Contribuições do marxismo para a atividade de pesquisa da educação matemática na perspectiva lógico histórica - emem
1. Prof. Everaldo Gomes LeandroProf. Everaldo Gomes Leandro
Profa. Dra. Maria do Carmo de SousaProfa. Dra. Maria do Carmo de Sousa
2.
Recorte da pesquisa de mestrado em
desenvolvimento: “As produções de um grupo de
pesquisa sobre o Ensino de Matemática na
Perspectiva Lógico-Histórica: estudo dos elementos
históricos correlatos”.
Os caminhos metodológicos da pesquisa...
Contextualização
3.
Discutir algumas das contribuições do marxismo para
a atividade de pesquisa do campo da Educação
Matemática na Perspectiva Lógico-Histórica.
Objetivo
4.
5. “lógico reflete o histórico de forma
teórica. O histórico contém o
processo de mudança do objeto, as
etapas de seu surgimento e
desenvolvimento, as casualidades
dos fatos e da vida. Em suma, o
lógico é o histórico despido das
casualidades que perturbam o
histórico” (KOPNIN apud SOUSA,
2004, p.2).
Algumas Considerações
Marxismo
•Mundo sensível
•Idealismo X
Materialismo
•Dialética como
método
•Concepção
Histórica
Teoria Histórico-Cultural
• Conhecimento
Rodrigues (2009, p.41) complementa
esse argumento ao defender que a
Perspectiva Lógico-Histórica “apreende o
conceito em seu movimento de criação
e depura-o dos elementos casuais,
identificando a ideia principal, o
substancial, no próprio ato de criação”.
A Perspectiva Lógico-Histórica
6. Atividade de Pesquisa
Entendendo o fazer científico como uma
atividade (LEONTIEV, 1983). Ao mesmo tempo,
concordamos com Rigon, Asbahr e Moretti (2010,
p.43) quando afirmam que um pesquisador está
em atividade de pesquisa quando “organiza suas
ações de forma intencional e consciente,
buscando encontrar procedimentos teórico-
metodológicos que permitam explicar suas
indagações a respeito do objeto investigado”.
8. “a produção de ideias, de representações,
da consciência, está, de início, diretamente
entrelaçada com a atividade material e com
o intercâmbio material dos homens, como a
linguagem da vida real.” (ibidem, p.36).
“não é a consciência que determina
a vida, mas a vida que determina a
consciência” (ibidem, p.37)
Centro da concepção materialista histórica e dialética
9. O Papel da História em Marx
“toda concepção de história, até
o momento, ou tem omitido
completamente esta base real
da história, ou a tem
considerado como algo
secundário, sem qualquer
conexão com o curso da
história” (ibidem, p.57)
10. Importância desse pensamento para a Perspectiva Lógico-Histórica
As pesquisas não trazem essa concepção de história, que omite a
base real e renega à história a um plano secundário? Como fazer
com que a história e as pesquisas tenham essa base real?
Em uma visão marxista de história, não há sentido em falar em história
fragmentada de um conceito, por exemplo, pois o desenvolvimento
desse conceito está em um contexto maior (seja esse contexto econômico,
social, político ou cultural). Para Bittar e Ferreira Jr (2009, p.490) foi o
“declínio da influência do marxismo e a ascensão da pós-
modernidade [que] engendraram outra maneira de produzir o
conhecimento histórico, pois foram abandonadas as preocupações
explicativas do sentido da totalidade na qual se inserem os objetos das
pesquisas”
11. A DIALÉTICA MARXISTA COMO FUNDAMENTO
TEÓRICO PARA O DESENVOLVIMENTO DA
ATIVIDADE DE PESQUISA
“Dialética Antiga”: seus pensadores os pré-socráticos, os
socráticos (Sócrates, Platão e Aristóteles), os estoicos (Santo
Agostinho) e os da Idade Média (Descartes e Kant).
“Dialética Nova”: Dialética hegeliana e a Dialética marxista.
O que difere a antiga da nova é que a primeira se afirma no
princípio de que dois contrários não podem se encontrar ao
mesmo tempo em uma mesma coisa, enquanto a segunda
enxerga a contradição nas coisas (ser e não ser) e faz dessa
contradição o ponto inicial para a compreensão/superação de
algo. (SANFELICE, 2005).
12. Marx entende a dialética como (1)
epistemologia (método científico), (2)
ontologia (conjunto de leis que governam a
realidade) e (3) relacional (movimento da
história)
Movimento e História
Todo para o particular
Do particular para o todo
13. o conhecimento da dialética em sua abrangência, como
indicamos, não garante a sua utilização ou mesmo a
adesão a ela quando partimos para o mundo da
investigação. Também pode ocorrer que, apesar dos
nossos esforços em assumirmos a postura dialética
não tenhamos grandes sucessos nos produtos de
nossas pesquisas. (SANFELICE, 2005, p.82)
14. CONTRIBUIÇÕES DO MARXISMO PARA AS
PESQUISAS DA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA NA
PERSPECTIVA LÓGICO-HISTÓRICA
Pensando nas pesquisas:
•Relacionamento e análise dos objetos de pesquisas;
•Postura materialista histórica e dialética;
•Dialética: Histórico – Lógico dos conceitos;
•Dialética com método científico;
15. •Organicidade Dialética – estrutura da
pesquisa, capítulo teórico, metodologia e
análise (problematizar tal estrutura);
•Conhecimento histórico do pesquisador
faz diferença;
•Conhecer a história que permeia o
conceito;
•Movimento.
16.
BITTAR, M; FERREIRA Jr., A. História, epistemologia marxista e pesquisa educacional brasileira. Educação & Sociedade (Impresso), v. 30,
p. 489-511, 2009.
CHAUÍ, M. A história no pensamento de Marx. Problemas e Perspectivas. 2007, São Paulo: Clasco.
KOPNIN, P. V. A dialética como lógica e teoria do conhecimento. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira S.A, 1978.
LEONTIEV, A. Actividad, Consciencia, Personalidad. Habana: Editora Pueblo y Educacíon, 1983.
MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. In: MARX, K.; ENGELS, F. Obras escolhidas em três tomos. Trad. Álvaro Pina.
Lisboa: Avante!; Moscovo: Progresso, 1982. p. 93-136.
MARX, K.; ENGELS, F. Feuerbach. In. A ideologia alemã. Editora Hucitec. São Paulo: 1984.
PANOSSIAN, M. L. O movimento histórico e lógico dos conceitos algébricos como princípio para constituição do objeto de ensino de
álgebra. Tese de Doutorado Universidade de São Paulo, São Paulo: 2014.˗
REZENDE, J. P. Sentidos e significados manifestos por licenciandos e pós graduandos ao produzirem atividades de ensino de˗
Matemática na perspectiva lógico histórica.˗ Dissertação de Mestrado Universidade Federal de São Carlos, São Carlos: 2015.˗
RIGON, A. J.; ASBAHR, F. S. F; MORETTI, V. D. Sobre o processo de humanização. In: Manoel Oriosvaldo de Moura. (Org.). A atividade
pedagógica na teoria histórico-cultural. 1ed.Brasília: Liber Livro, 2010, v. 1, p. 13-44.
RODRIGUES, R. V. R. A construção e utilização de um Objeto de Aprendizagem através da perspectiva lógico-histórica na formação do
conceito números inteiros. Dissertação de Mestrado – Universidade Estadual Paulista. Presidente Prudente, SP: 2009.
SANFELICE, J. L. Dialética e pesquisa em Educação. In: LOMBARDI, J. C; SAVIANI, D; NASCIMENTO, M. I. M. A escola pública no Brasil
– Historia e Historiografia. 1 ed. Campinas: Autores Associados, 2005.
SOUSA, M. C. O ensino de álgebra numa perspectiva lógico-histórica: um estudo das elaborações correlatas de professores do Ensino
Fundamental. Tese de Doutorado – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). São Paulo: 2004. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000324284&fd=y . Acesso em: 21 de jul. 2015.
____________. Quando professores têm a oportunidade de elaborar atividades de ensino de Matemática na perspectiva lógico-histórica.
In: Bolema. nº. 32. Rio Claro, SP: 2009. p. 83-99.
Referências