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AN02FREV001/REV 4.0
1
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA
Portal Educação
CURSO DE
ORÇAMENTO DE OBRAS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL
Aluno:
EaD - Educação a Distância Portal Educação
AN02FREV001/REV 4.0
2
CURSO DE
ORÇAMENTO DE OBRAS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
AN02FREV001/REV 4.0
3
SUMÁRIO
MÓDULO I
1 NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS
1.1 O QUE SÃO ORÇAMENTOS
1.2 COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS
1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1.3.1 Estudo das condicionantes de um trabalho
1.3.2 Composição de custos
1.3.3 Determinação do preço
1.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES
1.5 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS
1.6 REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS
MÓDULO II
2 CÁLCULO DE PREÇOS DE VENDA
2.1 ESTRUTURAS DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
2.2 COMO CALCULAR PREÇOS DE VENDA
2.3 O PREÇO DE VENDA EM FUNÇÃO DO CUSTO DIRETO
2.4 CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA – SEQUÊNCIA DE OPERAÇÕES
MÓDULO III
3 CÁLCULO DE CUSTOS DIRETOS DE TAREFAS
3.1 FÓRMULA DOS CUSTOS COMPOSTOS
3.2 CUSTOS DE MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
3.3 RENDIMANTOS: MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
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4
3.3.1 Mão de Obra
3.3.2 Materiais
3.3.3 Equipamentos
3.4 FICHAS DE CUSTOS
MÓDULO IV
4 CÁLCULO DE CUSTOS DO CANTEIRO DE UMA OBRA
4.1 MONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS
4.2 ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS
4.3 DESPESAS GERAIS
4.4 DESMONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS
MÓDULO V
5 MEDIÇÕES PARA ORÇAMENTO
5.1 PRINCÍPIOS BASE
5.2 REGRAS BÁSICAS DE MEDIÇÃO
5.3 DESENVOLVIMENTO DE CHECK-LIST
5.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES
5.5 MEMÓRIA DESCRITIVA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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5
MÓDULO I
1 NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS
A importância da realização de um orçamento preciso corresponde à
possibilidade direta de uma empresa obter lucro ou prejuízo em uma obra,
principalmente quando faltam critérios técnicos e econômicos mínimos para a sua
elaboração. Por ter papel de responsabilidade direta pelo sucesso ou fracasso, no
orçamento devem estar contidas todas as condicionantes de trabalho, desde a
análise dos insumos utilizados, até a previsão de alguns gastos fixos mensais, tais
como aluguéis de equipamentos e mão de obra envolvida na organização dos
trabalhos (mestres, técnicos, engenheiros ou arquitetos responsáveis pela
execução).
FIGURA 1
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
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6
Em uma visão tradicional, um orçamento é uma previsão ou estimativa do
custo de uma obra. O custo total da obra é o valor que corresponde à soma de todos
os gastos necessários para a sua execução.
Um orçamento corresponde a uma avaliação, previsão ou estimativa do
custo de obra ou de serviço a ser executado por meio de quantificação de insumos,
mão de obra ou equipamentos, o tempo de duração do empreendimento. Assim,
será possível obter o preço total da obra (GONZÁLEZ, 2007).
Na participação de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor não
deve ser nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não
ser competitivo na disputa com os demais proponentes.
Há sempre a possibilidade de duas ou mais empresas chegarem a
orçamentos distintos, porque distintos são os processos teóricos utilizados, a
metodologia de execução proposta para a obra, as produtividades adotadas para as
equipes de campo e os preços coletados, dentre outros fatores.
O que é importante destacar é que o orçamento deve refletir as premissas
da construtora, constituindo-se numa meta a ser alcançada pela empresa.
Os documentos integrantes do estudo do orçamento servem como
importante fonte de informação para a preparação, organização e execução dos
trabalhos. Muitas vezes, o volume de informações para um determinado caso pode
ser bastante complexo, exigindo o registro de uma série de informações interligadas,
que fazem parte de todo o processo de execução até a entrega do trabalho.
O principal objetivo deste módulo está no entendimento dos conceitos de
todos os elementos que constituem um orçamento de obras de Construção Civil,
com a familiarização de suas características próprias e alguns aspectos relevantes.
Neste módulo será possível criar um embasamento técnico que será
necessário para a compreensão de todo o curso.
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7
FIGURA 2
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
1.1 O QUE SÃO ORÇAMENTOS
Os orçamentos são as formas de saber quanto custa uma obra ou projeto.
Tem o mesmo sentido de previsão, sendo o ato de estimar uma situação futura, com
base em uma análise presente, com o objetivo de alcançar uma nova situação
projetada.
No caso da Construção Civil, uma obra é uma atividade econômica, na qual
o aspecto custo possui especial importância. O orçamento possui uma proposta do
custo de uma obra, apresentada por uma empresa para a prestação de um serviço
solicitado.
Para entendimento geral de todos os passos que se deve percorrer para o
desenvolvimento de um orçamento, deve-se ter em conta uma série de aspectos,
conforme o fluxograma apresentado a seguir.
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8
FIGURA 3
FONTE: MATTOS, 2006.
Definição sintética de orçamento:
É a completa discriminação dos custos e serviços para a realização de uma
obra de Construção Civil.
Segundo Tisaka (2006), os principais elementos de um orçamento são:
 Projeto;
 Caderno de encargos;
 Medição;
 Quantificação;
 Memória descritiva;
 Serviço simples;
 Serviço composto;
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9
 Mapa de Trabalhos;
 Mão de obra;
 Materiais (insumos);
 Composição de custos;
 Composição de preços;
 Preço de venda.
Projeto
Definição do plano geral para edificar, incluindo a informação específica para
a concretização.
Caderno de Encargos
Documento de um projeto no qual se enumera as obrigações das partes e
condições técnicas para a execução da obra.
Medição
Determinar quantidades de material, mão de obra e máquinas a aplicar em
uma determinada obra. A medição gera documento em que constam os materiais e
serviços necessários para um trabalho e que servem para fazer o estudo do
orçamento.
Quantificação
É a etapa em orçamentação na qual são levantadas as quantidades de
serviços de obra a executar por meio do registro da medição.
Memória Descritiva
Documento que contém todas as explicações detalhadas, apresentando as
justificações e soluções para a execução de uma determinada construção.
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Serviço Simples
É o serviço realizado apenas a partir de insumos e ferramentas básicas, com
o emprego de mão de obra auxiliar.
Serviço Composto
É o serviço realizado a partir de insumos diversos, com o emprego de
técnica e equipamentos especiais.
Mapa de Trabalhos
É a peça gráfica em que o orçamento é apresentado. É construído pela
relação dos serviços da obra com as respectivas quantidades, custos unitários e
totalizações por grupos de serviços afins ou correlatos.
Mão de obra
É o trabalho humano que é empregado na construção.
Materiais (insumos)
São os componentes utilizados na realização física dos diversos serviços.
Composição de custos
É a discriminação das quantidades de insumos e respectivos preços
necessários à realização de um serviço (a soma define um custo para o serviço).
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Preço de venda
É a composição de custos acrescida da taxa de BDI (Benefícios e Despesas
Indiretas) que contempla os serviços realizados pelo construtor que não fazem parte
da obra em si, o emprego do capital, os riscos e o lucro.
Para a realização de um orçamento de Construção Civil é necessário
compreender inicialmente os seguintes pontos:
- Identificação da obra;
- Descrição;
- Quantificação;
- Análise e valorização dos serviços apresentados.
Como o orçamento é preparado antes da realização do trabalho, deve ser
realizado um estudo abrangente para que não existam lacunas na composição dos
custos e considerações aleatórias.
Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o conhecimento
detalhado de cada serviço. Quanto maior a capacidade de interpretar desenhos,
planos e especificações da obra, melhor será o estabelecimento de ações para cada
fase do trabalho a realizar, sendo possível identificar a dificuldade de cada serviço e
consequentemente custos de execução.
Existem alguns parâmetros que não podem ser determinados com exatidão,
como é o caso das condições climáticas, condições do solo quando não ocorreram
estudos prévios, disponibilidade de materiais, principalmente em períodos de férias
coletivas dos fornecedores, além da influente flutuação da produtividade dos
operários e diversas paralisações por acidentes, feriados ou outros fatores
interligados.
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1.2 COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS
A organização dos elementos que fazem parte de um orçamento não pode
ser analisada apenas como uma listagem de números que foram retirados de um
livro ou de um manual.
Os orçamentos devem ser um documento regido por conceitos fundamentais
de orçamentação, como ser capaz de retratar a realidade do projeto, por se tratar de
um estudo, há sempre a possibilidade de uma margem de incerteza incorporada à
análise, muitas são as premissas de cálculo adotadas e a defasagem de tempo
entre o momento da orçamentação e o da realização do serviço.
Os principais atributos de um orçamento são (MATTOS, 2006):
 Estimativa;
 Especificação;
 Temporalidade.
Estimativa
O orçamento é baseado em previsões, obtendo levantamentos aproximados.
Por mais que todas as variáveis sejam ponderadas, há sempre uma aproximação
associada. O orçamento não tem que ser obrigatoriamente exato, porém deve ser o
mais preciso possível. Quanto mais criteriosa for a análise dos elementos
necessários para o estudo do orçamento, menor será a sua margem de erro.
Por exemplo, em um orçamento de R$ 752.350,45, o valor apresentado com
o rigor dos centavos não representa necessariamente uma “precisão” de duas casas
decimais. Esse preço de venda é decorrente de uma série de contas definidas a
partir de premissas de cálculo.
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FIGURA 4
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
A estimativa de um orçamento está embutida em diversos itens:
 Mão de obra
 Produtividade das equipes
Quando, por exemplo, se admite que um pedreiro gasta 1,0 h para fazer 1,0
m2
de alvenaria de bloco cerâmico, será por meio dessa premissa que o total de
mão de obra de alvenaria será calculado. A produtividade afeta diretamente a
composição de custo.
 Encargos sociais e trabalhistas
O percentual de encargos que incidem sobre a mão de obra leva em conta
premissas tais como incidência de acidentes do trabalho, rotatividade para cálculo
de aviso prévio, faltas justificadas e outros elementos arbitrados a partir de
parâmetros estatísticos e históricos.
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 Material
 Preço dos materiais
Não é possível afirmar com certeza que os preços cotados durante a
orçamentação serão os praticados durante a obra.
 Impostos
Os impostos embutidos no preço de aquisição dos insumos podem variar
durante a obra. Além disso, a base de cálculo de impostos como o ISS é estimada
para fins de orçamento.
 Perda
O percentual de perda e desperdício é arbitrado para cada material que
entra no orçamento. Assim, por exemplo, admitir que há uma perda de 3% no bloco
cerâmico é uma consideração que pode se mostrar arrojada, realista ou
conservadora dependendo do serviço.
 Reaproveitamento
O reaproveitamento consiste na quantidade de vezes que um material pode
ser reutilizado (Exemplo: chapa de madeira compensada para forma de estruturas
de concreto).
 Equipamento
 Custo horário
O custo horário depende de parâmetros de cálculo como vida útil, custo de
manutenção e operação.
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 Produtividade
Quando se assume, por exemplo, que uma escavadeira, escava 30 m3
de
solo por hora, há uma margem de incerteza incluída, pois a produtividade é função
da disponibilidade mecânica (percentual de tempo em que o equipamento está em
condições mecânicas de ser utilizado) e do coeficiente de utilização (percentual do
tempo disponível em que o equipamento efetivamente trabalha), além do
empolamento do material escavado (aumento de volume entre os estados natural e
solto).
 Custos indiretos
 Pessoal
Os salários e encargos sociais das equipes técnica, administrativa e de
apoio.
 Despesas gerais
As contas de água, luz, telefone, aluguel de equipamentos gerais (grua,
andaimes), seguros, fretes, etc.
 Imprevistos
Os orçamentistas precisam incluir no orçamento alguma verba para os
custos que não podem ser orçados com certeza ou explicitamente: retrabalho em
razão de chuvas, por má qualidade, danos causados por fenômenos naturais ou por
terceiros, danos causados pela construtora a terceiros, etc.
Especificação
O orçamento para a construção de uma obra em um determinado local
dentro da área geográfica da sede da empresa é diferente do orçamento de uma
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obra com as mesmas características a ser realizado em outra região distante, que
necessite de mobilização da estrutura da empresa ao local. Não é correto designar
um orçamento como padrão ou generalizado para um tipo de serviço. Por mais que
um orçamentista se baseie em algum trabalho anterior, é sempre necessário adaptá-
lo à obra em questão.
Todo orçamento está intrinsecamente ligado a:
 Empresa
O orçamento traz implícita a política da empresa, na quantidade de cargos
de supervisão previstos (engenheiros, mestres, encarregados), no padrão do
canteiro de obras, na quantidade de veículos disponibilizados para a equipe, grau de
terceirização de serviços, na taxa de administração central cobrada da obra para
cobrir parte dos custos do escritório central da empresa, na necessidade de
empréstimos para fazer a obra, etc.
 Condições locais
O clima, relevo, vegetação, profundidade do lençol freático, tipo de solo,
condições das estradas locais, facilidade de acesso às fontes de matérias-primas,
qualidade da mão de obra, oferta de equipamento, qualidade dos subempreiteiros da
região, diferentes alíquotas de impostos, entre outros fatores.
Temporalidade
Um orçamento realizado há algum tempo já não é válido atualmente. Se, por
exemplo, a aprovação para iniciar um trabalho acontecer após longo tempo (fora da
previsão definida em orçamento), será necessário estabelecer alguns ajustes. Isso
se deve a:
 Flutuação no custo dos materiais ao longo do tempo;
 Alteração de impostos e encargos sociais e trabalhistas;
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 Evolução dos métodos construtivos. Surgimento de técnicas, materiais e
equipamentos mais adequados à realização do respectivo serviço;
 Diferentes cenários financeiros e gerenciais. Os diferentes cenários
podem justificar a terceirização, delegação de tarefas, condições de capital de giro,
necessidade de empréstimo, etc.
FIGURA 5
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
A organização de orçamentos para obras de Construção Civil pode ter
enfoques distintos, quando analisado sob o prisma do cliente e proprietário da obra
ou pelo construtor (MATTOS, 2006).
Do ponto de vista do cliente e proprietário da obra, o orçamento é a
descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados pelos
respectivos preços unitários, cuja somatória define o preço total, ou seja, seu
desembolso.
Alguns pontos apresentados em um orçamento não são uma preocupação
imediata do proprietário, como a cotação de materiais, percentual de perdas e
produtividade de equipes. De uma maneira geral estará mais preocupado com o
montante do empreendimento e como esse montante será desembolsado ao longo
do tempo.
Do ponto de vista do construtor, o orçamento é a descrição de todos os
materiais, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos custos
unitários, acrescidos das despesas indiretas, cuja somatória define o custo total, ou
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seja, o desembolso do construtor, mais o lucro e os impostos, gerando então o preço
total, que é quanto irá receber (TISAKA, 2006).
Para o construtor, o orçamento encerra em seu contexto todas as premissas
que passam a ser metas de desempenho durante a obra. O preço de venda dos
serviços é fixo, o custo é variável e precisa ser monitorado em função dessas metas.
1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS
Para a estruturação de um orçamento destinado a obras de Construção Civil
é necessário considerar alguns conceitos fundamentais que compõem o mesmo.
O orçamento engloba três grandes etapas de trabalho:
 Estudo das condicionantes de um trabalho;
 Composição de custos;
 Determinação do preço.
Inicialmente estudam-se os documentos disponíveis em uma obra, realiza-se
a visita ao local de trabalho, e fazem-se consultas ao cliente. Em seguida, prepara-
se o custo, que é proveniente das definições técnicas, do plano de obra, dos
quantitativos dos serviços, das produtividades e da cotação de preços de insumos.
Por fim, soma-se o custo indireto, aplicam-se os impostos e aplica-se a
margem de lucro desejada, obtendo-se assim o preço de venda da obra.
1.3.1 Estudo das condicionantes de um trabalho
Quando existem elementos técnicos disponíveis pelo cliente para a
realização de um orçamento, normalmente por meio de um projeto, seja ele básico
ou técnico/executivo, a partir do projeto ou especificações técnicas por meio de um
caderno de encargos, são identificados os serviços constantes da obra com suas
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respectivas quantidades, o grau de interferência entre eles, a dificuldade relativa de
realização das tarefas, etc.
A fase de estudo das condicionantes de um trabalho faz com que sejam
conhecidas as condições da obra, englobando os seguintes passos:
Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas
A depender da complexidade da obra, as plantas baixas, cortes, vistas,
perspectivas, notas, detalhes, diagramas, tabelas e quadros, que em essência
definem o produto final a ser construído, demandam maior ou menor análise.
O entendimento do projeto depende muito da experiência do orçamentista e
de sua familiaridade com o tipo de obra.
As especificações técnicas são documentos que trazem informações de
natureza mais qualitativa do que quantitativa. Elas contêm, entre outras coisas:
 Descrição qualitativa dos materiais a serem empregados;
 Padrões de acabamento;
 Tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais;
 Critério de aceitação de materiais;
 Tipo e quantidade de ensaios a serem realizados;
 Resistência do concreto.
Leitura e interpretação do edital
O edital é o documento que rege a licitação, no caso de a obra ser objeto de
uma concorrência. Ele traz as "regras" do projeto. É o principal documento da fase
de licitação.
Algumas das informações contidas no edital e que são indispensáveis para a
elaboração do orçamento:
 Prazo da obra;
 Datas contratuais;
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 Penalidade por atraso no cumprimento do prazo ou bônus por
antecipação;
 Critérios de medição, pagamento e reajustamento;
 Regime de preços (unitário, global, por administração);
 Limitação de horários de trabalho;
 Critérios de participação na licitação (capital social da empresa, etc.);
 Habilitação técnica requerida com relação à empresa e responsável
técnico;
 Documentação requerida;
 Seguros exigidos;
 Facilidades disponibilizadas pelo contratante (instalações de água,
energia, etc.).
Visita técnica
A visita ao local da obra serve para tirar dúvidas, levantar dados e
características importantes para um orçamento, tirar fotos, avaliar o estado das vias
de acesso e verificar a disponibilidade de materiais, equipamento e mão de obra na
região. Em muitos casos, quando não existe projeto ou caderno de encargos, a visita
técnica torna-se a única fonte de levantamento de informações para realizar o
orçamento.
FIGURA 6
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
AN02FREV001/REV 4.0
21
1.3.2 Composição de custos
Identificação dos serviços
O custo total de uma obra é fruto do custo orçado para cada um dos serviços
integrantes da obra. A origem da quantificação está na identificação dos serviços.
Levantamento de quantitativos
Cada serviço identificado deve ser quantificado. O levantamento de
quantitativos é um dos principais trabalhos do orçamentista. O levantamento de
quantitativos inclui cálculos baseados em dimensões precisas fornecidas no projeto
(volume de concreto armado, área de telhado, área de pintura, etc.) ou em alguma
estimativa (volume de escavação em solo, quando são dados perfis de sondagem,
por exemplo).
Custos Diretos
Os custos diretos são aqueles diretamente associados aos serviços dos
trabalhos em obra. Representam o custo orçado dos serviços levantados.
A unidade básica é a composição de custos, os quais podem ser unitários,
ou seja, identificados a uma unidade de serviço (quando ele é mensurável, por
exemplo: kg de armação, m3
de concreto) ou dado como verba (quando o serviço
não pode ser traduzido em uma unidade fisicamente mensurável, por exemplo:
paisagismo, sinalização).
Cada composição de custos unitários contém os insumos do serviço com
seus respectivos índices (quantidade de cada insumo requerida para a realização de
uma unidade do serviço) e valor (provenientes da cotação de preços e da aplicação
dos encargos sobre a hora-base do trabalhador).
A empresa pode usar composições de custos próprias obtidas pela
experiência e levantamento por meio de obras de igual dimensão já anteriormente
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realizadas ou obtê-las em publicações especializadas, como a TCPO (Tabelas de
Composições de Preços para Orçamentos), da Editora PINI (TCPO, 2011), sendo
atualmente uma das publicações mais completas e difundidas no mercado da
Construção Civil.
Custos Indiretos
Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente associados aos
trabalhos de obra em si, mas que são necessários para que tais serviços possam
ser realizados. Nestes custos são dimensionadas as equipes técnicas (engenheiros,
mestres, encarregados), de apoio (almoxarife, apontador) e de suporte (secretária,
vigia), e identificadas às despesas gerais da obra (contas, materiais de escritório e
limpeza, etc.), mobilização e desmobilização do canteiro de obras, taxas e
emolumentos, entre outras despesas.
Cotação de preços
A cotação de preços consiste na coleta de preços dos fornecedores do
mercado para os diversos materiais da obra, tanto os que aparecem no custo direto,
quanto no custo indireto. É importante que esta etapa seja feita em seguida à
seleção das composições de custos, para que o orçamentista possa ter uma relação
completa de todos os materiais do orçamento.
FIGURA 7
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
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23
Definição de encargos sociais e trabalhistas
Análise dos encargos sociais e trabalhistas, a serem aplicados à mão de
obra a ser utilizada na obra analisada. Envolvem os diversos impostos que incidem
sobre a hora trabalhada e os benefícios a que têm direito os trabalhadores e que são
pagos pelo empregador.
1.3.3 Determinação do preço
FIGURA 8
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
Definição da margem de lucro
Basea-se nas condições intrínsecas e extrínsecas da obra, o construtor
define a margem de lucro que deseja obter na obra em questão. Ele deve levar em
conta fatores como: concorrência, risco do empreendimento, necessidade de
conquistar a obra para imagem da empresa, etc. Aplicação do BDI (Benefícios e
Despesas Indiretas) sobre o preço do trabalho como taxa de majoração importante
ao custo do orçamento.
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24
FIGURA 9
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
Ao analisar os conceitos fundamentais aqui apresentados, é importante
identificar que o propósito do orçamento não se resume à definição do custo da
obra. Ele tem uma abrangência maior, servindo de subsídio para outras aplicações,
tais como (MATTOS, 2006):
Levantamento dos materiais e serviços
A descrição e a quantificação dos materiais e serviços ajudam o construtor a
planejar as compras, identificar fornecedores, estudar formas de pagamento e
analisar metodologias executivas.
Obtenção de índices para acompanhamento
Com base nos índices de utilização de cada insumo (mão de obra,
equipamento, material), o construtor poderá realizar uma comparação entre o que
orçou e o que está efetivamente acontecendo na obra. Os índices servem também
como metas de desempenho para as equipes de campo.
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Dimensionamento de equipes
A quantidade de homem-hora requerida para cada serviço serve para a
determinação da equipe. A partir do índice, determina-se o número de trabalhadores
para uma dada duração do serviço.
Capacidade de revisão de valores e índices
O orçamento pode ser facilmente recalculado a partir de novos preços de
insumos e índices de produção. Para isso, basta que os campos de valores sejam
alterados, pois todo o restante é produto de operações aritméticas simples.
Realização de simulações
Cenários alternativos de orçamento com diferentes metodologias
construtivas, produtividades, jornadas de trabalho, lucratividade, etc.
Geração de cronogramas físico e financeiro
O cronograma físico retrata a evolução dos serviços ao longo do tempo. O
cronograma financeiro quantifica mensalmente os custos e receitas desses mesmos
serviços – é a distribuição temporal dos valores.
Análise da viabilidade econômico-financeira
O balanço entre os custos e as receitas mensais fornece uma previsão da
situação financeira da obra ao longo dos meses.
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1.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES
O Mapa de Trabalhos e Quantidades deve relacionar todos os serviços a
serem realizados. Em seguida, calcular as quantidades a serem executadas e seus
custos unitários (custo para executar uma unidade de cada serviço em questão).
Os produtos de quantidades por custos unitários fornecem os custos totais
parciais. A soma destes é o custo total do orçamento. Acrescendo-se o BDI,
obtemos o preço total do orçamento (o preço a ser apresentado ao cliente).
Assim, para o exemplo apresentado a seguir (CARDOSO, 2006):
1) Medição de quantidades
escavação = 1,2 x 1,2 x 1,2 = 1,728 m3
remoção de solo = 1,2 m3
compactação do fundo = 1x1 = 1 m2
fundo em concreto = 1 x 1 x 0,05 = 0,05 m3
alvenaria = (1 + 1 + 0,8 + 0,8) x 1,15 = 4,14 m2
reboco interno = 0,8 x 4 x 1,15 = 3,68 m2
grade = 1 m2
reaterro = 0,528 m3
2) Planilha de orçamento discriminado
Orçamento para execução de caixa de drenagem em alvenaria, dimensões
externas 1 x 1 x 1,2 m, rebocada internamente com grelha de aço d= ¾”.
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TABELA 1
Item Serviço Unidade Quantidade Custo
unitário
Custo
parcial
1. Movimento de solo
1.1 Escavação de solo com
escoramento
m3
1,728 15,00 25,92
1.2 Apiloamento do fundo m2
1,00 8,00 8,00
1.3 Remoção de solo m3
1,20 5,00 6,00
1.4 Reaterro de solo m3
0,528 10,00 5,28
2. Fundo em concreto
magro
m3
0,05 120,00 6,00
3. Alvenaria de tijolos
maciços, e= 10 cm
m3
4,14 22,30 92,22
4. Revestimento interno –
reboco misto
m2
3,68 14,00 51,52
5. Grade de aço, barra
d=¾”
m2
1,00 150,00 150,00
Subtotal 345,04
BDI 50% 172,52
Total 517,56
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
Os Mapas de Trabalhos e Quantidades devem ser apresentados:
 Dividindo os trabalhos (ou projeto) em capítulos;
 Para cada capítulo é necessário individualizar as tarefas;
 Conferir as tarefas. Verificar se estão todas consideradas (um orçamento
antigo semelhante pode ajudar);
 Medir quantidades sobre peças desenhadas definindo previamente a
unidade de medição.
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28
FIGURA 10
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
1.5 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS
O preço de venda de um serviço é o preço calculado por uma empresa para
venda do trabalho em questão.
No estudo do preço de venda devem ser considerados os custos da
empresa para a execução do trabalho. Estes custos são definidos por meio de
composições unitárias de custos de serviços.
Para o cálculo de preços de venda deve-se criar a decomposição em
capítulos de um mapa de trabalhos, conforme o exemplo a seguir de um edifício
corrente:
Mapa de Trabalhos
AN02FREV001/REV 4.0
29
Capítulo 1 - Demolições
Capítulo 2 - Terraplanagem
Capítulo 3 - Fundações e estruturas
Capítulo 4 - Construção civil
4.1 - Alvenarias
4.2 - Revestimento exterior - fachadas
4.3 - Revestimento interior - tetos
4.4 - Revestimento interior - paredes
4.5 - Revestimento interior - pavimentos
4.6 - Coberturas e impermeabilizações
4.7 - Carpintaria
4.8 - Serralharia
4.9 - Pinturas
4.10 - Vidros
4.11 - Diversos
Capítulo 5 - Instalações Hidráulicas
Capítulo 6 - Instalações Elétricas
Capítulo 7 - Instalações de Ar-condicionado
Capítulo 8 - Instalações de Gás
Capítulo 9 - Elevadores
Composições unitárias de custos de serviços
As composições unitárias de custos são as "fórmulas" de cálculo dos custos
unitários nos orçamentos discriminados. Cada composição consiste das quantidades
individuais do grupo de insumos (material, mão de obra e equipamentos)
necessários para a execução de uma unidade de um serviço.
Exemplos:
(1) Para a execução de escavação de solo para vigas de fundação, o
único insumo é a mão de obra (servente), sendo estimado um consumo de quatro
horas para cada m3
escavado.
AN02FREV001/REV 4.0
30
Escavação de solo normal, até 3,0 m de profundidade – m2
TABELA 2
Item Descrição (função) Quantidade
unitária
Custo unitário Custo
parcial
1 Servente 4,00 h 5,60/h R$ 22,40
Total R$ 22,40
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
O custo unitário do serviço é obtido multiplicando-se a quantidade
empregada do insumo por seu custo respectivo. No caso apresentado, o valor da
hora é de R$ 2,00.
Acrescendo-se os percentuais de Leis Sociais, considerados como 180%, o
preço do insumo "Servente" é de R$ 5,60/h e o preço do serviço "Escavação" é de
R$ 22,40/m3.
(2) A execução da armadura de uma viga, em aço CA-50 de 12,5mm,
envolve os seguintes insumos, já incluídas as perdas nas quantidades unitárias:
TABELA 3 - ARMADURA CA-50, 12,5 MM - KG
Item Descrição Quantidade
unitária
Custo unitário Custo
parcial
1 Aço CA-50, 12,5 mm 1,05 kg 3,00/kg 3,15
2 Arame recozido 0,02 kg 7,00/kg 0,14
3 Armador 0,10 h 8,40/h 0,84
4 Servente 0,10 h 5,60/h 0,56
Total : R$ 4,69
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
AN02FREV001/REV 4.0
31
Da mesma forma, os percentuais de Leis Sociais estão embutidos nos
custos de mão de obra. Não é necessário que seja assim, podendo-se calcular em
separado, acrescendo-se como um subtotal.
O valor adotado depende de vários fatores, principalmente da legislação
vigente na data e nas condições particulares da empresa (rotatividade, horas extras,
índice de ações trabalhistas, etc.).
Para estes dois exemplos, o valor calculado é o custo, válido genericamente,
para obras comuns. Contudo, em cada caso, devem ser verificados aspectos
singulares, tais como: local da obra (transporte), horário e condições de trabalho
(horas extras, periculosidade, insalubridade). Além disso, devem ser acrescidos os
custos não discriminados e o lucro desejado (BDI) (SILVA, 2006).
Obtenção das composições
As composições de custos podem ser obtidas de várias fontes. A melhor
forma é o levantamento direto nas próprias obras, verificando-se o consumo de
acordo com a produtividade da mão de obra local e nas condições técnicas em que
se produz. Porém, pela quantidade de trabalho envolvido, geralmente no início das
composições são obtidas por meio de referências em publicações.
A utilização indiscriminada, porém, é perigosa, pois os coeficientes foram
determinados em locais distintos, e não há garantias de que sejam adequados para
as condições das nossas obras. Por exemplo, uma publicação editada em São
Paulo, há trinta anos, evidentemente deve refletir condições muito diferentes das
encontradas nos dias de hoje. Outra forma de obtenção de composições é o cálculo
direto, para o qual se apresentam dois casos:
(1) Argamassa para alvenaria (1:2:9) - m3
:
a) Materiais - traço em volume, considerando os pesos específicos: o volume
para cada parcela do traço é: 1 m3
/ (1+2+9) = 0,083333 m3
a1) cimento (1600 kg/m3
): 0,83333 x 1600 = 133,3333 kg
a2) cal hidratada (1030 kg/m3
): 0,83333 x 2 x 1030 = 171,6666 kg
a3) areia: 0,83333 x 9 = 0,75 m3
a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais
AN02FREV001/REV 4.0
32
b) Mão de obra: estimada (ou medida na obra) em 10h/m3
.
c) Betoneira: tempo ocupado estimado (ou medido na obra) em 4 h.
TABELA 4 - ARGAMASSA PARA ALVENARIA (1:2:9) – M3
Item Descrição Quantidade
unitária
Custo unitário Custo
parcial
1 Cimento 133,33 kg * 1,10 0,32/kg 46,93
2 Cal hidratada 171,67 kg * 1,10 0,28/kg 52,87
3 Areia média 0,75 m3
* 1,10 35,00/m3
28,88
4 Betoneira 500 litros 0,50 dia 20,00/dia
(aluguel)
10,00
5 Servente 10,00 h 5,60/h 56,00
Total : R$ 194,68
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
(2) Alvenaria de tijolos furados (6 furos, 10x15x20), 10 cm de largura – m2
,
para revestir:
a) Quantidade de tijolos
a1) tijolos em um metro quadrado: 1/0,16 x 1/0,21 = 29,76 un
a2) àrea ocupada pelos tijolos: 29,76 x 0,15 x 0,20 = 0,89 m2
a3) volume de argamassa: (1-0,89) x 0,10 = 0,0107 m3
a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais.
b) Mão de obra: estimada 1m 1,6h de pedreiro e 0,8h de servente
(estes valores são tradicionalmente empregados)
AN02FREV001/REV 4.0
33
TABELA 5 - ALVENARIA DE TIJOLOS FURADOS (6 FUROS, 10X15X20),
10 CM DE LARGURA – M2
Item Descrição Quantidade
unitária
Custo unitário Custo
parcial
1 Tijolos 29,76 un * 1.10 0,28/un 9,17
2 Argamassa 1:2:9 0,0107 m3
* 1,10 194,68/m3
2,29
3 Pedreiro 1,60 h 7,80 /h 12,46
4 Servente 0,80 h 5,60/h 4,48
Total : R$ 28,42
FONTE: Arquivo pessoal do autor.
É importante entender que a montagem da composição deve ser coerente
com o critério adotado para a medição de serviços, para que se saiba o que está
incluído e o que não está nos valores resultantes da composição de custos.
Embora os preços possam ser obtidos de listas, do tipo publicado
periodicamente em revistas ou fornecido por contrato (mediante assinatura), para a
execução da obra é necessário obter-se as composições de custos, propriamente
ditas, para que seja possível realizar a aquisição de materiais, contratação da mão
de obra ou de serviços subempreitados e o controle geral da obra.
1.6 REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS
Para a realização de orçamentos é necessário organizar os elementos
identificados no estudo, geralmente compostos pelas seguintes etapas:
 Recebimento do conjunto de documentos e informações complementares
(prazo, condições de execução, entre outros);
 Análise preliminar dos documentos e busca de esclarecimentos ou
detalhes para elementos sobre os quais há dúvidas;
AN02FREV001/REV 4.0
34
 Identificação dos itens e discriminação orçamentária preliminar dos
serviços;
 Quantificação (medição em obra ou por meio de projetos);
 Lançamento em sistema informatizado e/ou busca das composições;
 Listagem e cotação de materiais, mão de obra e serviços subempreitados;
 Lançamento dos custos, análise de BDI, análises de prazos e viabilidade;
ajustes finais;
 Fechamento do orçamento, redação das condições da proposta ou minuta
do contrato.
Regras gerais para execução de orçamentos:
 Definir claramente as necessidades;
 Saber o que se compra, para que fim e onde comprar;
 Planejar as despesas;
 Organizar os documentos de despesa de forma funcional;
 Evitar desperdícios.
Um orçamento deve conter:
 Apresentação da empresa;
 Quadro técnico;
 Memória descritiva;
 Relatório fotográfico;
 Mapa de Trabalhos e Quantidades;
 Descrição dos serviços oferecidos;
 Planilha de custos;
 Cronograma de execução;
 Prazo de entrega;
 Validade da proposta;
 Fichas técnicas dos produtos mais relevantes.
AN02FREV001/REV 4.0
35
Nos casos em que o orçamento não seja gratuito, o profissional deve
informar sempre ao consumidor previamente do valor do seu custo, a não
informação condiciona a não obrigatoriedade de recebimento por este serviço.
Normalmente não é prática usual na construção civil o pagamento pela
realização de um orçamento, mesmo que seja preciso realizar um estudo técnico
que pode corresponder a muitas horas de trabalho.
Esta prática caracteriza o risco que existe por parte das empresas de
construção civil, que muitas vezes dedicam parte de seu tempo na criação de um
orçamento técnico, que mostra o perfil técnico e profissional da empresa, sem a
certeza de que terá sucesso.
FIM DO MÓDULO I

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  • 1. AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação
  • 2. AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE ORÇAMENTO DE OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL MÓDULO I Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
  • 3. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS 1.1 O QUE SÃO ORÇAMENTOS 1.2 COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS 1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1.3.1 Estudo das condicionantes de um trabalho 1.3.2 Composição de custos 1.3.3 Determinação do preço 1.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES 1.5 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS 1.6 REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS MÓDULO II 2 CÁLCULO DE PREÇOS DE VENDA 2.1 ESTRUTURAS DE CUSTOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 2.2 COMO CALCULAR PREÇOS DE VENDA 2.3 O PREÇO DE VENDA EM FUNÇÃO DO CUSTO DIRETO 2.4 CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA – SEQUÊNCIA DE OPERAÇÕES MÓDULO III 3 CÁLCULO DE CUSTOS DIRETOS DE TAREFAS 3.1 FÓRMULA DOS CUSTOS COMPOSTOS 3.2 CUSTOS DE MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 3.3 RENDIMANTOS: MÃO DE OBRA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
  • 4. AN02FREV001/REV 4.0 4 3.3.1 Mão de Obra 3.3.2 Materiais 3.3.3 Equipamentos 3.4 FICHAS DE CUSTOS MÓDULO IV 4 CÁLCULO DE CUSTOS DO CANTEIRO DE UMA OBRA 4.1 MONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS 4.2 ALUGUEL DE EQUIPAMENTOS 4.3 DESPESAS GERAIS 4.4 DESMONTAGEM DO CANTEIRO DE OBRAS MÓDULO V 5 MEDIÇÕES PARA ORÇAMENTO 5.1 PRINCÍPIOS BASE 5.2 REGRAS BÁSICAS DE MEDIÇÃO 5.3 DESENVOLVIMENTO DE CHECK-LIST 5.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES 5.5 MEMÓRIA DESCRITIVA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
  • 5. AN02FREV001/REV 4.0 5 MÓDULO I 1 NOÇÕES GERAIS SOBRE ORÇAMENTOS A importância da realização de um orçamento preciso corresponde à possibilidade direta de uma empresa obter lucro ou prejuízo em uma obra, principalmente quando faltam critérios técnicos e econômicos mínimos para a sua elaboração. Por ter papel de responsabilidade direta pelo sucesso ou fracasso, no orçamento devem estar contidas todas as condicionantes de trabalho, desde a análise dos insumos utilizados, até a previsão de alguns gastos fixos mensais, tais como aluguéis de equipamentos e mão de obra envolvida na organização dos trabalhos (mestres, técnicos, engenheiros ou arquitetos responsáveis pela execução). FIGURA 1 FONTE: Arquivo pessoal do autor.
  • 6. AN02FREV001/REV 4.0 6 Em uma visão tradicional, um orçamento é uma previsão ou estimativa do custo de uma obra. O custo total da obra é o valor que corresponde à soma de todos os gastos necessários para a sua execução. Um orçamento corresponde a uma avaliação, previsão ou estimativa do custo de obra ou de serviço a ser executado por meio de quantificação de insumos, mão de obra ou equipamentos, o tempo de duração do empreendimento. Assim, será possível obter o preço total da obra (GONZÁLEZ, 2007). Na participação de uma concorrência, o preço proposto pelo construtor não deve ser nem tão baixo a ponto de não permitir lucro, nem tão alto a ponto de não ser competitivo na disputa com os demais proponentes. Há sempre a possibilidade de duas ou mais empresas chegarem a orçamentos distintos, porque distintos são os processos teóricos utilizados, a metodologia de execução proposta para a obra, as produtividades adotadas para as equipes de campo e os preços coletados, dentre outros fatores. O que é importante destacar é que o orçamento deve refletir as premissas da construtora, constituindo-se numa meta a ser alcançada pela empresa. Os documentos integrantes do estudo do orçamento servem como importante fonte de informação para a preparação, organização e execução dos trabalhos. Muitas vezes, o volume de informações para um determinado caso pode ser bastante complexo, exigindo o registro de uma série de informações interligadas, que fazem parte de todo o processo de execução até a entrega do trabalho. O principal objetivo deste módulo está no entendimento dos conceitos de todos os elementos que constituem um orçamento de obras de Construção Civil, com a familiarização de suas características próprias e alguns aspectos relevantes. Neste módulo será possível criar um embasamento técnico que será necessário para a compreensão de todo o curso.
  • 7. AN02FREV001/REV 4.0 7 FIGURA 2 FONTE: Arquivo pessoal do autor. 1.1 O QUE SÃO ORÇAMENTOS Os orçamentos são as formas de saber quanto custa uma obra ou projeto. Tem o mesmo sentido de previsão, sendo o ato de estimar uma situação futura, com base em uma análise presente, com o objetivo de alcançar uma nova situação projetada. No caso da Construção Civil, uma obra é uma atividade econômica, na qual o aspecto custo possui especial importância. O orçamento possui uma proposta do custo de uma obra, apresentada por uma empresa para a prestação de um serviço solicitado. Para entendimento geral de todos os passos que se deve percorrer para o desenvolvimento de um orçamento, deve-se ter em conta uma série de aspectos, conforme o fluxograma apresentado a seguir.
  • 8. AN02FREV001/REV 4.0 8 FIGURA 3 FONTE: MATTOS, 2006. Definição sintética de orçamento: É a completa discriminação dos custos e serviços para a realização de uma obra de Construção Civil. Segundo Tisaka (2006), os principais elementos de um orçamento são:  Projeto;  Caderno de encargos;  Medição;  Quantificação;  Memória descritiva;  Serviço simples;  Serviço composto;
  • 9. AN02FREV001/REV 4.0 9  Mapa de Trabalhos;  Mão de obra;  Materiais (insumos);  Composição de custos;  Composição de preços;  Preço de venda. Projeto Definição do plano geral para edificar, incluindo a informação específica para a concretização. Caderno de Encargos Documento de um projeto no qual se enumera as obrigações das partes e condições técnicas para a execução da obra. Medição Determinar quantidades de material, mão de obra e máquinas a aplicar em uma determinada obra. A medição gera documento em que constam os materiais e serviços necessários para um trabalho e que servem para fazer o estudo do orçamento. Quantificação É a etapa em orçamentação na qual são levantadas as quantidades de serviços de obra a executar por meio do registro da medição. Memória Descritiva Documento que contém todas as explicações detalhadas, apresentando as justificações e soluções para a execução de uma determinada construção.
  • 10. AN02FREV001/REV 4.0 10 Serviço Simples É o serviço realizado apenas a partir de insumos e ferramentas básicas, com o emprego de mão de obra auxiliar. Serviço Composto É o serviço realizado a partir de insumos diversos, com o emprego de técnica e equipamentos especiais. Mapa de Trabalhos É a peça gráfica em que o orçamento é apresentado. É construído pela relação dos serviços da obra com as respectivas quantidades, custos unitários e totalizações por grupos de serviços afins ou correlatos. Mão de obra É o trabalho humano que é empregado na construção. Materiais (insumos) São os componentes utilizados na realização física dos diversos serviços. Composição de custos É a discriminação das quantidades de insumos e respectivos preços necessários à realização de um serviço (a soma define um custo para o serviço).
  • 11. AN02FREV001/REV 4.0 11 Preço de venda É a composição de custos acrescida da taxa de BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que contempla os serviços realizados pelo construtor que não fazem parte da obra em si, o emprego do capital, os riscos e o lucro. Para a realização de um orçamento de Construção Civil é necessário compreender inicialmente os seguintes pontos: - Identificação da obra; - Descrição; - Quantificação; - Análise e valorização dos serviços apresentados. Como o orçamento é preparado antes da realização do trabalho, deve ser realizado um estudo abrangente para que não existam lacunas na composição dos custos e considerações aleatórias. Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é o conhecimento detalhado de cada serviço. Quanto maior a capacidade de interpretar desenhos, planos e especificações da obra, melhor será o estabelecimento de ações para cada fase do trabalho a realizar, sendo possível identificar a dificuldade de cada serviço e consequentemente custos de execução. Existem alguns parâmetros que não podem ser determinados com exatidão, como é o caso das condições climáticas, condições do solo quando não ocorreram estudos prévios, disponibilidade de materiais, principalmente em períodos de férias coletivas dos fornecedores, além da influente flutuação da produtividade dos operários e diversas paralisações por acidentes, feriados ou outros fatores interligados.
  • 12. AN02FREV001/REV 4.0 12 1.2 COMO SE ORGANIZAM OS ORÇAMENTOS A organização dos elementos que fazem parte de um orçamento não pode ser analisada apenas como uma listagem de números que foram retirados de um livro ou de um manual. Os orçamentos devem ser um documento regido por conceitos fundamentais de orçamentação, como ser capaz de retratar a realidade do projeto, por se tratar de um estudo, há sempre a possibilidade de uma margem de incerteza incorporada à análise, muitas são as premissas de cálculo adotadas e a defasagem de tempo entre o momento da orçamentação e o da realização do serviço. Os principais atributos de um orçamento são (MATTOS, 2006):  Estimativa;  Especificação;  Temporalidade. Estimativa O orçamento é baseado em previsões, obtendo levantamentos aproximados. Por mais que todas as variáveis sejam ponderadas, há sempre uma aproximação associada. O orçamento não tem que ser obrigatoriamente exato, porém deve ser o mais preciso possível. Quanto mais criteriosa for a análise dos elementos necessários para o estudo do orçamento, menor será a sua margem de erro. Por exemplo, em um orçamento de R$ 752.350,45, o valor apresentado com o rigor dos centavos não representa necessariamente uma “precisão” de duas casas decimais. Esse preço de venda é decorrente de uma série de contas definidas a partir de premissas de cálculo.
  • 13. AN02FREV001/REV 4.0 13 FIGURA 4 FONTE: Arquivo pessoal do autor. A estimativa de um orçamento está embutida em diversos itens:  Mão de obra  Produtividade das equipes Quando, por exemplo, se admite que um pedreiro gasta 1,0 h para fazer 1,0 m2 de alvenaria de bloco cerâmico, será por meio dessa premissa que o total de mão de obra de alvenaria será calculado. A produtividade afeta diretamente a composição de custo.  Encargos sociais e trabalhistas O percentual de encargos que incidem sobre a mão de obra leva em conta premissas tais como incidência de acidentes do trabalho, rotatividade para cálculo de aviso prévio, faltas justificadas e outros elementos arbitrados a partir de parâmetros estatísticos e históricos.
  • 14. AN02FREV001/REV 4.0 14  Material  Preço dos materiais Não é possível afirmar com certeza que os preços cotados durante a orçamentação serão os praticados durante a obra.  Impostos Os impostos embutidos no preço de aquisição dos insumos podem variar durante a obra. Além disso, a base de cálculo de impostos como o ISS é estimada para fins de orçamento.  Perda O percentual de perda e desperdício é arbitrado para cada material que entra no orçamento. Assim, por exemplo, admitir que há uma perda de 3% no bloco cerâmico é uma consideração que pode se mostrar arrojada, realista ou conservadora dependendo do serviço.  Reaproveitamento O reaproveitamento consiste na quantidade de vezes que um material pode ser reutilizado (Exemplo: chapa de madeira compensada para forma de estruturas de concreto).  Equipamento  Custo horário O custo horário depende de parâmetros de cálculo como vida útil, custo de manutenção e operação.
  • 15. AN02FREV001/REV 4.0 15  Produtividade Quando se assume, por exemplo, que uma escavadeira, escava 30 m3 de solo por hora, há uma margem de incerteza incluída, pois a produtividade é função da disponibilidade mecânica (percentual de tempo em que o equipamento está em condições mecânicas de ser utilizado) e do coeficiente de utilização (percentual do tempo disponível em que o equipamento efetivamente trabalha), além do empolamento do material escavado (aumento de volume entre os estados natural e solto).  Custos indiretos  Pessoal Os salários e encargos sociais das equipes técnica, administrativa e de apoio.  Despesas gerais As contas de água, luz, telefone, aluguel de equipamentos gerais (grua, andaimes), seguros, fretes, etc.  Imprevistos Os orçamentistas precisam incluir no orçamento alguma verba para os custos que não podem ser orçados com certeza ou explicitamente: retrabalho em razão de chuvas, por má qualidade, danos causados por fenômenos naturais ou por terceiros, danos causados pela construtora a terceiros, etc. Especificação O orçamento para a construção de uma obra em um determinado local dentro da área geográfica da sede da empresa é diferente do orçamento de uma
  • 16. AN02FREV001/REV 4.0 16 obra com as mesmas características a ser realizado em outra região distante, que necessite de mobilização da estrutura da empresa ao local. Não é correto designar um orçamento como padrão ou generalizado para um tipo de serviço. Por mais que um orçamentista se baseie em algum trabalho anterior, é sempre necessário adaptá- lo à obra em questão. Todo orçamento está intrinsecamente ligado a:  Empresa O orçamento traz implícita a política da empresa, na quantidade de cargos de supervisão previstos (engenheiros, mestres, encarregados), no padrão do canteiro de obras, na quantidade de veículos disponibilizados para a equipe, grau de terceirização de serviços, na taxa de administração central cobrada da obra para cobrir parte dos custos do escritório central da empresa, na necessidade de empréstimos para fazer a obra, etc.  Condições locais O clima, relevo, vegetação, profundidade do lençol freático, tipo de solo, condições das estradas locais, facilidade de acesso às fontes de matérias-primas, qualidade da mão de obra, oferta de equipamento, qualidade dos subempreiteiros da região, diferentes alíquotas de impostos, entre outros fatores. Temporalidade Um orçamento realizado há algum tempo já não é válido atualmente. Se, por exemplo, a aprovação para iniciar um trabalho acontecer após longo tempo (fora da previsão definida em orçamento), será necessário estabelecer alguns ajustes. Isso se deve a:  Flutuação no custo dos materiais ao longo do tempo;  Alteração de impostos e encargos sociais e trabalhistas;
  • 17. AN02FREV001/REV 4.0 17  Evolução dos métodos construtivos. Surgimento de técnicas, materiais e equipamentos mais adequados à realização do respectivo serviço;  Diferentes cenários financeiros e gerenciais. Os diferentes cenários podem justificar a terceirização, delegação de tarefas, condições de capital de giro, necessidade de empréstimo, etc. FIGURA 5 FONTE: Arquivo pessoal do autor. A organização de orçamentos para obras de Construção Civil pode ter enfoques distintos, quando analisado sob o prisma do cliente e proprietário da obra ou pelo construtor (MATTOS, 2006). Do ponto de vista do cliente e proprietário da obra, o orçamento é a descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos preços unitários, cuja somatória define o preço total, ou seja, seu desembolso. Alguns pontos apresentados em um orçamento não são uma preocupação imediata do proprietário, como a cotação de materiais, percentual de perdas e produtividade de equipes. De uma maneira geral estará mais preocupado com o montante do empreendimento e como esse montante será desembolsado ao longo do tempo. Do ponto de vista do construtor, o orçamento é a descrição de todos os materiais, devidamente quantificados e multiplicados pelos respectivos custos unitários, acrescidos das despesas indiretas, cuja somatória define o custo total, ou
  • 18. AN02FREV001/REV 4.0 18 seja, o desembolso do construtor, mais o lucro e os impostos, gerando então o preço total, que é quanto irá receber (TISAKA, 2006). Para o construtor, o orçamento encerra em seu contexto todas as premissas que passam a ser metas de desempenho durante a obra. O preço de venda dos serviços é fixo, o custo é variável e precisa ser monitorado em função dessas metas. 1.3 CONCEITOS FUNDAMENTAIS Para a estruturação de um orçamento destinado a obras de Construção Civil é necessário considerar alguns conceitos fundamentais que compõem o mesmo. O orçamento engloba três grandes etapas de trabalho:  Estudo das condicionantes de um trabalho;  Composição de custos;  Determinação do preço. Inicialmente estudam-se os documentos disponíveis em uma obra, realiza-se a visita ao local de trabalho, e fazem-se consultas ao cliente. Em seguida, prepara- se o custo, que é proveniente das definições técnicas, do plano de obra, dos quantitativos dos serviços, das produtividades e da cotação de preços de insumos. Por fim, soma-se o custo indireto, aplicam-se os impostos e aplica-se a margem de lucro desejada, obtendo-se assim o preço de venda da obra. 1.3.1 Estudo das condicionantes de um trabalho Quando existem elementos técnicos disponíveis pelo cliente para a realização de um orçamento, normalmente por meio de um projeto, seja ele básico ou técnico/executivo, a partir do projeto ou especificações técnicas por meio de um caderno de encargos, são identificados os serviços constantes da obra com suas
  • 19. AN02FREV001/REV 4.0 19 respectivas quantidades, o grau de interferência entre eles, a dificuldade relativa de realização das tarefas, etc. A fase de estudo das condicionantes de um trabalho faz com que sejam conhecidas as condições da obra, englobando os seguintes passos: Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas A depender da complexidade da obra, as plantas baixas, cortes, vistas, perspectivas, notas, detalhes, diagramas, tabelas e quadros, que em essência definem o produto final a ser construído, demandam maior ou menor análise. O entendimento do projeto depende muito da experiência do orçamentista e de sua familiaridade com o tipo de obra. As especificações técnicas são documentos que trazem informações de natureza mais qualitativa do que quantitativa. Elas contêm, entre outras coisas:  Descrição qualitativa dos materiais a serem empregados;  Padrões de acabamento;  Tolerâncias dimensionais dos elementos estruturais;  Critério de aceitação de materiais;  Tipo e quantidade de ensaios a serem realizados;  Resistência do concreto. Leitura e interpretação do edital O edital é o documento que rege a licitação, no caso de a obra ser objeto de uma concorrência. Ele traz as "regras" do projeto. É o principal documento da fase de licitação. Algumas das informações contidas no edital e que são indispensáveis para a elaboração do orçamento:  Prazo da obra;  Datas contratuais;
  • 20. AN02FREV001/REV 4.0 20  Penalidade por atraso no cumprimento do prazo ou bônus por antecipação;  Critérios de medição, pagamento e reajustamento;  Regime de preços (unitário, global, por administração);  Limitação de horários de trabalho;  Critérios de participação na licitação (capital social da empresa, etc.);  Habilitação técnica requerida com relação à empresa e responsável técnico;  Documentação requerida;  Seguros exigidos;  Facilidades disponibilizadas pelo contratante (instalações de água, energia, etc.). Visita técnica A visita ao local da obra serve para tirar dúvidas, levantar dados e características importantes para um orçamento, tirar fotos, avaliar o estado das vias de acesso e verificar a disponibilidade de materiais, equipamento e mão de obra na região. Em muitos casos, quando não existe projeto ou caderno de encargos, a visita técnica torna-se a única fonte de levantamento de informações para realizar o orçamento. FIGURA 6 FONTE: Arquivo pessoal do autor.
  • 21. AN02FREV001/REV 4.0 21 1.3.2 Composição de custos Identificação dos serviços O custo total de uma obra é fruto do custo orçado para cada um dos serviços integrantes da obra. A origem da quantificação está na identificação dos serviços. Levantamento de quantitativos Cada serviço identificado deve ser quantificado. O levantamento de quantitativos é um dos principais trabalhos do orçamentista. O levantamento de quantitativos inclui cálculos baseados em dimensões precisas fornecidas no projeto (volume de concreto armado, área de telhado, área de pintura, etc.) ou em alguma estimativa (volume de escavação em solo, quando são dados perfis de sondagem, por exemplo). Custos Diretos Os custos diretos são aqueles diretamente associados aos serviços dos trabalhos em obra. Representam o custo orçado dos serviços levantados. A unidade básica é a composição de custos, os quais podem ser unitários, ou seja, identificados a uma unidade de serviço (quando ele é mensurável, por exemplo: kg de armação, m3 de concreto) ou dado como verba (quando o serviço não pode ser traduzido em uma unidade fisicamente mensurável, por exemplo: paisagismo, sinalização). Cada composição de custos unitários contém os insumos do serviço com seus respectivos índices (quantidade de cada insumo requerida para a realização de uma unidade do serviço) e valor (provenientes da cotação de preços e da aplicação dos encargos sobre a hora-base do trabalhador). A empresa pode usar composições de custos próprias obtidas pela experiência e levantamento por meio de obras de igual dimensão já anteriormente
  • 22. AN02FREV001/REV 4.0 22 realizadas ou obtê-las em publicações especializadas, como a TCPO (Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos), da Editora PINI (TCPO, 2011), sendo atualmente uma das publicações mais completas e difundidas no mercado da Construção Civil. Custos Indiretos Os custos indiretos são aqueles que não estão diretamente associados aos trabalhos de obra em si, mas que são necessários para que tais serviços possam ser realizados. Nestes custos são dimensionadas as equipes técnicas (engenheiros, mestres, encarregados), de apoio (almoxarife, apontador) e de suporte (secretária, vigia), e identificadas às despesas gerais da obra (contas, materiais de escritório e limpeza, etc.), mobilização e desmobilização do canteiro de obras, taxas e emolumentos, entre outras despesas. Cotação de preços A cotação de preços consiste na coleta de preços dos fornecedores do mercado para os diversos materiais da obra, tanto os que aparecem no custo direto, quanto no custo indireto. É importante que esta etapa seja feita em seguida à seleção das composições de custos, para que o orçamentista possa ter uma relação completa de todos os materiais do orçamento. FIGURA 7 FONTE: Arquivo pessoal do autor.
  • 23. AN02FREV001/REV 4.0 23 Definição de encargos sociais e trabalhistas Análise dos encargos sociais e trabalhistas, a serem aplicados à mão de obra a ser utilizada na obra analisada. Envolvem os diversos impostos que incidem sobre a hora trabalhada e os benefícios a que têm direito os trabalhadores e que são pagos pelo empregador. 1.3.3 Determinação do preço FIGURA 8 FONTE: Arquivo pessoal do autor. Definição da margem de lucro Basea-se nas condições intrínsecas e extrínsecas da obra, o construtor define a margem de lucro que deseja obter na obra em questão. Ele deve levar em conta fatores como: concorrência, risco do empreendimento, necessidade de conquistar a obra para imagem da empresa, etc. Aplicação do BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) sobre o preço do trabalho como taxa de majoração importante ao custo do orçamento.
  • 24. AN02FREV001/REV 4.0 24 FIGURA 9 FONTE: Arquivo pessoal do autor. Ao analisar os conceitos fundamentais aqui apresentados, é importante identificar que o propósito do orçamento não se resume à definição do custo da obra. Ele tem uma abrangência maior, servindo de subsídio para outras aplicações, tais como (MATTOS, 2006): Levantamento dos materiais e serviços A descrição e a quantificação dos materiais e serviços ajudam o construtor a planejar as compras, identificar fornecedores, estudar formas de pagamento e analisar metodologias executivas. Obtenção de índices para acompanhamento Com base nos índices de utilização de cada insumo (mão de obra, equipamento, material), o construtor poderá realizar uma comparação entre o que orçou e o que está efetivamente acontecendo na obra. Os índices servem também como metas de desempenho para as equipes de campo.
  • 25. AN02FREV001/REV 4.0 25 Dimensionamento de equipes A quantidade de homem-hora requerida para cada serviço serve para a determinação da equipe. A partir do índice, determina-se o número de trabalhadores para uma dada duração do serviço. Capacidade de revisão de valores e índices O orçamento pode ser facilmente recalculado a partir de novos preços de insumos e índices de produção. Para isso, basta que os campos de valores sejam alterados, pois todo o restante é produto de operações aritméticas simples. Realização de simulações Cenários alternativos de orçamento com diferentes metodologias construtivas, produtividades, jornadas de trabalho, lucratividade, etc. Geração de cronogramas físico e financeiro O cronograma físico retrata a evolução dos serviços ao longo do tempo. O cronograma financeiro quantifica mensalmente os custos e receitas desses mesmos serviços – é a distribuição temporal dos valores. Análise da viabilidade econômico-financeira O balanço entre os custos e as receitas mensais fornece uma previsão da situação financeira da obra ao longo dos meses.
  • 26. AN02FREV001/REV 4.0 26 1.4 MAPA DE TRABALHOS E QUANTIDADES O Mapa de Trabalhos e Quantidades deve relacionar todos os serviços a serem realizados. Em seguida, calcular as quantidades a serem executadas e seus custos unitários (custo para executar uma unidade de cada serviço em questão). Os produtos de quantidades por custos unitários fornecem os custos totais parciais. A soma destes é o custo total do orçamento. Acrescendo-se o BDI, obtemos o preço total do orçamento (o preço a ser apresentado ao cliente). Assim, para o exemplo apresentado a seguir (CARDOSO, 2006): 1) Medição de quantidades escavação = 1,2 x 1,2 x 1,2 = 1,728 m3 remoção de solo = 1,2 m3 compactação do fundo = 1x1 = 1 m2 fundo em concreto = 1 x 1 x 0,05 = 0,05 m3 alvenaria = (1 + 1 + 0,8 + 0,8) x 1,15 = 4,14 m2 reboco interno = 0,8 x 4 x 1,15 = 3,68 m2 grade = 1 m2 reaterro = 0,528 m3 2) Planilha de orçamento discriminado Orçamento para execução de caixa de drenagem em alvenaria, dimensões externas 1 x 1 x 1,2 m, rebocada internamente com grelha de aço d= ¾”.
  • 27. AN02FREV001/REV 4.0 27 TABELA 1 Item Serviço Unidade Quantidade Custo unitário Custo parcial 1. Movimento de solo 1.1 Escavação de solo com escoramento m3 1,728 15,00 25,92 1.2 Apiloamento do fundo m2 1,00 8,00 8,00 1.3 Remoção de solo m3 1,20 5,00 6,00 1.4 Reaterro de solo m3 0,528 10,00 5,28 2. Fundo em concreto magro m3 0,05 120,00 6,00 3. Alvenaria de tijolos maciços, e= 10 cm m3 4,14 22,30 92,22 4. Revestimento interno – reboco misto m2 3,68 14,00 51,52 5. Grade de aço, barra d=¾” m2 1,00 150,00 150,00 Subtotal 345,04 BDI 50% 172,52 Total 517,56 FONTE: Arquivo pessoal do autor. Os Mapas de Trabalhos e Quantidades devem ser apresentados:  Dividindo os trabalhos (ou projeto) em capítulos;  Para cada capítulo é necessário individualizar as tarefas;  Conferir as tarefas. Verificar se estão todas consideradas (um orçamento antigo semelhante pode ajudar);  Medir quantidades sobre peças desenhadas definindo previamente a unidade de medição.
  • 28. AN02FREV001/REV 4.0 28 FIGURA 10 FONTE: Arquivo pessoal do autor. 1.5 PREÇO DE VENDA (UNITÁRIO) DE SERVIÇOS O preço de venda de um serviço é o preço calculado por uma empresa para venda do trabalho em questão. No estudo do preço de venda devem ser considerados os custos da empresa para a execução do trabalho. Estes custos são definidos por meio de composições unitárias de custos de serviços. Para o cálculo de preços de venda deve-se criar a decomposição em capítulos de um mapa de trabalhos, conforme o exemplo a seguir de um edifício corrente: Mapa de Trabalhos
  • 29. AN02FREV001/REV 4.0 29 Capítulo 1 - Demolições Capítulo 2 - Terraplanagem Capítulo 3 - Fundações e estruturas Capítulo 4 - Construção civil 4.1 - Alvenarias 4.2 - Revestimento exterior - fachadas 4.3 - Revestimento interior - tetos 4.4 - Revestimento interior - paredes 4.5 - Revestimento interior - pavimentos 4.6 - Coberturas e impermeabilizações 4.7 - Carpintaria 4.8 - Serralharia 4.9 - Pinturas 4.10 - Vidros 4.11 - Diversos Capítulo 5 - Instalações Hidráulicas Capítulo 6 - Instalações Elétricas Capítulo 7 - Instalações de Ar-condicionado Capítulo 8 - Instalações de Gás Capítulo 9 - Elevadores Composições unitárias de custos de serviços As composições unitárias de custos são as "fórmulas" de cálculo dos custos unitários nos orçamentos discriminados. Cada composição consiste das quantidades individuais do grupo de insumos (material, mão de obra e equipamentos) necessários para a execução de uma unidade de um serviço. Exemplos: (1) Para a execução de escavação de solo para vigas de fundação, o único insumo é a mão de obra (servente), sendo estimado um consumo de quatro horas para cada m3 escavado.
  • 30. AN02FREV001/REV 4.0 30 Escavação de solo normal, até 3,0 m de profundidade – m2 TABELA 2 Item Descrição (função) Quantidade unitária Custo unitário Custo parcial 1 Servente 4,00 h 5,60/h R$ 22,40 Total R$ 22,40 FONTE: Arquivo pessoal do autor. O custo unitário do serviço é obtido multiplicando-se a quantidade empregada do insumo por seu custo respectivo. No caso apresentado, o valor da hora é de R$ 2,00. Acrescendo-se os percentuais de Leis Sociais, considerados como 180%, o preço do insumo "Servente" é de R$ 5,60/h e o preço do serviço "Escavação" é de R$ 22,40/m3. (2) A execução da armadura de uma viga, em aço CA-50 de 12,5mm, envolve os seguintes insumos, já incluídas as perdas nas quantidades unitárias: TABELA 3 - ARMADURA CA-50, 12,5 MM - KG Item Descrição Quantidade unitária Custo unitário Custo parcial 1 Aço CA-50, 12,5 mm 1,05 kg 3,00/kg 3,15 2 Arame recozido 0,02 kg 7,00/kg 0,14 3 Armador 0,10 h 8,40/h 0,84 4 Servente 0,10 h 5,60/h 0,56 Total : R$ 4,69 FONTE: Arquivo pessoal do autor.
  • 31. AN02FREV001/REV 4.0 31 Da mesma forma, os percentuais de Leis Sociais estão embutidos nos custos de mão de obra. Não é necessário que seja assim, podendo-se calcular em separado, acrescendo-se como um subtotal. O valor adotado depende de vários fatores, principalmente da legislação vigente na data e nas condições particulares da empresa (rotatividade, horas extras, índice de ações trabalhistas, etc.). Para estes dois exemplos, o valor calculado é o custo, válido genericamente, para obras comuns. Contudo, em cada caso, devem ser verificados aspectos singulares, tais como: local da obra (transporte), horário e condições de trabalho (horas extras, periculosidade, insalubridade). Além disso, devem ser acrescidos os custos não discriminados e o lucro desejado (BDI) (SILVA, 2006). Obtenção das composições As composições de custos podem ser obtidas de várias fontes. A melhor forma é o levantamento direto nas próprias obras, verificando-se o consumo de acordo com a produtividade da mão de obra local e nas condições técnicas em que se produz. Porém, pela quantidade de trabalho envolvido, geralmente no início das composições são obtidas por meio de referências em publicações. A utilização indiscriminada, porém, é perigosa, pois os coeficientes foram determinados em locais distintos, e não há garantias de que sejam adequados para as condições das nossas obras. Por exemplo, uma publicação editada em São Paulo, há trinta anos, evidentemente deve refletir condições muito diferentes das encontradas nos dias de hoje. Outra forma de obtenção de composições é o cálculo direto, para o qual se apresentam dois casos: (1) Argamassa para alvenaria (1:2:9) - m3 : a) Materiais - traço em volume, considerando os pesos específicos: o volume para cada parcela do traço é: 1 m3 / (1+2+9) = 0,083333 m3 a1) cimento (1600 kg/m3 ): 0,83333 x 1600 = 133,3333 kg a2) cal hidratada (1030 kg/m3 ): 0,83333 x 2 x 1030 = 171,6666 kg a3) areia: 0,83333 x 9 = 0,75 m3 a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais
  • 32. AN02FREV001/REV 4.0 32 b) Mão de obra: estimada (ou medida na obra) em 10h/m3 . c) Betoneira: tempo ocupado estimado (ou medido na obra) em 4 h. TABELA 4 - ARGAMASSA PARA ALVENARIA (1:2:9) – M3 Item Descrição Quantidade unitária Custo unitário Custo parcial 1 Cimento 133,33 kg * 1,10 0,32/kg 46,93 2 Cal hidratada 171,67 kg * 1,10 0,28/kg 52,87 3 Areia média 0,75 m3 * 1,10 35,00/m3 28,88 4 Betoneira 500 litros 0,50 dia 20,00/dia (aluguel) 10,00 5 Servente 10,00 h 5,60/h 56,00 Total : R$ 194,68 FONTE: Arquivo pessoal do autor. (2) Alvenaria de tijolos furados (6 furos, 10x15x20), 10 cm de largura – m2 , para revestir: a) Quantidade de tijolos a1) tijolos em um metro quadrado: 1/0,16 x 1/0,21 = 29,76 un a2) àrea ocupada pelos tijolos: 29,76 x 0,15 x 0,20 = 0,89 m2 a3) volume de argamassa: (1-0,89) x 0,10 = 0,0107 m3 a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais. b) Mão de obra: estimada 1m 1,6h de pedreiro e 0,8h de servente (estes valores são tradicionalmente empregados)
  • 33. AN02FREV001/REV 4.0 33 TABELA 5 - ALVENARIA DE TIJOLOS FURADOS (6 FUROS, 10X15X20), 10 CM DE LARGURA – M2 Item Descrição Quantidade unitária Custo unitário Custo parcial 1 Tijolos 29,76 un * 1.10 0,28/un 9,17 2 Argamassa 1:2:9 0,0107 m3 * 1,10 194,68/m3 2,29 3 Pedreiro 1,60 h 7,80 /h 12,46 4 Servente 0,80 h 5,60/h 4,48 Total : R$ 28,42 FONTE: Arquivo pessoal do autor. É importante entender que a montagem da composição deve ser coerente com o critério adotado para a medição de serviços, para que se saiba o que está incluído e o que não está nos valores resultantes da composição de custos. Embora os preços possam ser obtidos de listas, do tipo publicado periodicamente em revistas ou fornecido por contrato (mediante assinatura), para a execução da obra é necessário obter-se as composições de custos, propriamente ditas, para que seja possível realizar a aquisição de materiais, contratação da mão de obra ou de serviços subempreitados e o controle geral da obra. 1.6 REALIZAÇÃO DE ORÇAMENTOS Para a realização de orçamentos é necessário organizar os elementos identificados no estudo, geralmente compostos pelas seguintes etapas:  Recebimento do conjunto de documentos e informações complementares (prazo, condições de execução, entre outros);  Análise preliminar dos documentos e busca de esclarecimentos ou detalhes para elementos sobre os quais há dúvidas;
  • 34. AN02FREV001/REV 4.0 34  Identificação dos itens e discriminação orçamentária preliminar dos serviços;  Quantificação (medição em obra ou por meio de projetos);  Lançamento em sistema informatizado e/ou busca das composições;  Listagem e cotação de materiais, mão de obra e serviços subempreitados;  Lançamento dos custos, análise de BDI, análises de prazos e viabilidade; ajustes finais;  Fechamento do orçamento, redação das condições da proposta ou minuta do contrato. Regras gerais para execução de orçamentos:  Definir claramente as necessidades;  Saber o que se compra, para que fim e onde comprar;  Planejar as despesas;  Organizar os documentos de despesa de forma funcional;  Evitar desperdícios. Um orçamento deve conter:  Apresentação da empresa;  Quadro técnico;  Memória descritiva;  Relatório fotográfico;  Mapa de Trabalhos e Quantidades;  Descrição dos serviços oferecidos;  Planilha de custos;  Cronograma de execução;  Prazo de entrega;  Validade da proposta;  Fichas técnicas dos produtos mais relevantes.
  • 35. AN02FREV001/REV 4.0 35 Nos casos em que o orçamento não seja gratuito, o profissional deve informar sempre ao consumidor previamente do valor do seu custo, a não informação condiciona a não obrigatoriedade de recebimento por este serviço. Normalmente não é prática usual na construção civil o pagamento pela realização de um orçamento, mesmo que seja preciso realizar um estudo técnico que pode corresponder a muitas horas de trabalho. Esta prática caracteriza o risco que existe por parte das empresas de construção civil, que muitas vezes dedicam parte de seu tempo na criação de um orçamento técnico, que mostra o perfil técnico e profissional da empresa, sem a certeza de que terá sucesso. FIM DO MÓDULO I