SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 53
OFICINA DE ORALIDADE: 
MÉTODOS E TÉCNICAS A PARTIR 
DA HISTÓRIA ORAL 
Profº.Alessandro Euzébio 
aeuzebio@bol.com.br
OFICINA 
ORALIDADE: MÉTODOS E 
TÉCNICAS
Definição 
 A história oral é uma metodologia de pesquisa 
que consiste em registrar, através de entrevistas, 
testemunhos sobre acontecimentos, 
conjunturas, instituições, modos de vida ou 
outros aspectos da história contemporânea.. 
 Seria uma prática de pesquisa para a apreensão 
de narrativas feita com meios eletrônicos 
(gravadores, filmadoras) e destinada à 
elaboração de documentos.
 É um procedimento metodológico que busca 
registrar, através de narrativas induzidas e 
estimuladas, testemunhos, versões e 
interpretações sobre a História em diversos 
aspectos: de vida, social, cultural e outros. 
Privilegia a realização de entrevistas e 
depoimentos com pessoas que participaram de 
processos históricos ou testemunharam 
acontecimentos.
EVOLUÇÃO DE UMA PRÁTICA
Primórdios: tradição oral de sociedades 
africanas e grupos ágrafos. 
A História se constituiu cientificamente a 
partir da crítica da tradição oral e 
do testemunho. 
Século XIX criação da profissão 
acadêmica de historiador: Leopold von 
Ranke, Langlois e Seignobos: primazia 
do documento escrito.
Os testemunhos orais no século XX 
receberam novos sentidos com o surgimento 
dos meios eletrônicos de gravação. 
Os primeiros estudos de história oral 
ocorreram nos E.U.A, os precursores. As 
pesquisas eram da área de Ciência Política e 
concentravam-se na memória dos ex-combatentes 
da 2ª Guerra e de pessoas 
notáveis. Tais estudos não se distanciavam de 
uma história positivista dos heróis.
Paralelamente, desenvolveram-se estudos 
ligados à Antropologia, contemplando grupos 
sociais negligenciados pela outra tendência. 
No México, desde 1956, os arquivos sonoros 
do Departamento de Antropologia registravam 
as recordações dos chefes da Revolução 
Mexicana. 
Na Itália, sociólogos e antropólogos utilizaram 
a pesquisa oral para reconstituir a cultura 
popular.
Anos 60 - desenvolve-se uma concepção associada à 
perspectiva da história vista de baixo, que dá voz às 
minorias e grupos marginalizados 
Anos 70 - a história oral passa a ser considerada uma 
nova metodologia para a pesquisa histórica. Surgem 
associações, revistas, projetos e institutos dedicados a 
história oral em vários países. 
Anos 80 – período que promoveu reflexões 
epistemológicas e metodológicas. Na França e na 
Itália se tornou um meio eficiente para motivar os 
alunos de história.
Anos 90 - Muitos estudos passaram a privilegiar 
a questão da subjetividade dos sujeitos. O Fim 
da Guerra Fria propiciou à pesquisa oral as 
condições de liberdade necessárias e novos 
campos de estudos. 
As câmeras filmadoras permitiram a 
multiplicação dos videogramas, que 
complementaram ou mesmo substituíram os 
fonogramas.
Da influência da Escola 
francesa dos Annales 
Não se pode separar o 
progresso da história oral 
Do restabelecimento 
/desenvolvimento da 
democracia
ORALIDADE NO BRASIL
Em 1975 criou-se na Fundação Getúlio Vargas o 
primeiro programa de história oral destinado a 
colher depoimentos de líderes políticos. 
Criação do CPDOC - Centro de Pesquisa e 
Documentação de História Contem_ porânea do 
Brasil. 
Influência da Ciência Política – intenção de criar 
um arquivo de documentos orais sobre a história 
política brasileira.
Maior emprego da História Oral no início dos 
anos 80, período da abertura política 
brasileira, o que marca a História Oral com um 
caráter democrático. 
São produzidos estudos a partir de entrevistas 
de exilados que retornavam ao país após a 
Anistia.
A partir dos anos 1990, o movimento em 
torno da história oral cresceu muito. Em 1994, 
foi criada a Associação Brasileira de História 
Oral, que congrega membros de todas as 
regiões do país, reúne-se periodicamente em 
encontros regionais e nacionais, e edita 
revistas e boletins. 
Em 1996, foi criada a Associação Internacioal 
de História, que realiza congressos bianuais.
Relação: 
HISTÓRIA LOCAL 
E HISTÓRIA ORAL
Especificidades, contribuições, 
limites.
Especificidades 
A fonte oral é singular e não se presta a 
generalizações. 
Contribui para relativizar conceitos e 
pressupostos que tendem a universalizar e 
a generalizar as experiências humanas. 
São visões particulares dos processos 
coletivos. As narrativas possuem 
dimensões individuais e coletivas.
Duas temporalidades: época do acontecido e da 
narração sobre o acontecido. 
Predomínio da subjetividade: entendida como o 
espaço íntimo do individuo com o qual ele se 
relaciona com o mundo social, resultando tanto em 
marcas singulares na sua formação quanto na 
construção de crenças e valores compartilhados na 
dimensão cultural que vão constituir a experiência 
histórica e coletiva dos grupos. A subjetividade é o 
mundo interno do ser humano. Este mundo interno é 
composto por emoções, sentimentos e 
pensamentos.
Importância do registro subjetivo 
O modo como as pessoas olham para a sua 
vida. O modo como falam dela, a ordenação 
que lhe dão, aquilo que enfatizam, aquilo de 
que não falam, as palavras que escolhem, são 
importantes na compreensão de qualquer 
entrevista.
As potencialidades metodológicas 
e cognitivas da fonte oral 
Recuperar memórias locais, 
comunitárias, étnicas, de gênero, entre 
outras, sob diferentes óticas e versões. 
Recuperar informações sobre 
acontecimentos e processos que não se 
encontram registrados em outros tipos 
de documentos.
Contemplar o registro de visões de 
personagens ou testemunhas da 
história, invisibilizados pela história 
oficial. 
Apresentar revisões através de novas 
versões e interpretações sobre 
determinado assunto ou tema.
Limites da História Oral 
Aplicabilidade do método somente às 
épocas contemporâneas, à história do 
tempo presente; 
Predomínio da subjetividade; 
Possível influência, mesmo que 
involuntária, do transcritor da entrevista; 
Influência da conjuntura sobre o 
documento produzido.
Tipos de entrevista 
História oral de vida – relatos dos sujeitos acerca da 
própria existência, pelos quais se pode conhecer suas 
relações com seu grupo, profissão, classe e sociedade 
em que vivem. Caracteriza-se por depoimentos 
prolongados, orientados por roteiros mais abertos, que 
objetivam reconstituir a trajetória de vida de 
determinado sujeito. 
São 3 tipos: 
Depoimento biográfico único, 
Pesquisa biográfica múltipla, 
Pesquisa biográfica complementar.
Entrevistas temáticas 
São entrevistas que se referem a experiências ou 
processos específicos vividos ou testemunhados 
pelos entrevistados. São conduzidas a partir de um 
tema específico produzindo informações e dados 
mais delimitados. 
Ex: O imaginário sobre Getúlio Vargas; Memórias 
sobre a repressão política; O Holocausto; A 
explosão da bomba atômica em Hiroshima; A 
participação dos pracinhas na Segunda Guerra, 
etc.
Oralidade 
Etapas e Procedimentos
Preparar um projeto/pesquisa 
Escolher um tema / definir objeto de estudo. 
Contato com entrevistas já feitas. 
Decidir quem será entrevistado (estipular 
critérios). 
Estabelecer contatos preliminares com os 
entrevistados para explicar a intenção do 
projeto.
Conseguir equipamento para gravação, 
aprender a manuseá-lo; 
Preparar roteiro de perguntas; 
Conhecer o assunto pesquisado para o bom 
andamento da entrevista. História oral e 
pesquisa documental caminham juntas. 
Levar material de apoio para auxiliar o 
entrevistado a rememorar.
No momento da entrevista 
Registrar, no início da entrevista, para o 
gravador, os seguintes dados: data, nome do 
entrevistador, nome do depoente, local, tema, 
tipo do gravador. 
Manter-se neutro, evitar demonstrações de 
espanto, discordância, etc. 
Ser flexível para rever roteiros. 
Respeitar as idiossincrasias e as características 
da personalidade dos sujeitos.
Considerar os imaginários, os limites, as 
identidades, as diferenças que caracterizam 
aquele sujeito ou grupo social. 
Não interromper o entrevistado e respeitar os 
momentos de emoção, silêncio e esquecimento; 
Evitar perguntas longas e indiretas, formular 
perguntas que provoquem respostas. 
Produzir imagens do encontro.
Recomenda-se que as entrevistas sejam 
realizadas por 2 pesquisadores: 
O primeiro conduzirá o depoimento, 
formulando questões 
O segundo ficará responsável pelas atividades 
de apoio, tais como controle do gravador, 
registro de informações significativas no 
caderno de campo.
Caderno de campo 
Necessário para anotações 
complementares: afirmações não-gravadas 
mais significativas ou de foro 
confidencial, bem como os gestos e as 
expressões, os silêncios e as hesitações, 
as insistências e as repetições, o tom 
peremptório ou evasivo.
Carta de Cessão 
Ao término de uma entrevista é necessário 
apresentar ao entrevistado, para sua 
anuência, uma carta de cessão, que deve ser 
clara e fazer referência às diferentes 
possibilidades de utilização e socialização da 
entrevista. É um documento imprescindível 
para a divulgação e uso da entrevista.
As tarefas podem ser divididas de acordo com 
as aptidões de cada um: 
Tirar fotos, 
Fazer gravações 
Elaborar questões 
Entrevistar 
Escrever no caderno de campo 
Transcrição / Tratamento do material 
gravado
Processamento e análise das entrevistas
Transcrição 
Transposição: código oral escrito 
Versão escrita dos depoimentos, buscando 
reproduzir com fidelidade, tudo o que foi 
dito, sem cortes nem acréscimos.
Passagens pouco claras: colchetes [ ] 
Dúvidas, silêncios e hesitações: reticências 
(...) 
Risos: identificados em parênteses (risos) 
Negrito: para palavras e frases com forte 
entonação; 
Atenção com a pontuação (.,;!?), procurando 
não alterar o sentido das palavras ou frases.
Análise das entrevistas 
Através dos depoimentos é possível: 
Agrupar entrevistas com aproximação 
• temática. 
Construir evidências 
Estabelecer correlações, comparar versões 
Analisar narrativas a partir dos temas 
• definidos anteriormente, fazendo a 
• interlocução com os materiais estudados. 
•
Mediação 
Nessa etapa final serão apresentados os 
resultados e a sistematização final, levantando 
os pontos em comum e as diferenças 
encontradas nas entrevistas. 
O professor assumirá o papel de mediador, 
apontando o que achou interessante, 
perguntando o que os alunos consideraram 
relevante, discutindo com a turma o que se 
aprendeu, as dificuldades encontradas, etc.
Finalização e devolução 
Promover a integração entre a escola e a 
comunidade que gerou o trabalho por meio de 
um produto histórico – um folder, um texto, 
uma exposição, uma palestra, dando acesso 
público aos resultados do trabalho. A 
finalização do projeto pode acontecer em um 
seminário ou feira. Assim a história oral pode 
ser aliada na valorização das histórias e dos 
saberes locais. 
•
Resgata experiências individuais e coletivas, 
fazendo o aluno vê-las como constitutivas de 
uma realidade histórica mais ampla. 
Facilita a percepção de continuidades, 
mudanças, conflitos e permanências; 
Produz um conhecimento que contribui para a 
construção da consciência histórica.
Gera atitudes investigativas. Alunos e 
professores deixam de ser reprodutores do 
conhecimento histórico para assumirem juntos 
o papel de pesquisadores. 
Pode ser instrumento para construção de uma 
história mais plural, menos homogênea, que não 
silencie a multiplicidade de vozes dos diferentes 
sujeitos da História;
Interdisciplinariedade 
A história oral pode estar presente nos estudos 
de outras disciplinas. Há possibilidades de 
trabalho com: 
 Ciências Sociais: análises sociais e 
antropológicas. 
Arte: Registros fotográficos e desenhos. 
Geografia: Estudo de espaços, mapas, 
localidades; 
Matemática:Tabulação de dados, cálculos, 
estatísticas. 
Português: produção de textos, narrativas
ANÁLISE DE TRECHOS DE FILME: 
Narradores de Javé 
Drama, Brasil, 2003, 100 min. Diretora: Eliane Caffé.
Javé é uma localidade fictícia, no sertão 
nordestino, que está prestes a ser inundada 
pela construção de uma hidrelétrica. Para 
alterar a direção dos acontecimentos, seus 
poucos moradores resolvem escrever a história 
da cidade, com o objetivo de transformá-la em 
patrimônio histórico e preservá-la. Com a 
necessidade de escrever um documento 
"científico", Biá inicia suas entrevistas com 
alguns moradores antigos, tentando reescrever 
a história de Vale de Javé.
O problema é que as histórias (são 5 versões 
diferentes) sobre os personagens se 
contradizem e o "escrevinhador" se vê diante 
da difícil tarefa de reunir, a partir das versões 
escutadas, uma única história e registrá-la na 
forma de “documento científico”. Ao longo de 
todo o filme, a diretora aborda a questão da 
história oficial e os excluídos dessa história, 
estabelecendo uma relação entre a oralidade e 
a escrita.
Trecho 1 - Narradores de Javé - Escrita da 
história 
Nesse trecho, Antonio Biá anota a história sobre 
o herói Indalécio e ao escrever o texto sugere ao 
narrador algumas adaptações ao fato. Fragmento 
relevante para identificar a distância entre a fala 
e a escrita na perspectiva da história oral.
Trecho 2 - Narradores de Javé - Questão de 
gênero 
Nesse trecho, o escrivão Biá escuta, sem muito 
interesse, a versão relatada por uma mulher do 
povoado. Nesta versão da história da fundação de 
Javé, a grande heroína é Maria Dina.
Trecho 3 - Narradores de Javé - Oxum 
Na versão de um morador negro do povoado de 
Javé, o herói seria um líder africano chamado 
Indalêo e não Indaleu. Nesta história, surge a 
oralidade da memória como praticada por 
culturas milenares. O narrador canta a história 
em seu dialeto africano.
Rompendo o silêncio 
Série de 5 Documentários, EUA, 
2001, 280 min. Produção: 
Steven Spielberg.
Projeto de registro audiovisual de depoimentos 
da Shoah realizado por Steven Spielberg. 
Rompendo o silêncio retrata os horrores do 
Holocausto sob o ponto de vista de quem o 
vivenciou de perto. 
O Holocausto é o tema da segunda guerra que 
suscita cada vez mais pesquisas orais, não só 
gravadas mas filmadas. 
Outras obras sobre o tema: 
 Silêncio da memória – Nicole Lapider 
 O universo dos campos de concentração – Michael 
Pollack 
 Shoah – Claude Lanzmann
Vídeo - Programa do Globo Universidade: 
Pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, no Rio, 
estudam o movimento negro através dos relatos dos 
integrantes 
História Oral 
Programa televisivo, Brasil, 2010, 24 min.
Alessandro Euzébio 
Mestrando em Educação pela UNINOVE 
Especialista em Identidade, Cultura, Políticas Sociais e Serviço Social 
Especialista em Educação no Ensino Superior 
aeuzebio@bol.com.br

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização
3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização
3º ano - Ditadura Militar e RedemocratizaçãoDaniel Alves Bronstrup
 
História, memória, patrimônio e identidade
História, memória, patrimônio e identidadeHistória, memória, patrimônio e identidade
História, memória, patrimônio e identidadeViegas Fernandes da Costa
 
Povoamento da américa
Povoamento da américaPovoamento da américa
Povoamento da américaZé Knust
 
1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à históriaDaniel Alves Bronstrup
 
A Reforma Protestante - 7º ANO (2017)
A Reforma Protestante - 7º ANO (2017)A Reforma Protestante - 7º ANO (2017)
A Reforma Protestante - 7º ANO (2017)Nefer19
 
História 6º ano
História 6º anoHistória 6º ano
História 6º anoEloy Souza
 
Plano de aula - Brasil Colonial.
Plano de aula -  Brasil Colonial.Plano de aula -  Brasil Colonial.
Plano de aula - Brasil Colonial.PIBID HISTÓRIA
 
7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slideErica Frau
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaValeria Santos
 
Mesopotâmia - 6º Ano (2018)
Mesopotâmia - 6º Ano (2018)Mesopotâmia - 6º Ano (2018)
Mesopotâmia - 6º Ano (2018)Nefer19
 
Racionalismo e Empirismo
Racionalismo e EmpirismoRacionalismo e Empirismo
Racionalismo e Empirismolipexleal
 

Was ist angesagt? (20)

3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização
3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização
3º ano - Ditadura Militar e Redemocratização
 
O que é historia
O que é historiaO que é historia
O que é historia
 
História, memória, patrimônio e identidade
História, memória, patrimônio e identidadeHistória, memória, patrimônio e identidade
História, memória, patrimônio e identidade
 
01 - O que é Sociologia
01 - O que é Sociologia01 - O que é Sociologia
01 - O que é Sociologia
 
Pré História
Pré   História Pré   História
Pré História
 
Indígenas na américa
Indígenas na américaIndígenas na américa
Indígenas na américa
 
Povoamento da américa
Povoamento da américaPovoamento da américa
Povoamento da américa
 
1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história1° ano - E.M. - Introdução à história
1° ano - E.M. - Introdução à história
 
A Reforma Protestante - 7º ANO (2017)
A Reforma Protestante - 7º ANO (2017)A Reforma Protestante - 7º ANO (2017)
A Reforma Protestante - 7º ANO (2017)
 
A Escravidão no Brasil colonial
A Escravidão no Brasil colonialA Escravidão no Brasil colonial
A Escravidão no Brasil colonial
 
História 6º ano
História 6º anoHistória 6º ano
História 6º ano
 
Plano de aula - Brasil Colonial.
Plano de aula -  Brasil Colonial.Plano de aula -  Brasil Colonial.
Plano de aula - Brasil Colonial.
 
Tempo e história
Tempo e históriaTempo e história
Tempo e história
 
7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide7 positivismo comte slide
7 positivismo comte slide
 
Sociologia - Religião
Sociologia - ReligiãoSociologia - Religião
Sociologia - Religião
 
O que é Filosofia?
O que é Filosofia?O que é Filosofia?
O que é Filosofia?
 
História e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígenaHistória e cultura afro brasileira e indígena
História e cultura afro brasileira e indígena
 
Mesopotâmia - 6º Ano (2018)
Mesopotâmia - 6º Ano (2018)Mesopotâmia - 6º Ano (2018)
Mesopotâmia - 6º Ano (2018)
 
Racionalismo e Empirismo
Racionalismo e EmpirismoRacionalismo e Empirismo
Racionalismo e Empirismo
 
Período regencial
Período regencialPeríodo regencial
Período regencial
 

Ähnlich wie História oral métodos técnicas

Pnaic unidade 5 gêneros reformulado - sevane
Pnaic unidade 5  gêneros reformulado - sevanePnaic unidade 5  gêneros reformulado - sevane
Pnaic unidade 5 gêneros reformulado - sevanetlfleite
 
AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING S...
AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING S...AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING S...
AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING S...Carlos Rocha
 
MéTodo Da HistóRia Da HistóRia Positivista Do MéTodo Da Nova HistóRia
MéTodo Da HistóRia Da HistóRia Positivista Do MéTodo Da Nova HistóRiaMéTodo Da HistóRia Da HistóRia Positivista Do MéTodo Da Nova HistóRia
MéTodo Da HistóRia Da HistóRia Positivista Do MéTodo Da Nova HistóRiamicaze1976
 
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...ssuser47aa16
 
Etnografia e Marketing por Paulo Abdala
Etnografia e Marketing por Paulo AbdalaEtnografia e Marketing por Paulo Abdala
Etnografia e Marketing por Paulo Abdalaespiral 3C
 
Grupo 06 generos textuais grupo 06
Grupo 06 generos textuais  grupo 06Grupo 06 generos textuais  grupo 06
Grupo 06 generos textuais grupo 06silvia-9616
 
O discurso do alcoolismo na música de forró eletrônico
O discurso do alcoolismo na música de forró eletrônicoO discurso do alcoolismo na música de forró eletrônico
O discurso do alcoolismo na música de forró eletrônicoJeanrodrgues
 
Actividade 3 trabalho individual
Actividade 3  trabalho individualActividade 3  trabalho individual
Actividade 3 trabalho individualguest04a61a49
 
Seminário – método qualitativo
Seminário – método qualitativoSeminário – método qualitativo
Seminário – método qualitativoProcambiental
 
História Oral | "Ouvi dizer popular?
História Oral | "Ouvi dizer popular?História Oral | "Ouvi dizer popular?
História Oral | "Ouvi dizer popular?SoproLeve
 

Ähnlich wie História oral métodos técnicas (20)

44 artigos-moraesaaa
44 artigos-moraesaaa44 artigos-moraesaaa
44 artigos-moraesaaa
 
Pnaic unidade 5 gêneros reformulado - sevane
Pnaic unidade 5  gêneros reformulado - sevanePnaic unidade 5  gêneros reformulado - sevane
Pnaic unidade 5 gêneros reformulado - sevane
 
slide ho.pdf
slide ho.pdfslide ho.pdf
slide ho.pdf
 
AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING S...
AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING S...AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING S...
AS ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS NA EDITORIA POLÍTICA NACIONAL DA REVISTA ROLLING S...
 
Programa de antropologia
Programa de antropologiaPrograma de antropologia
Programa de antropologia
 
MéTodo Da HistóRia Da HistóRia Positivista Do MéTodo Da Nova HistóRia
MéTodo Da HistóRia Da HistóRia Positivista Do MéTodo Da Nova HistóRiaMéTodo Da HistóRia Da HistóRia Positivista Do MéTodo Da Nova HistóRia
MéTodo Da HistóRia Da HistóRia Positivista Do MéTodo Da Nova HistóRia
 
Gêneros Textuais.ppt
Gêneros Textuais.pptGêneros Textuais.ppt
Gêneros Textuais.ppt
 
Gêneros Textuais.ppt
Gêneros Textuais.pptGêneros Textuais.ppt
Gêneros Textuais.ppt
 
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...
dokumen.pub_do-signo-ao-discurso-introduao-a-filosofia-da-linguagem-978858845...
 
Aula de introdução aos estudos Históricos
Aula de introdução aos estudos Históricos  Aula de introdução aos estudos Históricos
Aula de introdução aos estudos Históricos
 
Etnografia e Marketing por Paulo Abdala
Etnografia e Marketing por Paulo AbdalaEtnografia e Marketing por Paulo Abdala
Etnografia e Marketing por Paulo Abdala
 
Historia dos estudos_linguisticos
Historia dos estudos_linguisticosHistoria dos estudos_linguisticos
Historia dos estudos_linguisticos
 
Entrevista
EntrevistaEntrevista
Entrevista
 
Grupo 06 generos textuais grupo 06
Grupo 06 generos textuais  grupo 06Grupo 06 generos textuais  grupo 06
Grupo 06 generos textuais grupo 06
 
O discurso do alcoolismo na música de forró eletrônico
O discurso do alcoolismo na música de forró eletrônicoO discurso do alcoolismo na música de forró eletrônico
O discurso do alcoolismo na música de forró eletrônico
 
Actividade 3 trabalho individual
Actividade 3  trabalho individualActividade 3  trabalho individual
Actividade 3 trabalho individual
 
Seminário – método qualitativo
Seminário – método qualitativoSeminário – método qualitativo
Seminário – método qualitativo
 
História Oral | "Ouvi dizer popular?
História Oral | "Ouvi dizer popular?História Oral | "Ouvi dizer popular?
História Oral | "Ouvi dizer popular?
 
Discurso - Foucault.pptx
Discurso - Foucault.pptxDiscurso - Foucault.pptx
Discurso - Foucault.pptx
 
Actividade 3 hist
Actividade 3 histActividade 3 hist
Actividade 3 hist
 

Kürzlich hochgeladen

Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A  galinha ruiva sequencia didatica 3 anoA  galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A galinha ruiva sequencia didatica 3 anoandrealeitetorres
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxBiancaNogueira42
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfAnaGonalves804156
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasRicardo Diniz campos
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoMary Alvarenga
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Susana Stoffel
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfaulasgege
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A  galinha ruiva sequencia didatica 3 anoA  galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
A galinha ruiva sequencia didatica 3 ano
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptxAula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
Aula 13 8º Ano Cap.04 Revolução Francesa.pptx
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdfPPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
PPT _ Módulo 3_Direito Comercial_2023_2024.pdf
 
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecasMesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
Mesoamérica.Astecas,inca,maias , olmecas
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu AbrigoAtividade com a letra da música Meu Abrigo
Atividade com a letra da música Meu Abrigo
 
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
Família de palavras.ppt com exemplos e exercícios interativos.
 
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdfCultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
Cultura e Sociedade - Texto de Apoio.pdf
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 

História oral métodos técnicas

  • 1. OFICINA DE ORALIDADE: MÉTODOS E TÉCNICAS A PARTIR DA HISTÓRIA ORAL Profº.Alessandro Euzébio aeuzebio@bol.com.br
  • 3. Definição  A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em registrar, através de entrevistas, testemunhos sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea..  Seria uma prática de pesquisa para a apreensão de narrativas feita com meios eletrônicos (gravadores, filmadoras) e destinada à elaboração de documentos.
  • 4.  É um procedimento metodológico que busca registrar, através de narrativas induzidas e estimuladas, testemunhos, versões e interpretações sobre a História em diversos aspectos: de vida, social, cultural e outros. Privilegia a realização de entrevistas e depoimentos com pessoas que participaram de processos históricos ou testemunharam acontecimentos.
  • 5. EVOLUÇÃO DE UMA PRÁTICA
  • 6. Primórdios: tradição oral de sociedades africanas e grupos ágrafos. A História se constituiu cientificamente a partir da crítica da tradição oral e do testemunho. Século XIX criação da profissão acadêmica de historiador: Leopold von Ranke, Langlois e Seignobos: primazia do documento escrito.
  • 7. Os testemunhos orais no século XX receberam novos sentidos com o surgimento dos meios eletrônicos de gravação. Os primeiros estudos de história oral ocorreram nos E.U.A, os precursores. As pesquisas eram da área de Ciência Política e concentravam-se na memória dos ex-combatentes da 2ª Guerra e de pessoas notáveis. Tais estudos não se distanciavam de uma história positivista dos heróis.
  • 8. Paralelamente, desenvolveram-se estudos ligados à Antropologia, contemplando grupos sociais negligenciados pela outra tendência. No México, desde 1956, os arquivos sonoros do Departamento de Antropologia registravam as recordações dos chefes da Revolução Mexicana. Na Itália, sociólogos e antropólogos utilizaram a pesquisa oral para reconstituir a cultura popular.
  • 9. Anos 60 - desenvolve-se uma concepção associada à perspectiva da história vista de baixo, que dá voz às minorias e grupos marginalizados Anos 70 - a história oral passa a ser considerada uma nova metodologia para a pesquisa histórica. Surgem associações, revistas, projetos e institutos dedicados a história oral em vários países. Anos 80 – período que promoveu reflexões epistemológicas e metodológicas. Na França e na Itália se tornou um meio eficiente para motivar os alunos de história.
  • 10. Anos 90 - Muitos estudos passaram a privilegiar a questão da subjetividade dos sujeitos. O Fim da Guerra Fria propiciou à pesquisa oral as condições de liberdade necessárias e novos campos de estudos. As câmeras filmadoras permitiram a multiplicação dos videogramas, que complementaram ou mesmo substituíram os fonogramas.
  • 11. Da influência da Escola francesa dos Annales Não se pode separar o progresso da história oral Do restabelecimento /desenvolvimento da democracia
  • 13. Em 1975 criou-se na Fundação Getúlio Vargas o primeiro programa de história oral destinado a colher depoimentos de líderes políticos. Criação do CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contem_ porânea do Brasil. Influência da Ciência Política – intenção de criar um arquivo de documentos orais sobre a história política brasileira.
  • 14. Maior emprego da História Oral no início dos anos 80, período da abertura política brasileira, o que marca a História Oral com um caráter democrático. São produzidos estudos a partir de entrevistas de exilados que retornavam ao país após a Anistia.
  • 15. A partir dos anos 1990, o movimento em torno da história oral cresceu muito. Em 1994, foi criada a Associação Brasileira de História Oral, que congrega membros de todas as regiões do país, reúne-se periodicamente em encontros regionais e nacionais, e edita revistas e boletins. Em 1996, foi criada a Associação Internacioal de História, que realiza congressos bianuais.
  • 16. Relação: HISTÓRIA LOCAL E HISTÓRIA ORAL
  • 18. Especificidades A fonte oral é singular e não se presta a generalizações. Contribui para relativizar conceitos e pressupostos que tendem a universalizar e a generalizar as experiências humanas. São visões particulares dos processos coletivos. As narrativas possuem dimensões individuais e coletivas.
  • 19. Duas temporalidades: época do acontecido e da narração sobre o acontecido. Predomínio da subjetividade: entendida como o espaço íntimo do individuo com o qual ele se relaciona com o mundo social, resultando tanto em marcas singulares na sua formação quanto na construção de crenças e valores compartilhados na dimensão cultural que vão constituir a experiência histórica e coletiva dos grupos. A subjetividade é o mundo interno do ser humano. Este mundo interno é composto por emoções, sentimentos e pensamentos.
  • 20. Importância do registro subjetivo O modo como as pessoas olham para a sua vida. O modo como falam dela, a ordenação que lhe dão, aquilo que enfatizam, aquilo de que não falam, as palavras que escolhem, são importantes na compreensão de qualquer entrevista.
  • 21. As potencialidades metodológicas e cognitivas da fonte oral Recuperar memórias locais, comunitárias, étnicas, de gênero, entre outras, sob diferentes óticas e versões. Recuperar informações sobre acontecimentos e processos que não se encontram registrados em outros tipos de documentos.
  • 22. Contemplar o registro de visões de personagens ou testemunhas da história, invisibilizados pela história oficial. Apresentar revisões através de novas versões e interpretações sobre determinado assunto ou tema.
  • 23. Limites da História Oral Aplicabilidade do método somente às épocas contemporâneas, à história do tempo presente; Predomínio da subjetividade; Possível influência, mesmo que involuntária, do transcritor da entrevista; Influência da conjuntura sobre o documento produzido.
  • 24. Tipos de entrevista História oral de vida – relatos dos sujeitos acerca da própria existência, pelos quais se pode conhecer suas relações com seu grupo, profissão, classe e sociedade em que vivem. Caracteriza-se por depoimentos prolongados, orientados por roteiros mais abertos, que objetivam reconstituir a trajetória de vida de determinado sujeito. São 3 tipos: Depoimento biográfico único, Pesquisa biográfica múltipla, Pesquisa biográfica complementar.
  • 25. Entrevistas temáticas São entrevistas que se referem a experiências ou processos específicos vividos ou testemunhados pelos entrevistados. São conduzidas a partir de um tema específico produzindo informações e dados mais delimitados. Ex: O imaginário sobre Getúlio Vargas; Memórias sobre a repressão política; O Holocausto; A explosão da bomba atômica em Hiroshima; A participação dos pracinhas na Segunda Guerra, etc.
  • 26. Oralidade Etapas e Procedimentos
  • 27. Preparar um projeto/pesquisa Escolher um tema / definir objeto de estudo. Contato com entrevistas já feitas. Decidir quem será entrevistado (estipular critérios). Estabelecer contatos preliminares com os entrevistados para explicar a intenção do projeto.
  • 28. Conseguir equipamento para gravação, aprender a manuseá-lo; Preparar roteiro de perguntas; Conhecer o assunto pesquisado para o bom andamento da entrevista. História oral e pesquisa documental caminham juntas. Levar material de apoio para auxiliar o entrevistado a rememorar.
  • 29. No momento da entrevista Registrar, no início da entrevista, para o gravador, os seguintes dados: data, nome do entrevistador, nome do depoente, local, tema, tipo do gravador. Manter-se neutro, evitar demonstrações de espanto, discordância, etc. Ser flexível para rever roteiros. Respeitar as idiossincrasias e as características da personalidade dos sujeitos.
  • 30. Considerar os imaginários, os limites, as identidades, as diferenças que caracterizam aquele sujeito ou grupo social. Não interromper o entrevistado e respeitar os momentos de emoção, silêncio e esquecimento; Evitar perguntas longas e indiretas, formular perguntas que provoquem respostas. Produzir imagens do encontro.
  • 31. Recomenda-se que as entrevistas sejam realizadas por 2 pesquisadores: O primeiro conduzirá o depoimento, formulando questões O segundo ficará responsável pelas atividades de apoio, tais como controle do gravador, registro de informações significativas no caderno de campo.
  • 32. Caderno de campo Necessário para anotações complementares: afirmações não-gravadas mais significativas ou de foro confidencial, bem como os gestos e as expressões, os silêncios e as hesitações, as insistências e as repetições, o tom peremptório ou evasivo.
  • 33. Carta de Cessão Ao término de uma entrevista é necessário apresentar ao entrevistado, para sua anuência, uma carta de cessão, que deve ser clara e fazer referência às diferentes possibilidades de utilização e socialização da entrevista. É um documento imprescindível para a divulgação e uso da entrevista.
  • 34. As tarefas podem ser divididas de acordo com as aptidões de cada um: Tirar fotos, Fazer gravações Elaborar questões Entrevistar Escrever no caderno de campo Transcrição / Tratamento do material gravado
  • 35. Processamento e análise das entrevistas
  • 36. Transcrição Transposição: código oral escrito Versão escrita dos depoimentos, buscando reproduzir com fidelidade, tudo o que foi dito, sem cortes nem acréscimos.
  • 37. Passagens pouco claras: colchetes [ ] Dúvidas, silêncios e hesitações: reticências (...) Risos: identificados em parênteses (risos) Negrito: para palavras e frases com forte entonação; Atenção com a pontuação (.,;!?), procurando não alterar o sentido das palavras ou frases.
  • 38. Análise das entrevistas Através dos depoimentos é possível: Agrupar entrevistas com aproximação • temática. Construir evidências Estabelecer correlações, comparar versões Analisar narrativas a partir dos temas • definidos anteriormente, fazendo a • interlocução com os materiais estudados. •
  • 39. Mediação Nessa etapa final serão apresentados os resultados e a sistematização final, levantando os pontos em comum e as diferenças encontradas nas entrevistas. O professor assumirá o papel de mediador, apontando o que achou interessante, perguntando o que os alunos consideraram relevante, discutindo com a turma o que se aprendeu, as dificuldades encontradas, etc.
  • 40. Finalização e devolução Promover a integração entre a escola e a comunidade que gerou o trabalho por meio de um produto histórico – um folder, um texto, uma exposição, uma palestra, dando acesso público aos resultados do trabalho. A finalização do projeto pode acontecer em um seminário ou feira. Assim a história oral pode ser aliada na valorização das histórias e dos saberes locais. •
  • 41. Resgata experiências individuais e coletivas, fazendo o aluno vê-las como constitutivas de uma realidade histórica mais ampla. Facilita a percepção de continuidades, mudanças, conflitos e permanências; Produz um conhecimento que contribui para a construção da consciência histórica.
  • 42. Gera atitudes investigativas. Alunos e professores deixam de ser reprodutores do conhecimento histórico para assumirem juntos o papel de pesquisadores. Pode ser instrumento para construção de uma história mais plural, menos homogênea, que não silencie a multiplicidade de vozes dos diferentes sujeitos da História;
  • 43. Interdisciplinariedade A história oral pode estar presente nos estudos de outras disciplinas. Há possibilidades de trabalho com:  Ciências Sociais: análises sociais e antropológicas. Arte: Registros fotográficos e desenhos. Geografia: Estudo de espaços, mapas, localidades; Matemática:Tabulação de dados, cálculos, estatísticas. Português: produção de textos, narrativas
  • 44. ANÁLISE DE TRECHOS DE FILME: Narradores de Javé Drama, Brasil, 2003, 100 min. Diretora: Eliane Caffé.
  • 45. Javé é uma localidade fictícia, no sertão nordestino, que está prestes a ser inundada pela construção de uma hidrelétrica. Para alterar a direção dos acontecimentos, seus poucos moradores resolvem escrever a história da cidade, com o objetivo de transformá-la em patrimônio histórico e preservá-la. Com a necessidade de escrever um documento "científico", Biá inicia suas entrevistas com alguns moradores antigos, tentando reescrever a história de Vale de Javé.
  • 46. O problema é que as histórias (são 5 versões diferentes) sobre os personagens se contradizem e o "escrevinhador" se vê diante da difícil tarefa de reunir, a partir das versões escutadas, uma única história e registrá-la na forma de “documento científico”. Ao longo de todo o filme, a diretora aborda a questão da história oficial e os excluídos dessa história, estabelecendo uma relação entre a oralidade e a escrita.
  • 47. Trecho 1 - Narradores de Javé - Escrita da história Nesse trecho, Antonio Biá anota a história sobre o herói Indalécio e ao escrever o texto sugere ao narrador algumas adaptações ao fato. Fragmento relevante para identificar a distância entre a fala e a escrita na perspectiva da história oral.
  • 48. Trecho 2 - Narradores de Javé - Questão de gênero Nesse trecho, o escrivão Biá escuta, sem muito interesse, a versão relatada por uma mulher do povoado. Nesta versão da história da fundação de Javé, a grande heroína é Maria Dina.
  • 49. Trecho 3 - Narradores de Javé - Oxum Na versão de um morador negro do povoado de Javé, o herói seria um líder africano chamado Indalêo e não Indaleu. Nesta história, surge a oralidade da memória como praticada por culturas milenares. O narrador canta a história em seu dialeto africano.
  • 50. Rompendo o silêncio Série de 5 Documentários, EUA, 2001, 280 min. Produção: Steven Spielberg.
  • 51. Projeto de registro audiovisual de depoimentos da Shoah realizado por Steven Spielberg. Rompendo o silêncio retrata os horrores do Holocausto sob o ponto de vista de quem o vivenciou de perto. O Holocausto é o tema da segunda guerra que suscita cada vez mais pesquisas orais, não só gravadas mas filmadas. Outras obras sobre o tema:  Silêncio da memória – Nicole Lapider  O universo dos campos de concentração – Michael Pollack  Shoah – Claude Lanzmann
  • 52. Vídeo - Programa do Globo Universidade: Pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, no Rio, estudam o movimento negro através dos relatos dos integrantes História Oral Programa televisivo, Brasil, 2010, 24 min.
  • 53. Alessandro Euzébio Mestrando em Educação pela UNINOVE Especialista em Identidade, Cultura, Políticas Sociais e Serviço Social Especialista em Educação no Ensino Superior aeuzebio@bol.com.br