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A Universidade do Estado da Bahia,
       Campus II – Alagoinhas
Contos de Regência
Uma escola onde tudo ocorria corretamente, onde a direção
         vivia em harmonia com o corpo docente e com os demais
E     funcionários da instituição, onde os alunos aprendiam e eram
                felizes... Tudo era lindo e maravilhoso!
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m Esta escola se encontrava numa cidade harmoniosa, chamada Catu,
a   no Estado da Bahia. E era nomeada Colégio Estadual Pedro
          Ribeiro Pessoa e estava localizada no Bairro Rua Nova.
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      Neste Colégio os profissionais trabalhavam harmoniosamente...
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    Quem comandava esta instituição era a diretora Olga com
m   ajuda de sua fiel companheira de trabalho, a vice-diretora
a   Jó.
Hã???           Hã???
           Hã???           Hã???
  Hã???            Hã???

  Hã???


Hã???
Alôôô!!!
Isto é um conto de regência... E não um conto de fadas! Só
falta dizer que a princesa encontrou seu príncipe encantado e
       todos viveram felizes para sempre... Me poupe!
Sejamos honestos, você acha que um Colégio público caberia na
condição de se encaixar em uma história de contos de fadas? A
realidade é dura.
            Nesta realidade existem além de fatos positivos (boa relação
        direção-professor, direção-aluno, professor-aluno) fatos não tão
       positivos como uma estrutura física adequada não utilizada na
     maioria das vezes, disposição do corpo docente e descaso do governo
                                                         com a educação.
  Apesar de Cardoso (1994) explanar que “no segundo grau, a política do governo
   consiste em auxiliar e estimular os estados no sentido de ampliar o número de
    escolas, melhorar a qualidade do ensino e oferecer oportunidades de formação
          profissional”, quando vamos à prática a realidade é bem diferente.
Almeida (1995), já afirmava que “a realidade atual do nosso
    sistema escolar vem sofrendo grande desvalorização nas últimas
        décadas.” O que é notória verdade, o governo vem “fechando os
   olhos” para a realidade das escolas brasileiras, o descaso é cada vez
      mais evidente e poucas ações são focadas em melhorar este fato.

Algumas escolas têm uma estrutura física propícia à aulas práticas...
Laboratório com vidraria e equipamentos, porém, mesmo assim os
professores reclamam da falta de tempo, quantidade de turmas que
ministra, até mesmo preguiça.
Este comportamento poderia ser diminuído ou até mesmo evitado se o
governo oferecesse melhores condições de trabalho e salários dignos
aos professores.
O estágio supervisionado
       Por muito tempo eu me ative em criticar as práticas pedagógicas e o estágio
 supervisionado... Sempre achando uma forma de exagero como essas disciplinas eram
abordadas no contexto do meu curso de Biologia. Hoje, não penso mais assim, acredito
    que realmente essas disciplinas são importantes para a formação de um professor,
      assim como de um biólogo... E Gianotto & Diniz (2010) afirmam que “o bom
desempenho do exercício da profissão de professor exige, além de saberes teóricos
  (conteúdos), conhecimentos, habilidades, competências e saberes específicos da
                                       docência.”
A escola
             O colégio situa-se na cidade de Catu e está localizado
              no Bairro Rua Nova, cerca de 40km de Alagoinhas.
                 A instituição conta com salas amplas, sala de
                  ciências, sala de vídeo, cantina, área verde e
                                    biblioteca.
Vale ressaltar que Miranda (1992), disse que “a escola, desde sua
existência como instituição, sempre teve por função básica transmitir os
conhecimentos acumulados pela humanidade.” O quê transmitir e
como fazê-lo transforma-se de acordo com as necessidades e avanços
da sociedade. E o Colégio no qual eu estagiei cumpre com estes
quesitos, realizando Feira de Cultura, palestras, jogos institucionais,
cumprindo seu papel social.
A professora regente

       A professora Rejane Cruz leciona como
       professora de Biologia e é formada em
     Licenciatura em Ciências Biológicas pela
 Universidade do Estado da Bahia – Campus II,
                                   Alagoinhas.
Ordena as turmas de 1º e 2º ano na instituição.
A professora Estagiária
Eu tenho 23 anos, nasci em Salvador, e vim
morar em Alagoinhas para poder fazer o curso de
Ciências Biológicas na Universidade do Estado da
Bahia – UNEB, estou no 8º semestre, e divido meu
tempo entre a faculdade e o estagio em Salvador
com animais peçonhentos no grupo das serpentes.
Até pouco tempo atrás eu pensava que ser
professora não era uma profissão na qual eu
gostaria de seguir... O péssimo salário e condições
de trabalho, não me atraia. Porém como será visto
até o fim deste portfólio, a minha opinião vem
mudando...
Primeiro conto: A
   Observação.


     A turma na qual eu me fiz presente era composta de 43 alunos, nos quais nem todos frequentavam as
aulas e como iniciei a IV unidade, a maioria se apresentava passada de ano o que diminuiu o rendimento
                                                                                              da turma.
             Uma turma bastante harmônica e interessada, onde parte considerável morava em zona rural.
 A observação se deu em dia de seminários, no qual o assunto abordado era “Os Cordados”. Sabendo que
eu tinha conhecimento com Répteis, mais exatamente grupo Serpentes, a professora pediu pra eu dar uma
 pequena introdução do meu outro estágio e falar das temidas serpentes. Os alunos se mostraram bastante
 interessados e envolvidos na conversa que se seguia, o que me deu uma segurança maior na semana que
   iniciei minha regência propriamente dita. Baccon & Arruda (2010) confirmam que “esta interação
    que ocorre durante os primeiros passos do estágio ajudam o professor estagiário a se relacionar
                                 melhor com seus alunos, realizando assim um trabalho mais eficaz.”
Segundo Conto: Coparticipação

Como na semana seguinte não haveria possibilidades em eu dar aula,
 achei interessante fazer uma atividade de histologia animal, na qual
  tive coparticipação na aula de minha xará. Tudo ocorreu bem e os
                  alunos aceitaram bem a atividade...
Baccon & Arruda (2010) explicitam que:
“Seja na fase de observação, de participação, ou na de regência, o estagiário tem
a possibilidade de se colocar em profunda reflexão, construindo ou desconstruindo
expectativas sobre a profissão docente e sobre ser professor, a partir do contato direto
com a realidade escolar.”
Terceiro conto: Ser professora.
 A fase de ser professora foi recebida com ansiedade e medo. Ansiedade em experimentar de estar do outro
  lado da questão, deixar de ser aluno e ser professor. A responsabilidade em estar a frente de uma turma é
 fato e nem sempre confortável. Medo em se expor à uma turma relativamente grande e com suas próprias
                                                                                                   opiniões.
 O primeiro dia é sempre mais tenso, a distância, insegurança em termos de comportamento dentre tantas
     outras emoções faz com que tudo se torne mais complicado. Com sorte, eu tive uma estrutura boa para
    segurar as emoções... A turma era ótima, a direção sempre a disposição e uma orientadora que deu todo
   suporte, isto em acordo com o pensamento de Baccon & Arruda (2010), que afirmam que “a experiência
   proporcionada pelo estágio supervisionado pode depender das expectativas dos licenciandos, das relações
que eles possam estabelecer com a escola e com os professores de sala e da preparação prévia realizada pela
                                                                                              universidade”.
Para me aproximar da turma abusei de conversas informais,
tentando entender um pouco de cada aluno. Foram prosas entre uma
            aula e outra, entre um intervalo ou na saída do Colégio.
     Compreendi assim a necessidade de alguns com a Biologia, em
  escrever, em se expor à toda turma... Entendi que cada um tem a
      sua individualidade e como me comportar frente às diferenças.




Estratégias de Aproximação
É notável que nos dias de hoje a Instituição
  Escolar se importe cada vez menos com a
vida do aluno. Filmes como Preciosa (2010),
 O Substituto (1996) relatam este fato e que
  por fim só acusam a falta de interesse do
   aluno com as aulas. Conversar e tentar
entender a situação de um adolescente e sua
 falta de rendimento pode ser um primeiro
 passo para melhoria da educação e melhor
             rendimento da aula.
Silva (2009) explica que:
   No interior da escola, há elementos sinalizam a qualidade social da educação, entre
   eles, a organização do trabalho pedagógico e gestão da escola; os projetos escolares;
   as formas de interlocução da escola com as famílias; o ambiente saudável; a política de
   inclusão efetiva; o respeito às diferenças e o diálogo como premissa básica; o trabalho
   colaborativo e as práticas efetivas de funcionamento dos colegiados e/ou dos
   conselhos escolares.


E durante minha temporada no Colégio Estadual Pedro Ribeiro Pessoa, eu notei que
              estes quesitos são confirmados no cotidiano escolar.
Terceiro conto: Ser professora - primeira semana
          Cheguei ao Colégio por volta das 08H:10min. Dirigindo-me a direção confirmei a minha presença a diretora
       Olga e fui para a sala dos professores aguardar o início da aula com a turma. Pouco tempo depois três alunos
      foram conversar com a diretora Olga pelo adiantamento da aula de Biologia, pois nenhum professor ainda tinha
      dado aula no dia. A diretora Olga conversou comigo, procurando saber se haveria problema em adiantar a aula,
      que eu afirmei que não. Assim, pedi o DataShow® emprestado e pedi para que os alunos se dirigissem a sala de
         vídeo para iniciarmos a aula. Enquanto os alunos não chegavam a sala de vídeo, tentei montar o DataShow®,
          porém por infelicidade, não consegui, pensando em um plano B, havia salvo a aula em .JPEG no Pendrive, no
            qual tentei conectar a TV Pen drive e também não obtive sucesso. Nesse momento os alunos há estavam
        acomodados na sala de vídeo, e fui forçada a iniciar a aula por volta das 08H:30min. através de um notebook
         para uma turma de cerca de 25 alunos, pois parte dos alunos já haviam ido embora nos primeiros horários,
      pela ausência de professor no Colégio. A visualização dos slides para alguns alunos ficou complicada, pelo fato
      de o notebook ter uma tela pequena para uma aula com imagens. Houve implicância de alguns alunos com aula,
                              já que não conseguiam ver o que havia escrito e não concordavam em mudar de lugar.
A aula então seguiu com o esclarecimento de algumas dúvidas sobre os tecidos estudados e logo após abrindo espaço
para um pequeno debate sobre células-tronco e suas implicações, pois acho interessante que na atualidade eles saibam
discutir sobre assuntos que estão evidentes vem sofrendo tantas críticas e em acordo com a opinião de Nascimento &
Alvetti(2006), “ no mundo contemporâneo esses conhecimentos, quando contextualizados socialmente, tornam-
se importantes tanto para a inserção do cidadão no mercado de trabalho quanto para uma melhor compreensão
  dos fenômenos da natureza bem como dos artefatos tecnológicos que estão à sua volta”. Porém no decorrer do
   debate vi que os alunos traziam ideias prontas da mídia sobre o que estava sendo questionado e assim conotei com o
  pensamento de Pedrancini (2007) que disse que “ as concepções trazidas pelos alunos refletem este quadro e
        são fortemente influenciadas pela mídia o que na verdade não garante que elas estejam embasadas por
  conhecimento científico consistente”. A aula terminou às 11:15h. Com o recebimento do quadro comparativo de cinco
 trios, vendo que muitos alunos ainda não haviam conseguido acabar a atividade, eu estendi o prazo de entrega. Ficando
    cerca de meia hora livre para resolução da atividade, muitos grupos optaram por acabar em sala e outros em casa,
                                                                            sendo assim liberados por volta das 11:15h.
Terceiro conto: Ser professora - Segunda semana
       A aula começou por volta das 09:20h. pois a maioria da turma prefere que comece a aula antes, para
      que possam sair mais cedo. Fiz uma pequena revisão do que havia sido dado na semana anterior e dei
   inicio a aula. Usando a TV Pen Drive, fui mostrando imagens e apresentando o assunto aos alunos. Houve
    pouco interesse da turma, a maioria saia da sala ou não prestava atenção no assunto que estava sendo
   exposto. Até que ao perguntar o que incomodava eles, alguns responderam que preferia uma aula com o
       quadro, do que com uso da TV Pen Drive, o que me fez retrucar perguntando se não era mais didático
    eles observarem as imagens, pois eu acreditei que o uso de recursos tecnológicos vem a ser mais uma
    ponte no estreitamento da relação teoria-prática, além de melhorar a visualização do conteúdo e Faria
                    (2004) nos fala que “na sala de aula o uso do computador melhorou a qualidade da
          apresentação, através do aplicativo PowerPoint que pode ser usado de forma de multimídia
      (data show).” O que foi respondido pela maioria era que o assunto era melhor absorvido quando eles
                                               escreviam e o recurso que eu estava utilizando não auxiliava.
Acabei minha aula com uso do recurso e combinei com eles que a partir de então as aulas seriam
realizadas com uso do quadro, onde seria exposto um pequeno esquema, e com o uso da TV Pen Drive
eu abordaria as imagens necessárias. Quando comecei a refletir sobre o assunto e me colocar no lugar
  do estudante de 2º ano, percebi que realmente um professor que não escreve nada acaba por ajudar
  o aluno se distrair na aula e este momento de reflexão me deixou ver que eu teria que mudar minhas
 aulas para que meus alunos pudessem entender melhor o conteúdo. “Analisando a literatura sobre a
      pesquisa educacional brasileira, nota-se que o momento atual é caracterizado por uma postura
 reflexiva, isto é, um ‘interesse em rever e analisar criticamente o que vem sendo produzido na área’
    e em buscar caminhos para seu contínuo aprimoramento “(TEIXEIRA & NETO, 2006 apud ANDRÉ,
  2001). Então aula durou até as 11:10h sem aplicação da atividade, pois a maioria se recusou a fazer a
   atividade por motivos (segundo eles) de preguiça e fome. Eu optei por não realizar mais a atividade,
   pois o tempo para abordar todo o assunto da unidade é pequeno, e tomaria tempo de outras aulas,
                                        que julgo mais importantes para compor o conhecimento deles.
Terceiro conto: Ser professora - terceira semana
                Sem dúvidas os alunos preferem aulas onde eles possam aplicar seus
       conhecimentos e ver o que está sendo estudado em momento real. Como de
          costume, cheguei na escola antes das 09:00h e como de rotina, me dirigi a
         direção, afirmando minha presença no Colégio, peguei as chaves da sala de
      ciências e o controle da TV Pen Drive e me dirigi para arrumação da sala onde
          ocorreria a aula. Cruzando no corredor com um de meus alunos, o mesmo
            questionou o que eu levava em mãos, quando comentei que haveria uma
                 aula diferente com uso de um coração de boi para mostrar melhor a
         circulação o aluno se encantou, me acompanhando até a sala de ciências e
           fazendo tantos outros questionamentos. Não muito tempo depois, outros
              alunos foram me questionar a mesma coisa e demostravam muito mais
                                           interesse e apreensão pelo início da aula.
A aula começou as 09:20h com a sala cheia, e não somente meus alunos
   compunham a turma, outros alunos de outras turmas, foram assistir a aula
prática. Adorei o ritmo da aula. Fiz como eles haviam pedido, esquema rápido
       no quadro, uso da TV Pen Drive para mostrar imagens. O coração de boi
  deixou muitos alunos encantados pela aula e pela Biologia e em acordo com
  este momento Moreira (2003) afirma meu comentário, “explicitando que a
        importância da experimentação no ensino de biologia é praticamente
      inquestionável.” A aula passou das 11:30h. Logo após a aula apliquei um
     estudo dirigido com os assuntos de circulação e digestão, onde a maioria
     começou a responder ainda em sala com uso do livro didático, pois como
    afirma Nascimento & Alvetti (2006), “a importância do livro didático (LD)
 para a organização do trabalho docente é inegável”, pois auxilia no trabalho
 acadêmico, porém não acho correto que o LD seja a única fonte para compor
   uma aula, já que nos dias de hoje existe uma gama de recursos que podem
                                                    ser utilizados à nosso favor.
Terceiro conto: Ser professora – Quarta semana
        Neste dia cheguei mais tarde que o de costume, já passava das 09:00h e a
    professora da disciplina Estágio Supervisionado II, havia ido me observar. Fui à
     sala dos alunos avisá-los de minha presença na instituição e dirigi-me como o
        de costume a diretora Olga, para informar de minha presença no Colégio e
      peguei em empréstimo as chaves da sala de Ciências. Preparei a sala como o
      de costume, esquema no quadro para ganhar tempo em sala, imagens na TV
    Pen Drive e separação das maquetes necessárias para seguimento da aula. Os
          alunos demoraram de subir para aula, por este motivo, iniciei a aula com
      apenas 4 alunos por volta das 10:05h Logo após os alunos chegaram em sala
           e se acomodaram, mostrei os animais conservados de mão-em-mão. Os
         alunos se mostraram bastante interessados e curiosos com os espécimes,
                                                 ainda que conservados em álcool.
Terceiro conto: Ser professora – Quinta semana
   Cheguei na instituição por volta das 09:50h avisei minha presença na direção e secretaria do colégio,
   e fui na sala avisar os alunos sobre minha presença. Me dirigi a secretária para pegar a chave da sala
         de vídeo e o Data Show, que por erro de determinada funcionária ao verificar o agendamento,
    entregou o aparelho a outro professor, apesar do atraso o problema foi resolvido com a entrega de
     um Data Show do curso técnico. Fui montar o aparelho em sala, onde o esquema já estava pronto.
           Os alunos ficaram esperando até o aparelho ficar pronto e rodar os filmes. A aula teórica foi
     realizada em forma de resumo, os pontos mais importantes foram citados e logo depois os vídeos
                                                                            foram passados no projetor.
Os alunos gostaram da aula, e já que os vídeos traziam imagem internas do corpo humano. Lepienski & Pinho
(2005), afirmam que “equipamentos audiovisuais são talvez um dos recursos didáticos mais utilizados
e há consenso de que são aliados importantes para facilitar a aprendizagem, tornando o processo
educativo mais atraente e dinâmico“.
“Reforçando o papel do professor, que deve deixar de ser apenas o repassador de conhecimentos - o
computador pode fazer isto de modo eficiente - e passar a ser o criador de situações de aprendizagem
e o mediador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno” (GIANOTTO & DINIZ, 2010 apud
VYGOTSKY, 1984; PALANGANA, 2001; BEHRENS, 2003; MORAN, 2003a; OLIVEIRA, 2003). A aula terminou
por volta das 11:50h a atividade avaliativa ficou marcada para o dia 01.12.2010 com os assuntos desta aula.
Desmontei os aparelhos e levei para a secretaria por volta das 12H:00min. com ajuda de alguns dos alunos, que
me acompanharam até o ponto de taxi.
Terceiro conto: Ser professora – Sexta semana

     A aula começou no horário normal e a atividade avaliativa foi em dupla com
      uso dos livros da biblioteca. Não houve problemas maiores, apenas alguns
           alunos comentaram que estudavam em uma instituição pública e não
    privada, por isto mereciam uma prova simples com questões mais óbvias. Eu
     retruquei, pois tudo que foi abordado na atividade avaliativa foi esclarecido
   anteriormente em sala. Mas os alunos não demonstraram enraivados ou sem
                                                      estímulo para a atividade.
Aula prática

  A ideia em fazer uma aula prática foi em prender a atenção dos alunos em
  sala de aula, fazerem eles entenderem como realmente funciona um
  organismo vivo... Segundo Lepienski & Pinho(2005) “apesar dos constantes
  avanços da ciência e das tecnologias observa-se que o ensino de Biologia
  permanece ainda, restrito às aulas expositivas com mínima participação dos
  alunos”, e eu quis fazer uma mudança deste contexto em minha realidade
  como professora. A aula foi sobre circulação e o objeto usado foi um coração
  de bovino. A escolha foi clara, o tamanho e praticidade em se conseguir um
  coração bovino. A aula foi bem aceita, antes houve uma prévia com uso da
  TV Pen drive e tópicos no quadro, a intenção era destacar pontos
  importantes e não despistar o fato de uma aula prática ser motivo de
  brincadeira ou hora vaga para os alunos.
Aula prática
 Concordando com FERNANDES (1998), “a maioria dos alunos vê a biologia
 apresentada em sala, como uma disciplina cheia de nomes, ciclos e tabelas a
   serem decorados, enfim, uma disciplina chata”, eu quis fazer diferente.”
Músicas durante as aulas
Não havia sido uma ideia planejada levar músicas para ouvir durante as aulas. Tudo foi em forma de improviso
   quando notei que alguns alunos ouviam em seus celulares músicas de seus times de futebol, em primeiro
  momento pensei em brigar, dizer que era errado e uma falta de respeito com a professora... Ao invés disto,
 brinquei falando do time pelo qual eu torcia e sugeri ouvir musicas mais agradaveis e que todos gostassem...
Como levava o notebook sempre para as aulas, peguei minha lista de músicas e pus pra reproduzir... Os alunos
se assustaram, falaram que não era comportamento de professora... E que outros professores se vissem este
comportamento nos alunos em sala, expulsariam até da aula. Ouvimos algumas músicas de gostos parecidos...
  Legião Urbana, Nando Reis e Silvano Sales. Senti que os alunos se acalmaram e prestaram mais atenção na
                                  aula... Eles gostaram da espontaneidade.
Músicas durante as aulas
   “Na concepção de música como discurso no sentido de argumento troca de idéias,
  ‘expressão do pensamento’ e forma simbólica” (Swanwick, 2003), percebi que esta
    atitude me aproximou mais deles, senti que eles me viram não mais como uma
    professora ditatorial e sim como uma educadora apta a troca de ideias e um ser
    humano como eles. “A música é comparada a uma metáfora onde articulamos a
estrutura musical com nossa estrutura psicológica, resíduos de nossas experiências de
                vida , de caráter afetivo e subjetivo” (Swanwick, 2003)
Uso de Data Show e Tv Pen Drive
     Como já sabemos, as questões científicas e tecnológicas passaram a ter grande influência no
cotidiano de toda sociedade. Para Fernandes (1998), “os slides permitem uma projeção de alta
  resolução, enfatizando cores, beleza e detalhes, visíveis de qualquer ponto de uma sala de
                         aula, porém as imagens em si não asseguram nenhum aprendizado.”

    Por isto aliva as minhas aulas com resumos, tópicos e fotocópias e o LD para ajudar os alunos.
Esta estratégia foi usada como ponto de fixação do
  assunto que foi dado teoricamente em sala. Os
     filmes usados foram baixados do site do
  youtube.com no formato .mpeg e colocados no             Uso de Filmes
 notebook e projetado com auxílio do Data Show.
                                              A turma aceitou muito bem à ideia de filmes, e já
                                            conheciam este método por outros professores. Sem
                                            contar que a apresentação de filmes em aula ajuda o
                                              decorrer do assunto, tanto como fixação como na
                                                          aceleração de conteúdos.
Uso de outros materiais
O uso de materiais como animais fixados em formol e maquetes ou pranchas,
  foi ótimo! Primeiramente porque eram materiais que não eram usados por
     nenhum professor (assim como a sala de ciências) e por isso deixado em
          segundo plano, porém foi bem recebido pelos alunos e o tamanho e
             complexidade das figuras estimularam a curiosidade nos alunos.
O livro didático A importância do livro didático (LD) para a organização do
                                 trabalho docente é inegável (NASCIMENTO & ALVETTI,
                             2006). É um recurso de fácil acesso e cedido aos alunos de
                            rede pública gratuitamente. Porém sou contra que nos dias
                               de hoje o único recurso didático seja o LD. Atualmente a
                                web disponibiliza, jogos, vídeos, aulas práticas, textos e
                               trabalhos que fazem com que o LD seja apenas mais um
                                  recurso... E não o único e exclusivo. O que notei é que
                                apesar de tanta inovação, os alunos ainda se prendem a
                             usar apenas uma fonte de conhecimento e que o professor
                                 não explore este outra oportunidade que é a internet. O
                           livro didático adotado pela escola é PAULINO (2009), que na
                               minha opinião deixa a desejar em termos de detalhes. Eu
                              então, aliava o LD adotado pela escola com outros, como:
                                     LOPES & ROSSO (2005) AMABIS & MARTHO (2006).
O que eu posso dizer depois de tantas emoções... Boas e não tão boas... É que realmente a vida
não pára. O estágio para mim se deu em uma fase complicada, onde eu tinha que me deslocar
em três cidades diferentes. O desgaste físico e mental era evidente. Contudo eu me descobri
muito mais forte e resistente e consegui encarar esta situação de maneira que há tempos atrás eu
recusaria. Eu cresci em ver a realidade de alguns de meus alunos com que acordavam muito cedo
e tinham que se deslocar da zona rural pra poder ter acesso a um pouco mais de educação, e
encarar fatos que para mim não eram cotidiano. Me senti orgulhosa em poder trocar um pouco
de meu conhecimento à eles (sempre gostei de me envolver com a comunidade... Transmitir de
conhecimento) e também triste em não ter tido tempo suficiente (parece bobagem, mas eu passei
mais tempo viajando que em casa) em planejar aulas mais dinâmicas... Sei lá, sempre fica um
gosto de que poderia ter feito algo mais. Mesmo assim, estou muito orgulhosa por ter cumprido
este ciclo com tanta determinação.
E como foi iniciada esta história...
                                                                                Era uma vez...
Só que desta vez, era uma vez uma aluna de Biologia que não acreditava que ser professor era uma
boa opção, que o desgaste não era recompensado... Mais que descobriu que vale a pena trocar
conhecimentos, causar a dúvida e a solução na cabeça do aluno, por que assim deixou claro Faria
(2004):
    “Professor passa da escola centrada nos conhecimentos, onde o Mestre tem domínio absoluto do que está
    propondo para uma visão de professor que, ao construir o conhecimento junto com seus alunos, questiona,
    duvida, enfrenta conflitos, contradições e divergências, enriquecendo tais ações pelo apoio na tecnologia.”
 Descobriu que vale a pena ser professor, não pelo dinheiro, mas pela recompensa em fazer parte da
transformação de um cidadão.
                                                                                          Continua...
Retratos
Agradecimentos
              Gostaria de expor toda a minha gratidão à
           professora-orientadora Cláudia Regina Teixeira
             de Souza pela paciência, disposição e auxílio
           total neste processo acadêmico e afirmo que se
          não fosse a sua paixão expressada pela docência,
            minha visão sobre “ser professor” não teria a
              solidez que se apresenta neste momento. Ao
            colégio que estagiei e toda simpatia e carisma
               da direção (Olga e Jó) e as “meninas” da
           secretaria. À minha xará Rejane Cruz que me
          aceitou neste processo. Aos meus queridos alunos
               da turma 2M1 que me acolheram e deram
             forças para que este ciclo se completasse com
          tantas lembranças boas. Aos companheiros, Cris,
           Edi e Mona e Lu pelos momentos de paciência,
                     descontração, atenção e ajuda.
Referência Bibliográfica
ALMEIDA, Jane Soares de. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. Caderno de Pesquisa. N.
93. São Paulo, 1995. 22-31p.
AMABIS, José Mariano & MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da Biologia Moderna. ed. 4. Editora Moderna. São Paulo,
2006.
BACCON, Ana Lúcia Pereira & ARRUDA, Sérgio de Melo. Os saberes docentes na formação inicial do professor de física:
Elaborando sentidos para o estágio supervisionado. Revista Ciência e Educação. vol. 16. n.3. 2010. 507-524p.
CARDOSO, F.H. Mãos à obra, Brasil: proposta de governo. 5. ed. Brasília, DF, 1994.
FARIA, Elaine Turk. O professor e as novas tecnologias. ENRICONE, Délcia (Org.). Ser Professor. 4. ed. EDIPUCRS. Porto Alegre,
2004. 57-72p.
FERNANDES, H. L. Um naturalista na sala de aula. Ciência & Ensino. Campinas, Vol. 5, 1998.
GIANOTTO, Dúlcineia Ester Pagani & DINIZ, Renato Eugênio da Silva. Formação inicial de professores de biologia: A metodologia
colaborativa mediada pelo computador e a aprendizagem para a docência. Revista Ciência e Educação. vol. 16. n. 3. 2010. 631-
648p.
LEPIENSKI, Luis Marcos & PINHO, Kátia Elisa Prus. Recursos didáticos no ensino de biologia e ciências. 2005. Disponível em:
<www.diadiaeducação.pr.gov.br>
LOPES, Sônia & ROSSO, Sérgio. Biologia. vol. único. Editora Saraiva, São Paulo, 2005.
MOREIRA, M. L.; DINIZ, R. E. S. O laboratório de Biologia no Ensino Médio: infraestrutura e outros aspectos relevantes. In:
Universidade Estadual Paulista – Pró-Reitoria de Graduação. (Org.). Núcleos de Ensino. São Paulo: Editora da UNESP,
Vol. 1, p. 295-305, 2003.
NASCIMENTO, Tatiana Galieta & ALVETTI, Marco A. S. Temas científicos conteporâneos no ensino de biologia e física. Revista
Ciência e Ensino. vol. 1. n. 1. dez. 2006.
PAULINO, Wilson Roberto. Biologia: Seres Vivos e Fisiologia. vol II. ed. 1. Editora Ática. São Paulo, 2005.
PEDRANCINI, V. D.; CORAZZA-NUNES, M. J.; GALUCH, M. T. B.; MOREIRA, A. L. O . R.; RIBEIRO, A. C. Ensino e aprendizagem de
Biologia no ensino médio e a apropriação do saber científico e biotecnológico. Revista Electrônica de Enseñanza de lãs
Ciências. Vol. 6, n. 2, p. 299-309, 2007. disponível em: <http://www.saum.uvigo.es/reec>
SILVA, Maria Abadia da. Qualidade social da educação pública: Algumas Aproximações. Cad. Cedes. vol. 29. n. 78. mai-jun.
Campinas, 2009. 216-226p.
SWANWICK, Keith. Ensinando Música Musicalmente. Tradução de Alda Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003.
TEIXEIRA, Paulo Marcelo Marini & NETO, Jorge Megid. Investigando a pesquisa educacional. Um estudo enfocando dissertações
e teses sobre o ensino de biologia no Brasil. Rev. Investigação em Ensino de Ciências. vol. 11. 2006. 261-262p.

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  • 1. A Universidade do Estado da Bahia, Campus II – Alagoinhas
  • 3. Uma escola onde tudo ocorria corretamente, onde a direção vivia em harmonia com o corpo docente e com os demais E funcionários da instituição, onde os alunos aprendiam e eram felizes... Tudo era lindo e maravilhoso! r a v e u z m a
  • 4. E r a v e u z m Esta escola se encontrava numa cidade harmoniosa, chamada Catu, a no Estado da Bahia. E era nomeada Colégio Estadual Pedro Ribeiro Pessoa e estava localizada no Bairro Rua Nova.
  • 5. E r a v e u z m a Neste Colégio os profissionais trabalhavam harmoniosamente...
  • 6. E r a v e u z Quem comandava esta instituição era a diretora Olga com m ajuda de sua fiel companheira de trabalho, a vice-diretora a Jó.
  • 7. Hã??? Hã??? Hã??? Hã??? Hã??? Hã??? Hã??? Hã???
  • 8. Alôôô!!! Isto é um conto de regência... E não um conto de fadas! Só falta dizer que a princesa encontrou seu príncipe encantado e todos viveram felizes para sempre... Me poupe!
  • 9. Sejamos honestos, você acha que um Colégio público caberia na condição de se encaixar em uma história de contos de fadas? A realidade é dura. Nesta realidade existem além de fatos positivos (boa relação direção-professor, direção-aluno, professor-aluno) fatos não tão positivos como uma estrutura física adequada não utilizada na maioria das vezes, disposição do corpo docente e descaso do governo com a educação. Apesar de Cardoso (1994) explanar que “no segundo grau, a política do governo consiste em auxiliar e estimular os estados no sentido de ampliar o número de escolas, melhorar a qualidade do ensino e oferecer oportunidades de formação profissional”, quando vamos à prática a realidade é bem diferente.
  • 10. Almeida (1995), já afirmava que “a realidade atual do nosso sistema escolar vem sofrendo grande desvalorização nas últimas décadas.” O que é notória verdade, o governo vem “fechando os olhos” para a realidade das escolas brasileiras, o descaso é cada vez mais evidente e poucas ações são focadas em melhorar este fato. Algumas escolas têm uma estrutura física propícia à aulas práticas... Laboratório com vidraria e equipamentos, porém, mesmo assim os professores reclamam da falta de tempo, quantidade de turmas que ministra, até mesmo preguiça. Este comportamento poderia ser diminuído ou até mesmo evitado se o governo oferecesse melhores condições de trabalho e salários dignos aos professores.
  • 11. O estágio supervisionado Por muito tempo eu me ative em criticar as práticas pedagógicas e o estágio supervisionado... Sempre achando uma forma de exagero como essas disciplinas eram abordadas no contexto do meu curso de Biologia. Hoje, não penso mais assim, acredito que realmente essas disciplinas são importantes para a formação de um professor, assim como de um biólogo... E Gianotto & Diniz (2010) afirmam que “o bom desempenho do exercício da profissão de professor exige, além de saberes teóricos (conteúdos), conhecimentos, habilidades, competências e saberes específicos da docência.”
  • 12.
  • 13. A escola O colégio situa-se na cidade de Catu e está localizado no Bairro Rua Nova, cerca de 40km de Alagoinhas. A instituição conta com salas amplas, sala de ciências, sala de vídeo, cantina, área verde e biblioteca. Vale ressaltar que Miranda (1992), disse que “a escola, desde sua existência como instituição, sempre teve por função básica transmitir os conhecimentos acumulados pela humanidade.” O quê transmitir e como fazê-lo transforma-se de acordo com as necessidades e avanços da sociedade. E o Colégio no qual eu estagiei cumpre com estes quesitos, realizando Feira de Cultura, palestras, jogos institucionais, cumprindo seu papel social.
  • 14. A professora regente A professora Rejane Cruz leciona como professora de Biologia e é formada em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado da Bahia – Campus II, Alagoinhas. Ordena as turmas de 1º e 2º ano na instituição.
  • 15. A professora Estagiária Eu tenho 23 anos, nasci em Salvador, e vim morar em Alagoinhas para poder fazer o curso de Ciências Biológicas na Universidade do Estado da Bahia – UNEB, estou no 8º semestre, e divido meu tempo entre a faculdade e o estagio em Salvador com animais peçonhentos no grupo das serpentes. Até pouco tempo atrás eu pensava que ser professora não era uma profissão na qual eu gostaria de seguir... O péssimo salário e condições de trabalho, não me atraia. Porém como será visto até o fim deste portfólio, a minha opinião vem mudando...
  • 16. Primeiro conto: A Observação. A turma na qual eu me fiz presente era composta de 43 alunos, nos quais nem todos frequentavam as aulas e como iniciei a IV unidade, a maioria se apresentava passada de ano o que diminuiu o rendimento da turma. Uma turma bastante harmônica e interessada, onde parte considerável morava em zona rural. A observação se deu em dia de seminários, no qual o assunto abordado era “Os Cordados”. Sabendo que eu tinha conhecimento com Répteis, mais exatamente grupo Serpentes, a professora pediu pra eu dar uma pequena introdução do meu outro estágio e falar das temidas serpentes. Os alunos se mostraram bastante interessados e envolvidos na conversa que se seguia, o que me deu uma segurança maior na semana que iniciei minha regência propriamente dita. Baccon & Arruda (2010) confirmam que “esta interação que ocorre durante os primeiros passos do estágio ajudam o professor estagiário a se relacionar melhor com seus alunos, realizando assim um trabalho mais eficaz.”
  • 17. Segundo Conto: Coparticipação Como na semana seguinte não haveria possibilidades em eu dar aula, achei interessante fazer uma atividade de histologia animal, na qual tive coparticipação na aula de minha xará. Tudo ocorreu bem e os alunos aceitaram bem a atividade... Baccon & Arruda (2010) explicitam que: “Seja na fase de observação, de participação, ou na de regência, o estagiário tem a possibilidade de se colocar em profunda reflexão, construindo ou desconstruindo expectativas sobre a profissão docente e sobre ser professor, a partir do contato direto com a realidade escolar.”
  • 18. Terceiro conto: Ser professora. A fase de ser professora foi recebida com ansiedade e medo. Ansiedade em experimentar de estar do outro lado da questão, deixar de ser aluno e ser professor. A responsabilidade em estar a frente de uma turma é fato e nem sempre confortável. Medo em se expor à uma turma relativamente grande e com suas próprias opiniões. O primeiro dia é sempre mais tenso, a distância, insegurança em termos de comportamento dentre tantas outras emoções faz com que tudo se torne mais complicado. Com sorte, eu tive uma estrutura boa para segurar as emoções... A turma era ótima, a direção sempre a disposição e uma orientadora que deu todo suporte, isto em acordo com o pensamento de Baccon & Arruda (2010), que afirmam que “a experiência proporcionada pelo estágio supervisionado pode depender das expectativas dos licenciandos, das relações que eles possam estabelecer com a escola e com os professores de sala e da preparação prévia realizada pela universidade”.
  • 19. Para me aproximar da turma abusei de conversas informais, tentando entender um pouco de cada aluno. Foram prosas entre uma aula e outra, entre um intervalo ou na saída do Colégio. Compreendi assim a necessidade de alguns com a Biologia, em escrever, em se expor à toda turma... Entendi que cada um tem a sua individualidade e como me comportar frente às diferenças. Estratégias de Aproximação
  • 20. É notável que nos dias de hoje a Instituição Escolar se importe cada vez menos com a vida do aluno. Filmes como Preciosa (2010), O Substituto (1996) relatam este fato e que por fim só acusam a falta de interesse do aluno com as aulas. Conversar e tentar entender a situação de um adolescente e sua falta de rendimento pode ser um primeiro passo para melhoria da educação e melhor rendimento da aula.
  • 21. Silva (2009) explica que: No interior da escola, há elementos sinalizam a qualidade social da educação, entre eles, a organização do trabalho pedagógico e gestão da escola; os projetos escolares; as formas de interlocução da escola com as famílias; o ambiente saudável; a política de inclusão efetiva; o respeito às diferenças e o diálogo como premissa básica; o trabalho colaborativo e as práticas efetivas de funcionamento dos colegiados e/ou dos conselhos escolares. E durante minha temporada no Colégio Estadual Pedro Ribeiro Pessoa, eu notei que estes quesitos são confirmados no cotidiano escolar.
  • 22. Terceiro conto: Ser professora - primeira semana Cheguei ao Colégio por volta das 08H:10min. Dirigindo-me a direção confirmei a minha presença a diretora Olga e fui para a sala dos professores aguardar o início da aula com a turma. Pouco tempo depois três alunos foram conversar com a diretora Olga pelo adiantamento da aula de Biologia, pois nenhum professor ainda tinha dado aula no dia. A diretora Olga conversou comigo, procurando saber se haveria problema em adiantar a aula, que eu afirmei que não. Assim, pedi o DataShow® emprestado e pedi para que os alunos se dirigissem a sala de vídeo para iniciarmos a aula. Enquanto os alunos não chegavam a sala de vídeo, tentei montar o DataShow®, porém por infelicidade, não consegui, pensando em um plano B, havia salvo a aula em .JPEG no Pendrive, no qual tentei conectar a TV Pen drive e também não obtive sucesso. Nesse momento os alunos há estavam acomodados na sala de vídeo, e fui forçada a iniciar a aula por volta das 08H:30min. através de um notebook para uma turma de cerca de 25 alunos, pois parte dos alunos já haviam ido embora nos primeiros horários, pela ausência de professor no Colégio. A visualização dos slides para alguns alunos ficou complicada, pelo fato de o notebook ter uma tela pequena para uma aula com imagens. Houve implicância de alguns alunos com aula, já que não conseguiam ver o que havia escrito e não concordavam em mudar de lugar.
  • 23. A aula então seguiu com o esclarecimento de algumas dúvidas sobre os tecidos estudados e logo após abrindo espaço para um pequeno debate sobre células-tronco e suas implicações, pois acho interessante que na atualidade eles saibam discutir sobre assuntos que estão evidentes vem sofrendo tantas críticas e em acordo com a opinião de Nascimento & Alvetti(2006), “ no mundo contemporâneo esses conhecimentos, quando contextualizados socialmente, tornam- se importantes tanto para a inserção do cidadão no mercado de trabalho quanto para uma melhor compreensão dos fenômenos da natureza bem como dos artefatos tecnológicos que estão à sua volta”. Porém no decorrer do debate vi que os alunos traziam ideias prontas da mídia sobre o que estava sendo questionado e assim conotei com o pensamento de Pedrancini (2007) que disse que “ as concepções trazidas pelos alunos refletem este quadro e são fortemente influenciadas pela mídia o que na verdade não garante que elas estejam embasadas por conhecimento científico consistente”. A aula terminou às 11:15h. Com o recebimento do quadro comparativo de cinco trios, vendo que muitos alunos ainda não haviam conseguido acabar a atividade, eu estendi o prazo de entrega. Ficando cerca de meia hora livre para resolução da atividade, muitos grupos optaram por acabar em sala e outros em casa, sendo assim liberados por volta das 11:15h.
  • 24. Terceiro conto: Ser professora - Segunda semana A aula começou por volta das 09:20h. pois a maioria da turma prefere que comece a aula antes, para que possam sair mais cedo. Fiz uma pequena revisão do que havia sido dado na semana anterior e dei inicio a aula. Usando a TV Pen Drive, fui mostrando imagens e apresentando o assunto aos alunos. Houve pouco interesse da turma, a maioria saia da sala ou não prestava atenção no assunto que estava sendo exposto. Até que ao perguntar o que incomodava eles, alguns responderam que preferia uma aula com o quadro, do que com uso da TV Pen Drive, o que me fez retrucar perguntando se não era mais didático eles observarem as imagens, pois eu acreditei que o uso de recursos tecnológicos vem a ser mais uma ponte no estreitamento da relação teoria-prática, além de melhorar a visualização do conteúdo e Faria (2004) nos fala que “na sala de aula o uso do computador melhorou a qualidade da apresentação, através do aplicativo PowerPoint que pode ser usado de forma de multimídia (data show).” O que foi respondido pela maioria era que o assunto era melhor absorvido quando eles escreviam e o recurso que eu estava utilizando não auxiliava.
  • 25. Acabei minha aula com uso do recurso e combinei com eles que a partir de então as aulas seriam realizadas com uso do quadro, onde seria exposto um pequeno esquema, e com o uso da TV Pen Drive eu abordaria as imagens necessárias. Quando comecei a refletir sobre o assunto e me colocar no lugar do estudante de 2º ano, percebi que realmente um professor que não escreve nada acaba por ajudar o aluno se distrair na aula e este momento de reflexão me deixou ver que eu teria que mudar minhas aulas para que meus alunos pudessem entender melhor o conteúdo. “Analisando a literatura sobre a pesquisa educacional brasileira, nota-se que o momento atual é caracterizado por uma postura reflexiva, isto é, um ‘interesse em rever e analisar criticamente o que vem sendo produzido na área’ e em buscar caminhos para seu contínuo aprimoramento “(TEIXEIRA & NETO, 2006 apud ANDRÉ, 2001). Então aula durou até as 11:10h sem aplicação da atividade, pois a maioria se recusou a fazer a atividade por motivos (segundo eles) de preguiça e fome. Eu optei por não realizar mais a atividade, pois o tempo para abordar todo o assunto da unidade é pequeno, e tomaria tempo de outras aulas, que julgo mais importantes para compor o conhecimento deles.
  • 26. Terceiro conto: Ser professora - terceira semana Sem dúvidas os alunos preferem aulas onde eles possam aplicar seus conhecimentos e ver o que está sendo estudado em momento real. Como de costume, cheguei na escola antes das 09:00h e como de rotina, me dirigi a direção, afirmando minha presença no Colégio, peguei as chaves da sala de ciências e o controle da TV Pen Drive e me dirigi para arrumação da sala onde ocorreria a aula. Cruzando no corredor com um de meus alunos, o mesmo questionou o que eu levava em mãos, quando comentei que haveria uma aula diferente com uso de um coração de boi para mostrar melhor a circulação o aluno se encantou, me acompanhando até a sala de ciências e fazendo tantos outros questionamentos. Não muito tempo depois, outros alunos foram me questionar a mesma coisa e demostravam muito mais interesse e apreensão pelo início da aula.
  • 27. A aula começou as 09:20h com a sala cheia, e não somente meus alunos compunham a turma, outros alunos de outras turmas, foram assistir a aula prática. Adorei o ritmo da aula. Fiz como eles haviam pedido, esquema rápido no quadro, uso da TV Pen Drive para mostrar imagens. O coração de boi deixou muitos alunos encantados pela aula e pela Biologia e em acordo com este momento Moreira (2003) afirma meu comentário, “explicitando que a importância da experimentação no ensino de biologia é praticamente inquestionável.” A aula passou das 11:30h. Logo após a aula apliquei um estudo dirigido com os assuntos de circulação e digestão, onde a maioria começou a responder ainda em sala com uso do livro didático, pois como afirma Nascimento & Alvetti (2006), “a importância do livro didático (LD) para a organização do trabalho docente é inegável”, pois auxilia no trabalho acadêmico, porém não acho correto que o LD seja a única fonte para compor uma aula, já que nos dias de hoje existe uma gama de recursos que podem ser utilizados à nosso favor.
  • 28. Terceiro conto: Ser professora – Quarta semana Neste dia cheguei mais tarde que o de costume, já passava das 09:00h e a professora da disciplina Estágio Supervisionado II, havia ido me observar. Fui à sala dos alunos avisá-los de minha presença na instituição e dirigi-me como o de costume a diretora Olga, para informar de minha presença no Colégio e peguei em empréstimo as chaves da sala de Ciências. Preparei a sala como o de costume, esquema no quadro para ganhar tempo em sala, imagens na TV Pen Drive e separação das maquetes necessárias para seguimento da aula. Os alunos demoraram de subir para aula, por este motivo, iniciei a aula com apenas 4 alunos por volta das 10:05h Logo após os alunos chegaram em sala e se acomodaram, mostrei os animais conservados de mão-em-mão. Os alunos se mostraram bastante interessados e curiosos com os espécimes, ainda que conservados em álcool.
  • 29.
  • 30. Terceiro conto: Ser professora – Quinta semana Cheguei na instituição por volta das 09:50h avisei minha presença na direção e secretaria do colégio, e fui na sala avisar os alunos sobre minha presença. Me dirigi a secretária para pegar a chave da sala de vídeo e o Data Show, que por erro de determinada funcionária ao verificar o agendamento, entregou o aparelho a outro professor, apesar do atraso o problema foi resolvido com a entrega de um Data Show do curso técnico. Fui montar o aparelho em sala, onde o esquema já estava pronto. Os alunos ficaram esperando até o aparelho ficar pronto e rodar os filmes. A aula teórica foi realizada em forma de resumo, os pontos mais importantes foram citados e logo depois os vídeos foram passados no projetor.
  • 31. Os alunos gostaram da aula, e já que os vídeos traziam imagem internas do corpo humano. Lepienski & Pinho (2005), afirmam que “equipamentos audiovisuais são talvez um dos recursos didáticos mais utilizados e há consenso de que são aliados importantes para facilitar a aprendizagem, tornando o processo educativo mais atraente e dinâmico“. “Reforçando o papel do professor, que deve deixar de ser apenas o repassador de conhecimentos - o computador pode fazer isto de modo eficiente - e passar a ser o criador de situações de aprendizagem e o mediador do processo de desenvolvimento intelectual do aluno” (GIANOTTO & DINIZ, 2010 apud VYGOTSKY, 1984; PALANGANA, 2001; BEHRENS, 2003; MORAN, 2003a; OLIVEIRA, 2003). A aula terminou por volta das 11:50h a atividade avaliativa ficou marcada para o dia 01.12.2010 com os assuntos desta aula. Desmontei os aparelhos e levei para a secretaria por volta das 12H:00min. com ajuda de alguns dos alunos, que me acompanharam até o ponto de taxi.
  • 32. Terceiro conto: Ser professora – Sexta semana A aula começou no horário normal e a atividade avaliativa foi em dupla com uso dos livros da biblioteca. Não houve problemas maiores, apenas alguns alunos comentaram que estudavam em uma instituição pública e não privada, por isto mereciam uma prova simples com questões mais óbvias. Eu retruquei, pois tudo que foi abordado na atividade avaliativa foi esclarecido anteriormente em sala. Mas os alunos não demonstraram enraivados ou sem estímulo para a atividade.
  • 33. Aula prática A ideia em fazer uma aula prática foi em prender a atenção dos alunos em sala de aula, fazerem eles entenderem como realmente funciona um organismo vivo... Segundo Lepienski & Pinho(2005) “apesar dos constantes avanços da ciência e das tecnologias observa-se que o ensino de Biologia permanece ainda, restrito às aulas expositivas com mínima participação dos alunos”, e eu quis fazer uma mudança deste contexto em minha realidade como professora. A aula foi sobre circulação e o objeto usado foi um coração de bovino. A escolha foi clara, o tamanho e praticidade em se conseguir um coração bovino. A aula foi bem aceita, antes houve uma prévia com uso da TV Pen drive e tópicos no quadro, a intenção era destacar pontos importantes e não despistar o fato de uma aula prática ser motivo de brincadeira ou hora vaga para os alunos.
  • 34. Aula prática Concordando com FERNANDES (1998), “a maioria dos alunos vê a biologia apresentada em sala, como uma disciplina cheia de nomes, ciclos e tabelas a serem decorados, enfim, uma disciplina chata”, eu quis fazer diferente.”
  • 35. Músicas durante as aulas Não havia sido uma ideia planejada levar músicas para ouvir durante as aulas. Tudo foi em forma de improviso quando notei que alguns alunos ouviam em seus celulares músicas de seus times de futebol, em primeiro momento pensei em brigar, dizer que era errado e uma falta de respeito com a professora... Ao invés disto, brinquei falando do time pelo qual eu torcia e sugeri ouvir musicas mais agradaveis e que todos gostassem... Como levava o notebook sempre para as aulas, peguei minha lista de músicas e pus pra reproduzir... Os alunos se assustaram, falaram que não era comportamento de professora... E que outros professores se vissem este comportamento nos alunos em sala, expulsariam até da aula. Ouvimos algumas músicas de gostos parecidos... Legião Urbana, Nando Reis e Silvano Sales. Senti que os alunos se acalmaram e prestaram mais atenção na aula... Eles gostaram da espontaneidade.
  • 36. Músicas durante as aulas “Na concepção de música como discurso no sentido de argumento troca de idéias, ‘expressão do pensamento’ e forma simbólica” (Swanwick, 2003), percebi que esta atitude me aproximou mais deles, senti que eles me viram não mais como uma professora ditatorial e sim como uma educadora apta a troca de ideias e um ser humano como eles. “A música é comparada a uma metáfora onde articulamos a estrutura musical com nossa estrutura psicológica, resíduos de nossas experiências de vida , de caráter afetivo e subjetivo” (Swanwick, 2003)
  • 37. Uso de Data Show e Tv Pen Drive Como já sabemos, as questões científicas e tecnológicas passaram a ter grande influência no cotidiano de toda sociedade. Para Fernandes (1998), “os slides permitem uma projeção de alta resolução, enfatizando cores, beleza e detalhes, visíveis de qualquer ponto de uma sala de aula, porém as imagens em si não asseguram nenhum aprendizado.” Por isto aliva as minhas aulas com resumos, tópicos e fotocópias e o LD para ajudar os alunos.
  • 38. Esta estratégia foi usada como ponto de fixação do assunto que foi dado teoricamente em sala. Os filmes usados foram baixados do site do youtube.com no formato .mpeg e colocados no Uso de Filmes notebook e projetado com auxílio do Data Show. A turma aceitou muito bem à ideia de filmes, e já conheciam este método por outros professores. Sem contar que a apresentação de filmes em aula ajuda o decorrer do assunto, tanto como fixação como na aceleração de conteúdos.
  • 39. Uso de outros materiais O uso de materiais como animais fixados em formol e maquetes ou pranchas, foi ótimo! Primeiramente porque eram materiais que não eram usados por nenhum professor (assim como a sala de ciências) e por isso deixado em segundo plano, porém foi bem recebido pelos alunos e o tamanho e complexidade das figuras estimularam a curiosidade nos alunos.
  • 40. O livro didático A importância do livro didático (LD) para a organização do trabalho docente é inegável (NASCIMENTO & ALVETTI, 2006). É um recurso de fácil acesso e cedido aos alunos de rede pública gratuitamente. Porém sou contra que nos dias de hoje o único recurso didático seja o LD. Atualmente a web disponibiliza, jogos, vídeos, aulas práticas, textos e trabalhos que fazem com que o LD seja apenas mais um recurso... E não o único e exclusivo. O que notei é que apesar de tanta inovação, os alunos ainda se prendem a usar apenas uma fonte de conhecimento e que o professor não explore este outra oportunidade que é a internet. O livro didático adotado pela escola é PAULINO (2009), que na minha opinião deixa a desejar em termos de detalhes. Eu então, aliava o LD adotado pela escola com outros, como: LOPES & ROSSO (2005) AMABIS & MARTHO (2006).
  • 41. O que eu posso dizer depois de tantas emoções... Boas e não tão boas... É que realmente a vida não pára. O estágio para mim se deu em uma fase complicada, onde eu tinha que me deslocar em três cidades diferentes. O desgaste físico e mental era evidente. Contudo eu me descobri muito mais forte e resistente e consegui encarar esta situação de maneira que há tempos atrás eu recusaria. Eu cresci em ver a realidade de alguns de meus alunos com que acordavam muito cedo e tinham que se deslocar da zona rural pra poder ter acesso a um pouco mais de educação, e encarar fatos que para mim não eram cotidiano. Me senti orgulhosa em poder trocar um pouco de meu conhecimento à eles (sempre gostei de me envolver com a comunidade... Transmitir de conhecimento) e também triste em não ter tido tempo suficiente (parece bobagem, mas eu passei mais tempo viajando que em casa) em planejar aulas mais dinâmicas... Sei lá, sempre fica um gosto de que poderia ter feito algo mais. Mesmo assim, estou muito orgulhosa por ter cumprido este ciclo com tanta determinação.
  • 42.
  • 43. E como foi iniciada esta história... Era uma vez... Só que desta vez, era uma vez uma aluna de Biologia que não acreditava que ser professor era uma boa opção, que o desgaste não era recompensado... Mais que descobriu que vale a pena trocar conhecimentos, causar a dúvida e a solução na cabeça do aluno, por que assim deixou claro Faria (2004): “Professor passa da escola centrada nos conhecimentos, onde o Mestre tem domínio absoluto do que está propondo para uma visão de professor que, ao construir o conhecimento junto com seus alunos, questiona, duvida, enfrenta conflitos, contradições e divergências, enriquecendo tais ações pelo apoio na tecnologia.” Descobriu que vale a pena ser professor, não pelo dinheiro, mas pela recompensa em fazer parte da transformação de um cidadão. Continua...
  • 45. Agradecimentos Gostaria de expor toda a minha gratidão à professora-orientadora Cláudia Regina Teixeira de Souza pela paciência, disposição e auxílio total neste processo acadêmico e afirmo que se não fosse a sua paixão expressada pela docência, minha visão sobre “ser professor” não teria a solidez que se apresenta neste momento. Ao colégio que estagiei e toda simpatia e carisma da direção (Olga e Jó) e as “meninas” da secretaria. À minha xará Rejane Cruz que me aceitou neste processo. Aos meus queridos alunos da turma 2M1 que me acolheram e deram forças para que este ciclo se completasse com tantas lembranças boas. Aos companheiros, Cris, Edi e Mona e Lu pelos momentos de paciência, descontração, atenção e ajuda.
  • 46. Referência Bibliográfica ALMEIDA, Jane Soares de. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. Caderno de Pesquisa. N. 93. São Paulo, 1995. 22-31p. AMABIS, José Mariano & MARTHO, Gilberto Rodrigues. Fundamentos da Biologia Moderna. ed. 4. Editora Moderna. São Paulo, 2006. BACCON, Ana Lúcia Pereira & ARRUDA, Sérgio de Melo. Os saberes docentes na formação inicial do professor de física: Elaborando sentidos para o estágio supervisionado. Revista Ciência e Educação. vol. 16. n.3. 2010. 507-524p. CARDOSO, F.H. Mãos à obra, Brasil: proposta de governo. 5. ed. Brasília, DF, 1994. FARIA, Elaine Turk. O professor e as novas tecnologias. ENRICONE, Délcia (Org.). Ser Professor. 4. ed. EDIPUCRS. Porto Alegre, 2004. 57-72p. FERNANDES, H. L. Um naturalista na sala de aula. Ciência & Ensino. Campinas, Vol. 5, 1998. GIANOTTO, Dúlcineia Ester Pagani & DINIZ, Renato Eugênio da Silva. Formação inicial de professores de biologia: A metodologia colaborativa mediada pelo computador e a aprendizagem para a docência. Revista Ciência e Educação. vol. 16. n. 3. 2010. 631- 648p. LEPIENSKI, Luis Marcos & PINHO, Kátia Elisa Prus. Recursos didáticos no ensino de biologia e ciências. 2005. Disponível em: <www.diadiaeducação.pr.gov.br> LOPES, Sônia & ROSSO, Sérgio. Biologia. vol. único. Editora Saraiva, São Paulo, 2005.
  • 47. MOREIRA, M. L.; DINIZ, R. E. S. O laboratório de Biologia no Ensino Médio: infraestrutura e outros aspectos relevantes. In: Universidade Estadual Paulista – Pró-Reitoria de Graduação. (Org.). Núcleos de Ensino. São Paulo: Editora da UNESP, Vol. 1, p. 295-305, 2003. NASCIMENTO, Tatiana Galieta & ALVETTI, Marco A. S. Temas científicos conteporâneos no ensino de biologia e física. Revista Ciência e Ensino. vol. 1. n. 1. dez. 2006. PAULINO, Wilson Roberto. Biologia: Seres Vivos e Fisiologia. vol II. ed. 1. Editora Ática. São Paulo, 2005. PEDRANCINI, V. D.; CORAZZA-NUNES, M. J.; GALUCH, M. T. B.; MOREIRA, A. L. O . R.; RIBEIRO, A. C. Ensino e aprendizagem de Biologia no ensino médio e a apropriação do saber científico e biotecnológico. Revista Electrônica de Enseñanza de lãs Ciências. Vol. 6, n. 2, p. 299-309, 2007. disponível em: <http://www.saum.uvigo.es/reec> SILVA, Maria Abadia da. Qualidade social da educação pública: Algumas Aproximações. Cad. Cedes. vol. 29. n. 78. mai-jun. Campinas, 2009. 216-226p. SWANWICK, Keith. Ensinando Música Musicalmente. Tradução de Alda Oliveira e Cristina Tourinho. São Paulo: Moderna, 2003. TEIXEIRA, Paulo Marcelo Marini & NETO, Jorge Megid. Investigando a pesquisa educacional. Um estudo enfocando dissertações e teses sobre o ensino de biologia no Brasil. Rev. Investigação em Ensino de Ciências. vol. 11. 2006. 261-262p.