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2. • Até meados do século XX, a China nem de longe se
assemelhava ao gigante econômico que hoje representa.
Abalizado em uma economia essencialmente agrícola e
arcaica, o país apresentava péssimos indicadores sociais,
com uma profunda concentração de riquezas nas mãos
dos setores mais abastados. É precisamente contra esse
estado de coisas que surgem grupos oposicionistas ao
governo, inclusive alguns defensores do ideário
comunista.
3. • Com o sucesso da resistência chinesa às
investidas japonesas durante a Segunda Guerra, a
popularidade de Mao Tsé Tung (um dos mais
importantes líderes dessa resistência) atingiu
proporções nacionais. Em 1949, o jovem
socialista liderou um golpe de Estado,
instaurando o comunismo no país. Estava criada
a República Popular da China.
4. • As primeiras medidas instituídas por Mao seguiram o
modelo soviético de socialismo, sendo praticado um
amplo programa de reformas sociais, especialmente a
agrária, e de nacionalização da economia. No entanto, tais
ações não garantiram um recuo relevante das
desigualdades, tão pouco o aumento dos níveis
produtivos, fazendo com que o governo revolucionário
estabelecesse um novo projeto de reformas, entitulado
Grande Salto.
5. • A despeito do nome promissor, o Grande Salto mostrou-
se um fracasso. Distanciada da URSS de Kruschev, a
China não contou com o suporte tecnológico
normalmente ofertado por esta última a seus aliados.
Somava-se a isso a paralisante burocracia governamental,
determinante para a frustração do projeto.
6. • Deste modo, seria somente ao longo da década de 60 que
a experiência socialista chinesa viria a adquirir maior
solidez. Neste processo, assumiu papel central a
Revolução Cultural, um conjunto de medidas
implementadas pela administração maoísta, que se por
um lado modernizaram a economia do país, por outro
aprofundaram o autoritarismo oficial.
7. • Em tais ambiências, foram criados dois dos mais
importantes instrumentos de centralização político-
ideológica estabelecidos por Mao, o Livro Vermelho e a
Guarda Vermelha. Ambos cumpriam um duplo propósito,
o de fortalecer as estruturas governamentais e combater
os opositores do regime. Torturas, exílios e prisões
passaram, então, a ser cada vez mais utilizados como
instrumentos de repressão contra os “inimigos da
Revolução”.
8. • Todavia, com a morte de Mao Tsé Tung e a ascensão de
Deng Xiaoping à liderança do governo chinês, o
socialismo desenvolvido no país passou a seguir outras
diretrizes. Sob a justificativa de potencializar a produção
nacional, foram incorporadas medidas econômicas de
caráter liberalizante, como a permissão da entrada de
capital estrangeiro no país, a expansão da iniciativa
privada e a criação das chamadas Zonas Econômicas
Especiais. Através das Quatro Modernizações, ganhava
espaço o chamado socialismo de mercado chinês.