O documento descreve fotografias e textos de um livro sobre a cidade de Curuá-PA, no norte do Brasil. O livro retrata a vida cotidiana simples das pessoas locais e sua conexão com a natureza, longe da economia e realidade do resto do país.
2. Retrados de um Brasil Desconhecido
Fotografias e textos por
FABIANO PORTO
Este livro é resultado da experiência
vivenciada pelo autor como integrante
do Projeto Rondon em janeiro de
2009, operações Centro-Norte, na
cidade de Curuá-PA.
3. Retratos de um Brasil Desconhecido
Localizada a oeste do Estado do Pará, Curuá pertence à
mesorregião do Baixo Amazonas e a microrregião de Santarém. O
município faz fronteira com as cidades de Alenquer, ao norte e leste,
Santarém, ao sul, e Óbidos, a oeste (vide figura abaixo).
Palavra do Autor
O Brasil é imenso. Não apenas por suas proporções
continentais, mas por sua diversidade cultural. Em cada
cidade existe uma nação, construída com o suor de ilustres
anônimos que fortaleçem a personalidade únida do nosso
país.
Vivenciar as esperanças e angústias deste povo abriram
meus olhos para uma percepção e entendimento do Brasil
muito diferentes das noticiadas pelo Governo e imprensa.
Como jornalista senti-me na obrigação de denunciar e
sensibilizar o público com esses retratos que ajudam a definir
e compreender o país em que vivemos.
Para isso, preocupei-me em expressar da forma mais
verdadeira possível através da lente fotográfica e da poesia a
realidade diária de muitos brasileiros que vivem em regiões
amazônicas, onde o isolamento geográfico e a ausência do
Estado denunciam um Brasil pitoresco e desconhecido.
Meus sinceros agradecimentos a todos os personagens que
compõe este Ensaio, que fazem de sua vida um verdadeiro
exemplo de cidadania e determinação.
Sua história como município oficial é recente, sendo datado do dia em que
se separou de Alenquer pela Lei 5924, em 28 de dezembro de 1995,
assinada pelo governador Jáder Barbalho.
Para conhecer seu povo, é preciso sair de Santarém e navegar, no
mínimo, 14 horas pelo Rio Amazonas e Tapajós.
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4. Retratos de um Brasil Desconhecido
A imensidão de um mar doce que divide o povo e No Pará, sempre há um monumento ao horizonte
multiplica a cultura de um País em centenas de Que lança ao solo o sustento de muitas vidas
realidades e cenários. E embeleza o pôr-do-sol do dia-a-dia
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5. Retratos de um Brasil Desconhecido
Nessas terras coqueiros, árvores e bambus constroem um Homem e Natureza em sintonia,
lar Onde pessoas se empoleiram para o calor suportar Distantes do Brasil da Economia
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6. Retratos de um Brasil Desconhecido
De mãos limpas constroem suas Onde a inocência é fortaleza
vidas, E a cultura de um povo E a pobreza é relativa
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7. Retratos de um Brasil Desconhecido
Personalidade é virtude no olhar
Que sempre se faz admirar
É do trabalho o maior triunfo Com a
sabedoria de uma vida simples
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8. Retratos de um Brasil Desconhecido
Dos que aguardam e dos que cuidam As crianças são a maior riqueza, e
A união é o sentimento mais presente esperança em um futuro incerto
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9. Retratos de um Brasil Desconhecido
Sofrimento não existe, Cada história, cada olhar...
onde risos contagiam Expressões de uma vida plena
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10. Retratos de um Brasil Desconhecido
Alegria de poder viver em liberdade Ser criança livremente
Com brincadeiras ao fim de tarde Onde o melhor momento é o presente
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11. Retratos de um Brasil Desconhecido
Demonstrando as simpatias de um povo curioso Determinados em cada passo
Na certeza de um futuro melhor
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12. Retratos de um Brasil Desconhecido
Como és belo esse povo
Tão simples e ingênuo Dos igarapés, açaizais e castanhais
que o fruto da esperança se
renova
13. Retratos de um Brasil Desconhecido
Toda a tarde é majestosa Que de chinelos se divertem com a vida
como bênção para essa gente Nem se importanto com a realidade esquecida
carinhosa
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14. Retratos de um Brasil Desconhecido
Afinal, são deles os méritos da vida
de viver com a Natureza como Governo
Da conquista na força e determinação Onde
tudo é livre e generoso
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15. Retratos de um Brasil Desconhecido
A imensidão de um mar doce que divide o povo e multiplica Cada história, cada olhar...
a cultura de um País em centenas de realidades e cenários. Expressões de uma vida plena
No Pará, sempre há um monumento ao horizonte Alegria de poder viver em liberdade
Que lança ao solo o sustento de muitas vidas Com brincadeiras ao fim de tarde
E embeleza o por-do-sol do dia-a-dia
Ser criança livremente
Nessas terras coqueiros, árvores e bambus constroem um Onde o melhor momento é o presente
lar
Onde pessoas se empoleiram para o calor suportar Demonstrando as simpatias de um povo curioso
Homem e Natureza em sintonia, Determinados em cada passo
Distantes do Brasil da Economia Na certeza de um futuro melhor
De mãos limpas contrem suas vidas, Tão simples e ingênuo
E a cultura de um povo que o fruto da esperança se renova
Onde a inocência é fortaleza Como és belo esse povo
E a pobreza é relativa Dos igarapés, açaizais e castanhais
Personalidade é virtude no olhar Toda a tarde é majestosa
Que sempre se faz admirar como bênção para essa gente carinhosa
É do trabalho o maior triunfo Que de chinelos se divertem com a vida
Com a sabedoria de uma vida simples Nem se importanto com a realidade esquecida
Dos que aguardam e dos que cuidam Afinal, são deles os méritos da vida
A união é o sentimento mais presente de viver com a Natureza como Governo
As crianças são a maior riqueza, Da conquista na força e determinação
e esperança em um futuro incerto Onde tudo é livre e generoso
Sofrimento não existe, Na luta diária para ser compreendido
Na luta diária para ser compreendido onde risos contagiam e não ser mais um Retrato de um Brasil Desconhecido
e não ser mais um Retrato de um Brasil
Desconhecido
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16. “Existem vários brasis dentro do Brasil”
Ruth Cardoso
“Sem um fim social o saber será a maior das futilidades.”
Gilberto Freyre
“O Brasil precisa explorar com urgência a sua riqueza - porque a
pobreza não agüenta mais ser explorada.”
Max Nunes
“É muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil
em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos
despossuídos.”
Ariano Suassuna
“A maior tragédia do Brasil não é a dívida externa, nem a dívida
interna: é a dívida social.”
Teotônio Vilela