O documento discute o Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares proposto pela Rede de Bibliotecas Escolares. O modelo visa avaliar bibliotecas escolares com base nos resultados obtidos em termos do seu impacto no desempenho acadêmico dos alunos, em vez de focar nos recursos disponíveis. As vantagens do modelo incluem permitir feedback da comunidade escolar e promover a melhoria contínua. Dificuldades na implementação incluem falta de tempo e verbas.
1. Análise Crítica e Pessoal
ao Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares
“a transformação das bibliotecas escolares
em organizações capazes de aprender e de crescer
através da recolha sistemática de evidências de uma auto-avaliação sistemática”
(texto da sessão, p.6)
O Modelo de Auto-avaliação das bibliotecas escolares proposto pela RBE, apoia-se em
vários estudos internacionais (conforme bibliografia indicada) e acenta no pressuposto
que vincula que “school libraries have been evaluated primarily in terms of library
management; the impact they have on teaching and learning has rarely been a focus.
This project aimed to go some way towards redressing the balance” como refere
SarahMcNicol, para imprimir uma mudança de paradigma, passando a biblioteca
escolar a ser analisada e avaliada, já não numa lógica de ‘inputs’ mas de ‘outputs’, ou
seja, não se centrando a atenção tanto nos recursos e meios mas sim, e sobretudo, nos
resultados atingidos pela biblioteca escolar em termos da eficácia no terreno e da sua
influência no desempenho curricular e nos resultados escolares dos seus utilizadores.
Vantagens do modelo :
( apesar das críticas referentes à densidade de informação)
• Permite a auscultação da comunidade escolar através dos instrumentos de
recolha de dados.
• Denota a intenção clara de, a partir de uma recolha sistemática de dados e de
uma reflexão ponderada a partir deles, despoletar a melhoria dos serviços e
modo de funcionamento das bibliotecas escolares.
• Constitui um instrumento pedagógico importante, que não se fica pela
biblioteca escolar mas que estabelece pontes entre esta e os outros órgãos da
escola, entre o coordenador da BE/CRE e os outros coordenadores em funções
na escola, entre a equipa de trabalho e os outros docentes da
escola/agrupamento e promove o envolvimento das famílias, autarquias,
bibliotecas municipais e outros da comunidade.
• Mobiliza toda a escola/agrupamento em torno das matérias que dizem respeito
à biblioteca escolar, demonstrando que esta não é um mundo à parte no
contexto escolar mas que tem de ser colocada no centro da actividade lectiva e
não lectiva para que se torne um serviço eficaz e para que seja rentabilizada ao
máximo.
• Promove o envolvimento e a participarem na dinâmica da biblioteca escolar.
• Fomenta a articulação com os departamentos e sala de aula, acolhendo
iniciativas dos diferentes PCT. Só deste modo é que “the school librarian can
2. run his or her program in collaboration with classroom teachers, reading
specialists, and other educators, exciting students about book and media, as
well as providing easy access to rich books and media collections” (Eisenberg,
p.1).
• Inserir-se nas práticas de avaliação interna e externa do agrupamento no seu
todo. “[n]uma época em que as tecnologias e as pressões económicas
acentuam a necessidade de fazer valer o papel e a necessidade de bibliotecas, a
avaliação tem um papel determinante, permitindo-nos validar o que fazemos,
como fazemos, onde estamos e até onde queremos ir, mas sobretudo o papel e
intervenção, as mais-valias que acrescentamos” (p.5).
• Promove a formação dos intervenientes.
• Valoriza a gestão corrente da biblioteca, a catalogação, a animação, a
interacção com o currículo, o apetrechamento eficaz da biblioteca em termos
de meios tecnológicos, sejam eles de hardware ou de software, o atendimento
e apoio aos alunos, a disponibilização de guias de utilização, as iniciativas no
âmbito do Plano Nacional de Leitura.
• Na óptica dos resultados – uma “holistic approach to evidence-based practice”
(texto da sessão, p.3) - não há lugar para o esforço individual e/ou colectivo,
não se determina o grau de evolução de uma biblioteca ao longo d e um ano
mas de alguns anos.
• Possibilita a valorização das condições de espaço e de equipamento em geral,
de mobiliário em quantidade e qualidade adequadas, “um bom nível de
equipamento tecnológico (hardware e software) que responde muito bem às
necessidades da escola/agrupamento” (Modelo,p. 57) e respondam “muito
bem às necessidades da escola/agrupamento” (Modelo, p. 57)
Dificuldades na implementação do modelo:
As dificuldades sentidas quase sempre são factores alheios à própria equipa da
biblioteca e pela qual esta não pode ser responsabilizada, como por exermplo:
• A falta de tempo exige a distribuição de tarefas, e consequentemente as
reuniões são formas essenciais para cruzamento de dados, mas depois a
reformulação dos textos e as planificações exigidas reduzem o tempo para o
cumprimento do exercício das funções do prof.bibliotecário para outras
funções também relevantes.
• A inexistência de verbas cedidas pela Direcção limitam o prof bibliotecário à
boa vontade dos directores.
3. • Cair no exagero de tanta sistematização e formalização retirando aos alunos o
nosso apoio e acompanhamento mais rentável para o seu sucesso educativo.
• A equipa dedicar grande tempo e esforço à identificação de pontos fortes e
fracos, traçando inclusivamente planos de melhoria mas continuando a não
estar dotada dos meios para atingir os fins.
Como conclusão saliento o seguinte mote:
A flexibilidade é facilitadora do processo e permite ir caminhando.
Bibliografia:
Texto da sessão: “O Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares:
problemáticas e conceitos
implicados”, disponibilizado na plataforma.
Eisenberg, Michael & Miller, Danielle (2002) “This Man Wants to Change Your Job”,
School Library Journal. 9/1/2002
<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA240047.html> [25/10/2008]
McNicol, Sarah (2004) Incorporating library provision in school self-evaluation.
Educational Review,
56 (3), 287-296. (Disponível na plataforma)
Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares
(2008). Disponível em: http://www.rbe.min-edu.pt/np4/np4/31.html [25/10/2008]
Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas
Escolares –
Instrumentos de recolha de dados (2008). Disponível em: http://www.rbe.minedu.
pt/np4/np4/31.html [25/10/2008]