico
• Tomada de decisão inadequada.
Damasio, AR, 1994
1823 –1860
Phineas Gage
Interação
Porque investir prioritariamente na primeira
infância
Cada dólar investido no programa deu um retorno de nove dólares para a sociedade.
Programa de
educação com
crianças envolvendo
os seus pais.
James Heckman
Nobel Economia, 2000.
A atividade do cérebro pode ser medida através de impulsos elétricos. Cores "quentes" como o vermelho
ou laranja indicam maior atividade, e cada coluna mostra um tipo diferente de atividade cerebral.
As crianças institucionalizadas em condições precárias demonstram atividade muito menor do que o esperado.
Seminário Internacional Educação na Primeira Infância
FGV-RJ, Dezembro, 2009.
• James Heckman, professor da Universidade de Chicago mais de 40 anos
pesquisa afirmou que muita gente ainda hoje acredita que as habilidades
de uma pessoa são herdadas ao nascer;
• Ele desmentiu esse mito exibindo alguns dos resultados de seus estudos
iniciados nos anos 60, por meio de um programa de educação com
crianças e que envolveu também os seus pais;
• O mais impactante deles é o custo-benefício da iniciativa: cada dólar
investido no programa deu um retorno de nove dólares para a sociedade;
• Um programa de primeira infância de qualidade para a população carente
é uma condição necessária para avançarmos em direção a uma sociedade
mais educada, igualitária e, sobretudo, menos violenta.
0 Age
Rateofreturntoinvestmentinhuman
capital
Preschool programs
Schooling
Job training
0-3 4-5
Preschoo
l
School Post-school
Programs targeted towards the earliest
years
Rates of Return to Human Capital Investment at Different Ages:
Return to an Extra Dollar at Various Ages
James Heckman
Nobel Economia, 2000.
1/29/2015
Dois importantes programas na primeira infância com fatores de eficácia:
O Perry Preschool Project e Abecedarians Project, mostram uma
a variabilidade de retornos significativos aos participantes e à sociedade para
cada dólar investido.
Redução da criminalidade, da utilização da assistência social, custos educacionais e de
reabilitação. Aumento das receitas fiscais sobre rendimentos mais elevados para os participantes
de programas de primeira infância, quando chegaram à idade adulta.
IBGE – BID - Senado
• Cada dólar investido em políticas públicas para a primeira
infância gera economia de sete dólares que teriam de ser
investidos em assistência social, atendimento a doenças
mentais, manutenção de sistemas prisionais, repetência e
evasão escolar. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
• 13 milhões de crianças de zero a seis, pertencentes a
famílias carentes, estão fora de qualquer equipamento ou
programa primeira infância. Agencia Senado
Abrinq – Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD) - 2009
• 80% das crianças brasileiras (13,6 milhões de crianças de 0 a 4
anos) de 0 a 3 anos estão fora das creches;
• O levantamento mostra ainda que, em relação a 2008, houve um
aumento no número de crianças atendidas muito pequeno -
81,9% das crianças nessa faixa etária não freqüentavam creches.
Setembro de 2010 - Agência Estado
Estimativas IBGE
Celso Simões
• Cerca da metade das crianças do Brasil - 48,8% é considerada
pobre ou miserável, pois nasce e cresce em domicílios cuja
renda per capita não ultrapassa meio salário mínimo;
• Em 2000, as estimativas do IBGE apontavam que no Brasil em
torno de 20% das crianças de até um ano de idade não
tinham sequer registro de nascimento, que é considerado o
primeiro documento de cidadania.
Indicadores – Creches.
• Nas creches, cresceram todos os indicadores de desigualdade
entre os anos de 2005 e 2007:
– Relação entre o número de crianças negras/pardas e
brancas,
– Atendimento na zona rural em relação à zona urbana,
– Atendimento em regiões mais ricas sobre as mais pobres,
– 20% mais pobres da população sobre os 20% mais ricos;
DRU e Dioclécio Campos Jr.
• Acredita-se que, de 1998 a 2008, 80 bilhões de reais tenham
sido retirados da Educação através da Desvinculação das
Receitas da União;
• Dioclécio Campos Jr. (SBP) avalia a importância do trabalho com
crianças até cinco anos: “É quando o cérebro humano cresce
quase que integralmente e sua estrutura se diferencia em
funções complexas, que permitem a formação da inteligência,
da capacidade de aprendizagem, do perfil da personalidade, do
comportamento individual.
• Deixar de garantir esses cuidados à primeira infância prejudica a
criança e reduz os resultados do investimento em educação nas
etapas de vida seguintes”.
UNESCO, “Strong Foundations: Early Childhood Care and Education.
EFA Global Monitoring Report 2007”, 2006, Appendix Table 12.
Evans D, and K Kosec, “Access to Early Child Education in Brazil”
Estado Atual.
• Ainda estamos longe de um atendimento adequado na
educação infantil, mas cada vez maior é a consciência da
população para a necessidade deste atendimento com
qualidade como um direito humano. Isto trás esperança de
que no futuro a educação infantil seja ofertada em
quantidade suficiente, com efetivo caráter educativo e sem
discriminação, pois é forte instrumento de correção de
injustiças e de promoção social para os setores mais pobres
da população. Sérgio Haddad.
Desenvolvimento do Cérebro.
• Construção inicia na quinta semana de gestação;
• 100 bilhões de neurônios antes da 20 semana de gestação;
• Produção máxima entre a 12ª. e 16ª. Semana;
• Ritmo de produção de 5 mil por segundo;
12 semanasQuinta Semana
•Desenvolvimento resulta da interação genes
e experiências;
•As experiências iniciais afetam a forma
como os cérebros se desenvolvem;
•Existem janelas de oportunidades: períodos
preciosos que demandam ambiente propício.
20 semanas
A Commentary on the United Nations
Convention on the Rights of the Child, 2006
Eide, and W. B. Eide, “Article 24. The Right to Health”, in A. Alen, J. Vande Lanotte; E. Verhellen; F. And; E. Berghmans and
M. Verheyde (eds), A Commentary on the United Nations Convention on the Rights of the Child, Leiden, Martinus Nijhoff
Publishers, 2006. at 33-34
Está bem documentado que o crescimento fetal será
limitado por um ambiente nutricional inadequado no
útero que redundará em um recém-nascido que não
atingiu o seu potencial de crescimento. Essas crianças
estão, portanto, em desvantagem, antes de entrar no
mundo.
Evolução do Cérebro
• Recém-nascido a termo 300 gramas
• 18 meses 800 gramas
• 3 anos 1 110 gramas
• 6 anos 80-90% - quatrilhões sinapses
• Adulto 1 400 gramas
• Aumento de quatro vezes no período;
• Meio que pode ser de hospitalidade ou de hostilidade.
• Após o nascimento, a conexão entre os neurônios (sinapses)
é que vai proporcionar o aumento do volume cerebral.
Cérebro como construção
• O cérebro é construído dentro de um modelo
homeostático (família/sociedade/ambiente);
• O período intra-uterino é o período de maior
crescimento;
• De acordo com experiências (físicas e afetivas,
positivas ou negativas) pós-natais se formarão os
novos caminhos neuronais.
Dinamismo Evolutivo
• Muito intenso
• Estreita correlação entre estrutura e função;
• Desenvolvimento de determinada função depende da
maturação de um substrato neural anatômico
correspondente.
PNAD - 2004
O período mais adequado para influenciar o caráter de uma criança é cerca
de uma centena de anos antes dela nascer.
William Ralph Inge – Cambridge - (1860-1954)
PNAD - 2004
Adversidades Econômicas:
• Afetam o controle das funções executivas emergentes;
• Não somente retardo no início, mas também redução na
progressão.
Linda Nayers, Michael Crowley e James McPartland
National Institute of Child Health and Human Development Study
Pobreza
• Crianças (principalmente menores de 10 anos) que ingressam na
pobreza, mesmo por curtos períodos, sofrem prejuízos de longo
prazo, mesmo quando suas famílias retomam o seu status econômico;
• Apresentam resultados cognitivos e acadêmicos negativos como
resultado de menor estimulação mental e aumento do estresse;
• O cérebro de crianças pobres são incapazes de processar a
informação da mesma forma que crianças de famílias de classes
economicamente privilegiadas.
Ruby Takanishi
Presidente
Foundation for Child Development
Perspectivas favoráveis.
• O cérebro que é vulnerável aos efeitos adversos do ambiente
é igualmente susceptível aos efeitos positivos de ambientes
ricos e equilibrados de aprendizagem e à boas relações de
cuidado;
• Intervenções educativas baseadas em evidências (controle
comportamento e impulsos) – 40 atividades focalizadas em melhorar funções
executivas - podem ajudar crianças em desvantagem à alcançar
sucesso acadêmico e cognitivo;
Deborah Leong e Elena Dodrova
Tools of the Mind, Denver
Baseado em Vygotsky
WIC – US Department of Agriculture
• Special Supplemental Nutrition Program for Women, Infant and Children
(WIC)
• Fornece alimentação saudável e educação nutricional para mulheres
grávidas e crianças pobres com menos de cinco anos;
• Crianças do WIC tem menos problemas de desenvolvimento e entram na
escola com maior facilidade de aprender;
• “É humilhante, mas não há nada que possamos fazer como profissionais de
saúde que seja tão poderoso do que permitir que as pessoas tenham acesso
à moradia e alimentação nutritiva e saudável. Precisamos lembrar que
oferecer aos cidadãos mais jovens coisas básicas como alimentação e
acesso a programas de intervenção precoce são excelentes investimentos”.
Maureen Black – Universidade de Maryland.
Desenvolvimento
do cérebro humano
Formação de sinapses
e arborizaçao
dendrítica
Relação com estimulação
mesesmeses
concepção
anos
mielinização
sinaptogênese
neurulação
Proliferação
Celular
Migração
Erasmo Barbante Casella – Neuropediatra – HC-FMUSPErasmo Barbante Casella – Neuropediatra – HC-FMUSP
Pobreza e Atenção Seletiva:
• Déficit em habilidades do Córtex pré-frontal relacionadas à atenção
seletiva;
• Uso de mais energia para as mesmas atividades;
• Necessitam trabalhar muito mais para obter os mesmos resultados,
dificultando focalização no professor e nas tarefas;
• Submetidas a mais estresse doméstico e baixa escolaridade dos pais.
Amadeo D’Angiulli
Neuropsychology, vol 22, no. 3, 2008
Helen Neville,
Developmental Science, vol 12, no. 4, 2009
Interação
Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)
Imagens seccionais do cérebro vivo
Usa cores para representar diferentes graus de atividade.
1973 - Universidade de Washington em St. Louis, EUA
Imagens PET do cérebro de uma pessoa normal (esquerda), um assassino com história
de privação na infância (centro) e um assassino sem história de privação (direita).
As áreas em vermelho e amarelo mostram uma atividade metabólica mais alta, e em preto e
azul, uma atividade metabólica mais baixa.
O cérebro de um sociopata (direita) tem uma atividade muito baixa em muitas áreas.
Fonte: Imagens de Adrian Raine, University of Southern California, Los Angeles, USA
Infância e Estresse
“Live fast” - “High Speed Shopping”
Folha de São Paulo de 12/12/07
Primeira Página.
Manchete: “Remoção de favela
provoca congestionamento
recorde”.
Reintegração de posse – Capão Redondo, Zona Sul de SP, 24/08/09
A criminalidade e a violência, o descaso com o
patrimônio público - bem de todos -, o caos das
relações interpessoais de um mundo individualista e
simétrico, a competitividade levada ao seu grau mais
extremado, a grosseria, o desrespeito às leis que nos
protegem, o tráfico de drogas e o consumismo -
também de sexo - são algumas das características de
nossa sociedade.
Rosely Sayão – FSP, 06/06/2010
Valores e características da nossa sociedade:
Adaptado de: Arborelius L, et al. J Endocrinol. 1999;160:1-12.
Modelo da Ativação Crônica de
Resposta ao Estresse
Adrenalina
Noradrenalina
Glicocorticóides
Noradrenalina
FATOR ESTRESSANTE
Hipocampo
Hipófise
Hiperatividade
do Eixo HPA
Locus
coeruleus
CRF
Respostas
metabólicas
Respostas autonômicas
Respostas
comportamentais
Respostas
eletrofisiológicas
Prof. Kalil Dualibi - Unisa - SP
O Estresse e a Morte Celular
ESTRESSE
Glicocorticóides
BDNF
Sobrevivência
normal e
crescimento
BDNF=fator neurotrófico derivado do cérebro.
Sapolsky RM. Arch Gen Psychiatry. 2000;57:925-935.
Duman RS, et al. Biol Psychiatry. 2000;48:732-739.
Atrofia/morte
dos neurônios
Ramificação dendrítica
Prof. Kalil Dualibi - Unisa - SP
A medida que o número de experiências adversas na primeira infância se acumula,
o risco de atrasos de desenvolvimento aumenta
O relato de adultos de experiências adversas cumulativas na primeira infância correlaciona-se com
parâmetros de saúde física e mental – neste caso, doenças cardíacas.
Proporcionar relações de apoio e ambientes seguros pode melhorar os resultados para
todas as crianças, mas especialmente para aquelas mais vulneráveis.
Entre 75 e 130 de cada 1.000 crianças americanas menores de 5 anos vivem em lares onde
pelo menos um dos três precipitantes comuns do estresse tóxico possa afetar
negativamente o seu desenvolvimento
Medo persistente e ansiedade crônica podem afetar:
a capacidade de aprendizado e o desenvolvimento infantil
Garantir que as crianças tenham ambientes seguros para crescer, aprender, e desenvolver
cérebros e corpos saudáveis não só é bom para as crianças em si, mas também constrói
uma base sólida para uma sociedade próspera.
A ciência demonstra que a exposição precoce a situações que produzem medo persistente e
ansiedade crônica pode ter conseqüências ao longo da vida por perturbar o
desenvolvimento da arquitetura cerebral.
Cérebro Moral
•Em 2001, uma equipe de pesquisa liderada pelo filósofo e neurocientista
Joshua D. Greene lançou uma tese detalhando o trabalho de usar
a ressonância magnética funcional para rastrear os cérebros de pessoas
Submetidas a dilemas morais.
Greene e sua equipe queriam ver se havia conflito entre as áreas do cérebro que
lidam com emoções e aquelas que lidam com a razão.
Joshua D. Greene
Assistant Professor
Department of Psychology
Harvard University
William James Hall 1480
33 Kirkland Street
Cambridge, MA 02138
http://www.wjh.harvard.edu/~jgreene/
Joshua D. Greene
Jorge Moll & Ricardo de Oliveira-Souza
Cognitive and Behavioral Neuroscience Unit
LABS-D'Or Hospital Network
Rio de Janeiro, Brazil
http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&source=imghp&q=Jorge+Moll&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=
Principais componentes e suas subdivisões
Moll J, Zahn R, Oliveira-Souza R, Krueger F,
Grafman J. Nature Rev Neurosc, 2005
Modelo ‘EFEC’: Event-Feature-Emotion Complex
Unidade de Neurociência Cognitiva e
Comportamental
Rede LABS – D’Or Hospitais
Compaixão
 Elementos
perceptuais (expressão
facial de tristeza)
 Elementos
semânticos abstratos
(desamparo de uma
criança órfã)
 Estados
motivacionais básicos
(tristeza, empatia
afetiva)
 Predição do futuro
(chances de adoção
sao baixas)
Criança que pode ou não ser adotada.
Oliveira-Souza and Moll, Neurology (Suppl.), 2000;
Moll J, Oliveira-Souza R, Eslinger J, Arq Neuropsiq, 2001
Moral Factual
Conteúdo moral  
Valência
emocional
 
Dificuldade do
julgamento ≈ ≈
Cenário social yes no
Córtex frontopolar (BA 10)
Sulco temporal superior (STS)
Córtex temporal anterior
Julgamento moral
Julgamento moral vs. factual
Componentes-chave do cérebro moral:
The neural basis of human moral cognition.
Moll J, Zahn R, Oliveira-Souza R, Krueger F, Grafman J. Nature Reviews
Neuroscience, 2005
aPFC: córtex pré-frontal anterior (frontopolar e órbito-frontal)
Event Frequency Modulates the processing of daily life activities in human medial PFC.
Krueger F, Moll J, Zahn R, Heinecke A, Grafman J. Cerebral Cortex, 2007
aTC: córtex temporal anterior (superior)
Social concepts are represented in the superior
anterior temporal cortex.
Zahn R, Moll J, Krueger F, Huey ED, Garrido G,
Grafman J. Proc Natl Acad Sci, 2007
R
STS (sulco temporal superior) & estruturas límbicas
Moll J, Oliveira-Souza R, Eslinger PJ, et al. (2002).
The neural correlates of moral sensitivity: a
functional magnetic resonance imaging
investigation of basic and moral emotions.
Journal of Neuroscience, 2002
The self as a moral agent: linking the neural bases
of social agency and moral sensitivity.
Moll J, de Oliveira-Souza R, Garrido G, Zahn R, et
al. Social Neuroscience, 2007
Non-kin
Baseado
cultura:
Afiliação à
terceiros
mediada por
valores comuns
Aversões
culturalmente-
mediadas
Kin
Maior estímulo à
cooperação (além
da reciprocidade)
Estudo de caso-controle: 15 pacientes da
amostra comunitária com altos escores no
PCL:SV comparados a 15 controles normais
• Psychopathy Checklist, screening version (PCL:SV)
• Hipótese: reduções focais da substância cinzenta em uma rede
distribuída de regiões previamente associadas à sensibilidade e
julgamento moral
Caprichosa combinação de alterações anatômicas distribuídas levando
à perda da sensibilidade moral?
• “Cérebro moral” (Moll et al., 2003, 2005)
Reduções da
substância cinzenta:
Pacientes vs.
Controles.
Psicopatia
comunitária
Análise categórica:
alterações nas estruturas
componentes do “cérebro
moral”
FPC/OFC medial STS
 Correlação (ANCOVA, corrigido para
volume cerebral total) com PCL:SV (F1):
áreas de redução focal
 Córtex frontopolar (FPC), órbito-frontal
(OFC) medial e sulco temporal superior
(STS) correlacionados (r = 0.62 – 0.68,
p<0.005) com a Parte 1 do PCL (frieza
emocional, falta de empatia)
 Não houve correlação significativa
com a Parte 2 (F2, componente
comportamental, mais ligado a fatores
ambientais)
Análise dimensional: Estaria o grau de psicopatia
refletido no grau de redução da substância
cinzenta?
Manipulação da atividade cerebral pode mudar julgamento moral
Proceedings of the National Academy of Sciences
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
Junção têmporo-parietal
Quando julgamos se uma ação é moralmente certa ou errada, nós nos apoiamos na
nossa capacidade de compreender o estado mental da pessoa que a praticou.
Estudos Funcionais – PetScan
• Assassinos e infratores impulsivos violentos mostram redução
do metabolismo da glicose no córtex pré-frontal;
• Sugere que esta região age como um “freio de emergência”
para emoções desenfreadas geradas por estruturas límbicas;
• Corroboram estudos neuropsicológicos, neurológicos e
psicofisiológicos, indicando robustez dos achados.
Raine, Buchsbaum, LaCasse, Biol. Psychiatry, 1997;42:495-508.
E: Pessoa normal faz julgamentos morais, ativam-se as áreas pré-frontais
(laranja e roxo), responsáveis pelos aspectos cognitivos - frios e racionais
- do julgamento. Também são ativados o hipotálamo (azul), relacionado às
emoções básicas, como raiva e medo, e o lobo temporal anterior (vermelho),
ligado às emoções morais, tipicamente humanas.
D: Psicopata: diminui sensivelmente a ativação das áreas relacionadas tanto
às emoções primárias (azul) quanto às morais (vermelho) e aumenta a atividade
nas áreas pré-frontais (laranja e roxo), ligadas aos circuitos cognitivos, de
razão pura.
MAPEAMENTO DAS EMOÇÕES:
Indivíduos normais e psicopatas
comunitários submetidos ao teste
Bateria de Emoções Morais (BEM) e
ressonância magnética funcional.
Interação
De sua própria natureza;
Das figuras parentais;
Da família;
Dos grupos sociais em que vive;
Da escola;
Da cultura e sociedade com:
valores,
crenças,
normas e
práticas.
O adolescente e o adulto resultam:
Ambiente Social
• Processos psicossociais são essenciais;
• Influências ambientais no início do desenvolvimento podem
alterar diretamente a expressão do gene, por sua vez
alterando a estrutura e o funcionamento cerebral e
resultando em diferentes comportamentos;
• Influências ambientais precoces podem alterar a expressão
gênica, o que então origina a cascata de eventos de
comportamentos cerebrais;
Epigenética
Patrimônio
genético
Anormalidades
estruturais
cerebrais
Anormalidades Funcionais:
•Emocionais
•Cognitivas
•Comportamentais
Predispõem
comportamento
anti-social
Epigenética
Fatôres:
• Ambientais
• Culturais
• Sociais
• Alimentares
• Químicos
Ato
Fatôres:
• Ambientais
• Culturais
• Sociais
• Alimentares
• Químicos
Resposta ao Estresse Tóxico: Os fatos.
Recursos modernos explicam como experiências precoces penetram
o corpo e modificam a expressão genética com conseqüências definitivas
em órgãos em desenvolvimento, incluindo o cérebro.
Experiências precoces podem alterar a expressão genética e afetar
definitivamente o desenvolvimento.
National Scientific Council on the Developing Child (2010).
Early Experiences Can Alter Gene Expression and Affect Long-Term Development
Working Paper No. 10. Retrieved from www.developingchild.harvard.edu
RNM em Transtornos de Personalidade
• Redução 11% substância cinzenta pré-frontal (estrutura);
• Redução atividade resposta a estressores sociais (função);
• Redução “emoções secundárias”:
• Vergonha
• Constrangimento
• Culpa
• Redução da resposta autonômica ao estresse
Raine, Cuchsbaum, LaCasse, Biol. Psychiatry. 1997; 42:495-508
Estudos Funcionais – PetScan
• Assassinos e infratores impulsivos violentos mostram redução
do metabolismo da glicose no córtex pré-frontal;
• Sugere que esta região age como um “freio de emergência”
para emoções desenfreadas geradas por estruturas límbicas;
• Corroboram estudos neuropsicológicos, neurológicos e
psicofisiológicos, indicando robustez dos achados.
Raine, Buchsbaum, LaCasse, Biol. Psychiatry, 1997;42:495-508.
Causas da violência:
• Genética
• Constitucional:
– Metabólicas (Leash Nyham),
– Químicas
– Enzimáticas.
• Tóxicas
• Doenças Físicas e mentais
• Psicológicas – vítimas de violência, afetivas;
• Sociais – pobreza e miséria + humilhação + consumo +
incapacidades + impotência;
• Instrumentais
• Culturais – culturas belicosas e culturas pacíficas
• Religiosas
Nature and Nurture
• Biologia não é destino;
• É possível modular os fatores de risco neurobiológicos;
Liu, J. Am J Psychiatry. 2004;161:2005-13.
1970 British Cohort Study
(BCS70)
• O 1970 British Cohort Study (BCS70) é um estudo
longitudinal multidisciplinar contínuo que tem como
sujeitos todos os nascidos na Inglaterra, Escócia e Gales
em uma determinada semana de Abril de 1970.
Informações sobre o British Cohort Study em:
http://www.cls.ioe.ac.uk/studies.asp?section=000100020002
Prevenção da Violência
• 80% da violência é transgeracional;
• É possível prevenir esta violência;
• Apego seguro é a “vacina”,
• Desenvolvimento da empatia depende de uma
base segura e da resiliência;
• A privação social dificulta o desenvolvimento da
sintonia afetiva.
Richard Rhodes/ Dorothy Lewis - EUA
• Richard Rhodes - Estudou criminosos e observou que todos
falavam sobre sua primeira infância na qual passaram
dificuldades, algumas até caóticas, como violência física,
sexual e negligência.
Dorothy Lewis - Estudou jovens criminosos e chegou à
conclusão similar; todos tinham tido uma primeira infância
muito carente e problemática.
Ruther (Inglaterra), Werner (E.U.),
Cyrulnik (França)
• Muitos seres humanos conseguem se adaptar à vida apesar de
todos os fatores estressantes;
• Essa capacidade não é inata, nem mágica e se convencionou
chamar de resiliência.
• E pode ser adquirida pelas ações de políticas integradas e com
significativa participação da comunidade, suas lideranças,
organizações culturais e políticas.
•A ciência tem comprovado a enorme importância da educação
e dos cuidados de qualidade durante os primeiros anos de uma
criança para o seu sucesso como cidadão;
•O período que vai da gestação até o sexto ano de vida, e
particularmente de 0 a 3 anos incluindo o gestacional, são os
mais importantes na preparação dos alicerces das competências,
habilidades emocionais e cognitivas futuras;
•É neste período que a criança aprende, com mais intensidade, a
fazer, a se relacionar, a ser, e a desenvolver importantes valores
a partir de suas relações na família, na escola e na comunidade.
O que diz a ciência?
Particularmente do nascimento até os três anos de idade, vive-
se um período crucial no qual se forma a maior parte das
conexões cerebrais graças à interação do bebê com os
estímulos do ambiente;
O que as pesquisas informam?
Todas as pesquisas, pesquisadores e ciências posteriores
ratificam a importância vital destas primeiras interações
precoces no desenvolvimento futuro do ser humano;
“Pá de cal” sobre as teorias “fixistas” desenvolvidas há mais de
2500 anos, com suas terríveis conseqüências ideológicas,
políticas, morais e éticas.
Evidências de Convergência:
nature + nurture
• O homem é um animal imaturo, prematuro e totalmente
dependente ao nascer que, através dos mecanismos de apego,
epigenética e neuroplasticidade, irá promover a construção e
constituição do sujeito e seu ingresso normal ou patológico na
cultura;
• Ressalta-se neste processo o fundamental papel parental, de
seus substitutos e da sociedade na apresentação do mundo, o
papel das identificações e do aprendizado no controle e
atenuação dos impulsos.
Inclinações Construídas
• O temperamento de uma pessoa e a forma desta
conduzir-se na sociedade não é mais um “destino”
inexorável resultante de “traços inatos”, mas dependente
de inclinações construídas em um meio ecológico e
histórico socialmente determinados principalmente pelo
entorno afetivo e valores que cada um de nós encontra
em seu meio social.
Conclusão
• Diferentes paradigmas clínicos da neurociência estão
começando a convergir para a mesma conclusão:
– Há uma significativa base cerebral no comportamento anti-social,
violento, criminoso, transgressor, agressivo;
– Estes processos neurocomportamentais são relevantes para entender
a violência cotidiana na sociedade contemporânea.
Raine, A. Rev. Psiquiatr RS. 2008;30(1):5-8.
Informações oriundas de fontes científicas de conhecimento e
suas implicações no comportamento do futuro indivíduo, não
podem mais ser desprezadas na elaboração de qualquer
política pública que vise à redução da violência e à construção
da cidadania e de uma cultura de paz sustentada pelo diálogo
e na resolução pacífica de conflitos.
Contribuições da Ciência
•“Quando se trata da saúde mental da criança, a sociedade poderá
pagar agora ou irá pagar mais tarde”.
•20% das crianças americanas necessitam serviços de saúde mental – US
Public Health Services, 2010.
•As pesquisas mostram que quando o estado ou os planejadores de
políticas públicas investem em educação pré-natal, cuidados para
primeira infância de qualidade disponível, desenvolvimento emocional e
social precoce, prevenção e tratamento baseado em evidências a
sociedade economiza dinheiro em educação especial e despesas com
a justiça (adolescentes e adultos) mais tarde.
Quem e quando pagar a conta?
Donald Wertlieb – Tufts Univesity
Society for Research in Child Development
Saúde da Criança e Social:
Uma “Receita”!
• Comida
• Proteção
• Estimulação
• Afeto
• Ambiente Seguro
• Redução Pobreza
• Violência doméstica
• Desnutrição
• Estresse pré-natal e infantil
Sujeito Final
Genes
Cultura
(Ciência
Tecnologia)
Consumidor
Cidadão construtivo
Colaborador produtivo
Podemos criar este contexto favorável?
•É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar
e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão.
Constituição Federal – 5/10/1988
Artigo 227
Paulo Freire
Pedagogia da Indignação Unesp 2000
• “O discurso da impossibilidade da mudança para a melhora do mundo não
é o discurso da constatação da impossibilidade, mas o discurso ideológico
da inviabilização do possível”.
•Crianças com risco para violência crônica:
•Como lidar com impulsos;
•Negociar disputas;
•Ensinou pais a lidar com a raiva e modelos de auto-controle.
•Seguidos até vida adulta:
•Menos visitas à salas de emergências;
•48% redução prisão por violência grave
(assassinato e estupro);
•52% redução transtornos de conduta.
Kenneth A Dodge
Center for Child and Family Policy - Duke University
É hora dos políticos, governantes, indivíduos
e a sociedade como um todo incluírem a ‘compaixão social’ nas
suas pautas e agendas de trabalho.
“Lugar de Criança é no orçamento”
Temos
excelentes
modelos
nacionais.
É impossível hoje falar em desenvolvimento de uma
nação como o Brasil, sem considerar a importância
do cumprimento de políticas públicas voltadas para a
promoção de uma infância saudável.
O ponto-chave:
Instituto Primeira Infância
e Cultura de Paz
www.zeroaseis.org.br
figueiro@zeroaseis.org.br
contato@zeroaseis.org.br

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Zero a seis senado 2010

  • 1. “Violência, Cidadania e Ciência: O desenvolvimento de valores éticos na infância”. ou “Porque investir na primeira infância?” ou “O papel fundamental do cuidado de qualidade” ou “Primeira Infância na construção da saúde social e mental”. João Augusto Figueiró Instituto Zero a Seis www.zeroaseis.org.br Infância e Paz: 3ª Semana Nacional de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz. Bases sociobiológicas da empatia: Desenvolvimento de valores éticos na primeira infância do ponto de vista evolutivo.
  • 2. Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis. • Base: ba.se, sf (gr básis) 3 Fundamento principal; • Sociobiologia é um ramo da biologia que estuda o comportamento social dos animais, usando conceitos da etologia, evolução, sociologia e genética de populações. • Empatia: em.pa.ti.a, sf (gr empátheia) Psicol Projeção imaginária ou mental de um estado subjetivo, quer afetivo, quer conato ou cognitivo, nos elementos de uma obra de arte ou de um objeto natural, de modo que estes parecem imbuídos dele. Na psicanálise, estado de espírito no qual uma pessoa se identifica com outra, presumindo sentir o que esta está sentindo.
  • 3. Sociobiologia: • O termo foi popularizado por Edward Osborne Wilson, em seu livro Sociobiologia: A Nova Síntese, lançado em 1975; • Essa disciplina científica propõe que comportamentos e sentimentos animais, também existentes nos seres humanos, como o altruismo e a agressividade, são em parte derivados da genética, e não são apenas culturais ou socialmente adquiridos; • Esse tipo de afirmação causou grande controvérsia no cenário intelectual, e até hoje divide os pesquisadores. Entretanto, boa parte das críticas são interpretações errôneas da teoria, muito confundida com o darwinismo social.
  • 6. “Dado que a guerra começa na mente do homem, é na mente* do homem que devemos edificar a defesa para paz” – Unesco. *Cérebro?
  • 7. Contribuições das ciências • Convergência das ciências sociais com as neurociências nos últimos 10 anos: – Maior intercâmbio entre as diferentes áreas; – Saímos do inferencial para a objetivação do observado.
  • 8. • "É triste pensar no fato de que a natureza fala e os seres humanos não a escutam". Vitor Hugo (1802 – 1885)
  • 9. William Ralph Inge – Cambridge (1860-1954) • O período mais adequado para influenciar o caráter de uma criança é cerca de uma centena de anos antes dela nascer.
  • 10. Kierkegaard "O homem seria metafisicamente grande se a criança fosse seu mestre".
  • 11. N. Bobbio. • “O fundamento de uma boa república mais até do que boas leis é a virtude dos cidadãos”.
  • 12. Pitágoras: 570- 497a.C • “Educai as crianças e não será necessário castigar os homens.”
  • 13. Sigmund Freud em 1922 - já dizia que, cedo ou tarde, se encontrariam alterações nos cérebros de indivíduos com doenças “nervosas”.
  • 14. Allen Shawn, "Bem que Eu Queria Ir“. Autobiografia • "Eventos ocorridos durante essa época (infância) deixam suas impressões digitais na argila úmida da mente que se organiza“; • "Para poder viver de forma razoavelmente plena, primeiro temos de ocupar nossa própria pele; lembrar e reconhecer, tanto quanto possível, o que realmente aconteceu, e nos enfurecer e gritar a respeito, se for o caso. Mas então encaramos uma cadeia infinita de causas, e o perdão se estabelece. Nossos pais foram filhos que cresceram e tiveram seus próprios filhos."
  • 15. Violência e Cidadania Saúde e Doença Felicidade e Infelicidade Multideterminadas Um recorte possível CiênciaNovo recorte "A melhor maneira de tornar as crianças boas é torná-las felizes“. (Oscar Wilde)
  • 16.
  • 17. Mente Criminal – Século XXI Novidade: aumento do reconhecimento de que fatôres genéticos, neuro e sociobiológicos são igualmente importantes na modelagem do comportamento criminoso. Século XX: Pobreza, desigualdade social e más companias.
  • 18. Mapa da Violência – 2010 Instituto Sangari - SP • Taxa homicídios dos 5.564 municípios brasileiros (1997 e 2007): – Total de assassinatos entre jovens de 14 e 16 anos aumentou 30% - o maior crescimento entre todas as faixas etárias.
  • 19. Custo da violência - Brasil • O custo da violência nas escolas no Brasil pode chegar a US$ 943 milhões por ano; • No cálculo foi considerada a perda de ganhos de uma pessoa que deixa de comparecer à aula ou desiste da escola por causa da violência e mediu também as perdas do investimento público em educação devido às faltas dos alunos nas escolas; • "Muitas escolas no Brasil se transformaram em lugares perigosos para crianças, com violência brutal e até homicídio, além de abuso sexual, roubos e danos à propriedade“; • "84% dos estudantes que participaram da pesquisa feita em seis capitais brasileiras acharam suas escolas violentas e 70% disseram que foram vítimas de abusos;” • "Isto reflete os altos níveis de violência na sociedade brasileira”; • “A estimativa é de que a violência entre jovens tenha um custo de US$ 19 bilhões por ano, sendo que destes US$ 943 milhões podem ser ligados a violência na escola" A pesquisa foi feita pela organização britânica de defesa das crianças Plan International e Overseas Development Institute (ODI).
  • 20.
  • 22.
  • 24. OS CÉREBROS FICARAM MAIORES – e cada vez mais, ao longo do tempo, energeticamente exigentes. O cérebro humano moderno responde por 10 a 12% da demanda de energia de um corpo em repouso, comparada ao cérebro do australopiteco
  • 25.
  • 26. 1. Córtex, que é o cérebro intelectual; 2. Límbico, o cérebro emocional; 3. Reptiliano - o mais profundo, ligado à sobrevivência e ao instinto. (nossas emoções mais primitivas).
  • 27.
  • 28. Representação de embriões presente no trabalho de Ernst Haeckel - 1866. Henri Milne-Edwards, Louis Agassiz Classificação da biodiversidade através da descendência
  • 29.
  • 30.
  • 31. • Pacientes neurológicos com danos córtex pré-frontal exibem: • Comportamento desinibido • Tipo psicopático • Embotamento emocional • Embotamento autonômico • Tomada de decisão inadequada. Damasio, AR, 1994
  • 33.
  • 34.
  • 35.
  • 37. Porque investir prioritariamente na primeira infância Cada dólar investido no programa deu um retorno de nove dólares para a sociedade. Programa de educação com crianças envolvendo os seus pais. James Heckman Nobel Economia, 2000.
  • 38. A atividade do cérebro pode ser medida através de impulsos elétricos. Cores "quentes" como o vermelho ou laranja indicam maior atividade, e cada coluna mostra um tipo diferente de atividade cerebral. As crianças institucionalizadas em condições precárias demonstram atividade muito menor do que o esperado.
  • 39. Seminário Internacional Educação na Primeira Infância FGV-RJ, Dezembro, 2009. • James Heckman, professor da Universidade de Chicago mais de 40 anos pesquisa afirmou que muita gente ainda hoje acredita que as habilidades de uma pessoa são herdadas ao nascer; • Ele desmentiu esse mito exibindo alguns dos resultados de seus estudos iniciados nos anos 60, por meio de um programa de educação com crianças e que envolveu também os seus pais; • O mais impactante deles é o custo-benefício da iniciativa: cada dólar investido no programa deu um retorno de nove dólares para a sociedade; • Um programa de primeira infância de qualidade para a população carente é uma condição necessária para avançarmos em direção a uma sociedade mais educada, igualitária e, sobretudo, menos violenta.
  • 40. 0 Age Rateofreturntoinvestmentinhuman capital Preschool programs Schooling Job training 0-3 4-5 Preschoo l School Post-school Programs targeted towards the earliest years Rates of Return to Human Capital Investment at Different Ages: Return to an Extra Dollar at Various Ages James Heckman Nobel Economia, 2000. 1/29/2015
  • 41. Dois importantes programas na primeira infância com fatores de eficácia: O Perry Preschool Project e Abecedarians Project, mostram uma a variabilidade de retornos significativos aos participantes e à sociedade para cada dólar investido. Redução da criminalidade, da utilização da assistência social, custos educacionais e de reabilitação. Aumento das receitas fiscais sobre rendimentos mais elevados para os participantes de programas de primeira infância, quando chegaram à idade adulta.
  • 42. IBGE – BID - Senado • Cada dólar investido em políticas públicas para a primeira infância gera economia de sete dólares que teriam de ser investidos em assistência social, atendimento a doenças mentais, manutenção de sistemas prisionais, repetência e evasão escolar. Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). • 13 milhões de crianças de zero a seis, pertencentes a famílias carentes, estão fora de qualquer equipamento ou programa primeira infância. Agencia Senado
  • 43. Abrinq – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) - 2009 • 80% das crianças brasileiras (13,6 milhões de crianças de 0 a 4 anos) de 0 a 3 anos estão fora das creches; • O levantamento mostra ainda que, em relação a 2008, houve um aumento no número de crianças atendidas muito pequeno - 81,9% das crianças nessa faixa etária não freqüentavam creches. Setembro de 2010 - Agência Estado
  • 44. Estimativas IBGE Celso Simões • Cerca da metade das crianças do Brasil - 48,8% é considerada pobre ou miserável, pois nasce e cresce em domicílios cuja renda per capita não ultrapassa meio salário mínimo; • Em 2000, as estimativas do IBGE apontavam que no Brasil em torno de 20% das crianças de até um ano de idade não tinham sequer registro de nascimento, que é considerado o primeiro documento de cidadania.
  • 45. Indicadores – Creches. • Nas creches, cresceram todos os indicadores de desigualdade entre os anos de 2005 e 2007: – Relação entre o número de crianças negras/pardas e brancas, – Atendimento na zona rural em relação à zona urbana, – Atendimento em regiões mais ricas sobre as mais pobres, – 20% mais pobres da população sobre os 20% mais ricos;
  • 46. DRU e Dioclécio Campos Jr. • Acredita-se que, de 1998 a 2008, 80 bilhões de reais tenham sido retirados da Educação através da Desvinculação das Receitas da União; • Dioclécio Campos Jr. (SBP) avalia a importância do trabalho com crianças até cinco anos: “É quando o cérebro humano cresce quase que integralmente e sua estrutura se diferencia em funções complexas, que permitem a formação da inteligência, da capacidade de aprendizagem, do perfil da personalidade, do comportamento individual. • Deixar de garantir esses cuidados à primeira infância prejudica a criança e reduz os resultados do investimento em educação nas etapas de vida seguintes”.
  • 47. UNESCO, “Strong Foundations: Early Childhood Care and Education. EFA Global Monitoring Report 2007”, 2006, Appendix Table 12.
  • 48. Evans D, and K Kosec, “Access to Early Child Education in Brazil”
  • 49. Estado Atual. • Ainda estamos longe de um atendimento adequado na educação infantil, mas cada vez maior é a consciência da população para a necessidade deste atendimento com qualidade como um direito humano. Isto trás esperança de que no futuro a educação infantil seja ofertada em quantidade suficiente, com efetivo caráter educativo e sem discriminação, pois é forte instrumento de correção de injustiças e de promoção social para os setores mais pobres da população. Sérgio Haddad.
  • 50. Desenvolvimento do Cérebro. • Construção inicia na quinta semana de gestação; • 100 bilhões de neurônios antes da 20 semana de gestação; • Produção máxima entre a 12ª. e 16ª. Semana; • Ritmo de produção de 5 mil por segundo; 12 semanasQuinta Semana •Desenvolvimento resulta da interação genes e experiências; •As experiências iniciais afetam a forma como os cérebros se desenvolvem; •Existem janelas de oportunidades: períodos preciosos que demandam ambiente propício.
  • 52. A Commentary on the United Nations Convention on the Rights of the Child, 2006 Eide, and W. B. Eide, “Article 24. The Right to Health”, in A. Alen, J. Vande Lanotte; E. Verhellen; F. And; E. Berghmans and M. Verheyde (eds), A Commentary on the United Nations Convention on the Rights of the Child, Leiden, Martinus Nijhoff Publishers, 2006. at 33-34 Está bem documentado que o crescimento fetal será limitado por um ambiente nutricional inadequado no útero que redundará em um recém-nascido que não atingiu o seu potencial de crescimento. Essas crianças estão, portanto, em desvantagem, antes de entrar no mundo.
  • 53. Evolução do Cérebro • Recém-nascido a termo 300 gramas • 18 meses 800 gramas • 3 anos 1 110 gramas • 6 anos 80-90% - quatrilhões sinapses • Adulto 1 400 gramas • Aumento de quatro vezes no período; • Meio que pode ser de hospitalidade ou de hostilidade. • Após o nascimento, a conexão entre os neurônios (sinapses) é que vai proporcionar o aumento do volume cerebral.
  • 54. Cérebro como construção • O cérebro é construído dentro de um modelo homeostático (família/sociedade/ambiente); • O período intra-uterino é o período de maior crescimento; • De acordo com experiências (físicas e afetivas, positivas ou negativas) pós-natais se formarão os novos caminhos neuronais.
  • 55. Dinamismo Evolutivo • Muito intenso • Estreita correlação entre estrutura e função; • Desenvolvimento de determinada função depende da maturação de um substrato neural anatômico correspondente.
  • 56. PNAD - 2004 O período mais adequado para influenciar o caráter de uma criança é cerca de uma centena de anos antes dela nascer. William Ralph Inge – Cambridge - (1860-1954)
  • 58. Adversidades Econômicas: • Afetam o controle das funções executivas emergentes; • Não somente retardo no início, mas também redução na progressão. Linda Nayers, Michael Crowley e James McPartland National Institute of Child Health and Human Development Study
  • 59. Pobreza • Crianças (principalmente menores de 10 anos) que ingressam na pobreza, mesmo por curtos períodos, sofrem prejuízos de longo prazo, mesmo quando suas famílias retomam o seu status econômico; • Apresentam resultados cognitivos e acadêmicos negativos como resultado de menor estimulação mental e aumento do estresse; • O cérebro de crianças pobres são incapazes de processar a informação da mesma forma que crianças de famílias de classes economicamente privilegiadas. Ruby Takanishi Presidente Foundation for Child Development
  • 60. Perspectivas favoráveis. • O cérebro que é vulnerável aos efeitos adversos do ambiente é igualmente susceptível aos efeitos positivos de ambientes ricos e equilibrados de aprendizagem e à boas relações de cuidado; • Intervenções educativas baseadas em evidências (controle comportamento e impulsos) – 40 atividades focalizadas em melhorar funções executivas - podem ajudar crianças em desvantagem à alcançar sucesso acadêmico e cognitivo; Deborah Leong e Elena Dodrova Tools of the Mind, Denver Baseado em Vygotsky
  • 61. WIC – US Department of Agriculture • Special Supplemental Nutrition Program for Women, Infant and Children (WIC) • Fornece alimentação saudável e educação nutricional para mulheres grávidas e crianças pobres com menos de cinco anos; • Crianças do WIC tem menos problemas de desenvolvimento e entram na escola com maior facilidade de aprender; • “É humilhante, mas não há nada que possamos fazer como profissionais de saúde que seja tão poderoso do que permitir que as pessoas tenham acesso à moradia e alimentação nutritiva e saudável. Precisamos lembrar que oferecer aos cidadãos mais jovens coisas básicas como alimentação e acesso a programas de intervenção precoce são excelentes investimentos”. Maureen Black – Universidade de Maryland.
  • 62.
  • 63. Desenvolvimento do cérebro humano Formação de sinapses e arborizaçao dendrítica Relação com estimulação mesesmeses concepção anos mielinização sinaptogênese neurulação Proliferação Celular Migração Erasmo Barbante Casella – Neuropediatra – HC-FMUSPErasmo Barbante Casella – Neuropediatra – HC-FMUSP
  • 64.
  • 65.
  • 66. Pobreza e Atenção Seletiva: • Déficit em habilidades do Córtex pré-frontal relacionadas à atenção seletiva; • Uso de mais energia para as mesmas atividades; • Necessitam trabalhar muito mais para obter os mesmos resultados, dificultando focalização no professor e nas tarefas; • Submetidas a mais estresse doméstico e baixa escolaridade dos pais. Amadeo D’Angiulli Neuropsychology, vol 22, no. 3, 2008 Helen Neville, Developmental Science, vol 12, no. 4, 2009
  • 68. Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) Imagens seccionais do cérebro vivo Usa cores para representar diferentes graus de atividade. 1973 - Universidade de Washington em St. Louis, EUA
  • 69.
  • 70. Imagens PET do cérebro de uma pessoa normal (esquerda), um assassino com história de privação na infância (centro) e um assassino sem história de privação (direita). As áreas em vermelho e amarelo mostram uma atividade metabólica mais alta, e em preto e azul, uma atividade metabólica mais baixa. O cérebro de um sociopata (direita) tem uma atividade muito baixa em muitas áreas. Fonte: Imagens de Adrian Raine, University of Southern California, Los Angeles, USA
  • 72. “Live fast” - “High Speed Shopping”
  • 73. Folha de São Paulo de 12/12/07 Primeira Página. Manchete: “Remoção de favela provoca congestionamento recorde”. Reintegração de posse – Capão Redondo, Zona Sul de SP, 24/08/09
  • 74. A criminalidade e a violência, o descaso com o patrimônio público - bem de todos -, o caos das relações interpessoais de um mundo individualista e simétrico, a competitividade levada ao seu grau mais extremado, a grosseria, o desrespeito às leis que nos protegem, o tráfico de drogas e o consumismo - também de sexo - são algumas das características de nossa sociedade. Rosely Sayão – FSP, 06/06/2010 Valores e características da nossa sociedade:
  • 75. Adaptado de: Arborelius L, et al. J Endocrinol. 1999;160:1-12. Modelo da Ativação Crônica de Resposta ao Estresse Adrenalina Noradrenalina Glicocorticóides Noradrenalina FATOR ESTRESSANTE Hipocampo Hipófise Hiperatividade do Eixo HPA Locus coeruleus CRF Respostas metabólicas Respostas autonômicas Respostas comportamentais Respostas eletrofisiológicas Prof. Kalil Dualibi - Unisa - SP
  • 76. O Estresse e a Morte Celular ESTRESSE Glicocorticóides BDNF Sobrevivência normal e crescimento BDNF=fator neurotrófico derivado do cérebro. Sapolsky RM. Arch Gen Psychiatry. 2000;57:925-935. Duman RS, et al. Biol Psychiatry. 2000;48:732-739. Atrofia/morte dos neurônios Ramificação dendrítica Prof. Kalil Dualibi - Unisa - SP
  • 77. A medida que o número de experiências adversas na primeira infância se acumula, o risco de atrasos de desenvolvimento aumenta
  • 78. O relato de adultos de experiências adversas cumulativas na primeira infância correlaciona-se com parâmetros de saúde física e mental – neste caso, doenças cardíacas.
  • 79. Proporcionar relações de apoio e ambientes seguros pode melhorar os resultados para todas as crianças, mas especialmente para aquelas mais vulneráveis. Entre 75 e 130 de cada 1.000 crianças americanas menores de 5 anos vivem em lares onde pelo menos um dos três precipitantes comuns do estresse tóxico possa afetar negativamente o seu desenvolvimento
  • 80. Medo persistente e ansiedade crônica podem afetar: a capacidade de aprendizado e o desenvolvimento infantil Garantir que as crianças tenham ambientes seguros para crescer, aprender, e desenvolver cérebros e corpos saudáveis não só é bom para as crianças em si, mas também constrói uma base sólida para uma sociedade próspera. A ciência demonstra que a exposição precoce a situações que produzem medo persistente e ansiedade crônica pode ter conseqüências ao longo da vida por perturbar o desenvolvimento da arquitetura cerebral.
  • 81.
  • 83. •Em 2001, uma equipe de pesquisa liderada pelo filósofo e neurocientista Joshua D. Greene lançou uma tese detalhando o trabalho de usar a ressonância magnética funcional para rastrear os cérebros de pessoas Submetidas a dilemas morais. Greene e sua equipe queriam ver se havia conflito entre as áreas do cérebro que lidam com emoções e aquelas que lidam com a razão. Joshua D. Greene Assistant Professor Department of Psychology Harvard University William James Hall 1480 33 Kirkland Street Cambridge, MA 02138 http://www.wjh.harvard.edu/~jgreene/ Joshua D. Greene
  • 84. Jorge Moll & Ricardo de Oliveira-Souza Cognitive and Behavioral Neuroscience Unit LABS-D'Or Hospital Network Rio de Janeiro, Brazil http://www.google.com.br/images?hl=pt-br&source=imghp&q=Jorge+Moll&btnG=Pesquisar+imagens&gbv=2&aq=f&aqi=&aql=&oq=&gs_rfai=
  • 85. Principais componentes e suas subdivisões Moll J, Zahn R, Oliveira-Souza R, Krueger F, Grafman J. Nature Rev Neurosc, 2005 Modelo ‘EFEC’: Event-Feature-Emotion Complex Unidade de Neurociência Cognitiva e Comportamental Rede LABS – D’Or Hospitais
  • 86.
  • 87. Compaixão  Elementos perceptuais (expressão facial de tristeza)  Elementos semânticos abstratos (desamparo de uma criança órfã)  Estados motivacionais básicos (tristeza, empatia afetiva)  Predição do futuro (chances de adoção sao baixas) Criança que pode ou não ser adotada.
  • 88. Oliveira-Souza and Moll, Neurology (Suppl.), 2000; Moll J, Oliveira-Souza R, Eslinger J, Arq Neuropsiq, 2001 Moral Factual Conteúdo moral   Valência emocional   Dificuldade do julgamento ≈ ≈ Cenário social yes no Córtex frontopolar (BA 10) Sulco temporal superior (STS) Córtex temporal anterior Julgamento moral Julgamento moral vs. factual
  • 89.
  • 90. Componentes-chave do cérebro moral: The neural basis of human moral cognition. Moll J, Zahn R, Oliveira-Souza R, Krueger F, Grafman J. Nature Reviews Neuroscience, 2005 aPFC: córtex pré-frontal anterior (frontopolar e órbito-frontal) Event Frequency Modulates the processing of daily life activities in human medial PFC. Krueger F, Moll J, Zahn R, Heinecke A, Grafman J. Cerebral Cortex, 2007 aTC: córtex temporal anterior (superior) Social concepts are represented in the superior anterior temporal cortex. Zahn R, Moll J, Krueger F, Huey ED, Garrido G, Grafman J. Proc Natl Acad Sci, 2007 R STS (sulco temporal superior) & estruturas límbicas Moll J, Oliveira-Souza R, Eslinger PJ, et al. (2002). The neural correlates of moral sensitivity: a functional magnetic resonance imaging investigation of basic and moral emotions. Journal of Neuroscience, 2002 The self as a moral agent: linking the neural bases of social agency and moral sensitivity. Moll J, de Oliveira-Souza R, Garrido G, Zahn R, et al. Social Neuroscience, 2007
  • 91. Non-kin Baseado cultura: Afiliação à terceiros mediada por valores comuns Aversões culturalmente- mediadas Kin Maior estímulo à cooperação (além da reciprocidade)
  • 92.
  • 93.
  • 94.
  • 95. Estudo de caso-controle: 15 pacientes da amostra comunitária com altos escores no PCL:SV comparados a 15 controles normais • Psychopathy Checklist, screening version (PCL:SV) • Hipótese: reduções focais da substância cinzenta em uma rede distribuída de regiões previamente associadas à sensibilidade e julgamento moral Caprichosa combinação de alterações anatômicas distribuídas levando à perda da sensibilidade moral? • “Cérebro moral” (Moll et al., 2003, 2005)
  • 96. Reduções da substância cinzenta: Pacientes vs. Controles. Psicopatia comunitária Análise categórica: alterações nas estruturas componentes do “cérebro moral”
  • 97. FPC/OFC medial STS  Correlação (ANCOVA, corrigido para volume cerebral total) com PCL:SV (F1): áreas de redução focal  Córtex frontopolar (FPC), órbito-frontal (OFC) medial e sulco temporal superior (STS) correlacionados (r = 0.62 – 0.68, p<0.005) com a Parte 1 do PCL (frieza emocional, falta de empatia)  Não houve correlação significativa com a Parte 2 (F2, componente comportamental, mais ligado a fatores ambientais) Análise dimensional: Estaria o grau de psicopatia refletido no grau de redução da substância cinzenta?
  • 98. Manipulação da atividade cerebral pode mudar julgamento moral Proceedings of the National Academy of Sciences Massachusetts Institute of Technology (MIT) Junção têmporo-parietal Quando julgamos se uma ação é moralmente certa ou errada, nós nos apoiamos na nossa capacidade de compreender o estado mental da pessoa que a praticou.
  • 99. Estudos Funcionais – PetScan • Assassinos e infratores impulsivos violentos mostram redução do metabolismo da glicose no córtex pré-frontal; • Sugere que esta região age como um “freio de emergência” para emoções desenfreadas geradas por estruturas límbicas; • Corroboram estudos neuropsicológicos, neurológicos e psicofisiológicos, indicando robustez dos achados. Raine, Buchsbaum, LaCasse, Biol. Psychiatry, 1997;42:495-508.
  • 100. E: Pessoa normal faz julgamentos morais, ativam-se as áreas pré-frontais (laranja e roxo), responsáveis pelos aspectos cognitivos - frios e racionais - do julgamento. Também são ativados o hipotálamo (azul), relacionado às emoções básicas, como raiva e medo, e o lobo temporal anterior (vermelho), ligado às emoções morais, tipicamente humanas. D: Psicopata: diminui sensivelmente a ativação das áreas relacionadas tanto às emoções primárias (azul) quanto às morais (vermelho) e aumenta a atividade nas áreas pré-frontais (laranja e roxo), ligadas aos circuitos cognitivos, de razão pura. MAPEAMENTO DAS EMOÇÕES: Indivíduos normais e psicopatas comunitários submetidos ao teste Bateria de Emoções Morais (BEM) e ressonância magnética funcional.
  • 102. De sua própria natureza; Das figuras parentais; Da família; Dos grupos sociais em que vive; Da escola; Da cultura e sociedade com: valores, crenças, normas e práticas. O adolescente e o adulto resultam:
  • 103. Ambiente Social • Processos psicossociais são essenciais; • Influências ambientais no início do desenvolvimento podem alterar diretamente a expressão do gene, por sua vez alterando a estrutura e o funcionamento cerebral e resultando em diferentes comportamentos; • Influências ambientais precoces podem alterar a expressão gênica, o que então origina a cascata de eventos de comportamentos cerebrais;
  • 105. Patrimônio genético Anormalidades estruturais cerebrais Anormalidades Funcionais: •Emocionais •Cognitivas •Comportamentais Predispõem comportamento anti-social Epigenética Fatôres: • Ambientais • Culturais • Sociais • Alimentares • Químicos Ato Fatôres: • Ambientais • Culturais • Sociais • Alimentares • Químicos
  • 106.
  • 107. Resposta ao Estresse Tóxico: Os fatos. Recursos modernos explicam como experiências precoces penetram o corpo e modificam a expressão genética com conseqüências definitivas em órgãos em desenvolvimento, incluindo o cérebro. Experiências precoces podem alterar a expressão genética e afetar definitivamente o desenvolvimento. National Scientific Council on the Developing Child (2010). Early Experiences Can Alter Gene Expression and Affect Long-Term Development Working Paper No. 10. Retrieved from www.developingchild.harvard.edu
  • 108.
  • 109. RNM em Transtornos de Personalidade • Redução 11% substância cinzenta pré-frontal (estrutura); • Redução atividade resposta a estressores sociais (função); • Redução “emoções secundárias”: • Vergonha • Constrangimento • Culpa • Redução da resposta autonômica ao estresse Raine, Cuchsbaum, LaCasse, Biol. Psychiatry. 1997; 42:495-508
  • 110. Estudos Funcionais – PetScan • Assassinos e infratores impulsivos violentos mostram redução do metabolismo da glicose no córtex pré-frontal; • Sugere que esta região age como um “freio de emergência” para emoções desenfreadas geradas por estruturas límbicas; • Corroboram estudos neuropsicológicos, neurológicos e psicofisiológicos, indicando robustez dos achados. Raine, Buchsbaum, LaCasse, Biol. Psychiatry, 1997;42:495-508.
  • 111. Causas da violência: • Genética • Constitucional: – Metabólicas (Leash Nyham), – Químicas – Enzimáticas. • Tóxicas • Doenças Físicas e mentais • Psicológicas – vítimas de violência, afetivas; • Sociais – pobreza e miséria + humilhação + consumo + incapacidades + impotência; • Instrumentais • Culturais – culturas belicosas e culturas pacíficas • Religiosas
  • 112. Nature and Nurture • Biologia não é destino; • É possível modular os fatores de risco neurobiológicos; Liu, J. Am J Psychiatry. 2004;161:2005-13.
  • 113. 1970 British Cohort Study (BCS70) • O 1970 British Cohort Study (BCS70) é um estudo longitudinal multidisciplinar contínuo que tem como sujeitos todos os nascidos na Inglaterra, Escócia e Gales em uma determinada semana de Abril de 1970. Informações sobre o British Cohort Study em: http://www.cls.ioe.ac.uk/studies.asp?section=000100020002
  • 114. Prevenção da Violência • 80% da violência é transgeracional; • É possível prevenir esta violência; • Apego seguro é a “vacina”, • Desenvolvimento da empatia depende de uma base segura e da resiliência; • A privação social dificulta o desenvolvimento da sintonia afetiva.
  • 115. Richard Rhodes/ Dorothy Lewis - EUA • Richard Rhodes - Estudou criminosos e observou que todos falavam sobre sua primeira infância na qual passaram dificuldades, algumas até caóticas, como violência física, sexual e negligência. Dorothy Lewis - Estudou jovens criminosos e chegou à conclusão similar; todos tinham tido uma primeira infância muito carente e problemática.
  • 116. Ruther (Inglaterra), Werner (E.U.), Cyrulnik (França) • Muitos seres humanos conseguem se adaptar à vida apesar de todos os fatores estressantes; • Essa capacidade não é inata, nem mágica e se convencionou chamar de resiliência. • E pode ser adquirida pelas ações de políticas integradas e com significativa participação da comunidade, suas lideranças, organizações culturais e políticas.
  • 117. •A ciência tem comprovado a enorme importância da educação e dos cuidados de qualidade durante os primeiros anos de uma criança para o seu sucesso como cidadão; •O período que vai da gestação até o sexto ano de vida, e particularmente de 0 a 3 anos incluindo o gestacional, são os mais importantes na preparação dos alicerces das competências, habilidades emocionais e cognitivas futuras; •É neste período que a criança aprende, com mais intensidade, a fazer, a se relacionar, a ser, e a desenvolver importantes valores a partir de suas relações na família, na escola e na comunidade. O que diz a ciência?
  • 118. Particularmente do nascimento até os três anos de idade, vive- se um período crucial no qual se forma a maior parte das conexões cerebrais graças à interação do bebê com os estímulos do ambiente; O que as pesquisas informam? Todas as pesquisas, pesquisadores e ciências posteriores ratificam a importância vital destas primeiras interações precoces no desenvolvimento futuro do ser humano; “Pá de cal” sobre as teorias “fixistas” desenvolvidas há mais de 2500 anos, com suas terríveis conseqüências ideológicas, políticas, morais e éticas.
  • 119. Evidências de Convergência: nature + nurture • O homem é um animal imaturo, prematuro e totalmente dependente ao nascer que, através dos mecanismos de apego, epigenética e neuroplasticidade, irá promover a construção e constituição do sujeito e seu ingresso normal ou patológico na cultura; • Ressalta-se neste processo o fundamental papel parental, de seus substitutos e da sociedade na apresentação do mundo, o papel das identificações e do aprendizado no controle e atenuação dos impulsos.
  • 120. Inclinações Construídas • O temperamento de uma pessoa e a forma desta conduzir-se na sociedade não é mais um “destino” inexorável resultante de “traços inatos”, mas dependente de inclinações construídas em um meio ecológico e histórico socialmente determinados principalmente pelo entorno afetivo e valores que cada um de nós encontra em seu meio social.
  • 121. Conclusão • Diferentes paradigmas clínicos da neurociência estão começando a convergir para a mesma conclusão: – Há uma significativa base cerebral no comportamento anti-social, violento, criminoso, transgressor, agressivo; – Estes processos neurocomportamentais são relevantes para entender a violência cotidiana na sociedade contemporânea. Raine, A. Rev. Psiquiatr RS. 2008;30(1):5-8.
  • 122. Informações oriundas de fontes científicas de conhecimento e suas implicações no comportamento do futuro indivíduo, não podem mais ser desprezadas na elaboração de qualquer política pública que vise à redução da violência e à construção da cidadania e de uma cultura de paz sustentada pelo diálogo e na resolução pacífica de conflitos. Contribuições da Ciência
  • 123. •“Quando se trata da saúde mental da criança, a sociedade poderá pagar agora ou irá pagar mais tarde”. •20% das crianças americanas necessitam serviços de saúde mental – US Public Health Services, 2010. •As pesquisas mostram que quando o estado ou os planejadores de políticas públicas investem em educação pré-natal, cuidados para primeira infância de qualidade disponível, desenvolvimento emocional e social precoce, prevenção e tratamento baseado em evidências a sociedade economiza dinheiro em educação especial e despesas com a justiça (adolescentes e adultos) mais tarde. Quem e quando pagar a conta? Donald Wertlieb – Tufts Univesity Society for Research in Child Development
  • 124. Saúde da Criança e Social: Uma “Receita”! • Comida • Proteção • Estimulação • Afeto • Ambiente Seguro • Redução Pobreza • Violência doméstica • Desnutrição • Estresse pré-natal e infantil Sujeito Final Genes Cultura (Ciência Tecnologia) Consumidor Cidadão construtivo Colaborador produtivo
  • 125. Podemos criar este contexto favorável?
  • 126. •É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Constituição Federal – 5/10/1988 Artigo 227
  • 127. Paulo Freire Pedagogia da Indignação Unesp 2000 • “O discurso da impossibilidade da mudança para a melhora do mundo não é o discurso da constatação da impossibilidade, mas o discurso ideológico da inviabilização do possível”.
  • 128. •Crianças com risco para violência crônica: •Como lidar com impulsos; •Negociar disputas; •Ensinou pais a lidar com a raiva e modelos de auto-controle. •Seguidos até vida adulta: •Menos visitas à salas de emergências; •48% redução prisão por violência grave (assassinato e estupro); •52% redução transtornos de conduta. Kenneth A Dodge Center for Child and Family Policy - Duke University
  • 129. É hora dos políticos, governantes, indivíduos e a sociedade como um todo incluírem a ‘compaixão social’ nas suas pautas e agendas de trabalho. “Lugar de Criança é no orçamento”
  • 130.
  • 132. É impossível hoje falar em desenvolvimento de uma nação como o Brasil, sem considerar a importância do cumprimento de políticas públicas voltadas para a promoção de uma infância saudável. O ponto-chave:
  • 133. Instituto Primeira Infância e Cultura de Paz www.zeroaseis.org.br figueiro@zeroaseis.org.br contato@zeroaseis.org.br