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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OU BARBÁRIE
Fernando Alcoforado*
RESUMO
Este artigo tem por objetivo demonstrar que o desenvolvimento sustentável é uma
exigência para a própria sobrevivência da humanidade porque se defronta com duas
grandes ameaças. Uma delas, de natureza econômica, é representada pela crise geral do
sistema capitalista mundial que tende a conduzir a economia mundial à depressão. Outra
ameaça, de natureza ambiental, é representada pelo esgotamento dos recursos naturais
do planeta, o crescimento desordenado das cidades e a catastrófica mudança climática
global. A responsabilidade socioambiental dos governos, das empresas e dos indivíduos
é decisiva para que o desenvolvimento sustentável se imponha globalmente, bem como
a atuação de lideranças sustentáveis no sentido de evitar a barbárie que resultaria com a
manutenção do modelo econômico atual.
.
ABSTRACT
This article aims to demonstrate that sustainable development is a requirement for the
survival of humanity because it faces two major threats. One of them, of an economic
nature, is represented by the general crisis of the world capitalist system that tends to
drive the world economy into depression. Another threat, environmental, is represented
by the depletion of natural resources of the planet, the uncontrolled growth of cities and
the catastrophic global climate change. The environmental responsibility of
governments, businesses and individuals is crucial for sustainable development to exist
globally, as well as the performance of sustainable leadership to avoid barbarism that
would result in the maintenance of the current economic model.
Palavras chaves: O desenvolvimento sustentável. Ameaças à sobrevivência da
humanidade. A ameaça da crise econômica mundial. A ameaça do esgotamento dos
recursos naturais. A ameaça do crescimento desordenado das cidades. A ameaça da
mudança climática global. A responsabilidade socioambiental dos governos, das
empresas e dos indivíduos. Liderança sustentável.
Keywords: Sustainable development. Threats to the survival of humanity. The threat of
global economic crisis. The threat of depletion of natural resources. The threat of
unplanned growth of cities. The threat of global climate change. The environmental
responsibility of governments, companies and individuals. Sustainable leadership.
1. Introdução
O desenvolvimento sustentável é uma exigência para a própria sobrevivência da
humanidade porque na era em que vivemos, a humanidade se defronta com duas
grandes ameaças. Uma delas, de natureza econômica, é representada pela crise geral do
sistema capitalista mundial que tende a conduzir a economia mundial à depressão com a
falência dos governos, a quebradeira de empresas, o desemprego em massa e até mesmo
a eclosão de guerras civis e uma nova conflagração mundial como já ocorreu no século
XX com a 1ª e a 2ª Guerra Mundial. Outra ameaça, de natureza ambiental, é
representada pelo esgotamento dos recursos naturais do planeta, o crescimento
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desordenado das cidades e a catastrófica mudança climática global que tende a produzir
graves repercussões sobre as atividades econômicas e o agravamento dos problemas
sociais da humanidade.
Para evitar o futuro catastrófico que se prenuncia para a humanidade resultante das
ameaças econômica e ambiental, é imprescindível que haja o comprometimento dos
governos, do setor produtivo público e privado e dos indivíduos com o modelo de
desenvolvimento sustentável. Isto significa dizer que a responsabilidade socioambiental
deve ser assumida por governos, empresas e indivíduos. Para ter sucesso, o
desenvolvimento sustentável requer a existência de liderança sustentável que deve atuar,
ao nível dos governos, das empresas e da Sociedade Civil, no sentido de evitar a
barbárie que resultaria com a manutenção do modelo econômico atual.
2. A ameaça da crise econômica mundial
Eric Hobsbawn afirma que outra vez, estamos diante de uma crise fundamental do
capitalismo como ocorreu em 1873 e em 1929. A maioria dos economistas acreditava
que o livre mercado teria um crescimento econômico máximo, como também
proporcionaria um bem-estar máximo para o conjunto da população e que sempre
resolveria racionalmente os problemas que cria. Parece inacreditável, hoje, mas é fato
que a maioria dos economistas acreditou nisso durante mais de 30 anos (HOBSBAWN,
Eric. En la tercera crisis. Entrevista a Eric J. Hobsbawn. Revista “El Viejo Topo”
disponível no website <www.elviejotopo.com>, 2009.
Com a eclosão da crise em 2008, os governos dos países capitalistas centrais tiveram
que intervir como na década de 1930 do século XX, que na época não tiveram êxito
imediato, mas não sabem como salvar o sistema da débâcle econômica generalizada que
está em curso. Segundo Hobsbawn, para haver uma mudança no sentido de uma nova
economia mundial, será preciso muito tempo. Macabramente, na década de 1930 do
século XX, já havia um programa para a solução da crise: a preparação da guerra. A
crise econômica mundial que se instalou em 1929 só terminou com a eclosão da 2ª
guerra Mundial. Na atualidade, a humanidade terá que enfrentar uma nova conflagração
mundial para salvar o sistema capitalista mundial? Esta conflagração poderá começar
no Oriente Médio com a intervenção militar das potências ocidentais na Síria ou no Irã?
Nouriel Roubini afirma que o crescimento mundial está em risco após 2013. Uma
“tempestade perfeita” de aflições orçamentárias nos Estados Unidos, abrandamento
econômico na China, reestruturação da dívida europeia e estagnação no Japão podem
combinar-se para afetar a economia mundial a partir de 2013. Quanto à China, Roubini
considera que o país pode enfrentar uma “aterrissagem difícil”, dentro de dois anos
porque o investimento chinês já representa quase 50 por cento do produto interno bruto
e sessenta anos de dados mostram que panoramas de sobreinvestimento têm conduzido
sempre a aterrissagens bruscas da economia, como sucedeu na ex-União Soviética nas
décadas de 1960 e 1970 e no leste asiático na década de 1990 (BLOG DO
PEDLOWSKI. Mundo poderá viver em 2013 “tempestade global” pior que 2008,
afirma Roubini postado no website <
http://pedlowski.blogspot.com.br/2012/07/nouriel-roubini-o-unico-que-previu.html>).
3
A Figura 1 apresentada a seguir mostra que a economia mundial apresenta evidente
declínio no PIB de 1980 a 2010, apesar da expansão registrada de 1995 a 2000. À
exceção da China, o PIB dos demais países apresenta declínio ou estagnação
econômica.
Figura 1- Evolução do PIB mundial
Fonte:FMI
A economia mundial caminha celeremente para a depressão porque os Estados Unidos,
União Europeia e China apresentam na atualidade desempenho econômico que põe em
xeque a recuperação da economia mundial. Além da crise profunda que atinge a União
Europeia, os Estados Unidos não apresentam sinais de recuperação com a alta do
desemprego que lá está ocorrendo e a China mostra sinais evidentes de desaceleração.
Paira no ar uma síndrome econômica desintegradora. Trata-se do atual endividamento
insuportável dos Estados soberanos da Europa e dos Estados Unidos. O Brasil que ficou
imune aos efeitos da crise mundial de 2008 apresenta no momento atual sinais de
deterioração econômica caracterizada pelo baixo crescimento do PIB e o retorno da
inflação que pode significar a existência de um processo de estagnação econômica com
inflação (estagflação).
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A crise atual é pior do que a de 1929-1933, porque é absolutamente global. O sistema
financeiro internacional já não funciona mais. Um fato indiscutível é que o Consenso de
Washington morreu e haverá depressão que durará muitos anos. Não há volta atrás para
o mercado absoluto que regeu os últimos 40 anos, desde a década de 1970, segundo
Hobsbawn. A crise global que começou em 2008 é, para a economia de mercado,
equivalente ao que foi a queda do Muro de Berlim em 1989. Além disso, esta depressão
pode levar, segundo Hobsbawn, a um novo sistema mundial. Há que se redesenhar tudo
em direção ao futuro.
3. A ameaça do esgotamento dos recursos naturais do planeta
Um fato indiscutível é o de que a humanidade já consome mais recursos naturais do que
o planeta é capaz de repor. O ritmo atual de consumo é uma ameaça para a prosperidade
futura da humanidade. Nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais do
planeta dobrou, devido à elevação do padrão de vida nos países ricos e emergentes e ao
aumento da população mundial. Hoje a humanidade utiliza 50% da água doce do
planeta. Em 40 anos utilizará 80%. A distribuição geográfica da água doce é desigual.
Atualmente 1/3 da população mundial vive em regiões onde ela é escassa. O uso da
água imprópria para o consumo é responsável por 60% dos doentes do planeta. Metade
dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial
(VEJA.COM. Cai do Céu, mas pode faltar. Disponível no website
<http://veja.abril.com.br/300108/p_086.shtml>).
Apenas 12% das terras do planeta são cultiváveis. Nos últimos 30 anos dobrou o total
de terras cultiváveis atingidas por secas severas devido ao aquecimento global. Na
China a cada 2 anos uma área equivalente ao estado de Sergipe se transforma em
deserto. Das 200 espécies de peixe com maior interesse comercial, 120 são exploradas
além do nível sustentável. Neste ritmo, o volume de pescado disponível terá diminuído
em mais de 90% até 2050. Estima-se que 40% da área dos oceanos esteja gravemente
degradada pela ação do homem. Nos últimos 50 anos o número de zonas mortas cresceu
de 10 vezes (ABREU LIMA, Roberta e VIEIRA, Vanessa. O WWF alerta para o
esgotamento dos recursos naturais. Disponível no website
<http://arquivoetc.blogspot.com.br/2008/11/o-wwf-alerta-para-o-esgotamento-
dos.html>).
Desde 1961, a quantidade de gases poluentes despejada pelo homem na atmosfera
cresceu 10 vezes. Essa descarga acelera o aquecimento do planeta provocando secas,
inundações, extinção de espécies e a possibilidade de elevação do nível dos mares de até
7 metros se ocorrer o degelo dos polos, da Groenlândia e das cordilheiras do Himalaia,
dos Alpes e dos Andes da qual resultaria o desaparecimento de muitas ilhas e cidades
litorâneas. A redução desde 1970 até hoje de espécimes terrestres é de 33%, espécimes
marinhos corresponde a 14%; e de espécimes de água doce é de 35%. A população
mundial cresce aproximadamente 80 milhões por ano agravando a demanda por água e
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seus serviços (WWF BRASIL. Planeta Vivo 2008. Disponível no website
<http://assets.wwf.org.br/downloads/sumario_imprensa_relatorio_planeta_vivo_2008_2
8_10_08.pdf>).
Relatório da ONU sobre o uso da água confirma que, sem medidas contra o desperdício
e a favor do consumo sustentável, o acesso à água potável e ao saneamento serão ainda
mais reduzidos (SOS RIOS DO BRASIL. Bilhões sofrerão com falta de água e
saneamento, diz relatório da ONU. Disponível no website
<http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2009/03/bilhoes-sofrerao-com-falta-de-agua-
e.html>). Este Relatório da ONU estima que 5 bilhões de pessoas sofrerão com a falta
de saneamento básico em 2030. No mundo existe 1,197 bilhão de pessoas sem acesso à
água potável e 2,742 bilhões sem saneamento básico (dados do Relatório de
Desenvolvimento Humano de 2004) e, no Brasil, existe mais de 45 milhões de
habitantes sem acesso à água potável e mais de 90 milhões sem acesso à rede de esgoto
(dados do IBGE em 2004). De acordo com a ONU, 41% da superfície atual do planeta
são formadas por áreas secas, como o semiárido brasileiro, e 2 bilhões de pessoas vivem
nessas áreas. Todas essas pessoas, de regiões secas ou úmidas, não têm acesso à água
para beber (TAGUCHI, Clarissa. Ver para crer: uma guerra pela água pode estar
prestes a ser travada. Disponível no website
<http://panoramaecologia.blogspot.com.br/2006/03/ver-para-crer-uma-guerra-pela-gua-
pode.html>).
A água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição
internacional pelos recursos hídricos. Muitos países constroem grandes represas
desviando a água dos sistemas naturais de drenagem dos rios em prejuízo de outros. Os
principais conflitos pela água no mundo atual envolvem Israel, Jordânia e Palestina pelo
Rio Jordão, Turquia e Síria pelo Rio Eufrates, China e Índia pelo Rio Brahmaputra,
Botswana, Angola e Namíbia pelo Rio Okavango, Etiópia, Uganda, Sudão e Egito pelo
Rio Nilo e Bangladesh e Índia pelo Rio Ganges. No continente americano, o conflito
entre Estados Unidos e México pela água do Rio Colorado se intensificou em anos
recentes (SHIVA, Vandana. As guerras pelos recursos naturais. Disponível no website
<http://www.tierramerica.net/portugues/2006/0617/pgrandesplumas.shtml>).
Se os países capitalistas periféricos copiarem os padrões dos países capitalistas
desenvolvidos, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria
10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes (WWF BRASIL. O que é desenvolvimento
sustentável?. Disponível no website
<http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust
entavel/>). Quanto aos recursos minerais, o ferro, alumínio e possivelmente o titânio são
abundantes na crosta terrestre cujas reservas podem ser consideradas ilimitadas. No
entanto, os demais minerais não renováveis formados por processos geológicos em
milhões de anos apresentam reservas que se reduzem continuamente sendo tão escassos
e preciosos quanto os combustíveis fósseis (MEADOWS, Donella et alli. Beyond the
limits. Vermont: Chelsea Green Publishing Company, 1992).
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Nos últimos dois séculos a extração dos recursos minerais tornou-se mais intensa,
retirando volumes cada vez maiores da natureza. A preocupação é que a maioria desses
recursos não é renovável, ou seja, não são repostos pela natureza. Se o ritmo de extração
continuar como está, a humanidade certamente verá alguns minérios extinguir-se. Com
base em reservas existentes hoje, determinados recursos minerais já possuem uma
possível data para se esgotar, dentre eles podemos citar o ouro, o estanho e o níquel. As
reservas de ouro devem findar-se por volta do ano de 2020. O estanho deve se esgotar
por volta do ano de 2020. A data prevista para o fim das reservas de níquel no planeta é
em torno de 2050. Muitos cientistas afirmam que o petróleo se esgotará por volta de
2070 (BRASIL ESCOLA. O esgotamento de alguns minérios. Disponível no website
<http://www.brasilescola.com/geografia/o-esgotamento-alguns-minerios.htm>).
A competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior fonte potencial de
conflitos mundiais. O crescimento da demanda por petróleo vai superar a oferta global
em 2020 ou 2025, apontando que o mundo vive "o crepúsculo do petróleo", isto é, um
momento de transição entre a abundância e a escassez. A disputa pelo petróleo que
ainda resta levará a um estado de guerra permanente, caracterizado pela presença de
grandes potências em suas regiões produtoras. No passado, as grandes empresas do
setor descobriam mais petróleo por ano do que eram capazes de extrair, o que não
acontece mais hoje em dia. Está havendo na atualidade mais extração de petróleo do que
a capacidade de repor com novas descobertas (BRAFMAN, Luciana. Disputa por
petróleo leva a estado de guerra permanente. Disponível no web site
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1710200520.htm>).
Tudo leva a crer que as guerras do Século XXI terão como fulcro a batalha por recursos
naturais que tendem a não suprir as necessidades humanas. Nosso modelo de
desenvolvimento está atingindo seus limites. Com a falta de recursos naturais
necessários para sua sobrevivência e a ausência de um governo mundial que seja capaz
de mediar os conflitos, a humanidade tende a uma regressão à barbárie e ao
comportamento cruel. Para evitar este cenário catastrófico, é preciso que todos os
governos de todos os países do mundo celebrem um contrato social planetário que
possibilite o desenvolvimento econômico e social sustentável e o uso racional dos
recursos da natureza em benefício de toda a humanidade.
4. A ameaça do crescimento desordenado das cidades
A cidade tornou-se o principal habitat da humanidade. Pela primeira vez na história da
humanidade, mais da metade da população está vivendo em cidades. Esse número, 3,3
bilhões de pessoas, deve ultrapassar a marca dos 5 bilhões em 2030. No começo do
século XX a população urbana não ultrapassava 220 milhões de pessoas. O acesso a
emprego, serviços, equipamentos públicos e a um maior bem-estar econômico e social é
o seu maior atrativo para todos os que para ela se dirigem. Grande parte dos problemas
ambientais globais tem origem nas cidades o que faz com que dificilmente se possa
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atingir a sustentabilidade ao nível global sem torná-las sustentáveis (BEAUJEU-
GARNIER. J. Geografia Urbana. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1980). A
maior parte das cidades em todo o mundo cresce de forma desordenada, caótica. O
crescimento descontrolado das cidades no Brasil e no mundo ressalta, muitas vezes, a
falta de planejamento urbano gerando impactos irreversíveis nesses territórios, que se
refletem na sua qualidade ambiental.
O processo de urbanização ocorreu de forma significativa primeiramente nos países do
continente europeu, com o surgimento e desenvolvimento das indústrias durante o
século XVIII. A partir de 1950, esse processo tomou proporções em escala global. O
processo de industrialização se expandiu por vários países, atraindo cada vez mais
pessoas para as cidades. Porém, a urbanização sem um devido planejamento tem como
consequência vários problemas de ordem ambiental e social. O inchaço das cidades,
provocado pelo acúmulo de pessoas, e a falta de uma infraestrutura adequada gera
transtornos para a população urbana.
Impactos significativos no ambiente ocorrem em razão dos modos de produção e
consumo nos espaços urbanizados. Poluições, engarrafamentos, violência, desemprego,
etc., são aspectos comuns nas cidades. A poluição das águas é causada principalmente
pelo lançamento de efluentes indústrias e domésticos sem o devido tratamento. A
poluição atmosférica é um grande problema detectado nas cidades, isso ocorre devido
ao lançamento de gases tóxicos na atmosfera. O intenso fluxo de automóveis e as
indústrias são os principais responsáveis por esse tipo de poluição.
Outros problemas ambientais decorrentes da urbanização são: impermeabilização do
solo, poluição visual, poluição sonora, alterações climáticas, chuva ácida, ausência de
saneamento ambiental, falta de adequada destinação e tratamento dos resíduos sólidos,
efeito estufa, entre outros. A falta de um planejamento urbano eficaz compromete a
qualidade de vida da população urbana. O crescimento desordenado das cidades gera a
ocupação de locais inadequados para moradia, como áreas de elevada declividade,
fundos de vale, entre outras.
As cidades industrializadas exercem grande fator atrativo para parte da população
desencadeando fluxos migratórios em sua direção. Entretanto, parte dessa população
não possui qualificação profissional exigida pelo mercado de trabalho. Com isso, se
intensificam atividades como as desenvolvidas por vendedores ambulantes, coletores de
materiais recicláveis, flanelinhas, além da população em situação de rua, pois algumas
pessoas não conseguem obter renda suficiente para financiar locais adequados para a
habitação.
A criação das cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas têm contribuído para o
crescimento de impactos ambientais negativos. No ambiente urbano, determinados
aspectos culturais como o consumo de produtos industrializados e a necessidade da
água como recurso natural vital à vida, influenciam como se apresenta o ambiente. Os
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costumes e hábitos no uso da água e a produção de resíduos pelo exacerbado consumo
de bens materiais são responsáveis por parte das alterações e impactos ambientais.
Alterações ambientais físicas e biológicas ao longo do tempo modificam a paisagem e
comprometem ecossistemas. As alterações ambientais ocorrem por inumeráveis causas,
muitas denominadas naturais e outras oriundas de intervenções antrópicas, consideradas
não naturais. É fato que o desenvolvimento tecnológico contemporâneo e as culturas das
comunidades têm contribuído para que essas alterações no e do ambiente se
intensifiquem, especialmente no ambiente urbano. Atualmente a maior parte das pessoas
habita ambientes urbanos. Dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) (2004) indicam que no Brasil mais de 80% das pessoas são
moradores urbanos.
A acelerada urbanização e crescimento das cidades, especialmente a partir de meados
do século XX promoveram mudanças fisionômicas no Planeta, mais do que qualquer
outra atividade humana. A população do Brasil apresenta a mesma tendência mundial
de ocupação ambiental, ou seja, opta pelo ecossistema urbano como lar. A
transformação do Brasil de país rural para urbano ocorreu segundo um processo
predatório em essência, com acentuada exclusão social de classes da população menos
privilegiada que por não terem condições de aquisição de terrenos em áreas urbanas
estruturadas ocupam em sua maioria, terrenos que deveriam ser protegidos para
preservação das águas, encostas, fundos de vale entre outros.
É nas cidades que as dimensões social, econômica e ambiental do desenvolvimento
sustentável convergem mais intensamente, fazendo com que se torne necessário que
sejam pensadas, geridas e planejadas de acordo com o modelo de desenvolvimento
sustentável que tem por objetivo atender as necessidades atuais da população da Terra
sem comprometer seus recursos naturais, legando-os às gerações futuras. Significa dizer
que o modelo de desenvolvimento sustentável nas cidades deve ser adotado objetivando
a compatibilização dos fatores econômico e social com o meio ambiente. O que
caracteriza uma cidade sustentável? É o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento
ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e
ao lazer, para a atual e futuras gerações.
Cidades sustentáveis são cidades que possuem uma política de desenvolvimento
econômico e social compatibilizado com o meio ambiente natural e construído. Cidades
sustentáveis têm como diretriz o ordenamento e controle do uso do solo, de forma a
evitar a degradação dos recursos naturais. Uma cidade sustentável deve ter políticas
claras e abrangentes de saneamento, coleta e tratamento de lixo; gestão das águas, com
coleta, tratamento, economia e reuso; sistemas de transporte que privilegiem o
transporte de massas com qualidade e segurança; ações que preservem e ampliem áreas
verdes e uso de energias limpas e renováveis; enfim, administração pública transparente
e compartilhada com a sociedade civil organizada.
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Na época atual em que os problemas do aquecimento global podem levar à catástrofe
planetária, toda cidade tem que ter um plano de adaptação às mudanças climáticas,
principalmente aquelas sujeitas a eventos extremos. Cidades costeiras, por exemplo,
devem ter planejamento contra a elevação previsível do nível dos oceanos, devem se
preocupar com deslizamentos em encostas, enchentes, etc. resultantes da inclemência
das chuvas. Enfim, devem ter flexibilidade e adaptabilidade às novas exigências
climáticas. É preciso redesenhar o crescimento urbano das cidades de forma a integrá-lo
com o ambiente natural, recuperar suas praias e seus rios hoje bastante comprometidos
com o lançamento de esgotos, para que a cidade não receba uma resposta hostil do
ambiente natural.
Os planos diretores de desenvolvimento urbano das cidades devem revitalizar seu centro
antigo com a recuperação dos imóveis em estado de arruinamento e de seus logradouros
para que se tornem espaços de convivência pacífica e confortável para seus habitantes,
dotar todos os locais de boa infraestrutura urbana compatível com as necessidades de
sua população e promover a formação e manutenção de bairros autossuficientes para
evitar a expansão urbana desordenada de seu território.
Os planos diretores de desenvolvimento urbano devem dar prioridade ao adensamento e
desenvolvimento urbano no interior dos espaços construídos e à recuperação dos
ambientes degradados. As áreas de risco indevidamente ocupadas pelas populações de
baixa renda devem ser reurbanizadas ou, quando não for possível, promover a relocação
de seus habitantes com a construção de novas unidades habitacionais. São todos grandes
projetos que exigem vultosos recursos que criam atividades geradoras de emprego,
renda e bem-estar para a população.
O planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial de sua
população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua influência
deve evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre
o meio ambiente. Em toda cidade deve ser adotado um planejamento estratégico de
longo prazo com base no desenvolvimento sustentável.
5. A ameaça da mudança climática global
A mudança climática global deverá acontecer em consequência do aquecimento global
que resulta do efeito estufa provocado pela retenção de calor na baixa atmosfera da
Terra causada pela concentração de gases de diversos tipos. A Terra recebe radiação
emitida pelo Sol que é absorvida pela superfície terrestre aquecendo-a. Grande parte
desta radiação é devolvida para o espaço e a outra parte é absorvida pela camada de
gases que envolve a atmosfera provocando o efeito estufa. É em função deste fenômeno
natural, o efeito estufa, que temos uma temperatura média da Terra na faixa de 15ºC.
Sem este fenômeno, a temperatura média do Planeta seria de -18ºC (ALCOFORADO,
Fernando. Aquecimento global e catástrofe planetária. Santa Cruz do Rio Pardo: Viena
Gráfica e Editora, 2010).
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Os gases estufa (que impedem a dispersão do calor gerado pela superfície do Planeta,
após este receber a radiação solar) de maior concentração na Terra são o dióxido de
carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), compostos de
clorofluorcarbono (CFC) e o vapor de água (H2O). A maioria deles é proveniente da
queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e derivados), florestas e agricultura.
Os gases responsáveis pelo efeito estufa absorvem parte da radiação infravermelha
emitida pela superfície da Terra e irradiam por sua vez a energia absorvida de volta para
a superfície. Como resultado, a superfície da Terra recebe quase o dobro de energia da
atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30ºC mais quente do
que estaria sem a presença dos gases de estufa.
Para se manter em equilíbrio climático, o planeta Terra precisa receber a mesma
quantidade de energia que envia de volta para o espaço. Se ocorrer desequilíbrio por
algum motivo, o globo esquenta ou esfria até a temperatura atingir, mais uma vez, a
medida exata para a troca correta de calor. O equilíbrio climático natural foi rompido
pela Revolução Industrial. Desde o século XIX, as concentrações de dióxido de carbono
no ar aumentaram 30%, as de metano dobraram e as de óxido nitroso subiram 15%. O
aquecimento global é produzido pela atividade humana (antropogênico) no planeta e
também por processos naturais, como a decomposição da matéria orgânica e as
erupções vulcânicas, que produzem dez vezes mais gases que o homem. Por eras, os
processos naturais garantiram sozinhos a manutenção do efeito estufa, sem o qual a vida
não seria possível na Terra. Os gases responsáveis pelo aquecimento global derivados
da atividade humana são produzidos pelos combustíveis fósseis usados nos carros, nas
indústrias e nas termelétricas, pela produção agropecuária e pelas queimadas nas
florestas.
Se nada for feito para reverter o aquecimento global, a temperatura média do planeta
Terra deverá evoluir de 15º C para 19º C conforme está indicada na Figura 2, a seguir:
Figura 2- Temperatura média global e projeções
11
Fonte:.Revista Veja On-line, Aquecimento Global.
Tomando-se por base as conclusões de inúmeros estudos relacionados com o
aquecimento global, se nada for feito para reverter suas tendências atuais, suas
consequências são as seguintes:
 2 a 4,5 °C é a faixa de elevação que deve sofrer a temperatura média global até o
final deste século de acordo com estimativas feitas pelo IPCC- Painel
Intergovernamental de Mudança Climática da ONU.
 A calota polar irá desaparecer por completo dentro de 100 anos, de acordo com
estudos publicados pela National Sachetimes de Nova Iorque em julho de 2005. Isso
irá provocar o fim das correntes marítimas no Oceano Atlântico, o que fará que o
clima fique mais frio gerando a grande contradição de que aquecendo também
esfria.
 Até 2100, nível do mar pode aumentar de 1 a 7 metros se houver o degelo dos polos,
das cordilheiras e da Groenlândia
 40% das árvores da Amazônia podem desaparecer antes do final do século, caso a
temperatura suba de 2 a 3 graus.
 As florestas tropicais serão substituídas por savanas nas regiões onde houver
redução dos lençóis freáticos.
 O clima ficará mais frio apenas no hemisfério norte. Quanto ao resto do mundo a
temperatura média subirá e os padrões de secas e chuvas serão alterados em todo o
planeta.
 De 9 a 58% das espécies em terra e no mar vão ser extintas nas próximas décadas,
segundo diferentes hipóteses.
 Cerca de 20% a 30% de todas as espécies enfrentarão um "alto risco de extinção"
caso a temperatura média global aumente mais 1,5 a 2,5 graus Celsius em relação
aos níveis de 1990. Isto poderá acontecer até 2050.
 O efeito estufa contribuirá para diminuir a precipitação atmosférica em algumas
áreas do planeta fazendo com que nelas ocorram temperaturas mais elevadas e maior
evaporação
 Chuvas devem aumentar em cerca de 20% nas maiores latitudes
 Várias áreas do globo terrestre poderão ficar alagadas por causa da superabundância
de precipitações, resultando em extensas inundações
 2.000 quilômetros quadrados se transformarão em deserto devido à falta de chuvas
 O fluxo dos rios poderá diminuir em 50% ou mais podendo alguns deles secarem
completamente
 Importantes lençóis freáticos poderão ficar seriamente reduzidos, fazendo com que
os poços de irrigação sequem
 O excesso de gás carbônico na atmosfera está tornando os oceanos mais ácidos. Isso
enfraquece os corais, viveiros do mar, e os plânctons, base da cadeia alimentar
subaquática.
 Os recifes de corais provavelmente sofrerão fortes declínios
12
 Os mangues salgados e florestas pantaneiras poderão desaparecer com o aumento do
nível dos mares.
 O Ártico, devido ao maior aquecimento relativo, as pequenas ilhas Estados no
Pacífico com o aumento do nível dos mares, a zona ao sul do Saara da África devido
à seca e os deltas de rios densamente povoados na Ásia por causa de cheias sofrerão
bastante com a mudança climática
6. O imperativo do desenvolvimento sustentável
As duas ameaças, econômica e ambiental, tendem a produzir uma verdadeira crise de
humanidade que faz com que se torne um imperativo a construção em todo o planeta de
uma nova sociedade diferente da atual que atue de forma interdependente e racional
com objetivos comuns em cada país e em escala planetária sem a qual poderá ser
colocado em xeque a sobrevivência dos seres humanos e da vida na Terra. Com o
modelo atual de desenvolvimento não há como evitar a degradação do meio ambiente
do planeta com o esgotamento de seus recursos naturais, o crescimento desordenado das
cidades e a catastrófica mudança climática planetária. Para superar este problema, não
temos outra escolha senão a de adotar um novo modelo que concilie as exigências do
desenvolvimento com as do meio ambiente.
É por tudo isto que se torna um imperativo a implantação de um novo modelo
econômico denominado de “desenvolvimento sustentável” que se baseia em formas e
processos que, ao serem utilizados, não abalam a integridade do ambiente de que
dependem. A nova sociedade a ser construída teria que ser sustentável do ponto de vista
econômico, social e ambiental. O conceito de sustentabilidade transformou-se num
elemento chave no movimento global, crucial para encontrar soluções viáveis para
resolver os maiores problemas do mundo, se apoiando na tese de que uma sociedade
sustentável é aquela que satisfaz as necessidades da geração atual sem diminuir as
possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas.
Como construir uma sociedade sustentável? Trata-se de uma tarefa que diz respeito aos
governos, aos empresários e aos indivíduos de todos os países. Aos governos competem
adotar políticas de desenvolvimento que compatibilize os fatores econômicos, sociais e
ambientais no território nacional e buscar a celebração de um contrato social planetário
centrado no desenvolvimento sustentável em escala mundial. Aos empresários
competem adotar políticas corporativas de responsabilidade socioambiental nas
atividades produtivas. Aos indivíduos competem atuar conscientemente na defesa do
meio ambiente exigindo dos governos e das empresas a execução das políticas de
desenvolvimento sustentável e colaborar com os empresários nos locais de trabalho na
execução das políticas de responsabilidade socioambiental corporativa.
Os governos, empresários e indivíduos devem atuar visando a consecução dos objetivos
de desenvolvimento sustentável descritos a seguir:
1. Reduzir as emissões globais de carbono com a promoção de mudanças na atual
matriz energética mundial baseada fundamentalmente em combustíveis fósseis
13
(carvão e petróleo), por outro estruturado com base nos recursos energéticos
renováveis, na hidroeletricidade, na biomassa e nas fontes de energia solar e eólica
para evitar ou minimizar o aquecimento global e, consequentemente, a ocorrência
de mudanças catastróficas no clima da Terra.
2. Aperfeiçoar a eficiência energética desenvolvendo ações que levem à obtenção de
economias de energia na cidade e no campo, nas edificações, na agricultura, nas
indústrias e nos meios de transporte em geral contribuindo, dessa forma, para a
redução das emissões globais de carbono e, consequentemente, do efeito estufa.
3. Fazer com que os veículos automotores e equipamentos de usos domésticos,
agrícolas e industriais tenham maior rendimento, as edificações sejam projetadas
objetivando o máximo de economia de iluminação, refrigeração e calefação, a
agricultura e a indústria sejam modeladas no sentido de requererem o mínimo de
recursos energéticos e matérias-primas, contemplando também a autoprodução de
energia com o uso de resíduos de seus processos de produção com base na logística
reversa e, finalmente, a utilização de novas alternativas de transporte desde a
bicicleta até aqueles de alta capacidade baseadas em ferrovias, dentre outras
iniciativas.
4. Combater a poluição da terra, do ar e da água, reduzindo os desperdícios com a
reciclagem dos materiais atualmente utilizados e descartados. Nessa perspectiva, os
materiais essenciais só devem ser utilizados nos processos produtivos e em outras
aplicações apenas em último caso. Quando usados nas diversas aplicações, devem,
em primeiro lugar, ser reutilizados inúmeras vezes; em segundo lugar, devem ser
reciclados para formarem um novo produto; em terceiro lugar, devem ser
queimados de modo a extrair toda a energia que contenham e, apenas em última
instância, devem ser removidos para um aterro sanitário.
5. Ajustar o crescimento da população aos recursos disponíveis no planeta, reduzindo
suas taxas de natalidade, sobretudo nos países e regiões com elevadas taxas de
crescimento populacional.
6. Reduzir as desigualdades sociais, contemplando a adoção de medidas que
contribuam para o atendimento das necessidades básicas da população mundial, tais
como alimentos, vestuário, habitação, serviços de saúde, emprego e uma melhor
qualidade de vida. Para que haja desenvolvimento sustentável, é preciso, portanto,
que todos os seres humanos tenham atendidas suas necessidades básicas e lhes
sejam proporcionadas oportunidades de concretizar suas aspirações a uma vida
melhor.
7. Fazer com que o crescimento econômico e a riqueza dele resultante sejam
compartilhados por todos, os serviços de educação possibilitem ampliar os níveis
de qualificação para o trabalho e a cultura da população, os serviços de saúde sejam
eficazes no combate à mortalidade infantil e contribuam para o aumento da
expectativa de vida da população, todos os homens e mulheres tenham uma
habitação decente e que haja investimentos públicos e privados no nível necessário
que contribuam para a redução do desemprego em massa em decorrência da crise
geral do sistema capitalista mundial que se registra na atualidade e que tende a se
agravar no futuro.
14
Pode-se afirmar que a introdução do conceito de desenvolvimento sustentável
representa um grande desafio para a humanidade, porquanto afetará múltiplos interesses
de natureza econômica, além de implicar em profundas mudanças no estilo de
desenvolvimento da sociedade, a fim de que o crescimento econômico seja menos
intensivo no consumo de matérias-primas e energia e mais equitativo na distribuição
dos seus resultados para a população. É preciso, acima de tudo, que se realize uma
verdadeira revolução cultural em todo o planeta, a fim de que o paradigma do
desenvolvimento atual seja substituído pelo paradigma do desenvolvimento sustentável.
7. A responsabilidade socioambiental dos governos, das empresas e dos
indivíduos
Para evitar o futuro catastrófico que se prenuncia para a humanidade resultante da crise
econômica mundial que aponta para a depressão, do esgotamento dos recursos naturais
do planeta, do crescimento desordenado das cidades e da catastrófica mudança
climática, é imprescindível que haja o comprometimento dos governos, do setor
produtivo público e privado e dos indivíduos com o modelo de desenvolvimento
sustentável. Isto significa dizer que a responsabilidade socioambiental deve ser
assumida por governos, empresas e indivíduos.
A Responsabilidade Socioambiental a ser assumida pelos governos e empresas deve ser
adotada com o objetivo de conciliar inclusão social e conservação do meio ambiente. A
Responsabilidade Socioambiental corresponde a um compromisso dos governos e das
empresas em atender às demandas da sociedade. Diz respeito à necessidade de adotar,
respectivamente, políticas públicas e corporativas que contribuam para revisar os
modos de produção e padrões de consumo vigentes de tal forma que o desenvolvimento
econômico e social não seja alcançado a qualquer preço, mas ponderando-se os
impactos sociais e ambientais consequentes da atuação dos governos e das empresas.
A Responsabilidade Socioambiental dos governos corresponde ao compromisso de
atender às demandas da sociedade conciliando inclusão social e conservação do meio
ambiente. A Responsabilidade Socioambiental dos governos deve se traduzir na adoção
de políticas públicas que contribuam para conciliar os modos de produção e padrões de
consumo vigentes com o meio ambiente. Dentre as principais ações dos governos
podem ser citados os projetos de reciclagem com a adoção da logística reversa, de
saneamento básico (incluindo o tratamento do esgoto), de reflorestamento, de educação
ambiental, de coleta, disposição final e tratamento do lixo e de infraestrutura econômica
e social em geral
Produzir e distribuir seus produtos sem gerar danos e riscos ao meio ambiente e à sua
estratégia de mercado é uma das missões da Responsabilidade Socioambiental das
empresas, o que aumenta a conscientização de todos os envolvidos nas organizações e
sua responsabilidade perante a sociedade no uso comum do meio ambiente. Dentre as
principais ações das empresas podem ser citados os projetos de reciclagem, saneamento
15
(incluindo o tratamento do esgoto industrial), reflorestamento, educação ambiental e
coleta de lixo.
A Responsabilidade Socioambiental e/ou sustentabilidade social corporativa é o
comprometimento voluntário das organizações públicas e privadas com o
desenvolvimento da sociedade e a preservação do meio ambiente, consciente de que
estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Isso não é
assistencialismo, filantropia ou cumprimento das regras pré-estabelecidas, mas um
modelo de gestão de negócios onde sua atuação está relacionada às dimensões sociais,
econômicas e ambientais.
Assim, parte-se da premissa de que as organizações gerem receitas e se desenvolvam,
mas que também contribuam para que a sociedade se desenvolva consciente de que
todos os recursos naturais são finitos e devem ser utilizados de maneira responsável.
Esta missão impõe que as corporações devem administrar seus resultados, com foco nos
dados econômicos, sociais e ambientais com o compromisso de inserir as práticas de
sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental nas suas atividades diárias.
A Responsabilidade Socioambiental dos indivíduos se materializa na prática com sua
efetiva participação nas organizações da Sociedade Civil visando estabelecer exigências
para que os governos em todos os seus níveis e as empresas públicas e privadas
possuam metas de desenvolvimento sustentável e fiscalizar seu cumprimento. Além
disso, deve se empenhar em suas residências, em seu bairro, em suas cidades e em seu
país no sentido de que o desenvolvimento sustentável seja levado à prática.
Para ter sucesso, o desenvolvimento sustentável requer a existência de liderança
sustentável que é um tipo de liderança a ser empregada na gestão de diferentes
organizações como uma escola, uma empresa, uma cidade e até um país. Ela é
fundamentada em medidas que visam estabelecer o uso dos recursos ambientais para
saciar as necessidades da geração atual sem comprometer a satisfação das necessidades
das próximas gerações. Neste sentido, o líder sustentável deve atuar, ao nível dos
governos, das empresas e da Sociedade Civil, no sentido de que o progresso econômico
e social se realize sem comprometer o meio ambiente.
Em uma corporação, a liderança sustentável deve proporcionar resultados econômicos
com um maior aproveitamento dos recursos à disposição da empresa gerando mais
lucros com menor impacto ambiental. Já em um país, uma liderança sustentável deve
ser capaz de adaptar o emprego de recursos naturais como a água, as florestas e a terra
cultivável para uso em longo prazo. Ela também deve melhorar a distribuição de renda,
a saúde e a educação das populações.
8. Mensagem final
Pelo exposto, estamos diante de um momento crítico na história da Terra e da
humanidade, numa época em que esta deve escolher o rumo a ser dado a seu futuro. À
medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, a humanidade
enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas em relação a seu
16
futuro. Devemos reconhecer que, no meio da magnífica diversidade de culturas e formas
de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino
comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no
respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa
cultura da paz para evitar a barbárie que resultaria com a manutenção do modelo
econômico atual. Para chegar a este propósito, é imperativo que todos nós, os povos da
Terra, declaremos nossa responsabilidade, uns para com os outros, com a continuidade
da vida no planeta e com as futuras gerações.
BIBLIOGRAFIA
ABREU LIMA, Roberta e VIEIRA, Vanessa. O WWF alerta para o esgotamento dos
recursos naturais. Disponível no website <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2008/11/o-
wwf-alerta-para-o-esgotamento-dos.html>.
ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento global e catástrofe planetária. Santa Cruz do
Rio Pardo: Viena Gráfica e Editora, 2010.
BEAUJEU-GARNIER. J. Geografia Urbana. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,
1980.
BLOG DO PEDLOWSKI. Mundo poderá viver em 2013 “tempestade global” pior que
2008, afirma Roubini postado no website <
http://pedlowski.blogspot.com.br/2012/07/nouriel-roubini-o-unico-que-previu.html>.
BRAFMAN, Luciana. Disputa por petróleo leva a estado de guerra permanente.
Disponível no web site <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1710200520.htm>.
BRASIL ESCOLA. O esgotamento de alguns minérios. Disponível no website
<http://www.brasilescola.com/geografia/o-esgotamento-alguns-minerios.htm>.
HOBSBAWN, Eric. En la tercera crisis. Entrevista a Eric J. Hobsbawn. Revista “El
Viejo Topo” disponível no website <www.elviejotopo.com>, 2009.
MEADOWS, Donella et alli. Beyond the limits. Vermont: Chelsea Green Publishing
Company, 1992.
SHIVA, Vandana. As guerras pelos recursos naturais. Disponível no website
http://www.tierramerica.net/portugues/2006/0617/pgrandesplumas.shtml.
SOS RIOS DO BRASIL. Bilhões sofrerão com falta de água e saneamento, diz
relatório da ONU. Disponível no website
<http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2009/03/bilhoes-sofrerao-com-falta-de-agua-
e.html>).
TAGUCHI, Clarissa. Ver para crer: uma guerra pela água pode estar prestes a ser
travada. Disponível no website <http://panoramaecologia.blogspot.com.br/2006/03/ver-
para-crer-uma-guerra-pela-gua-pode.html>.
17
VEJA.COM. Cai do Céu, mas pode faltar. Disponível no website
<http://veja.abril.com.br/300108/p_086.shtml>.
WWF BRASIL. Planeta Vivo 2008. Disponível no website
<http://assets.wwf.org.br/downloads/sumario_imprensa_relatorio_planeta_vivo_2008_2
8_10_08.pdf>.
WWF BRASIL. O que é desenvolvimento sustentável?. Disponível no website
<http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust
entavel/>.
*Fernando Alcoforado, 73, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional
pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico,
planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos
livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem
Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000),
Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento
(Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos
Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the
Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e
combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011) e
Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), entre
outros.STORIA

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Desenvolvimento sustentável ou barbárie

  • 1. 1 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OU BARBÁRIE Fernando Alcoforado* RESUMO Este artigo tem por objetivo demonstrar que o desenvolvimento sustentável é uma exigência para a própria sobrevivência da humanidade porque se defronta com duas grandes ameaças. Uma delas, de natureza econômica, é representada pela crise geral do sistema capitalista mundial que tende a conduzir a economia mundial à depressão. Outra ameaça, de natureza ambiental, é representada pelo esgotamento dos recursos naturais do planeta, o crescimento desordenado das cidades e a catastrófica mudança climática global. A responsabilidade socioambiental dos governos, das empresas e dos indivíduos é decisiva para que o desenvolvimento sustentável se imponha globalmente, bem como a atuação de lideranças sustentáveis no sentido de evitar a barbárie que resultaria com a manutenção do modelo econômico atual. . ABSTRACT This article aims to demonstrate that sustainable development is a requirement for the survival of humanity because it faces two major threats. One of them, of an economic nature, is represented by the general crisis of the world capitalist system that tends to drive the world economy into depression. Another threat, environmental, is represented by the depletion of natural resources of the planet, the uncontrolled growth of cities and the catastrophic global climate change. The environmental responsibility of governments, businesses and individuals is crucial for sustainable development to exist globally, as well as the performance of sustainable leadership to avoid barbarism that would result in the maintenance of the current economic model. Palavras chaves: O desenvolvimento sustentável. Ameaças à sobrevivência da humanidade. A ameaça da crise econômica mundial. A ameaça do esgotamento dos recursos naturais. A ameaça do crescimento desordenado das cidades. A ameaça da mudança climática global. A responsabilidade socioambiental dos governos, das empresas e dos indivíduos. Liderança sustentável. Keywords: Sustainable development. Threats to the survival of humanity. The threat of global economic crisis. The threat of depletion of natural resources. The threat of unplanned growth of cities. The threat of global climate change. The environmental responsibility of governments, companies and individuals. Sustainable leadership. 1. Introdução O desenvolvimento sustentável é uma exigência para a própria sobrevivência da humanidade porque na era em que vivemos, a humanidade se defronta com duas grandes ameaças. Uma delas, de natureza econômica, é representada pela crise geral do sistema capitalista mundial que tende a conduzir a economia mundial à depressão com a falência dos governos, a quebradeira de empresas, o desemprego em massa e até mesmo a eclosão de guerras civis e uma nova conflagração mundial como já ocorreu no século XX com a 1ª e a 2ª Guerra Mundial. Outra ameaça, de natureza ambiental, é representada pelo esgotamento dos recursos naturais do planeta, o crescimento
  • 2. 2 desordenado das cidades e a catastrófica mudança climática global que tende a produzir graves repercussões sobre as atividades econômicas e o agravamento dos problemas sociais da humanidade. Para evitar o futuro catastrófico que se prenuncia para a humanidade resultante das ameaças econômica e ambiental, é imprescindível que haja o comprometimento dos governos, do setor produtivo público e privado e dos indivíduos com o modelo de desenvolvimento sustentável. Isto significa dizer que a responsabilidade socioambiental deve ser assumida por governos, empresas e indivíduos. Para ter sucesso, o desenvolvimento sustentável requer a existência de liderança sustentável que deve atuar, ao nível dos governos, das empresas e da Sociedade Civil, no sentido de evitar a barbárie que resultaria com a manutenção do modelo econômico atual. 2. A ameaça da crise econômica mundial Eric Hobsbawn afirma que outra vez, estamos diante de uma crise fundamental do capitalismo como ocorreu em 1873 e em 1929. A maioria dos economistas acreditava que o livre mercado teria um crescimento econômico máximo, como também proporcionaria um bem-estar máximo para o conjunto da população e que sempre resolveria racionalmente os problemas que cria. Parece inacreditável, hoje, mas é fato que a maioria dos economistas acreditou nisso durante mais de 30 anos (HOBSBAWN, Eric. En la tercera crisis. Entrevista a Eric J. Hobsbawn. Revista “El Viejo Topo” disponível no website <www.elviejotopo.com>, 2009. Com a eclosão da crise em 2008, os governos dos países capitalistas centrais tiveram que intervir como na década de 1930 do século XX, que na época não tiveram êxito imediato, mas não sabem como salvar o sistema da débâcle econômica generalizada que está em curso. Segundo Hobsbawn, para haver uma mudança no sentido de uma nova economia mundial, será preciso muito tempo. Macabramente, na década de 1930 do século XX, já havia um programa para a solução da crise: a preparação da guerra. A crise econômica mundial que se instalou em 1929 só terminou com a eclosão da 2ª guerra Mundial. Na atualidade, a humanidade terá que enfrentar uma nova conflagração mundial para salvar o sistema capitalista mundial? Esta conflagração poderá começar no Oriente Médio com a intervenção militar das potências ocidentais na Síria ou no Irã? Nouriel Roubini afirma que o crescimento mundial está em risco após 2013. Uma “tempestade perfeita” de aflições orçamentárias nos Estados Unidos, abrandamento econômico na China, reestruturação da dívida europeia e estagnação no Japão podem combinar-se para afetar a economia mundial a partir de 2013. Quanto à China, Roubini considera que o país pode enfrentar uma “aterrissagem difícil”, dentro de dois anos porque o investimento chinês já representa quase 50 por cento do produto interno bruto e sessenta anos de dados mostram que panoramas de sobreinvestimento têm conduzido sempre a aterrissagens bruscas da economia, como sucedeu na ex-União Soviética nas décadas de 1960 e 1970 e no leste asiático na década de 1990 (BLOG DO PEDLOWSKI. Mundo poderá viver em 2013 “tempestade global” pior que 2008, afirma Roubini postado no website < http://pedlowski.blogspot.com.br/2012/07/nouriel-roubini-o-unico-que-previu.html>).
  • 3. 3 A Figura 1 apresentada a seguir mostra que a economia mundial apresenta evidente declínio no PIB de 1980 a 2010, apesar da expansão registrada de 1995 a 2000. À exceção da China, o PIB dos demais países apresenta declínio ou estagnação econômica. Figura 1- Evolução do PIB mundial Fonte:FMI A economia mundial caminha celeremente para a depressão porque os Estados Unidos, União Europeia e China apresentam na atualidade desempenho econômico que põe em xeque a recuperação da economia mundial. Além da crise profunda que atinge a União Europeia, os Estados Unidos não apresentam sinais de recuperação com a alta do desemprego que lá está ocorrendo e a China mostra sinais evidentes de desaceleração. Paira no ar uma síndrome econômica desintegradora. Trata-se do atual endividamento insuportável dos Estados soberanos da Europa e dos Estados Unidos. O Brasil que ficou imune aos efeitos da crise mundial de 2008 apresenta no momento atual sinais de deterioração econômica caracterizada pelo baixo crescimento do PIB e o retorno da inflação que pode significar a existência de um processo de estagnação econômica com inflação (estagflação).
  • 4. 4 A crise atual é pior do que a de 1929-1933, porque é absolutamente global. O sistema financeiro internacional já não funciona mais. Um fato indiscutível é que o Consenso de Washington morreu e haverá depressão que durará muitos anos. Não há volta atrás para o mercado absoluto que regeu os últimos 40 anos, desde a década de 1970, segundo Hobsbawn. A crise global que começou em 2008 é, para a economia de mercado, equivalente ao que foi a queda do Muro de Berlim em 1989. Além disso, esta depressão pode levar, segundo Hobsbawn, a um novo sistema mundial. Há que se redesenhar tudo em direção ao futuro. 3. A ameaça do esgotamento dos recursos naturais do planeta Um fato indiscutível é o de que a humanidade já consome mais recursos naturais do que o planeta é capaz de repor. O ritmo atual de consumo é uma ameaça para a prosperidade futura da humanidade. Nos últimos 45 anos, a demanda pelos recursos naturais do planeta dobrou, devido à elevação do padrão de vida nos países ricos e emergentes e ao aumento da população mundial. Hoje a humanidade utiliza 50% da água doce do planeta. Em 40 anos utilizará 80%. A distribuição geográfica da água doce é desigual. Atualmente 1/3 da população mundial vive em regiões onde ela é escassa. O uso da água imprópria para o consumo é responsável por 60% dos doentes do planeta. Metade dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial (VEJA.COM. Cai do Céu, mas pode faltar. Disponível no website <http://veja.abril.com.br/300108/p_086.shtml>). Apenas 12% das terras do planeta são cultiváveis. Nos últimos 30 anos dobrou o total de terras cultiváveis atingidas por secas severas devido ao aquecimento global. Na China a cada 2 anos uma área equivalente ao estado de Sergipe se transforma em deserto. Das 200 espécies de peixe com maior interesse comercial, 120 são exploradas além do nível sustentável. Neste ritmo, o volume de pescado disponível terá diminuído em mais de 90% até 2050. Estima-se que 40% da área dos oceanos esteja gravemente degradada pela ação do homem. Nos últimos 50 anos o número de zonas mortas cresceu de 10 vezes (ABREU LIMA, Roberta e VIEIRA, Vanessa. O WWF alerta para o esgotamento dos recursos naturais. Disponível no website <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2008/11/o-wwf-alerta-para-o-esgotamento- dos.html>). Desde 1961, a quantidade de gases poluentes despejada pelo homem na atmosfera cresceu 10 vezes. Essa descarga acelera o aquecimento do planeta provocando secas, inundações, extinção de espécies e a possibilidade de elevação do nível dos mares de até 7 metros se ocorrer o degelo dos polos, da Groenlândia e das cordilheiras do Himalaia, dos Alpes e dos Andes da qual resultaria o desaparecimento de muitas ilhas e cidades litorâneas. A redução desde 1970 até hoje de espécimes terrestres é de 33%, espécimes marinhos corresponde a 14%; e de espécimes de água doce é de 35%. A população mundial cresce aproximadamente 80 milhões por ano agravando a demanda por água e
  • 5. 5 seus serviços (WWF BRASIL. Planeta Vivo 2008. Disponível no website <http://assets.wwf.org.br/downloads/sumario_imprensa_relatorio_planeta_vivo_2008_2 8_10_08.pdf>). Relatório da ONU sobre o uso da água confirma que, sem medidas contra o desperdício e a favor do consumo sustentável, o acesso à água potável e ao saneamento serão ainda mais reduzidos (SOS RIOS DO BRASIL. Bilhões sofrerão com falta de água e saneamento, diz relatório da ONU. Disponível no website <http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2009/03/bilhoes-sofrerao-com-falta-de-agua- e.html>). Este Relatório da ONU estima que 5 bilhões de pessoas sofrerão com a falta de saneamento básico em 2030. No mundo existe 1,197 bilhão de pessoas sem acesso à água potável e 2,742 bilhões sem saneamento básico (dados do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2004) e, no Brasil, existe mais de 45 milhões de habitantes sem acesso à água potável e mais de 90 milhões sem acesso à rede de esgoto (dados do IBGE em 2004). De acordo com a ONU, 41% da superfície atual do planeta são formadas por áreas secas, como o semiárido brasileiro, e 2 bilhões de pessoas vivem nessas áreas. Todas essas pessoas, de regiões secas ou úmidas, não têm acesso à água para beber (TAGUCHI, Clarissa. Ver para crer: uma guerra pela água pode estar prestes a ser travada. Disponível no website <http://panoramaecologia.blogspot.com.br/2006/03/ver-para-crer-uma-guerra-pela-gua- pode.html>). A água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição internacional pelos recursos hídricos. Muitos países constroem grandes represas desviando a água dos sistemas naturais de drenagem dos rios em prejuízo de outros. Os principais conflitos pela água no mundo atual envolvem Israel, Jordânia e Palestina pelo Rio Jordão, Turquia e Síria pelo Rio Eufrates, China e Índia pelo Rio Brahmaputra, Botswana, Angola e Namíbia pelo Rio Okavango, Etiópia, Uganda, Sudão e Egito pelo Rio Nilo e Bangladesh e Índia pelo Rio Ganges. No continente americano, o conflito entre Estados Unidos e México pela água do Rio Colorado se intensificou em anos recentes (SHIVA, Vandana. As guerras pelos recursos naturais. Disponível no website <http://www.tierramerica.net/portugues/2006/0617/pgrandesplumas.shtml>). Se os países capitalistas periféricos copiarem os padrões dos países capitalistas desenvolvidos, a quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos minerais, 200 vezes (WWF BRASIL. O que é desenvolvimento sustentável?. Disponível no website <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust entavel/>). Quanto aos recursos minerais, o ferro, alumínio e possivelmente o titânio são abundantes na crosta terrestre cujas reservas podem ser consideradas ilimitadas. No entanto, os demais minerais não renováveis formados por processos geológicos em milhões de anos apresentam reservas que se reduzem continuamente sendo tão escassos e preciosos quanto os combustíveis fósseis (MEADOWS, Donella et alli. Beyond the limits. Vermont: Chelsea Green Publishing Company, 1992).
  • 6. 6 Nos últimos dois séculos a extração dos recursos minerais tornou-se mais intensa, retirando volumes cada vez maiores da natureza. A preocupação é que a maioria desses recursos não é renovável, ou seja, não são repostos pela natureza. Se o ritmo de extração continuar como está, a humanidade certamente verá alguns minérios extinguir-se. Com base em reservas existentes hoje, determinados recursos minerais já possuem uma possível data para se esgotar, dentre eles podemos citar o ouro, o estanho e o níquel. As reservas de ouro devem findar-se por volta do ano de 2020. O estanho deve se esgotar por volta do ano de 2020. A data prevista para o fim das reservas de níquel no planeta é em torno de 2050. Muitos cientistas afirmam que o petróleo se esgotará por volta de 2070 (BRASIL ESCOLA. O esgotamento de alguns minérios. Disponível no website <http://www.brasilescola.com/geografia/o-esgotamento-alguns-minerios.htm>). A competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior fonte potencial de conflitos mundiais. O crescimento da demanda por petróleo vai superar a oferta global em 2020 ou 2025, apontando que o mundo vive "o crepúsculo do petróleo", isto é, um momento de transição entre a abundância e a escassez. A disputa pelo petróleo que ainda resta levará a um estado de guerra permanente, caracterizado pela presença de grandes potências em suas regiões produtoras. No passado, as grandes empresas do setor descobriam mais petróleo por ano do que eram capazes de extrair, o que não acontece mais hoje em dia. Está havendo na atualidade mais extração de petróleo do que a capacidade de repor com novas descobertas (BRAFMAN, Luciana. Disputa por petróleo leva a estado de guerra permanente. Disponível no web site <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1710200520.htm>). Tudo leva a crer que as guerras do Século XXI terão como fulcro a batalha por recursos naturais que tendem a não suprir as necessidades humanas. Nosso modelo de desenvolvimento está atingindo seus limites. Com a falta de recursos naturais necessários para sua sobrevivência e a ausência de um governo mundial que seja capaz de mediar os conflitos, a humanidade tende a uma regressão à barbárie e ao comportamento cruel. Para evitar este cenário catastrófico, é preciso que todos os governos de todos os países do mundo celebrem um contrato social planetário que possibilite o desenvolvimento econômico e social sustentável e o uso racional dos recursos da natureza em benefício de toda a humanidade. 4. A ameaça do crescimento desordenado das cidades A cidade tornou-se o principal habitat da humanidade. Pela primeira vez na história da humanidade, mais da metade da população está vivendo em cidades. Esse número, 3,3 bilhões de pessoas, deve ultrapassar a marca dos 5 bilhões em 2030. No começo do século XX a população urbana não ultrapassava 220 milhões de pessoas. O acesso a emprego, serviços, equipamentos públicos e a um maior bem-estar econômico e social é o seu maior atrativo para todos os que para ela se dirigem. Grande parte dos problemas ambientais globais tem origem nas cidades o que faz com que dificilmente se possa
  • 7. 7 atingir a sustentabilidade ao nível global sem torná-las sustentáveis (BEAUJEU- GARNIER. J. Geografia Urbana. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1980). A maior parte das cidades em todo o mundo cresce de forma desordenada, caótica. O crescimento descontrolado das cidades no Brasil e no mundo ressalta, muitas vezes, a falta de planejamento urbano gerando impactos irreversíveis nesses territórios, que se refletem na sua qualidade ambiental. O processo de urbanização ocorreu de forma significativa primeiramente nos países do continente europeu, com o surgimento e desenvolvimento das indústrias durante o século XVIII. A partir de 1950, esse processo tomou proporções em escala global. O processo de industrialização se expandiu por vários países, atraindo cada vez mais pessoas para as cidades. Porém, a urbanização sem um devido planejamento tem como consequência vários problemas de ordem ambiental e social. O inchaço das cidades, provocado pelo acúmulo de pessoas, e a falta de uma infraestrutura adequada gera transtornos para a população urbana. Impactos significativos no ambiente ocorrem em razão dos modos de produção e consumo nos espaços urbanizados. Poluições, engarrafamentos, violência, desemprego, etc., são aspectos comuns nas cidades. A poluição das águas é causada principalmente pelo lançamento de efluentes indústrias e domésticos sem o devido tratamento. A poluição atmosférica é um grande problema detectado nas cidades, isso ocorre devido ao lançamento de gases tóxicos na atmosfera. O intenso fluxo de automóveis e as indústrias são os principais responsáveis por esse tipo de poluição. Outros problemas ambientais decorrentes da urbanização são: impermeabilização do solo, poluição visual, poluição sonora, alterações climáticas, chuva ácida, ausência de saneamento ambiental, falta de adequada destinação e tratamento dos resíduos sólidos, efeito estufa, entre outros. A falta de um planejamento urbano eficaz compromete a qualidade de vida da população urbana. O crescimento desordenado das cidades gera a ocupação de locais inadequados para moradia, como áreas de elevada declividade, fundos de vale, entre outras. As cidades industrializadas exercem grande fator atrativo para parte da população desencadeando fluxos migratórios em sua direção. Entretanto, parte dessa população não possui qualificação profissional exigida pelo mercado de trabalho. Com isso, se intensificam atividades como as desenvolvidas por vendedores ambulantes, coletores de materiais recicláveis, flanelinhas, além da população em situação de rua, pois algumas pessoas não conseguem obter renda suficiente para financiar locais adequados para a habitação. A criação das cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas têm contribuído para o crescimento de impactos ambientais negativos. No ambiente urbano, determinados aspectos culturais como o consumo de produtos industrializados e a necessidade da água como recurso natural vital à vida, influenciam como se apresenta o ambiente. Os
  • 8. 8 costumes e hábitos no uso da água e a produção de resíduos pelo exacerbado consumo de bens materiais são responsáveis por parte das alterações e impactos ambientais. Alterações ambientais físicas e biológicas ao longo do tempo modificam a paisagem e comprometem ecossistemas. As alterações ambientais ocorrem por inumeráveis causas, muitas denominadas naturais e outras oriundas de intervenções antrópicas, consideradas não naturais. É fato que o desenvolvimento tecnológico contemporâneo e as culturas das comunidades têm contribuído para que essas alterações no e do ambiente se intensifiquem, especialmente no ambiente urbano. Atualmente a maior parte das pessoas habita ambientes urbanos. Dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2004) indicam que no Brasil mais de 80% das pessoas são moradores urbanos. A acelerada urbanização e crescimento das cidades, especialmente a partir de meados do século XX promoveram mudanças fisionômicas no Planeta, mais do que qualquer outra atividade humana. A população do Brasil apresenta a mesma tendência mundial de ocupação ambiental, ou seja, opta pelo ecossistema urbano como lar. A transformação do Brasil de país rural para urbano ocorreu segundo um processo predatório em essência, com acentuada exclusão social de classes da população menos privilegiada que por não terem condições de aquisição de terrenos em áreas urbanas estruturadas ocupam em sua maioria, terrenos que deveriam ser protegidos para preservação das águas, encostas, fundos de vale entre outros. É nas cidades que as dimensões social, econômica e ambiental do desenvolvimento sustentável convergem mais intensamente, fazendo com que se torne necessário que sejam pensadas, geridas e planejadas de acordo com o modelo de desenvolvimento sustentável que tem por objetivo atender as necessidades atuais da população da Terra sem comprometer seus recursos naturais, legando-os às gerações futuras. Significa dizer que o modelo de desenvolvimento sustentável nas cidades deve ser adotado objetivando a compatibilização dos fatores econômico e social com o meio ambiente. O que caracteriza uma cidade sustentável? É o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para a atual e futuras gerações. Cidades sustentáveis são cidades que possuem uma política de desenvolvimento econômico e social compatibilizado com o meio ambiente natural e construído. Cidades sustentáveis têm como diretriz o ordenamento e controle do uso do solo, de forma a evitar a degradação dos recursos naturais. Uma cidade sustentável deve ter políticas claras e abrangentes de saneamento, coleta e tratamento de lixo; gestão das águas, com coleta, tratamento, economia e reuso; sistemas de transporte que privilegiem o transporte de massas com qualidade e segurança; ações que preservem e ampliem áreas verdes e uso de energias limpas e renováveis; enfim, administração pública transparente e compartilhada com a sociedade civil organizada.
  • 9. 9 Na época atual em que os problemas do aquecimento global podem levar à catástrofe planetária, toda cidade tem que ter um plano de adaptação às mudanças climáticas, principalmente aquelas sujeitas a eventos extremos. Cidades costeiras, por exemplo, devem ter planejamento contra a elevação previsível do nível dos oceanos, devem se preocupar com deslizamentos em encostas, enchentes, etc. resultantes da inclemência das chuvas. Enfim, devem ter flexibilidade e adaptabilidade às novas exigências climáticas. É preciso redesenhar o crescimento urbano das cidades de forma a integrá-lo com o ambiente natural, recuperar suas praias e seus rios hoje bastante comprometidos com o lançamento de esgotos, para que a cidade não receba uma resposta hostil do ambiente natural. Os planos diretores de desenvolvimento urbano das cidades devem revitalizar seu centro antigo com a recuperação dos imóveis em estado de arruinamento e de seus logradouros para que se tornem espaços de convivência pacífica e confortável para seus habitantes, dotar todos os locais de boa infraestrutura urbana compatível com as necessidades de sua população e promover a formação e manutenção de bairros autossuficientes para evitar a expansão urbana desordenada de seu território. Os planos diretores de desenvolvimento urbano devem dar prioridade ao adensamento e desenvolvimento urbano no interior dos espaços construídos e à recuperação dos ambientes degradados. As áreas de risco indevidamente ocupadas pelas populações de baixa renda devem ser reurbanizadas ou, quando não for possível, promover a relocação de seus habitantes com a construção de novas unidades habitacionais. São todos grandes projetos que exigem vultosos recursos que criam atividades geradoras de emprego, renda e bem-estar para a população. O planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial de sua população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua influência deve evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente. Em toda cidade deve ser adotado um planejamento estratégico de longo prazo com base no desenvolvimento sustentável. 5. A ameaça da mudança climática global A mudança climática global deverá acontecer em consequência do aquecimento global que resulta do efeito estufa provocado pela retenção de calor na baixa atmosfera da Terra causada pela concentração de gases de diversos tipos. A Terra recebe radiação emitida pelo Sol que é absorvida pela superfície terrestre aquecendo-a. Grande parte desta radiação é devolvida para o espaço e a outra parte é absorvida pela camada de gases que envolve a atmosfera provocando o efeito estufa. É em função deste fenômeno natural, o efeito estufa, que temos uma temperatura média da Terra na faixa de 15ºC. Sem este fenômeno, a temperatura média do Planeta seria de -18ºC (ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento global e catástrofe planetária. Santa Cruz do Rio Pardo: Viena Gráfica e Editora, 2010).
  • 10. 10 Os gases estufa (que impedem a dispersão do calor gerado pela superfície do Planeta, após este receber a radiação solar) de maior concentração na Terra são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), compostos de clorofluorcarbono (CFC) e o vapor de água (H2O). A maioria deles é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e derivados), florestas e agricultura. Os gases responsáveis pelo efeito estufa absorvem parte da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra e irradiam por sua vez a energia absorvida de volta para a superfície. Como resultado, a superfície da Terra recebe quase o dobro de energia da atmosfera do que a que recebe do Sol e a superfície fica cerca de 30ºC mais quente do que estaria sem a presença dos gases de estufa. Para se manter em equilíbrio climático, o planeta Terra precisa receber a mesma quantidade de energia que envia de volta para o espaço. Se ocorrer desequilíbrio por algum motivo, o globo esquenta ou esfria até a temperatura atingir, mais uma vez, a medida exata para a troca correta de calor. O equilíbrio climático natural foi rompido pela Revolução Industrial. Desde o século XIX, as concentrações de dióxido de carbono no ar aumentaram 30%, as de metano dobraram e as de óxido nitroso subiram 15%. O aquecimento global é produzido pela atividade humana (antropogênico) no planeta e também por processos naturais, como a decomposição da matéria orgânica e as erupções vulcânicas, que produzem dez vezes mais gases que o homem. Por eras, os processos naturais garantiram sozinhos a manutenção do efeito estufa, sem o qual a vida não seria possível na Terra. Os gases responsáveis pelo aquecimento global derivados da atividade humana são produzidos pelos combustíveis fósseis usados nos carros, nas indústrias e nas termelétricas, pela produção agropecuária e pelas queimadas nas florestas. Se nada for feito para reverter o aquecimento global, a temperatura média do planeta Terra deverá evoluir de 15º C para 19º C conforme está indicada na Figura 2, a seguir: Figura 2- Temperatura média global e projeções
  • 11. 11 Fonte:.Revista Veja On-line, Aquecimento Global. Tomando-se por base as conclusões de inúmeros estudos relacionados com o aquecimento global, se nada for feito para reverter suas tendências atuais, suas consequências são as seguintes:  2 a 4,5 °C é a faixa de elevação que deve sofrer a temperatura média global até o final deste século de acordo com estimativas feitas pelo IPCC- Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU.  A calota polar irá desaparecer por completo dentro de 100 anos, de acordo com estudos publicados pela National Sachetimes de Nova Iorque em julho de 2005. Isso irá provocar o fim das correntes marítimas no Oceano Atlântico, o que fará que o clima fique mais frio gerando a grande contradição de que aquecendo também esfria.  Até 2100, nível do mar pode aumentar de 1 a 7 metros se houver o degelo dos polos, das cordilheiras e da Groenlândia  40% das árvores da Amazônia podem desaparecer antes do final do século, caso a temperatura suba de 2 a 3 graus.  As florestas tropicais serão substituídas por savanas nas regiões onde houver redução dos lençóis freáticos.  O clima ficará mais frio apenas no hemisfério norte. Quanto ao resto do mundo a temperatura média subirá e os padrões de secas e chuvas serão alterados em todo o planeta.  De 9 a 58% das espécies em terra e no mar vão ser extintas nas próximas décadas, segundo diferentes hipóteses.  Cerca de 20% a 30% de todas as espécies enfrentarão um "alto risco de extinção" caso a temperatura média global aumente mais 1,5 a 2,5 graus Celsius em relação aos níveis de 1990. Isto poderá acontecer até 2050.  O efeito estufa contribuirá para diminuir a precipitação atmosférica em algumas áreas do planeta fazendo com que nelas ocorram temperaturas mais elevadas e maior evaporação  Chuvas devem aumentar em cerca de 20% nas maiores latitudes  Várias áreas do globo terrestre poderão ficar alagadas por causa da superabundância de precipitações, resultando em extensas inundações  2.000 quilômetros quadrados se transformarão em deserto devido à falta de chuvas  O fluxo dos rios poderá diminuir em 50% ou mais podendo alguns deles secarem completamente  Importantes lençóis freáticos poderão ficar seriamente reduzidos, fazendo com que os poços de irrigação sequem  O excesso de gás carbônico na atmosfera está tornando os oceanos mais ácidos. Isso enfraquece os corais, viveiros do mar, e os plânctons, base da cadeia alimentar subaquática.  Os recifes de corais provavelmente sofrerão fortes declínios
  • 12. 12  Os mangues salgados e florestas pantaneiras poderão desaparecer com o aumento do nível dos mares.  O Ártico, devido ao maior aquecimento relativo, as pequenas ilhas Estados no Pacífico com o aumento do nível dos mares, a zona ao sul do Saara da África devido à seca e os deltas de rios densamente povoados na Ásia por causa de cheias sofrerão bastante com a mudança climática 6. O imperativo do desenvolvimento sustentável As duas ameaças, econômica e ambiental, tendem a produzir uma verdadeira crise de humanidade que faz com que se torne um imperativo a construção em todo o planeta de uma nova sociedade diferente da atual que atue de forma interdependente e racional com objetivos comuns em cada país e em escala planetária sem a qual poderá ser colocado em xeque a sobrevivência dos seres humanos e da vida na Terra. Com o modelo atual de desenvolvimento não há como evitar a degradação do meio ambiente do planeta com o esgotamento de seus recursos naturais, o crescimento desordenado das cidades e a catastrófica mudança climática planetária. Para superar este problema, não temos outra escolha senão a de adotar um novo modelo que concilie as exigências do desenvolvimento com as do meio ambiente. É por tudo isto que se torna um imperativo a implantação de um novo modelo econômico denominado de “desenvolvimento sustentável” que se baseia em formas e processos que, ao serem utilizados, não abalam a integridade do ambiente de que dependem. A nova sociedade a ser construída teria que ser sustentável do ponto de vista econômico, social e ambiental. O conceito de sustentabilidade transformou-se num elemento chave no movimento global, crucial para encontrar soluções viáveis para resolver os maiores problemas do mundo, se apoiando na tese de que uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz as necessidades da geração atual sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas. Como construir uma sociedade sustentável? Trata-se de uma tarefa que diz respeito aos governos, aos empresários e aos indivíduos de todos os países. Aos governos competem adotar políticas de desenvolvimento que compatibilize os fatores econômicos, sociais e ambientais no território nacional e buscar a celebração de um contrato social planetário centrado no desenvolvimento sustentável em escala mundial. Aos empresários competem adotar políticas corporativas de responsabilidade socioambiental nas atividades produtivas. Aos indivíduos competem atuar conscientemente na defesa do meio ambiente exigindo dos governos e das empresas a execução das políticas de desenvolvimento sustentável e colaborar com os empresários nos locais de trabalho na execução das políticas de responsabilidade socioambiental corporativa. Os governos, empresários e indivíduos devem atuar visando a consecução dos objetivos de desenvolvimento sustentável descritos a seguir: 1. Reduzir as emissões globais de carbono com a promoção de mudanças na atual matriz energética mundial baseada fundamentalmente em combustíveis fósseis
  • 13. 13 (carvão e petróleo), por outro estruturado com base nos recursos energéticos renováveis, na hidroeletricidade, na biomassa e nas fontes de energia solar e eólica para evitar ou minimizar o aquecimento global e, consequentemente, a ocorrência de mudanças catastróficas no clima da Terra. 2. Aperfeiçoar a eficiência energética desenvolvendo ações que levem à obtenção de economias de energia na cidade e no campo, nas edificações, na agricultura, nas indústrias e nos meios de transporte em geral contribuindo, dessa forma, para a redução das emissões globais de carbono e, consequentemente, do efeito estufa. 3. Fazer com que os veículos automotores e equipamentos de usos domésticos, agrícolas e industriais tenham maior rendimento, as edificações sejam projetadas objetivando o máximo de economia de iluminação, refrigeração e calefação, a agricultura e a indústria sejam modeladas no sentido de requererem o mínimo de recursos energéticos e matérias-primas, contemplando também a autoprodução de energia com o uso de resíduos de seus processos de produção com base na logística reversa e, finalmente, a utilização de novas alternativas de transporte desde a bicicleta até aqueles de alta capacidade baseadas em ferrovias, dentre outras iniciativas. 4. Combater a poluição da terra, do ar e da água, reduzindo os desperdícios com a reciclagem dos materiais atualmente utilizados e descartados. Nessa perspectiva, os materiais essenciais só devem ser utilizados nos processos produtivos e em outras aplicações apenas em último caso. Quando usados nas diversas aplicações, devem, em primeiro lugar, ser reutilizados inúmeras vezes; em segundo lugar, devem ser reciclados para formarem um novo produto; em terceiro lugar, devem ser queimados de modo a extrair toda a energia que contenham e, apenas em última instância, devem ser removidos para um aterro sanitário. 5. Ajustar o crescimento da população aos recursos disponíveis no planeta, reduzindo suas taxas de natalidade, sobretudo nos países e regiões com elevadas taxas de crescimento populacional. 6. Reduzir as desigualdades sociais, contemplando a adoção de medidas que contribuam para o atendimento das necessidades básicas da população mundial, tais como alimentos, vestuário, habitação, serviços de saúde, emprego e uma melhor qualidade de vida. Para que haja desenvolvimento sustentável, é preciso, portanto, que todos os seres humanos tenham atendidas suas necessidades básicas e lhes sejam proporcionadas oportunidades de concretizar suas aspirações a uma vida melhor. 7. Fazer com que o crescimento econômico e a riqueza dele resultante sejam compartilhados por todos, os serviços de educação possibilitem ampliar os níveis de qualificação para o trabalho e a cultura da população, os serviços de saúde sejam eficazes no combate à mortalidade infantil e contribuam para o aumento da expectativa de vida da população, todos os homens e mulheres tenham uma habitação decente e que haja investimentos públicos e privados no nível necessário que contribuam para a redução do desemprego em massa em decorrência da crise geral do sistema capitalista mundial que se registra na atualidade e que tende a se agravar no futuro.
  • 14. 14 Pode-se afirmar que a introdução do conceito de desenvolvimento sustentável representa um grande desafio para a humanidade, porquanto afetará múltiplos interesses de natureza econômica, além de implicar em profundas mudanças no estilo de desenvolvimento da sociedade, a fim de que o crescimento econômico seja menos intensivo no consumo de matérias-primas e energia e mais equitativo na distribuição dos seus resultados para a população. É preciso, acima de tudo, que se realize uma verdadeira revolução cultural em todo o planeta, a fim de que o paradigma do desenvolvimento atual seja substituído pelo paradigma do desenvolvimento sustentável. 7. A responsabilidade socioambiental dos governos, das empresas e dos indivíduos Para evitar o futuro catastrófico que se prenuncia para a humanidade resultante da crise econômica mundial que aponta para a depressão, do esgotamento dos recursos naturais do planeta, do crescimento desordenado das cidades e da catastrófica mudança climática, é imprescindível que haja o comprometimento dos governos, do setor produtivo público e privado e dos indivíduos com o modelo de desenvolvimento sustentável. Isto significa dizer que a responsabilidade socioambiental deve ser assumida por governos, empresas e indivíduos. A Responsabilidade Socioambiental a ser assumida pelos governos e empresas deve ser adotada com o objetivo de conciliar inclusão social e conservação do meio ambiente. A Responsabilidade Socioambiental corresponde a um compromisso dos governos e das empresas em atender às demandas da sociedade. Diz respeito à necessidade de adotar, respectivamente, políticas públicas e corporativas que contribuam para revisar os modos de produção e padrões de consumo vigentes de tal forma que o desenvolvimento econômico e social não seja alcançado a qualquer preço, mas ponderando-se os impactos sociais e ambientais consequentes da atuação dos governos e das empresas. A Responsabilidade Socioambiental dos governos corresponde ao compromisso de atender às demandas da sociedade conciliando inclusão social e conservação do meio ambiente. A Responsabilidade Socioambiental dos governos deve se traduzir na adoção de políticas públicas que contribuam para conciliar os modos de produção e padrões de consumo vigentes com o meio ambiente. Dentre as principais ações dos governos podem ser citados os projetos de reciclagem com a adoção da logística reversa, de saneamento básico (incluindo o tratamento do esgoto), de reflorestamento, de educação ambiental, de coleta, disposição final e tratamento do lixo e de infraestrutura econômica e social em geral Produzir e distribuir seus produtos sem gerar danos e riscos ao meio ambiente e à sua estratégia de mercado é uma das missões da Responsabilidade Socioambiental das empresas, o que aumenta a conscientização de todos os envolvidos nas organizações e sua responsabilidade perante a sociedade no uso comum do meio ambiente. Dentre as principais ações das empresas podem ser citados os projetos de reciclagem, saneamento
  • 15. 15 (incluindo o tratamento do esgoto industrial), reflorestamento, educação ambiental e coleta de lixo. A Responsabilidade Socioambiental e/ou sustentabilidade social corporativa é o comprometimento voluntário das organizações públicas e privadas com o desenvolvimento da sociedade e a preservação do meio ambiente, consciente de que estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Isso não é assistencialismo, filantropia ou cumprimento das regras pré-estabelecidas, mas um modelo de gestão de negócios onde sua atuação está relacionada às dimensões sociais, econômicas e ambientais. Assim, parte-se da premissa de que as organizações gerem receitas e se desenvolvam, mas que também contribuam para que a sociedade se desenvolva consciente de que todos os recursos naturais são finitos e devem ser utilizados de maneira responsável. Esta missão impõe que as corporações devem administrar seus resultados, com foco nos dados econômicos, sociais e ambientais com o compromisso de inserir as práticas de sustentabilidade e responsabilidade social e ambiental nas suas atividades diárias. A Responsabilidade Socioambiental dos indivíduos se materializa na prática com sua efetiva participação nas organizações da Sociedade Civil visando estabelecer exigências para que os governos em todos os seus níveis e as empresas públicas e privadas possuam metas de desenvolvimento sustentável e fiscalizar seu cumprimento. Além disso, deve se empenhar em suas residências, em seu bairro, em suas cidades e em seu país no sentido de que o desenvolvimento sustentável seja levado à prática. Para ter sucesso, o desenvolvimento sustentável requer a existência de liderança sustentável que é um tipo de liderança a ser empregada na gestão de diferentes organizações como uma escola, uma empresa, uma cidade e até um país. Ela é fundamentada em medidas que visam estabelecer o uso dos recursos ambientais para saciar as necessidades da geração atual sem comprometer a satisfação das necessidades das próximas gerações. Neste sentido, o líder sustentável deve atuar, ao nível dos governos, das empresas e da Sociedade Civil, no sentido de que o progresso econômico e social se realize sem comprometer o meio ambiente. Em uma corporação, a liderança sustentável deve proporcionar resultados econômicos com um maior aproveitamento dos recursos à disposição da empresa gerando mais lucros com menor impacto ambiental. Já em um país, uma liderança sustentável deve ser capaz de adaptar o emprego de recursos naturais como a água, as florestas e a terra cultivável para uso em longo prazo. Ela também deve melhorar a distribuição de renda, a saúde e a educação das populações. 8. Mensagem final Pelo exposto, estamos diante de um momento crítico na história da Terra e da humanidade, numa época em que esta deve escolher o rumo a ser dado a seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, a humanidade enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas em relação a seu
  • 16. 16 futuro. Devemos reconhecer que, no meio da magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz para evitar a barbárie que resultaria com a manutenção do modelo econômico atual. Para chegar a este propósito, é imperativo que todos nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade, uns para com os outros, com a continuidade da vida no planeta e com as futuras gerações. BIBLIOGRAFIA ABREU LIMA, Roberta e VIEIRA, Vanessa. O WWF alerta para o esgotamento dos recursos naturais. Disponível no website <http://arquivoetc.blogspot.com.br/2008/11/o- wwf-alerta-para-o-esgotamento-dos.html>. ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento global e catástrofe planetária. Santa Cruz do Rio Pardo: Viena Gráfica e Editora, 2010. BEAUJEU-GARNIER. J. Geografia Urbana. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1980. BLOG DO PEDLOWSKI. Mundo poderá viver em 2013 “tempestade global” pior que 2008, afirma Roubini postado no website < http://pedlowski.blogspot.com.br/2012/07/nouriel-roubini-o-unico-que-previu.html>. BRAFMAN, Luciana. Disputa por petróleo leva a estado de guerra permanente. Disponível no web site <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1710200520.htm>. BRASIL ESCOLA. O esgotamento de alguns minérios. Disponível no website <http://www.brasilescola.com/geografia/o-esgotamento-alguns-minerios.htm>. HOBSBAWN, Eric. En la tercera crisis. Entrevista a Eric J. Hobsbawn. Revista “El Viejo Topo” disponível no website <www.elviejotopo.com>, 2009. MEADOWS, Donella et alli. Beyond the limits. Vermont: Chelsea Green Publishing Company, 1992. SHIVA, Vandana. As guerras pelos recursos naturais. Disponível no website http://www.tierramerica.net/portugues/2006/0617/pgrandesplumas.shtml. SOS RIOS DO BRASIL. Bilhões sofrerão com falta de água e saneamento, diz relatório da ONU. Disponível no website <http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2009/03/bilhoes-sofrerao-com-falta-de-agua- e.html>). TAGUCHI, Clarissa. Ver para crer: uma guerra pela água pode estar prestes a ser travada. Disponível no website <http://panoramaecologia.blogspot.com.br/2006/03/ver- para-crer-uma-guerra-pela-gua-pode.html>.
  • 17. 17 VEJA.COM. Cai do Céu, mas pode faltar. Disponível no website <http://veja.abril.com.br/300108/p_086.shtml>. WWF BRASIL. Planeta Vivo 2008. Disponível no website <http://assets.wwf.org.br/downloads/sumario_imprensa_relatorio_planeta_vivo_2008_2 8_10_08.pdf>. WWF BRASIL. O que é desenvolvimento sustentável?. Disponível no website <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sust entavel/>. *Fernando Alcoforado, 73, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011) e Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), entre outros.STORIA