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ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Tabela organizada por Maria Tereza de Queiroz Piacentini*
Decreto nº 6.583, de 29.9.2008
Na coluna à esquerda estão expostas as regras do Acordo, a maioria ipsis litteris; à
direita, em itálico, exemplos extraídos do Acordo, e em redondo, exemplos nossos.
1
O alfabeto da língua portuguesa é formado por
26 letras, cada uma delas com uma forma
minúscula e outra maiúscula:
a A (á)
b B (bê) etc.
2
As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos
especiais:
a) Em antropônimos (nomes de pessoas) e
topônimos (nomes de lugares) originários de
outras línguas e derivados
» Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin,
darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron,
byroniano; Taylor, taylorista; Kuwait,
kuwaitiano; Malawi, malawiano.
b) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras
adotadas como unidades de medida de curso
internacional:
» TWA, KLM; K-potássio, W - oeste (West); kg -
quilograma, km - quilômetro, kW-kilowatt, yd-
jarda (yard); Watt
3
Verbos em -iar, ligados a substantivos com as
terminações átonas -ia ou -io, admitem
variantes na conjugação:
negoceio ou negocio (cf. negócio); premeio ou
premio (cf. prêmio); etc.
Outros: remediar (cf. remédio)- intermediar -
agenciar - comerciar
4
Em algumas (poucas) palavras oxítonas
terminadas em E tônico, geralmente
provenientes do francês, esta vogal admite
tanto o acento agudo como o acento
circunflexo:
bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê,
caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou
guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, puré ou
purê, rapé ou rapê –
balé ou balê
Também: cocó, judo e metro
5 Não se usa o acento agudo nos ditongos abertos
"ei" e "oi" das palavras paroxítonas:
assembleia, boleia, estreia, europeia, ideia,
Coreia, proteico
Obs.: Nas oxítonas e nos monossílabos tônicos o
acento permanece: constrói, herói, dói, papéis,
coronéis.
eu apoio, ele apoia, boia, heroico, introito, jiboia,
paranoia
6
Não se usa acento circunflexo nas formas
verbais paroxítonas que têm e tônico oral
fechado em hiato com terminação -em da 3ª
pessoa do plural do presente do indicativo ou
subjuntivo:
[principais verbos: dar, crer, ler, ver]
deem, creem, descreem, leem, releem, veem,
interveem, preveem, desdeem (de desdenhar)
7
Não se usa o acento circunflexo nas palavras
terminadas no hiato "oo":
substs.: enjoo, voo, zoo
verbos:<destoo, entoo, povoo
“Eu magoo, mas também perdoo.”
8
Não se usa o acento agudo nas paroxítonas com
"i" e "u" tônicos quando precedidos de ditongo:
feiura - baiuca - boiuno
cheiinho - saiinha
Cp. seriíssimo, feiíssimo (proparoxítonas)
9
Os verbos arguir e redarguir prescindem do
acento agudo na vogal tônica grafada u nas
formas rizotônicas:
arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas,
argua, arguam
Mas: ontem arguí um candidato. [mesma regra
de “atraí, construí, influí”]
10
Os verbos aguar, apaniguar, apaziguar,
apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar,
obliquar, delinquir e afins, podem ser escritos
de duas formas:
averiguo,averigua, averiguam; averigue;
enxaguo, enxagua, enxaguam; enxague, enxague,
enxaguem, etc.; delinquo, delinqui, delinquem;
» com a vogal u tônica, porém sem acento
gráfico
OU: averíguo, averíguas, averígua, averíguam;
averígue, averígues, averígue, averíguem;
enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam;
enxágue, enxágues, enxágue
» com as vogais a ou i radicais acentuadas
fônica e graficamente
11
Acento diferencial Assim, deixam de se distinguir pelo acento
gráfico: para (á), flexão de parar, e para,
preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de
pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo
(é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou
combinação de per e lo(s); polo(s) (ó),
substantivo, e polo(s), combinação antiga e
popular de por e lo(s)
Não se usará mais acento em
para, pela, polo, pelo, pera.
Continua em: pôr e pôde
Facultativo: fôrma
12
O trema, sinal de diérese, é inteiramente
suprimido em palavras portuguesas ou
aportuguesadas. Conserva-se apenas em nomes
próprios estrangeiros e seus derivados:
hübneriano, Hübner, mülleriano, Müller
Anhangüera [tupi, “diabo velho”]
Barigüi [tupi, “mosquito”]
13
Emprega-se o hífen nas palavras compostas
por justaposição que não contêm formas de
ligação e cujos elementos, de natureza nominal,
adjetival, numeral ou verbal, constituem uma
unidade sintagmática e semântica e mantêm
acento próprio:
anos-luz, arco-íris, decreto-lei, médico-cirurgião,
tio-avô, turma-piloto; amor-perfeito, guarda-
noturno, mato-grossense, porto-alegrense, sul-
africano; afro-asiático, azul-escuro, luso-
brasileiro, primeiro-ministro, segunda-feira;
conta-gotas, guarda-chuva
Obs. 1: Certos compostos, em relação aos quais
se perdeu, em certa medida, a noção de
composição, grafam-se aglutinadamente:
girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,
paraquedas, paraquedista, etc.
Mas: para-brisa, para-choque, para-lama, para-
raios, para-sol
Obs. 2: As palavras compostas que contêm
formas de ligação, como preposições, perdem o
hífen:
água de coco, café da manhã, cor de mel, [o] dia
a dia, [um] deus nos acuda, dona de casa, mão
de obra, pé de moleque, pôr do sol.
Exceções: água-de-colônia, ao deus-dará, à
queima-roupa, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-
que-perfeito, pé-de-meia.
14
Emprega-se o hífen nas palavras compostas que
designam espécies botânicas e zoológicas
(com ou sem formas de ligação):
couve-flor, erva-doce, feijão-verde; ervilha-de-
cheiro, bem-me-quer, formiga-branca;
andorinha-do-mar, andorinha-grande, cobra-
d’água, bem-te-vi
15
Emprega-se o hífen nos compostos com bem e
mal quando o segundo elemento começa por
vogal ou h e entre eles há unidade sintagmática
e semântica.
Quando o segundo elemento inicia por
consoante, a regra geral é ocorrer a junção. No
entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal,
pode não se aglutinar com o segundo elemento.
bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado;
mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem-
criado (malcriado), bem-falante (malfalante),
bem-mandado, bem-nascido (malnascido) , bem-
soante (malsoante), bem-visto (malvisto).
Mas: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença
16
Emprega-se o hífen nos compostos com os
elementos além, aquém, recém e sem:
além-Atlântico, além-fronteiras; aquém-
Pireneus; recém-casado, recém-nascido; sem-
cerimônia, sem-número, sem-vergonha
17
Emprega-se o hífen com os prefixos hiper,
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elementos iniciados por R:
hiper-requintado, inter-resistente, super-revista
hiper-raivoso, inter-regional, super-rico
Quanto a sub, mantêm-se as regras:
» hífen para separar as letras B do prefixo e da
palavra-base:
sub-base, sub-bibliotecário, sub-bosque
» hífen antes de R:
sub-racial, sub-ramo, sub-regional, sub-reitor,
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» hífen quando o segundo elemento inicia por H
(conforme item seguinte, ex. sub-hepático):
sub-hidroclorato, sub-hirsuto, sub-horizonte
Contudo, o Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa - VOLP 2009 traz subumanidade e
subumano além de sub-humanidade e sub-
humano, não tendo exemplificado o uso com
habitação (nem sub-habitação, nem
subabitação).
18
Emprega-se o hífen nas formações com prefixo
em que o segundo elemento começa por H:
anti-higiênico, extra-humano, pré-história, sub-
hepático, super-homem, ultra-hiperbólico; geo-
história, neo-helênico, semi-hospitalar
19
Emprega-se o hífen nas formações em que o
prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma
vogal com que se inicia o segundo elemento:
anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar,
supra-auricular; arqui-irmandade, auto-
observação, eletro-ótica, micro-onda, semi-
interno –
micro-organismo ou microrganismo
O prefixo RE foge à regra, ou seja, mantém-se a
grafia de dois “ee” juntos, sem hífen:
reeducar, reerguer, reelaborar, reestruturar
20
Não se usa hífen nas formações em que o
prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o
segundo elemento começa por R ou S, devendo
estas consoantes duplicar-se:
antirreligioso, antissemita, contrarregra,
contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom,
minissaia, biorritmo, hiossatélite
eletrossiderurgia, microssistema
21
Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais
palavras que ocasionalmente se combinam,
formando não propriamente vocábulos, mas
encadeamentos vocabulares:
a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a
ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-
Porto, a ligação Angola-Moçambique, o eixo Rio-
São Paulo, a dicotomia teoria-prática
22
Nas formações com o prefixo co-, este aglutina-
se “em geral” com o segundo elemento mesmo
quando iniciado por o:
coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação,
cooperar, etc.
Não mudaram: coabitar, coestaduano,
coeternidade
Obs.: O VOLP 2009 traz coerdeiro. Já a Base XVI,
1º, a, do Acordo exemplifica o uso de hífen
quando o segundo elemento inicia por h com a
palavra co-herdeiro.
Grafia atual (em alguns casos, causando
problema de identificação): coautor, coacusado,
coadquirir, coedição, coeducar, coemitente,
coendossar, coerdar, cofator, cofiador, cogestão,
copartícipe, corredator, corresponsável, corréu,
corré, cossenhor, cosseno, cossignatário
Novas palavras no VOLP, entre outras: coaluno,
coassociação, cointeresse, cossísmico
23
Emprega-se o hífen nas formações com os
prefixos circum- e pan- quando o segundo
circum-escolar, circum-murado, circum-
navegação; pan-africano, pan-negritude
elemento começa por vogal, m, n, ou h: circum-hospitalar; pan-americano, pan-
helênico, pan-ótico, pan-mítico, pan-naturalista.
Mas: O Panóptico [livro] e um
panótico/panóptico [por tradição]
24
A letra minúscula inicial é usada:
a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da
língua nos usos correntes.
segunda-feira etc.
b) Nos nomes dos dias, meses, estações do
ano.
janeiro, fevereiro, verão, outono etc.
c) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano.
d) Nos pontos cardeais (mas não nas suas
abreviaturas):
norte, sul (mas: SW sudoeste)
25
A letra maiúscula inicial é usada: nos
antropônimos e topônimos; nomes de seres
antropomorfizados ou mitológicos; nos nomes
de instituições; nos nomes de festas e
festividades; nos títulos de periódicos; nos
pontos cardeais ou equivalentes quando
empregados absolutamente; em siglas,
símbolos ou abreviaturas internacionais ou
nacionalmente reguladas com maiúsculas,
iniciais ou mediais ou finais ou totalmente em
maiúsculas:
João, Branca de Neve
Biguaçu
Netuno
Páscoa, Carnaval, Quarta-Feira de Cinzas
Diário Catarinense
Nordeste, por nordeste do Brasil, Norte, por
norte de Portugal, Ocidente, por ocidente
europeu, Oriente, por oriente asiático
ONU, NATO, H2O, Sr., V. Exª.
26
Uso facultativo das maiúsculas ou
minúsculas:
a) nos bibliônimos (nomes de livros) – afora a
primeira inicial maiúscula;
a) Casos e ocasos raros no Brasil ou Casos e
Ocasos Raros no Brasil
b) em palavras usadas reverencialmente,
formas de tratamento ou hagiônimos (nomes
religiosos);
b) senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel/
Bacharel Mário Silva, Vossa Senhoria ou vossa
senhoria, papa ou Papa Bento XVI; santa ou
Santa Inês
c) nos nomes que designam domínios do
saber, cursos e disciplinas;
c) aritmética/ Aritmética, ciências/Ciências
d) em início de versos; em categorizações de
logradouros públicos, templos e edifícios
d) rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos
Leões, igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou
Templo do Apostolado, palácio ou Palácio da
Cultura, edifício/ Edifício X
27
A divisão silábica em regra se faz pela
soletração e por isso não se tem de atender aos
elementos constitutivos dos vocábulos segundo
a etimologia.
» a-ba-de, bru-ma, ca-cho, ma-lha, ó-xi-do, ro-xo,
te-me-se, bi-sa-vó, de-sa-pa-re-cer, hi-pe-ra-cús-
ti-co, i-ná-bil, su-bo-cu-lar, su-pe-rá-ci-do; am-bi-
ção, de-sen-ga-nar, en-xa-me,ca-dei-ra, flu-iu,
cam-brai-a, tran-so-ce-a-no, vo-os, prê-mio/prê-
mi-o
Exceções: (prefixos em b ou d antes de L ou R):
como ab- legação [ablegação], ad- ligar
[adligar], sub- lunar [sublunar] – sub-rei-tor,
sub-li-nhar ou su-bli-nhar
ab-di-car, op-tar, sub-por, ab-so-lu-to, ad-je-ti-vo,
af-ta, íp-si-lon, ob-vi-ar; des-cer, nas-cer, res-ci-
são; ac-ne, ad-mi-ro, di-a-frag-ma, ét-ni-co, rit-
mo, sub-me-ter, am-né-si:a; cor-ro-er; as-sei-o,
bis-se-cu-lar; subs-cre-ver; co-or-de-nar
28
Assinaturas e firmas, incluindo cidades
Para ressalva de direitos, cada qual poderá
manter a escrita que, por costume ou registro
legal, adote na assinatura do seu nome.
Arquiirmandade do Espírito Santo
MacroEngenharia e Infra-Estrutura Ltda.
Projetos e Idéias Ltda.
Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia
original de quaisquer firmas comerciais, nomes
de sociedades, marcas e títulos que estejam
inscritos em registro público. (Aqui se incluem
os nomes das nossas cidades)
Cananéia - SP
Pompéia - SP
Bairro Lindóia (Curitiba-PR)
Lindóia do Sul - SC
Jóia - RS
Diferente é o caso de nomes de países e lugares
que não são originais da língua portuguesa e
sofreram tradução:
Coreia do Norte, Coreia do Sul, Eritreia e
Pompeia (Itália)
* Maria Tereza de Queiroz Piacentini, diretora do Instituto Euclides da Cunha e autora dos livros: "Só Vírgula"; "Só
Palavras Compostas" e "Língua Brasil – Crase, Pronomes & Curiosidades"

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Reforma ortográfica decreto 6583 1990
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Acordo ortografico
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A nova ortografia_da_lingua_portuguesa
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Acordo

  • 1. ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA Tabela organizada por Maria Tereza de Queiroz Piacentini* Decreto nº 6.583, de 29.9.2008 Na coluna à esquerda estão expostas as regras do Acordo, a maioria ipsis litteris; à direita, em itálico, exemplos extraídos do Acordo, e em redondo, exemplos nossos. 1 O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula: a A (á) b B (bê) etc. 2 As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais: a) Em antropônimos (nomes de pessoas) e topônimos (nomes de lugares) originários de outras línguas e derivados » Franklin, frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista; Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano. b) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: » TWA, KLM; K-potássio, W - oeste (West); kg - quilograma, km - quilômetro, kW-kilowatt, yd- jarda (yard); Watt 3 Verbos em -iar, ligados a substantivos com as terminações átonas -ia ou -io, admitem variantes na conjugação: negoceio ou negocio (cf. negócio); premeio ou premio (cf. prêmio); etc. Outros: remediar (cf. remédio)- intermediar - agenciar - comerciar 4 Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em E tônico, geralmente provenientes do francês, esta vogal admite tanto o acento agudo como o acento circunflexo: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guiché ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, puré ou purê, rapé ou rapê – balé ou balê Também: cocó, judo e metro 5 Não se usa o acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" das palavras paroxítonas: assembleia, boleia, estreia, europeia, ideia, Coreia, proteico
  • 2. Obs.: Nas oxítonas e nos monossílabos tônicos o acento permanece: constrói, herói, dói, papéis, coronéis. eu apoio, ele apoia, boia, heroico, introito, jiboia, paranoia 6 Não se usa acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que têm e tônico oral fechado em hiato com terminação -em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou subjuntivo: [principais verbos: dar, crer, ler, ver] deem, creem, descreem, leem, releem, veem, interveem, preveem, desdeem (de desdenhar) 7 Não se usa o acento circunflexo nas palavras terminadas no hiato "oo": substs.: enjoo, voo, zoo verbos:<destoo, entoo, povoo “Eu magoo, mas também perdoo.” 8 Não se usa o acento agudo nas paroxítonas com "i" e "u" tônicos quando precedidos de ditongo: feiura - baiuca - boiuno cheiinho - saiinha Cp. seriíssimo, feiíssimo (proparoxítonas) 9 Os verbos arguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tônica grafada u nas formas rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, argua, arguam Mas: ontem arguí um candidato. [mesma regra de “atraí, construí, influí”] 10 Os verbos aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, podem ser escritos de duas formas: averiguo,averigua, averiguam; averigue; enxaguo, enxagua, enxaguam; enxague, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinqui, delinquem; » com a vogal u tônica, porém sem acento gráfico OU: averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue » com as vogais a ou i radicais acentuadas fônica e graficamente 11 Acento diferencial Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s) Não se usará mais acento em para, pela, polo, pelo, pera. Continua em: pôr e pôde Facultativo: fôrma 12 O trema, sinal de diérese, é inteiramente suprimido em palavras portuguesas ou aportuguesadas. Conserva-se apenas em nomes próprios estrangeiros e seus derivados: hübneriano, Hübner, mülleriano, Müller Anhangüera [tupi, “diabo velho”] Barigüi [tupi, “mosquito”]
  • 3. 13 Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio: anos-luz, arco-íris, decreto-lei, médico-cirurgião, tio-avô, turma-piloto; amor-perfeito, guarda- noturno, mato-grossense, porto-alegrense, sul- africano; afro-asiático, azul-escuro, luso- brasileiro, primeiro-ministro, segunda-feira; conta-gotas, guarda-chuva Obs. 1: Certos compostos, em relação aos quais se perdeu, em certa medida, a noção de composição, grafam-se aglutinadamente: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc. Mas: para-brisa, para-choque, para-lama, para- raios, para-sol Obs. 2: As palavras compostas que contêm formas de ligação, como preposições, perdem o hífen: água de coco, café da manhã, cor de mel, [o] dia a dia, [um] deus nos acuda, dona de casa, mão de obra, pé de moleque, pôr do sol. Exceções: água-de-colônia, ao deus-dará, à queima-roupa, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais- que-perfeito, pé-de-meia. 14 Emprega-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas (com ou sem formas de ligação): couve-flor, erva-doce, feijão-verde; ervilha-de- cheiro, bem-me-quer, formiga-branca; andorinha-do-mar, andorinha-grande, cobra- d’água, bem-te-vi 15 Emprega-se o hífen nos compostos com bem e mal quando o segundo elemento começa por vogal ou h e entre eles há unidade sintagmática e semântica. Quando o segundo elemento inicia por consoante, a regra geral é ocorrer a junção. No entanto, o advérbio bem, ao contrário de mal, pode não se aglutinar com o segundo elemento. bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado; mal-afortunado, mal-estar, mal-humorado; bem- criado (malcriado), bem-falante (malfalante), bem-mandado, bem-nascido (malnascido) , bem- soante (malsoante), bem-visto (malvisto). Mas: benfazejo, benfeito, benfeitor, benquerença 16 Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além, aquém, recém e sem: além-Atlântico, além-fronteiras; aquém- Pireneus; recém-casado, recém-nascido; sem- cerimônia, sem-número, sem-vergonha 17 Emprega-se o hífen com os prefixos hiper, inter, super quando combinados com elementos iniciados por R: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista hiper-raivoso, inter-regional, super-rico Quanto a sub, mantêm-se as regras: » hífen para separar as letras B do prefixo e da palavra-base: sub-base, sub-bibliotecário, sub-bosque » hífen antes de R: sub-racial, sub-ramo, sub-regional, sub-reitor, sub-relator, sub-reptício, sub-rogar
  • 4. » hífen quando o segundo elemento inicia por H (conforme item seguinte, ex. sub-hepático): sub-hidroclorato, sub-hirsuto, sub-horizonte Contudo, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa - VOLP 2009 traz subumanidade e subumano além de sub-humanidade e sub- humano, não tendo exemplificado o uso com habitação (nem sub-habitação, nem subabitação). 18 Emprega-se o hífen nas formações com prefixo em que o segundo elemento começa por H: anti-higiênico, extra-humano, pré-história, sub- hepático, super-homem, ultra-hiperbólico; geo- história, neo-helênico, semi-hospitalar 19 Emprega-se o hífen nas formações em que o prefixo ou pseudoprefixo termina na mesma vogal com que se inicia o segundo elemento: anti-ibérico, contra-almirante, infra-axilar, supra-auricular; arqui-irmandade, auto- observação, eletro-ótica, micro-onda, semi- interno – micro-organismo ou microrganismo O prefixo RE foge à regra, ou seja, mantém-se a grafia de dois “ee” juntos, sem hífen: reeducar, reerguer, reelaborar, reestruturar 20 Não se usa hífen nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por R ou S, devendo estas consoantes duplicar-se: antirreligioso, antissemita, contrarregra, contrassenha, cosseno, extrarregular, infrassom, minissaia, biorritmo, hiossatélite eletrossiderurgia, microssistema 21 Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra- Porto, a ligação Angola-Moçambique, o eixo Rio- São Paulo, a dicotomia teoria-prática 22 Nas formações com o prefixo co-, este aglutina- se “em geral” com o segundo elemento mesmo quando iniciado por o: coobrigação, coocupante, coordenar, cooperação, cooperar, etc. Não mudaram: coabitar, coestaduano, coeternidade Obs.: O VOLP 2009 traz coerdeiro. Já a Base XVI, 1º, a, do Acordo exemplifica o uso de hífen quando o segundo elemento inicia por h com a palavra co-herdeiro. Grafia atual (em alguns casos, causando problema de identificação): coautor, coacusado, coadquirir, coedição, coeducar, coemitente, coendossar, coerdar, cofator, cofiador, cogestão, copartícipe, corredator, corresponsável, corréu, corré, cossenhor, cosseno, cossignatário Novas palavras no VOLP, entre outras: coaluno, coassociação, cointeresse, cossísmico 23 Emprega-se o hífen nas formações com os prefixos circum- e pan- quando o segundo circum-escolar, circum-murado, circum- navegação; pan-africano, pan-negritude
  • 5. elemento começa por vogal, m, n, ou h: circum-hospitalar; pan-americano, pan- helênico, pan-ótico, pan-mítico, pan-naturalista. Mas: O Panóptico [livro] e um panótico/panóptico [por tradição] 24 A letra minúscula inicial é usada: a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes. segunda-feira etc. b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano. janeiro, fevereiro, verão, outono etc. c) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano. d) Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas): norte, sul (mas: SW sudoeste) 25 A letra maiúscula inicial é usada: nos antropônimos e topônimos; nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos; nos nomes de instituições; nos nomes de festas e festividades; nos títulos de periódicos; nos pontos cardeais ou equivalentes quando empregados absolutamente; em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou totalmente em maiúsculas: João, Branca de Neve Biguaçu Netuno Páscoa, Carnaval, Quarta-Feira de Cinzas Diário Catarinense Nordeste, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente asiático ONU, NATO, H2O, Sr., V. Exª. 26 Uso facultativo das maiúsculas ou minúsculas: a) nos bibliônimos (nomes de livros) – afora a primeira inicial maiúscula; a) Casos e ocasos raros no Brasil ou Casos e Ocasos Raros no Brasil b) em palavras usadas reverencialmente, formas de tratamento ou hagiônimos (nomes religiosos); b) senhor doutor Joaquim da Silva, bacharel/ Bacharel Mário Silva, Vossa Senhoria ou vossa senhoria, papa ou Papa Bento XVI; santa ou Santa Inês c) nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas; c) aritmética/ Aritmética, ciências/Ciências d) em início de versos; em categorizações de logradouros públicos, templos e edifícios d) rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões, igreja ou Igreja do Bonfim, templo ou Templo do Apostolado, palácio ou Palácio da Cultura, edifício/ Edifício X
  • 6. 27 A divisão silábica em regra se faz pela soletração e por isso não se tem de atender aos elementos constitutivos dos vocábulos segundo a etimologia. » a-ba-de, bru-ma, ca-cho, ma-lha, ó-xi-do, ro-xo, te-me-se, bi-sa-vó, de-sa-pa-re-cer, hi-pe-ra-cús- ti-co, i-ná-bil, su-bo-cu-lar, su-pe-rá-ci-do; am-bi- ção, de-sen-ga-nar, en-xa-me,ca-dei-ra, flu-iu, cam-brai-a, tran-so-ce-a-no, vo-os, prê-mio/prê- mi-o Exceções: (prefixos em b ou d antes de L ou R): como ab- legação [ablegação], ad- ligar [adligar], sub- lunar [sublunar] – sub-rei-tor, sub-li-nhar ou su-bli-nhar ab-di-car, op-tar, sub-por, ab-so-lu-to, ad-je-ti-vo, af-ta, íp-si-lon, ob-vi-ar; des-cer, nas-cer, res-ci- são; ac-ne, ad-mi-ro, di-a-frag-ma, ét-ni-co, rit- mo, sub-me-ter, am-né-si:a; cor-ro-er; as-sei-o, bis-se-cu-lar; subs-cre-ver; co-or-de-nar 28 Assinaturas e firmas, incluindo cidades Para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou registro legal, adote na assinatura do seu nome. Arquiirmandade do Espírito Santo MacroEngenharia e Infra-Estrutura Ltda. Projetos e Idéias Ltda. Com o mesmo fim, pode manter-se a grafia original de quaisquer firmas comerciais, nomes de sociedades, marcas e títulos que estejam inscritos em registro público. (Aqui se incluem os nomes das nossas cidades) Cananéia - SP Pompéia - SP Bairro Lindóia (Curitiba-PR) Lindóia do Sul - SC Jóia - RS Diferente é o caso de nomes de países e lugares que não são originais da língua portuguesa e sofreram tradução: Coreia do Norte, Coreia do Sul, Eritreia e Pompeia (Itália) * Maria Tereza de Queiroz Piacentini, diretora do Instituto Euclides da Cunha e autora dos livros: "Só Vírgula"; "Só Palavras Compostas" e "Língua Brasil – Crase, Pronomes & Curiosidades"