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Derivativos
Introdução
Mercados à vista e mercados p/
         liquidação diferida
• Transações de bens e serviços podem ser
  realizadas à vista ou para entrega e
  pagamento futuros (por encomenda).
• Mercados financeiros contemporâneos
  adotam estrutura similar. Mercados de ativos
  específicos considerados “completos” e
  “profundos” quando contam com liquidez
  elevada e mecanismos distintos nas
  negociações para diferentes temporalidades.
Mercados à vista e mercados p/
       vencimentos futuros
• Existência concomitante de mercados à vista e
  mercados p/a vencimentos futuros c/ diversos
  mecanismos tornam possível operações de
  cobertura de riscos (hedge) e ampliam
  possibilidades de especulação.
• Hedge: assumir para liquidação diferida posição
  oposta à do mercado à vista.
• Especulação: instrumento privilegiado por: a)
  alavancagem, b) possibilidade de vender o que não
  se possui
Definição dos derivativos
• Derivativos são compromissos de compra e
  venda de ativos assumidos no presente para
  liquidação numa data e num preço
  determinados, no presente, entre os agentes.
• BIS (1995): contratos cujo valor depende dos
  preços dos ativos subjacentes, sem que seja
  necessário transferir a propriedade desses
  ativos. Assim, não requerem investimento do
  principal.
•
Características comuns
• 1- temporalidade mais longa que a de seu subjacente.
• Cada tipo de derivativo exprime esta projeção à sua maneira
   devido aos diversos mecanismos de negociação (futuros,
   opções, swaps).
2- Nascem do encontro de um comprador e de um vendedor-
   não existe emitente nem estoque predeterminado de títulos.
Um mercado será tão mais líquido quanto mais houver
   vendedores e compradores. A liquidez dos mercados de
   derivativos financeiros depende exclusivamente da
   divergência de opiniões entre os participantes e/ou da busca
   por cobertura de riscos opostos.
Características comuns
• 3- jogo de soma zero: - as somas perdidas por
  uns correspondem exatamente às ganhas por
  outros, se excetuarmos os custos de transação.
  No agregado, só se pode ganhar, nos mercados
  de derivativos, os valores perdidos por outros
  participantes.
• Não há criação de riqueza nesses mercados:
• exceções a) intermediários => comissão por
  operação executada,
• b) bolsas =>emolumentos pagos por todos, quer
  tenham ganho ou perdido dinheiro em suas
  operações.
• Para os demais agentes, só transferência de
  recursos entre agentes ganhadores e agentes
  perdedores.
Características comuns
• 4 - registro contábil “fora de balanço”: balanço
  dá no ativo imagem do que é possuído e no
  passivo do que é devido. Reflete assim
  operações em curso com incidência no
  patrimônio. Mas operações em curso não
  resumem toda atividade da empresa que tb é
  constituída de promessas e compromissos
  futuros, sem incidência no patrimônio atual.
  Esses não têm registro contábil no balanço .
Características comuns
• Crescimento do volume das contas fora de balanço nas
  instituições financeiras e grandes empresas=>
  preocupações que balanços aparentemente sadios
  pudessem encobrir uma situação próxima à falência em
  função de prejuízos em derivativos.
• Instituições financeiras: carteiras de derivativos avaliadas a
  preços de mercado e registradas “abaixo da linha”.
• Crise: Mark to Market procíclico, substituição por “valor
  justo”.
• Ressalte-se que são muitos os países em que tal
  contabilização não se estende às empresas não-financeiras.
Características comuns
• 5- Para operar nos mercados com liquidação
  diferida, só se efetua pequeno pagamento no
  presente. Em alguns casos, esse pequeno aporte
  inicial constitui apenas um depósito de garantia
  que será devolvido após a liquidação da
  operação.
• Alavancagem: torna possível operar grandes
  somas com pequeno desencaixe inicial.
• Grau de alavancagem varia conforme tipo
  específico de derivativo: quanto menor for o
  montante necessário para assumir e manter uma
  posição, maior será o grau de alavancagem
Mercados organizados e de balcão
• Derivativos financeiros negociados em:
• a- mercados organizados: contratos padronizados
  definem ativo, vencimento, liquidação, etc.., só
  resta a comprador e vendedor concordarem
  sobre preço. Risco de crédito limitado ao “risco
  Bolsa”
• b- mercados de balcão: produtos “sob medida”
  p/a atender necessidades específicas. No plano
  internacional predominam largamente sobre
  derivativos em mercados organizados. Elevado
  risco de contraparte
Derivativos no Brasil
• Ao contrário da maioria das economias
  emergentes, o mercado de derivativos no Brasil é
  um dos mais líquido e profundos devido a um
  conjunto de fatores. Em ordem cronológica,
  primeiro, existem especificidades do processo
  inflacionário até o Plano Real (1994), ou seja, a
  moeda indexada, que evitou a dolarização da
  economia. Em segundo lugar, o ambiente
  macroeconômico desde 1994 caracterizado por
  altas taxas de juros e volatilidade da taxa de
  câmbio. Terceiro, o Brasil tem um alto grau de
  abertura financeira.
• Os mercados de derivativos financeiros no Brasil
  desempenharam um importante papel na
  desregulamentação e abertura financeira.
• Também, foram um dos principais palcos das
  sucessivas crises que culminaram na atribulada
  alteração da política cambial em 1999, bem como
  na acentuada apreciação do real, a partir de 2004
  e na transmissão da crise financeira internacional
  para a economia brasileira.
• O Brasil, por ter mercados líquidos e ter passado por
  diversos episódios de instabilidade financeira, permite
  fazer análise das repercussões macroeconômicas dos
  derivativos.
• Eles tiveram destacada participação nos períodos de
  instabilidade financeira, contribuindo para sua acentuação,
  e chegaram a apresentar potenciais riscos sistêmicos, nos
  momentos de tensão mais exacerbada.
• Mas, eles também formaram uma barreira que amorteceu
  a transmissão das instabilidades cambiais ao conjunto da
  economia. Podem-lhes ser creditados parte do
  desempenho econômico, muito melhor do que
  inicialmente esperado, no período que se seguiu à
  mudança de política cambial.
Especificidades dos derivativos no
                Brasil
• 1- desde a criação do contrato futuro de
  câmbio: liquidação é feita em reais no
  vencimento.
• 2- a partir do início de 1994 (Resolução CMN
  2.042): swaps têm de ser registrados seja na
  BM&F, seja na Central de Liquidação e
  Custódia de Títulos Privados (CETIP) =>
  mercado organizado negocia volumes maiores
  do que mercados de balcão.
Instrumentos mais usuais no Brasil
         1- mercados futuros
Mecanismo já usado desde séc. XV, para
negociação de commodities.
Depósito de garantia, ajuste de margens
Contratos + líquidos: Di de um dia, R$/US$,
cupom cambial, Ibovespa
Instrumentos mais usuais no Brasil:
               opções
• Permitem, mediante pagamento de prêmio, ter o
  direito, e não a obrigação, de adquirir ou de
  vender um ativo subjacente a um preço
  predeterminado (preço de exercício ou strike
  price) num vencimento determinado.
• Para cada vencimento, há diversos preços de
  exercício. Até vencimento, opções consideradas
  como tendo “vida útil".
• + líquidos: opções ações individuais, di de 1 dia e
  Ibovespa
Instrumentos mais usuais no Brasil:
               swaps
• Por definição, swap é contrato de troca entre duas partes
  que se comprometem a intercambiar entre si ativos ou
  fluxos financeiros num prazo predeterminado. Dois tipos
  básicos de swaps: 1) swap de juros, troca de fluxos
  financeiros expressos na mesma divisa. 2) swap de câmbio
  ou de divisas expresso em moedas diferentes. Swaps de
  taxas de juros e de câmbio: instrumentos financeiros
  tipicamente negociados no mercado de balcão.
•      Brasil: registro na BM&F ou na Cetip
• Principais instituições financeiras fornecem
  permanentemente cotações para operações mais comuns
  (plain vanilla).
• Evolução dos mercados de derivativos
  financeiros foi bastante rápida. Criada em
  1986, a Bolsa de Mercadorias e Futuros
  fundiu, em 2008, com a Bovespa.
• A soma dos derivativos negociados na BMF e
  das opções sobre ações individuais negociadas
  na Bovespa levou, em 2011, a nova instituição
  a ocupar o 6º lugar no ranking mundial.
BM&F: valor nocional dos principais grupos de
     derivativos (1986-1994), em US$ milhões
Ano        Valor       Ouro (a)    Câmbio      Índice      Taxas de Produto    Swaps
           nocional                (b)         de ações    juros    s
           total                                (b)         (b)     agrícola
                                                                    s (b)
1986          19.335        601         34        7.381      11.288      28
1987          15.524      1.987         19        8.325      4.974      217
1988          29.870      4.499        222       20.048      5.073       25
1989          54.780      27.385      6.668      19.264      1.314      156
1990          39.318      28.073      3.602       4.215      3.246        1
1991          91.656      27.393      6.224      20.120      37.793     124
1992         226.802      31.673     29.812      33.636     131.266     413
1993         532.407      22.375     52.677      66.106     351.637    5.688    26.274
1994        1.576.80      18.620    269.193 114.218         971.140   25.159   163.687
            7
a- inclui mercado disponível, contratos futuros e opções
b-inclui contratos futuros e opções
Fonte: BM&F
Atuação do BC nos derivativos de
             câmbio
Após crise do México, em 1996, apostas especulativas sobre uma mudança de
política cambial levaram o Banco Central a operar no mercado futuro de
câmbio.
Os volumes negociados de derivativos de câmbio tiveram forte elevação tanto
por conta da atuação do Banco Central quanto do aumento das captações
externas. O volume médio diário de contratos futuros de dólar comercial na
BM&F aumentou 217,7%, do período de janeiro a agosto de 1996 ao de
janeiro a agosto de 97. No mesmo período, o volume total passou de um valor
nocional de US$ 23,658 bilhões para US 75,163 bilhões. A título de
comparação, de janeiro a agosto de 1996, a captação privada no exterior foi
de US$ 10,443 bilhões e em 1997, também nos 8 primeiros meses do ano, US$
14,311 bilhões.
Mas, a partir de fim de 1997 (crise da Ásia) novas expectativas de crise
cambial=> queda do volume dos contratos de câmbio e juros
Os volumes vendidos pelo BC eram muito elevados. Até hoje, o
recorde de volume de negócios no mercado de ouro na BM&F continua
sendo o registrado em 8 de fevereiro de 1991, dia em que foram
transacionados 102.816 contratos de 250 gramas, ou quase 26
toneladas. Este volume indicava o temor acentuado dos agentes da
ocorrência de uma hiperinflação em 1989 e um real perigo de fuga da
moeda nacional após o confisco do Plano Collor.
Oferecendo grandes volumes de um ativo financeiro cujo preço estava
atrelado à taxa de câmbio (paralelo ou flutuante), o governo Collor
visava sobretudo impedir um movimento de fuga da moeda nacional,
cuja credibilidade tinha sido duramente abalada pelo confisco dos
haveres financeiros.
A estratégia teve resultados: impediu a ocorrência de uma dolarização
espontânea dos haveres financeiros dos agentes e induziiu uma forte
queda do ágio do mercado paralelo. Mas, ela custou caro. As
estimativas do mercado eram que, através da venda de ouro, o BC
tenha gasto na operação uma quantia próxima a US$ 12 bilhões. A
queda das reservas internacionais de divisas resultante das vendas de
ouro do BC acabou acarretando a maxidesvalorização de setembro de
1991.
Regime de "banda cambial"
• Lógica das intervenções do BC nos mercados
  de futuros: suprir falta estrutural de
  vendedores e atrair especuladores
  convencidos do peso que a autoridade
  monetária tinha no mercado. Interesse do BC
  no mercado futuro de câmbio da BM&F
  decorria basicamente das características
  próprias do contrato futuro de câmbio.
BC e BM&F
• BC, no mercado futuro de câmbio, podia
  fornecer equivalente a divisas aos agentes,
  sem lançar mão das reservas internacionais de
  divisas ou elevar dívida interna atrelada ao
  câmbio. Mas, nos vencimentos, resultados das
  operações incidiam nas contas do governo,
  como receita q/o BC obtinha lucros ou c/o
  despesa quando operações davam prejuízos.
Derivativos no Brasil e participação
             estrangeira
• A ampliação da participação estrangeira no sistema
  financeiro nacional (PROER e PROES) contribuiu muito
  para o crescimento e aprofundamento dos mercados de
  derivativos brasileiros. A maior participação estrangeira
  no sistema financeiro nacional instaurou nova dinâmica
  na gestão das operações de tesouraria no Brasil, e nos
  mercados de derivativos que passaram a estar
  estreitamente vinculados aos mercados internacionais
  e às suas avaliações sobre os ativos brasileiros. A maior
  parte dos bancos estrangeiros que vieram se instalar no
  Brasil adotou um estilo operacional muito mais
  agressivo do que o anteriormente utilizado pelas
  instituições financeiras domésticas
A crise asiática e o Brasil
• Reações de pânico nos mercados financeiros
  brasileiros: busca desenfreada de divisas ou
  ativos ligados ao câmbio, pesadas vendas
  ativos em reais e dos que representavam
  "risco país". Intensos movimentos de fuga de
  capitais. Situação mercados de derivativos
  assinalava ataque especulativo contra real:
  Volume negociado < , exceção: BCB que
  vendeu grandes volumes de contratos futuros.
A crise asiática e o Brasil
• Estatísticas da BM&F sobre perfil dos
  participantes no mercado futuro de câmbio
  revelam que, até outubro de 1997, bancos e
  investidores institucionais, nacionais e
  estrangeiros vinham mantendo posições
  compradas e vendidas, em proporções
  semelhantes, no mercado futuro e de opções
  de câmbio, enquanto a participação das
  distribuidoras de valores mobiliários (DTVMs)
  era pouco expressiva.
A crise asiática e o Brasil
• Agravamento crise asiática levou bancos e
  investidores institucionais a liquidar
  posições vendidas e assumir novas posições
  compradas. Contrapartes dessas compras:
  DTVMs (operações de derivativos do BC
  efetuadas pela BB-DTVM). Comparação
  posições dias 22/10 e do dia 10/11:
  elevação das DTVMs na ponta vendida de
  6,32% para 61,43% do total.
Moratória russa
• Investidores internacionais procuravam fugir a
  qualquer custo dos riscos relativos aos países
  emergentes. US$ 18 bilhões deixaram Brasil
  entre início de agosto e 2a semana de
  setembro de 98. Para acalmar expectativas,
  BC passou a oferecer leilões diários de títulos
  com correção cambial. Persistência de forte
  demanda por divisas e títulos atrelados ao
  câmbio: boa parte ligada à busca por
  cobertura de riscos.
Moratória russa
• Dinâmica levou instituições financeiras a
  reduzir ainda mais níveis de alavancagem e
  boa parte dos agentes a procurar cobrir riscos
  decorrentes de passivos em divisas ou buscar
  ¨manter o valor do patrimônio¨. Movimentos
  lógicos e racionais do ponto de vista micro,
  mas, impacto macro: formação processo
  contínuo demanda de divisas ou ativos
  atrelados ao câmbio que => crise cambial.
Crise Cambial e derivativos
• Percepção que crise adquiria feições
  nacionais: média diária dos contratos
  negociados na BM&F minguou, com ponta
  vendedora concentrada nas mãos do BC e dos
  poucos especuladores que ainda o
  acompanhavam. Queda indicava elevação da
  aversão aos riscos dos agentes e convergência
  de expectativas.
Crise Cambial e derivativos
• IMM de Chicago: contratos futuros de real
  contra dólar indicavam, desde meados de
  dezembro, expectativas de elevação da taxa
  de câmbio do real; volume de negócios e
  posições em aberto vinham aumentando.
  BM&F: > pressão compradora faz que BC
  venda inusitado volume de contratos futuros.
  Quantidade de venda do BC leva a romper
  limite de concentração imposto por BM&F.
  –
Crise Cambial
• Continuidade ataque especulativo iniciado a
  partir moratória russa e agravado pela
  percepção da degradação dos fundamentos
  econômicos do país e pela intensa sangria de
  reservas cambiais. Reestruturação das
  carteiras, intensa ao longo de todo o período,
  acentuou-se cada vez mais. Em regime de
  banda cambial, crise ocorre quando reservas
  encolhem a ponto de serem consideradas
  insuficientes.
Repercussões dos derivativos
• Crise cambial de 01/99 não produziu crise
  financeira ou forte recessão, diferentemente
  de outros países que adotaram câmbio
  flutuante => ataques especulativos. 3 fatores
  principais p/a explicar fenômeno : 1)
  saneamento do sistema financeiro, iniciado
  em 1995. 2) agentes privados mais relevantes
  tinham antecipado forte probabilidade de
  mudanças da política cambial e estavam
  preventivamente resguardados.
Desvalorização cambial, inflação e PIB após crise
                      cambial
•                    Coréia do Sul Tailândia         Brasil

•                      1a 2a anos 1ª 2 a         1a 2 a

• Desvalorização (%) 48        31 73      55     58      54

• Inflação Acumul.       7     8    10    9      9       17

•
• PIB (variação %)      -5,8    9,0 -8,0 3,8 0,7 3,0
Repercussões dos derivativos
• Mercado de derivativos de câmbio, líquido
  devido à presença e atuação do BC,
  <=>operações de hedge reduzissem impacto
  desvalorização nos balanços de bancos e grandes
  empresas privadas.
• “Barreira” atenuou fortemente transmissão da
  instabilidade fi. para economia, fazendo com que
  não se cumprissem previsões catastróficas de
  profunda recessão e inflação descontrolada.
Repercussões dos derivativos
• Crise deixou claro que hedge c/ derivativos,
  não anula riscos, apenas os transfere para
  outros. De forma consolidada, eles
  permanecem =s, só se altera distribuição. Para
   benefícios macro. de hedge, em situação de
  crise, necessário que, ao serem transferidos,
  riscos se diluam entre muitos pequenos
  especuladores ou se concentrem em carteiras
  fortes, como BC, capazes de suportar
  prejuízos resultantes.
Repercussões dos derivativos
• Nesse episódio, grande perdedor nos derivativos de
  câmbio foi BC "na qualidade de garantidor da
  lucratividade privada". Por seu intermédio,
  recursos públicos foram utilizados para cobrir
  riscos privados e dar lucros aos especuladores.
• Títulos da dívida pública indexados ao câmbio
  também parte dessa gigantesca ”socialização dos
  prejuízos", => acentuado aumento dívida pública
  interna e relação com PIB.
   – Relatório da CPI dos bancos, 1999, p.71
Lucros e patrimônio dos bancos-março 99
Bancos              Lucros        Lucros        Patrimônio      Patrimônio      Patrimônio
                1° trim. 1999      1998        Março 1999          1998        Março 1999
                   R$ milhões R$ milhões      R$ milhões      US$ milhões     US$ milhões
Bco do Brasil             556,5      6.302,10        7.186,40        5.213,95        4.173,27
Itaú                    528,85       5.078,36        5.597,54        4,201,50        3.250,60
Chase                   312,75         169,46          483,21          140,20          280,03
Morgan G.               281,52         160,06          321,59          132,42          186,75
BBA                     258,14         650,39          908,56          538,09          527,62
Citibank S.A.           251,37         515,22          766,60          426,26          445,18
J.P.Morgan              243,41          65,43          309,05           54,14          179,47
Bradesco                220,72       6.321,00        6.749,60        5.229,59        3.919,63
Unibanco                202,31       2.906,34        3.091,86        2.404,51        1.795,50
Citi. N.A.              103,29         189,88          293,06          157,09          170,19
BBV                     100,47         462,53          563,00          382,67          326,95
Deutsche                 96,75         147,22          243,98          121,80          141,68
CCF Brasil               65,22         485,36          510,58          401,55          296,50
Crédit Suisse            53,34          22,78           35,44           18,85           20,58
Barclays                 52,67         171,23          223,91          141,67          130,03
Sumitomo                 45,33         137,37          182,70          113,65          106,10
HSBC                     44,33         981,07        1.031,59          811,68          599,07
Sudameris                34,63         836,22          870,85          691,83          505,71
Real                     32,29         121,33          158,25          100,38           91,90
Dresdner                 30,42          44,66           51,88           36,95           30,13
Credibanco               21,59         183,56          203,19          151,86          117,99
BFB                      20,00         547,39          568,51          452,88          330,14
Santander                17,40         920,78          938,70          761,79          545,12
BNL                      16,41         119,13          135,54           98,56           78,71
Rabobank                 16,03          37,34           53,37           30,89           30,99
ING Bank                  -4,39        100,65           96,26           83,27           55,90
LloydsBank               28,01         187,68          159,66          155,27           92,72
Repercussões dos derivativos
• Crise cambial de 01/99 não produziu crise
  financeira ou forte recessão, diferentemente
  de outros países que adotaram câmbio
  flutuante => ataques especulativos. 3 fatores
  principais p/a explicar fenômeno : 1)
  saneamento do sistema financeiro, iniciado
  em 1995. 2) agentes privados mais relevantes
  tinham antecipado forte probabilidade de
  mudanças da política cambial e estavam
  preventivamente resguardados.
• Em janeiro de 1999, o BCB detinha mais de 80% dos contratos
  vendidos em câmbio futuro na BM&F, o que resultou em um
  prejuízo de R$ 7,6 bilhões.
• Por isso, a renegociação dos acordos com o FMI em 03/1999 e em
  07/2001 proibiu o BCB de usar derivativos. Em 2002, novamente
  sob ataques especulativos à taxa de câmbio do real e aos preços de
  ativos brasileiros, o BCB viu-se premido a oferecer instrumentos de
  hedge cambial que não pressionassem a dívida pública e,
  sobretudo, a parcela desta indexada ao câmbio.
• Para tanto, obteve a autorização do FMI de lançar swaps cambiais,
  por meio dos quais o BCB oferecia hedge cambial aos agentes
  privados em troca de uma rentabilidade referente à taxa dos
  Certificados de Depósitos Interbancários (CDI).
Repercussões dos derivativos
• Crise cambial brasileira de 1999 evidenciou
  importância hedge, função das antecipações
  dos agentes. Qdo. crise manifesta-se de forma
  súbita e inesperada, agentes com risco estarão
  pouco cobertos e deverão arcar com
  imprevidência ou espírito especulativo.
  Nessas condições, crise cambial pode
  propagar-se rapidamente ao setor produtivo
  endividado em divisas e, sobretudo, ao setor
  financeiro que costuma empregar altos níveis
  de alavancagem.
Repercussões dos derivativos
• Em contraposição, qdo crise segue processo +
  lento, quanto > parcela dos agentes com risco
  antecipando sua possibilidade, > será procura
  por hedge. Perigo de propagação da
  instabilidade cambial aos outros setores da
  economia será <. 3o. fator: socialização dos
  prejuízos decorrentes da desvalorização.
  Instrumentos: derivativos fi. títulos indexados
  ao câmbio e perda de reservas (vendas BC
  mercado à vista).
Contratos negociados na BM&F

Ano     Câmbio Índice de ações Taxas de juros        Total
1986         3026     1.550.857         173.802      1.933.747
1987         2892      5.339.126        160.322      6.087.966
1988       25.853      8.931.080        470.723     11.662.304
1989      887.353      4.219.914        193.422     15.929.543
1990      615.551      2.540.346        711.097     15.689.542
1991    1.152.360      7.836.256      2.607.741     26.993.303
1992    4.914.569      7.287.054     14.072.749     44.666.201
1993    8.018.232     10.374.860     19.254.469     55.496.562
1994   39.901.358     10.596.849     28.550.727     95.234.244
1995   79.002.342     15.698.056     34.588.898    138.029.244
1996   50.456.923     15.340.230     50.433.320    118.028.702
1997   48.572.750     15.306.509     37.301.363    102.273.040
1998   22.065.476     10.033.560     39.098.345     71.942.274
1999   12.166.257      5.578.148     25.292.621     44.056.067
2000   21.612.354      7.008.585     43.853.697     73.396.057
2001   19.998.251      5.315.925     65.962.457     92.286.531
2002   17.349.055      5.262.830     71.186.758     94.966.994
2003   19.320.993      6.631.272     83.553.866    110.674.608
2004   27.421.447     7.160.153    139.066.000    175.160.896
Mudança na regulação
• Em 2000, a Resolução CMN n. 2689 permitiu o
  acesso livre e irrestrito dos investidores
  institucionais estrangeiros aos mercados
  nacionais de derivativos.
• Entretanto, esses só se fizeram presentes,
  com grandes volumes de operações, a partir
  de 2004.
• O surto de pessimismo, que levou à mudança de
  regime cambial em janeiro de 1999, não se esgotou
  com ela. Passada a fase de overshooting cambial
  decorrente desta mudança, a situação tendeu para
  uma relativa calmaria no decorrer do resto do ano de
  1999 e em 2000.
• Mas, em 2001, novo ataque especulativo contra a
  taxa de câmbio flutuante do real. Motivos invocados
  foram: queda das ações de alta tecnologia nos
  mercados internacionais, crise da Turquia, crise
  argentina, racionamento de energia, menor
  crescimento ou recessão das economias
  desenvolvidas – em particular a dos EUA – e os
  ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
• Novo ataque se desenvolveu a partir de abril de
  2002. A realização de eleições para a Presidência da
  República e outras instâncias dos poderes executivo e
  legislativo contribuiu para esse processo, ao elevar as
  incertezas e a aversão ao risco dos investidores
  estrangeiros, mas não responde por toda a história.
Ataques especulativos e câmbio
             flutuante
• Movimento taxa de câmbio do real em 01/02
  parecido c/ dinâmica bolhas especulativas:
  alta dos preços acarreta > no. compradores
  dispostos a pagar preços cada vez + altos
  porque presumem que tendência persistirá.
  Ação especuladores, em particular nos
  mercados de derivativos, manifesta ao se
  constatar pressões altistas > nos dias em que
  era apurada a PTAX para liquidação de
  vencimento de contratos futuros.
Derivativos e câmbio flutuante
• Conseqüências micro e macro da acentuada
  desvalorização cambial foram bastante
  distintas das resultantes ataques
  especulativos no câmbio administrado. Micro:
  difícil apreciar o valor patrimonial das
  empresas com dívidas em moeda estrangeira,
  dificuldade se aplica tto. às que não tinham
  hedge e que poderiam ter ficado com
  patrimônios líquidos negativos, qto. para as
  empresas que tinham coberto seus riscos.
Derivativos e câmbio flutuante
• Difícil avaliação patrimonial das empresas:
  taxa de câmbio em que proteção de riscos
  tinha sido feita variou mto., não sendo
  possível determinar impacto da cobertura em
  balanços. Fortes quedas dos preços das ações
  das empresas negociadas em bolsas de
  valores foram, em parte, agravadas por
  dificuldade em calcular impacto
  desvalorização cambial sobre balanços.
Derivativos e câmbio flutuante
• Repercussões macro: esses ataque especulativos
  manifestaram-se por pressões suplementares
  nos preços, levando taxa de inflação a superar
  metas fixadas pelo governo e incluídas no acordo
  com FMI. Na medida que BC pauta atuação por
  metas inflacionárias, alta do câmbio repercute
  em alta dos juros (embora essa fosse bem menor
  do que no regime de câmbio administrado) e
  conseqüente redução do crescimento
  econômico.
• A principal característica do período foi a
  acentuada restrição do conjunto de fontes de
  créditos externos para as economias emergentes,
  com investidores procurando fugir dos riscos
  devido às incertezas que cercavam as
  perspectivas econômicas das economias centrais,
  ao colapso da Argentina, à crise de confiança nos
  mercados de capitais (fraudes contábeis, conflitos
  de interesses), à concordata de grandes empresas
  nos Estados Unidos e aos prenúncios da guerra
  contra o Iraque (Farhi; Cintra, 2003.
• Somaram-se ainda ao conturbado quadro
  internacional, as repercussões domésticas do erro
  de formato no lançamento dos swaps cambiais
  vinculados a títulos de juros prefixados de curto
  prazo.
• As repercussões de cada um desses ataques
  sobre a taxa de câmbio foram cumulativas e
  assemelharam-se às bolhas especulativas em
  que a alta dos preços acarreta um aumento
  no número de compradores dispostos a pagar
  preços cada vez mais altos porque presumem
  que a tendência persistirá.
• Ataques sob regime de câmbio flutuante sublinharam
  as particularidades que os distinguem dos ocorridos
  no câmbio administrado.
• Na vigência da banda cambial, o ataque especulativo,
  a demanda por divisas e a fuga de capitais tinham
  impacto direto no nível das reservas internacionais
  do país.
• Num regime de taxa de câmbio flutuante, a demanda
  por divisas e a fuga de capitais passam a ocasionar
  depreciação da taxa de câmbio. As repercussões
  macro desses ataques especulativos manifestaram-se
  por pressões suplementares nos preços que levaram
  a taxa de inflação de 2001 e de 2002 a ultrapassar os
  tetos máximos da meta fixada pelo governo que
  repercutiram em alta dos juros e redução do
  crescimento econômico. A combinação das políticas
  macroeconômicas câmbio flutuante/ regime de
  metas de inflação passou a mostrar seu potencial de
  transmitir à atividade econômica a instabilidade
  gerada nos mercados financeiros
• O volume de contratos negociados durante um
  ataque especulativo permite avaliar o grau de
  intensidade das expectativas de mudança da taxa
  de câmbio. Quanto maiores e mais difundidas as
  expectativas de tal mudança, menor será o
  volume negociado, já que a esmagadora maioria
  dos participantes desejará assumir a mesma
  posição e não encontrará ofertas em quantidade
  suficiente ou a um nível de preços aceitável.
• As restrições à participação dos investidores
  estrangeiros nos mercados domésticos de
  derivativos tinham sido revogadas em 2000, na
  presidência de Armínio Fraga. Mas, em tempos de
  instabilidade financeira e cambial, não se
  registrou uma participação significativa dos
  investidores institucionais estrangeiros. Esses
  dados reforçam a hipótese de que o país
  enfrentou, até outubro de 2002, uma restrição
  externa de liquidez. Os investidores internacionais
  tinham decidido reduzir suas posições em ativos
  brasileiros.

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Introdução aos derivativos financeiros: conceitos, instrumentos e mercados

  • 2. Mercados à vista e mercados p/ liquidação diferida • Transações de bens e serviços podem ser realizadas à vista ou para entrega e pagamento futuros (por encomenda). • Mercados financeiros contemporâneos adotam estrutura similar. Mercados de ativos específicos considerados “completos” e “profundos” quando contam com liquidez elevada e mecanismos distintos nas negociações para diferentes temporalidades.
  • 3. Mercados à vista e mercados p/ vencimentos futuros • Existência concomitante de mercados à vista e mercados p/a vencimentos futuros c/ diversos mecanismos tornam possível operações de cobertura de riscos (hedge) e ampliam possibilidades de especulação. • Hedge: assumir para liquidação diferida posição oposta à do mercado à vista. • Especulação: instrumento privilegiado por: a) alavancagem, b) possibilidade de vender o que não se possui
  • 4. Definição dos derivativos • Derivativos são compromissos de compra e venda de ativos assumidos no presente para liquidação numa data e num preço determinados, no presente, entre os agentes. • BIS (1995): contratos cujo valor depende dos preços dos ativos subjacentes, sem que seja necessário transferir a propriedade desses ativos. Assim, não requerem investimento do principal. •
  • 5. Características comuns • 1- temporalidade mais longa que a de seu subjacente. • Cada tipo de derivativo exprime esta projeção à sua maneira devido aos diversos mecanismos de negociação (futuros, opções, swaps). 2- Nascem do encontro de um comprador e de um vendedor- não existe emitente nem estoque predeterminado de títulos. Um mercado será tão mais líquido quanto mais houver vendedores e compradores. A liquidez dos mercados de derivativos financeiros depende exclusivamente da divergência de opiniões entre os participantes e/ou da busca por cobertura de riscos opostos.
  • 6. Características comuns • 3- jogo de soma zero: - as somas perdidas por uns correspondem exatamente às ganhas por outros, se excetuarmos os custos de transação. No agregado, só se pode ganhar, nos mercados de derivativos, os valores perdidos por outros participantes. • Não há criação de riqueza nesses mercados: • exceções a) intermediários => comissão por operação executada, • b) bolsas =>emolumentos pagos por todos, quer tenham ganho ou perdido dinheiro em suas operações. • Para os demais agentes, só transferência de recursos entre agentes ganhadores e agentes perdedores.
  • 7. Características comuns • 4 - registro contábil “fora de balanço”: balanço dá no ativo imagem do que é possuído e no passivo do que é devido. Reflete assim operações em curso com incidência no patrimônio. Mas operações em curso não resumem toda atividade da empresa que tb é constituída de promessas e compromissos futuros, sem incidência no patrimônio atual. Esses não têm registro contábil no balanço .
  • 8. Características comuns • Crescimento do volume das contas fora de balanço nas instituições financeiras e grandes empresas=> preocupações que balanços aparentemente sadios pudessem encobrir uma situação próxima à falência em função de prejuízos em derivativos. • Instituições financeiras: carteiras de derivativos avaliadas a preços de mercado e registradas “abaixo da linha”. • Crise: Mark to Market procíclico, substituição por “valor justo”. • Ressalte-se que são muitos os países em que tal contabilização não se estende às empresas não-financeiras.
  • 9. Características comuns • 5- Para operar nos mercados com liquidação diferida, só se efetua pequeno pagamento no presente. Em alguns casos, esse pequeno aporte inicial constitui apenas um depósito de garantia que será devolvido após a liquidação da operação. • Alavancagem: torna possível operar grandes somas com pequeno desencaixe inicial. • Grau de alavancagem varia conforme tipo específico de derivativo: quanto menor for o montante necessário para assumir e manter uma posição, maior será o grau de alavancagem
  • 10. Mercados organizados e de balcão • Derivativos financeiros negociados em: • a- mercados organizados: contratos padronizados definem ativo, vencimento, liquidação, etc.., só resta a comprador e vendedor concordarem sobre preço. Risco de crédito limitado ao “risco Bolsa” • b- mercados de balcão: produtos “sob medida” p/a atender necessidades específicas. No plano internacional predominam largamente sobre derivativos em mercados organizados. Elevado risco de contraparte
  • 12. • Ao contrário da maioria das economias emergentes, o mercado de derivativos no Brasil é um dos mais líquido e profundos devido a um conjunto de fatores. Em ordem cronológica, primeiro, existem especificidades do processo inflacionário até o Plano Real (1994), ou seja, a moeda indexada, que evitou a dolarização da economia. Em segundo lugar, o ambiente macroeconômico desde 1994 caracterizado por altas taxas de juros e volatilidade da taxa de câmbio. Terceiro, o Brasil tem um alto grau de abertura financeira.
  • 13. • Os mercados de derivativos financeiros no Brasil desempenharam um importante papel na desregulamentação e abertura financeira. • Também, foram um dos principais palcos das sucessivas crises que culminaram na atribulada alteração da política cambial em 1999, bem como na acentuada apreciação do real, a partir de 2004 e na transmissão da crise financeira internacional para a economia brasileira.
  • 14. • O Brasil, por ter mercados líquidos e ter passado por diversos episódios de instabilidade financeira, permite fazer análise das repercussões macroeconômicas dos derivativos. • Eles tiveram destacada participação nos períodos de instabilidade financeira, contribuindo para sua acentuação, e chegaram a apresentar potenciais riscos sistêmicos, nos momentos de tensão mais exacerbada. • Mas, eles também formaram uma barreira que amorteceu a transmissão das instabilidades cambiais ao conjunto da economia. Podem-lhes ser creditados parte do desempenho econômico, muito melhor do que inicialmente esperado, no período que se seguiu à mudança de política cambial.
  • 15. Especificidades dos derivativos no Brasil • 1- desde a criação do contrato futuro de câmbio: liquidação é feita em reais no vencimento. • 2- a partir do início de 1994 (Resolução CMN 2.042): swaps têm de ser registrados seja na BM&F, seja na Central de Liquidação e Custódia de Títulos Privados (CETIP) => mercado organizado negocia volumes maiores do que mercados de balcão.
  • 16. Instrumentos mais usuais no Brasil 1- mercados futuros Mecanismo já usado desde séc. XV, para negociação de commodities. Depósito de garantia, ajuste de margens Contratos + líquidos: Di de um dia, R$/US$, cupom cambial, Ibovespa
  • 17. Instrumentos mais usuais no Brasil: opções • Permitem, mediante pagamento de prêmio, ter o direito, e não a obrigação, de adquirir ou de vender um ativo subjacente a um preço predeterminado (preço de exercício ou strike price) num vencimento determinado. • Para cada vencimento, há diversos preços de exercício. Até vencimento, opções consideradas como tendo “vida útil". • + líquidos: opções ações individuais, di de 1 dia e Ibovespa
  • 18. Instrumentos mais usuais no Brasil: swaps • Por definição, swap é contrato de troca entre duas partes que se comprometem a intercambiar entre si ativos ou fluxos financeiros num prazo predeterminado. Dois tipos básicos de swaps: 1) swap de juros, troca de fluxos financeiros expressos na mesma divisa. 2) swap de câmbio ou de divisas expresso em moedas diferentes. Swaps de taxas de juros e de câmbio: instrumentos financeiros tipicamente negociados no mercado de balcão. • Brasil: registro na BM&F ou na Cetip • Principais instituições financeiras fornecem permanentemente cotações para operações mais comuns (plain vanilla).
  • 19. • Evolução dos mercados de derivativos financeiros foi bastante rápida. Criada em 1986, a Bolsa de Mercadorias e Futuros fundiu, em 2008, com a Bovespa. • A soma dos derivativos negociados na BMF e das opções sobre ações individuais negociadas na Bovespa levou, em 2011, a nova instituição a ocupar o 6º lugar no ranking mundial.
  • 20.
  • 21. BM&F: valor nocional dos principais grupos de derivativos (1986-1994), em US$ milhões Ano Valor Ouro (a) Câmbio Índice Taxas de Produto Swaps nocional (b) de ações juros s total (b) (b) agrícola s (b) 1986 19.335 601 34 7.381 11.288 28 1987 15.524 1.987 19 8.325 4.974 217 1988 29.870 4.499 222 20.048 5.073 25 1989 54.780 27.385 6.668 19.264 1.314 156 1990 39.318 28.073 3.602 4.215 3.246 1 1991 91.656 27.393 6.224 20.120 37.793 124 1992 226.802 31.673 29.812 33.636 131.266 413 1993 532.407 22.375 52.677 66.106 351.637 5.688 26.274 1994 1.576.80 18.620 269.193 114.218 971.140 25.159 163.687 7 a- inclui mercado disponível, contratos futuros e opções b-inclui contratos futuros e opções Fonte: BM&F
  • 22. Atuação do BC nos derivativos de câmbio Após crise do México, em 1996, apostas especulativas sobre uma mudança de política cambial levaram o Banco Central a operar no mercado futuro de câmbio. Os volumes negociados de derivativos de câmbio tiveram forte elevação tanto por conta da atuação do Banco Central quanto do aumento das captações externas. O volume médio diário de contratos futuros de dólar comercial na BM&F aumentou 217,7%, do período de janeiro a agosto de 1996 ao de janeiro a agosto de 97. No mesmo período, o volume total passou de um valor nocional de US$ 23,658 bilhões para US 75,163 bilhões. A título de comparação, de janeiro a agosto de 1996, a captação privada no exterior foi de US$ 10,443 bilhões e em 1997, também nos 8 primeiros meses do ano, US$ 14,311 bilhões. Mas, a partir de fim de 1997 (crise da Ásia) novas expectativas de crise cambial=> queda do volume dos contratos de câmbio e juros
  • 23. Os volumes vendidos pelo BC eram muito elevados. Até hoje, o recorde de volume de negócios no mercado de ouro na BM&F continua sendo o registrado em 8 de fevereiro de 1991, dia em que foram transacionados 102.816 contratos de 250 gramas, ou quase 26 toneladas. Este volume indicava o temor acentuado dos agentes da ocorrência de uma hiperinflação em 1989 e um real perigo de fuga da moeda nacional após o confisco do Plano Collor. Oferecendo grandes volumes de um ativo financeiro cujo preço estava atrelado à taxa de câmbio (paralelo ou flutuante), o governo Collor visava sobretudo impedir um movimento de fuga da moeda nacional, cuja credibilidade tinha sido duramente abalada pelo confisco dos haveres financeiros. A estratégia teve resultados: impediu a ocorrência de uma dolarização espontânea dos haveres financeiros dos agentes e induziiu uma forte queda do ágio do mercado paralelo. Mas, ela custou caro. As estimativas do mercado eram que, através da venda de ouro, o BC tenha gasto na operação uma quantia próxima a US$ 12 bilhões. A queda das reservas internacionais de divisas resultante das vendas de ouro do BC acabou acarretando a maxidesvalorização de setembro de 1991.
  • 24. Regime de "banda cambial" • Lógica das intervenções do BC nos mercados de futuros: suprir falta estrutural de vendedores e atrair especuladores convencidos do peso que a autoridade monetária tinha no mercado. Interesse do BC no mercado futuro de câmbio da BM&F decorria basicamente das características próprias do contrato futuro de câmbio.
  • 25. BC e BM&F • BC, no mercado futuro de câmbio, podia fornecer equivalente a divisas aos agentes, sem lançar mão das reservas internacionais de divisas ou elevar dívida interna atrelada ao câmbio. Mas, nos vencimentos, resultados das operações incidiam nas contas do governo, como receita q/o BC obtinha lucros ou c/o despesa quando operações davam prejuízos.
  • 26. Derivativos no Brasil e participação estrangeira • A ampliação da participação estrangeira no sistema financeiro nacional (PROER e PROES) contribuiu muito para o crescimento e aprofundamento dos mercados de derivativos brasileiros. A maior participação estrangeira no sistema financeiro nacional instaurou nova dinâmica na gestão das operações de tesouraria no Brasil, e nos mercados de derivativos que passaram a estar estreitamente vinculados aos mercados internacionais e às suas avaliações sobre os ativos brasileiros. A maior parte dos bancos estrangeiros que vieram se instalar no Brasil adotou um estilo operacional muito mais agressivo do que o anteriormente utilizado pelas instituições financeiras domésticas
  • 27. A crise asiática e o Brasil • Reações de pânico nos mercados financeiros brasileiros: busca desenfreada de divisas ou ativos ligados ao câmbio, pesadas vendas ativos em reais e dos que representavam "risco país". Intensos movimentos de fuga de capitais. Situação mercados de derivativos assinalava ataque especulativo contra real: Volume negociado < , exceção: BCB que vendeu grandes volumes de contratos futuros.
  • 28. A crise asiática e o Brasil • Estatísticas da BM&F sobre perfil dos participantes no mercado futuro de câmbio revelam que, até outubro de 1997, bancos e investidores institucionais, nacionais e estrangeiros vinham mantendo posições compradas e vendidas, em proporções semelhantes, no mercado futuro e de opções de câmbio, enquanto a participação das distribuidoras de valores mobiliários (DTVMs) era pouco expressiva.
  • 29. A crise asiática e o Brasil • Agravamento crise asiática levou bancos e investidores institucionais a liquidar posições vendidas e assumir novas posições compradas. Contrapartes dessas compras: DTVMs (operações de derivativos do BC efetuadas pela BB-DTVM). Comparação posições dias 22/10 e do dia 10/11: elevação das DTVMs na ponta vendida de 6,32% para 61,43% do total.
  • 30. Moratória russa • Investidores internacionais procuravam fugir a qualquer custo dos riscos relativos aos países emergentes. US$ 18 bilhões deixaram Brasil entre início de agosto e 2a semana de setembro de 98. Para acalmar expectativas, BC passou a oferecer leilões diários de títulos com correção cambial. Persistência de forte demanda por divisas e títulos atrelados ao câmbio: boa parte ligada à busca por cobertura de riscos.
  • 31. Moratória russa • Dinâmica levou instituições financeiras a reduzir ainda mais níveis de alavancagem e boa parte dos agentes a procurar cobrir riscos decorrentes de passivos em divisas ou buscar ¨manter o valor do patrimônio¨. Movimentos lógicos e racionais do ponto de vista micro, mas, impacto macro: formação processo contínuo demanda de divisas ou ativos atrelados ao câmbio que => crise cambial.
  • 32. Crise Cambial e derivativos • Percepção que crise adquiria feições nacionais: média diária dos contratos negociados na BM&F minguou, com ponta vendedora concentrada nas mãos do BC e dos poucos especuladores que ainda o acompanhavam. Queda indicava elevação da aversão aos riscos dos agentes e convergência de expectativas.
  • 33. Crise Cambial e derivativos • IMM de Chicago: contratos futuros de real contra dólar indicavam, desde meados de dezembro, expectativas de elevação da taxa de câmbio do real; volume de negócios e posições em aberto vinham aumentando. BM&F: > pressão compradora faz que BC venda inusitado volume de contratos futuros. Quantidade de venda do BC leva a romper limite de concentração imposto por BM&F. –
  • 34. Crise Cambial • Continuidade ataque especulativo iniciado a partir moratória russa e agravado pela percepção da degradação dos fundamentos econômicos do país e pela intensa sangria de reservas cambiais. Reestruturação das carteiras, intensa ao longo de todo o período, acentuou-se cada vez mais. Em regime de banda cambial, crise ocorre quando reservas encolhem a ponto de serem consideradas insuficientes.
  • 35. Repercussões dos derivativos • Crise cambial de 01/99 não produziu crise financeira ou forte recessão, diferentemente de outros países que adotaram câmbio flutuante => ataques especulativos. 3 fatores principais p/a explicar fenômeno : 1) saneamento do sistema financeiro, iniciado em 1995. 2) agentes privados mais relevantes tinham antecipado forte probabilidade de mudanças da política cambial e estavam preventivamente resguardados.
  • 36. Desvalorização cambial, inflação e PIB após crise cambial • Coréia do Sul Tailândia Brasil • 1a 2a anos 1ª 2 a 1a 2 a • Desvalorização (%) 48 31 73 55 58 54 • Inflação Acumul. 7 8 10 9 9 17 • • PIB (variação %) -5,8 9,0 -8,0 3,8 0,7 3,0
  • 37. Repercussões dos derivativos • Mercado de derivativos de câmbio, líquido devido à presença e atuação do BC, <=>operações de hedge reduzissem impacto desvalorização nos balanços de bancos e grandes empresas privadas. • “Barreira” atenuou fortemente transmissão da instabilidade fi. para economia, fazendo com que não se cumprissem previsões catastróficas de profunda recessão e inflação descontrolada.
  • 38. Repercussões dos derivativos • Crise deixou claro que hedge c/ derivativos, não anula riscos, apenas os transfere para outros. De forma consolidada, eles permanecem =s, só se altera distribuição. Para benefícios macro. de hedge, em situação de crise, necessário que, ao serem transferidos, riscos se diluam entre muitos pequenos especuladores ou se concentrem em carteiras fortes, como BC, capazes de suportar prejuízos resultantes.
  • 39. Repercussões dos derivativos • Nesse episódio, grande perdedor nos derivativos de câmbio foi BC "na qualidade de garantidor da lucratividade privada". Por seu intermédio, recursos públicos foram utilizados para cobrir riscos privados e dar lucros aos especuladores. • Títulos da dívida pública indexados ao câmbio também parte dessa gigantesca ”socialização dos prejuízos", => acentuado aumento dívida pública interna e relação com PIB. – Relatório da CPI dos bancos, 1999, p.71
  • 40. Lucros e patrimônio dos bancos-março 99 Bancos Lucros Lucros Patrimônio Patrimônio Patrimônio 1° trim. 1999 1998 Março 1999 1998 Março 1999 R$ milhões R$ milhões R$ milhões US$ milhões US$ milhões Bco do Brasil 556,5 6.302,10 7.186,40 5.213,95 4.173,27 Itaú 528,85 5.078,36 5.597,54 4,201,50 3.250,60 Chase 312,75 169,46 483,21 140,20 280,03 Morgan G. 281,52 160,06 321,59 132,42 186,75 BBA 258,14 650,39 908,56 538,09 527,62 Citibank S.A. 251,37 515,22 766,60 426,26 445,18 J.P.Morgan 243,41 65,43 309,05 54,14 179,47 Bradesco 220,72 6.321,00 6.749,60 5.229,59 3.919,63 Unibanco 202,31 2.906,34 3.091,86 2.404,51 1.795,50 Citi. N.A. 103,29 189,88 293,06 157,09 170,19 BBV 100,47 462,53 563,00 382,67 326,95 Deutsche 96,75 147,22 243,98 121,80 141,68 CCF Brasil 65,22 485,36 510,58 401,55 296,50 Crédit Suisse 53,34 22,78 35,44 18,85 20,58 Barclays 52,67 171,23 223,91 141,67 130,03 Sumitomo 45,33 137,37 182,70 113,65 106,10 HSBC 44,33 981,07 1.031,59 811,68 599,07 Sudameris 34,63 836,22 870,85 691,83 505,71 Real 32,29 121,33 158,25 100,38 91,90 Dresdner 30,42 44,66 51,88 36,95 30,13 Credibanco 21,59 183,56 203,19 151,86 117,99 BFB 20,00 547,39 568,51 452,88 330,14 Santander 17,40 920,78 938,70 761,79 545,12 BNL 16,41 119,13 135,54 98,56 78,71 Rabobank 16,03 37,34 53,37 30,89 30,99 ING Bank -4,39 100,65 96,26 83,27 55,90 LloydsBank 28,01 187,68 159,66 155,27 92,72
  • 41. Repercussões dos derivativos • Crise cambial de 01/99 não produziu crise financeira ou forte recessão, diferentemente de outros países que adotaram câmbio flutuante => ataques especulativos. 3 fatores principais p/a explicar fenômeno : 1) saneamento do sistema financeiro, iniciado em 1995. 2) agentes privados mais relevantes tinham antecipado forte probabilidade de mudanças da política cambial e estavam preventivamente resguardados.
  • 42. • Em janeiro de 1999, o BCB detinha mais de 80% dos contratos vendidos em câmbio futuro na BM&F, o que resultou em um prejuízo de R$ 7,6 bilhões. • Por isso, a renegociação dos acordos com o FMI em 03/1999 e em 07/2001 proibiu o BCB de usar derivativos. Em 2002, novamente sob ataques especulativos à taxa de câmbio do real e aos preços de ativos brasileiros, o BCB viu-se premido a oferecer instrumentos de hedge cambial que não pressionassem a dívida pública e, sobretudo, a parcela desta indexada ao câmbio. • Para tanto, obteve a autorização do FMI de lançar swaps cambiais, por meio dos quais o BCB oferecia hedge cambial aos agentes privados em troca de uma rentabilidade referente à taxa dos Certificados de Depósitos Interbancários (CDI).
  • 43. Repercussões dos derivativos • Crise cambial brasileira de 1999 evidenciou importância hedge, função das antecipações dos agentes. Qdo. crise manifesta-se de forma súbita e inesperada, agentes com risco estarão pouco cobertos e deverão arcar com imprevidência ou espírito especulativo. Nessas condições, crise cambial pode propagar-se rapidamente ao setor produtivo endividado em divisas e, sobretudo, ao setor financeiro que costuma empregar altos níveis de alavancagem.
  • 44. Repercussões dos derivativos • Em contraposição, qdo crise segue processo + lento, quanto > parcela dos agentes com risco antecipando sua possibilidade, > será procura por hedge. Perigo de propagação da instabilidade cambial aos outros setores da economia será <. 3o. fator: socialização dos prejuízos decorrentes da desvalorização. Instrumentos: derivativos fi. títulos indexados ao câmbio e perda de reservas (vendas BC mercado à vista).
  • 45. Contratos negociados na BM&F Ano Câmbio Índice de ações Taxas de juros Total 1986 3026 1.550.857 173.802 1.933.747 1987 2892 5.339.126 160.322 6.087.966 1988 25.853 8.931.080 470.723 11.662.304 1989 887.353 4.219.914 193.422 15.929.543 1990 615.551 2.540.346 711.097 15.689.542 1991 1.152.360 7.836.256 2.607.741 26.993.303 1992 4.914.569 7.287.054 14.072.749 44.666.201 1993 8.018.232 10.374.860 19.254.469 55.496.562 1994 39.901.358 10.596.849 28.550.727 95.234.244 1995 79.002.342 15.698.056 34.588.898 138.029.244 1996 50.456.923 15.340.230 50.433.320 118.028.702 1997 48.572.750 15.306.509 37.301.363 102.273.040 1998 22.065.476 10.033.560 39.098.345 71.942.274 1999 12.166.257 5.578.148 25.292.621 44.056.067 2000 21.612.354 7.008.585 43.853.697 73.396.057 2001 19.998.251 5.315.925 65.962.457 92.286.531 2002 17.349.055 5.262.830 71.186.758 94.966.994 2003 19.320.993 6.631.272 83.553.866 110.674.608 2004 27.421.447 7.160.153 139.066.000 175.160.896
  • 46. Mudança na regulação • Em 2000, a Resolução CMN n. 2689 permitiu o acesso livre e irrestrito dos investidores institucionais estrangeiros aos mercados nacionais de derivativos. • Entretanto, esses só se fizeram presentes, com grandes volumes de operações, a partir de 2004.
  • 47. • O surto de pessimismo, que levou à mudança de regime cambial em janeiro de 1999, não se esgotou com ela. Passada a fase de overshooting cambial decorrente desta mudança, a situação tendeu para uma relativa calmaria no decorrer do resto do ano de 1999 e em 2000. • Mas, em 2001, novo ataque especulativo contra a taxa de câmbio flutuante do real. Motivos invocados foram: queda das ações de alta tecnologia nos mercados internacionais, crise da Turquia, crise argentina, racionamento de energia, menor crescimento ou recessão das economias desenvolvidas – em particular a dos EUA – e os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. • Novo ataque se desenvolveu a partir de abril de 2002. A realização de eleições para a Presidência da República e outras instâncias dos poderes executivo e legislativo contribuiu para esse processo, ao elevar as incertezas e a aversão ao risco dos investidores estrangeiros, mas não responde por toda a história.
  • 48. Ataques especulativos e câmbio flutuante • Movimento taxa de câmbio do real em 01/02 parecido c/ dinâmica bolhas especulativas: alta dos preços acarreta > no. compradores dispostos a pagar preços cada vez + altos porque presumem que tendência persistirá. Ação especuladores, em particular nos mercados de derivativos, manifesta ao se constatar pressões altistas > nos dias em que era apurada a PTAX para liquidação de vencimento de contratos futuros.
  • 49. Derivativos e câmbio flutuante • Conseqüências micro e macro da acentuada desvalorização cambial foram bastante distintas das resultantes ataques especulativos no câmbio administrado. Micro: difícil apreciar o valor patrimonial das empresas com dívidas em moeda estrangeira, dificuldade se aplica tto. às que não tinham hedge e que poderiam ter ficado com patrimônios líquidos negativos, qto. para as empresas que tinham coberto seus riscos.
  • 50. Derivativos e câmbio flutuante • Difícil avaliação patrimonial das empresas: taxa de câmbio em que proteção de riscos tinha sido feita variou mto., não sendo possível determinar impacto da cobertura em balanços. Fortes quedas dos preços das ações das empresas negociadas em bolsas de valores foram, em parte, agravadas por dificuldade em calcular impacto desvalorização cambial sobre balanços.
  • 51. Derivativos e câmbio flutuante • Repercussões macro: esses ataque especulativos manifestaram-se por pressões suplementares nos preços, levando taxa de inflação a superar metas fixadas pelo governo e incluídas no acordo com FMI. Na medida que BC pauta atuação por metas inflacionárias, alta do câmbio repercute em alta dos juros (embora essa fosse bem menor do que no regime de câmbio administrado) e conseqüente redução do crescimento econômico.
  • 52. • A principal característica do período foi a acentuada restrição do conjunto de fontes de créditos externos para as economias emergentes, com investidores procurando fugir dos riscos devido às incertezas que cercavam as perspectivas econômicas das economias centrais, ao colapso da Argentina, à crise de confiança nos mercados de capitais (fraudes contábeis, conflitos de interesses), à concordata de grandes empresas nos Estados Unidos e aos prenúncios da guerra contra o Iraque (Farhi; Cintra, 2003. • Somaram-se ainda ao conturbado quadro internacional, as repercussões domésticas do erro de formato no lançamento dos swaps cambiais vinculados a títulos de juros prefixados de curto prazo.
  • 53. • As repercussões de cada um desses ataques sobre a taxa de câmbio foram cumulativas e assemelharam-se às bolhas especulativas em que a alta dos preços acarreta um aumento no número de compradores dispostos a pagar preços cada vez mais altos porque presumem que a tendência persistirá.
  • 54. • Ataques sob regime de câmbio flutuante sublinharam as particularidades que os distinguem dos ocorridos no câmbio administrado. • Na vigência da banda cambial, o ataque especulativo, a demanda por divisas e a fuga de capitais tinham impacto direto no nível das reservas internacionais do país. • Num regime de taxa de câmbio flutuante, a demanda por divisas e a fuga de capitais passam a ocasionar depreciação da taxa de câmbio. As repercussões macro desses ataques especulativos manifestaram-se por pressões suplementares nos preços que levaram a taxa de inflação de 2001 e de 2002 a ultrapassar os tetos máximos da meta fixada pelo governo que repercutiram em alta dos juros e redução do crescimento econômico. A combinação das políticas macroeconômicas câmbio flutuante/ regime de metas de inflação passou a mostrar seu potencial de transmitir à atividade econômica a instabilidade gerada nos mercados financeiros
  • 55. • O volume de contratos negociados durante um ataque especulativo permite avaliar o grau de intensidade das expectativas de mudança da taxa de câmbio. Quanto maiores e mais difundidas as expectativas de tal mudança, menor será o volume negociado, já que a esmagadora maioria dos participantes desejará assumir a mesma posição e não encontrará ofertas em quantidade suficiente ou a um nível de preços aceitável. • As restrições à participação dos investidores estrangeiros nos mercados domésticos de derivativos tinham sido revogadas em 2000, na presidência de Armínio Fraga. Mas, em tempos de instabilidade financeira e cambial, não se registrou uma participação significativa dos investidores institucionais estrangeiros. Esses dados reforçam a hipótese de que o país enfrentou, até outubro de 2002, uma restrição externa de liquidez. Os investidores internacionais tinham decidido reduzir suas posições em ativos brasileiros.