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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
       CAMPUS II ALAGOINHAS – BA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA




        Adailton Santos de Almeida


    Orientadora: Claudia Regina Teixeira



             Alagoinhas, 2011
O presente trabalho descreve as características e
 práticas observadas, conforme exigências da
 disciplina Estágio Supervisionado II, Curso de
 Ciências Biológicas da Universidade do Estado da
 Bahia – Campus II, durante o semestre 2010.2,
 entre os dias 22/09/10 a 08/12/10.
O ESTÁGIO
O Estágio Supervisionado é um cumprimento da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei Federal nº. 9.394, de 20 de dezembro
de 1996), que define que todo curso de Licenciatura deve oferecê-lo
para a formação de professores que poderão atuar na rede de ensino
pública ou privada de nosso país.
O estágio é uma etapa de fundamental importância no processo de
formação de professor. É com ele que se constrói um “treinamento”
que possibilita ao estudante vivenciar na prática o teorizado na
Universidade, tendo como função integrar as inúmeras disciplinas que
compõem o currículo acadêmico além do começo da sua personalidade
docente, dando-lhes unidade estrutural e testando-lhes o nível de
consistência e o grau de entrosamento.
Como apontado por Pimenta (1997) Estágio Supervisionado são "as
atividades que os alunos deverão realizar durante o seu curso de
formação, junto ao futuro campo de trabalho". Piconez (2000) afirma
que os estágios são vinculados ao componente curricular Prática de
Ensino cujo objetivo é o preparo do licenciamento para o exercício do
magistério em determinada área de ensino ou disciplina de 1º e 2º
graus.
O ESTÁGIO

Como discutido por Silva Junior (2009) atualmente, de fato, temos
testemunhado as difíceis condições sistemáticas nas quais os
graduandos são submetidos. Ou seja, temos cada vez mais, visto
professores despreparados em sala de aulas, e ao que tudo indica
(mediante ao contexto), tais conseqüências tratam-se do reflexo da má
formação acadêmica dos mesmos; o que de fato resulta na dicotômica e
antagônica "poluição pedagógica", que impulsiona a nossa Educação
para meros "ares", no conhecido contexto das contradições.


Ainda assim, o estágio é um importante instrumento para os futuros
profissionais da educação, pois é através dele que nos aproximamos da
realidade contribuindo para o desenvolvimento dos conhecimentos
adquiridos na sala de aula da faculdade principalmente nos
componentes curriculares nas didáticas das Prática de Ensino oferecido
pelas IES.
O COLÉGIO
                      O Centro Territorial de Educação Profissional
                      do Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte foi
                      criado pela portaria 8677 de 17 de abril de
                      2009 e ocupa as instalações do antigo Colégio
                      Estadual Luiz Navarro de Brito, no município
                      de Alagoinhas.
                      Atualmente tem 1.226 estudantes matriculados
                      e oferece os cursos de nível Técnico.
                      Tem como objetivo de qualificar e formar a
                      juventude e trabalhadores/as do interior da
                      Bahia .

O colégio é tem uma boa estrutura, com
biblioteca, sala de informática, Laboratório de
biologia. No entanto já se observa um grande
nível de depredação das suas instalações, como
no caso do laboratório que funciona com um
depósito fechado.
A diretoria tenta manter uma certa “ordem”
com os alunos, com tempo para entrar no
pavilhão de aulas, obrigatoriedade do
fardamento.
A turma
Foi escolhida uma turma de primeiro ano do ensino médio, com ensino
profissionalizante em Técnico em Meio Ambiente. Era composta por 45
alunos matriculados, estando efetivos na unidade 33 deles.
A turma, como praticamente em todas as escolas públicas, constitui-se de uma
grande heterogeneidade em vários aspectos: faixa etária, grau de bagagem
escolar, poder aquisitivo, locais de moradia, comportamento em sala de aula.




Este mosaico torna ainda mais difícil o processo de integração da turma.
Como enfatizado por Cruz (2006) que, segundo ele, um adolescente, com a
cabeça a mil por hora, não consegue concentrar-se em coisas que não lhe
atraem e, pior do que isso, das quais ele nem mesmo entende o mínimo! É
muito mais fácil e agradável passear no banheiro ou virar-se para trás e falar
sobre a balada do final de semana. E, assim como o assunto extremamente
difícil, o óbvio demais também chateia.
A turma




Os alunos eram muito agitados e se dispersavam com muita
facilidade. Eles conversavam muito, mesmo estando posicionados
desfavoravelmente às conversas paralelas. Nessa turma foi possível
formar vários subgrupos de alunos: os atenciosos com facilidade
para aprender; os desinteressados, mas com facilidade para
aprender; os atenciosos com dificuldade para aprender; e os
desinteressados com dificuldade para aprender. Nem todos
participavam da aula, perguntando, questionando ou resolvendo os
exercícios.
Sondagem/Observação

 O primeiro contato com a escola já me reservou
algumas surpresas logo no portão, onde quase fui
impedido de entrar por estar sem a farda... Ao
me apresentar, o senhor pediu desculpas com um
comentário que se tornou rotineiro durante o
estágio: “Você é tão novo, achei que você foi um
aluno”.


                     Após conseguir entrar, me dirigi à diretoria,
                     sendo atendido pela vice-diretora, foi com ela
                     que houve a escolha da turma, cujo único
                     critério usado foi a compatibilidade de horários
                     . No momento em que entrei no colégio, foi
                     quando eu comecei a me inserir naquele
                     ambiente como futuro professor. Foi quando
                     imaginei que dali a alguns dias aquele seria o
                     tipo do meu ambiente de trabalho. Confesso
                     que fiquei com muito medo...
Sondagem/Observação

Na semana seguinte, eu pude finalmente conhecer a turma. A professora
me apresentou como sendo um professor que “tomaria” conta da turma
durante a unidade, não se tomou muito tempo com as apresentações, em
seguida, puxei a cadeira e me sentei em um canto da para acompanhar a
aula. Deu para perceber os olhares curiosos e comentários ao pé-de-
ouvido entre os alunos quanto à nova figura que se encontrava na sala.
Foi possível observar que a professora não dispunha de um planejamento
da aula a ser ministrada, sua aula era um processe mecânico, de cópia do
livro-quadro-caderno, que pelo visto e relatos posteriores era prática
comum.
No entanto, para Moretto (2007) “Há, ainda,
quem pense que sua experiência como
professor seja suficiente para ministrar suas
aulas com competência.” Professores com
este tipo de pensamento simplesmente estão
preocupados em ministrar conteúdos,
desconsiderando a realidade e todo o
contexto que cerca a sala de aula, além
comunidade escolar bem como suas
necessidades.
1ª semana
     “A experiência e aprendizagem não são a mesma coisa, docentes podem
     aprender com a experiência escolar se têm oportunidade para refletir
     sobre ela e atribuir-lhe sentido” (PONTES, 2010).


A apreensão da primeira aula de regência começou dias antes e se agravou
na noite da véspera, que foi povoada com sonhos relacionados à sala de
aula que me fizeram perder o sono e acordar às quatro da manhã.
Ao chegar à sala de aula, a professora mais uma vez me apresentou e disse
que a turma estaria por minha conta a partir daquele momento. Ela me
falou que iria “ali” e só voltou no fim do estágio.
Confesso que ao me ver sozinho com todos aqueles adolescentes, alguns
deles com minha idade, me surgiu um certo pavor, principalmente em
tentar saber como prosseguir com a aula.
1ª semana

Então tomei fôlego e comecei falando de mim, da Universidade, dos
objetivos do estágio e como seriam as semanas que passaríamos juntos.
Em seguida deixei um espaço para que eles me fizessem perguntas e, para
variar, a primeira foi “qual sua idade?” durante este momento muitos
deles disseram não gostar da matéria de Biologia, apesar de ser uma
turma com ensino técnico em meio ambiente. Ao serem indagados,
muitos responderam que foi só uma opção de curso e este não lhes
agradava em nada, nem na teoria da sala de aula, nem em perspectivas
futuras de trabalho.
As apresentações não duraram muito tempo, pois o tempo estava
apertado e ainda era preciso dar aula naquele mesmo dia. Pra começar, a
foi planejado o uso da TV PenDriver, que não funcionou. Então a
primeira aula, foi ministrada exclusivamente com exposição dialógica com
uso do quadro branco. O que levou ao comentário de umas das alunas:
Professor, o senhor fala demais! Não vai parar mais não?
Contratempos à parte, foi possível seguir todo o plano de aula, e pude sair
da escola com um certo alívio e sensação de dever cumprido, até a
próxima semana.
2ª semana
Mais um dia de aula, me dirijo cedo à escola, e fico esperando o
horário da aula começar. Sinal...Entro na sala e sou recepcionado com
um caloroso: Já, tão cedo???? Fico em pé esperando que meus
queridos alunos se acomodem.
Hoje, prevenido, levo as pilhas para o controle da TV PenDriver que
funciona perfeitamente. A aula transcorre normalmente com a turma
prestando atenção, participando da aula com perguntas e comentários.
Foi sugerido que os alunos confeccionassem, individualmente uma
cruzadinha com o tema da aula. A atividade foi bem aceita pela turma,
que se empenhou com muitas atividades com um bom nível de
dedicação.




Esta aula transcorreu normalmente como planejado sem que houvesse
grandes problemas, daí a importância de planejar as aulas com
antecedência. Segundo Fusari (2011) O plano de ensino deve ser
percebido como um instrumento orientador do trabalho docente, A
ação consciente, competente e crítica do educador é que transforma a
realidade, a partir das reflexões vivenciadas no planejamento e,
conseqüentemente, do que foi proposto no plano de ensino.
3ª semana

De acordo com o planejamento, a aula seria iniciada com apresentação
de slides através da Tv PenDriver, pois o tema abordado necessitava de
uma visualização de imagens para que houvesse maior compreensão do
assunto por parte dos alunos.
Porém, para variar, mesmo munido com minhas próprias pilhas
compradas exclusivamente para este fim, o controle não encontrava
disponível. Desta optei por deixar a atividade programada para a
próxima aula.
Decidi, então, fazer uma revisão para depois aplicar uma atividade para
a turma.
O imprevisto acontecido, aliado à pouca experiência de domínio de
tempo e capacidade de improviso,resultou em uma aula com menor
duração.
O planejamento do tempo durante as atividades propostas é
particularmente mais difícil para professores em início de carreira, os
quais, geralmente, não estão muito acostumados a preverem o tempo a
ser despendido. Com um pouco mais de experiência e de prática, os
professores planejam melhor e são capazes de tomar decisões mais
acertadas (WAINRVB, 1996).
3ª semana

Pra ficar mais emocionante a semana, este dia tenso coincidiu com a
visita da minha Orientadora. Que ao chegar, exatamente 16 minuto
antes do término da aula, flagrou-me realizando a chamada. Foi uma
situação constrangedora, ainda mais que me foi solicitado que repetisse
a revisão.O que confirmou o quão fundamental pode ser o
planejamento da aula, levando em consideração que imprevistos
acontecem, um bom professor dever sempre estar preparados para eles
com plano B, C, D......Z.




Fato abordado por Costa (2011),
segundo a autora o tempo destinado à
cada parte da aula é uma decisão
importante que os professores têm
que tomar durante o planejamento e a
execução da mesma.
4ª semana

Eu comecei a aula propondo uma atividade em grupo a ser realizada
com ajuda do livro didático na biblioteca da escola.


Neste dia a turma estava especialmente barulhenta e irrequieta, foi
muito difícil conseguir que fizessem silêncio, tanto durante a atividade,
quanto durante a correção que se seguiu posteriormente. Chegou um
momento em que tive que erguer a voz e assumir uma postura meio
autoritária n a sala.
Existem situações em que a indisciplina chega a certo ponto em que o
professor toma uma postura mais energética, ou acaba perdendo o
controle da turma. Eu não gostei de ter me exaltado, mas foi a única
saída para a situação.
“O respeito ao professor não pode advir do medo da punição, mas sim
da autoridade inerente ao papel do profissional, cujas tarefas nem
sequer se aproximam dessa função disciplinadora, apassivadora,
silenciadora, de antes” (AQUINO, 1998).
Dessa forma é imprescindível que o aluno veja o professor como
alguém que deve respeito como qualquer outro e que na sala de aula
há limites em que não se pode chegar a liberdade individual.
5ª semana
Os recursos didáticos são considerados elementos essenciais no trabalho
dos conteúdos escolares com os alunos, os recursos didáticos são
essencialmente mediadores já que possibilitam uma efetiva relação
pedagógica de ensino-aprendizagem (BRAVIM 2010). No entanto deve-
se tomar cuidado para que a utilização destes métodos não acabe
atrapalhando o desenvolvimento da aula.
Foi exatamente o que aconteceu durante a aula ministrada nesta semana,
foi levado um vídeo para sala de aula que introduziria o tema da semana.
foi a apresentação de vídeo, por ser a sala muito cheia, era muito fácil o
desvio de atenção, somado à baixa qualidade de imagem e som da Tv
Pendriver, acabou em um resultado não esperado.
5ª semana
Provavelmente esta dificuldade existiu, porque, além do perfil da
turma,o grande número de alunos, acaba dificultando alguns tipos de
trabalho em que se requer atenção. Este problema acontece nas escolas
de todo o território brasileiro, com mostra um estudo feito pela
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(ano), dentre os 39 países pesquisados, o Brasil é o que possui maior
tamanho de turmas, com média de 30 alunos por sala.
Esta situação pode prejudicar muito o processo de aprendizagem, pois,
não tem como o professor manter atenção a todos os alunos, além do
problema do barulho que se torna incontrolável.
6ª semana
Mais uma vez o problema da indisciplina se fez presente. Esta foi a
última aula de conteúdo, o que levou alguns alunos a se recusarem ao
desenvolvimento da atividade proposta, por já estarem com média de
aprovação da matéria.
Este foi um grande problema enfrentado ao longo do estágio, por ser a
última unidade, muitos dos alunos já estavam com notas, cujo a quarta
unidade não iria mais interferir, então houve problemas tanto com
aqueles que já haviam alcançado a média, quanto com aqueles sem
possibilidade de aprovação
Muitos iam pra sala de aula apenas
com o intuito de registrar a presença.
Dificultou muito o desenvolvimento
do trabalho principalmente nesta
semana, que era véspera das provas.
A turma esteve muito barulhenta
durante a produção do mapa e
exposição dialógica, o que resultou
em uma aula desgastante e pouco
proveitosa para a sala com um todo.
6ª semana

Eu estava realmente muito cansado e não tinha motivação nem pra tentar
acalmar os alunos, durante a correção da atividade semanal eu tive a
sensação de ter me tornado um homem invisível, passei mais de meia
hora falando, explicando, com no máximo cinco alunos tentando prestar
atenção em mim.




No fim desta aula é que eu pude perceber o quanto é difícil a vida de
professor, o quanto se dá duro para que no fim não haja recompensa
sob nenhum aspecto. O professor deve muito ser valorizado neste país,
só desta forma conseguiremos sair do status de um país em
desenvolvimento. Que produz a maioria dos seus recurso humanos para
trabalhos braçais com pouca renda.
Encontros Semanais
Toda semana havia encontros com a orientadora ,professora Cláudia
Regina,. Era nestes encontros em que nós, alunos 2007.1 discutíamos
com ela sobre o que fazer em sala de aula, como fazer, por que fazer.
Estes encontros forma muito proveitosos, principalmente pra mim, não
eram raros os dias em que chegava sem ter a menor noção de como
planejar minha próxima aula, precisando de uma luz. Mas eu sempre era
„bombardeado‟ por uma enxurrada de idéias para conduzir minha aula.
A professora sempre esteve presente durante todo o nosso processo de
estágio, sempre solícita e compromissada para que fizéssemos um bom
trabalho.
Durante os encontros ainda havia momentos de discussão e reflexão
acerca do ser professor, que nos ajudava a pensar sobre nossa futura
carreira e termos atitudes de profissionais com atitudes éticas e morais.
Com o passar do tempo, os licenciandos passam por uma transformação
de sentimentos e começam a se ver enquanto professores. Essas
mudanças começam, possivelmente, a partir das conversas com os
colegas, das leituras e discussões em sala de aula, sob a orientação de um
professor, ou dos relatos dos colegas que, talvez, já lecionem. Nesses
momentos de conversa, os licenciandos expõem suas idéias e trazem o
cotidiano das escolas para as universidades, prevalecendo o ponto de
vista que cada um tem da realidade da escola e, conseqüentemente, da
educação (JANUARIO, 2008).
Conclusão

Precisamos ter uma postura efetiva de um profissional que se preocupa
verdadeiramente com o aprendizado, que deve exercer o papel de um
mediador entre a sociedade e a particularidade do educando. Devemos
despertar no educando a consciência de que ele não está pronto,
aguçando nele o desejo de se complementar, capacitá-lo ao exercício de
uma consciência crítica de si mesmo, do outro e do mundo. Mas como
fazer isso é o grande desafio que o educador encontra, no estágio não
foi diferente e busquei, apesar de todas as dificuldades, a cada
momento ser mais que professor ser um educador. E saí com a
sensação de dever cumprido de que fiz o que podia por mim e pelos
alunos da „minha‟ turma.


Eu consegui!!!!



    ATÉ A PRÓXIMA.
Referências

AQUINO, J. R. G. 1996. A desordem na relação professor-aluno: indisciplina,
  moralidade e conhecimento. In: J. R. G. AQUINO (Org.) Indisciplina na escola:
  alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus editorial.


BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de
  dezembro de 1996.


BRAVIM, E. Os Recursos Didáticos e sua Função Mediadora nas Aulas de
  Matemática: um Estudo de Caso na Aldeia Indígenas Tupinikim Pau-Brasil do
  Espírito Santo.


COSTA, F. A. T. PLANEJAMENTO DO TEMPO EM SALA DE AULA. Disponível em:
  http://www.letras.ufmg.br. Acesso em 12/02/11.


CRUZ, C. Educação Seletiva Gera Inclusão. Disponível em: http://cacos-
  de-educacao.blogspot.com/. Acesso em: 12/02/11.


FUSARI , J. C. O Planejamento do Trabalho Pedagógico: Algumas
  Indagações e Tentativas de Respostas.
Referências

MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o
  desenvolvimento de competências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

PICONEZ, Stela C. Berhtolo. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado.
   5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. p. 15 -74.

PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade
  teoria e prática. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1997. p. 21 – 80.

PONTES, G. M. D. A experiência docente e a expressão de si. 19º Encontro da
  Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas “Entre Territórios”
  – 20 a 25/09/2010 – Cachoeira – Bahia – Brasil


SILVA JUNIOR, J. R. A Prática Do Estágio Supervisionado. Disponível em
   http://www.artigonal.com/ . Acesso em: 12/02/11.

Wajnryb, R. (1996) Classroom Observation Tasks: a Resource Book for
  Language Teachers and Trainers. Cambridge: Cambridge University Press.

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Plano de unidade adriana fernanades e deiseane meireles
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Plano de aula adriana fernandes viii
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Plano de aula adriana fernandes vii (prova)
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Plano de aula adriana fernandes vii (prova)
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Plano de aula adriana fernandes vi ( estudo dirigido)
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Plano de aula adriana fernandes v (teste)
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Plano aula adriana fernandes iv
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Plano de aula adriana fernandes iii
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Plano de aula adriana fernandes ii
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Relato de Estágio Supervisionado em Biologia

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB CAMPUS II ALAGOINHAS – BA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA Adailton Santos de Almeida Orientadora: Claudia Regina Teixeira Alagoinhas, 2011
  • 2. O presente trabalho descreve as características e práticas observadas, conforme exigências da disciplina Estágio Supervisionado II, Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado da Bahia – Campus II, durante o semestre 2010.2, entre os dias 22/09/10 a 08/12/10.
  • 3. O ESTÁGIO O Estágio Supervisionado é um cumprimento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Federal nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que define que todo curso de Licenciatura deve oferecê-lo para a formação de professores que poderão atuar na rede de ensino pública ou privada de nosso país. O estágio é uma etapa de fundamental importância no processo de formação de professor. É com ele que se constrói um “treinamento” que possibilita ao estudante vivenciar na prática o teorizado na Universidade, tendo como função integrar as inúmeras disciplinas que compõem o currículo acadêmico além do começo da sua personalidade docente, dando-lhes unidade estrutural e testando-lhes o nível de consistência e o grau de entrosamento. Como apontado por Pimenta (1997) Estágio Supervisionado são "as atividades que os alunos deverão realizar durante o seu curso de formação, junto ao futuro campo de trabalho". Piconez (2000) afirma que os estágios são vinculados ao componente curricular Prática de Ensino cujo objetivo é o preparo do licenciamento para o exercício do magistério em determinada área de ensino ou disciplina de 1º e 2º graus.
  • 4. O ESTÁGIO Como discutido por Silva Junior (2009) atualmente, de fato, temos testemunhado as difíceis condições sistemáticas nas quais os graduandos são submetidos. Ou seja, temos cada vez mais, visto professores despreparados em sala de aulas, e ao que tudo indica (mediante ao contexto), tais conseqüências tratam-se do reflexo da má formação acadêmica dos mesmos; o que de fato resulta na dicotômica e antagônica "poluição pedagógica", que impulsiona a nossa Educação para meros "ares", no conhecido contexto das contradições. Ainda assim, o estágio é um importante instrumento para os futuros profissionais da educação, pois é através dele que nos aproximamos da realidade contribuindo para o desenvolvimento dos conhecimentos adquiridos na sala de aula da faculdade principalmente nos componentes curriculares nas didáticas das Prática de Ensino oferecido pelas IES.
  • 5. O COLÉGIO O Centro Territorial de Educação Profissional do Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte foi criado pela portaria 8677 de 17 de abril de 2009 e ocupa as instalações do antigo Colégio Estadual Luiz Navarro de Brito, no município de Alagoinhas. Atualmente tem 1.226 estudantes matriculados e oferece os cursos de nível Técnico. Tem como objetivo de qualificar e formar a juventude e trabalhadores/as do interior da Bahia . O colégio é tem uma boa estrutura, com biblioteca, sala de informática, Laboratório de biologia. No entanto já se observa um grande nível de depredação das suas instalações, como no caso do laboratório que funciona com um depósito fechado. A diretoria tenta manter uma certa “ordem” com os alunos, com tempo para entrar no pavilhão de aulas, obrigatoriedade do fardamento.
  • 6. A turma Foi escolhida uma turma de primeiro ano do ensino médio, com ensino profissionalizante em Técnico em Meio Ambiente. Era composta por 45 alunos matriculados, estando efetivos na unidade 33 deles. A turma, como praticamente em todas as escolas públicas, constitui-se de uma grande heterogeneidade em vários aspectos: faixa etária, grau de bagagem escolar, poder aquisitivo, locais de moradia, comportamento em sala de aula. Este mosaico torna ainda mais difícil o processo de integração da turma. Como enfatizado por Cruz (2006) que, segundo ele, um adolescente, com a cabeça a mil por hora, não consegue concentrar-se em coisas que não lhe atraem e, pior do que isso, das quais ele nem mesmo entende o mínimo! É muito mais fácil e agradável passear no banheiro ou virar-se para trás e falar sobre a balada do final de semana. E, assim como o assunto extremamente difícil, o óbvio demais também chateia.
  • 7. A turma Os alunos eram muito agitados e se dispersavam com muita facilidade. Eles conversavam muito, mesmo estando posicionados desfavoravelmente às conversas paralelas. Nessa turma foi possível formar vários subgrupos de alunos: os atenciosos com facilidade para aprender; os desinteressados, mas com facilidade para aprender; os atenciosos com dificuldade para aprender; e os desinteressados com dificuldade para aprender. Nem todos participavam da aula, perguntando, questionando ou resolvendo os exercícios.
  • 8. Sondagem/Observação O primeiro contato com a escola já me reservou algumas surpresas logo no portão, onde quase fui impedido de entrar por estar sem a farda... Ao me apresentar, o senhor pediu desculpas com um comentário que se tornou rotineiro durante o estágio: “Você é tão novo, achei que você foi um aluno”. Após conseguir entrar, me dirigi à diretoria, sendo atendido pela vice-diretora, foi com ela que houve a escolha da turma, cujo único critério usado foi a compatibilidade de horários . No momento em que entrei no colégio, foi quando eu comecei a me inserir naquele ambiente como futuro professor. Foi quando imaginei que dali a alguns dias aquele seria o tipo do meu ambiente de trabalho. Confesso que fiquei com muito medo...
  • 9. Sondagem/Observação Na semana seguinte, eu pude finalmente conhecer a turma. A professora me apresentou como sendo um professor que “tomaria” conta da turma durante a unidade, não se tomou muito tempo com as apresentações, em seguida, puxei a cadeira e me sentei em um canto da para acompanhar a aula. Deu para perceber os olhares curiosos e comentários ao pé-de- ouvido entre os alunos quanto à nova figura que se encontrava na sala. Foi possível observar que a professora não dispunha de um planejamento da aula a ser ministrada, sua aula era um processe mecânico, de cópia do livro-quadro-caderno, que pelo visto e relatos posteriores era prática comum. No entanto, para Moretto (2007) “Há, ainda, quem pense que sua experiência como professor seja suficiente para ministrar suas aulas com competência.” Professores com este tipo de pensamento simplesmente estão preocupados em ministrar conteúdos, desconsiderando a realidade e todo o contexto que cerca a sala de aula, além comunidade escolar bem como suas necessidades.
  • 10. 1ª semana “A experiência e aprendizagem não são a mesma coisa, docentes podem aprender com a experiência escolar se têm oportunidade para refletir sobre ela e atribuir-lhe sentido” (PONTES, 2010). A apreensão da primeira aula de regência começou dias antes e se agravou na noite da véspera, que foi povoada com sonhos relacionados à sala de aula que me fizeram perder o sono e acordar às quatro da manhã. Ao chegar à sala de aula, a professora mais uma vez me apresentou e disse que a turma estaria por minha conta a partir daquele momento. Ela me falou que iria “ali” e só voltou no fim do estágio. Confesso que ao me ver sozinho com todos aqueles adolescentes, alguns deles com minha idade, me surgiu um certo pavor, principalmente em tentar saber como prosseguir com a aula.
  • 11. 1ª semana Então tomei fôlego e comecei falando de mim, da Universidade, dos objetivos do estágio e como seriam as semanas que passaríamos juntos. Em seguida deixei um espaço para que eles me fizessem perguntas e, para variar, a primeira foi “qual sua idade?” durante este momento muitos deles disseram não gostar da matéria de Biologia, apesar de ser uma turma com ensino técnico em meio ambiente. Ao serem indagados, muitos responderam que foi só uma opção de curso e este não lhes agradava em nada, nem na teoria da sala de aula, nem em perspectivas futuras de trabalho. As apresentações não duraram muito tempo, pois o tempo estava apertado e ainda era preciso dar aula naquele mesmo dia. Pra começar, a foi planejado o uso da TV PenDriver, que não funcionou. Então a primeira aula, foi ministrada exclusivamente com exposição dialógica com uso do quadro branco. O que levou ao comentário de umas das alunas: Professor, o senhor fala demais! Não vai parar mais não? Contratempos à parte, foi possível seguir todo o plano de aula, e pude sair da escola com um certo alívio e sensação de dever cumprido, até a próxima semana.
  • 12. 2ª semana Mais um dia de aula, me dirijo cedo à escola, e fico esperando o horário da aula começar. Sinal...Entro na sala e sou recepcionado com um caloroso: Já, tão cedo???? Fico em pé esperando que meus queridos alunos se acomodem. Hoje, prevenido, levo as pilhas para o controle da TV PenDriver que funciona perfeitamente. A aula transcorre normalmente com a turma prestando atenção, participando da aula com perguntas e comentários. Foi sugerido que os alunos confeccionassem, individualmente uma cruzadinha com o tema da aula. A atividade foi bem aceita pela turma, que se empenhou com muitas atividades com um bom nível de dedicação. Esta aula transcorreu normalmente como planejado sem que houvesse grandes problemas, daí a importância de planejar as aulas com antecedência. Segundo Fusari (2011) O plano de ensino deve ser percebido como um instrumento orientador do trabalho docente, A ação consciente, competente e crítica do educador é que transforma a realidade, a partir das reflexões vivenciadas no planejamento e, conseqüentemente, do que foi proposto no plano de ensino.
  • 13. 3ª semana De acordo com o planejamento, a aula seria iniciada com apresentação de slides através da Tv PenDriver, pois o tema abordado necessitava de uma visualização de imagens para que houvesse maior compreensão do assunto por parte dos alunos. Porém, para variar, mesmo munido com minhas próprias pilhas compradas exclusivamente para este fim, o controle não encontrava disponível. Desta optei por deixar a atividade programada para a próxima aula. Decidi, então, fazer uma revisão para depois aplicar uma atividade para a turma. O imprevisto acontecido, aliado à pouca experiência de domínio de tempo e capacidade de improviso,resultou em uma aula com menor duração. O planejamento do tempo durante as atividades propostas é particularmente mais difícil para professores em início de carreira, os quais, geralmente, não estão muito acostumados a preverem o tempo a ser despendido. Com um pouco mais de experiência e de prática, os professores planejam melhor e são capazes de tomar decisões mais acertadas (WAINRVB, 1996).
  • 14. 3ª semana Pra ficar mais emocionante a semana, este dia tenso coincidiu com a visita da minha Orientadora. Que ao chegar, exatamente 16 minuto antes do término da aula, flagrou-me realizando a chamada. Foi uma situação constrangedora, ainda mais que me foi solicitado que repetisse a revisão.O que confirmou o quão fundamental pode ser o planejamento da aula, levando em consideração que imprevistos acontecem, um bom professor dever sempre estar preparados para eles com plano B, C, D......Z. Fato abordado por Costa (2011), segundo a autora o tempo destinado à cada parte da aula é uma decisão importante que os professores têm que tomar durante o planejamento e a execução da mesma.
  • 15. 4ª semana Eu comecei a aula propondo uma atividade em grupo a ser realizada com ajuda do livro didático na biblioteca da escola. Neste dia a turma estava especialmente barulhenta e irrequieta, foi muito difícil conseguir que fizessem silêncio, tanto durante a atividade, quanto durante a correção que se seguiu posteriormente. Chegou um momento em que tive que erguer a voz e assumir uma postura meio autoritária n a sala. Existem situações em que a indisciplina chega a certo ponto em que o professor toma uma postura mais energética, ou acaba perdendo o controle da turma. Eu não gostei de ter me exaltado, mas foi a única saída para a situação. “O respeito ao professor não pode advir do medo da punição, mas sim da autoridade inerente ao papel do profissional, cujas tarefas nem sequer se aproximam dessa função disciplinadora, apassivadora, silenciadora, de antes” (AQUINO, 1998). Dessa forma é imprescindível que o aluno veja o professor como alguém que deve respeito como qualquer outro e que na sala de aula há limites em que não se pode chegar a liberdade individual.
  • 16. 5ª semana Os recursos didáticos são considerados elementos essenciais no trabalho dos conteúdos escolares com os alunos, os recursos didáticos são essencialmente mediadores já que possibilitam uma efetiva relação pedagógica de ensino-aprendizagem (BRAVIM 2010). No entanto deve- se tomar cuidado para que a utilização destes métodos não acabe atrapalhando o desenvolvimento da aula. Foi exatamente o que aconteceu durante a aula ministrada nesta semana, foi levado um vídeo para sala de aula que introduziria o tema da semana. foi a apresentação de vídeo, por ser a sala muito cheia, era muito fácil o desvio de atenção, somado à baixa qualidade de imagem e som da Tv Pendriver, acabou em um resultado não esperado.
  • 17. 5ª semana Provavelmente esta dificuldade existiu, porque, além do perfil da turma,o grande número de alunos, acaba dificultando alguns tipos de trabalho em que se requer atenção. Este problema acontece nas escolas de todo o território brasileiro, com mostra um estudo feito pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (ano), dentre os 39 países pesquisados, o Brasil é o que possui maior tamanho de turmas, com média de 30 alunos por sala. Esta situação pode prejudicar muito o processo de aprendizagem, pois, não tem como o professor manter atenção a todos os alunos, além do problema do barulho que se torna incontrolável.
  • 18. 6ª semana Mais uma vez o problema da indisciplina se fez presente. Esta foi a última aula de conteúdo, o que levou alguns alunos a se recusarem ao desenvolvimento da atividade proposta, por já estarem com média de aprovação da matéria. Este foi um grande problema enfrentado ao longo do estágio, por ser a última unidade, muitos dos alunos já estavam com notas, cujo a quarta unidade não iria mais interferir, então houve problemas tanto com aqueles que já haviam alcançado a média, quanto com aqueles sem possibilidade de aprovação Muitos iam pra sala de aula apenas com o intuito de registrar a presença. Dificultou muito o desenvolvimento do trabalho principalmente nesta semana, que era véspera das provas. A turma esteve muito barulhenta durante a produção do mapa e exposição dialógica, o que resultou em uma aula desgastante e pouco proveitosa para a sala com um todo.
  • 19. 6ª semana Eu estava realmente muito cansado e não tinha motivação nem pra tentar acalmar os alunos, durante a correção da atividade semanal eu tive a sensação de ter me tornado um homem invisível, passei mais de meia hora falando, explicando, com no máximo cinco alunos tentando prestar atenção em mim. No fim desta aula é que eu pude perceber o quanto é difícil a vida de professor, o quanto se dá duro para que no fim não haja recompensa sob nenhum aspecto. O professor deve muito ser valorizado neste país, só desta forma conseguiremos sair do status de um país em desenvolvimento. Que produz a maioria dos seus recurso humanos para trabalhos braçais com pouca renda.
  • 20. Encontros Semanais Toda semana havia encontros com a orientadora ,professora Cláudia Regina,. Era nestes encontros em que nós, alunos 2007.1 discutíamos com ela sobre o que fazer em sala de aula, como fazer, por que fazer. Estes encontros forma muito proveitosos, principalmente pra mim, não eram raros os dias em que chegava sem ter a menor noção de como planejar minha próxima aula, precisando de uma luz. Mas eu sempre era „bombardeado‟ por uma enxurrada de idéias para conduzir minha aula. A professora sempre esteve presente durante todo o nosso processo de estágio, sempre solícita e compromissada para que fizéssemos um bom trabalho. Durante os encontros ainda havia momentos de discussão e reflexão acerca do ser professor, que nos ajudava a pensar sobre nossa futura carreira e termos atitudes de profissionais com atitudes éticas e morais. Com o passar do tempo, os licenciandos passam por uma transformação de sentimentos e começam a se ver enquanto professores. Essas mudanças começam, possivelmente, a partir das conversas com os colegas, das leituras e discussões em sala de aula, sob a orientação de um professor, ou dos relatos dos colegas que, talvez, já lecionem. Nesses momentos de conversa, os licenciandos expõem suas idéias e trazem o cotidiano das escolas para as universidades, prevalecendo o ponto de vista que cada um tem da realidade da escola e, conseqüentemente, da educação (JANUARIO, 2008).
  • 21. Conclusão Precisamos ter uma postura efetiva de um profissional que se preocupa verdadeiramente com o aprendizado, que deve exercer o papel de um mediador entre a sociedade e a particularidade do educando. Devemos despertar no educando a consciência de que ele não está pronto, aguçando nele o desejo de se complementar, capacitá-lo ao exercício de uma consciência crítica de si mesmo, do outro e do mundo. Mas como fazer isso é o grande desafio que o educador encontra, no estágio não foi diferente e busquei, apesar de todas as dificuldades, a cada momento ser mais que professor ser um educador. E saí com a sensação de dever cumprido de que fiz o que podia por mim e pelos alunos da „minha‟ turma. Eu consegui!!!! ATÉ A PRÓXIMA.
  • 22. Referências AQUINO, J. R. G. 1996. A desordem na relação professor-aluno: indisciplina, moralidade e conhecimento. In: J. R. G. AQUINO (Org.) Indisciplina na escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus editorial. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996. BRAVIM, E. Os Recursos Didáticos e sua Função Mediadora nas Aulas de Matemática: um Estudo de Caso na Aldeia Indígenas Tupinikim Pau-Brasil do Espírito Santo. COSTA, F. A. T. PLANEJAMENTO DO TEMPO EM SALA DE AULA. Disponível em: http://www.letras.ufmg.br. Acesso em 12/02/11. CRUZ, C. Educação Seletiva Gera Inclusão. Disponível em: http://cacos- de-educacao.blogspot.com/. Acesso em: 12/02/11. FUSARI , J. C. O Planejamento do Trabalho Pedagógico: Algumas Indagações e Tentativas de Respostas.
  • 23. Referências MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o desenvolvimento de competências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007. PICONEZ, Stela C. Berhtolo. A prática de ensino e o Estágio Supervisionado. 5ª ed. Campinas, SP: Papirus, 2000. p. 15 -74. PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1997. p. 21 – 80. PONTES, G. M. D. A experiência docente e a expressão de si. 19º Encontro da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas “Entre Territórios” – 20 a 25/09/2010 – Cachoeira – Bahia – Brasil SILVA JUNIOR, J. R. A Prática Do Estágio Supervisionado. Disponível em http://www.artigonal.com/ . Acesso em: 12/02/11. Wajnryb, R. (1996) Classroom Observation Tasks: a Resource Book for Language Teachers and Trainers. Cambridge: Cambridge University Press.