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Farmacêutico para quê?
AOS FARMACÊUTICOS, MÉDICOS, E DEMAIS PESSOAS QUE SE
ENVOLVEM COM A SAÚDE NO BRASIL.
Chega a ser estranho escrever sobre este assunto em dias em que a modernidade e a
tecnologia imperam na sociedade. Porém, como profissional da saúde na área de
ciências farmacêuticas, a sensação diária de descontentamento por parte dos colegas de
profissão é tão ampla que quase se torna contagiosa.
De maneira alguma questiono a opinião dos meus colegas de profissão, mas sim a torno
pública, para que a população em geral, fique ciente da até então, ofuscada situação da
profissão no País.
Não é falta de capacidade ou de interesse do profissional em se promover
profissionalmente, o que ocorre é que muitos se reprimem diante das dificuldades e
resistência das autoridades responsáveis pelo “início da mudança”, e permanecem
estáticos por mais que a situação seja desanimadora.
Trabalhar com a saúde das pessoas nas drogarias e farmácia não é comércio. Não
trabalhamos preocupados em vender muito, trabalhamos preocupados em atender de
uma maneira que o paciente se sinta bem e confiante diante de todas as informações que
lhes são passadas, e que retorne sempre que necessitar de informações sobre seu
tratamento medicamentoso e demais produtos adquiridos. É claro que como
colaboradores de empresas, temos que atuar positivamente para o seu lucro, porém, isto
não quer dizer que trabalhamos de maneira descontrolada visando somente a venda.
Quando se faz faculdade de Farmácia, o objetivo é atuar em prol da saúde através do
entendimento de como o organismo reage com determinados tipos de medicamentos, e
quando possível, estudar a causa das doenças para que a cura ou tratamento seja
descoberto.
O farmacêutico sabe muito mais do que tem oferecido nos balcões das drogarias e
farmácias. O problema é que muitas vezes, o profissional não tem estímulo para
demonstrar tudo o que sabe, ou os clientes estão com tanta pressa que a única coisa que
querem saber dos farmacêuticos é a quantidade de desconto que o medicamento tem.
Os clientes não estão errados... Querer desconto é típico do ser humano. Porém, é
preocupante o fato de não querer ouvir as orientações que o farmacêutico quer e precisa
passar.
Contudo, os Farmacêuticos não devem se deixar contagiar por tal comportamento. O
atendimento completo, com as orientações adequadas, e a preocupação para com a
saúde do paciente, valem mais que qualquer desconto.
Atender bem, demonstrar que se importa, e mais importante ainda, demonstrar que é
diferente daquele “profissional” que fica atrás do balcão sem se preocupar com nada
além do seu salário, sem dúvidas é um diferencial na imagem que você passa a seus
clientes.
A profissão farmacêutica requer mais união entre os próprios membros da classe, e
requer também maior apoio da classe médica.
Isso mesmo. Apoio da classe que mais tem relação profissional conosco, os médicos.
Não estou ressaltando que os farmacêuticos são “os fracos” que devem ser apoiados
pelos “fortes” (médicos). O fato é que uma união profissional entre estas duas classe
seria um grande passo na valorização da saúde dos pacientes, assim como dos médicos e
farmacêuticos.
O sentido de se estudar a saúde, envolve o progresso dos tratamentos e condições de
vida de cada paciente diagnosticado pelo médico e orientado pelo farmacêutico, falando
especificamente destas duas classes profissionais.
Não existe evolução sem mudança de opinião, assim como não existe valorização
profissional sem dedicação e busca por caminhos que proporcionem mudanças.
Participar de movimentos benéficos que demonstrem interesse em evoluir
profissionalmente é essencial para qualquer classe profissional. E ficar reclamando sem
praticar atos que façam a diferença só faz com que as pessoas tenham uma má
impressão da profissão.
Em um País onde não se consegue obrigar alguns médicos a prescreverem de maneira
legível, é realmente difícil imaginar uma união profissional deste “tamanho”.
Mas imaginemos que esta união seja possível e que finalmente a discórdia entre
médicos e farmacêuticos seja transformada em um grande laço profissional.
Imaginem que a orientação farmacêutica nas drogarias seja vista como essencial pelos
pacientes e pelos médicos. Imaginem que os farmacêuticos possam sentir que estão na
profissão correta, e imaginem que tenham também um salário que seja suficiente para
manter os estudos e contas em dia.
Pobres coitados os farmacêuticos? Não
Talvez muitos deles conformados. Ou muitos já desgastados.
Mas e quanto aos que se empenham? E em relação àqueles que insistem em dizer que a
saúde do paciente e a maneira que estes são atendidos, são mais importantes que
qualquer desconto por aí?
O médico faz a consulta e realiza o diagnóstico, mas muitas vezes não tem tempo de
realizar uma entrevista com o paciente em seu consultório para diagnosticar possíveis
efeitos de interação medicamentosa, ou explicar sobre os efeitos colaterais de seu
tratamento.
Quem é o profissional que está apto para realizar tal entrevista? ...
O desconto vai valer tanto quanto a dor de cabeça ou o desconforto estomacal causado
por determinado medicamento? A pressa de ser atendido rapidamente vai valer a
ineficácia do antimicrobiano quando utilizado de maneira incorreta? A dor de estômago
causada por aquele anti-inflamatório utilizado em jejum vale quanto? E a gravidez
indesejada causada pelo uso incorreto do anticoncepcional?
O farmacêutico que se preza luta por mais dignidade. Não adianta reclamar nas redes
sociais. Não é ético e muito menos inteligente reclamar da profissão que se escolheu
como se ela fosse culpada pelo seu insucesso.
Este texto não é a cura para a invalidez da profissão no País, mas foi escrito para que ao
menos um processo de observação seja realizado.
Não somente pelos farmacêuticos ou médicos. Mas principalmente pelos clientes, pelos
estudantes de farmácia, e por aqueles que possuem um apreço pela profissão, mas não
tem certeza se será uma boa escolha.
Para finalizar, deixo uma pergunta a qual cada um deverá responder à sua maneira:
Será que realmente existe uma profissão “melhor” ou existe o profissional que sabe
fazer da sua profissão "A" melhor?

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Farmacêutico para quê

  • 1. Farmacêutico para quê? AOS FARMACÊUTICOS, MÉDICOS, E DEMAIS PESSOAS QUE SE ENVOLVEM COM A SAÚDE NO BRASIL. Chega a ser estranho escrever sobre este assunto em dias em que a modernidade e a tecnologia imperam na sociedade. Porém, como profissional da saúde na área de ciências farmacêuticas, a sensação diária de descontentamento por parte dos colegas de profissão é tão ampla que quase se torna contagiosa. De maneira alguma questiono a opinião dos meus colegas de profissão, mas sim a torno pública, para que a população em geral, fique ciente da até então, ofuscada situação da profissão no País. Não é falta de capacidade ou de interesse do profissional em se promover profissionalmente, o que ocorre é que muitos se reprimem diante das dificuldades e resistência das autoridades responsáveis pelo “início da mudança”, e permanecem estáticos por mais que a situação seja desanimadora. Trabalhar com a saúde das pessoas nas drogarias e farmácia não é comércio. Não trabalhamos preocupados em vender muito, trabalhamos preocupados em atender de uma maneira que o paciente se sinta bem e confiante diante de todas as informações que lhes são passadas, e que retorne sempre que necessitar de informações sobre seu tratamento medicamentoso e demais produtos adquiridos. É claro que como
  • 2. colaboradores de empresas, temos que atuar positivamente para o seu lucro, porém, isto não quer dizer que trabalhamos de maneira descontrolada visando somente a venda. Quando se faz faculdade de Farmácia, o objetivo é atuar em prol da saúde através do entendimento de como o organismo reage com determinados tipos de medicamentos, e quando possível, estudar a causa das doenças para que a cura ou tratamento seja descoberto. O farmacêutico sabe muito mais do que tem oferecido nos balcões das drogarias e farmácias. O problema é que muitas vezes, o profissional não tem estímulo para demonstrar tudo o que sabe, ou os clientes estão com tanta pressa que a única coisa que querem saber dos farmacêuticos é a quantidade de desconto que o medicamento tem. Os clientes não estão errados... Querer desconto é típico do ser humano. Porém, é preocupante o fato de não querer ouvir as orientações que o farmacêutico quer e precisa passar. Contudo, os Farmacêuticos não devem se deixar contagiar por tal comportamento. O atendimento completo, com as orientações adequadas, e a preocupação para com a saúde do paciente, valem mais que qualquer desconto. Atender bem, demonstrar que se importa, e mais importante ainda, demonstrar que é diferente daquele “profissional” que fica atrás do balcão sem se preocupar com nada além do seu salário, sem dúvidas é um diferencial na imagem que você passa a seus clientes. A profissão farmacêutica requer mais união entre os próprios membros da classe, e requer também maior apoio da classe médica.
  • 3. Isso mesmo. Apoio da classe que mais tem relação profissional conosco, os médicos. Não estou ressaltando que os farmacêuticos são “os fracos” que devem ser apoiados pelos “fortes” (médicos). O fato é que uma união profissional entre estas duas classe seria um grande passo na valorização da saúde dos pacientes, assim como dos médicos e farmacêuticos. O sentido de se estudar a saúde, envolve o progresso dos tratamentos e condições de vida de cada paciente diagnosticado pelo médico e orientado pelo farmacêutico, falando especificamente destas duas classes profissionais. Não existe evolução sem mudança de opinião, assim como não existe valorização profissional sem dedicação e busca por caminhos que proporcionem mudanças. Participar de movimentos benéficos que demonstrem interesse em evoluir profissionalmente é essencial para qualquer classe profissional. E ficar reclamando sem praticar atos que façam a diferença só faz com que as pessoas tenham uma má impressão da profissão. Em um País onde não se consegue obrigar alguns médicos a prescreverem de maneira legível, é realmente difícil imaginar uma união profissional deste “tamanho”. Mas imaginemos que esta união seja possível e que finalmente a discórdia entre médicos e farmacêuticos seja transformada em um grande laço profissional. Imaginem que a orientação farmacêutica nas drogarias seja vista como essencial pelos pacientes e pelos médicos. Imaginem que os farmacêuticos possam sentir que estão na profissão correta, e imaginem que tenham também um salário que seja suficiente para manter os estudos e contas em dia.
  • 4. Pobres coitados os farmacêuticos? Não Talvez muitos deles conformados. Ou muitos já desgastados. Mas e quanto aos que se empenham? E em relação àqueles que insistem em dizer que a saúde do paciente e a maneira que estes são atendidos, são mais importantes que qualquer desconto por aí? O médico faz a consulta e realiza o diagnóstico, mas muitas vezes não tem tempo de realizar uma entrevista com o paciente em seu consultório para diagnosticar possíveis efeitos de interação medicamentosa, ou explicar sobre os efeitos colaterais de seu tratamento. Quem é o profissional que está apto para realizar tal entrevista? ... O desconto vai valer tanto quanto a dor de cabeça ou o desconforto estomacal causado por determinado medicamento? A pressa de ser atendido rapidamente vai valer a ineficácia do antimicrobiano quando utilizado de maneira incorreta? A dor de estômago causada por aquele anti-inflamatório utilizado em jejum vale quanto? E a gravidez indesejada causada pelo uso incorreto do anticoncepcional? O farmacêutico que se preza luta por mais dignidade. Não adianta reclamar nas redes sociais. Não é ético e muito menos inteligente reclamar da profissão que se escolheu como se ela fosse culpada pelo seu insucesso. Este texto não é a cura para a invalidez da profissão no País, mas foi escrito para que ao menos um processo de observação seja realizado.
  • 5. Não somente pelos farmacêuticos ou médicos. Mas principalmente pelos clientes, pelos estudantes de farmácia, e por aqueles que possuem um apreço pela profissão, mas não tem certeza se será uma boa escolha. Para finalizar, deixo uma pergunta a qual cada um deverá responder à sua maneira: Será que realmente existe uma profissão “melhor” ou existe o profissional que sabe fazer da sua profissão "A" melhor?