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Educação Mat emát ica em Revi s ta 
Relato de Experiência 
A Construção de Conceitos 
de Números Naturais 
Utilizando o Ábaco 
José Antônio Araújo Andrade16 
Amanda Castro Oliveira17 
Rodrigo Ferreira de Abreu18 
Stefânia Efigênia Izá19 
Everaldo Gomes Leandro20 
Simone Ariany Brandão21 
Camila de Paula Carneiro22 
Lívia de Oliveira Vasconcelos23 
Dayana Cristine dos Santos24 
Resumo 
Propomo-nos, no presente trabalho, discutir e analisar os conceitos e a experiência vivenci-ada 
por meio da atividade “operando com o ábaco”. Tal atividade é fruto do processo de 
formação em que estamos inseridos e possibilitou ao grupo uma (re) significação do que 
considerávamos “ensinar”. A discussão e análise da atividade partiram das falas de estudi-osos 
que se dedicam aos temas: sistema de numeração, ensino e aprendizagem na perspec-tiva 
lógico-histórica, nexos conceituais e as atividades que são orientadoras no processo 
ensino e aprendizagem, temáticas estas que conduziram nosso trabalho em sala de aula. 
Palavras-chave: Educação Matemática; Números; Lógico-histórico; Atividade orientadora 
de ensino; Processo de formação. 
Integrantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES) da Universidade Federal de Lavras-MG. 
16E-mail: joseaaa@dex.ufla.br 
17E-mail: amanda@dex.ufla.br 
18E-mail: rodrigof.matematicaufla@hotmail.com 
19E-mail: stefaniamil@hotmail.com 
20E-mail: everaldogomesleandro@hotmail.com 
21E-mail: simone.ufla2009@gmail.com 
22E-mail: camilinha.pc@hotmail.com 
23E-mail: livinhavasconcelos121@hotmail.com 
24E-mail: dayanacris257@hotmail.com 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 
Introdução 
Um de nossos objetivos tem sido 
realizar uma prática educativa que valorize 
o saber à priori do aluno, que compreenda 
os processos de ensinar e aprender como 
um movimento dialético, inconcluso e que 
considere o saber não como coisa criada e 
pronta, mas sim em uma perspectiva 
lógico-histórica, que contemple seu 
desenvolvimento progressivo, a maneira 
como este saber foi elaborado, o momento 
histórico e as possibilidades de (re) 
significação deste saber. 
Enquanto integrantes do Programa 
Institucional de Bolsas de Iniciação à 
Docência – PIBID/CAPES, na área de
Página 45 
A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO 
Matemática, nosso grupo de trabalho 
participou de um “bate papo” com um dos 
autores do livro didático utilizado na 
escola, Luiz Márcio Imenes, na qual o 
grupo desenvolve as atividades do 
programa. Naquela oportunidade, o autor 
possibilitou ao grupo momentos de refle-xão 
sobre o ensino da Matemática enquan-to 
um saber historicamente criado, com 
significados e possibilidades de (re) signi-ficações. 
A atividade trabalhada nesse en-contro 
foi sobre a construção do sistema 
de numeração decimal. Além disso, tive-mos 
a oportunidade de vivenciar as opera-ções 
básicas utilizando o ábaco. Tal expe-riência 
“abriu uma janela” em nossa forma 
de conceber, compreender e ensinar e nos 
motivou a aplicá-la às nossas turmas na 
escola em que estávamos inseridos. 
Propomo-nos a possibilitar tal 
oportunidade de aprendizagem aos nossos 
alunos e a discutir/analisar no presente 
trabalho, os conceitos trabalhados e a 
experiência da atividade a partir das falas 
de alguns estudiosos que se dedicam aos 
temas: sistema de numeração, ensino e 
aprendizagem na perspectiva lógico-histórica, 
nexos conceituais e as atividades 
que são orientadoras no processo ensino e 
aprendizagem, temáticas que conduziram 
nosso trabalho em sala de aula. 
A concepção do conceito de número em 
uma perspectiva lógico-histórica 
O fato de lidarmos todos os dias 
com o sistema numérico, muitas vezes, 
nos faz esquecer o processo de desenvol-vimento 
e o trabalho necessário para a sua 
compreensão, o que pode resultar em um 
ensino mecânico e sem significação deste 
conteúdo. 
Buscamos, por meio da História da 
Matemática, estabelecer as origens do co-nhecimento 
matemático, mostrando que a 
“matemática foi descoberta pelo homem, 
pela Humanidade na sua luta para dominar 
a natureza” (Gerdes, 1981, p.7). Com base 
nisso, apresentamos uma experiência para 
os alunos no intuito de explicitar que os 
conceitos matemáticos surgiram em razão 
de uma necessidade do homem em encon-trar 
soluções para problemas da sua vida, a 
fim de garantir a sua existência. 
Muitos dos conceitos matemáticos 
surgiram das necessidades da humanidade, 
portanto, estes conceitos podem ser consi-derados 
históricos. Por detrás disso, existe 
um aspecto lógico pelo qual esse conceito 
se desenvolveu e não há como separar o 
lógico do histórico, pois eles crescem jun-tos 
e interdependentes. Os conceitos sur-gem 
na história e passam por um desen-volvimento 
lógico para que possam se 
consolidar e essa dialética é denominada 
Educação Mat emát ica em Revi s ta 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Página 46 
A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO 
movimento lógico-histórico do conceito 
(Sousa, 2004). 
Pensando sob essa perspectiva, po-demos 
relacionar o processo de apropria-ção 
do conceito, com o movimento do 
constituir-se teórico. Isso não se dá de 
forma estática, pois nesse caminho surgem 
dúvidas e incertezas, o que instiga a uma 
busca por uma maior compreensão do 
conceito e, nessa busca, podem surgir no-vas 
descobertas e, assim, possibilitar que 
tal conceito seja moldado, (re) elaborado 
para que se tenha uma efetiva apropriação. 
Fazendo o estudo dos conceitos a 
partir do lógico-histórico, Sousa (2004) 
considera três tipos de pensamento cientí-fico: 
o empírico-discursivo, que é mais 
sensorial e considera apenas os aspectos 
externos do objeto; o pensamento teórico 
que é mais organizado formalmente e o 
pensamento flexível, que é o elo entre as 
outras duas formas de pensamento, pois 
ele preenche um vazio conceitual que e-xiste 
entre os dois. 
Ainda de acordo com essa autora, 
o conhecimento científico é mutável, sen-do 
assim, não podemos considerar apenas 
as extremidades formais dos pensamentos 
teórico e empírico-discursivo, mas consi-derar 
o processo do movimento do pensa-mento, 
no sentido de constituir-se teórico. 
A partir desse entendimento, bus-camos 
compreender quais são os nexos 
conceituais de número natural para a reali-zação 
dessa atividade. Resende (2010) i-dentifica 
os nexos conceituais de número 
natural como: senso numérico, correspon-dência 
um a um, qualidade e quantidade, 
agrupamento, ordenação, valor posicional, 
base, composição e decomposição, nume-ral 
e algarismo. Para a atividade, nossa 
intenção foi de que, primeiramente, os alu-nos 
compreendessem alguns dos nexos 
conceituais de número: correspondência 
um a um, agrupamento, valor posicional, 
base, composição e decomposição, os 
quais são importantes para que eles com-preendam 
as operações básicas e consi-gam 
manipulá-las no ábaco. 
O ábaco como atividade orientadora de 
ensino 
A atividade “Operando com o ába-co” 
foi desenvolvida em duas aulas no se-gundo 
semestre de 2011, em uma turma de 
Ensino Fundamental II (8o ano), com apro-ximadamente 
25 alunos, de uma escola 
pública municipal de Lavras/MG. 
Essa atividade teve como um dos 
seus objetivos permitir que os alunos com-preendessem 
que o conhecimento não é 
estático, pronto e acabado, mais sim 
Educação Mat emát ica em Revi s ta 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Página 47 
A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO 
construído ao longo da história, por dife-rentes 
sociedades. Deste modo, os núme-ros 
naturais, como um conhecimento hu-mano 
que é, foram criados a partir da ne-cessidade 
de contagem, assim o número 
natural: 
[…] não é um produto puro do pensa-mento, 
independente da experiência; os 
homens não adquiriram primeiro os 
números naturais para depois contarem; 
pelo contrário, os números naturais fo-ram- 
se formando lentamente pela práti-ca 
diária de contagens. A imagem do 
homem, criando duma maneira comple-ta 
a ideia de número, para depois a apli-car 
à prática da contagem, é cômoda, 
mas falsa (CARAÇA, 1951, p.4). 
Com base nisso, em nossa ativida-de, 
desenvolvemos o conteúdo histórico 
associado ao lógico, pois acreditamos na 
potencialidade de uma atividade estrutura-da 
dentro de uma perspectiva lógico-histórica. 
Segundo Moura (2001), o desen-volvimento 
dos conhecimentos sobre nú-mero 
e contagens não surge de forma alea-tória 
e sim de uma necessidade da socie-dade 
de expandir seus conhecimentos para 
solucionar os problemas matemáticos e 
ampliar o campo de estudo dessa discipli-na. 
Baseados nisso, elaboramos uma ativi-dade 
na qual o aluno tivesse a oportunida-de 
de construir conceitos numéricos em 
um processo semelhante ao inicial, consi-derando 
que: 
A aprendizagem dos conteúdos é acom-panhada 
de uma aprendizagem de proce-dimentos 
sobre os processos de apreen-são 
e construção de conhecimentos. Isto 
poderá ser concretizado em atividades 
de ensino que nascem de uma necessida-de 
de aprender desencadeada por situa-ções- 
problemas que possibilitem os su-jeitos 
agirem como solucionadores de 
problemas: definindo ações, escolhendo 
os dados e fazendo uso de ferramentas 
que sejam adequadas para a solução da 
situação posta (MOURA, 2001, p. 160). 
O ábaco vertical foi escolhido, pa-ra 
essa atividade, por ser um material ma-nipulativo 
e possibilitar que os alunos en-xergassem 
as operações que eles estavam 
fazendo e os valores posicionais dos nú-meros. 
O trabalho com o ábaco possibili-tou 
o entendimento das operações básicas 
e a visualização das operações feitas alge-bricamente. 
Iniciamos pedindo aos alunos que 
imaginassem um pastor de ovelhas que 
não detinha nenhum conhecimento mate-mático 
e que precisava de algum método 
para controlar a quantidade das suas ove-lhas 
quando fazia o pastoreio. As ideias de 
correspondência um a um, surgiram como 
esperado. Os alunos pensaram em fazer a 
correspondência de uma pedra para cada 
ovelha dentro do cercado. Após a sociali-zação 
das estratégias dos alunos, como 
alternativa sugerimos que eles poderiam 
fazer entalhes em um pedaço de madeira. 
Cada entalhe representando uma ovelha. 
Em seguida, questionamos sobre o 
que eles fariam se a quantidade de ovelhas 
Educação Mat emát ica em Revi s ta 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Página 48 
A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO 
fosse muito grande e ficasse difícil para 
representá-las com pedras ou com pedaços 
de madeira. Percebemos que eles não con-seguiram 
expressar a ideia de agrupamen-to, 
que era o nosso objetivo inicial. Pedi-mos 
então para que um aluno (que chama-remos 
aqui de aluno A) nos ajudasse. 
Combinamos que cada vez que dissésse-mos 
que uma ovelha entrou no cercado ele 
levantaria um dedo. Fizemos isso até ele 
levantar os dez dedos das mãos. Na se-quência, 
indagamos a turma sobre o que 
poderia ser feito para representar o núme-ro 
onze. Alguns alunos disseram que po-deríamos 
contar os dedos dos pés, mas 
como a nossa intenção era a de que eles 
compreendessem o conceito de base deci-mal, 
pedimos para que descartassem essa 
possibilidade. 
Para que pudessem representar a 
quantidade de onze ovelhas, chamamos 
mais um aluno (aqui, aluno B) e fizemos 
um combinado com a turma. Cada vez 
que o aluno A levantasse dez dedos, faría-mos 
uma “troca”, ele abaixaria todos os 
dedos e o aluno B levantaria um para re-presentar 
os dez do colega. Pedimos para 
que eles representassem algumas quanti-dades 
de ovelhas, como vinte e sete, qua-renta 
e cinco, oitenta e três, e por último 
que representassem noventa e cinco ove-lhas. 
O aluno B levantou nove dedos e o 
aluno A, cinco. Dissemos então que o pas-tor 
havia ganhado mais sete ovelhas e, que 
a cada ovelha que passasse pelo cercado, 
eles continuariam levantando os dedos. 
Quando chegamos à quantidade de noven-ta 
e nove ovelhas perguntamos: “E agora, 
o que acontece se passar mais uma ove-lha?” 
Alguns alunos de imediato compre-enderam 
o que poderiam fazer: “trocar” os 
dez dedos do segundo aluno por um de um 
terceiro aluno (C). 
Pedimos para que eles representas-sem 
a quantidade trezentos e quarenta e 
cinco, e fizeram como o esperado: o aluno 
C levantou três dedos, B levantou quatro 
dedos e o aluno A, cinco. Trocamos A e B 
de lugar e perguntamos se a quantidade 
representada agora era a mesma, os alunos 
responderam que não. Quando pergunta-mos 
o porquê, disseram que cada dedo do 
aluno A agora valia dez dedos do aluno B, 
portanto a quantidade representada era de 
trezentos e cinquenta e quatro que é maior 
que trezentos e quarenta e cinco. Acredita-mos 
que os alunos conseguiram compre-ender 
a ideia de valor posicional. 
Na sequência, mostramos aos alu-nos 
que poderíamos representar o número 
trezentos e quarenta e cinco como uma 
soma, se fizéssemos uma decomposição, o 
que ficaria da seguinte forma: 345 = 300 
Educação Mat emát ica em Revi s ta 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Página 49 
A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO 
+40+5. E isso serviu para reforçar a ideia 
de valor posicional, pois algebricamente 
os alunos puderam perceber que no núme-ro 
345, o algarismo três representa a quan-tidade 
trezentos, o algarismo quatro repre-senta 
a quantidade quarenta e o algarismo 
cinco representa a quantidade cinco. 
Apresentamos o ábaco vertical a 
eles, mostramos que as disposições das 
colunas são da mesma forma com que re-presentamos 
os nossos números, começan-do 
da direita para a esquerda, representa-mos 
a unidade, depois a dezena e a seguir 
a centena. 
Pedimos para que um aluno repre-sentasse 
a quantidade sete no ábaco e de-pois 
acrescentasse cinco, portanto haviam 
doze anéis na casa da unidade. Mostramos 
que a forma representada ali estava corre-ta, 
mas podíamos fazer de forma diferente. 
Logo depois, retomamos com os alunos o 
combinado feito anteriormente, de que a 
cada vez que o aluno A levantasse dez de-dos, 
realizaríamos uma “troca”. O aluno 
A abaixaria todos os dedos e o aluno B 
levantaria um para representar os dez do 
colega e, que faríamos procedimento aná-logo 
no ábaco. Quando completássemos 
dez anéis na casa da unidade, trocaríamos 
esses dez anéis por um na casa da dezena. 
Pedimos para que eles fizessem 
algumas somas no ábaco, uma delas foi 
15+18. Primeiramente eles deveriam re-presentar 
a quantidade quinze. De forma 
que tivesse um anel na casa da dezena e 
cinco anéis na da unidade. Depois foi a-crescentado 
dezoito, com um anel na casa 
da dezena e oito na da unidade. Questiona-mos 
os alunos sobre quanto estava repre-sentado 
no ábaco sem que fosse feito um 
cálculo algébrico. Eles responderam que 
havia dois anéis na casa da dezena, o que 
representava vinte e que havia mais treze 
anéis na casa da unidade. 
Diante disso, dissemos que a quan-tidade 
que ali estava representada era “20 
e 13” que é o mesmo que 20+13. Enfatiza-mos 
que não é errado falar assim, mas es-sa 
não é uma forma usual de se dizer e re-presentar. 
É possível otimizar essa repre-sentação, 
então retomamos o combinado e 
perguntamos o que poderia ser feito para 
melhorá-la. Eles disseram “que era para 
retirar dez anéis da casa da unidade e 
substituir”. Isto é, “trocar” dez anéis na 
casa da unidade por um na casa da dezena 
restando apenas três anéis na casa da uni-dade. 
Resultando em três anéis na casa da 
dezena e três na da unidade, o que repre-senta 
a quantidade trinta e três. 
Mostramos para os alunos que, ge-ralmente, 
quando fazemos operações co- 
Educação Mat emát ica em Revi s ta 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Página 50 
A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO 
mo essas, costumamos dizer que “oito 
mais cinco é igual a treze, então fica três e 
vai um”. Esse “vai um”, na verdade é uma 
troca que fizemos, pois cinco unidades 
somadas com oito, temos um total de treze 
e que então trocamos dez unidades por 
uma dezena. 
No exemplo com subtração, pedi-mos 
que um aluno representasse, no ába-co, 
63 e depois retirasse 19. Ele não con-seguiu 
fazer o que foi solicitado. Diante de 
tal fato, fizemos intervenções e pergunta-mos 
se na casa da unidade ele conseguiria 
retirar nove anéis dos três que estavam ali 
representados. Os alunos disseram que 
não, retomamos o combinado, que cada 
anel na dezena poderia ser “trocado” por 
dez anéis na unidade. Poderíamos então 
fazer essa troca, o que resultaria em cinco 
anéis na dezena e treze na unidade, o que 
representava “50 e 13”, que é o mesmo 
que 50 + 13 = 63. Feito isso foi possível 
retirar nove anéis da unidade e um da de-zena 
o que resultou, em quatro anéis na 
casa da dezena e quatro na da unidade cor-respondendo 
a quarenta e quatro. 
Quando dizemos, por exemplo, 
“não dá para se tirar nove de três, então 
pega emprestado do número vizinho”, na 
verdade não estamos pegando emprestado, 
pois quando se chega ao final do cálculo, 
esse “um” que pegamos emprestado não é 
devolvido. De fato, estamos realizando 
uma troca, retirando um da casa da dezena 
ou centena e trocando por dez da casa da 
unidade ou da dezena respectivamente. 
Considerações finais 
Estar aberto a (re) significações de 
saberes e compreender este saber como 
algo inconcluso e em constante transfor-mação 
permite ao educador dar um novo 
significado aos conceitos a serem ensina-dos 
e, consequentemente, a sua prática de 
ensino. 
Ao nos propormos a vivenciar um 
novo olhar e uma nova possibilidade de 
trabalhar o conceito de número, dentro da 
perspectiva lógico-histórica, nos surpreen-demos 
com os resultados dessa perspecti-va 
de ensino e pudemos clarear o que en-tendíamos 
por ensinar. Percebemos alguns 
alunos antes considerados hiperativos, de-satentos 
e até mesmo desinteressados, a-gora 
com os “olhinhos brilhando” e 
“brigando” para participar. Foram duas 
aulas de cinquenta minutos em que todos 
participaram e se envolveram de diversas 
formas. 
Quando falamos em (re) significa-ção 
da prática de ensino, nos referimos aos 
momentos em que desestruturamos o que 
tínhamos como certo e nos permitimos 
Educação Mat emát ica em Revi s ta 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
Página 51 
A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO 
vivenciar o “novo”. Para nós fica o desafio 
de nos permitirmos aprender para que, 
dessa forma, possamos também ensinar, 
não de forma mecanizada, mas com a tare-fa 
de apresentar um conhecimento inaca-bado, 
presente e necessário na vivência de 
todos. 
Referências 
CARAÇA, B. de J. Conceitos Funda-mentais 
da Matemática. 1. ed. Lisboa: 
Livraria Sá da Costa Editora, 1984. 
GERDES, P. A Ciência Matemática. 
Editor: INDE/Núcleo Editorial. 
MOURA, M. O de. A atividade de ensino 
como ação formadora, In: CASTRO, A. 
D; CARVALHO, A. M. P. de (org.) 
Ensinar a ensinar: didática para a es-cola 
fundamental e média. 1. ed. São Pau-lo: 
Pioneira, 2001. Cap. 8, p. 143-162. 
REZENDE, João P. Nexos conceituais de 
número natural como sustentação para 
o desenvolvimento de atividades de 
ensino. 2010. (Trabalho de Conclusão de 
Curso). Lavras: Gráfica da UFLA, 2010. 
SOUSA, Maria do Carmo de. O ensino 
de álgebra numa pe rspe c t iva 
Lógico-Histórica: um estudo das ela-borações 
correlatas de professores do ensi-no 
fundamental. 2004. Tese ( Douto-rado). 
UNICAMP. Campinas, SP. 
Educação Mat emát ica em Revi s ta 
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Construção de conceitos de números naturais com o ábaco

  • 1. Página 44 Educação Mat emát ica em Revi s ta Relato de Experiência A Construção de Conceitos de Números Naturais Utilizando o Ábaco José Antônio Araújo Andrade16 Amanda Castro Oliveira17 Rodrigo Ferreira de Abreu18 Stefânia Efigênia Izá19 Everaldo Gomes Leandro20 Simone Ariany Brandão21 Camila de Paula Carneiro22 Lívia de Oliveira Vasconcelos23 Dayana Cristine dos Santos24 Resumo Propomo-nos, no presente trabalho, discutir e analisar os conceitos e a experiência vivenci-ada por meio da atividade “operando com o ábaco”. Tal atividade é fruto do processo de formação em que estamos inseridos e possibilitou ao grupo uma (re) significação do que considerávamos “ensinar”. A discussão e análise da atividade partiram das falas de estudi-osos que se dedicam aos temas: sistema de numeração, ensino e aprendizagem na perspec-tiva lógico-histórica, nexos conceituais e as atividades que são orientadoras no processo ensino e aprendizagem, temáticas estas que conduziram nosso trabalho em sala de aula. Palavras-chave: Educação Matemática; Números; Lógico-histórico; Atividade orientadora de ensino; Processo de formação. Integrantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES) da Universidade Federal de Lavras-MG. 16E-mail: joseaaa@dex.ufla.br 17E-mail: amanda@dex.ufla.br 18E-mail: rodrigof.matematicaufla@hotmail.com 19E-mail: stefaniamil@hotmail.com 20E-mail: everaldogomesleandro@hotmail.com 21E-mail: simone.ufla2009@gmail.com 22E-mail: camilinha.pc@hotmail.com 23E-mail: livinhavasconcelos121@hotmail.com 24E-mail: dayanacris257@hotmail.com SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA Introdução Um de nossos objetivos tem sido realizar uma prática educativa que valorize o saber à priori do aluno, que compreenda os processos de ensinar e aprender como um movimento dialético, inconcluso e que considere o saber não como coisa criada e pronta, mas sim em uma perspectiva lógico-histórica, que contemple seu desenvolvimento progressivo, a maneira como este saber foi elaborado, o momento histórico e as possibilidades de (re) significação deste saber. Enquanto integrantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID/CAPES, na área de
  • 2. Página 45 A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO Matemática, nosso grupo de trabalho participou de um “bate papo” com um dos autores do livro didático utilizado na escola, Luiz Márcio Imenes, na qual o grupo desenvolve as atividades do programa. Naquela oportunidade, o autor possibilitou ao grupo momentos de refle-xão sobre o ensino da Matemática enquan-to um saber historicamente criado, com significados e possibilidades de (re) signi-ficações. A atividade trabalhada nesse en-contro foi sobre a construção do sistema de numeração decimal. Além disso, tive-mos a oportunidade de vivenciar as opera-ções básicas utilizando o ábaco. Tal expe-riência “abriu uma janela” em nossa forma de conceber, compreender e ensinar e nos motivou a aplicá-la às nossas turmas na escola em que estávamos inseridos. Propomo-nos a possibilitar tal oportunidade de aprendizagem aos nossos alunos e a discutir/analisar no presente trabalho, os conceitos trabalhados e a experiência da atividade a partir das falas de alguns estudiosos que se dedicam aos temas: sistema de numeração, ensino e aprendizagem na perspectiva lógico-histórica, nexos conceituais e as atividades que são orientadoras no processo ensino e aprendizagem, temáticas que conduziram nosso trabalho em sala de aula. A concepção do conceito de número em uma perspectiva lógico-histórica O fato de lidarmos todos os dias com o sistema numérico, muitas vezes, nos faz esquecer o processo de desenvol-vimento e o trabalho necessário para a sua compreensão, o que pode resultar em um ensino mecânico e sem significação deste conteúdo. Buscamos, por meio da História da Matemática, estabelecer as origens do co-nhecimento matemático, mostrando que a “matemática foi descoberta pelo homem, pela Humanidade na sua luta para dominar a natureza” (Gerdes, 1981, p.7). Com base nisso, apresentamos uma experiência para os alunos no intuito de explicitar que os conceitos matemáticos surgiram em razão de uma necessidade do homem em encon-trar soluções para problemas da sua vida, a fim de garantir a sua existência. Muitos dos conceitos matemáticos surgiram das necessidades da humanidade, portanto, estes conceitos podem ser consi-derados históricos. Por detrás disso, existe um aspecto lógico pelo qual esse conceito se desenvolveu e não há como separar o lógico do histórico, pois eles crescem jun-tos e interdependentes. Os conceitos sur-gem na história e passam por um desen-volvimento lógico para que possam se consolidar e essa dialética é denominada Educação Mat emát ica em Revi s ta SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
  • 3. Página 46 A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO movimento lógico-histórico do conceito (Sousa, 2004). Pensando sob essa perspectiva, po-demos relacionar o processo de apropria-ção do conceito, com o movimento do constituir-se teórico. Isso não se dá de forma estática, pois nesse caminho surgem dúvidas e incertezas, o que instiga a uma busca por uma maior compreensão do conceito e, nessa busca, podem surgir no-vas descobertas e, assim, possibilitar que tal conceito seja moldado, (re) elaborado para que se tenha uma efetiva apropriação. Fazendo o estudo dos conceitos a partir do lógico-histórico, Sousa (2004) considera três tipos de pensamento cientí-fico: o empírico-discursivo, que é mais sensorial e considera apenas os aspectos externos do objeto; o pensamento teórico que é mais organizado formalmente e o pensamento flexível, que é o elo entre as outras duas formas de pensamento, pois ele preenche um vazio conceitual que e-xiste entre os dois. Ainda de acordo com essa autora, o conhecimento científico é mutável, sen-do assim, não podemos considerar apenas as extremidades formais dos pensamentos teórico e empírico-discursivo, mas consi-derar o processo do movimento do pensa-mento, no sentido de constituir-se teórico. A partir desse entendimento, bus-camos compreender quais são os nexos conceituais de número natural para a reali-zação dessa atividade. Resende (2010) i-dentifica os nexos conceituais de número natural como: senso numérico, correspon-dência um a um, qualidade e quantidade, agrupamento, ordenação, valor posicional, base, composição e decomposição, nume-ral e algarismo. Para a atividade, nossa intenção foi de que, primeiramente, os alu-nos compreendessem alguns dos nexos conceituais de número: correspondência um a um, agrupamento, valor posicional, base, composição e decomposição, os quais são importantes para que eles com-preendam as operações básicas e consi-gam manipulá-las no ábaco. O ábaco como atividade orientadora de ensino A atividade “Operando com o ába-co” foi desenvolvida em duas aulas no se-gundo semestre de 2011, em uma turma de Ensino Fundamental II (8o ano), com apro-ximadamente 25 alunos, de uma escola pública municipal de Lavras/MG. Essa atividade teve como um dos seus objetivos permitir que os alunos com-preendessem que o conhecimento não é estático, pronto e acabado, mais sim Educação Mat emát ica em Revi s ta SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
  • 4. Página 47 A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO construído ao longo da história, por dife-rentes sociedades. Deste modo, os núme-ros naturais, como um conhecimento hu-mano que é, foram criados a partir da ne-cessidade de contagem, assim o número natural: […] não é um produto puro do pensa-mento, independente da experiência; os homens não adquiriram primeiro os números naturais para depois contarem; pelo contrário, os números naturais fo-ram- se formando lentamente pela práti-ca diária de contagens. A imagem do homem, criando duma maneira comple-ta a ideia de número, para depois a apli-car à prática da contagem, é cômoda, mas falsa (CARAÇA, 1951, p.4). Com base nisso, em nossa ativida-de, desenvolvemos o conteúdo histórico associado ao lógico, pois acreditamos na potencialidade de uma atividade estrutura-da dentro de uma perspectiva lógico-histórica. Segundo Moura (2001), o desen-volvimento dos conhecimentos sobre nú-mero e contagens não surge de forma alea-tória e sim de uma necessidade da socie-dade de expandir seus conhecimentos para solucionar os problemas matemáticos e ampliar o campo de estudo dessa discipli-na. Baseados nisso, elaboramos uma ativi-dade na qual o aluno tivesse a oportunida-de de construir conceitos numéricos em um processo semelhante ao inicial, consi-derando que: A aprendizagem dos conteúdos é acom-panhada de uma aprendizagem de proce-dimentos sobre os processos de apreen-são e construção de conhecimentos. Isto poderá ser concretizado em atividades de ensino que nascem de uma necessida-de de aprender desencadeada por situa-ções- problemas que possibilitem os su-jeitos agirem como solucionadores de problemas: definindo ações, escolhendo os dados e fazendo uso de ferramentas que sejam adequadas para a solução da situação posta (MOURA, 2001, p. 160). O ábaco vertical foi escolhido, pa-ra essa atividade, por ser um material ma-nipulativo e possibilitar que os alunos en-xergassem as operações que eles estavam fazendo e os valores posicionais dos nú-meros. O trabalho com o ábaco possibili-tou o entendimento das operações básicas e a visualização das operações feitas alge-bricamente. Iniciamos pedindo aos alunos que imaginassem um pastor de ovelhas que não detinha nenhum conhecimento mate-mático e que precisava de algum método para controlar a quantidade das suas ove-lhas quando fazia o pastoreio. As ideias de correspondência um a um, surgiram como esperado. Os alunos pensaram em fazer a correspondência de uma pedra para cada ovelha dentro do cercado. Após a sociali-zação das estratégias dos alunos, como alternativa sugerimos que eles poderiam fazer entalhes em um pedaço de madeira. Cada entalhe representando uma ovelha. Em seguida, questionamos sobre o que eles fariam se a quantidade de ovelhas Educação Mat emát ica em Revi s ta SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
  • 5. Página 48 A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO fosse muito grande e ficasse difícil para representá-las com pedras ou com pedaços de madeira. Percebemos que eles não con-seguiram expressar a ideia de agrupamen-to, que era o nosso objetivo inicial. Pedi-mos então para que um aluno (que chama-remos aqui de aluno A) nos ajudasse. Combinamos que cada vez que dissésse-mos que uma ovelha entrou no cercado ele levantaria um dedo. Fizemos isso até ele levantar os dez dedos das mãos. Na se-quência, indagamos a turma sobre o que poderia ser feito para representar o núme-ro onze. Alguns alunos disseram que po-deríamos contar os dedos dos pés, mas como a nossa intenção era a de que eles compreendessem o conceito de base deci-mal, pedimos para que descartassem essa possibilidade. Para que pudessem representar a quantidade de onze ovelhas, chamamos mais um aluno (aqui, aluno B) e fizemos um combinado com a turma. Cada vez que o aluno A levantasse dez dedos, faría-mos uma “troca”, ele abaixaria todos os dedos e o aluno B levantaria um para re-presentar os dez do colega. Pedimos para que eles representassem algumas quanti-dades de ovelhas, como vinte e sete, qua-renta e cinco, oitenta e três, e por último que representassem noventa e cinco ove-lhas. O aluno B levantou nove dedos e o aluno A, cinco. Dissemos então que o pas-tor havia ganhado mais sete ovelhas e, que a cada ovelha que passasse pelo cercado, eles continuariam levantando os dedos. Quando chegamos à quantidade de noven-ta e nove ovelhas perguntamos: “E agora, o que acontece se passar mais uma ove-lha?” Alguns alunos de imediato compre-enderam o que poderiam fazer: “trocar” os dez dedos do segundo aluno por um de um terceiro aluno (C). Pedimos para que eles representas-sem a quantidade trezentos e quarenta e cinco, e fizeram como o esperado: o aluno C levantou três dedos, B levantou quatro dedos e o aluno A, cinco. Trocamos A e B de lugar e perguntamos se a quantidade representada agora era a mesma, os alunos responderam que não. Quando pergunta-mos o porquê, disseram que cada dedo do aluno A agora valia dez dedos do aluno B, portanto a quantidade representada era de trezentos e cinquenta e quatro que é maior que trezentos e quarenta e cinco. Acredita-mos que os alunos conseguiram compre-ender a ideia de valor posicional. Na sequência, mostramos aos alu-nos que poderíamos representar o número trezentos e quarenta e cinco como uma soma, se fizéssemos uma decomposição, o que ficaria da seguinte forma: 345 = 300 Educação Mat emát ica em Revi s ta SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
  • 6. Página 49 A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO +40+5. E isso serviu para reforçar a ideia de valor posicional, pois algebricamente os alunos puderam perceber que no núme-ro 345, o algarismo três representa a quan-tidade trezentos, o algarismo quatro repre-senta a quantidade quarenta e o algarismo cinco representa a quantidade cinco. Apresentamos o ábaco vertical a eles, mostramos que as disposições das colunas são da mesma forma com que re-presentamos os nossos números, começan-do da direita para a esquerda, representa-mos a unidade, depois a dezena e a seguir a centena. Pedimos para que um aluno repre-sentasse a quantidade sete no ábaco e de-pois acrescentasse cinco, portanto haviam doze anéis na casa da unidade. Mostramos que a forma representada ali estava corre-ta, mas podíamos fazer de forma diferente. Logo depois, retomamos com os alunos o combinado feito anteriormente, de que a cada vez que o aluno A levantasse dez de-dos, realizaríamos uma “troca”. O aluno A abaixaria todos os dedos e o aluno B levantaria um para representar os dez do colega e, que faríamos procedimento aná-logo no ábaco. Quando completássemos dez anéis na casa da unidade, trocaríamos esses dez anéis por um na casa da dezena. Pedimos para que eles fizessem algumas somas no ábaco, uma delas foi 15+18. Primeiramente eles deveriam re-presentar a quantidade quinze. De forma que tivesse um anel na casa da dezena e cinco anéis na da unidade. Depois foi a-crescentado dezoito, com um anel na casa da dezena e oito na da unidade. Questiona-mos os alunos sobre quanto estava repre-sentado no ábaco sem que fosse feito um cálculo algébrico. Eles responderam que havia dois anéis na casa da dezena, o que representava vinte e que havia mais treze anéis na casa da unidade. Diante disso, dissemos que a quan-tidade que ali estava representada era “20 e 13” que é o mesmo que 20+13. Enfatiza-mos que não é errado falar assim, mas es-sa não é uma forma usual de se dizer e re-presentar. É possível otimizar essa repre-sentação, então retomamos o combinado e perguntamos o que poderia ser feito para melhorá-la. Eles disseram “que era para retirar dez anéis da casa da unidade e substituir”. Isto é, “trocar” dez anéis na casa da unidade por um na casa da dezena restando apenas três anéis na casa da uni-dade. Resultando em três anéis na casa da dezena e três na da unidade, o que repre-senta a quantidade trinta e três. Mostramos para os alunos que, ge-ralmente, quando fazemos operações co- Educação Mat emát ica em Revi s ta SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
  • 7. Página 50 A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO mo essas, costumamos dizer que “oito mais cinco é igual a treze, então fica três e vai um”. Esse “vai um”, na verdade é uma troca que fizemos, pois cinco unidades somadas com oito, temos um total de treze e que então trocamos dez unidades por uma dezena. No exemplo com subtração, pedi-mos que um aluno representasse, no ába-co, 63 e depois retirasse 19. Ele não con-seguiu fazer o que foi solicitado. Diante de tal fato, fizemos intervenções e pergunta-mos se na casa da unidade ele conseguiria retirar nove anéis dos três que estavam ali representados. Os alunos disseram que não, retomamos o combinado, que cada anel na dezena poderia ser “trocado” por dez anéis na unidade. Poderíamos então fazer essa troca, o que resultaria em cinco anéis na dezena e treze na unidade, o que representava “50 e 13”, que é o mesmo que 50 + 13 = 63. Feito isso foi possível retirar nove anéis da unidade e um da de-zena o que resultou, em quatro anéis na casa da dezena e quatro na da unidade cor-respondendo a quarenta e quatro. Quando dizemos, por exemplo, “não dá para se tirar nove de três, então pega emprestado do número vizinho”, na verdade não estamos pegando emprestado, pois quando se chega ao final do cálculo, esse “um” que pegamos emprestado não é devolvido. De fato, estamos realizando uma troca, retirando um da casa da dezena ou centena e trocando por dez da casa da unidade ou da dezena respectivamente. Considerações finais Estar aberto a (re) significações de saberes e compreender este saber como algo inconcluso e em constante transfor-mação permite ao educador dar um novo significado aos conceitos a serem ensina-dos e, consequentemente, a sua prática de ensino. Ao nos propormos a vivenciar um novo olhar e uma nova possibilidade de trabalhar o conceito de número, dentro da perspectiva lógico-histórica, nos surpreen-demos com os resultados dessa perspecti-va de ensino e pudemos clarear o que en-tendíamos por ensinar. Percebemos alguns alunos antes considerados hiperativos, de-satentos e até mesmo desinteressados, a-gora com os “olhinhos brilhando” e “brigando” para participar. Foram duas aulas de cinquenta minutos em que todos participaram e se envolveram de diversas formas. Quando falamos em (re) significa-ção da prática de ensino, nos referimos aos momentos em que desestruturamos o que tínhamos como certo e nos permitimos Educação Mat emát ica em Revi s ta SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
  • 8. Página 51 A CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS DE NÚMEROS NATURAIS UTILIZANDO O ÁBACO vivenciar o “novo”. Para nós fica o desafio de nos permitirmos aprender para que, dessa forma, possamos também ensinar, não de forma mecanizada, mas com a tare-fa de apresentar um conhecimento inaca-bado, presente e necessário na vivência de todos. Referências CARAÇA, B. de J. Conceitos Funda-mentais da Matemática. 1. ed. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1984. GERDES, P. A Ciência Matemática. Editor: INDE/Núcleo Editorial. MOURA, M. O de. A atividade de ensino como ação formadora, In: CASTRO, A. D; CARVALHO, A. M. P. de (org.) Ensinar a ensinar: didática para a es-cola fundamental e média. 1. ed. São Pau-lo: Pioneira, 2001. Cap. 8, p. 143-162. REZENDE, João P. Nexos conceituais de número natural como sustentação para o desenvolvimento de atividades de ensino. 2010. (Trabalho de Conclusão de Curso). Lavras: Gráfica da UFLA, 2010. SOUSA, Maria do Carmo de. O ensino de álgebra numa pe rspe c t iva Lógico-Histórica: um estudo das ela-borações correlatas de professores do ensi-no fundamental. 2004. Tese ( Douto-rado). UNICAMP. Campinas, SP. Educação Mat emát ica em Revi s ta Professor(a), Acesse também nossa videoteca! Veja mais em www.sbembrasil.org.br SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA