O documento resume um filme chamado "Escritores da Liberdade" sobre uma professora chamada Erin Gruwell que assume uma turma problemática em uma escola da Califórnia em 1992. A professora usa projetos de leitura e escrita para ajudar os alunos a superar divisões raciais e se tornarem mais tolerantes. Apesar de desafios iniciais, a abordagem da professora é um sucesso e ajuda os alunos a acreditarem em seu potencial.
1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
CAMPUS II – ALAGOINHAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – DCET
COMPONENTE CURRICULAR: ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
DOCENTE: CLÁUDIA REGINA SOUZA
DISCENTES: ADAILTON SANTOS, ADRIANA BAIÃO, DEISEANE MEIRELES E
MARIA TEREZA LOULA.
RESENHA
Escritores da liberdade (Freedom Writers) País: EUA/Alemanha –
Gênero: drama. Classificação: 14 anos. Duração: 123 min. Ano: 2007. Direção: Richard
LaGravenese . Produção: Danny DeVito, Michael Shamberg, Stacey Sher.
WITTMAN, Lauro Carlos; MATIOLA, Osmar & MORAIS, Maria José de. Desaulando a
Prática Pedagógica, In: Pereira, G. M, M.C.L (orgs). O Educador Pesquisador e a produção
social do conhecimento. Florianopolis, Insular, 2003, p. 17-20.
O filme relata de maneira comovente e instigante os desafios da educação em um
contexto social problemático e violento. A professora iniciante Erin Gruwell assume uma
turma de alunos problemáticos de uma escola que não está nem um pouco disposta a investir
ou mesmo acreditar no potencial destes garotos.
O filme é baseado em fatos reais, sendo que a história se passa na Califórnia no ano de
1992. Este retrata a violência de Gangues e tensões raciais ocorridas nos bairros pobres dos
EUA. Diante desses problemas, a secretaria de Educação do município decidiu instalar em
algumas escolas programas de integração, onde diversas raças, culturas e etnias faziam parte
do mesmo grupo.
A professora percebia que a sala de aula era dividida conforme as raças e as gangues,
muitos eram oriundos do reformatório infantil, o que gerava agressões e conflitos. Os alunos
gostavam de sentar em grupos, distribuídos por tribos, porém ela tentou modificar o espaço
distribuindo-os pela sala e proporcionando que todos viessem a se conhecer, visto que havia
alguns que não sabiam nem o nome de seus colegas.
É no meio deste drama, vivido por adolescentes na faixa etária entre 14 e 15 anos, de
diferentes origens étnicas (orientais, latinos e negros), que Erin assume a sala de aula, cansada
de sua rotina diária e desiludida em relação à vida profissional, ela muda radicalmente de
profissão dedicando-se a educação. A professora chega cheia de expectativas a sala de aula,
2. imaginando que todos os alunos fossem corresponder ao seu modelo educacional, mas os
primeiros encontros se tornam frustrantes onde brigas, desencontros e insatisfações são
constantes no cotidiano dos alunos.
A professora Erin toma sua tarefa como um grande desafio: educar e civilizar aquela
turma estigmatizada como “os sem-futuro” pelos demais professores e pela própria direção da
escola. Apesar de aos poucos demonstrar desânimo em relação às chances de êxito no
trabalho com aquele grupo, Erin não desiste de sua empreitada, ela acredita que há
possibilidades reais de superar as mazelas sociais e étnicas ali existentes. Para isso, cria um
projeto de leitura e escrita, iniciado com o livro “O Diário de Anne Frank”, em que os alunos
poderão registrar em cadernos personalizados o que quiserem sobre suas vidas, relações,
interações, idéias de mundo e leituras.
Utilizando como base o nazismo e sofrimento dos judeus, Erin consegue transformar
os seus alunos em pessoas mais tolerantes e estabelece uma harmonia entre todos da turma.
Seu marido não aceitou ver o sucesso e a dedicação que tinha com o ensino. Preferiu
se divorciar a ajudá-la, mas isso não fez com que ela desistisse, lutou e conseguiu acompanhar
seus alunos até o 4ª ano, quando terminaram o ensino médio e alguns passaram para a
faculdade. Após ter lido o relato dos diários, resolveu aplicar o último projeto à turma, criar
um livro cujo nome seria Escritores da Liberdade, que logo depois foi à grande inspiração
para o filme.
Este filme aborda a questão da superação da relação professor-aluno, que propõe a
construção da relação entre sujeito, estabelecendo uma relação de parceria entre os
participantes (professor e alunos). Isso ocorre devido às mudanças nas relações pedagógicas,
que não mais é considerada como mera transmissão de conhecimento, mas como uma
construção de competências, priorizando a formação humana, onde os professores têm a
possibilidades de evidenciar atributos que os alunos já possuem e identificar potencialidades
dos mesmos para utilizá-los na estruturação desse processo de ensino aprendizagem.
Os alunos saem da condição de marginalidade e iniciam no campo das possibilidades,
ao lutarem pelos seus ideais, pelas suas conquistas, ao enfrentarem os obstáculos, não mais
com a violência, mais com o conhecimento. A mudança nas relações só é possível quando o
professor perceber que a prática não é um processo linear e acabado, mas que os alunos
precisam ser estimulados a pensar, e com isso auxiliar o seu processo de construção da
formação humana. A partir desse pensamento, será necessário ele refletir sobre a sua
concepção de educação e com isso, “reformar” a sua identidade profissional.
3. O filme é indicado a todos, pois nos faz refletir sobre o quanto a mudança de atitude
pode ser benéfica, e que todos são capazes de alcançarem objetivos, desde que haja força de
vontade e incentivo, e principalmente aos futuros docentes, para que possam inovar o ato de
ensinar adequado à realidade cultural dos alunos, para que, além de ensinar, também
possamos adotar uma atitude de pesquisa-ação com os grupos que se formam em sala de aula
e na escola, quase sempre atraídos pela semelhança cujo sintoma visível é a intolerância para
com os demais.