O documento discute óleos voláteis extraídos de plantas, incluindo sua classificação, propriedades, métodos de extração e aplicações econômicas e farmacológicas. É destacado que os óleos voláteis são misturas de substâncias lipofílicas e voláteis obtidas por destilação a vapor e contém principalmente terpenos e fenilpropanoides.
3. Introdução
• Óleos voláteis são produtos obtidos de partes
de plantas através de destilação por arraste
com vapor d’água;
• De forma geral são misturas complexas de
substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente
odoríferas e líquidas.
4. Características
Físico-químicas;
Volatilidade;
Aroma agradável;
Solúveis em solventes
orgânicos apolares; Estabilidade;
Sabor acre e picante;
Geralmente incolor ou
ligeiramente
amarelados;
Estabilidade;
Possui índice de refração
e opticamente ativo.
5. Classificação Química e Biogênese
Quimicamente, a grande
maioria dos óleos
voláteis é constituída de
derivados:
Fenilpropanóides
Terpenóides
6. Classificação Química e Biogênese
Os componentes terpênicos mais frequentes nos óleos
voláteis são:
Os monoterpenos
Os sesquiterpenos
Em relação a estruturas dos sesquiterpenicos, eles podem
ser:
Ácíclicos
Monocíclicos
Biciclicos
Lactonas sesquiterpênicas
7. Quimiotaxonomia
Plantas ricas em óleos voláteis são abundantes em
angiospermas dicotiledôneas, tais como nas famílias:
Asteraceae
Apiaceae
Laminaceae
Lauraceae
Mytraceae
8. Localização
Dependendo da família, os
óleos voláteis podem ocorrer
em estruturas secretoras
especializadas, tais como:
Pêlos glandulares
(Lamiaceae)
Canais oleíferos (Apiaceae)
Células parenquimáticas
diferenciadas (Lauraceae)
Bolsas lisígenas (Pinaceae)
9. Funções Biológicas
Inibidores da
germinação
Proteção contra
predadores
Atração de
polinizadores
Efeitos
alelopáticos
Proteção contra
perca de água e
aumento da
temperatura
10. Fatores de Variabilidade
• A composição do óleo volátil de uma planta é
determinada geneticamente;
• as condições ambientais são capazes de
causar variações significativas. Os aspectos
determinantes da variabilidade são os
seguintes:
Quimiotipos
Ciclo
vegetativo
Fatores
extrínsecos
Processo de
obtenção
11. Extração
Extraídos de processos físicos:
Enfloração (Enfleurange):
Usada em indústrias de perfumes para plantas de baixo teor de óleos e assim alto valor comercial
(laranjeira e rosas)
As pétalas são depositadas a temperatura ambiente sobre uma camada de gordura;
As pétalas esgotadas são substituídas por novas até a saturação total da gordura;
Tratada com álcool para se obter o óleo volátil. O álcool é destilado em baixa temperatura e o
produto obtido é de alto valor comercial.
12. Extraídos de processos físicos:
Arraste por vapor d’água
É feita em um alambique, onde partes das plantas frescas ou secas são colocadas. O
vapor, saindo de uma caldeira, circula por onde a planta se encontras, forçando a quebra
das bolsas intercelulares, fazendo liberar os óleos essenciais;
Utiliza-se o aparelho de Clevenger. Após separar o óleo essencial obtido da água deve-se
secá-lo com Na2SO4 anidro;
Apesar de muito utilizado este procedimento pode levar a formação de artefatos pela alta
temperatura empregada.
13. Extraídos de processos físicos:
Solventes orgânicos
São extraídos preferencialmente com solventes apolares (éter, éter de
petróleo ou diclorometano);
Extraem outros compostos lipofílicos;
Possuem baixo valor comercial.
14. Extraídos de processos físicos:
Prensagem ou expressão
Para extração de óleos voláteis para frutos cítricos, os pilocarpos são
prensados;
A camada que contêm o óleo volátil é separada;
Posteriormente o óleo é separado da emulsão formada com a água por
decantação, centrifugação ou destilação fracionada.
15. Extraídos de processos físicos:
Extração por CO2 supercrítico
Usado para recuperar aromas naturais de vários tipos e não somente óleo volátil;
Nenhum traço do solvente permanece no produto obtido, tornando-os mais puro do que nos obtidos
pelos outros métodos;
Para tal extração o CO2 é primeiramente liquefeito através de compressão e, em seguida, aquecido a
uma temperatura superior a 31°C, nesta temperatura o CO2 atinge um quarto estado no qual sua
viscosidade é parecida com a de um gás, mas com a capacidade de dissolução elevada como um
líquido.
16. Avaliação da qualidade
Apresentam frequentemente
problemas na qualidade que
podem ter origem na:
• Variabilidade da sua
composição;
• Adulteração (falsificação);
• Identificação incorreta do
produto e sua origem;
• Testes organolépticos
17. Determinação quantitativa dos
componentes voláteis
Ponto de
solidificação
Doseamento do
óleo volátil;
Miscibilidade com
etanol
Determinação do
índice de ésteres;
Determinação do
índice de acidez;
Densidade;
Índice de refração; Poder rotatório;
Determinação do
índice de
carbonilas;
Análises
cromatográficas
(CCD, CG, CLAE).
18. Importância Econômica
• Pela utilização crescente nas indústrias de
alimentos, cosméticos e farmacêutica;
• O cultivo de espécies aromáticas e a obtenção de
óleos voláteis constituem importantes atividades
economicas;
• Muitos óleos voláteis são utilizados em função de
suas propriedades terapêuticas e para a
aromatização de formas farmacêuticas
destinadas a uso oral.
19. Dados Farmacológicos
Atividade farmacológica
de uma droga vegetal
rica em óleos voláteis
Atividade farmacologia
do óleo isolado da
mesma. Ex: o óleo volátil
de alecrim (Rosmarinus
officinalis L.)
20. Dados Farmacológicos
Algumas propriedades farmacológicas,
estão relativamente bem estabelecidas e
podem servir de exemplos:
Ação carminativa
Exemplos: funcho, erva-doce, camomila,
menta.
Ação antiespasmódica
Exemplos: camomila, macela, allho,
funcho, erva-doce, sálvia.
21. Ação estimulante sobre sobre secreções do
aparelho digestivo.
Exemplos: gengibre, genciana, zimbro.
Ação cardiovascular
Exemplo: óleos contendo cânfora (sálvia,
canforeira)
Ação irritante tópica
Ação secretolítica
Exemplos: eucalipto, anis-estrelado
Ações sobre o SNC: estimulante (óleos
voláteis contendo cânfora) depressora (
melissa, capim-limão) ou mesmo
provocando convulsões em doses elevada
(canela).
22. Ações sobre o SNC: estimulante (óleos
voláteis contendo cânfora) depressora (
melissa, capim-limão) ou mesmo
provocando convulsões em doses elevada
(canela).
Ação anestésica local
Exemplos: óleo volátil do cravo-da-india
Ação antiinflamatória: óleos voláteis
contendo azulenos, como, por exemplo, a
camomila.
Ação anti-séptica
23. Dados Toxicológicos
Os óleos, frequentemente ,
apresentam toxicidade elevada;
Aromaterapia
Os efeitos tóxicos dos óleos voláteis
incluem não somente aqueles
decorrentes de uma intoxicação
aguda, mas também crônica;
O grau de toxicidade depende,
também, da via de administração
(por exemplo adm. Oral)
24. Dados toxicológicos
• A toxicidade cronica dos óleos voláteis é pouco
conhecida e ainda é necessário avaliar suas
eventuais propriedades mutagenicas,
teratogenicas e/ou carcinogenicas.
• A toxicidade aguda, entretanto, é mais
conhecida, como por exemplo:
26. Dados toxicologicos
Reações no
SNC
Efeitos
convulsivantes
ex: o. voláteis ricos
em tujona (losna,
sálvia)
Efeitos
psicotrópicos
Ex: o.volátil de noz-moscada.
30. Referencias Bibliograficas
• SIMÕES C.M.O, Spitzer, V. Óleos Voláteis.
Farmacognosia da planta ao medicamento.
Capítulo 18. Porto Alegre: UFSC, 1999.
• SIMÕES, C. M. O., SPITZER, V. Óleos voláteis.
In: SIMÕES, C. M. O., SCHENKEL, E. P.,
GOSMANN, G., MELLO, J.C.P., MENTZ, L.A,
PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta
ao medicamento. 6. ed. Porto Alegre: Ed. UFSC,
2004. 821p.