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A EDUCAÇÃO REQUERIDA AO BRASIL NO SÉCULO XXI
Fernando Alcoforado*
A educação no Brasil deveria estar apoiada na concepção de três grandes pensadores: os
brasileiros Anísio Teixeira e Paulo Freire e o francês Edgar Morin. Anísio Teixeira foi
jurista, educador e escritor brasileiro e personagem central na história da educação no
Brasil nas décadas de 1920 e 1930. Paulo Freire foi um educador, pedagogo e filósofo
brasileiro sendo considerado um dos pensadores mais notáveis na história da
pedagogia mundial. Edgar Morin é antropólogo, sociólogo e filósofo francês e
pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique) da
França.
O pensamento de Anisio Teixeira
Anísio Teixeira foi o principal idealizador das grandes mudanças que marcaram a
educação brasileira no século XX sendo pioneiro na implantação de escolas públicas em
todos os níveis que refletiam seu objetivo de oferecer educação gratuita para todos.
Anísio Teixeira se notabilizou não apenas no papel de gestor das reformas educacionais,
mas também como filósofo da educação. Anísio Teixeira tinha uma atitude de
inquietação permanente diante dos fatos considerando a verdade não como algo
definitivo, mas que se busca continuamente.
Para Anísio Teixeira, o mundo em constante transformação como o que vivemos requer
um novo tipo de homem consciente e bem preparado para resolver seus próprios
problemas acompanhando a tríplice revolução da vida atual: intelectual, pelo
incremento das ciências; industrial, pela tecnologia; e social, pela democracia. Essa
concepção exigiria, segundo Anísio, “uma educação em mudança permanente, em
permanente reconstrução”.
Na década de 1920, com a crescente industrialização e a urbanização em todo o mundo,
a necessidade de preparar o Brasil para o desenvolvimento levou um grupo de
intelectuais brasileiros, destacando-se entre eles Anísio Teixeira, a se interessar pela
educação – vista como elemento central para remodelar o país. Esses intelectuais viam
no sistema estatal de ensino livre e aberto o único meio efetivo de combate às
desigualdades sociais no Brasil. Esse movimento chamado de Escola Nova ganhou
força na década de 1930, principalmente após a divulgação, em 1932, do Manifesto da
Escola Nova. O documento pregava a universalização da escola pública, laica e gratuita.
Entre os nomes de vanguarda que o assinaram estavam Anísio Teixeira.
Segundo Anísio Teixeira, as novas responsabilidades da escola eram, portanto, educar
em vez de instruir, formar homens livres em vez de homens dóceis e fazer frente às
incertezas do futuro. O próprio ato de aprender, dizia Anísio, durante muito tempo
significou simples memorização, depois seu sentido passou a incluir a compreensão e a
expressão do que fora ensinado e, por último, envolveu algo mais: ganhar um modo de
agir.
O pensamento de Paulo Freire
Paulo Freire defendia uma educação para o desenvolvimento econômico e para a
construção da democracia. Freire defendia a tese de que o educando deveria “aprender a
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aprender”, saber resolver problemas, desenvolver hábitos de solidariedade, de
participação, de investigação e, ainda, criar disposições mentais críticas e oportunidades
de participação no próprio comando da escola, tendo o autogoverno como uma das
principais preocupações.
Paulo Freire considerava os métodos utilizados pela escola inadequados aos novos
princípios da “escola ativa”, necessária à nova sociedade em construção. Ele propôs a
constituição de “círculos de cultura” visando estabelecer uma verdadeira
“comunicação” entre os educadores e os educandos, refutando o método tradicional, em
que o professor fazia “comunicado” aos alunos. No sistema Paulo Freire, os círculos de
cultura buscam substituir as salas de aula na relação vertical e tradicional entre o
professor e o aluno.
Com esta abordagem, o professor passaria a assumir o papel de coordenador de debates,
o aluno atuaria como participante do circulo de cultura, a aula tradicional seria
substituída pelo diálogo e os programas curriculares levariam em conta situações
existenciais da comunidade e do país, que, por desafiarem os educandos no debate das
mesmas, seriam capazes de levá-los a posições mais críticas. A “consciência crítica” é
aprendida à medida que os problemas da sociedade são compreendidos pelo homem e
são alvo de reflexão e ação por parte dele.
Segundo Paulo Freire, para alguns, o homem é um ser que deve se adaptar ao mundo.
Neste sentido, a ação educativa, seus métodos, seus objetivos, devem se voltar para essa
concepção. Para outros, entretanto, o homem é um ser responsável pela transformação
do mundo o que requer uma abordagem diametralmente oposta. Segundo Paulo Freire,
o homem não pode se reduzir a um mero espectador da realidade. Sua vocação
ontológica é a do sujeito que opera e transforma o mundo.
Paulo Freire defendia a tese de que era preciso superar a contradição entre o educador
que é quem sempre educa e o educando que é educado, o educador que impõe a
disciplina e o educando a ser disciplinado, o educador que é quem fala e o educando que
o escuta, o educador que prescreve e o educando que segue a prescrição, o educador que
escolhe o conteúdo dos programas e o educando que o recebe na forma de "depósito", o
educador que é sempre quem sabe e o educando o que não sabe, o educador que é o
sujeito do processo e o educando seu objeto. Essa falsa concepção de educação, que
toma o educando passivo e o adapta, repousa numa igualmente falsa concepção do
homem.
O pensamento de Edgar Morin
Hoje, o mundo está inflacionado de informações. Recebemos bastante informação que
contribui muito pouco para o crescimento do indivíduo e da coletividade. As
instituições educacionais pouco fazem no sentido de contribuir para que a massa de
informações disponíveis seja devidamente utilizada em benefício da humanidade. A
educação não é vinculada à formação do indivíduo crítico que seja educado para
raciocinar e ter sensibilidade em relação a seus semelhantes e aos acontecimentos locais
e globais. Deparamos-nos com a formação educacional dos indivíduos sem uma visão
sistêmica, totalizante, voltada para a formação do indivíduo crítico, reflexivo e cidadão,
como preconizava Paulo Freire.
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A educação contemporânea não permite que a sociedade adquira os conhecimentos
necessários para poder pensar e construir um mundo melhor. É geral a desinformação
dos indivíduos e da comunidade em geral em todo o mundo sobre o que acontece nos
campos da economia, da ciência e tecnologia, do meio ambiente e das relações
internacionais, entre outras. Esta desinformação atinge a esmagadora maioria da
população do planeta fazendo com que ela não tenha condições de interpretar
corretamente a realidade em que vive e, muito menos, em transformá-la. A educação na
era contemporânea contribui para a alienação dos seres humanos porque não é pensada
como cultivo do espírito, como condição para o avanço da humanidade. Afinal qual é o
sentido da verdadeira educação?
Em 1999, por iniciativa da UNESCO, e de seu então presidente, Federico Mayor, Edgar
Morin foi solicitado a sistematizar um conjunto de reflexões que servissem como ponto
de partida para se repensar a educação do século XXI. Estas reflexões estão contidas na
obra de Edgar Morin Os Sete Saberes Necessários à Educação no Futuro. Segundo
Morin, a educação do futuro exige um esforço transdisciplinar que seja capaz de
rejuntar ciências e humanidades e romper com a oposição entre natureza e cultura.
Edgar Morin, nesses ”sete saberes”, expõe não um credo a ser cumprido acriticamente,
mas um desafio cognitivo a todos os pensadores empenhados em repensar os rumos que
as instituições educacionais terão de assumir, se não quiserem sucumbir na inércia da
fragmentação e da excessiva disciplinarização características dessas últimas décadas.
Segundo Morin, o grande paradigma do Ocidente, disjuntor do sujeito e do objeto, da
alma e do corpo, da existência e da essência, precisa ser desobedecido e refutado, para
que o pensamento alce voos mais livres. Ele defende a tese de que precisamos
reaprender a rejuntar a parte e o todo, o texto e o contexto, o global e o planetário, e o
enfrentar os paradoxos que o desenvolvimento tecnoeconômico trouxe consigo. Se o
século XX acabou por consagrar uma forma de desenvolvimento que, a cada dia, vai se
demonstrando insustentável, é forçoso reconhecer que novas formas de solidariedade e
responsabilidade se manifestam, estimulando a unidade da diversidade.
Os sete saberes indispensáveis enunciados por Morin são as seguintes: 1) Superação das
cegueiras do conhecimento; 2) Ensino dos princípios do conhecimento pertinente; 3)
Apresentação da condição humana; 4) Ensino da identidade terrena; 5) Enfrentamento
das incertezas; 6) Ensino da compreensão humana; e, 7) Apresentação da ética do
gênero humano. Este sete saberes constituem eixos e, ao mesmo tempo, caminhos que
se abrem a todos os que pensam e fazem educação, e que estão preocupados com o
futuro das crianças e adolescentes.
Para superar as cegueiras do conhecimento, Morin afirma que a educação
contemporânea deveria mostrar que o conhecimento não é um espelho das coisas ou do
mundo externo e que ele está sempre ameaçado pelo erro e pela ilusão. Para ensinar os
princípios do conhecimento pertinente, Morin afirma que a educação deveria mostrar
uma visão totalizante estabelecendo as relações entre as partes e o todo em seu conjunto
ao contrário do que ocorre na atualidade que impõe o conhecimento fragmentado de
acordo com as disciplinas.
Quanto à apresentação da condição humana, Morin afirma que a complexa natureza do
ser humano é tratada de forma totalmente fragmentada na educação contemporânea por
meio das disciplinas tornando impossível aprender o que significa o ser humano na sua
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totalidade e sua identidade comum com os outros seres humanos. Quanto ao ensino da
identidade terrena, Morin afirma que o destino planetário do gênero humano é outra
realidade até agora ignorada pela educação contemporânea que deveria mostrar que
todos os seres humanos partilham um destino comum.
Quanto a enfrentar as incertezas, Morin defende a tese de que a educação deveria incluir
o ensino das incertezas abordadas pelas várias áreas da ciência e o de estratégias que
permitiriam o indivíduo enfrentar os imprevistos, o inesperado. Quanto a ensinar a
compreensão humana, Morin afirma que a educação deveria promover o congraçamento
ou a compreensão entre os seres humanos que está ausente no ensino e que se impõe
para que as relações humanas saiam de seu estado bárbaro atual.
Finalmente, quanto à a apresentação da ética do gênero humano, Morin considera que a
educação deve contribuir não somente para a tomada de consciência de nossa "Terra-
Pátria" que se traduza em uma relação de controle mútuo entre a sociedade e os
indivíduos pela democracia e concebendo a Humanidade como comunidade planetária.
A proposta de Edgar Morin é o caminho para superar a alienação dos seres humanos na
era contemporânea.
A universalização da educação com o sistema de educação a distância
Na atualidade, a humanidade dispõe de todas as condições tecnológicas para
universalizar a educação com a utilização do sistema de educação a distância (EAD)
que é, modernamente, uma modalidade de educação mediada por tecnologias em que
alunos e professores estão separados espacial e/ou temporalmente, ou seja, não estão
fisicamente presentes em um ambiente presencial de ensino-aprendizagem. Na EAD,
professores e alunos estão conectados, interligados, por tecnologias chamadas
telemáticas, como a internet e em especial as hipermídias, mas também podem ser
utilizados outros recursos de comunicação, tais como carta, rádio, televisão,video, CD-
ROM, telefone, fax,celular, iPod, iPad, notebook, etc. A EAD caracteriza-se, portanto,
pelo estabelecimento de uma comunicação de múltiplas vias. Nesta modalidade de
ensino estudantes e professores não necessitam estar presentes num local específico
durante o período de formação.
Hoje, as possibilidades da EAD são amplas. Pode-se fazer um curso a distância
praticamente nos mesmos moldes dos presenciais, com os estudantes assistindo, pela
internet às aulas de professores, com exibição de conteúdos audiovisuais. As avaliações
podem ser feitas em tempo real, também pela rede, com tempo certo para a sua
realização. A metodologia de ensino, a forma de avaliar a aprendizagem dos alunos e a
atuação do corpo docente na educação a distância passaram por uma revolução. No
exterior, há uma tendência de fim da fronteira entre educação a distância e presencial.
Cursos que antes eram exclusivamente presenciais já incluem uma parte realizada
remotamente. E os programas de educação a distância muitas vezes abrangem
atividades presenciais.
É senso comum que não se constrói uma nação sem educação de qualidade. E o Brasil
precisa universalizar a educação em todos os níveis, desde a educação fundamental até o
ensino superior. Um dos grandes desafios da educação brasileira, neste momento, está
na expansão do ensino superior com o uso da EAD. Ao invés de multiplicar estruturas
de universidades e faculdades espalhadas pelo Brasil com custos elevados, deve-se, ao
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contrário, multiplicar o número de cursos à distância através da tecnologia da EAD. É
neste sentido que a EAD pode dar uma importante contribuição, ampliando o potencial
de acesso dos brasileiros à educação, especialmente em estados e municípios com maior
dificuldade de mobilidade para os estudantes.
As fragilidades da educação na Bahia e no Brasil
As fragilidades da educação brasileira são evidenciadas, sobretudo pelo Pisa (Programa
Internacional de Avaliação de Alunos) que busca medir o conhecimento e a habilidade
em leitura, matemática e ciências de estudantes com 15 anos de idade tanto de países
industrializados membro da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento
Econômico) como de países parceiros. Figuram entre os países membros da OCDE
Alemanha, Grécia, Chile, Coreia do Sul, México, Holanda e Polônia. Países como
Argentina, Brasil, China, Peru, Qatar e Sérvia aparecem como parceiros e também
fazem parte da avaliação.
Em 2012, o desempenho dos estudantes brasileiros em leitura piorou em relação a 2009.
De acordo com dados do Pisa, o Brasil ficou com a 55ª posição do ranking de leitura,
abaixo de países como Chile, Uruguai, Romênia e Tailândia. Em ciências, o Brasil
obteve o 59° lugar do ranking com 65 países. Matemática foi a única disciplina em que
os estudantes brasileiros apresentaram avanço no desempenho, ainda que pequeno. A
melhora não foi suficiente para que o país avançasse no ranking e o Brasil caiu para a
58ª posição em matemática. Os estudantes brasileiros ficaram em 38º lugar entre jovens
de 44 países em um teste de solução de problemas matemáticos feito recentemente pela
OCDE.
Relatório final do estudo Bahia: por uma escola pública de qualidade elaborado pela
Secretaria do Planejamento da Bahia em 2006, apresenta dados históricos do número de
alunos matriculados no ensino fundamental da Bahia que demonstra que, a partir do ano
2000, sua evolução passou a apresentar quedas de 8,1% em 2003 e 7,6% em 2004
invertendo abruptamente uma tendência de elevado crescimento médio anual do número
de alunos no ensino médio baiano, verificada entre os anos de 1997 e 2003 (15,9% de
crescimento médio). O fato de ter acesso à escola não significa que os alunos nela
permaneçam, o que se percebe pelas altas taxas de abandono da rede pública. Para que a
escolarização se concretize em um patamar de qualidade, é necessário que o aluno tenha
acesso à escola, nela permaneça e, durante essa permanência aprenda. Esse
entendimento é compartilhado por muitos estudiosos e por muitos formuladores de
políticas educacionais.
A permanência do aluno na escola precisa estar atrelada à aprendizagem, o que não tem
ocorrido de modo satisfatório na Bahia e no Brasil. Os dados das avaliações externas,
nacional e estadual, apontam para uma grande distância entre as competências e
habilidades que o aluno deveria deter e aquelas que demonstram terem adquirido. Os
resultados da Avaliação de Desempenho Educacional da rede pública na Bahia com a
realização de testes com conteúdos de Língua Portuguesa e Matemática indicam
percentuais muito insatisfatórios de alunos nas disciplinas avaliadas. A situação é grave
em Língua Portuguesa, mas é especialmente preocupante em Matemática, repetindo
tendências nacionais. Em uma análise simples, a rede pública de educação na Bahia não
está garantindo os níveis mínimos de proficiência nessas disciplinas.
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A baixa qualidade do ensino, que contribui para o insuficiente nível de aprendizagem
dos alunos do ensino fundamental, impacta negativamente sobre o ensino superior do
Brasil. Tomando como exemplo o ensino da Engenharia no Brasil, constatamos que,
enquanto a cada ano ingressam 150 mil estudantes nas faculdades de engenharia, apenas
48 mil são diplomados, ou seja, somente 32% dos que ingressam nos vestibulares. Esta
situação resulta da péssima qualidade do ensino médio, sobretudo em português,
matemática e ciências porquanto os alunos não têm capacidade de acompanhar os
cursos de Engenharia. Esta situação é uma das causas de haver insuficiência de
engenheiros no Brasil na atualidade.
Tomando por base os dados do Pisa e considerando a situação da educação na Bahia é
flagrante a fragilidade do sistema educacional na Bahia e no Brasil que estaria a exigir a
adoção de mudanças profundas na política educacional da Bahia e do Brasil. Essas
mudanças são fundamentais não apenas para preparar as pessoas para o trabalho em
quantidade e qualificação profissional, mas, fundamentalmente, para a vida como
cidadão pleno. Para que isto se realize, devemos nos inspirar nos ensinamentos de
Anisio Teixeira, Paulo Freire e Edgar Morin para reverter a grave situação vivida pelo
sistema educacional do Brasil na era contemporânea.
Conclusões
Urge a eclosão de uma revolução nos métodos ou na pedagogia do ensino na Bahia e no
Brasil nos moldes preconizados por Anisio Teixeira, Paulo Freire e Edgar Morin. Cabe
observar que, além de concordar com o pensamento de Anísio Teixeira, Paulo Freire e
Edgar Morin, é importante considerar também o pensamento da grande educadora
baiana, professora Olga Mettig que sempre considerou a educação como um sistema,
um produto de evolução da sociedade e que necessita ser adaptada ao meio. Olga Mettig
acreditava que o papel da escola era o de formar o ser humano integral, capaz de
desenvolver seus níveis físicos, psíquicos e morais.
O pensamento pedagógico de Olga Mettig era o de que a pessoa pode elevar-se e tornar-
se membro de uma sociedade melhor. Que estas pessoas contribuíssem para o
desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Para isto, a formação destas
pessoas estaria fundamentada nos valores morais, espirituais e de cidadania. A
sociedade deveria ser composta de pessoas éticas, em busca da paz e da felicidade.
Urge a universalização da educação com o uso do sistema de educação a distância. Ao
revolucionar os métodos de ensino serão criadas as condições para multiplicarmos o
número de educandos no Brasil com a universalização da educação a distância e para
que o educando possa transformar o mundo em que vivemos. Para alcançar estes
objetivos, o governo brasileiro deveria elevar os investimentos em educação, que hoje
corresponde a 4,5% do PIB, para 7% do PIB como fazem os países desenvolvidos do
mundo.
Além disso, o Brasil precisa combater o analfabetismo que corresponde hoje a 10% de
sua população, sendo que, dos que leem mais de 30% não sabe interpretar o que leram
em uma simples matéria de jornal. São os analfabetos funcionais. Enquanto nos países
desenvolvidos esse índice é zero. O Brasil precisa, portanto, equacionar e resolver
definitivamente a questão da educação em todos os níveis de ensino, fundamento de
todas as políticas públicas, a principal delas, a única que pode produzir cidadãos
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habilitados a participarem como protagonistas do processo de desenvolvimento político,
econômico e social da nação brasileira.
*Fernando Alcoforado, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento
Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e
consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e
planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997),
De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto
para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da
Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona, http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944,
2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do
Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The
Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM
Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e
Catástrofe Planetária (P&A Gráfica e Editora, Salvador, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso
do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São
Paulo, 2011) e Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV,
Curitiba, 2012), entre outros.