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           Plenária de Superintendências – Viçosa, Setembro 2010

Presentes: Santa Maria – NTP RI (Diego e Valau), Belém - CO (Casseb e Aninha), Diamantina (Geovane
e Deir), Rural (Larissa e Mari), Campos – NTP Educação (Denisson, Gaúcho, Tati, Zé e Thaisa), Recife –
CR5 (Tulio), Floripa – CR2 (Fábio e Janaina), Ilha – NTP Agroecologia (Verme), Botucatu – NTP MSP’s
(Aiaiai), Montes Claros – CR3 (Galba e Juliana), Curitiba – CO EREA (Gabardo e Araujo), Cuiabá – CR4
(Lucianna e Dione), Viçosa (Dani, Allan, Áquila, Macaúba e Luiz) e Piracicaba – CN (Sócana, Norris, Doce,
Bolander, Paga, Leite Suspeito e Flufo)


Grade:
                   Sexta-feira (17)          Sábado (18)                Domingo (19)

        Manhã      Chegada e acomodação      Análise de Conjuntura      Campanhas da FEAB



                                             Formação: Juventude e
        Tarde      Repasse das instâncias                          Planejamento
                                             Universidade

                   Auto organização das
        Noite      mulheres e Estudo ENADE/ Cultural
                   sobre o feminismo



    1. Repasse das instâncias

Regional 1
Santa Maria: seminário da Regional pós PS; construção do plebiscito do limite da propriedade da terra
em Frederico; assumiram o NTP de RI e irão acompanhar um espaço na Argentina com objetivo de
formular sobre educação na AL; estão rearticulando o núcleo de reforma agrária e urbana; farão o
primeiro EIV urbano e o EIV Santa Maria; vão elaborar um documento avaliação do 53º CONEA; farão
um SQA até o final do ano estão; estão construindo o DCE e estão na direção da casa do estudante;
proposta de realizar um CEPA; possibilidade de sediar o CLACEEA;

Regional 2
Florianópolis: está se organizando para as passadas da regional; realização do seminário da regional pós
PS;

Curitiba: fizeram o repasse para CN; construíram o plebiscito pelo limite da propriedade da terra; estão
começando o debate sobre o código florestal; curso de direito do MST dentro da UFPR; construindo o
EIV PR; estão construindo o EREA Curitiba com o tema de relações internacionais, convite pra toda AL;
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sem. de construção 26 e 27/10; terá um EREB; grupo dividido em comissões; NTP História e
Comunicação tarefas: administração da lista, busca de outras formas de comunicação, voltar a fazer
jornalzinho da FEAB, via Lista da FEAB tipo boletim eletrônico, digitalizar e armazenar documentos
(antigo e novos) da FEAB, material explicando como funciona a FEAB, continuar o trabalho do Chalito de
Curitiba, pois o mesmo se encontra desatualizado,

Regional 3
MOC: realizaram o planejamento da FEAB, análise da regional; participar dos espaços nacionais,
participar da construção do EREA em campos,

Campos: UENF em greve [reposição salarial], estudantes, professores e funcionários, greve que
potencializou as mobilizações estudantis, construções junto UFI da Geografia, estão no DCE, articulação
com os sindicatos dos funcionários e professores, NTP educação vinculado aos cursos pagos de Pós na
UFI, estão utilizando dessas mobilizações para aproximar estudantes, estará ocorrendo junto do MST 18
e 19/09.

Rural: tocaram a campanha do plebiscito, pelo GETERRA, NEARA. Construíram uma relação com
associação de moradores, espaço de emancipações da VIA, irão realizar espaços de trabalho de base,
apresentação da FEAB, com a presença da CN e/ou CR, espaço sobre legalização do aborto, festa LGBT
feita pelo PONTES, terá eleição para o CA e DCE. NEARA constrói o EIV-RJ provavelmente será fim de
fevereiro começo de março

Diamantina: calourada com presença de MOC FEABEEF, trouxe calouros para FEAB, e deu um bom
retorno para o ME, criaram um grupo de FEAB e estão construindo um chapa de CA. Realizaram o
plebiscito na escola de diamantina, continuar participação do DCE, e se inserir na construção do EIV- MG

Viçosa: participaram da semana de mobilização junto dos parceiros ABEEF e ENEBIO, realizaram um CF1
e 25/09 terá CF2, fortalecer a Via campesina regional, estão construindo o SQA; o espaço agrário na
zona da mata; que zona é essa?; estão na construção do EIV-MG, estão no CA; realizaram a Agrocopa;
após o termino das atividades focaram na formação política dos grupos de FEAB, ABEEF, ENEBIO. Espaço
de formação sobre o código florestal. Kátia Abreu, em Viçosa dia 21/09, terá um ato contra a senadora
junto do MST, MAB e ME de Viçosa.

Regional 4
Cuiabá [UNIC e UFMT]: levantamento das escolas novas na RG4, com intuito de levá-los ao EREA
seminário construção em dourados próximo feriado 15/11, continuam articulando com os movimentos
do GIAS. Optaram por não construir o CA e na UNIC estão com o CA e irão construir o DCE que há
tempos está parado, a UFMT fórum estadual a participam terá o CBEEF em 2011 em Cuiabá, sem de
agrotóxicos semana que vem , ANDES, TSR, puxaram CF1, fizeram um cartilha de textos para as
passadas, estão se preparando para assumir uma PS, ou PNEB lá.

Regional 5
3


Recife: Trabalharam o plebiscito e lançaram a campanha, por lá houve um seminário sobre a revolução
cubana e situação palestina, farão um estudo sobre a realidade do mundo do trabalho agrário,
organizaram um debate de políticos candidatos, seminário rg5 09, 10, 11 e 12 de outubro com espaços
de formação e chamado para as escolas de RG5.

Regional 6
Belém: CO, proposta de construção do EIV PA, campanha do plebiscito, fortalecer as relações com os
grupos da via campesina, curso de formação política do grupo junto da ABEEF , 30, 31/10 e 01/11
elaborou um jornal sobre o CONEA.

Regional 7
Piracicaba: a CN se organizou para cobrir o vácuo da CR7, pensamos o financeiro da FEAB destacando
Doce e Paga para ficar em SP, estamos participando das reuniões da VIA, e articulações com os MS que
se mudaram para SP, aproximamos uma galera nova pelo DCAgro, necessidade de formação pra essa
galera, estudar os temas e ter atividade de difundir os temas para os estudantes que tem abertura para
os assuntos e ter o retorno dessa atividade. Parceiros ENEBIO e ABEEF. Temas: código florestal, questão
ambiental, relação entre questão agrária formação profissional e universidade, transgênicos e
agrotóxicos. Construção do EIV-SP

Ilha: o NTP fez uma reunião desde o CONEA, tocaram a calourada fizeram um planejamento do NTP, o
grupo GAISA e o C.A serão trabalhados com formação política, CF1, Kapado ira compor o CA na próxima
gestão, Inri vai contribuir com o NTP. GAISA conseguiu um espaço pra trabalhar a calourada.

Botucatu: NTP MSP conversaram com DA, Chico e pessoas mais velhas de Botucatu, contato com CPT,
Cáritas, MST da regional, mesa redonda sobre o código florestal FEAB, ABEEF ENEBIO, tentativa de CF1,
mais não rolou completamente, não terá EIV-Botucatu 2011, os grupos estão esvaziados, vão se
fortalecer construindo com os MSP e sindicatos.

Regional 8
Nenhuma escola presente

Planejamento CN Piracicaba
Norris: Regionais 1 e 2
Suspeito: Regional 3
Bolander: Regional 4
Flufo: Regionais 5 e 8
Leite: Regional 6
Paga: Regional 7, Mato Grosso do Sul, Maringá e Londrina
Doce: Regional 7 e Secretária operacional
Atividades realizadas até agora: Passada em Campos para construção do espaço de Boicote ao ENADE
da PS; Passada em Montes Claros pro planejamento da regional. Reunião do coletivo de mulheres.
Reunião da Assembléia Popular. Participação no seminário de agrotóxicos e eucaliptos da Via Campesina
4


na ENFF. Participação no ENEB (Feira de Santana) e no CBEEF (Lavras). Acompanhamento do
planejamento da coordenação nacional da ABEEF.

Acompanhamentos/ Atividades nacionais
Reuniões da Via: Paga
Coletivo de Mulheres da Via: Doce e Cuiabá
Coletivo de Juventude da Via: Flufo
Coletivo de Educação e Formação: Suspeito e Cabelo ou Ed.
Assembléia Popular Nacional: Norris
Assessoria política com o CEPIS;
Campanhas: Agrotóxicos; Contra o extermínio da juventude; Contra as alterações do Código Florestal;
Boicote ao ENADE;
CONCLAEA: Reunião com a militância para o seminário de construção do CONEA


    2. Divisão Sexual do Trabalho/ Feminismo e Socialismo
Textos base:
- “Novas Configurações da Divisão Sexual do Trabalho” - Helena Hirata e Danièle Kergoat
- “Socialismo e Feminismo: uma relação necessária” - Mirla Cisne

Abertura de ponto: Marina Tiengo (Doce)
         Diversas análises, em grande parte análises pós-modernas, trazem que a desigualdade entre
homens e mulheres é algo cultural, o que traz a dificuldade de visualizar a base material desta
desigualdade. Desta maneira, é importante deixar claro que a cultura é produzida nas e pelas relações
sociais, sendo permeada pela ideologia, que é a expressão concreta dessas relações e se solidifica com a
alienação.
         No caso das desigualdades entre homens e mulheres, fica clara essa alienação na naturalização
e reprodução da opressão entre os sexos. Temos, dessa maneira, como base material da ideologia da
opressão entre os sexos o surgimento da propriedade privada e a conseqüente dominação masculina
através do controle sobre a prole com duas intenções principais: o aumento da força de trabalho com o
aumento da produção de riquezas e a perpetuação da propriedade privada através da herança.
         O surgimento da propriedade privada com a conseqüente dominação masculina dá nome ao
sistema conhecido como Patriarcado. De forma geral, este é um sistema de dominação e exploração das
mulheres exercida pelos homens, gerando hierarquia e desigualdade.
         É importante afirmar que o Patriarcado é anterior ao Sistema Capitalista. Porém, as análises
feministas marxistas trazem que este é aprofundado e torna-se estruturante ao Capital.
         Esta relação entre Patriarcado e Capitalismo se dá a partir do momento em que o Capital cria a
divisão entre o público e o privado, gerando o que chamamos de divisão sexual do trabalho. A divisão
sexual do trabalho se dá nas e pelas relações sociais e tem vínculo direto com a divisão social do
trabalho.
         A divisão sexual do trabalho possui dois princípios fundamentais: a separação entre “trabalho de
mulher” e “trabalho de homem” e a hierarquia estabelecida nessa separação, de maneira que o
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“trabalho de homem” possui mais valor do que o “trabalho de mulher”. Esta separação e hierarquização
do trabalho são legitimadas pela ideologia naturalista que usa justificativas biológicas para afirmar que
existem “papéis sociais” determinados pelo gênero. Ideologia utilizada com freqüência pelo sistema
hegemônico (Capitalista e Patriarcal) para fortalecer e naturalizar essa relação desigual e opressora.
         Com relação à divisão entre espaço público e privado, vale esclarecer como estes espaços se
dispõem nas relações de trabalho de homens e mulheres. O espaço público é entendido como o espaço
da produção de riquezas e da política, o espaço valorizado. E é um espaço masculino.
         Já o espaço privado é tido como o espaço da reprodução social, espaço onde são realizadas as
atividades necessárias para garantir a reprodução e manutenção da força de trabalho. É o espaço das
mulheres.
         Desta forma, não é de se estranhar que desde a infância as mulheres são educadas para os
cuidados da esfera privada, são educadas a serem submissas, a lidar com miudezas, a serem passivas e
tímidas. Da mesma maneira, os homens são educados a serem valentes, decididos, fortes e provedores.
         Como trabalho essencialmente feminino temos o trabalho doméstico, neste nos debruçaremos
mais especificamente. A primeira consideração a se fazer em torno do trabalho doméstico é que ele é
invisível, não é reconhecido e muito menos remunerado enquanto trabalho. É fácil de visualizar o quão
fundamental este trabalho é para a reprodução da vida e da força de trabalho, porém, enquanto um
trabalho invisível ele também se mostra fundamental para o Capital, já que garante a reprodução da
força de trabalho e mantém os salários em um patamar inferior, ou seja, não é incorporado nos salários
um valor que o garanta. Da mesma maneira, o Estado não tem custos com lavanderias públicas,
restaurantes públicos, cirandas públicas... Ou seja, o trabalho doméstico enquanto um trabalho invisível
traz um menor custo ao Capital.
         A própria educação, segundo a Constituição brasileira de 1988, é um dever do Estado e da
família. Porém, é mais do que comum responsabilizar a família por uma má educação das crianças. E
quando dizemos família, a realmente responsabilizada é a mãe, a mulher.
         É uma realidade que a mulher atualmente já está inserida na esfera da produção. Esta nos
aparece como uma conquista histórica da luta feminista. Porém, não pode nos parecer enquanto
superação do patriarcado. A inserção das mulheres na esfera da produção não as retirou da esfera da
reprodução e também não incluiu os homens na esfera da reprodução. Isso se traduz na dupla jornada
de trabalho que a mulher passa a assumir: o trabalho fora e o trabalho doméstico. Também é necessário
reforçar que esta inserção das mulheres na esfera da produção também não se fez de forma igualitária,
continua mantendo os princípios de separação e de hierarquia. O que isso significa? Que as mulheres
são as responsáveis pelo trabalho das minúcias, pelo trabalho da organização, ganhando salários mais
baixos e em postos mais precarizados.
          A análise de como se dão as novas configurações da divisão sexual do trabalho traz uma
precarização e flexibilização do trabalho cada vez maior, incluindo o trabalho em tempo parcial para as
mulheres, apresentado como uma solução para a dupla jornada de trabalho, mas que se coloca como
elemento que reforça a divisão entre a esfera pública e privada (já que os homens continuam a não
assumir o trabalho doméstico). Esta precarização pode ser visualizada em números: as mulheres hoje
representam 46% da população ativa mundial, 52% do desemprego e recebem 79% dos salários mais
baixos.
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        Juntamente com o crescimento do trabalho precarizado, é notável também que cada vez mais
mulheres (burguesas) são empregadas para trabalhos de nível superior. O investimento maior nas
carreiras por parte das mulheres burguesas, e especialmente das mulheres burguesas dos países do
Norte, é acompanhado pela externalização do trabalho doméstico. Ou seja, as mulheres burguesas
contratam mulheres da classe trabalhadora para a realizarem o trabalho doméstico de suas casas.
        A externalização do trabalho doméstico traz algumas conseqüências consigo. Primeiramente os
movimentos de internacionalização do trabalho reprodutivo e de feminização da imigração. De maneira
que, as mulheres burguesas dos países do Norte contratam em grande número mulheres trabalhadoras
de países mais pobres para a realização deste trabalho.
        Outra conseqüência está no fato de que esta externalização do trabalho reprodutivo é
interessante ao Capital na medida em que contribui para o mascaramento e atenuação da relação de
opressão entre homens e mulheres: dentro das casas as mulheres burguesas não fazem mais o trabalho
reprodutivo e conquistam grandes postos dentro de empresas. Contribui para a alienação de que o
patriarcado está superado.
        Há análises de que temos quatro modelos que expressam a divisão sexual do trabalho: o modelo
tradicional, o modelo da conciliação, o paradigma da parceria e o modelo de delegação.
        No modelo tradicional, as mulheres assumem unicamente o papel de cuidados com a família e o
trabalho doméstico. Enquanto os homens “trabalham fora”, assumem o papel de provedor.
        O modelo da conciliação traz a situação da dupla jornada de trabalho, ou seja, as mulheres,
quase que exclusivamente, conciliam o trabalho da esfera privada (vida familiar e doméstica) e o
trabalho da esfera pública (vida profissional). Os homens inseridos na esfera pública, não assumem a
esfera privada.
        O paradigma da parceria se apresenta enquanto um modelo teórico elaborado na 4ª
Conferência Mundial sobre as Mulheres, organizada pela ONU em Pequim no ano de 1995. Este modelo
presume a igualdade de estatutos sociais entre homens e mulheres, que são vistos enquanto parceiros,
assumindo relações de igualdade de poder. Porém, é fácil visualizar que este modelo não condiz com as
práticas da sociedade atual.
        Por fim, temos o modelo da delegação, que expressa a externalização do trabalho doméstico.
Como foi tratado anteriormente, neste modelo a mulher burguesa delega a realização do trabalho
privado para a mulher trabalhadora.
        Esta análise e debate em torno da divisão sexual do trabalho traz claramente a questão material
de como o Patriarcado foi apropriado pelo Capitalismo e se torna estruturante deste.
        Quando pautamos a luta socialista, pautamos a luta por transformações e rupturas, a luta contra
o sistema atual em sua totalidade: um Sistema Capitalista, Patriarcal e Racista. Esses sistemas de
exploração e opressão de gênero e raça e etnia são anteriores ao Capitalismo, porém, são apropriados e
encontram-se imbricados ao Capital.
        As relações entre esses três sistemas são relações dialéticas, se reproduzindo e se co-
reproduzindo mutuamente, determinando o sujeito totalizante: a classe trabalhadora. Analisar o
Capitalismo e compreender a classe trabalhadora com uma perspectiva totalizante implica, portanto,
em analisar dialeticamente as relações entre Capital, Patriarcado e Racismo. Não é à toa o fato de 70%
dos e das pobres no mundo serem mulheres.
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        As bandeiras feministas trazem consigo pautas como a socialização e coletivização do trabalho
reprodutivo, a soberania alimentar, a autonomia econômica das mulheres, a luta contra a violência (que
funciona como mecanismo de manutenção dos papéis de gênero), a legalização do aborto e a
autonomia das mulheres sobre os seus corpos.
        As lutas feministas abordam também, dessa maneira, contestações diretas ao Capital,
contestando a propriedade privada e a família burguesa, instituições que sustentam não só ao
Patriarcado, mas também ao Capitalismo. A emancipação das mulheres encontra o Capitalismo como
um limite estrutural.
        Nós, militantes socialistas, temos o compromisso com a luta pela liberdade e igualdade. Luta
que está presente em todas as nossas atitudes, internamente de nossas organizações e externamente
também, não tendo início apenas com a tomada do poder. A luta se dá com a tomada de consciência
revolucionária, nos tornando lutadores e lutadoras do povo, contra todas as formas de dominação. E
lutar contra isso implica inclusive a destruição de privilégios masculinos, do poder patriarcal.

       Sem Feminismo não há Socialismo!


   3. Análise de Conjuntura

    Abertura de ponto: Joaquim Piñero (sri@mst.org.br)
    Conjuntura América Latina
        Conjuntura fruto do debate de espaço de Articulação Continental dos Movimentos Sociais, que
têm se debruçado sobre a proposta da ALBA. Existe um novo cenário político no continente americano.
O momento atual traz um questionamento a cerca da existência de um processo de transição que
futuramente pode vir a convergir para uma situação onde os movimentos sociais podem partir para uma
situação de ofensiva, ou dependendo das forças sociais, também podemos ter um retrocesso maior do
que vivemos hoje. Vivemos um novo momento na luta de classes no continente. Existem, dentro disso,
três projetos para a região e que estão em disputa.
        O primeiro projeto é aquele que é hegemonizado pelos EUA, que se configura como o Projeto
Imperialista. Esse projeto está vivendo uma crise de hegemonia que se observa de várias formas, como
o fracasso da ALCA, a ofensiva militar na tentativa de retomar o espaço de influência (presença da
quarta frota no Brasil. No Equador foram obrigados a retirarem suas tropas, pois o país decretou o fim
das bases militares estrangeiras em seus territórios. Porém, isso trouxe a necessidade de os EUA se
rearticularem para a formação de novas bases militares pelos países da América Latina, como a
Colômbia (sete bases no total, com proposta de combate ao narcotráfico, mas se configura
concretamente como um monitoramento aéreo da região), Panamá, Costa Rica, Haiti, Peru e países do
Caribe. Existe também articulações sendo feitas para inserção de uma nova base no Paraguai.
        Do ponto de vista econômico, a proposta da ALCA foi derrotada. Os EUA se utilizaram de outra
forma para substituir esse projeto de integração, os tratados livres de comércio. Na América do Sul
existem os tratados dos EUA com Peru, Colômbia, Chile.
        Do ponto de vista político, temos o golpe em Honduras, com apoio da embaixada dos EUA. É
uma forma de atuação que está voltando, de forma a recuperar o espaço perdido e impedir a perda de
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novos espaços. Também tivemos a tentativa de o golpe da Venezuela em 2002, a tentativa de criar uma
desarticulação na Bolívia, tentativas de derrubada de governos democraticamente eleitos e que de
alguma forma se opõem ao Projeto Imperialista.
        Como um segundo projeto para a região, temos o Projeto de Integração Capitalista, coordenado
e hegemonizado pelo Governo Brasileiro. Do ponto de vista econômico, tem um grande suporte do
BNDES, de forma a ampliar as relações internacionais. Hoje o Brasil interfere em questões importantes
que antes não interferia, tendo como motivações a participação no Conselho de Segurança da ONU.
        Algumas mudanças importantes na região tomam forma. O Brasil hoje é o segundo país de
poder econômico da América, é hoje o 8º PIB mundial. O Brasil também começa a se articular com os
países subdesenvolvidos que hoje não compõem o G7, que é o BRIC (Brasil, Índia, Rússia e China),
espaço de articulação continental importante (estima-se que em 2030 o PIB desses países irá superar o
PIB do G7), tendendo a consolidar um reordenamento da economia mundial.
        Brasil ampliou e diversificou as suas relações de comércio, deixando de ter os EUA como o seu
principal parceiro econômico. Também passou a atuar do ponto de vista diplomático na região do
Oriente Médio e tem uma participação ativa do ponto de vista militar no Haiti, o que se configura como
uma das principais contradições brasileiras na sua atuação entre os países da América Latina.
        O BNDES tem capitalizado empresas brasileiras em diversas regiões e estas passam a atuar em
países da América Latina, temos como exemplo as empreiteiras, a criação da Oi, a construção de uma
das principais petroquímicas, fusão Sadia e Perdigão, fusão JBR com Free Boi, articulação com a VCP,
área do Biocombustível. Temos ainda a Vale, Petrobrás e Embraer como as grandes empresas que
atuam fora.
        A articulação UNASUR (União das Nações Sul-Americanas), caminha com a tentativa de criação
de moeda única latino americana, a construção de um banco latino americano e fortalecimento das
forças armadas. Do ponto de vista das articulações comerciais, temos o Mercosul.
        Por fim temos o terceiro projeto, que se configura como um projeto alternativo de integração e
que se contrapõe ao projeto imperialista e capitalista. Dentro desse projeto temos a proposta do
Projeto da ALBA. É um projeto ainda em discussão. Os MSP têm avançado, mas ainda em processo de
resistência e defensiva.
        Hoje a situação da luta no continente se configura com a disputa desses projetos. Não é uma
situação de revolução ou de contra-revolução, mas é um processo em aberto e que depende da
articulação e da correlação de força dos movimentos e da classe trabalhadora.

      Avanço do Capitalismo no campo brasileiro
         Hoje existe um avanço grande e violento das empresas transnacionais no campo brasileiro,
hegemonizando as áreas dos insumos, do mercado, do comércio, dos preços e da logística. É importante
entender o processo histórico para compreendermos como chegamos nessa situação. Dos Séc. XVI até
séc. XX tivemos o modelo agro-exportador, fundamentado no monocultivo, trabalho escravo e
latifúndio, o chamado plantation. E este modelo ainda está presente no campo brasileiro.
         Depois temos o período de industrialização dependente (1900-1980), com uma reorganização
da política brasileira. Com inicialmente 80% da população no campo e 20% na cidade, durante os anos
80 houve uma completa inversão dessa população do campo para a cidade. Desafio que permaneceu
presente tanto no primeiro período como no segundo foi a reforma a agrária.
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        Qual é a situação hoje?
        Temos 850 milhões de hectares,
- 360 milhões de hectares de áreas agricultáveis
- 100 milhões de agropecuária extensiva
- 100 milhões de áreas de proteção ambiental
- 60 milhões de terras agrícolas
- 100 milhões não agrícolas (foco de avanço, abertura de novas fronteiras agrícolas).
        Hoje a luta não é mais contra os grandes latifundiários, é contra as grandes empresas (CUTRALE,
Vale, setor de celulose, açúcar), que tem atuações nos meios de comunicação, nas universidades, no
Congresso.
        Temos sete produtos que são hoje considerados commodities, que são: a soja, a cana, a laranja,
o milho, a celulose, a carne, e a aviação. Dentro deles, cinco são da área agrícola, que se configura como
fundamental. Tem se reduzido a área de produção, porém, algumas dessas commodities avançam não
para essas áreas improdutivas, mas sim para as áreas de produção de arroz, de feijão. Avanço sobre as
áreas de produção de alimentos, com consecutivo encarecimento dos produtos.
        Hoje vivemos um momento de refluxo dos movimentos de massa e grande fragmentação dos
setores e organizações da esquerda. Nosso desafio é ampliar o leque de nossos aliados, avançando na
parceria campo-cidade e aproveitar as contradições que estão postas.

Prosa em Plenária
         Relação Projeto Integração Capitalista e avanço do agronegócio no campo brasileiro. Com a
crise, BNDES financiando as empresas transnacionais. Necessidade de entendimento das conseqüências
pro povo brasileiro e pra América Latina desse modelo.
         Ao mesmo tempo em que há o avanço das empresas no campo, nunca na história do país houve
tanto financiamento para a agricultura familiar. Como o agronegócio depende da agricultura familiar?
Presença dos minifúndios, financiamento inclusive voltado para isso.
         Muniz Bandeira, estudioso da Geopolítica, faz análise sobre atuação dos EUA nas diversas
regiões do mundo. De acordo com posicionamento de suas bases, é possível intervenção em qualquer
ponto do mundo em menos de uma hora. Os EUA conseguem resolver seus problemas financeiros
através de seu complexo industrial-militar e do investimento em guerras e possibilidade de reconstrução
dos países destruídos, garantindo também a sua questão energética.
         Tivemos uma crise capitalista, que teve início no coração do capitalismo. Dados de que os
números de desempregados e de pobres nos EUA já alcançaram os 45 milhões de pessoas, incluindo a
falta de saúde pública. As guerras promovidas tanto no Iraque quanto no Afeganistão não deram conta
de resolver os seus problemas internos. Hoje a China detém grande parte da dívida pública do país, se
anunciando como uma nova potência hegemônica.
          Eurásia hoje se configura como uma região estratégia, que os EUA tem perdido espaço,
exemplo da Rússia que começa a retomar essa região (caso da Geórgia). Há um novo reordenamento
político também na região do Oriente Médio, exemplo, EUA não conseguem mais frear o Irã, correndo o
risco de terem suas bases do Iraque atingidas.
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         Hoje já não cabe mais uma reforma agrária clássica, como forma de criar uma base consumidora
e modernização do campo. Hoje é preciso criar uma reforma agrária de novo tipo, tendo que ser uma
política de Estado.
         O governo hoje destina 100 bilhões de reais para o agronegócio e 20 bilhões para a agricultura
familiar, porém, os pequenos produtores não têm condições de acessar esse recurso, excluindo os
pequenos que realmente precisam desse recurso.
         Do ponto de vista da tática, a Via tem analisado que este ano foi bastante ruim, vivemos um
processo de descenso bastante grave, não conseguimos pautar bandeiras de luta que sejam de interesse
de toda a classe trabalhadora, temos uma grande apatia social.
         Do ponto de vista estrangeiro temos uma bandeira importante, contra as bases militares
estrangeiras, mas ela ainda não se configura enquanto uma bandeira que unifique a classe e que
possibilite o reascenso do movimento de massas.
         Brasil: aumento da população obesa. Isso tem vínculo direto com o modelo destinado à
produção de alimentos. População presente principalmente nas periferias do país. Isso é uma
contradição desse modelo. Temos a tarefa de explorar essas contradições.
         Não temos uma burguesia nacional, a burguesia brasileira é subordinada aos interesses de uma
burguesia internacional. A burguesia brasileira age, portanto, não pensando no desenvolvimento do
país e sim a partir de sua dependência externa. Acompanhado pelo fato da classe não se enxergar como
uma nação.
         A reforma agrária clássica é feita de forma a dinamizar a economia, viabilizando a inserção do
capital no campo. O caso do Brasil se apresenta como um caso particular, desde a colonização, já
nascemos com o latifúndio e monocultura. A Revolução Verde cumpre esse papel de dinamizar a
economia. Essa reforma agrária clássica já não cabe para a burguesia brasileira. A reforma agrária no
Brasil também traz consigo uma ameaça com relação ao fornecimento de alimentos aos países
desenvolvidos, já que o país assume o modelo agro-exportador.
         A reforma agrária que propomos é fundamentada no modelo camponês para o campo,
pautando a soberania alimentar, a agroecologia e de cunho popular. A reforma agrária só ocorre se não
for acompanhada por um levante popular e das massas, só acontece a partir das pressões populares.
         As massas só se mobilizam quando há perspectivas concretas de mudanças. A presença de
grandes empresas se configura como possibilidades de empregos.
         Crise ideológica, presença hegemônica dos valores burgueses, concepções pós-modernas. Tudo
isso tem reflexo direto pra dentro da Universidade e pra dentro dos processos que vivemos dentro do
ME. As universidades foram pensadas também pelo capital. Fragmentação do conhecimento,
transnacionais, mercantilização da educação, etc
         Estudantes têm quem avançar do plano estratégico para o plano tático dentro da Universidade.
Requer avanço nas formulações táticas. Qual a nossa capacidade de avançar pra além da agitação e
propaganda do ME, com relação à construção do conhecimento. Dependência de elementos internos e
externos.
         Necessidade de consolidar formas de organização estudantil. Pautar lutas que sejam concretas,
que sejam possíveis de conquistas também.
         Necessidade dos MSP demandarem para a universidade e capacidade de isso ser concretizado.
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         O Agronegócio tem como foco central o negócio, escanteando cada vez mais as questões
sociais, aliança muito forte com o setor empresarial e financeiro, tendo como essência:
                  - Grandes extensões de terra em grandes escalas
                  - Monocultura e Commodities
                  - Uso intensivo da mecanização agrícola, reduzindo a força de trabalho
                  - Uso intensivo de agrotóxico
                  - Super exploração da força de trabalho
                  - Exploração e degradação dos recursos naturais
         O que seria um modelo alternativo para isso? Com certeza é algo que se contrapõe a essa
essência do agronegócio. A reforma agrária vem como algo que não cabe nesse modelo, sendo uma
transformação que é fundamental para a conquista do Socialismo.
         Existem leis que dão base para avanço nesse processo: função social da terra, questão
trabalhista, questão ambiental previstas na Constituição. Porém, o Estado só cumpre leis a favor da
classe trabalhadora quando há pressão e mobilização popular – ocupações. Hoje o Governo só resolve
situação de conflitos.
         Temos que na Universidade produzir conhecimento que acumule para a alteração desse
modelo. Necessidade de aprofundamento em técnicas que pautam outro modelo para o campo
brasileiro, como a agroecologia.
         Tivemos ao longo da nossa história momentos em que foi possível realizar a reforma agrária:
         - 1888, com a abolição da escravidão. Havia uma grande massa de trabalhadores provenientes
da escravidão. Em 1850 foi feita a lei de terras, de forma a tentar conter esse processo.
         - 1930, com a revolução industrial. Com o crescimento das indústrias, era um momento propício
para a reforma agrária clássica.
         - 1964, com o Jango. A reforma agrária estava dentro das reformas clássicas previstas. Golpe
         - 1985, com a democratização. No governo Sarney foi elaborado o primeiro plano de reforma
agrária.
         - 2002, com a eleição do Lula. Foi feito o segundo plano nacional da reforma agrária, assentando
1 bilhão de famílias ao longo dos quatro anos de governo. Manteve a política de resolução de conflitos.
         Isso traz para nós a necessidade da mobilização popular
         Desafios:
         - ainda não sabemos o que é esse projeto alternativo, necessidade de aprofundar. Março de
2011 está sendo organizada uma assembléia continental dos movimentos sociais, em Foz do Iguaçu.
         - novembro 2010: reunião dos movimentos sociais brasileiros para definir qual é a nossa
estratégia para levar para a assembléia continental.
         - envolvimento dos movimentos na campanha contra as bases militares.
         - o seminário do agrotóxicos culminou com uma grande campanha nacional sobre essas
questões do alimento envenenado e desse modelo.
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    4. Formação: Juventude e Universidade

    Abertura de ponto: Carlos Henrique Menegozzo (Virtude)
         O que é fazer disputa política na sociedade?
         Num determinado período da sociedade não havia espaço de organização coletiva das
experiências de trabalho. Existia uma relação direta clara entre crise econômica e crise revolucionária. A
partir da implementação do capitalismo há um compartilhamento de experiências das massas,
concentração de pessoas no espaço e compartilhamento de experiências coletivas. Há a identificação
um no outro e a criação de espaços de organizações coletivas. É aí que surgem os sindicatos, os
movimentos.
         Crise econômica não gera mais automaticamente a crise revolucionária, as organizações
políticas criam uma esfera que tratam do convencimento das pessoas, de que as coisas se acertam. A
crise atual é uma prova disso, há esquemas (TV, escola, igreja, empresas, sindicatos) que convencem as
pessoas de que as coisas já estão em processo de resolução.
         Concretamente significa que para transformar a sociedade há uma série de questões que
precisam ser equacionadas, sem isso não há movimento real. A luta política só é de massa quando
conseguimos falar na língua do povo. A primeira questão que temos que tratar no trabalho de base é
falar na língua do povo, partindo da experiência concreta das pessoas.
         Como segundo ponto, dentro desse livro de experiência que as pessoas já trazem, há um
acúmulo construído pelas relações sociais concretas vivenciadas, de forma a transformar a realidade. E
esse transformar a realidade é processual. Para transformar as formas como as pessoas pensam,
precisamos transformar as formas materiais, trabalhando dentro do nível de experiência real da massa.
         Quais são as relações materiais concretas nas quais o estudante vive no Brasil, qual é a cultura
estudantil espontânea de hoje, para assim conseguirmos pensar a transformação social.
         O que é ser estudante?
         A experiência de ser estudante é algo muito mais complexo do que simplesmente estar
matriculado em uma instituição de ensino, não é uma categoria pronta, dada.
         O movimento estudantil está em crise porque não conseguimos compreender que o estudante é
uma categoria social em extinção e o que o capitalismo impõe a universidade contribui para que isso
aconteça.
         Primeiro bloco: situação de ser jovem enquanto uma categoria social, estar sendo preparado
para o que está por vir no futuro. O jovem em que não trabalha ou que trabalha em tempo parcial, há
uma dependência com a família, quanto maior a dependência, maior a pressão vinculadora, menor o
seu alcance social, de experimentação. O estudante é o instrumento de continuidade da família,
principalmente da classe média, para a capacitação profissional. Também quem não depende da família,
mas tem um trabalho integral, então está no outro extremo, também não tendo tempo para
experimentações.
         Segundo bloco: universidade enquanto espaço de atividades em comum, ser estudante é ser
jovem na universidade. A questão curricular. Se o curso que o jovem faz tem um conteúdo crítico, ajuda
o jovem a pensar criticamente a sociedade e pensar alternativas. Se o ensino é mais verticalizado, não
há uma relação de criatividade do conhecimento, reforça uma postura passiva em relação ao
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conhecimento e uma relação tecnicista com o conhecimento. Isso tem acontecido e estimulado,
contribuindo para que o estudante se enquadre, há uma relação de subordinação intelectual com o
professor.
         Com relação ao laço de sociabilidade. O contato com pessoas que podem pensar da mesma
maneira cria esse laço que reforça a comunidade de experiência. Quando a universidade funciona de
forma fragmentada ela cria um movimento de espalhar, tirando daquela comunidade o caráter
comunitário. Se ela funciona de forma integrada ela contribui para esse caráter comunitário.
         Terceiro bloco: ser estudante no Brasil é ser jovem na universidade, de classe média, dentro de
uma sociedade subdesenvolvida. Isso significa que a universidade passa a falsa idéia de ascensão social.
Há o movimento de jogar o movimento de expansão do ensino pra frente. A família de classe media
deposita no estudante a perspectiva de realização profissional. O estudante quando percebe o mercado
de trabalho restrito, há uma frustração com essa idéia de ascensão social. Quando o estudante sente a
frustração, há um estalo, há uma diminuição da pressão vinculadora. Há uma situação paradoxal de ter
acesso ao ensino superior, poder ter uma visão crítica do mundo e se perceber enquanto privilegiado.
         O que afinal é ser estudante? Quanto mais essas variáveis representarem uma pressão
vinculadora ao sistema, menos estudante o aluno matriculado vai ser. O cara matriculado na faculdade
vira estudante quando há possibilidade de vivenciar uma experiência do que é ser estudante, de superar
a pressão vinculadora ao sistema. Ser estudante é uma situação historicamente determinada.
         No Brasil...
         A universidade continua elitizada, o recorte de classe acontece mais em função da localidade
geográfica (centralidade) e da natureza (universidade) do estabelecimento do que entre público e
privado. Universidades em lugares centrais são elitizadas, independentemente de ser pública ou
privada.
         Dos anos 60 para cá...
         Os anos 60 foram um período de expansão econômica, havia possibilidades de trabalho em
tempo parcial. Depois, crise econômica, enxugamento da classe média, menos oportunidades de
emprego. Maior a pressão da família com a formação profissional, com os estudos, aumenta a pressão
vinculadora com o sistema. Por outro lado, aumenta a frustração do jovem com a carreira profissional.
         Repressão nas universidades.
         Universidades particulares. O fato de o estudante estar pagando o curso, aumenta a pressão
vinculadora, de ter que ser alguém na vida.
         Nos anos 60 tivemos o processo de federalização, criando um sistema de ensino superior e uma
situação comum entre os estudantes do Brasil todo, cria uma comunidade de experiência e a
possibilidade de uma identidade coletiva. Depois houve um processo de fragmentação do ensino
superior (cada vez mais cursos técnicos e especializados) e também internamente dentro das
universidades (departamentalização). Exemplo da retirada da faculdade de pedagogia de dentro da
faculdade de filosofia, com a intenção de formar um pedagogo técnico. Isso se reproduziu com outros
cursos também. Formação apenas para o mercado de trabalho. O planejamento espacial dentro dos
campi reflete isso também.
         Fragmentação no nível dos cursos, dentro de cada curso. Opção pelo sistema de matrícula por
crédito, que tem como contrapartida a formação flexível no nível do curso, tornando o curso mais
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eficiente. Há como conseqüência, um desencontro no espaço da universidade, um embaralhamento da
rede de sociabilidade.

Prosa em Plenária
         Vivemos em uma sociedade de consumo, e é estratégico pro capital ter uma concepção de
juventude, de forma a criar um mercado para esse jovem. Quando nos voltamos para a universidade,
temos uma universidade pronta para atender as demandas do mercado. Há uma ideologia dominante
em torno do que é ser jovem. Dificuldade de desconstruir essa ideologia dentro da universidade.
         Identidade estudantil proporcionada pelas experiências no espaço estudantil. Choque cultural
encontrado. Juventude tem que definir o que quer na vida, tem uma pressão da família. Há uma
confusão ideológica, uma possibilidade de disputa para um projeto de sociedade. E temos perdido esses
estudantes para espaços mais reacionários. Temos que identificar quais são as reais demandas.
         Contradições vivenciadas pelo jovem dentro da universidade. Qual é o papel do ME? Conseguir
dialogar, conseguir canalizar as contradições e indignações em um canal maior.
         Movimentos trazem uma preocupação de debate da condição da base desses movimentos,
importância de fazermos esse debate. No Brasil temos poucas formulações em torno desse tema de ME.
Nós mesmos não temos entendimento de qual a nossa base social. Para consolidar o trabalho de base,
nossa primeira tarefa é entendermos qual a nossa base. O que constitui o ME? Quais são as suas
particularidades? Quais as particularidades para o estudante de agronomia? Necessidade de
transpormos o debate geral da juventude para a juventude estudantil.
         Sobre o trabalho de base. Em cada conjuntura o conteúdo revolucionário se atualiza (mas não
perde a essência) e a forma tem que se adequar à realidade. Importância da nossa firmeza ideológica
quando vamos fazer o trabalho de base. CEPIS coloca que existem processos de formação de
consciência, quando fazemos o trabalho de base, não temos que rebaixar o conteúdo, temos que
adaptar a forma. Temos que ser firme ideologicamente e temos que ser flexíveis quanto à forma. Ter
firmeza ideológica não significa sermos vanguardistas.
         Ao longo dos últimos anos tem que intensificado a entrada da classe trabalhadora na
universidade. Temos alguns desafios, até onde mediamos o nosso posicionamento e a nossa
radicalidade? Há possibilidade de massificação do movimento estudantil? Historicamente isso foi
possível em torno de algumas pautas. Como massificar, manter a radicalidade? A massificação existe
quando envolve a indignação, envolve a materialidade. Mauro Iasi: a massa em geral luta por questões
concretas, que são coorporativas. Como incorporar tudo isso? Como trabalhar com estudantes que não
são a primeiro momento classe em si.
         Hoje percebemos a dificuldade de o movimento estudantil crescer, fazer lutas e envolver o
coletivo dos estudantes. CEPIS coloca que o povo nunca está errado, temos que buscar onde nós
estamos errando. Quando percebemos a nossa dificuldade de trabalho de base e os espaços esvaziados,
percebemos que nós enquanto esquerda estamos tendo dificuldade de fazer trabalho de base.
Precisamos entender quem é o sujeito inserido na universidade e qual o papel que essa instituição
cumpre para o capital. Temos análises enquanto esquerda concretamente? Precisamos fazer essas
análises para potencializar o nosso trabalho de base.
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         Rio de Janeiro como o segundo pior na educação, isso contribui para a compreensão do porque
da universidade estar elitizada. Universidade sucateada. Proporcionar e estimular o interesse político
dos e das estudantes.
         O jovem que entra na universidade não tem consciência de classe. Para fazer o trabalho de base
temos primeiramente que conhecer o sujeito, conhecer suas demandas. Conhecer a situação específica
do estudante, sem perder a intencionalidade da luta de classes.
         Com relação à forma. As pessoas chegam na universidade com conhecimento e com conceitos
formados. Temos que saber lidar com isso a forma de dizer as coisas muitas vezes pode afastar as
pessoas, mas também pode aproximar o estudante. As pautas concretas, corporativas são importantes
para essa aproximação. Os movimentos têm as suas pautas corporativas, mas elas têm um apontamento
estratégico. Temos que conseguir apontar. Com relação à massificação, tem que acontecer com relação
com a conjuntura atual.
         Os jovens que se inserem na universidade vêm embebidos em vivências pessoais e diversas.
Pensar novas maneiras de aproximar os estudantes.
         Quem é esse sujeito que constitui a base da FEAB. Entender qual é o papel da Agronomia hoje
no Brasil. Temos desafios: qual o papel da Universidade no capital, qual o papel do agronegócio no país,
quem é o estudante que entra na universidade hoje e com qual perspectiva. Temos pessoas que entram
com uma visão romântica da agronomia, mas a maioria vem com a perspectiva do desenvolvimento, do
agronegócio. Temos a tarefa de desmistificar o que é trazido hegemonicamente a respeito do
agronegócio e destrinchar esse modelo.
         A mídia contribui muito para essa falsa propaganda do agronegócio, os estudantes a vida toda
tem o contato com essa propaganda. Como desconstruir isso? Como despertar a consciência?
         Para fazer trabalho de base temos que existir enquanto estudante, ter visibilidade, estar nos
espaços, estar no dia a dia, nas pautas específicas (sem perder o cunho estratégico). Faltam
metodologias e formas de diálogo.
         Como fazer a disputa ideológica em um tempo curto, em um espaço onde os estudantes são
transitórios?
         Importância que o ME tem no processo revolucionário. Questão da formação profissional.
Formação que tem um caráter político e isto não é colocado para os estudantes dentro do espaço
formal universitário. A atuação enquanto profissional tem um caráter político e de acúmulo para a luta
grande.
         Estudante sofre uma pressão de forma a não se entender enquanto uma categoria. Temos a
tarefa também de aproximar os estudantes do povo. É colocado que a universidade tem uma função
social, mas esta sociedade não entendida enquanto povo, universidade acaba por favorecer a poucos.
Temos que nos entender enquanto estudante, mas também enquanto povo, e na prática também.
         Análise com relação às movimentações urbanas que tem surgido (possível movimento dos
atingidos pela copa, realidade de muitas capitais brasileiras).
        Identificação do sujeito, garantia da perspectiva da transformação social, visualizar quais pautas
que fazem diferença na luta de classes, que acumulam.
        ME: espaço de atuação na universidade, questionamento da educação. Realidade do REUNI.
Dificuldade de diálogo com os estudantes que entraram pelo REUNI (pelo fato do ME ter se posicionado
contra). Um dos maiores desafios que temos hoje no ME é o resgate da luta social.
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        Fazer trabalho de base é um processo pedagógico, temos um processo de formação constante,
para uma atuação militante que supera o ME. Ao mesmo tempo que o militante se forma, também
aproxima novos estudantes, também faz trabalho de base. A disputa dentro da universidade é a disputa
de consciência do jovem que se aproxima das pautas da esquerda, mas também é com o jovem que vai
ser o futuro burguês.
        O debate corporativo, o debate do dia a dia é potencializado quando estamos preparados para
isso. Temos que nos formar para qualificar as nossas ações cotidianas, tendo centralidade aonde
conseguimos colher mais frutos. Não temos essa centralidade atualmente. Num momento aonde os
estudantes não se identificam mais enquanto estudantes temos que afinar qual é a nossa mensagem,
qual a nossa centralidade. Formas: pautas estudantis mais corporativas, a questão profissional (trazendo
propostas). Temos que explorar as contradições, mas o momento histórico exige uma centralidade. E
hoje a questão profissional se sobressai da questão mais estudantil.
        Luta do povo não é dissociada da luta estudantil. A disputa dos espaços de organização dos
estudantes, as pautas estudantis também são importantes.

Fechamento Virtude
         Explorar esse processo traz uma auto-análise. Entender o que é o estudante é também nos
entender, entender a nossa trajetória. Ser militante, ser estudante na sociedade brasileira é algo muito
mais complexo do que ser matriculado em uma instituição de ensino superior. Se o movimento
estudantil está em crise, é porque o próprio estudante deixou de existir como existia na década de 60.
         Pensar o trabalho de base: com o estudante real, com as situações concretas. E entender que
existem especificidades em cada espaço, relações diferentes com a faculdade.
         A massificação do movimento em torno de uma identidade estudantil é um desafio estratégico,
não se coloca com a estruturação do ensino superior no Brasil.
         As executivas de curso também são um fenômeno historicamente localizado, anos 60 elas não
tinham força. É exatamente com a fragmentação da universidade que elas ganham força, pois o que
fundamenta essas executivas é a questão da carreira.
         Existe a possibilidade para que o ME se massifique hoje? Acho que não. Temos que ter muito
presente o que dá para fazer e o que não dá. O nosso foco é a transformação social, se isso vai ser
através do ME ou não, não podemos perder nosso foco. O Fora Collor e as ocupações em 2007 são
exemplos de como o ME se massificou, mas as formas são diferentes. É importante manter atividades na
universidade, mas tudo isso tem o seu limite e não podemos colocar pro movimento estudantil um
papel maior do que ele tem capacidade de fazer.
         A dificuldade de massificar é sentida de uma forma muito concreta: “ME é grupinho”,
dificuldade de diálogo. Isso é produto do processo de fragmentação da universidade. Cria pequenos
guetos de sociabilidade. Esses guetos se expressam institucionalmente, antes nos anos 60 essas coisas
todas funcionavam como uma coisa só. Hoje não há diálogo entre esse guetos.
         O trabalho de base tem que considerar primeiro esse aspecto, a língua do estudante não é uma
língua só, são várias línguas.
         Além de entender as línguas, temos que pescar o bom senso a partir do nosso ponto de
transformação social. Estabelecer essa ponte entre o bom senso espontâneo da massa e a nossa
perspectiva consciente.
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         O trabalho de base acontece no nível de consciência da massa.
         O que muda a situação é muita gente organizada fazendo uma coisa de cada vez. É só a massa
que vai fazer transformação. Colocar o estudante em movimento.
         Dificuldade maior, se colocamos o estudante em movimento, precisamos saber qual é aquela
transformação que queremos e que é possível fazer. Essa transformação que pode ser feita e altera a
correlação de forças. Assim criamos uma ligação entre uma pauta específica e a geral. Por exemplo,
como convencer ao estudante que a reforma agrária altera a universidade? Encontrar essa pauta
possível de fazer e que altera a correlação de forças e fazer o diálogo com a universidade.
         A identidade em torno da carreira é algo historicamente mais favorável do que a identidade de
todos os estudantes de um Estado. Há uma mesma situação no mercado de trabalho, uma mesma
política da grade curricular. Aí nós temos uma brecha. Pensar quais são as manifestações de bom senso
a partir das quais podemos construir uma ponte com a nossa proposta de transformação social.
Queremos colocar o estudante em movimento, tal como ele é.
         A situação geral de inserção na universidade, mesmo com os processos do REUNI, traz que os
estudantes são majoritariamente de classe média. O ME é uma manifestação radicalizada de um setor
da classe média que tem potencial revolucionário.
         Uma coisa é ser de classe média e se identificar com o povo, a outra é nos identificarmos tanto,
que recalcamos o fato de sermos da classe média. Isso traz para nós não conseguirmos nos localizar, não
ter claro qual é o nosso papel.


    5. Campanha do Boicote ao ENADE

     Abertura de ponto: NTP Educação (Campos)
        A educação que temos hoje reflete a própria sociedade, família e mídia também contribuem
nesse processo de educação. Neoliberalismo age diretamente na educação, como exemplo temos o
Banco Mundial.
        O ENADE é um método de avaliação que veio do SINAES, que está inserido dentro do projeto do
REUNI. Antes tínhamos o ENEC, exame que só avaliava o estudante. Porém hoje vemos que o ENADE
também passa por uma avaliação apenas do estudante.
        Outra problemática está no fato de que o ENADE faz uma avaliação sem propostas, pra além de
um ranking das melhores universidades, que recebem maiores verbas e maior visibilidade na mídia e na
sociedade. Isso contribui para a deterioração das universidades que ficam nas posições mais baixas.
        As provas não são específicas por região.
        Quem está financiando as universidades? O ENADE tem a função de avaliar a universidade no
sentido de melhorar seus retornos para a sociedade ou tem a função de manter e perpetuar esse
sistema de educação para poucos?
        Todo ano as executivas de curso se organizam para fazer um boicote a esse sistema de
avaliação, que na verdade é um sistema punitivo. A campanha se concretiza a partir do estímulo aos
estudantes não fazerem as provas e colar o adesivo na prova como forma de manifestação e unidade
em torno da campanha.
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         Temos avançado no sentido de construir uma proposta coletiva de uma avaliação real do
ensino, já que a realidade é a precarização deste. Tentativa de acumular em uma proposta alternativa
de avaliação, trazendo os professores, o ANDES para contribuir nesse processo.
         O FENEX agora vai tratar em grande parte desta pauta e desta proposta. Esse ano a agronomia
vai fazer o ENADE e no FENEX, as executivas das agrárias e da saúde ficaram de tocar essa campanha.

Prosa em plenária
        Histórico do processo do ENADE? Existe um curso que foi excluído? Quais são os outros cursos?
        O ENADE tem que ser entendido como parte do processo de mercantilização do ensino superior.
O caráter mais problemático dele é político, além dos problemas técnicos.
        A pauta do ENADE traz a questão da educação como um todo e também da inserção do capital
nas universidades.
        Em Botucatu houve o boicote pela Florestal ano passado. Teve como conseqüência que agora a
Faculdade vai fazer um sistema de educação por si.
        De certa maneira o ENADE tem uma proximidade muito grande com o Provão. Em 2003/2004 a
proposta do SINAES entrou na universidade, que trouxe consigo o ENADE, a avaliação interna da
universidade.
        Em tese o ENADE não avalia só o estudante, avalia também a estrutura, os professores. A
questão de excluir os cursos com 2 notas baixas efetivamente não acontece.
        O ENADE tem presença obrigatória do estudante. Importância de fazer o processo de trabalho
de base efetivo, já que o estudante tem que ir.
        Para as universidades particulares, geralmente acontece um cursinho pré-ENADE, para que as
universidades tenham boas posições e ganhem verbas.
        O boicote é fundamental. Não é só fazer o boicote pelo boicote, temos que politizar o boicote.
        O ANDES lançou uma cartilha falando de todo o processo do ENADE. Construir e pensar junto
com o ANDES o que seria uma proposta alternativa de avaliação. ANDES já fez uma proposta.
        Fazer uma proposta na perspectiva da Universidade Popular.
        A universidade tem que ser avaliada pela sociedade e tem que cumprir uma função social.
        Com relação à metodologia, a propaganda é que se todo mundo for bem no ENADE a
universidade vai ficar melhor, ter mais recursos.
        Os estudantes que fazem o boicote e os cursos são bastante criminalizados. Importância do
boicote ser para além do boicote, trazer uma proposta clara e politizada, proporcionando um diálogo
com outros estudantes, professores e com a sociedade. Todas as cartilhas que saíram do ENADE
reproduzem a crítica do provão, tem que ser mais aprofundada e politizada.
        Nos coloca a pensar a educação e a fazer o trabalho de base também. Importante nos
aprofundarmos sobre essa pauta.


   6. Campanhas



       Avaliação das últimas campanhas da FEAB
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        -2007/2008: “Os transgênicos e a CTNBio”
        Essa campanha estava inserida em uma campanha maior “Por um Brasil livre de transgênicos”,
realizada por diversos setores e organizações, e o papel da FEAB e ABEEF foi questionar o papel da
CTNBio. Avaliamos que através de cartilhas, folders, cartazes, a campanha teve um importante papel no
enfrentamento, na disputa ideológica, e foi positivo. Porém, tivemos dificuldade de dialogar com a base
em algumas situações. A bandeira envolvida nos debates era de Ciência e Tecnologia. E o método para
repercussão da campanha foram seminários de debates nas Universidades, o que a tornou mais
concreta das últimas campanhas na FEAB.

         -2008/2009: “Transnacionais na Universidade: Educação contra o Povo”
         Campanha realizada também em conjunto com a ABEEF. Avaliamos que principalmente por não
estar inserida numa conjuntura em que as organizações não pautavam a questão, não teve grandes
repercussões. Porém, o papel central que essa campanha cumpriu foi a de formação da militância, pois
nos instrumentalizou no debate sobre a bandeira de Universidade e Formação Profissional. O método
utilizado para isso foi estudos e debates nos espaços da FEAB, além da produção da cartilha. A
campanha permitiu a continuidade e aprofundamento nas questões levantadas pela campanha anterior.

        -2009/2010: “Esse pacote já Era!”
        A Campanha se propôs a intensificar o trabalho de base para a FEAB, trabalhando a bandeira de
Formação Profissional. Para isso, a campanha deu continuidade às campanhas anteriores, questionando
o modelo do agronegócio e o papel da Universidade. Os métodos utilizados foram cartaz para dialogar
massivamente com os estudantes e uma cartilha, que não foi utilizada por dificuldades materiais em
estar pronta durante a gestão.

         Avaliação Geral
         Há anos que temos tido como central o enfrentamento ao agronegócio como linha de ação para
nossas campanhas. Avaliamos que essa linha tem sido acertada, porém necessitamos aprofundar e
qualificar o método. Para massificar uma campanha entre os estudantes e para dar conta de realizar o
enfrentamento ideológico é preciso usar as ferramentas e a linguagem adequada.
         Nesse sentido, avaliamos a importância de as campanhas serem puxadas no início ou no meio
da gestão das coordenações nacionais, pois quando deixamos pro final, quase sempre não damos conta
de botar a campanha pra funcionar. Também é importante ressaltar que não precisamos
necessariamente a cada ano construir uma nova campanha, mas se formos, ela precisa estar conectada
a esse eixo central de combate ao agronegócio.
         As campanhas cumprem o papel de fazerem a disputa ideológica com os estudantes, através do
trabalho de base; a formação política da militância sobre o tema, acumulando para a FEAB; demonstrar
o posicionamento da FEAB frente à conjuntura e fazer enfrentamento ideológico ao modelo
hegemônico, nas questões do campo e da Universidade. Todos esses elementos estão presentes nas
campanhas, e a intensidade de cada um deles varia conforme a leitura que fazemos da realidade.
Portanto, o caráter e o objetivo de cada campanha se alteram na conjuntura.
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        Campanhas pra este período
         Contra os Agrotóxicos
        A campanha contra o uso de agrotóxicos que vem do MPA e pode ter mais força por ser trazida
pelos movimentos sociais do campo e tem a capacidade de dialogar com a cidade sendo transversal na
sociedade, por se relacionar diretamente a questão da alimentação. Nesse sentido precisamos
necessariamente associar os agrotóxicos com o agronegócio e questionar este modelo de agricultura
que está colocado, fazendo uma ligação com o trabalho que foi feito na campanha do pacote
tecnológico. Com isso a proposta é que esta campanha seja massiva e que façamos um material que
tenha uma abrangência com um formato que seja referenciado para conseguir ser debatido pelos
estudantes, para poder ser discutido nas nossas bases. Vemos também a necessidade de conseguir dar
continuidade em algumas pautas que não foram tocadas com tanto corpo na campanha passada,
envolvendo setores organizados da sociedade em geral. Temos que conseguir fazer também o embate
às transnacionais, dando visibilidade a quem é o nosso inimigo na questão dos agrotóxicos, trabalhando
esta formação utilizando os materiais constituídos. Visualizamos a necessidade de iniciar nesse semestre
esse debate para embasar posteriores análises mais aprofundadas, sendo que isso deve ser feito nas
passadas regionais e nacionais.
        Temos que trabalhar estes temas nos nossos encontros massivos, onde temos fertilidade para
crescer neste debate e isto traz uma ponte interessante de conseguir, por ser uma pauta concreta,
debater as propostas do que construir como alternativa, para além do debate político. Na questão dos
materiais existem textos bons que trazem elementos e acúmulos para serem trabalhados e espalhados
pelas escolas, pela CN e pelas CR. Para além disso temos que produzir materiais de agitação para
trabalho massivo e aproveitar o uso de vídeos e místicas, indo para a rua também para fazer o embate
ideológico, sendo mais um trabalho da militância. Vamos construir um material mais de proposição de
como atuar para as campanhas, não como um projeto fechado, mas para conseguir trabalhar nas
escolas mais novas de uma maneira mais coesa.

        Contra as alterações do Código Florestal
        Na campanha sobre o código florestal o central é conseguir somar força com quem estiver
fazendo lutas para reverter o processo para fazer mais pressão para que esta campanha ganhe peso pois
é pra logo que este novo código seja aprovado, conseguindo fazer lutas concretas. Quem tem
protagonizado essa luta são os movimentos sociais e ambientalistas, sendo importante que nossa
militância some nessas articulações a nível local

       Contra o extermínio da juventude
        Outra campanha deliberada é contra o extermínio da juventude, que dialoga com as cidades e
com as pastorais, sendo bastante fértil para estabelecer relações interessantes com outros movimentos,
alem de ser uma pauta tocante para o momento, compreendendo que o movimento estudantil é um
movimento de juventude.

Prosa em plenária
        - Em Recife está sendo proposto um ato com outras executivas para fazer o debate sobre a
alteração do código florestal e com outros grupos organizados. Trazem uma proposta de levar para o
21


FENEX para que seja realizada uma mobilização nacional contra a alteração do código florestal, num
caráter pedagógico.
         - Todo ano montamos uma campanha, obviamente considerando o acúmulo anterior, mas
devemos propor campanhas que tenham um eixo central em longo prazo para trabalhar um tema
especifico para darmos um norte mais bem definido e com maior possibilidade de conquistas reais.
Deve-se ter uma metodologia que operacionalize isso.
         - Temos uma debilidade de materializar as campanhas em ações diretas e concretas que
aglutinassem os estudantes numa pauta comum, como na campanha da reforma universitária.
         - Temos que trabalhar melhor a agitação e propaganda nas nossas campanhas para ajudar a
aglutinar e agitar os estudantes nessas pautas, sem perder a politização, mas saber fazer o trabalho de
base com as ferramentas que temos.
         - A CN e as CR nas passadas tem que trabalhar obrigatoriamente os materiais sobre as
campanhas para dar corpo a estes debates e fazer com que cheguem as nossas bases.
         - Podemos nos utilizar da realidade local e de experiências com agrotóxicos para trabalhar a
sensibilização dos estudantes com conjuntura mais palpável para nossa base.
         - Não dá pra discutirmos a alteração no código florestal num momento de embate como este à
alteração, com certeza o código pode ser melhorado, mas não podemos nos confundir na pauta neste
momento.
         - Para entender melhor a campanha do extermínio da juventude é importante estudarmos as
mudanças no mundo do trabalho, para fortalecer nosso debate.


   7. Repasse do Seminário Internacional contra o monocultivo do Eucalipto e
      Seminário Nacional contra o uso de agrotóxicos

- Seminário internacional contra o monocultivo do eucalipto:
         Foi tirado o fortalecimento do dia 21 de Setembro de 2010 (dia mundial contra o monocultivo
de árvores) para serem feitas ações pontuais em conjunto para denunciar os males dos monocultivos,
socializando informações, debatendo com a comunidade e fazendo enfrentamento.
         Dia 21 de setembro de 2011: construir um dia nacional de mobilização contra o monocultivo de
eucalipto mais consolidado e com mais peso, elaborando cartazes que tragam o embate do agronegócio
com a nossa proposta de desenvolvimento para o campo, ações diretas, atos de denúncia das empresas
dentro das universidades e elaboração de materiais comuns de trabalho de base e formação.
         Foram tiradas mais duas semanas de conscientização e luta contra o monocultivo de eucalipto,
uma em junho e outra em setembro de 2011, aproveitando que o dia 05 de junho é o dia do meio
ambiente.

- Seminário nacional contra o uso de agrotóxicos:
Presentes: Via Campesina, MPA, MMC, MST, CPT, PJR, CIMI, FASE, UFC, REDE-MG, FIOCRUZ, FBSAN,
CONSEA, CUT, CAA Norte de Minas, FEAB, ABEEF, ENEBIO, EXNETO, ENEN, UFFS, Núcleo Trama, Terra de
Direitos, Cáritas, AMA-RJ, CONAB, Rádio Agencia, Caros Amigos, Correio da Cidadania e Brasil de Fato.
22


 Como agir na campanha tirada do seminário:
- Denúncia das empresas que produzem e utilizam agrotóxicos
- Combinar o debate contra os agrotóxicos com a discussão sobre os impactos socioeconômicos,
ambientais e na saúde que já afetam a população através dos agrotóxicos.
- Combater o mito do agronegócio para a sociedade e denunciar suas conseqüências.
- Denunciar permanentemente na sociedade as empresas que lucram vendendo venenos.
- Influenciar e disputar a elaboração dos currículos para que estes tenham um enfoque agroecológico.
- Esclarecer alguns setores sociais em universidades: estudantes, professores e trabalhadores sobre o
perigo do uso de agrotóxicos.
- Criar e divulgar estudos e pesquisas sobre o perigo do uso de agrotóxicos junto aos movimentos
sociais.
- Negar o pacote do modelo do agronegócio.
- Acompanhar e pautar a denuncia dos agrotóxicos no CBA
- Incluir nos EIV a temática dos agrotóxicos.
- Articular no FENEX com as outras executivas uma proposta de ação conjunta sobre a campanha contra
o uso dos agrotóxicos.
- Trabalhar a campanha construindo uma semana de mobilização conjunta com as executivas sobre a
campanha.
- Trabalhar com as cartilhas que já existem e criar um material de agitação.
- Trabalhar a campanha do extermínio da juventude relacionando com a pauta dos agrotóxicos e sua
influência neste debate.
 Como garantir a implementação das ações:
- Fazer um mapa das articulações entre as empresas fabricantes de venenos, fusões e centralização:
cadeia do veneno e dos remédios, divulgando estes dados na campanha;
- Denunciar os dados aos consumidores nos supermercados;
- Construção de uma coordenação nacional composta por um representante de cada entidade
 Realizar ações no dia nacional do meio ambiente (05 de junho) e no dia da soberania alimentar (16 de
outubro) trabalhando as influências dos agrotóxicos na saúde dos agricultores e das famílias e a atuação
das empresas privadas nos diversos setores da sociedade;
          Foi tirada uma coordenação nacional composta por um representante de cada entidade a se
reunir dia 17 de novembro de 2010 no CEPATEC em São Paulo para socialização do que já foi feito e para
articulação das próximas ações.


   8. Síntese das Deliberações do CONEA

COORDENAÇÃO NACIONAL
- Acumular e propor o debate ao restante da Federação sobre reorganização do ME no GT de Formação;
- Divulgar e propor a segunda semana nacional de mobilização no FENEX sobre a campanha dos
agrotóxicos;
- Propor e articular, junto às Coordenações Regionais, os seminários regionais;
- Junto com as CR propor espaços expandidos de articulação regional de executivas;
23


- Articular regional e nacionalmente a Via Campesina e a ANA;
- Participar do Encontro de Diálogos e Convergências no final de 2010;
- Pensar em como levar para os espaços nacionais o debate da construção do CBA;
 - Avançar nos métodos de agitação e propaganda e articular nacionalmente com outros movimentos da
juventude;
- Articular com as outras executivas de agronomia da América latina espaços que fortaleçam o debate
sobre a CONCLAEA
 - Acumular no debate sobre universidade popular.

COMISSÃO ORGANIZADORA DO CONEA
Espaço de EIV na troca de experiências

NÚCLEOS DE TRABALHO PERMANENTES
     • NTP de educação – Campos:
- Inserção na luta unificada com o movimento da educação a partir de cinco eixos principais: assistência
estudantil, democracia nas universidades, mais investimentos nas universidades públicas, combate a
mercantilização da educação e a busca por uma educação emancipatória, contribuindo assim para a
construção de um novo projeto de educação;
- Manter o debate sobre o REUNI, PROUNI e ENADE;
- Propor junto com a CN um espaço sobre cotas raciais, étnicas e de ensino público para a PNEB.
     • NTP de Agroecologia – Ilha Solteira
- Junto com a escola de Fortaleza e com a CN devem pensar num espaço sobre concepção de
agroecologia para o CBA;
- Junto com a CN pensar num espaço sobre concepção de agroecologia para a PNEB, fazendo um resgate
histórico do protagonismo da FEAB nesse tema e construindo um material que aponte perspectivas;
     • NTP Juventude, Cultura, Valores, Raça e Etnia, Gênero e Sexualidade - Aracaju
- Acumular sobre o debate de mística para o próximo periodo;
- Acumular sobre o debate das drogas e propor um espaço sobre este assunto para o CONEA;
- Acumular no debate sobre o patriarcado e sobre a legalização do aborto para junto com a CN propor
um espaço sobre este tema para a PNEB;
- Junto com a CN deve acumular sobre a reconfiguração da divisão sexual do trabalho e sua atual
configuração.
     • NTP de Relações Internacionais – Santa Maria
- Junto a CN deve pensar e propor um espaço para analisar a conjuntura da CONCLAEA e sua
reestruturação, para a PNEB.
     • NTP de Ciência e Tecnologia – Porto Alegre
- Deve acumular no debate sobre a lei de inovação tecnológica;
     • NTP de História e Comunicação - Curitiba
- Junto com a CN deve decidir o que fazer com a lista antiga de e-mails da FEAB e também sistematizar
os materiais produzidos pela FEAB nos ultimos anos.


TAREFAS GERAIS
24


- Propagandear e construir os EIVs e SQAs de acordo com a realidade de cada região, suscitando a
participação de internacionalistas no EIV
 - Articular regionalmente espaços de diálogo com os movimentos sociais de modo a inserir suas pautas
na universidade.
- Fomentar a construção regional de espaços conjuntos com movimentos de mulheres (MMM e MMC,
por exemplo), nos inserindo na frente pela não criminalização das mulheres e legalização do aborto.
 - Participação no Seminário de Universidade Popular;
 - Devemos continuar nosso esforço de propagandear meios de comunicação de
esquerda como o Jornal Brasil de Fato, além de livros de editoras de esquerda como a
Editora Expressão Popular.
- As escolas devem debater a bandeira de gênero com foco no patriarcado para o espaço da PNEB.
- Nos inserirmos na construção do 8 de março da Via Campesina.
- Explorar o debate de gênero de modo a contribuir para o trabalho de base nas universidades.
- Socializar o acúmulo sobre a frente de legalização do aborto e as mulheres se inserirem no debate
sobre esta questão para ajudar no acúmulo para a PNEB.
- Fazer uma lista de emails das mulheres da FEAB
 - Cada escola deve articular lutas conjuntas com os novos cursos (Universidade Nova), como os de
agroecologia
- Potencializar a participação de militantes da CONCLAEA nos EIVs e a nossa participação nas passantias;
- Fazer formação dentro das escolas da FEAB sobre as campanhas para inserirmos o debate delas nas
calouradas e espaços com os ingressantes, para além do trabalho com a militância.


   9. Calendário

    Setembro
21: Dia mundial contra os monocultivos de árvores – ações pontuais e agitativas sobre o assunto
25-26: Seminário Regional II
28: Dia Internacional pela Legalização do Aborto
20-22: Seminário de Agrotóxicos – Várzea Grande (Reg. IV)
23-24: Oficina de formação MMC – Quilombo Mutuca (Reg.IV)
25-26: CF2 – Viçosa
21: ato da Kátia Abreu - Viçosa

    Outubro
09-10: Seminário Regional I
16-17/23-24: Seminário de construção EREA-Sul
14-16: Seminário de Questão Agrária – Viçosa
Seminário colonização do norte do estado do Mato Grosso (sem data)
31-02: CF1 e CF2 (Reg.IV – indicativo)
09-11: Seminário Regional V
15-17: Seminário Regional VI
30-2: Seminário Regional III (indicativo)
01: Seminário de discussão QA (Diamantina)
09-11: Fórum de Agroecologia (Araras – Reg VII)
25


09-10/16-17: CF1/ Formação Agroecologia (Ilha – Reg VII)
25-29: Semana de Agroecologia (UFRA – Reg.VI)
16: Dia da soberania alimentar – ação contra o uso dos agrotóxicos
09-12: Congresso de los Pueblos – Colômbia
08-16: Congresso da CLOC – Quito
09-12: Encontro Nacional da Mulheres Argentinas
2-7: Encontro Internacional dos Atingidos por Barragens - México

         Novembro
19-21: Seminário de Construção do EREA (Reg.III+VII)
13-15: Seminário de Construção do EREA (Dourados Reg.IV)
16...: Seminário da Regional IV
Sem data: Congresso Cearense de Agroecologia
1 e 2: Seminário de Planejamento do EREA (Reg. V)
13-15: Seminário de Construção do CONEA
05-07: Seminário Regional VII
17: Reunião da secretaria operativa da Campanha contra os Agrotóxicos

        Dezembro
18-19: SQA Estadual (Rio)

         Janeiro
EIV Regional Agrário (Santa Maria)
EIV – PR
EIV – SC
02-24: EIV-MG
Sem data: Seminário de Construção do ERA (Marabá)
EIV-SP: 2ª semana de jan até 1ª de fevereiro

        Fevereiro
EIV Regional Urbano (Santa Maria)
EIV-RJ

         Março
8 de março: Dia internacional da luta das mulheres
14: Dia internacional de luta contra as barragens
EIV-PA
3º ENAAG – Encontro Amazônico de Agrárias (UFRA)
PNEB: sem data (meio de março)
Encontro dos Movimentos sociais da ALBA – Foz do Iguaçu/PR

        Abril
21-24: EREA – Sul
24: Páscoa sem PNEB!
21-24: EREA-Sudeste
21-24: EREA-Nordeste
17: Luta Internacional pela RA
26




        Maio
1º de maio: Dia do trabalhador
17: Dia Nacional de Reflexão sobre a formação do eng agronomo
EREA – Reg IV
SQA – Botuca (maio ou junho)

         Junho
Semana dia 5: Semana de conscientização e luta contra o monocultivo de eucalipto
28: Dia internacional da luta gay e lésbica

       Julho
54º CONEEEAAAAAA!!!!

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Relatoria da PS de Viçosa/MG, 2010.

  • 1. 1 Plenária de Superintendências – Viçosa, Setembro 2010 Presentes: Santa Maria – NTP RI (Diego e Valau), Belém - CO (Casseb e Aninha), Diamantina (Geovane e Deir), Rural (Larissa e Mari), Campos – NTP Educação (Denisson, Gaúcho, Tati, Zé e Thaisa), Recife – CR5 (Tulio), Floripa – CR2 (Fábio e Janaina), Ilha – NTP Agroecologia (Verme), Botucatu – NTP MSP’s (Aiaiai), Montes Claros – CR3 (Galba e Juliana), Curitiba – CO EREA (Gabardo e Araujo), Cuiabá – CR4 (Lucianna e Dione), Viçosa (Dani, Allan, Áquila, Macaúba e Luiz) e Piracicaba – CN (Sócana, Norris, Doce, Bolander, Paga, Leite Suspeito e Flufo) Grade: Sexta-feira (17) Sábado (18) Domingo (19) Manhã Chegada e acomodação Análise de Conjuntura Campanhas da FEAB Formação: Juventude e Tarde Repasse das instâncias Planejamento Universidade Auto organização das Noite mulheres e Estudo ENADE/ Cultural sobre o feminismo 1. Repasse das instâncias Regional 1 Santa Maria: seminário da Regional pós PS; construção do plebiscito do limite da propriedade da terra em Frederico; assumiram o NTP de RI e irão acompanhar um espaço na Argentina com objetivo de formular sobre educação na AL; estão rearticulando o núcleo de reforma agrária e urbana; farão o primeiro EIV urbano e o EIV Santa Maria; vão elaborar um documento avaliação do 53º CONEA; farão um SQA até o final do ano estão; estão construindo o DCE e estão na direção da casa do estudante; proposta de realizar um CEPA; possibilidade de sediar o CLACEEA; Regional 2 Florianópolis: está se organizando para as passadas da regional; realização do seminário da regional pós PS; Curitiba: fizeram o repasse para CN; construíram o plebiscito pelo limite da propriedade da terra; estão começando o debate sobre o código florestal; curso de direito do MST dentro da UFPR; construindo o EIV PR; estão construindo o EREA Curitiba com o tema de relações internacionais, convite pra toda AL;
  • 2. 2 sem. de construção 26 e 27/10; terá um EREB; grupo dividido em comissões; NTP História e Comunicação tarefas: administração da lista, busca de outras formas de comunicação, voltar a fazer jornalzinho da FEAB, via Lista da FEAB tipo boletim eletrônico, digitalizar e armazenar documentos (antigo e novos) da FEAB, material explicando como funciona a FEAB, continuar o trabalho do Chalito de Curitiba, pois o mesmo se encontra desatualizado, Regional 3 MOC: realizaram o planejamento da FEAB, análise da regional; participar dos espaços nacionais, participar da construção do EREA em campos, Campos: UENF em greve [reposição salarial], estudantes, professores e funcionários, greve que potencializou as mobilizações estudantis, construções junto UFI da Geografia, estão no DCE, articulação com os sindicatos dos funcionários e professores, NTP educação vinculado aos cursos pagos de Pós na UFI, estão utilizando dessas mobilizações para aproximar estudantes, estará ocorrendo junto do MST 18 e 19/09. Rural: tocaram a campanha do plebiscito, pelo GETERRA, NEARA. Construíram uma relação com associação de moradores, espaço de emancipações da VIA, irão realizar espaços de trabalho de base, apresentação da FEAB, com a presença da CN e/ou CR, espaço sobre legalização do aborto, festa LGBT feita pelo PONTES, terá eleição para o CA e DCE. NEARA constrói o EIV-RJ provavelmente será fim de fevereiro começo de março Diamantina: calourada com presença de MOC FEABEEF, trouxe calouros para FEAB, e deu um bom retorno para o ME, criaram um grupo de FEAB e estão construindo um chapa de CA. Realizaram o plebiscito na escola de diamantina, continuar participação do DCE, e se inserir na construção do EIV- MG Viçosa: participaram da semana de mobilização junto dos parceiros ABEEF e ENEBIO, realizaram um CF1 e 25/09 terá CF2, fortalecer a Via campesina regional, estão construindo o SQA; o espaço agrário na zona da mata; que zona é essa?; estão na construção do EIV-MG, estão no CA; realizaram a Agrocopa; após o termino das atividades focaram na formação política dos grupos de FEAB, ABEEF, ENEBIO. Espaço de formação sobre o código florestal. Kátia Abreu, em Viçosa dia 21/09, terá um ato contra a senadora junto do MST, MAB e ME de Viçosa. Regional 4 Cuiabá [UNIC e UFMT]: levantamento das escolas novas na RG4, com intuito de levá-los ao EREA seminário construção em dourados próximo feriado 15/11, continuam articulando com os movimentos do GIAS. Optaram por não construir o CA e na UNIC estão com o CA e irão construir o DCE que há tempos está parado, a UFMT fórum estadual a participam terá o CBEEF em 2011 em Cuiabá, sem de agrotóxicos semana que vem , ANDES, TSR, puxaram CF1, fizeram um cartilha de textos para as passadas, estão se preparando para assumir uma PS, ou PNEB lá. Regional 5
  • 3. 3 Recife: Trabalharam o plebiscito e lançaram a campanha, por lá houve um seminário sobre a revolução cubana e situação palestina, farão um estudo sobre a realidade do mundo do trabalho agrário, organizaram um debate de políticos candidatos, seminário rg5 09, 10, 11 e 12 de outubro com espaços de formação e chamado para as escolas de RG5. Regional 6 Belém: CO, proposta de construção do EIV PA, campanha do plebiscito, fortalecer as relações com os grupos da via campesina, curso de formação política do grupo junto da ABEEF , 30, 31/10 e 01/11 elaborou um jornal sobre o CONEA. Regional 7 Piracicaba: a CN se organizou para cobrir o vácuo da CR7, pensamos o financeiro da FEAB destacando Doce e Paga para ficar em SP, estamos participando das reuniões da VIA, e articulações com os MS que se mudaram para SP, aproximamos uma galera nova pelo DCAgro, necessidade de formação pra essa galera, estudar os temas e ter atividade de difundir os temas para os estudantes que tem abertura para os assuntos e ter o retorno dessa atividade. Parceiros ENEBIO e ABEEF. Temas: código florestal, questão ambiental, relação entre questão agrária formação profissional e universidade, transgênicos e agrotóxicos. Construção do EIV-SP Ilha: o NTP fez uma reunião desde o CONEA, tocaram a calourada fizeram um planejamento do NTP, o grupo GAISA e o C.A serão trabalhados com formação política, CF1, Kapado ira compor o CA na próxima gestão, Inri vai contribuir com o NTP. GAISA conseguiu um espaço pra trabalhar a calourada. Botucatu: NTP MSP conversaram com DA, Chico e pessoas mais velhas de Botucatu, contato com CPT, Cáritas, MST da regional, mesa redonda sobre o código florestal FEAB, ABEEF ENEBIO, tentativa de CF1, mais não rolou completamente, não terá EIV-Botucatu 2011, os grupos estão esvaziados, vão se fortalecer construindo com os MSP e sindicatos. Regional 8 Nenhuma escola presente Planejamento CN Piracicaba Norris: Regionais 1 e 2 Suspeito: Regional 3 Bolander: Regional 4 Flufo: Regionais 5 e 8 Leite: Regional 6 Paga: Regional 7, Mato Grosso do Sul, Maringá e Londrina Doce: Regional 7 e Secretária operacional Atividades realizadas até agora: Passada em Campos para construção do espaço de Boicote ao ENADE da PS; Passada em Montes Claros pro planejamento da regional. Reunião do coletivo de mulheres. Reunião da Assembléia Popular. Participação no seminário de agrotóxicos e eucaliptos da Via Campesina
  • 4. 4 na ENFF. Participação no ENEB (Feira de Santana) e no CBEEF (Lavras). Acompanhamento do planejamento da coordenação nacional da ABEEF. Acompanhamentos/ Atividades nacionais Reuniões da Via: Paga Coletivo de Mulheres da Via: Doce e Cuiabá Coletivo de Juventude da Via: Flufo Coletivo de Educação e Formação: Suspeito e Cabelo ou Ed. Assembléia Popular Nacional: Norris Assessoria política com o CEPIS; Campanhas: Agrotóxicos; Contra o extermínio da juventude; Contra as alterações do Código Florestal; Boicote ao ENADE; CONCLAEA: Reunião com a militância para o seminário de construção do CONEA 2. Divisão Sexual do Trabalho/ Feminismo e Socialismo Textos base: - “Novas Configurações da Divisão Sexual do Trabalho” - Helena Hirata e Danièle Kergoat - “Socialismo e Feminismo: uma relação necessária” - Mirla Cisne Abertura de ponto: Marina Tiengo (Doce) Diversas análises, em grande parte análises pós-modernas, trazem que a desigualdade entre homens e mulheres é algo cultural, o que traz a dificuldade de visualizar a base material desta desigualdade. Desta maneira, é importante deixar claro que a cultura é produzida nas e pelas relações sociais, sendo permeada pela ideologia, que é a expressão concreta dessas relações e se solidifica com a alienação. No caso das desigualdades entre homens e mulheres, fica clara essa alienação na naturalização e reprodução da opressão entre os sexos. Temos, dessa maneira, como base material da ideologia da opressão entre os sexos o surgimento da propriedade privada e a conseqüente dominação masculina através do controle sobre a prole com duas intenções principais: o aumento da força de trabalho com o aumento da produção de riquezas e a perpetuação da propriedade privada através da herança. O surgimento da propriedade privada com a conseqüente dominação masculina dá nome ao sistema conhecido como Patriarcado. De forma geral, este é um sistema de dominação e exploração das mulheres exercida pelos homens, gerando hierarquia e desigualdade. É importante afirmar que o Patriarcado é anterior ao Sistema Capitalista. Porém, as análises feministas marxistas trazem que este é aprofundado e torna-se estruturante ao Capital. Esta relação entre Patriarcado e Capitalismo se dá a partir do momento em que o Capital cria a divisão entre o público e o privado, gerando o que chamamos de divisão sexual do trabalho. A divisão sexual do trabalho se dá nas e pelas relações sociais e tem vínculo direto com a divisão social do trabalho. A divisão sexual do trabalho possui dois princípios fundamentais: a separação entre “trabalho de mulher” e “trabalho de homem” e a hierarquia estabelecida nessa separação, de maneira que o
  • 5. 5 “trabalho de homem” possui mais valor do que o “trabalho de mulher”. Esta separação e hierarquização do trabalho são legitimadas pela ideologia naturalista que usa justificativas biológicas para afirmar que existem “papéis sociais” determinados pelo gênero. Ideologia utilizada com freqüência pelo sistema hegemônico (Capitalista e Patriarcal) para fortalecer e naturalizar essa relação desigual e opressora. Com relação à divisão entre espaço público e privado, vale esclarecer como estes espaços se dispõem nas relações de trabalho de homens e mulheres. O espaço público é entendido como o espaço da produção de riquezas e da política, o espaço valorizado. E é um espaço masculino. Já o espaço privado é tido como o espaço da reprodução social, espaço onde são realizadas as atividades necessárias para garantir a reprodução e manutenção da força de trabalho. É o espaço das mulheres. Desta forma, não é de se estranhar que desde a infância as mulheres são educadas para os cuidados da esfera privada, são educadas a serem submissas, a lidar com miudezas, a serem passivas e tímidas. Da mesma maneira, os homens são educados a serem valentes, decididos, fortes e provedores. Como trabalho essencialmente feminino temos o trabalho doméstico, neste nos debruçaremos mais especificamente. A primeira consideração a se fazer em torno do trabalho doméstico é que ele é invisível, não é reconhecido e muito menos remunerado enquanto trabalho. É fácil de visualizar o quão fundamental este trabalho é para a reprodução da vida e da força de trabalho, porém, enquanto um trabalho invisível ele também se mostra fundamental para o Capital, já que garante a reprodução da força de trabalho e mantém os salários em um patamar inferior, ou seja, não é incorporado nos salários um valor que o garanta. Da mesma maneira, o Estado não tem custos com lavanderias públicas, restaurantes públicos, cirandas públicas... Ou seja, o trabalho doméstico enquanto um trabalho invisível traz um menor custo ao Capital. A própria educação, segundo a Constituição brasileira de 1988, é um dever do Estado e da família. Porém, é mais do que comum responsabilizar a família por uma má educação das crianças. E quando dizemos família, a realmente responsabilizada é a mãe, a mulher. É uma realidade que a mulher atualmente já está inserida na esfera da produção. Esta nos aparece como uma conquista histórica da luta feminista. Porém, não pode nos parecer enquanto superação do patriarcado. A inserção das mulheres na esfera da produção não as retirou da esfera da reprodução e também não incluiu os homens na esfera da reprodução. Isso se traduz na dupla jornada de trabalho que a mulher passa a assumir: o trabalho fora e o trabalho doméstico. Também é necessário reforçar que esta inserção das mulheres na esfera da produção também não se fez de forma igualitária, continua mantendo os princípios de separação e de hierarquia. O que isso significa? Que as mulheres são as responsáveis pelo trabalho das minúcias, pelo trabalho da organização, ganhando salários mais baixos e em postos mais precarizados. A análise de como se dão as novas configurações da divisão sexual do trabalho traz uma precarização e flexibilização do trabalho cada vez maior, incluindo o trabalho em tempo parcial para as mulheres, apresentado como uma solução para a dupla jornada de trabalho, mas que se coloca como elemento que reforça a divisão entre a esfera pública e privada (já que os homens continuam a não assumir o trabalho doméstico). Esta precarização pode ser visualizada em números: as mulheres hoje representam 46% da população ativa mundial, 52% do desemprego e recebem 79% dos salários mais baixos.
  • 6. 6 Juntamente com o crescimento do trabalho precarizado, é notável também que cada vez mais mulheres (burguesas) são empregadas para trabalhos de nível superior. O investimento maior nas carreiras por parte das mulheres burguesas, e especialmente das mulheres burguesas dos países do Norte, é acompanhado pela externalização do trabalho doméstico. Ou seja, as mulheres burguesas contratam mulheres da classe trabalhadora para a realizarem o trabalho doméstico de suas casas. A externalização do trabalho doméstico traz algumas conseqüências consigo. Primeiramente os movimentos de internacionalização do trabalho reprodutivo e de feminização da imigração. De maneira que, as mulheres burguesas dos países do Norte contratam em grande número mulheres trabalhadoras de países mais pobres para a realização deste trabalho. Outra conseqüência está no fato de que esta externalização do trabalho reprodutivo é interessante ao Capital na medida em que contribui para o mascaramento e atenuação da relação de opressão entre homens e mulheres: dentro das casas as mulheres burguesas não fazem mais o trabalho reprodutivo e conquistam grandes postos dentro de empresas. Contribui para a alienação de que o patriarcado está superado. Há análises de que temos quatro modelos que expressam a divisão sexual do trabalho: o modelo tradicional, o modelo da conciliação, o paradigma da parceria e o modelo de delegação. No modelo tradicional, as mulheres assumem unicamente o papel de cuidados com a família e o trabalho doméstico. Enquanto os homens “trabalham fora”, assumem o papel de provedor. O modelo da conciliação traz a situação da dupla jornada de trabalho, ou seja, as mulheres, quase que exclusivamente, conciliam o trabalho da esfera privada (vida familiar e doméstica) e o trabalho da esfera pública (vida profissional). Os homens inseridos na esfera pública, não assumem a esfera privada. O paradigma da parceria se apresenta enquanto um modelo teórico elaborado na 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, organizada pela ONU em Pequim no ano de 1995. Este modelo presume a igualdade de estatutos sociais entre homens e mulheres, que são vistos enquanto parceiros, assumindo relações de igualdade de poder. Porém, é fácil visualizar que este modelo não condiz com as práticas da sociedade atual. Por fim, temos o modelo da delegação, que expressa a externalização do trabalho doméstico. Como foi tratado anteriormente, neste modelo a mulher burguesa delega a realização do trabalho privado para a mulher trabalhadora. Esta análise e debate em torno da divisão sexual do trabalho traz claramente a questão material de como o Patriarcado foi apropriado pelo Capitalismo e se torna estruturante deste. Quando pautamos a luta socialista, pautamos a luta por transformações e rupturas, a luta contra o sistema atual em sua totalidade: um Sistema Capitalista, Patriarcal e Racista. Esses sistemas de exploração e opressão de gênero e raça e etnia são anteriores ao Capitalismo, porém, são apropriados e encontram-se imbricados ao Capital. As relações entre esses três sistemas são relações dialéticas, se reproduzindo e se co- reproduzindo mutuamente, determinando o sujeito totalizante: a classe trabalhadora. Analisar o Capitalismo e compreender a classe trabalhadora com uma perspectiva totalizante implica, portanto, em analisar dialeticamente as relações entre Capital, Patriarcado e Racismo. Não é à toa o fato de 70% dos e das pobres no mundo serem mulheres.
  • 7. 7 As bandeiras feministas trazem consigo pautas como a socialização e coletivização do trabalho reprodutivo, a soberania alimentar, a autonomia econômica das mulheres, a luta contra a violência (que funciona como mecanismo de manutenção dos papéis de gênero), a legalização do aborto e a autonomia das mulheres sobre os seus corpos. As lutas feministas abordam também, dessa maneira, contestações diretas ao Capital, contestando a propriedade privada e a família burguesa, instituições que sustentam não só ao Patriarcado, mas também ao Capitalismo. A emancipação das mulheres encontra o Capitalismo como um limite estrutural. Nós, militantes socialistas, temos o compromisso com a luta pela liberdade e igualdade. Luta que está presente em todas as nossas atitudes, internamente de nossas organizações e externamente também, não tendo início apenas com a tomada do poder. A luta se dá com a tomada de consciência revolucionária, nos tornando lutadores e lutadoras do povo, contra todas as formas de dominação. E lutar contra isso implica inclusive a destruição de privilégios masculinos, do poder patriarcal. Sem Feminismo não há Socialismo! 3. Análise de Conjuntura Abertura de ponto: Joaquim Piñero (sri@mst.org.br) Conjuntura América Latina Conjuntura fruto do debate de espaço de Articulação Continental dos Movimentos Sociais, que têm se debruçado sobre a proposta da ALBA. Existe um novo cenário político no continente americano. O momento atual traz um questionamento a cerca da existência de um processo de transição que futuramente pode vir a convergir para uma situação onde os movimentos sociais podem partir para uma situação de ofensiva, ou dependendo das forças sociais, também podemos ter um retrocesso maior do que vivemos hoje. Vivemos um novo momento na luta de classes no continente. Existem, dentro disso, três projetos para a região e que estão em disputa. O primeiro projeto é aquele que é hegemonizado pelos EUA, que se configura como o Projeto Imperialista. Esse projeto está vivendo uma crise de hegemonia que se observa de várias formas, como o fracasso da ALCA, a ofensiva militar na tentativa de retomar o espaço de influência (presença da quarta frota no Brasil. No Equador foram obrigados a retirarem suas tropas, pois o país decretou o fim das bases militares estrangeiras em seus territórios. Porém, isso trouxe a necessidade de os EUA se rearticularem para a formação de novas bases militares pelos países da América Latina, como a Colômbia (sete bases no total, com proposta de combate ao narcotráfico, mas se configura concretamente como um monitoramento aéreo da região), Panamá, Costa Rica, Haiti, Peru e países do Caribe. Existe também articulações sendo feitas para inserção de uma nova base no Paraguai. Do ponto de vista econômico, a proposta da ALCA foi derrotada. Os EUA se utilizaram de outra forma para substituir esse projeto de integração, os tratados livres de comércio. Na América do Sul existem os tratados dos EUA com Peru, Colômbia, Chile. Do ponto de vista político, temos o golpe em Honduras, com apoio da embaixada dos EUA. É uma forma de atuação que está voltando, de forma a recuperar o espaço perdido e impedir a perda de
  • 8. 8 novos espaços. Também tivemos a tentativa de o golpe da Venezuela em 2002, a tentativa de criar uma desarticulação na Bolívia, tentativas de derrubada de governos democraticamente eleitos e que de alguma forma se opõem ao Projeto Imperialista. Como um segundo projeto para a região, temos o Projeto de Integração Capitalista, coordenado e hegemonizado pelo Governo Brasileiro. Do ponto de vista econômico, tem um grande suporte do BNDES, de forma a ampliar as relações internacionais. Hoje o Brasil interfere em questões importantes que antes não interferia, tendo como motivações a participação no Conselho de Segurança da ONU. Algumas mudanças importantes na região tomam forma. O Brasil hoje é o segundo país de poder econômico da América, é hoje o 8º PIB mundial. O Brasil também começa a se articular com os países subdesenvolvidos que hoje não compõem o G7, que é o BRIC (Brasil, Índia, Rússia e China), espaço de articulação continental importante (estima-se que em 2030 o PIB desses países irá superar o PIB do G7), tendendo a consolidar um reordenamento da economia mundial. Brasil ampliou e diversificou as suas relações de comércio, deixando de ter os EUA como o seu principal parceiro econômico. Também passou a atuar do ponto de vista diplomático na região do Oriente Médio e tem uma participação ativa do ponto de vista militar no Haiti, o que se configura como uma das principais contradições brasileiras na sua atuação entre os países da América Latina. O BNDES tem capitalizado empresas brasileiras em diversas regiões e estas passam a atuar em países da América Latina, temos como exemplo as empreiteiras, a criação da Oi, a construção de uma das principais petroquímicas, fusão Sadia e Perdigão, fusão JBR com Free Boi, articulação com a VCP, área do Biocombustível. Temos ainda a Vale, Petrobrás e Embraer como as grandes empresas que atuam fora. A articulação UNASUR (União das Nações Sul-Americanas), caminha com a tentativa de criação de moeda única latino americana, a construção de um banco latino americano e fortalecimento das forças armadas. Do ponto de vista das articulações comerciais, temos o Mercosul. Por fim temos o terceiro projeto, que se configura como um projeto alternativo de integração e que se contrapõe ao projeto imperialista e capitalista. Dentro desse projeto temos a proposta do Projeto da ALBA. É um projeto ainda em discussão. Os MSP têm avançado, mas ainda em processo de resistência e defensiva. Hoje a situação da luta no continente se configura com a disputa desses projetos. Não é uma situação de revolução ou de contra-revolução, mas é um processo em aberto e que depende da articulação e da correlação de força dos movimentos e da classe trabalhadora. Avanço do Capitalismo no campo brasileiro Hoje existe um avanço grande e violento das empresas transnacionais no campo brasileiro, hegemonizando as áreas dos insumos, do mercado, do comércio, dos preços e da logística. É importante entender o processo histórico para compreendermos como chegamos nessa situação. Dos Séc. XVI até séc. XX tivemos o modelo agro-exportador, fundamentado no monocultivo, trabalho escravo e latifúndio, o chamado plantation. E este modelo ainda está presente no campo brasileiro. Depois temos o período de industrialização dependente (1900-1980), com uma reorganização da política brasileira. Com inicialmente 80% da população no campo e 20% na cidade, durante os anos 80 houve uma completa inversão dessa população do campo para a cidade. Desafio que permaneceu presente tanto no primeiro período como no segundo foi a reforma a agrária.
  • 9. 9 Qual é a situação hoje? Temos 850 milhões de hectares, - 360 milhões de hectares de áreas agricultáveis - 100 milhões de agropecuária extensiva - 100 milhões de áreas de proteção ambiental - 60 milhões de terras agrícolas - 100 milhões não agrícolas (foco de avanço, abertura de novas fronteiras agrícolas). Hoje a luta não é mais contra os grandes latifundiários, é contra as grandes empresas (CUTRALE, Vale, setor de celulose, açúcar), que tem atuações nos meios de comunicação, nas universidades, no Congresso. Temos sete produtos que são hoje considerados commodities, que são: a soja, a cana, a laranja, o milho, a celulose, a carne, e a aviação. Dentro deles, cinco são da área agrícola, que se configura como fundamental. Tem se reduzido a área de produção, porém, algumas dessas commodities avançam não para essas áreas improdutivas, mas sim para as áreas de produção de arroz, de feijão. Avanço sobre as áreas de produção de alimentos, com consecutivo encarecimento dos produtos. Hoje vivemos um momento de refluxo dos movimentos de massa e grande fragmentação dos setores e organizações da esquerda. Nosso desafio é ampliar o leque de nossos aliados, avançando na parceria campo-cidade e aproveitar as contradições que estão postas. Prosa em Plenária Relação Projeto Integração Capitalista e avanço do agronegócio no campo brasileiro. Com a crise, BNDES financiando as empresas transnacionais. Necessidade de entendimento das conseqüências pro povo brasileiro e pra América Latina desse modelo. Ao mesmo tempo em que há o avanço das empresas no campo, nunca na história do país houve tanto financiamento para a agricultura familiar. Como o agronegócio depende da agricultura familiar? Presença dos minifúndios, financiamento inclusive voltado para isso. Muniz Bandeira, estudioso da Geopolítica, faz análise sobre atuação dos EUA nas diversas regiões do mundo. De acordo com posicionamento de suas bases, é possível intervenção em qualquer ponto do mundo em menos de uma hora. Os EUA conseguem resolver seus problemas financeiros através de seu complexo industrial-militar e do investimento em guerras e possibilidade de reconstrução dos países destruídos, garantindo também a sua questão energética. Tivemos uma crise capitalista, que teve início no coração do capitalismo. Dados de que os números de desempregados e de pobres nos EUA já alcançaram os 45 milhões de pessoas, incluindo a falta de saúde pública. As guerras promovidas tanto no Iraque quanto no Afeganistão não deram conta de resolver os seus problemas internos. Hoje a China detém grande parte da dívida pública do país, se anunciando como uma nova potência hegemônica. Eurásia hoje se configura como uma região estratégia, que os EUA tem perdido espaço, exemplo da Rússia que começa a retomar essa região (caso da Geórgia). Há um novo reordenamento político também na região do Oriente Médio, exemplo, EUA não conseguem mais frear o Irã, correndo o risco de terem suas bases do Iraque atingidas.
  • 10. 10 Hoje já não cabe mais uma reforma agrária clássica, como forma de criar uma base consumidora e modernização do campo. Hoje é preciso criar uma reforma agrária de novo tipo, tendo que ser uma política de Estado. O governo hoje destina 100 bilhões de reais para o agronegócio e 20 bilhões para a agricultura familiar, porém, os pequenos produtores não têm condições de acessar esse recurso, excluindo os pequenos que realmente precisam desse recurso. Do ponto de vista da tática, a Via tem analisado que este ano foi bastante ruim, vivemos um processo de descenso bastante grave, não conseguimos pautar bandeiras de luta que sejam de interesse de toda a classe trabalhadora, temos uma grande apatia social. Do ponto de vista estrangeiro temos uma bandeira importante, contra as bases militares estrangeiras, mas ela ainda não se configura enquanto uma bandeira que unifique a classe e que possibilite o reascenso do movimento de massas. Brasil: aumento da população obesa. Isso tem vínculo direto com o modelo destinado à produção de alimentos. População presente principalmente nas periferias do país. Isso é uma contradição desse modelo. Temos a tarefa de explorar essas contradições. Não temos uma burguesia nacional, a burguesia brasileira é subordinada aos interesses de uma burguesia internacional. A burguesia brasileira age, portanto, não pensando no desenvolvimento do país e sim a partir de sua dependência externa. Acompanhado pelo fato da classe não se enxergar como uma nação. A reforma agrária clássica é feita de forma a dinamizar a economia, viabilizando a inserção do capital no campo. O caso do Brasil se apresenta como um caso particular, desde a colonização, já nascemos com o latifúndio e monocultura. A Revolução Verde cumpre esse papel de dinamizar a economia. Essa reforma agrária clássica já não cabe para a burguesia brasileira. A reforma agrária no Brasil também traz consigo uma ameaça com relação ao fornecimento de alimentos aos países desenvolvidos, já que o país assume o modelo agro-exportador. A reforma agrária que propomos é fundamentada no modelo camponês para o campo, pautando a soberania alimentar, a agroecologia e de cunho popular. A reforma agrária só ocorre se não for acompanhada por um levante popular e das massas, só acontece a partir das pressões populares. As massas só se mobilizam quando há perspectivas concretas de mudanças. A presença de grandes empresas se configura como possibilidades de empregos. Crise ideológica, presença hegemônica dos valores burgueses, concepções pós-modernas. Tudo isso tem reflexo direto pra dentro da Universidade e pra dentro dos processos que vivemos dentro do ME. As universidades foram pensadas também pelo capital. Fragmentação do conhecimento, transnacionais, mercantilização da educação, etc Estudantes têm quem avançar do plano estratégico para o plano tático dentro da Universidade. Requer avanço nas formulações táticas. Qual a nossa capacidade de avançar pra além da agitação e propaganda do ME, com relação à construção do conhecimento. Dependência de elementos internos e externos. Necessidade de consolidar formas de organização estudantil. Pautar lutas que sejam concretas, que sejam possíveis de conquistas também. Necessidade dos MSP demandarem para a universidade e capacidade de isso ser concretizado.
  • 11. 11 O Agronegócio tem como foco central o negócio, escanteando cada vez mais as questões sociais, aliança muito forte com o setor empresarial e financeiro, tendo como essência: - Grandes extensões de terra em grandes escalas - Monocultura e Commodities - Uso intensivo da mecanização agrícola, reduzindo a força de trabalho - Uso intensivo de agrotóxico - Super exploração da força de trabalho - Exploração e degradação dos recursos naturais O que seria um modelo alternativo para isso? Com certeza é algo que se contrapõe a essa essência do agronegócio. A reforma agrária vem como algo que não cabe nesse modelo, sendo uma transformação que é fundamental para a conquista do Socialismo. Existem leis que dão base para avanço nesse processo: função social da terra, questão trabalhista, questão ambiental previstas na Constituição. Porém, o Estado só cumpre leis a favor da classe trabalhadora quando há pressão e mobilização popular – ocupações. Hoje o Governo só resolve situação de conflitos. Temos que na Universidade produzir conhecimento que acumule para a alteração desse modelo. Necessidade de aprofundamento em técnicas que pautam outro modelo para o campo brasileiro, como a agroecologia. Tivemos ao longo da nossa história momentos em que foi possível realizar a reforma agrária: - 1888, com a abolição da escravidão. Havia uma grande massa de trabalhadores provenientes da escravidão. Em 1850 foi feita a lei de terras, de forma a tentar conter esse processo. - 1930, com a revolução industrial. Com o crescimento das indústrias, era um momento propício para a reforma agrária clássica. - 1964, com o Jango. A reforma agrária estava dentro das reformas clássicas previstas. Golpe - 1985, com a democratização. No governo Sarney foi elaborado o primeiro plano de reforma agrária. - 2002, com a eleição do Lula. Foi feito o segundo plano nacional da reforma agrária, assentando 1 bilhão de famílias ao longo dos quatro anos de governo. Manteve a política de resolução de conflitos. Isso traz para nós a necessidade da mobilização popular Desafios: - ainda não sabemos o que é esse projeto alternativo, necessidade de aprofundar. Março de 2011 está sendo organizada uma assembléia continental dos movimentos sociais, em Foz do Iguaçu. - novembro 2010: reunião dos movimentos sociais brasileiros para definir qual é a nossa estratégia para levar para a assembléia continental. - envolvimento dos movimentos na campanha contra as bases militares. - o seminário do agrotóxicos culminou com uma grande campanha nacional sobre essas questões do alimento envenenado e desse modelo.
  • 12. 12 4. Formação: Juventude e Universidade Abertura de ponto: Carlos Henrique Menegozzo (Virtude) O que é fazer disputa política na sociedade? Num determinado período da sociedade não havia espaço de organização coletiva das experiências de trabalho. Existia uma relação direta clara entre crise econômica e crise revolucionária. A partir da implementação do capitalismo há um compartilhamento de experiências das massas, concentração de pessoas no espaço e compartilhamento de experiências coletivas. Há a identificação um no outro e a criação de espaços de organizações coletivas. É aí que surgem os sindicatos, os movimentos. Crise econômica não gera mais automaticamente a crise revolucionária, as organizações políticas criam uma esfera que tratam do convencimento das pessoas, de que as coisas se acertam. A crise atual é uma prova disso, há esquemas (TV, escola, igreja, empresas, sindicatos) que convencem as pessoas de que as coisas já estão em processo de resolução. Concretamente significa que para transformar a sociedade há uma série de questões que precisam ser equacionadas, sem isso não há movimento real. A luta política só é de massa quando conseguimos falar na língua do povo. A primeira questão que temos que tratar no trabalho de base é falar na língua do povo, partindo da experiência concreta das pessoas. Como segundo ponto, dentro desse livro de experiência que as pessoas já trazem, há um acúmulo construído pelas relações sociais concretas vivenciadas, de forma a transformar a realidade. E esse transformar a realidade é processual. Para transformar as formas como as pessoas pensam, precisamos transformar as formas materiais, trabalhando dentro do nível de experiência real da massa. Quais são as relações materiais concretas nas quais o estudante vive no Brasil, qual é a cultura estudantil espontânea de hoje, para assim conseguirmos pensar a transformação social. O que é ser estudante? A experiência de ser estudante é algo muito mais complexo do que simplesmente estar matriculado em uma instituição de ensino, não é uma categoria pronta, dada. O movimento estudantil está em crise porque não conseguimos compreender que o estudante é uma categoria social em extinção e o que o capitalismo impõe a universidade contribui para que isso aconteça. Primeiro bloco: situação de ser jovem enquanto uma categoria social, estar sendo preparado para o que está por vir no futuro. O jovem em que não trabalha ou que trabalha em tempo parcial, há uma dependência com a família, quanto maior a dependência, maior a pressão vinculadora, menor o seu alcance social, de experimentação. O estudante é o instrumento de continuidade da família, principalmente da classe média, para a capacitação profissional. Também quem não depende da família, mas tem um trabalho integral, então está no outro extremo, também não tendo tempo para experimentações. Segundo bloco: universidade enquanto espaço de atividades em comum, ser estudante é ser jovem na universidade. A questão curricular. Se o curso que o jovem faz tem um conteúdo crítico, ajuda o jovem a pensar criticamente a sociedade e pensar alternativas. Se o ensino é mais verticalizado, não há uma relação de criatividade do conhecimento, reforça uma postura passiva em relação ao
  • 13. 13 conhecimento e uma relação tecnicista com o conhecimento. Isso tem acontecido e estimulado, contribuindo para que o estudante se enquadre, há uma relação de subordinação intelectual com o professor. Com relação ao laço de sociabilidade. O contato com pessoas que podem pensar da mesma maneira cria esse laço que reforça a comunidade de experiência. Quando a universidade funciona de forma fragmentada ela cria um movimento de espalhar, tirando daquela comunidade o caráter comunitário. Se ela funciona de forma integrada ela contribui para esse caráter comunitário. Terceiro bloco: ser estudante no Brasil é ser jovem na universidade, de classe média, dentro de uma sociedade subdesenvolvida. Isso significa que a universidade passa a falsa idéia de ascensão social. Há o movimento de jogar o movimento de expansão do ensino pra frente. A família de classe media deposita no estudante a perspectiva de realização profissional. O estudante quando percebe o mercado de trabalho restrito, há uma frustração com essa idéia de ascensão social. Quando o estudante sente a frustração, há um estalo, há uma diminuição da pressão vinculadora. Há uma situação paradoxal de ter acesso ao ensino superior, poder ter uma visão crítica do mundo e se perceber enquanto privilegiado. O que afinal é ser estudante? Quanto mais essas variáveis representarem uma pressão vinculadora ao sistema, menos estudante o aluno matriculado vai ser. O cara matriculado na faculdade vira estudante quando há possibilidade de vivenciar uma experiência do que é ser estudante, de superar a pressão vinculadora ao sistema. Ser estudante é uma situação historicamente determinada. No Brasil... A universidade continua elitizada, o recorte de classe acontece mais em função da localidade geográfica (centralidade) e da natureza (universidade) do estabelecimento do que entre público e privado. Universidades em lugares centrais são elitizadas, independentemente de ser pública ou privada. Dos anos 60 para cá... Os anos 60 foram um período de expansão econômica, havia possibilidades de trabalho em tempo parcial. Depois, crise econômica, enxugamento da classe média, menos oportunidades de emprego. Maior a pressão da família com a formação profissional, com os estudos, aumenta a pressão vinculadora com o sistema. Por outro lado, aumenta a frustração do jovem com a carreira profissional. Repressão nas universidades. Universidades particulares. O fato de o estudante estar pagando o curso, aumenta a pressão vinculadora, de ter que ser alguém na vida. Nos anos 60 tivemos o processo de federalização, criando um sistema de ensino superior e uma situação comum entre os estudantes do Brasil todo, cria uma comunidade de experiência e a possibilidade de uma identidade coletiva. Depois houve um processo de fragmentação do ensino superior (cada vez mais cursos técnicos e especializados) e também internamente dentro das universidades (departamentalização). Exemplo da retirada da faculdade de pedagogia de dentro da faculdade de filosofia, com a intenção de formar um pedagogo técnico. Isso se reproduziu com outros cursos também. Formação apenas para o mercado de trabalho. O planejamento espacial dentro dos campi reflete isso também. Fragmentação no nível dos cursos, dentro de cada curso. Opção pelo sistema de matrícula por crédito, que tem como contrapartida a formação flexível no nível do curso, tornando o curso mais
  • 14. 14 eficiente. Há como conseqüência, um desencontro no espaço da universidade, um embaralhamento da rede de sociabilidade. Prosa em Plenária Vivemos em uma sociedade de consumo, e é estratégico pro capital ter uma concepção de juventude, de forma a criar um mercado para esse jovem. Quando nos voltamos para a universidade, temos uma universidade pronta para atender as demandas do mercado. Há uma ideologia dominante em torno do que é ser jovem. Dificuldade de desconstruir essa ideologia dentro da universidade. Identidade estudantil proporcionada pelas experiências no espaço estudantil. Choque cultural encontrado. Juventude tem que definir o que quer na vida, tem uma pressão da família. Há uma confusão ideológica, uma possibilidade de disputa para um projeto de sociedade. E temos perdido esses estudantes para espaços mais reacionários. Temos que identificar quais são as reais demandas. Contradições vivenciadas pelo jovem dentro da universidade. Qual é o papel do ME? Conseguir dialogar, conseguir canalizar as contradições e indignações em um canal maior. Movimentos trazem uma preocupação de debate da condição da base desses movimentos, importância de fazermos esse debate. No Brasil temos poucas formulações em torno desse tema de ME. Nós mesmos não temos entendimento de qual a nossa base social. Para consolidar o trabalho de base, nossa primeira tarefa é entendermos qual a nossa base. O que constitui o ME? Quais são as suas particularidades? Quais as particularidades para o estudante de agronomia? Necessidade de transpormos o debate geral da juventude para a juventude estudantil. Sobre o trabalho de base. Em cada conjuntura o conteúdo revolucionário se atualiza (mas não perde a essência) e a forma tem que se adequar à realidade. Importância da nossa firmeza ideológica quando vamos fazer o trabalho de base. CEPIS coloca que existem processos de formação de consciência, quando fazemos o trabalho de base, não temos que rebaixar o conteúdo, temos que adaptar a forma. Temos que ser firme ideologicamente e temos que ser flexíveis quanto à forma. Ter firmeza ideológica não significa sermos vanguardistas. Ao longo dos últimos anos tem que intensificado a entrada da classe trabalhadora na universidade. Temos alguns desafios, até onde mediamos o nosso posicionamento e a nossa radicalidade? Há possibilidade de massificação do movimento estudantil? Historicamente isso foi possível em torno de algumas pautas. Como massificar, manter a radicalidade? A massificação existe quando envolve a indignação, envolve a materialidade. Mauro Iasi: a massa em geral luta por questões concretas, que são coorporativas. Como incorporar tudo isso? Como trabalhar com estudantes que não são a primeiro momento classe em si. Hoje percebemos a dificuldade de o movimento estudantil crescer, fazer lutas e envolver o coletivo dos estudantes. CEPIS coloca que o povo nunca está errado, temos que buscar onde nós estamos errando. Quando percebemos a nossa dificuldade de trabalho de base e os espaços esvaziados, percebemos que nós enquanto esquerda estamos tendo dificuldade de fazer trabalho de base. Precisamos entender quem é o sujeito inserido na universidade e qual o papel que essa instituição cumpre para o capital. Temos análises enquanto esquerda concretamente? Precisamos fazer essas análises para potencializar o nosso trabalho de base.
  • 15. 15 Rio de Janeiro como o segundo pior na educação, isso contribui para a compreensão do porque da universidade estar elitizada. Universidade sucateada. Proporcionar e estimular o interesse político dos e das estudantes. O jovem que entra na universidade não tem consciência de classe. Para fazer o trabalho de base temos primeiramente que conhecer o sujeito, conhecer suas demandas. Conhecer a situação específica do estudante, sem perder a intencionalidade da luta de classes. Com relação à forma. As pessoas chegam na universidade com conhecimento e com conceitos formados. Temos que saber lidar com isso a forma de dizer as coisas muitas vezes pode afastar as pessoas, mas também pode aproximar o estudante. As pautas concretas, corporativas são importantes para essa aproximação. Os movimentos têm as suas pautas corporativas, mas elas têm um apontamento estratégico. Temos que conseguir apontar. Com relação à massificação, tem que acontecer com relação com a conjuntura atual. Os jovens que se inserem na universidade vêm embebidos em vivências pessoais e diversas. Pensar novas maneiras de aproximar os estudantes. Quem é esse sujeito que constitui a base da FEAB. Entender qual é o papel da Agronomia hoje no Brasil. Temos desafios: qual o papel da Universidade no capital, qual o papel do agronegócio no país, quem é o estudante que entra na universidade hoje e com qual perspectiva. Temos pessoas que entram com uma visão romântica da agronomia, mas a maioria vem com a perspectiva do desenvolvimento, do agronegócio. Temos a tarefa de desmistificar o que é trazido hegemonicamente a respeito do agronegócio e destrinchar esse modelo. A mídia contribui muito para essa falsa propaganda do agronegócio, os estudantes a vida toda tem o contato com essa propaganda. Como desconstruir isso? Como despertar a consciência? Para fazer trabalho de base temos que existir enquanto estudante, ter visibilidade, estar nos espaços, estar no dia a dia, nas pautas específicas (sem perder o cunho estratégico). Faltam metodologias e formas de diálogo. Como fazer a disputa ideológica em um tempo curto, em um espaço onde os estudantes são transitórios? Importância que o ME tem no processo revolucionário. Questão da formação profissional. Formação que tem um caráter político e isto não é colocado para os estudantes dentro do espaço formal universitário. A atuação enquanto profissional tem um caráter político e de acúmulo para a luta grande. Estudante sofre uma pressão de forma a não se entender enquanto uma categoria. Temos a tarefa também de aproximar os estudantes do povo. É colocado que a universidade tem uma função social, mas esta sociedade não entendida enquanto povo, universidade acaba por favorecer a poucos. Temos que nos entender enquanto estudante, mas também enquanto povo, e na prática também. Análise com relação às movimentações urbanas que tem surgido (possível movimento dos atingidos pela copa, realidade de muitas capitais brasileiras). Identificação do sujeito, garantia da perspectiva da transformação social, visualizar quais pautas que fazem diferença na luta de classes, que acumulam. ME: espaço de atuação na universidade, questionamento da educação. Realidade do REUNI. Dificuldade de diálogo com os estudantes que entraram pelo REUNI (pelo fato do ME ter se posicionado contra). Um dos maiores desafios que temos hoje no ME é o resgate da luta social.
  • 16. 16 Fazer trabalho de base é um processo pedagógico, temos um processo de formação constante, para uma atuação militante que supera o ME. Ao mesmo tempo que o militante se forma, também aproxima novos estudantes, também faz trabalho de base. A disputa dentro da universidade é a disputa de consciência do jovem que se aproxima das pautas da esquerda, mas também é com o jovem que vai ser o futuro burguês. O debate corporativo, o debate do dia a dia é potencializado quando estamos preparados para isso. Temos que nos formar para qualificar as nossas ações cotidianas, tendo centralidade aonde conseguimos colher mais frutos. Não temos essa centralidade atualmente. Num momento aonde os estudantes não se identificam mais enquanto estudantes temos que afinar qual é a nossa mensagem, qual a nossa centralidade. Formas: pautas estudantis mais corporativas, a questão profissional (trazendo propostas). Temos que explorar as contradições, mas o momento histórico exige uma centralidade. E hoje a questão profissional se sobressai da questão mais estudantil. Luta do povo não é dissociada da luta estudantil. A disputa dos espaços de organização dos estudantes, as pautas estudantis também são importantes. Fechamento Virtude Explorar esse processo traz uma auto-análise. Entender o que é o estudante é também nos entender, entender a nossa trajetória. Ser militante, ser estudante na sociedade brasileira é algo muito mais complexo do que ser matriculado em uma instituição de ensino superior. Se o movimento estudantil está em crise, é porque o próprio estudante deixou de existir como existia na década de 60. Pensar o trabalho de base: com o estudante real, com as situações concretas. E entender que existem especificidades em cada espaço, relações diferentes com a faculdade. A massificação do movimento em torno de uma identidade estudantil é um desafio estratégico, não se coloca com a estruturação do ensino superior no Brasil. As executivas de curso também são um fenômeno historicamente localizado, anos 60 elas não tinham força. É exatamente com a fragmentação da universidade que elas ganham força, pois o que fundamenta essas executivas é a questão da carreira. Existe a possibilidade para que o ME se massifique hoje? Acho que não. Temos que ter muito presente o que dá para fazer e o que não dá. O nosso foco é a transformação social, se isso vai ser através do ME ou não, não podemos perder nosso foco. O Fora Collor e as ocupações em 2007 são exemplos de como o ME se massificou, mas as formas são diferentes. É importante manter atividades na universidade, mas tudo isso tem o seu limite e não podemos colocar pro movimento estudantil um papel maior do que ele tem capacidade de fazer. A dificuldade de massificar é sentida de uma forma muito concreta: “ME é grupinho”, dificuldade de diálogo. Isso é produto do processo de fragmentação da universidade. Cria pequenos guetos de sociabilidade. Esses guetos se expressam institucionalmente, antes nos anos 60 essas coisas todas funcionavam como uma coisa só. Hoje não há diálogo entre esse guetos. O trabalho de base tem que considerar primeiro esse aspecto, a língua do estudante não é uma língua só, são várias línguas. Além de entender as línguas, temos que pescar o bom senso a partir do nosso ponto de transformação social. Estabelecer essa ponte entre o bom senso espontâneo da massa e a nossa perspectiva consciente.
  • 17. 17 O trabalho de base acontece no nível de consciência da massa. O que muda a situação é muita gente organizada fazendo uma coisa de cada vez. É só a massa que vai fazer transformação. Colocar o estudante em movimento. Dificuldade maior, se colocamos o estudante em movimento, precisamos saber qual é aquela transformação que queremos e que é possível fazer. Essa transformação que pode ser feita e altera a correlação de forças. Assim criamos uma ligação entre uma pauta específica e a geral. Por exemplo, como convencer ao estudante que a reforma agrária altera a universidade? Encontrar essa pauta possível de fazer e que altera a correlação de forças e fazer o diálogo com a universidade. A identidade em torno da carreira é algo historicamente mais favorável do que a identidade de todos os estudantes de um Estado. Há uma mesma situação no mercado de trabalho, uma mesma política da grade curricular. Aí nós temos uma brecha. Pensar quais são as manifestações de bom senso a partir das quais podemos construir uma ponte com a nossa proposta de transformação social. Queremos colocar o estudante em movimento, tal como ele é. A situação geral de inserção na universidade, mesmo com os processos do REUNI, traz que os estudantes são majoritariamente de classe média. O ME é uma manifestação radicalizada de um setor da classe média que tem potencial revolucionário. Uma coisa é ser de classe média e se identificar com o povo, a outra é nos identificarmos tanto, que recalcamos o fato de sermos da classe média. Isso traz para nós não conseguirmos nos localizar, não ter claro qual é o nosso papel. 5. Campanha do Boicote ao ENADE Abertura de ponto: NTP Educação (Campos) A educação que temos hoje reflete a própria sociedade, família e mídia também contribuem nesse processo de educação. Neoliberalismo age diretamente na educação, como exemplo temos o Banco Mundial. O ENADE é um método de avaliação que veio do SINAES, que está inserido dentro do projeto do REUNI. Antes tínhamos o ENEC, exame que só avaliava o estudante. Porém hoje vemos que o ENADE também passa por uma avaliação apenas do estudante. Outra problemática está no fato de que o ENADE faz uma avaliação sem propostas, pra além de um ranking das melhores universidades, que recebem maiores verbas e maior visibilidade na mídia e na sociedade. Isso contribui para a deterioração das universidades que ficam nas posições mais baixas. As provas não são específicas por região. Quem está financiando as universidades? O ENADE tem a função de avaliar a universidade no sentido de melhorar seus retornos para a sociedade ou tem a função de manter e perpetuar esse sistema de educação para poucos? Todo ano as executivas de curso se organizam para fazer um boicote a esse sistema de avaliação, que na verdade é um sistema punitivo. A campanha se concretiza a partir do estímulo aos estudantes não fazerem as provas e colar o adesivo na prova como forma de manifestação e unidade em torno da campanha.
  • 18. 18 Temos avançado no sentido de construir uma proposta coletiva de uma avaliação real do ensino, já que a realidade é a precarização deste. Tentativa de acumular em uma proposta alternativa de avaliação, trazendo os professores, o ANDES para contribuir nesse processo. O FENEX agora vai tratar em grande parte desta pauta e desta proposta. Esse ano a agronomia vai fazer o ENADE e no FENEX, as executivas das agrárias e da saúde ficaram de tocar essa campanha. Prosa em plenária Histórico do processo do ENADE? Existe um curso que foi excluído? Quais são os outros cursos? O ENADE tem que ser entendido como parte do processo de mercantilização do ensino superior. O caráter mais problemático dele é político, além dos problemas técnicos. A pauta do ENADE traz a questão da educação como um todo e também da inserção do capital nas universidades. Em Botucatu houve o boicote pela Florestal ano passado. Teve como conseqüência que agora a Faculdade vai fazer um sistema de educação por si. De certa maneira o ENADE tem uma proximidade muito grande com o Provão. Em 2003/2004 a proposta do SINAES entrou na universidade, que trouxe consigo o ENADE, a avaliação interna da universidade. Em tese o ENADE não avalia só o estudante, avalia também a estrutura, os professores. A questão de excluir os cursos com 2 notas baixas efetivamente não acontece. O ENADE tem presença obrigatória do estudante. Importância de fazer o processo de trabalho de base efetivo, já que o estudante tem que ir. Para as universidades particulares, geralmente acontece um cursinho pré-ENADE, para que as universidades tenham boas posições e ganhem verbas. O boicote é fundamental. Não é só fazer o boicote pelo boicote, temos que politizar o boicote. O ANDES lançou uma cartilha falando de todo o processo do ENADE. Construir e pensar junto com o ANDES o que seria uma proposta alternativa de avaliação. ANDES já fez uma proposta. Fazer uma proposta na perspectiva da Universidade Popular. A universidade tem que ser avaliada pela sociedade e tem que cumprir uma função social. Com relação à metodologia, a propaganda é que se todo mundo for bem no ENADE a universidade vai ficar melhor, ter mais recursos. Os estudantes que fazem o boicote e os cursos são bastante criminalizados. Importância do boicote ser para além do boicote, trazer uma proposta clara e politizada, proporcionando um diálogo com outros estudantes, professores e com a sociedade. Todas as cartilhas que saíram do ENADE reproduzem a crítica do provão, tem que ser mais aprofundada e politizada. Nos coloca a pensar a educação e a fazer o trabalho de base também. Importante nos aprofundarmos sobre essa pauta. 6. Campanhas Avaliação das últimas campanhas da FEAB
  • 19. 19 -2007/2008: “Os transgênicos e a CTNBio” Essa campanha estava inserida em uma campanha maior “Por um Brasil livre de transgênicos”, realizada por diversos setores e organizações, e o papel da FEAB e ABEEF foi questionar o papel da CTNBio. Avaliamos que através de cartilhas, folders, cartazes, a campanha teve um importante papel no enfrentamento, na disputa ideológica, e foi positivo. Porém, tivemos dificuldade de dialogar com a base em algumas situações. A bandeira envolvida nos debates era de Ciência e Tecnologia. E o método para repercussão da campanha foram seminários de debates nas Universidades, o que a tornou mais concreta das últimas campanhas na FEAB. -2008/2009: “Transnacionais na Universidade: Educação contra o Povo” Campanha realizada também em conjunto com a ABEEF. Avaliamos que principalmente por não estar inserida numa conjuntura em que as organizações não pautavam a questão, não teve grandes repercussões. Porém, o papel central que essa campanha cumpriu foi a de formação da militância, pois nos instrumentalizou no debate sobre a bandeira de Universidade e Formação Profissional. O método utilizado para isso foi estudos e debates nos espaços da FEAB, além da produção da cartilha. A campanha permitiu a continuidade e aprofundamento nas questões levantadas pela campanha anterior. -2009/2010: “Esse pacote já Era!” A Campanha se propôs a intensificar o trabalho de base para a FEAB, trabalhando a bandeira de Formação Profissional. Para isso, a campanha deu continuidade às campanhas anteriores, questionando o modelo do agronegócio e o papel da Universidade. Os métodos utilizados foram cartaz para dialogar massivamente com os estudantes e uma cartilha, que não foi utilizada por dificuldades materiais em estar pronta durante a gestão. Avaliação Geral Há anos que temos tido como central o enfrentamento ao agronegócio como linha de ação para nossas campanhas. Avaliamos que essa linha tem sido acertada, porém necessitamos aprofundar e qualificar o método. Para massificar uma campanha entre os estudantes e para dar conta de realizar o enfrentamento ideológico é preciso usar as ferramentas e a linguagem adequada. Nesse sentido, avaliamos a importância de as campanhas serem puxadas no início ou no meio da gestão das coordenações nacionais, pois quando deixamos pro final, quase sempre não damos conta de botar a campanha pra funcionar. Também é importante ressaltar que não precisamos necessariamente a cada ano construir uma nova campanha, mas se formos, ela precisa estar conectada a esse eixo central de combate ao agronegócio. As campanhas cumprem o papel de fazerem a disputa ideológica com os estudantes, através do trabalho de base; a formação política da militância sobre o tema, acumulando para a FEAB; demonstrar o posicionamento da FEAB frente à conjuntura e fazer enfrentamento ideológico ao modelo hegemônico, nas questões do campo e da Universidade. Todos esses elementos estão presentes nas campanhas, e a intensidade de cada um deles varia conforme a leitura que fazemos da realidade. Portanto, o caráter e o objetivo de cada campanha se alteram na conjuntura.
  • 20. 20 Campanhas pra este período Contra os Agrotóxicos A campanha contra o uso de agrotóxicos que vem do MPA e pode ter mais força por ser trazida pelos movimentos sociais do campo e tem a capacidade de dialogar com a cidade sendo transversal na sociedade, por se relacionar diretamente a questão da alimentação. Nesse sentido precisamos necessariamente associar os agrotóxicos com o agronegócio e questionar este modelo de agricultura que está colocado, fazendo uma ligação com o trabalho que foi feito na campanha do pacote tecnológico. Com isso a proposta é que esta campanha seja massiva e que façamos um material que tenha uma abrangência com um formato que seja referenciado para conseguir ser debatido pelos estudantes, para poder ser discutido nas nossas bases. Vemos também a necessidade de conseguir dar continuidade em algumas pautas que não foram tocadas com tanto corpo na campanha passada, envolvendo setores organizados da sociedade em geral. Temos que conseguir fazer também o embate às transnacionais, dando visibilidade a quem é o nosso inimigo na questão dos agrotóxicos, trabalhando esta formação utilizando os materiais constituídos. Visualizamos a necessidade de iniciar nesse semestre esse debate para embasar posteriores análises mais aprofundadas, sendo que isso deve ser feito nas passadas regionais e nacionais. Temos que trabalhar estes temas nos nossos encontros massivos, onde temos fertilidade para crescer neste debate e isto traz uma ponte interessante de conseguir, por ser uma pauta concreta, debater as propostas do que construir como alternativa, para além do debate político. Na questão dos materiais existem textos bons que trazem elementos e acúmulos para serem trabalhados e espalhados pelas escolas, pela CN e pelas CR. Para além disso temos que produzir materiais de agitação para trabalho massivo e aproveitar o uso de vídeos e místicas, indo para a rua também para fazer o embate ideológico, sendo mais um trabalho da militância. Vamos construir um material mais de proposição de como atuar para as campanhas, não como um projeto fechado, mas para conseguir trabalhar nas escolas mais novas de uma maneira mais coesa. Contra as alterações do Código Florestal Na campanha sobre o código florestal o central é conseguir somar força com quem estiver fazendo lutas para reverter o processo para fazer mais pressão para que esta campanha ganhe peso pois é pra logo que este novo código seja aprovado, conseguindo fazer lutas concretas. Quem tem protagonizado essa luta são os movimentos sociais e ambientalistas, sendo importante que nossa militância some nessas articulações a nível local Contra o extermínio da juventude Outra campanha deliberada é contra o extermínio da juventude, que dialoga com as cidades e com as pastorais, sendo bastante fértil para estabelecer relações interessantes com outros movimentos, alem de ser uma pauta tocante para o momento, compreendendo que o movimento estudantil é um movimento de juventude. Prosa em plenária - Em Recife está sendo proposto um ato com outras executivas para fazer o debate sobre a alteração do código florestal e com outros grupos organizados. Trazem uma proposta de levar para o
  • 21. 21 FENEX para que seja realizada uma mobilização nacional contra a alteração do código florestal, num caráter pedagógico. - Todo ano montamos uma campanha, obviamente considerando o acúmulo anterior, mas devemos propor campanhas que tenham um eixo central em longo prazo para trabalhar um tema especifico para darmos um norte mais bem definido e com maior possibilidade de conquistas reais. Deve-se ter uma metodologia que operacionalize isso. - Temos uma debilidade de materializar as campanhas em ações diretas e concretas que aglutinassem os estudantes numa pauta comum, como na campanha da reforma universitária. - Temos que trabalhar melhor a agitação e propaganda nas nossas campanhas para ajudar a aglutinar e agitar os estudantes nessas pautas, sem perder a politização, mas saber fazer o trabalho de base com as ferramentas que temos. - A CN e as CR nas passadas tem que trabalhar obrigatoriamente os materiais sobre as campanhas para dar corpo a estes debates e fazer com que cheguem as nossas bases. - Podemos nos utilizar da realidade local e de experiências com agrotóxicos para trabalhar a sensibilização dos estudantes com conjuntura mais palpável para nossa base. - Não dá pra discutirmos a alteração no código florestal num momento de embate como este à alteração, com certeza o código pode ser melhorado, mas não podemos nos confundir na pauta neste momento. - Para entender melhor a campanha do extermínio da juventude é importante estudarmos as mudanças no mundo do trabalho, para fortalecer nosso debate. 7. Repasse do Seminário Internacional contra o monocultivo do Eucalipto e Seminário Nacional contra o uso de agrotóxicos - Seminário internacional contra o monocultivo do eucalipto: Foi tirado o fortalecimento do dia 21 de Setembro de 2010 (dia mundial contra o monocultivo de árvores) para serem feitas ações pontuais em conjunto para denunciar os males dos monocultivos, socializando informações, debatendo com a comunidade e fazendo enfrentamento. Dia 21 de setembro de 2011: construir um dia nacional de mobilização contra o monocultivo de eucalipto mais consolidado e com mais peso, elaborando cartazes que tragam o embate do agronegócio com a nossa proposta de desenvolvimento para o campo, ações diretas, atos de denúncia das empresas dentro das universidades e elaboração de materiais comuns de trabalho de base e formação. Foram tiradas mais duas semanas de conscientização e luta contra o monocultivo de eucalipto, uma em junho e outra em setembro de 2011, aproveitando que o dia 05 de junho é o dia do meio ambiente. - Seminário nacional contra o uso de agrotóxicos: Presentes: Via Campesina, MPA, MMC, MST, CPT, PJR, CIMI, FASE, UFC, REDE-MG, FIOCRUZ, FBSAN, CONSEA, CUT, CAA Norte de Minas, FEAB, ABEEF, ENEBIO, EXNETO, ENEN, UFFS, Núcleo Trama, Terra de Direitos, Cáritas, AMA-RJ, CONAB, Rádio Agencia, Caros Amigos, Correio da Cidadania e Brasil de Fato.
  • 22. 22 Como agir na campanha tirada do seminário: - Denúncia das empresas que produzem e utilizam agrotóxicos - Combinar o debate contra os agrotóxicos com a discussão sobre os impactos socioeconômicos, ambientais e na saúde que já afetam a população através dos agrotóxicos. - Combater o mito do agronegócio para a sociedade e denunciar suas conseqüências. - Denunciar permanentemente na sociedade as empresas que lucram vendendo venenos. - Influenciar e disputar a elaboração dos currículos para que estes tenham um enfoque agroecológico. - Esclarecer alguns setores sociais em universidades: estudantes, professores e trabalhadores sobre o perigo do uso de agrotóxicos. - Criar e divulgar estudos e pesquisas sobre o perigo do uso de agrotóxicos junto aos movimentos sociais. - Negar o pacote do modelo do agronegócio. - Acompanhar e pautar a denuncia dos agrotóxicos no CBA - Incluir nos EIV a temática dos agrotóxicos. - Articular no FENEX com as outras executivas uma proposta de ação conjunta sobre a campanha contra o uso dos agrotóxicos. - Trabalhar a campanha construindo uma semana de mobilização conjunta com as executivas sobre a campanha. - Trabalhar com as cartilhas que já existem e criar um material de agitação. - Trabalhar a campanha do extermínio da juventude relacionando com a pauta dos agrotóxicos e sua influência neste debate. Como garantir a implementação das ações: - Fazer um mapa das articulações entre as empresas fabricantes de venenos, fusões e centralização: cadeia do veneno e dos remédios, divulgando estes dados na campanha; - Denunciar os dados aos consumidores nos supermercados; - Construção de uma coordenação nacional composta por um representante de cada entidade Realizar ações no dia nacional do meio ambiente (05 de junho) e no dia da soberania alimentar (16 de outubro) trabalhando as influências dos agrotóxicos na saúde dos agricultores e das famílias e a atuação das empresas privadas nos diversos setores da sociedade; Foi tirada uma coordenação nacional composta por um representante de cada entidade a se reunir dia 17 de novembro de 2010 no CEPATEC em São Paulo para socialização do que já foi feito e para articulação das próximas ações. 8. Síntese das Deliberações do CONEA COORDENAÇÃO NACIONAL - Acumular e propor o debate ao restante da Federação sobre reorganização do ME no GT de Formação; - Divulgar e propor a segunda semana nacional de mobilização no FENEX sobre a campanha dos agrotóxicos; - Propor e articular, junto às Coordenações Regionais, os seminários regionais; - Junto com as CR propor espaços expandidos de articulação regional de executivas;
  • 23. 23 - Articular regional e nacionalmente a Via Campesina e a ANA; - Participar do Encontro de Diálogos e Convergências no final de 2010; - Pensar em como levar para os espaços nacionais o debate da construção do CBA; - Avançar nos métodos de agitação e propaganda e articular nacionalmente com outros movimentos da juventude; - Articular com as outras executivas de agronomia da América latina espaços que fortaleçam o debate sobre a CONCLAEA - Acumular no debate sobre universidade popular. COMISSÃO ORGANIZADORA DO CONEA Espaço de EIV na troca de experiências NÚCLEOS DE TRABALHO PERMANENTES • NTP de educação – Campos: - Inserção na luta unificada com o movimento da educação a partir de cinco eixos principais: assistência estudantil, democracia nas universidades, mais investimentos nas universidades públicas, combate a mercantilização da educação e a busca por uma educação emancipatória, contribuindo assim para a construção de um novo projeto de educação; - Manter o debate sobre o REUNI, PROUNI e ENADE; - Propor junto com a CN um espaço sobre cotas raciais, étnicas e de ensino público para a PNEB. • NTP de Agroecologia – Ilha Solteira - Junto com a escola de Fortaleza e com a CN devem pensar num espaço sobre concepção de agroecologia para o CBA; - Junto com a CN pensar num espaço sobre concepção de agroecologia para a PNEB, fazendo um resgate histórico do protagonismo da FEAB nesse tema e construindo um material que aponte perspectivas; • NTP Juventude, Cultura, Valores, Raça e Etnia, Gênero e Sexualidade - Aracaju - Acumular sobre o debate de mística para o próximo periodo; - Acumular sobre o debate das drogas e propor um espaço sobre este assunto para o CONEA; - Acumular no debate sobre o patriarcado e sobre a legalização do aborto para junto com a CN propor um espaço sobre este tema para a PNEB; - Junto com a CN deve acumular sobre a reconfiguração da divisão sexual do trabalho e sua atual configuração. • NTP de Relações Internacionais – Santa Maria - Junto a CN deve pensar e propor um espaço para analisar a conjuntura da CONCLAEA e sua reestruturação, para a PNEB. • NTP de Ciência e Tecnologia – Porto Alegre - Deve acumular no debate sobre a lei de inovação tecnológica; • NTP de História e Comunicação - Curitiba - Junto com a CN deve decidir o que fazer com a lista antiga de e-mails da FEAB e também sistematizar os materiais produzidos pela FEAB nos ultimos anos. TAREFAS GERAIS
  • 24. 24 - Propagandear e construir os EIVs e SQAs de acordo com a realidade de cada região, suscitando a participação de internacionalistas no EIV - Articular regionalmente espaços de diálogo com os movimentos sociais de modo a inserir suas pautas na universidade. - Fomentar a construção regional de espaços conjuntos com movimentos de mulheres (MMM e MMC, por exemplo), nos inserindo na frente pela não criminalização das mulheres e legalização do aborto. - Participação no Seminário de Universidade Popular; - Devemos continuar nosso esforço de propagandear meios de comunicação de esquerda como o Jornal Brasil de Fato, além de livros de editoras de esquerda como a Editora Expressão Popular. - As escolas devem debater a bandeira de gênero com foco no patriarcado para o espaço da PNEB. - Nos inserirmos na construção do 8 de março da Via Campesina. - Explorar o debate de gênero de modo a contribuir para o trabalho de base nas universidades. - Socializar o acúmulo sobre a frente de legalização do aborto e as mulheres se inserirem no debate sobre esta questão para ajudar no acúmulo para a PNEB. - Fazer uma lista de emails das mulheres da FEAB - Cada escola deve articular lutas conjuntas com os novos cursos (Universidade Nova), como os de agroecologia - Potencializar a participação de militantes da CONCLAEA nos EIVs e a nossa participação nas passantias; - Fazer formação dentro das escolas da FEAB sobre as campanhas para inserirmos o debate delas nas calouradas e espaços com os ingressantes, para além do trabalho com a militância. 9. Calendário Setembro 21: Dia mundial contra os monocultivos de árvores – ações pontuais e agitativas sobre o assunto 25-26: Seminário Regional II 28: Dia Internacional pela Legalização do Aborto 20-22: Seminário de Agrotóxicos – Várzea Grande (Reg. IV) 23-24: Oficina de formação MMC – Quilombo Mutuca (Reg.IV) 25-26: CF2 – Viçosa 21: ato da Kátia Abreu - Viçosa Outubro 09-10: Seminário Regional I 16-17/23-24: Seminário de construção EREA-Sul 14-16: Seminário de Questão Agrária – Viçosa Seminário colonização do norte do estado do Mato Grosso (sem data) 31-02: CF1 e CF2 (Reg.IV – indicativo) 09-11: Seminário Regional V 15-17: Seminário Regional VI 30-2: Seminário Regional III (indicativo) 01: Seminário de discussão QA (Diamantina) 09-11: Fórum de Agroecologia (Araras – Reg VII)
  • 25. 25 09-10/16-17: CF1/ Formação Agroecologia (Ilha – Reg VII) 25-29: Semana de Agroecologia (UFRA – Reg.VI) 16: Dia da soberania alimentar – ação contra o uso dos agrotóxicos 09-12: Congresso de los Pueblos – Colômbia 08-16: Congresso da CLOC – Quito 09-12: Encontro Nacional da Mulheres Argentinas 2-7: Encontro Internacional dos Atingidos por Barragens - México Novembro 19-21: Seminário de Construção do EREA (Reg.III+VII) 13-15: Seminário de Construção do EREA (Dourados Reg.IV) 16...: Seminário da Regional IV Sem data: Congresso Cearense de Agroecologia 1 e 2: Seminário de Planejamento do EREA (Reg. V) 13-15: Seminário de Construção do CONEA 05-07: Seminário Regional VII 17: Reunião da secretaria operativa da Campanha contra os Agrotóxicos Dezembro 18-19: SQA Estadual (Rio) Janeiro EIV Regional Agrário (Santa Maria) EIV – PR EIV – SC 02-24: EIV-MG Sem data: Seminário de Construção do ERA (Marabá) EIV-SP: 2ª semana de jan até 1ª de fevereiro Fevereiro EIV Regional Urbano (Santa Maria) EIV-RJ Março 8 de março: Dia internacional da luta das mulheres 14: Dia internacional de luta contra as barragens EIV-PA 3º ENAAG – Encontro Amazônico de Agrárias (UFRA) PNEB: sem data (meio de março) Encontro dos Movimentos sociais da ALBA – Foz do Iguaçu/PR Abril 21-24: EREA – Sul 24: Páscoa sem PNEB! 21-24: EREA-Sudeste 21-24: EREA-Nordeste 17: Luta Internacional pela RA
  • 26. 26 Maio 1º de maio: Dia do trabalhador 17: Dia Nacional de Reflexão sobre a formação do eng agronomo EREA – Reg IV SQA – Botuca (maio ou junho) Junho Semana dia 5: Semana de conscientização e luta contra o monocultivo de eucalipto 28: Dia internacional da luta gay e lésbica Julho 54º CONEEEAAAAAA!!!!