SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 3
Downloaden Sie, um offline zu lesen
OPINIÃO




                                                                                                                                                    OPINIÃO
Adolfo Ricardo Calor
Programa de Pós-graduação em Entomologia (doutorando),
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP)




                                                               Charles Morphy Dias dos Santos
                                                   Programa de Pós-graduação em Entomologia (doutorando), USP




Filosofia e ensino de ciências:
uma convergência necessária
O ensino de ciências,

principalmente nos níveis
                                         A    importância da filosofia para
                                              o ensino de ciências tem sido
                                         há muito negligenciada. Muitas
                                                                               parte da ciência (ou seja, a ciên-
                                                                               cia avança não pela comprovação
                                                                               de sentenças básicas, mas por sua
                                         das discussões de pensadores co-      rejeição, que exige novas hipóte-
fundamental e médio,                     mo Popper, Kuhn, Lakatos e Feye-      ses). Contrariando a linha posi-
                                         rabend permitem sugerir modelos       tivista da indução, ele afirma que
é em geral prejudicado pela visão
                                         pedagógicos que rompam com o          o pensamento científico é basea-
                                         tradicional caráter linear e atem-    do em hipóteses e experimentos/
de que o conhecimento científico
                                         poral do ensino, substituindo-as      deduções: “Não há, pois, indução
é um conjunto de invenções               por uma visão mais dinâmica do        (...), nunca argumentamos pas-
                                         processo ensino-aprendizagem.         sando dos fatos para as teorias.”
e descobertas individuais,                  O filósofo austríaco Karl Pop-     Todo experimento ou observação
                                         per (1902-1994) considera a ima-      é influenciado por hipóteses
profundas e imutáveis, o que é           ginação o princípio motor da          existentes.
                                         ciência. Assim, cientistas formu-         Esse conceito popperiano – o
reforçado por livros didáticos           lam hipóteses que são testadas        falseacionismo – é tido como in-
                                         através da experimentação. Se         gênuo por alguns pensadores, que
e pela mídia. Pode-se evitar essa
                                         tais hipóteses mostram-se inade-      não aceitam a existência de ex-
imagem distorcida mostrando              quadas, criam-se outras, que se-      perimentos com o poder de fal-
                                         rão sujeitas a novos testes, em um    sear teorias. O húngaro Imre Laka-
aos alunos que o desenvolvimento         contínuo que aumenta o poder          tos (1922-1974) propõe uma rein-
                                         explanatório das teorias, aproxi-     terpretação de Popper: o falseacio-
da ciência é um processo dinâmico,       mando-as da verdade. A ciência        nismo sofisticado. Para Lakatos,
                                         é essencialmente transitória pois,    as hipóteses são científicas se pu-
sujeito a erros e vinculado ao           em um dado momento, a melhor          derem ser falseadas não por um
                                         teoria é a que melhor suporta as      único experimento, mas por um
contexto histórico. As idéias de         tentativas de refutação. Assim, a     corpo de idéias que possa substi-
                                         ciência se desenvolve através da      tuir a hipótese original. Esse ‘pro-
alguns pensadores sobre a história
                                         relação indissociável entre hipó-     grama de pesquisa’, termo criado
e a filosofia da ciência podem           teses, confirmações e refutações.     por Lakatos, engloba teorias, ex-
                                         A atitude crítica é fundamental:      perimentos e a observação.
ajudar a encontrar formas de             aprendemos com os erros.                  Outro austríaco, Paul Feyera-
                                            Para Popper, apenas hipóteses      bend (1924-1994) defende que o
realizar essa mudança pedagógica.        que podem ser falseadas fazem         desenvolvimento das ciências


                                                                                               n o v e m b r o d e 2 0 0 4 • C I Ê N C I A H O J E • 59
OPINIÃO
                                                                                                   e interações da sociedade. A
                                                                                                   desmistificação do cientista tam-
                         Tratar a ciência como verdade absoluta,                                   bém recairá sobre o professor, a
                                                                                                   partir do momento em que ele
                   resultado do trabalho de cientistas geniais,                                    apresenta seu campo de estudo
                                                                                                   como aberto a mudanças e críti-
            desestimula e distancia o aluno, desvinculando                                         cas. Para o educador brasileiro
                                                                                                   Maurício Tragtenberg (1929-
                            o ensino de ciências da própria ciência                                1998), o professor é dono de um
                                                                                                   saber inacabado e o aluno de uma
                                                                                                   ignorância transitória.
                     ocorre por um processo dinâmi-          visão contrapõe-se à linearidade         Considerar o contexto históri-
                     co, baseado no não-absolutismo e        e à falta de contextualização his-    co durante a exposição dos con-
                     na não-uniformidade das teorias.        tórica encontradas nas escolas de     teúdos evita a distorção da real
                     Ou seja, quanto mais teorias, me-       nível médio e fundamental, e          prática da ciência e permite ao
                     lhor. Ele considera a ciência um        pode ser uma ferramenta útil para     professor definir essa atividade
                     empreendimento anárquico, que           a formação de alunos críticos e       como a busca pela solução de pro-
                     não deve seguir princípios fixos        com capacidade de reflexão.           blemas e geração de tecnologias
                     ou metodologias específicas. Para                                             dentro de uma sociedade.
                     Feyerabend, tudo vale na investi-       A filosofia popperiana pode ser-         Por outro lado, o professor ar-
                     gação científica.                       vir como guia para várias etapas      risca-se a encenar um monólogo
                        Já o norte-americano Thomas          do processo de ensino-aprendiza-      ao propor a troca, por parte dos
                     Kuhn (1922-1996), no livro A es-        gem. Ao assumi-la desde o pre-        alunos, da certeza do senso co-
                     trutura das revoluções científi-        paro da aula até a sua exposição,     mum pela incerteza científica.
                     cas, estabelece que o padrão de         o professor aproximará o aluno do     Nesse caso, o resultado seria um
                     desenvolvimento da ciência fun-         processo de construção da ciên-       aumento ainda maior do desinte-
                     damenta-se na mudança de ‘para-         cia, levando-o a desenvolver uma      resse do estudante em relação à
                     digmas’ por meio de ‘revoluções’.       concepção própria do mundo na-        ciência. É importante considerar
                     Paradigmas são conjuntos de hi-         tural sem perder a noção dos prin-    essa possibilidade, embora ela
                     póteses aceitos pela comunidade         cípios científicos. A orientação do   signifique um julgamento nega-
                     científica e que fornecem, por um       professor deve deixar claro que a     tivo, a priori, das qualidades e
                     tempo, problemas e soluções às          ciência não é apenas o reflexo de     potencialidades dos alunos, além
                     questões levantadas pelos prati-        sensações individuais sobre o         de uma desconsideração da capa-
                     cantes da ciência. Segundo Kuhn,        mundo, mas uma fusão destas às        cidade do docente.
                     a imagem de realizações científi-       hipóteses e teorias construídas na
                     cas acabadas, desvinculadas de          tentativa de explicar a realidade     As teorias não podem ser disso-
                     um contexto histórico, compro-          para além do que é percebido por      ciadas do ambiente em que foram
                     mete a compreensão do processo          nossos sentidos físicos.              criadas, e isso independentemen-
                     de construção da ciência.                   O positivismo ainda presente      te do modo como surgiram: atra-
                        A transitoriedade das teorias        na prática pedagógica desconsi-       vés de insights, sonhos, estudo ou
                     científicas não é discutida no en-      dera o aluno como sujeito da ação     trabalho árduo. A evolução é um
                     sino de ciências nos níveis funda-      científica e o transforma em sim-     exemplo. Tida como o princípio
                     mental e médio e, por vezes, se-        ples receptor passivo do produto      unificador da biologia, ela quase
                     quer no superior. Há professores        ‘final’ dessa atividade. Tratar a     sempre é considerada o produto
                     que tendem a tratar a ciência           ciência como verdade absoluta,        da mente do naturalista inglês
                     como um conjunto de invenções e         resultado do trabalho de cientis-     Charles Darwin (1809-1882),
                     descobertas individuais, herméti-       tas geniais, desestimula e distan-    desconsiderando seus predeces-
                     cas e fixas, visão essa reforçada por   cia o aluno, desvinculando o ensi-    sores e influências. Vale a pena
                     parte dos livros didáticos e pela       no de ciências da própria ciência.    trazer para a aula o histórico da
                     grande mídia, que se limitam a              A ciência deve ser vista como     construção da teoria, os proble-
                     expor as idéias centrais das teo-       uma atividade passível de erros –     mas e questões levantadas e, prin-
                     rias e suas aplicações imediatas.       fundamentais na construção do         cipalmente, os erros cometidos e
                        No ensino de ciências, a ado-        conhecimento – desempenhada           suas implicações, da antigüidade
                     ção de uma perspectiva dinâmi-          por pesquisadores atuantes em         grega aos tempos atuais.
                     ca, baseada na idéia de teorias         uma comunidade científica que            O francês Jean-Baptiste La-
                     transitórias, seria benéfica. Essa      faz parte do complexo de relações     marck (1744-1829) teve impor-


60 • CIÊNCIA HOJE • vol. 35 • nº 210
OPINIÃO
tância capital no desenvolvimen-     aula não pode se ater à apresenta-    comum). Certos modelos constru-
to do evolucionismo, apesar de       ção superficial dos livros didáti-    tivistas, contudo, podem levar
suas hipóteses errôneas referen-     cos, mas deve ser acrescida das       à desvalorização da prática do
tes ao uso e desuso e à herança      discussões filosóficas e históricas   ensino de ciências por não incen-
dos caracteres adquiridos. Poucos    pertinentes. A leitura é funda-       tivarem a construção do conhe-
livros didáticos mostram Lamar-      mental para o professor, incluin-     cimento fundamentado cientifi-
ck como um pioneiro da crítica       do as obras originais e compên-       camente, dando demasiado valor
ao ‘fixismo’ na biologia, por ter    dios sobre os tópicos estudados.      ao senso comum. A supervalo-
enfatizado o papel do tempo para         É papel do docente aproximar      rização da experiência sensorial
a origem das espécies, hipótese      os alunos do conhecimento cien-       como fonte única geradora de
aproveitada pelas teorias evolu-     tífico moderno, propondo-lhes         conhecimento cria problemas
tivas posteriores.                   que as novas teorias partam do co-    tanto para a compreensão quan-
    Além de Lamarck, é necessá-      nhecimento prévio, em menor ou        to para a formulação de concei-
rio destacar o inglês Alfred Wal-    maior grau. A ele cabe tratar a       tos. A abordagem voltada exces-
lace (1823-1913), também pai da      ciência como um processo contí-       sivamente para o senso comum
teoria da evolução e o responsá-     nuo, não hermético, possibilitan-     deve ser evitada pelo professor, o
vel pela descoberta da seleção na-   do ao aluno aceitar o novo e esti-    que não significa tratar como
tural, mas apesar disso geralmen-    mulando, paralelamente, a refle-      irrelevantes os saberes trazidos à
te desconhecido do grande públi-     xão e a análise crítica, com cria-    aula pelos alunos.
co. A contextualização histórica     tividade e imaginação. O emba-           Assumir que a investigação
mostrará aos alunos que os cien-     samento científico-filosófico for-    científica não termina com os re-
tistas não são trabalhadores soli-   nece ao aluno ferramentas úteis       sultados obtidos, mas parte de
tários, fechados em laboratório, e   para a compreensão do processo        hipóteses de trabalho para se de-
sim homens de um tempo, inse-        de construção do conhecimento,        senvolver, é um dos caminhos
ridos em um contexto social am-      no qual ele também se insere.         para um ensino de ciências me-
plo e que recebem influências,           Por vezes, nota-se a convergên-   nos apático e mais associado à
assim como influenciam outros        cia entre o falseacionismo e algu-    prática científica. O estímulo à
pesquisadores e personagens de       mas correntes do construtivismo,      reflexão e à crítica fundamenta-
seu período.                         uma vez que estas defendem a in-      das, a partir de uma abordagem
                                     serção do aluno na prática do en-     falseacionista, pode auxiliar, as-
Antes de tudo, a boa formação        sino, utilizando e valorizando        sim, na propagada formação de
do professor é imprescindível. A     seus saberes (ou seja, o senso        cidadãos.                        ■




  Einstein Pasteur Da Vinci
     Sabin Galileu Newton
                                              Eles não liam
                                              Ciência Hoje das Crianças.
                                              Imagine se tivessem lido...


                                                ASSINE                                 0800-7278999
                                                                                         www.ciencia.org.br
                                                                                             novembro de 2004 • CIÊNCIA HOJE • 61

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardianoO ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardianoZara Hoffmann
 
Resumo Método Científico
Resumo Método CientíficoResumo Método Científico
Resumo Método CientíficoDaniela Nunes
 
Resumo-critico-detalhado-a-estrutura-das-revolucoes-cientificas
Resumo-critico-detalhado-a-estrutura-das-revolucoes-cientificasResumo-critico-detalhado-a-estrutura-das-revolucoes-cientificas
Resumo-critico-detalhado-a-estrutura-das-revolucoes-cientificasCarlos Alberto Monteiro da Silva
 
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientificaKuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientificaReflexao Dialogada
 
Metodologia Científica na Publicação de Artigos no Brasil
Metodologia Científica na Publicação de Artigos no BrasilMetodologia Científica na Publicação de Artigos no Brasil
Metodologia Científica na Publicação de Artigos no BrasilGisele Finatti Baraglio
 
Trabalho método científico
Trabalho método científico Trabalho método científico
Trabalho método científico Vanderson lage
 
Metodologia do trabalho inicio
Metodologia do trabalho  inicioMetodologia do trabalho  inicio
Metodologia do trabalho inicioWaleskaSampaio
 
Ernest b agel ciência natureza e objetivo
Ernest b agel   ciência natureza e objetivoErnest b agel   ciência natureza e objetivo
Ernest b agel ciência natureza e objetivopaulo580
 
Questoes sobre o [oleo de lorenzo.
Questoes sobre o  [oleo de lorenzo.Questoes sobre o  [oleo de lorenzo.
Questoes sobre o [oleo de lorenzo.Ionara Urrutia Moura
 
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagemConhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagemPriscila Vila Verde
 
Apostila de metodologia do artigo cientifico
Apostila de metodologia do artigo cientificoApostila de metodologia do artigo cientifico
Apostila de metodologia do artigo cientificoMoacir Silva
 
O que é cts, afinal ensaio
O que é cts, afinal   ensaioO que é cts, afinal   ensaio
O que é cts, afinal ensaioJailson Alves
 
Ciência segundo ander egg
Ciência segundo ander eggCiência segundo ander egg
Ciência segundo ander eggconceicao1
 

Was ist angesagt? (20)

O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardianoO ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
O ensino de química e a formação do professor sob olhar bachelardiano
 
Resumo Método Científico
Resumo Método CientíficoResumo Método Científico
Resumo Método Científico
 
Gaston bachelard - Seminario
Gaston bachelard - SeminarioGaston bachelard - Seminario
Gaston bachelard - Seminario
 
Resumo-critico-detalhado-a-estrutura-das-revolucoes-cientificas
Resumo-critico-detalhado-a-estrutura-das-revolucoes-cientificasResumo-critico-detalhado-a-estrutura-das-revolucoes-cientificas
Resumo-critico-detalhado-a-estrutura-das-revolucoes-cientificas
 
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientificaKuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
Kuhn a funcao do dogma na investigacao cientifica
 
Metodologia Científica na Publicação de Artigos no Brasil
Metodologia Científica na Publicação de Artigos no BrasilMetodologia Científica na Publicação de Artigos no Brasil
Metodologia Científica na Publicação de Artigos no Brasil
 
Trabalho método científico
Trabalho método científico Trabalho método científico
Trabalho método científico
 
Paradigma emergente
Paradigma emergenteParadigma emergente
Paradigma emergente
 
Epistemologias do seculo_xx
Epistemologias do seculo_xxEpistemologias do seculo_xx
Epistemologias do seculo_xx
 
Metodologia do trabalho inicio
Metodologia do trabalho  inicioMetodologia do trabalho  inicio
Metodologia do trabalho inicio
 
Ernest b agel ciência natureza e objetivo
Ernest b agel   ciência natureza e objetivoErnest b agel   ciência natureza e objetivo
Ernest b agel ciência natureza e objetivo
 
A atitude científica
A atitude científicaA atitude científica
A atitude científica
 
Questoes sobre o [oleo de lorenzo.
Questoes sobre o  [oleo de lorenzo.Questoes sobre o  [oleo de lorenzo.
Questoes sobre o [oleo de lorenzo.
 
document-7.pdf
document-7.pdfdocument-7.pdf
document-7.pdf
 
Estrutura das revoluções científicas
Estrutura das revoluções científicasEstrutura das revoluções científicas
Estrutura das revoluções científicas
 
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagemConhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
 
Paradigma 2
Paradigma  2Paradigma  2
Paradigma 2
 
Apostila de metodologia do artigo cientifico
Apostila de metodologia do artigo cientificoApostila de metodologia do artigo cientifico
Apostila de metodologia do artigo cientifico
 
O que é cts, afinal ensaio
O que é cts, afinal   ensaioO que é cts, afinal   ensaio
O que é cts, afinal ensaio
 
Ciência segundo ander egg
Ciência segundo ander eggCiência segundo ander egg
Ciência segundo ander egg
 

Ähnlich wie Filosofia e ensino de ciências: uma convergência necessária

Contra o método resenha 3
Contra o método resenha 3Contra o método resenha 3
Contra o método resenha 3CIRINEU COSTA
 
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º período
Trabalho de epistemologia marta kerr   2º períodoTrabalho de epistemologia marta kerr   2º período
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º períodoRita Gonçalves
 
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagemConhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagemPriscila Vila Verde
 
O que é paradigma segundo thomas kuhn
O que é paradigma segundo thomas kuhnO que é paradigma segundo thomas kuhn
O que é paradigma segundo thomas kuhnMíria Alves Cirqueira
 
Epistemologia do conhecimento cientifico blog
Epistemologia do conhecimento  cientifico blogEpistemologia do conhecimento  cientifico blog
Epistemologia do conhecimento cientifico blogRosilda Jesus
 
Epistemiologia e conhecimento cientifico blog equipe 1
Epistemiologia e conhecimento  cientifico blog equipe 1Epistemiologia e conhecimento  cientifico blog equipe 1
Epistemiologia e conhecimento cientifico blog equipe 1unidasletras5
 
Epistemiologia e conhecimento cientifico blog equipe 1
Epistemiologia e conhecimento  cientifico blog equipe 1Epistemiologia e conhecimento  cientifico blog equipe 1
Epistemiologia e conhecimento cientifico blog equipe 1unidasletras5
 
Considerações sobre o positivismo
Considerações sobre o positivismoConsiderações sobre o positivismo
Considerações sobre o positivismoWalner Mamede
 
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...Jailson Alves
 
Ciência,epistemologia e pesquisa educacional
Ciência,epistemologia e pesquisa educacionalCiência,epistemologia e pesquisa educacional
Ciência,epistemologia e pesquisa educacionalThiago De Melo Martins
 
Ficha de trabalho - Filosofia 11º Filosofia da Ciência.docx
Ficha de trabalho - Filosofia 11º  Filosofia da Ciência.docxFicha de trabalho - Filosofia 11º  Filosofia da Ciência.docx
Ficha de trabalho - Filosofia 11º Filosofia da Ciência.docxJooCalas1
 
Os caminhos do ensino de ciencias no br
Os caminhos do ensino de ciencias no brOs caminhos do ensino de ciencias no br
Os caminhos do ensino de ciencias no brfamiliaestagio
 

Ähnlich wie Filosofia e ensino de ciências: uma convergência necessária (20)

Contra o método resenha 3
Contra o método resenha 3Contra o método resenha 3
Contra o método resenha 3
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º período
Trabalho de epistemologia marta kerr   2º períodoTrabalho de epistemologia marta kerr   2º período
Trabalho de epistemologia marta kerr 2º período
 
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagemConhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
Conhecimento científico, seu ensino e aprendizagem
 
O que é paradigma segundo thomas kuhn
O que é paradigma segundo thomas kuhnO que é paradigma segundo thomas kuhn
O que é paradigma segundo thomas kuhn
 
Aula 01 e 02
Aula 01 e 02Aula 01 e 02
Aula 01 e 02
 
Cientistas dialogam com a escola básica
Cientistas dialogam com a escola básicaCientistas dialogam com a escola básica
Cientistas dialogam com a escola básica
 
Khun, pop..
Khun, pop..Khun, pop..
Khun, pop..
 
Epistemologia do conhecimento cientifico blog
Epistemologia do conhecimento  cientifico blogEpistemologia do conhecimento  cientifico blog
Epistemologia do conhecimento cientifico blog
 
Epistemiologia e conhecimento cientifico blog equipe 1
Epistemiologia e conhecimento  cientifico blog equipe 1Epistemiologia e conhecimento  cientifico blog equipe 1
Epistemiologia e conhecimento cientifico blog equipe 1
 
Epistemiologia e conhecimento cientifico blog equipe 1
Epistemiologia e conhecimento  cientifico blog equipe 1Epistemiologia e conhecimento  cientifico blog equipe 1
Epistemiologia e conhecimento cientifico blog equipe 1
 
Resenha epistemologia
Resenha epistemologiaResenha epistemologia
Resenha epistemologia
 
Epistemologia
EpistemologiaEpistemologia
Epistemologia
 
Considerações sobre o positivismo
Considerações sobre o positivismoConsiderações sobre o positivismo
Considerações sobre o positivismo
 
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
Por que se pode dizer que são relativistas as propostas filosóficas de thomas...
 
Ciência,epistemologia e pesquisa educacional
Ciência,epistemologia e pesquisa educacionalCiência,epistemologia e pesquisa educacional
Ciência,epistemologia e pesquisa educacional
 
Ficha de trabalho - Filosofia 11º Filosofia da Ciência.docx
Ficha de trabalho - Filosofia 11º  Filosofia da Ciência.docxFicha de trabalho - Filosofia 11º  Filosofia da Ciência.docx
Ficha de trabalho - Filosofia 11º Filosofia da Ciência.docx
 
Princípio Científico e Educativo
Princípio Científico e EducativoPrincípio Científico e Educativo
Princípio Científico e Educativo
 
Os caminhos do ensino de ciencias no br
Os caminhos do ensino de ciencias no brOs caminhos do ensino de ciencias no br
Os caminhos do ensino de ciencias no br
 
Início a pesquisa
Início a pesquisaInício a pesquisa
Início a pesquisa
 

Mehr von Fabiano Antunes

Cinema e ciência tachovendohamburguer
Cinema e ciência tachovendohamburguerCinema e ciência tachovendohamburguer
Cinema e ciência tachovendohamburguerFabiano Antunes
 
Mudando as atitudes dos alunos perante a ciência
Mudando as atitudes dos alunos perante a ciênciaMudando as atitudes dos alunos perante a ciência
Mudando as atitudes dos alunos perante a ciênciaFabiano Antunes
 
Pozo e crespo 2009. aprendizagem e o ensino de ciencias. do conhecimento cot...
Pozo e crespo  2009. aprendizagem e o ensino de ciencias. do conhecimento cot...Pozo e crespo  2009. aprendizagem e o ensino de ciencias. do conhecimento cot...
Pozo e crespo 2009. aprendizagem e o ensino de ciencias. do conhecimento cot...Fabiano Antunes
 
Situação de estudo e abordagem temática
Situação de estudo e abordagem temáticaSituação de estudo e abordagem temática
Situação de estudo e abordagem temáticaFabiano Antunes
 
Aprendizagem significativa crítica
Aprendizagem significativa críticaAprendizagem significativa crítica
Aprendizagem significativa críticaFabiano Antunes
 
Aprendizagem significativa
Aprendizagem significativaAprendizagem significativa
Aprendizagem significativaFabiano Antunes
 
Negociação de significados marco antonio
Negociação de significados marco antonioNegociação de significados marco antonio
Negociação de significados marco antonioFabiano Antunes
 
Historia da ciencia no ensino medio
Historia da ciencia no ensino medioHistoria da ciencia no ensino medio
Historia da ciencia no ensino medioFabiano Antunes
 
História da ciencia no ensino de ciências
História da ciencia no ensino de ciênciasHistória da ciencia no ensino de ciências
História da ciencia no ensino de ciênciasFabiano Antunes
 
Para uma imagem não deformada do conhecimento científico
Para uma imagem não deformada do conhecimento científicoPara uma imagem não deformada do conhecimento científico
Para uma imagem não deformada do conhecimento científicoFabiano Antunes
 

Mehr von Fabiano Antunes (20)

Cinema e ciência tachovendohamburguer
Cinema e ciência tachovendohamburguerCinema e ciência tachovendohamburguer
Cinema e ciência tachovendohamburguer
 
Cinema e ciência
Cinema e ciênciaCinema e ciência
Cinema e ciência
 
Mudando as atitudes dos alunos perante a ciência
Mudando as atitudes dos alunos perante a ciênciaMudando as atitudes dos alunos perante a ciência
Mudando as atitudes dos alunos perante a ciência
 
Atividades praticas
Atividades praticasAtividades praticas
Atividades praticas
 
Pozo e crespo 2009. aprendizagem e o ensino de ciencias. do conhecimento cot...
Pozo e crespo  2009. aprendizagem e o ensino de ciencias. do conhecimento cot...Pozo e crespo  2009. aprendizagem e o ensino de ciencias. do conhecimento cot...
Pozo e crespo 2009. aprendizagem e o ensino de ciencias. do conhecimento cot...
 
Temas controversos 1
Temas controversos 1Temas controversos 1
Temas controversos 1
 
Astrobiologia1
Astrobiologia1Astrobiologia1
Astrobiologia1
 
Popper
PopperPopper
Popper
 
Atividade discursiva
Atividade discursivaAtividade discursiva
Atividade discursiva
 
Situação de estudo e abordagem temática
Situação de estudo e abordagem temáticaSituação de estudo e abordagem temática
Situação de estudo e abordagem temática
 
Cts1
Cts1Cts1
Cts1
 
Aprendizagem significativa crítica
Aprendizagem significativa críticaAprendizagem significativa crítica
Aprendizagem significativa crítica
 
Aprendizagem significativa
Aprendizagem significativaAprendizagem significativa
Aprendizagem significativa
 
Negociação de significados marco antonio
Negociação de significados marco antonioNegociação de significados marco antonio
Negociação de significados marco antonio
 
Historia da ciencia no ensino medio
Historia da ciencia no ensino medioHistoria da ciencia no ensino medio
Historia da ciencia no ensino medio
 
História da ciencia no ensino de ciências
História da ciencia no ensino de ciênciasHistória da ciencia no ensino de ciências
História da ciencia no ensino de ciências
 
Temas transversais
Temas transversaisTemas transversais
Temas transversais
 
Para uma imagem não deformada do conhecimento científico
Para uma imagem não deformada do conhecimento científicoPara uma imagem não deformada do conhecimento científico
Para uma imagem não deformada do conhecimento científico
 
Corefabianoantunes
CorefabianoantunesCorefabianoantunes
Corefabianoantunes
 
Momentos pedagógicos
Momentos pedagógicosMomentos pedagógicos
Momentos pedagógicos
 

Kürzlich hochgeladen

A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...Unidad de Espiritualidad Eudista
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfItaloAtsoc
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosAgrela Elvixeo
 
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
Verbos -  transitivos e intransitivos.pdfVerbos -  transitivos e intransitivos.pdf
Verbos - transitivos e intransitivos.pdfKarinaSouzaCorreiaAl
 
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...Colaborar Educacional
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -Mary Alvarenga
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxLuzia Gabriele
 
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974AnaRitaFreitas7
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .WAGNERJESUSDACUNHA
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxPatriciaFarias81
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderLucliaResende1
 
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)profesfrancleite
 
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdfRitoneltonSouzaSanto
 
Caça palavras - BULLYING
Caça palavras  -  BULLYING  Caça palavras  -  BULLYING
Caça palavras - BULLYING Mary Alvarenga
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresEu Prefiro o Paraíso.
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxtaloAugusto8
 

Kürzlich hochgeladen (20)

A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
 
(42-ESTUDO - LUCAS) DISCIPULO DE JESUS
(42-ESTUDO - LUCAS)  DISCIPULO  DE JESUS(42-ESTUDO - LUCAS)  DISCIPULO  DE JESUS
(42-ESTUDO - LUCAS) DISCIPULO DE JESUS
 
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES MonelosPeixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
Peixeiras da Coruña. O Muro da Coruña. IES Monelos
 
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
Verbos -  transitivos e intransitivos.pdfVerbos -  transitivos e intransitivos.pdf
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
 
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdfAbordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
 
Abordagem 3. Análise interpretativa (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 3. Análise interpretativa (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdfAbordagem 3. Análise interpretativa (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 3. Análise interpretativa (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
 
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
Trabalho DAC História 25 de Abril de 1974
 
Poder do convencimento,........... .
Poder do convencimento,...........         .Poder do convencimento,...........         .
Poder do convencimento,........... .
 
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptxRessonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
Ressonancia_magnetica_basica_slide_da_net.pptx
 
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entenderautismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
autismo conhecer.pptx, Conhecer para entender
 
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
 
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
 
Caça palavras - BULLYING
Caça palavras  -  BULLYING  Caça palavras  -  BULLYING
Caça palavras - BULLYING
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
 
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
 

Filosofia e ensino de ciências: uma convergência necessária

  • 1. OPINIÃO OPINIÃO Adolfo Ricardo Calor Programa de Pós-graduação em Entomologia (doutorando), Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (USP) Charles Morphy Dias dos Santos Programa de Pós-graduação em Entomologia (doutorando), USP Filosofia e ensino de ciências: uma convergência necessária O ensino de ciências, principalmente nos níveis A importância da filosofia para o ensino de ciências tem sido há muito negligenciada. Muitas parte da ciência (ou seja, a ciên- cia avança não pela comprovação de sentenças básicas, mas por sua das discussões de pensadores co- rejeição, que exige novas hipóte- fundamental e médio, mo Popper, Kuhn, Lakatos e Feye- ses). Contrariando a linha posi- rabend permitem sugerir modelos tivista da indução, ele afirma que é em geral prejudicado pela visão pedagógicos que rompam com o o pensamento científico é basea- tradicional caráter linear e atem- do em hipóteses e experimentos/ de que o conhecimento científico poral do ensino, substituindo-as deduções: “Não há, pois, indução é um conjunto de invenções por uma visão mais dinâmica do (...), nunca argumentamos pas- processo ensino-aprendizagem. sando dos fatos para as teorias.” e descobertas individuais, O filósofo austríaco Karl Pop- Todo experimento ou observação per (1902-1994) considera a ima- é influenciado por hipóteses profundas e imutáveis, o que é ginação o princípio motor da existentes. ciência. Assim, cientistas formu- Esse conceito popperiano – o reforçado por livros didáticos lam hipóteses que são testadas falseacionismo – é tido como in- através da experimentação. Se gênuo por alguns pensadores, que e pela mídia. Pode-se evitar essa tais hipóteses mostram-se inade- não aceitam a existência de ex- imagem distorcida mostrando quadas, criam-se outras, que se- perimentos com o poder de fal- rão sujeitas a novos testes, em um sear teorias. O húngaro Imre Laka- aos alunos que o desenvolvimento contínuo que aumenta o poder tos (1922-1974) propõe uma rein- explanatório das teorias, aproxi- terpretação de Popper: o falseacio- da ciência é um processo dinâmico, mando-as da verdade. A ciência nismo sofisticado. Para Lakatos, é essencialmente transitória pois, as hipóteses são científicas se pu- sujeito a erros e vinculado ao em um dado momento, a melhor derem ser falseadas não por um teoria é a que melhor suporta as único experimento, mas por um contexto histórico. As idéias de tentativas de refutação. Assim, a corpo de idéias que possa substi- ciência se desenvolve através da tuir a hipótese original. Esse ‘pro- alguns pensadores sobre a história relação indissociável entre hipó- grama de pesquisa’, termo criado e a filosofia da ciência podem teses, confirmações e refutações. por Lakatos, engloba teorias, ex- A atitude crítica é fundamental: perimentos e a observação. ajudar a encontrar formas de aprendemos com os erros. Outro austríaco, Paul Feyera- Para Popper, apenas hipóteses bend (1924-1994) defende que o realizar essa mudança pedagógica. que podem ser falseadas fazem desenvolvimento das ciências n o v e m b r o d e 2 0 0 4 • C I Ê N C I A H O J E • 59
  • 2. OPINIÃO e interações da sociedade. A desmistificação do cientista tam- Tratar a ciência como verdade absoluta, bém recairá sobre o professor, a partir do momento em que ele resultado do trabalho de cientistas geniais, apresenta seu campo de estudo como aberto a mudanças e críti- desestimula e distancia o aluno, desvinculando cas. Para o educador brasileiro Maurício Tragtenberg (1929- o ensino de ciências da própria ciência 1998), o professor é dono de um saber inacabado e o aluno de uma ignorância transitória. ocorre por um processo dinâmi- visão contrapõe-se à linearidade Considerar o contexto históri- co, baseado no não-absolutismo e e à falta de contextualização his- co durante a exposição dos con- na não-uniformidade das teorias. tórica encontradas nas escolas de teúdos evita a distorção da real Ou seja, quanto mais teorias, me- nível médio e fundamental, e prática da ciência e permite ao lhor. Ele considera a ciência um pode ser uma ferramenta útil para professor definir essa atividade empreendimento anárquico, que a formação de alunos críticos e como a busca pela solução de pro- não deve seguir princípios fixos com capacidade de reflexão. blemas e geração de tecnologias ou metodologias específicas. Para dentro de uma sociedade. Feyerabend, tudo vale na investi- A filosofia popperiana pode ser- Por outro lado, o professor ar- gação científica. vir como guia para várias etapas risca-se a encenar um monólogo Já o norte-americano Thomas do processo de ensino-aprendiza- ao propor a troca, por parte dos Kuhn (1922-1996), no livro A es- gem. Ao assumi-la desde o pre- alunos, da certeza do senso co- trutura das revoluções científi- paro da aula até a sua exposição, mum pela incerteza científica. cas, estabelece que o padrão de o professor aproximará o aluno do Nesse caso, o resultado seria um desenvolvimento da ciência fun- processo de construção da ciên- aumento ainda maior do desinte- damenta-se na mudança de ‘para- cia, levando-o a desenvolver uma resse do estudante em relação à digmas’ por meio de ‘revoluções’. concepção própria do mundo na- ciência. É importante considerar Paradigmas são conjuntos de hi- tural sem perder a noção dos prin- essa possibilidade, embora ela póteses aceitos pela comunidade cípios científicos. A orientação do signifique um julgamento nega- científica e que fornecem, por um professor deve deixar claro que a tivo, a priori, das qualidades e tempo, problemas e soluções às ciência não é apenas o reflexo de potencialidades dos alunos, além questões levantadas pelos prati- sensações individuais sobre o de uma desconsideração da capa- cantes da ciência. Segundo Kuhn, mundo, mas uma fusão destas às cidade do docente. a imagem de realizações científi- hipóteses e teorias construídas na cas acabadas, desvinculadas de tentativa de explicar a realidade As teorias não podem ser disso- um contexto histórico, compro- para além do que é percebido por ciadas do ambiente em que foram mete a compreensão do processo nossos sentidos físicos. criadas, e isso independentemen- de construção da ciência. O positivismo ainda presente te do modo como surgiram: atra- A transitoriedade das teorias na prática pedagógica desconsi- vés de insights, sonhos, estudo ou científicas não é discutida no en- dera o aluno como sujeito da ação trabalho árduo. A evolução é um sino de ciências nos níveis funda- científica e o transforma em sim- exemplo. Tida como o princípio mental e médio e, por vezes, se- ples receptor passivo do produto unificador da biologia, ela quase quer no superior. Há professores ‘final’ dessa atividade. Tratar a sempre é considerada o produto que tendem a tratar a ciência ciência como verdade absoluta, da mente do naturalista inglês como um conjunto de invenções e resultado do trabalho de cientis- Charles Darwin (1809-1882), descobertas individuais, herméti- tas geniais, desestimula e distan- desconsiderando seus predeces- cas e fixas, visão essa reforçada por cia o aluno, desvinculando o ensi- sores e influências. Vale a pena parte dos livros didáticos e pela no de ciências da própria ciência. trazer para a aula o histórico da grande mídia, que se limitam a A ciência deve ser vista como construção da teoria, os proble- expor as idéias centrais das teo- uma atividade passível de erros – mas e questões levantadas e, prin- rias e suas aplicações imediatas. fundamentais na construção do cipalmente, os erros cometidos e No ensino de ciências, a ado- conhecimento – desempenhada suas implicações, da antigüidade ção de uma perspectiva dinâmi- por pesquisadores atuantes em grega aos tempos atuais. ca, baseada na idéia de teorias uma comunidade científica que O francês Jean-Baptiste La- transitórias, seria benéfica. Essa faz parte do complexo de relações marck (1744-1829) teve impor- 60 • CIÊNCIA HOJE • vol. 35 • nº 210
  • 3. OPINIÃO tância capital no desenvolvimen- aula não pode se ater à apresenta- comum). Certos modelos constru- to do evolucionismo, apesar de ção superficial dos livros didáti- tivistas, contudo, podem levar suas hipóteses errôneas referen- cos, mas deve ser acrescida das à desvalorização da prática do tes ao uso e desuso e à herança discussões filosóficas e históricas ensino de ciências por não incen- dos caracteres adquiridos. Poucos pertinentes. A leitura é funda- tivarem a construção do conhe- livros didáticos mostram Lamar- mental para o professor, incluin- cimento fundamentado cientifi- ck como um pioneiro da crítica do as obras originais e compên- camente, dando demasiado valor ao ‘fixismo’ na biologia, por ter dios sobre os tópicos estudados. ao senso comum. A supervalo- enfatizado o papel do tempo para É papel do docente aproximar rização da experiência sensorial a origem das espécies, hipótese os alunos do conhecimento cien- como fonte única geradora de aproveitada pelas teorias evolu- tífico moderno, propondo-lhes conhecimento cria problemas tivas posteriores. que as novas teorias partam do co- tanto para a compreensão quan- Além de Lamarck, é necessá- nhecimento prévio, em menor ou to para a formulação de concei- rio destacar o inglês Alfred Wal- maior grau. A ele cabe tratar a tos. A abordagem voltada exces- lace (1823-1913), também pai da ciência como um processo contí- sivamente para o senso comum teoria da evolução e o responsá- nuo, não hermético, possibilitan- deve ser evitada pelo professor, o vel pela descoberta da seleção na- do ao aluno aceitar o novo e esti- que não significa tratar como tural, mas apesar disso geralmen- mulando, paralelamente, a refle- irrelevantes os saberes trazidos à te desconhecido do grande públi- xão e a análise crítica, com cria- aula pelos alunos. co. A contextualização histórica tividade e imaginação. O emba- Assumir que a investigação mostrará aos alunos que os cien- samento científico-filosófico for- científica não termina com os re- tistas não são trabalhadores soli- nece ao aluno ferramentas úteis sultados obtidos, mas parte de tários, fechados em laboratório, e para a compreensão do processo hipóteses de trabalho para se de- sim homens de um tempo, inse- de construção do conhecimento, senvolver, é um dos caminhos ridos em um contexto social am- no qual ele também se insere. para um ensino de ciências me- plo e que recebem influências, Por vezes, nota-se a convergên- nos apático e mais associado à assim como influenciam outros cia entre o falseacionismo e algu- prática científica. O estímulo à pesquisadores e personagens de mas correntes do construtivismo, reflexão e à crítica fundamenta- seu período. uma vez que estas defendem a in- das, a partir de uma abordagem serção do aluno na prática do en- falseacionista, pode auxiliar, as- Antes de tudo, a boa formação sino, utilizando e valorizando sim, na propagada formação de do professor é imprescindível. A seus saberes (ou seja, o senso cidadãos. ■ Einstein Pasteur Da Vinci Sabin Galileu Newton Eles não liam Ciência Hoje das Crianças. Imagine se tivessem lido... ASSINE 0800-7278999 www.ciencia.org.br novembro de 2004 • CIÊNCIA HOJE • 61