O documento apresenta as biografias acadêmicas e profissionais de Flávia Vieira e Felipe Pinho, professores universitários que ministrarão uma palestra sobre o sentido do trabalho e sua relação com a subjetividade e saúde mental do indivíduo no contexto organizacional.
3. Flávia Vieira
• Psicóloga (Unifor)
• Mestre em Administração de Empresas (Unifor)
• Professora Universitária
• Consultora Organizacional
Felipe Pinho
• Psicólogo (UFC)
• Mestre em Linguística (UFC)
• DEA em Filosofia Moral (UB)
• Doutorando em Filosofia (Universidad de Barcelona)
• Professor Universitário
• www.felipepinho.com
4.
5. Da psicopatologia à
psicodinâmica do trabalho
OBJETO DE ESTUDO
“Sentido do trabalho”
Seu significado para o sujeito,
possibilitando seu crescimento
pessoal e o reencontro com sua
subjetividade (e criatividade), tão
esquecida atualmente no modelo
de organização da qual muitos de
nós ainda fazemos parte.
Psiquiatra e Psicanalista
6. CONDIÇÃO HUMANA NO TRABALHO
“Toda pessoa é um complexo
biopsicossocial, isto é, tem
potencialidades biológicas,
psicológicas e sociais que
respondem simultaneamente Dimensão
Biológica
às condições de vida.”
(LIMONGI, 2004)
Conceito de Saúde
adotado pela OMS em
1986: Dimensão Dimensão
“Completo bem-estar Psicológica Social
psicológico, biologico e
social.”
( LIPOWSKY, APUD LIMONGI, 2004)
7. Setores de carga de trabalho
Carga física de trabalho Carga psíquica do trabalho
Relação
HOMEM – TRABALHO
Relação subjetiva
Efeitos concretos
8. O ponto de vista econômico da
clínica
Princípio da
Excitações provenientes economia psíquica
do exterior proposta por Freud
Vias de
TRABALHADOR
descarga
ENERGIA
PULSIONAL
Acúmulo de tensão
VIA PSÍQUICA VIA MOTORA VIA VISCERAL
9. PERIGO!!!
SUBEMPREGO DE
APTIDÕES PSÍQUICAS
Retenção de energia
pulsional
SINTOMAS SINTOMAS SINTOMAS
PSÍQUICOS MOTORES VISCERAIS
10. “O prazer do trabalhador resulta da descarga de energia
psíquica que a tarefa autoriza, o que corresponde à uma
diminuição da carga psíquica do trabalho.”
Diminuição da Acúmulo da carga
carga psíquica psíquica
TRABALHO TRABALHO
EQUILIBRANTE FATIGANTE
11. O que faz o trabalho entravar o livre jogo do
sistema
desejo – prazer?
12. Organização do trabalho
CONTROLE
VONTADE DO OUTRO
DOMÍNIO
EXPLORAÇÃO ALIENAÇÃO DO DESEJO
LIVRE
Divisão de homens: ARBÍTRIO
RECORTE:
Conteúdo das tarefas / relações humanas de trabalho
13. “O trabalhador é, de certa maneira, despossuído de
seu corpo físico e nervoso, domesticado e forçado a
agir conforme a vontade do outro.”
SUJEITO
OBJETO
14. CARGA PSÍQUICA
DO TRABALHO
Desejo do trabalhador Desejo do empregador
Liberdade de
Carga psíquica organização do
trabalho
DOMÍNIO DO
ALIENAÇÃO SOFRIMENTO ANGÚSTIA
SINTOMAS
15. O sofrimento é então definido como o espaço de luta
que cobre o campo situado entre, de um lado,
o “bem-estar”, e, de outro, a doença mental.
16. TRABALHO
EQUILIBRANTE
Flexibilização da
Impossibilidade da
organização do
flexibilização
trabalho
Sofrimento Sofrimento
patogênico criativo
Reorientação
Fonte de prazer
profissional
Gestão do
SUBLIMAÇÃO
estresse
17. Mas afinal é possível ser feliz no trabalho?
Ou Feliz é quem não trabalha?
20. O Ócio e o Trabalho
Para Aristóteles, as
ocupações menos
importantes são as que mais
deformam o corpo,
aproximando o homem do
animal.
21. O trabalho sujeita o homem
às necessidades do corpo; o
incapacita para a prática da
virtude.
Só o tempo livre o
liberta para a
contemplação da
verdade e para a
vida virtuosa.
23. E o ser humano precisou se adaptar à
racionalização da sua vida...
24. A racionalização do trabalho...
• Diminuir o desperdício de tempo e de energia;
• Minimizar a vadiagem e a simulação;
• Disciplinar e educar o novo “cidadão”;
• Criar tarefas simples que qualquer pessoa pudesse
aprender.
Já bateu o ponto
hoje?
25. Gestão Desumana
• Trabalho concepção (prescrito) x trabalho execução (real);
• Trabalho repetitivo, sem sentido, alienante;
• Individualismo;
• Autoritarismo e hierarquia;
• Terceirização e precarização das relações de trabalho.
A Gestão Desumana ultrapassa os limites da empresa e
atinge a família e a sociedade.
Toda organização é, de antemão, desestabilizadora da saúde.
(Dejours)
27. O trabalho é um
espaço privilegiado
do teatro psíquico
28. “Bem-estar psíquico, em
nosso entender, é,
simplesmente, a liberdade
que é deixada ao desejo de
cada um na organização de
sua vida”.
(Christophe Dejours)
29.
30. Ricoeur e o sujeito capaz
O relato poético de uma vida:
“je peux dire”, “je peux faire”, “je peux me raconter”
A Identidade é um percurso de construção dialógico:
reconhecer reconhecer-se
reconhecimento
ser reconhecido
mútuo
31. Ricoeur e a vida Ética
VIVER BEM
PARA E COM
O OUTRO
EM
INSTITUIÇÕES
JUSTAS
32. O Modelo de Peter Warr
Influências ambientais na Saúde Mental
• Oportunidade de controle
• Oportunidade de usar as habilidades
• Metas geradas externamente
• Variedade ambiental
• Transparência organizacional
• Disponibilidade de dinheiro
• Segurança física
• Oportunidade de contato interpessoal
• Posição social valorizada
33. Gestão Humana
• Autonomia e trabalho criativo
• Relações humanas menos formais e baseadas na confiança;
• Promover um espaço público da fala;
• Gestão participativa;
• Promover a ressonância simbólica;
• Reconhecimento e Feedback;
• Estima e valorização pelo outro;
• Ética nas relações de trabalho;
• Trabalho que atenda às exigências intelectuais, motoras e
psicossensoriais
Repito à exaustão o quanto a questão da identidade,
da realização de si mesmo, é central na construção da
saúde mental. (Dejours)
34. A odisseia da vida humana parece ser uma
interminável busca pelo reconhecimento.
Obrigado!
35. Referências Bibliográficas
• RICOEUR, Paul. Sí mismo como otro. Siglo veintiuno de España
Editores, 1996.
• _____________. Parcours de la Reconnaissance. Trois études.
Éditions Stock, 2004.
• DEJOURS, C. Uma nova visão dos sofrimento humano nas
organizações. In: CHANLAT, Jean-François. O indivíduo na
Organização: Dimensões esquecidas. Vol. 1. São Paulo: Editora
Atlas, 2009.
• Christophe Dejours: Da psicopatologia à Psicodinâmica do trabalho,
2004. Selma Lancman & Laerte I. Sznelman (organizadores).
• Psicodinâmica do Trabalho, Contribuições da Escola Djouriana à
Análise da Relação Prazer, Sofrimento e Trabalho, 1994. Dejours,
Christophe; Abdoucheli, Elisabeth e Jayet, Christian.
• TAMAYO, A. Cultura e saúde nas organizações, 2004.
FREUD, S. O mal-estar na cultura. 2012. L&PM Editores.
• BASTOS; BORGES;ZANELLI. Psicologia, Organizações e Trabalho
no Brasil, 2009. Artmed.