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METODOLOGIAS PARA O
 ENSINO DE LÍNGUAS



      Eduardo Antonio Borges dos Santos.
   Sejam quais forem as razões - econômicas,
    diplomáticas, sociais, comerciais ou militares -,
    a necessidade de entrar em contato com
    falantes de outro idioma é muito antiga. Supõe-
    se que as primeiras aprendizagens de uma
    língua estrangeira aconteceram pelo contato
    direto com o estrangeiro. Paralelamente a estas
    aquisições em meio natural, alguns povos se
    preocuparam em aprender e ensinar, de forma
    sistemática, algumas línguas estrangeiras.
•   Será apresentada a seguir, uma síntese
    das    principais   metodologias    que
    marcaram o ensino - aprendizagem da
    língua estrangeira. Pretende-se mostrar
    os princípios que embasam certas
    metodologias, o papel do professor e do
    aprendiz e como é feita a avaliação da
    aprendizagem. Antes de se passar à
    exposição das abordagens de ensino de
    língua estrangeira, convém mencionar
    uma dificuldade terminológica entre
    método, metodologia e abordagem.
•   Dentre outras definições Puren (1988) chama
    de método o       próprio     material      de
    ensino; metodologia estaria num nível superior,
    englobando os objetivos gerais, os conteúdos
    lingüísticos, as teorias de referência, as
    situações de ensino e subentendem a
    elaboração     de    um     método.    Já    o
    termo abordagem (“approach” do inglês) é
    definido por Leffa (Leffa apud Bohn e
    Vandersen,1988) como os pressupostos teóricos
    acerca da língua e da aprendizagem.
    Adotaremos, portanto, o termo metodologia ou
    abordagem para designar a forma como o
    ensino de língua estrangeira vem se
    processando ao longo dos anos.
A metodologia tradicional (MT)
A abordagem tradicional, também chamada de
gramática-tradução, historicamente, a primeira e mais
antiga metodologia servia para ensinar as línguas
clássicas como grego e latim. É a concepção de ensino
do latim; língua morta, considerado como disciplina
mental, necessária à formação do espírito que vai servir
de modelo ao ensino das línguas vivas (Germain, 1993).
Os objetivos desta metodologia que vigorou, exclusiva,
até o início do século XX, era o de transmitir um
conhecimento sobre a língua, permitindo o acesso a
textos literários e a um domínio da gramática normativa.
Propunha-se a tradução e a versão como base de
compreensão da língua em estudo. O dicionário e o livro
de gramática eram, portanto, instrumentos úteis de
trabalho.
A aprendizagem da língua estrangeira era vista
como uma atividade intelectual em que o
aprendiz deveria aprender e memorizar as
regras e os exemplos, com o propósito de
dominar a morfologia e a sintaxe (ibid.). Os
alunos recebiam e elaboravam listas exaustivas
de vocabulário. As atividades propostas
tratavam de exercícios de aplicação das regras
de gramática, ditados, tradução e versão. A
relação professor/aluno era vertical, ou seja, ele
representava a autoridade no grupo/classe,
pois detinha o saber. Pouca iniciativa era
atribuída ao aluno; a interação professor/aluno
era praticamente inexistente. O controle da
aprendizagem era, geralmente, rígido e não era
permitido errar.
A metodologia direta (MD)
   Até aproximadamente a década de 40, o principal
    objetivo da aprendizagem da língua estrangeira era o
    ensino do vocabulário. A ênfase era dada à palavra
    escrita, enquanto que as habilidades de audição e de fala
    eram praticamente ignoradas. Contra esse ensino,
    tradicional, e respondendo às novas necessidades e aos
    novos anseios sociais, surgiu a metodologia direta de
    ensino de línguas. O princípio fundamental da MD era o
    de que a aprendizagem da língua estrangeira deveria se
    dar em contato direto com a língua em estudo. A língua
    materna deveria ser excluída da sala de aula. A
    transmissão dos significados dava-se através de gestos,
    gravuras, fotos, simulação, enfim, tudo o que pudesse
    facilitar a compreensão, sem jamais recorrer à tradução.
Dava-se ênfase ao oral. Inicialmente, o aluno era
exposto aos fatos da língua para, num segundo
momento, chegar à sua sistematização. O
professor continuava no centro do processo
ensino - aprendizagem. Ele era o guia, o “ator
principal” e o “diretor de cena”. Não se dava ao
aluno nenhuma autonomia, nem se procurava
trabalhar em pequenos grupos. Era o professor
que servia de modelo lingüístico ao aprendiz. Não
havia praticamente nenhuma interação entre os
aprendizes; no entanto, eles até podiam
conversar entre si, através de jogos de pergunta
e resposta.
A elaboração da MD com base numa oposição
sistemática à MT não deixou de cometer alguns
excessos. É o caso da interdição absoluta da
tradução para a língua materna nos primeiros
anos de estudo, até mesmo como recurso de
explicação, o que acabou por concentrar toda
atenção do processo ensino - aprendizagem na
figura do professor, visto que era ele quem
detinha o conhecimento lingüístico.
A metodologia áudio-oral (MAO)
       ou audiolingual
Com a entrada dos americanos na guerra, o exército
sentiu a necessidade de produzir rapidamente, falantes
fluentes em várias línguas. A fim de atingir tal objetivo foi
lançado em 1943 um grande programa didático que deu
origem ao “método do exército” que se desenvolveu no
que hoje é conhecido como metodologia áudio-oral. Os
princípios básicos desta abordagem eram: a língua é fala
e não escrita, (com isso restabelecia-se a ênfase na
língua oral) e a língua é um conjunto de hábitos: a língua
era vista como um conjunto de hábitos condicionados
que se adquiria através de um processo mecânico de
estímulo e resposta. As respostas certas dadas pelo
aluno deveriam ser imediatamente reforçadas pelo
professor. A metodologia áudio-oral era baseada nos
princípios da psicologia da aprendizagem: da psicologia
behaviorista (de Skinner).
   O laboratório de línguas passou a constituir um
    elemento de extrema importância, onde o aluno
    repetia oralmente as estruturas apresentadas
    em sala de aula, a fim de serem totalmente
    memorizadas e automatizadas. O professor
    continuava no centro do processo do ensino-
    aprendizagem, dirigindo e controlando o
    comportamento lingüístico dos alunos. Após
    alguns anos de entusiasmo por esse tipo de
    abordagem, veio a decepção: os exercícios
    estruturais aborreciam os alunos e, como
    conseqüência,      a    motivação    decrescia
    rapidamente;
a passagem dos exercícios de reutilização dos
modelos dirigidos pelo professor à reutilização
espontânea raramente acontecia. Esta seria,
justamente, a maior crítica feita à MAO - a
incapacidade de levar o aluno a estágios mais
avançados devido à dificuldade de passar do
automatismo à expressão espontânea da língua.
A metodologia audiovisual
             (MAV)
A MAV se situa num prolongamento da abordagem direta,
à medida que suas principais inovações constituem, em
parte, as tentativas de solução dos problemas com os
quais se defrontavam os defensores da abordagem direta.
Na MAV, classificada de terceira geração, a relação
professor-aluno é mais interativa que nas duas fases
anteriores. O professor evita corrigir os erros dos alunos
durante a primeira repetição. Em seguida, começa o
trabalho de correção fonética até a fase de memorização.
O professor corrige discretamente a entonação, o ritmo, o
sotaque etc. O objetivo das avaliações é medir o domínio
da competência lingüística e de comunicação, assim como
a criatividade.
Metodologia comunicativa (MC)
Enquanto nos Estados Unidos ainda se dava ênfase ao
código da língua, ao nível da frase (Bloomfield,
lingüística estruturalista, e Chomsky, gramática gerativo-
transformacional), na Europa os lingüistas enfatizavam o
estudo do discurso. Esse estudo propunha não apenas a
análise do texto oral e escrito, como também as
circunstâncias em que o texto era produzido e
interpretado. A língua é, então, analisada como um
conjunto de eventos comunicativos. A abordagem
comunicativa centraliza o ensino da língua estrangeira
na comunicação. Trata-se de ensinar o aluno a se
comunicar em língua estrangeira e adquirir uma
competência de comunicação.
O professor deixa de ocupar o papel principal no
processo ensino-aprendizagem, de detentor do
conhecimento, para assumir o papel de
orientador, “facilitador”, “organizador” das
atividades de classe. Um outro fator relevante e
facilitador da aprendizagem é a atmosfera que
reina na classe, e esta depende, em grande
parte, do professor. Ele precisa ser caloroso,
sensível, tolerante, paciente e flexível a fim de
que possa inspirar confiança e respeito. Estes
fatores contribuiriam para baixar o filtro afetivo,
como diz Krashen (1982), favorecendo,
portanto, a aprendizagem.
O Método Natural
Esse método tem por objetivo desenvolver a
aquisição (uso inconsciente das regras
gramaticais) da língua em vez da aprendizagem
(uso consciente). Dessa forma, a fala surgirá
naturalmente, sem pressão do professor.
A premissa básica é que o aluno deve receber
um INPUT lingüístico quase totalmente
compreensível, de modo a ampliar sua
compreensão da L2.
Características principais:
1. a pronúncia não é enfatizada e encara-se a
   perfeição como uma meta não realística;
2. o aluno é responsável pela própria
   aprendizagem;
3. a gramática é ensinada indutivamente;
4. os erros são vistos como algo inevitável,
   algo que pode ser usado construtivamente
   no processo de ensino;
5. espera-se do professor tanto uma boa
   proficiência geral da língua-alvo (L2) como
   habilidade de analisar a língua.
Referências
Selma Alas Martins Cestaro.
   Univ. Fed. Rio Grande do Norte / USP) Disponível em:
   http://www.hottopos.com.br/videtur6/selma.htm

Jilvania Lima:

AS METODOLOGIAS DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
Disponivel em: http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/315.htm

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Metodologias Para O Ensino De LíNguas

  • 1. METODOLOGIAS PARA O ENSINO DE LÍNGUAS Eduardo Antonio Borges dos Santos.
  • 2. Sejam quais forem as razões - econômicas, diplomáticas, sociais, comerciais ou militares -, a necessidade de entrar em contato com falantes de outro idioma é muito antiga. Supõe- se que as primeiras aprendizagens de uma língua estrangeira aconteceram pelo contato direto com o estrangeiro. Paralelamente a estas aquisições em meio natural, alguns povos se preocuparam em aprender e ensinar, de forma sistemática, algumas línguas estrangeiras.
  • 3. Será apresentada a seguir, uma síntese das principais metodologias que marcaram o ensino - aprendizagem da língua estrangeira. Pretende-se mostrar os princípios que embasam certas metodologias, o papel do professor e do aprendiz e como é feita a avaliação da aprendizagem. Antes de se passar à exposição das abordagens de ensino de língua estrangeira, convém mencionar uma dificuldade terminológica entre método, metodologia e abordagem.
  • 4. Dentre outras definições Puren (1988) chama de método o próprio material de ensino; metodologia estaria num nível superior, englobando os objetivos gerais, os conteúdos lingüísticos, as teorias de referência, as situações de ensino e subentendem a elaboração de um método. Já o termo abordagem (“approach” do inglês) é definido por Leffa (Leffa apud Bohn e Vandersen,1988) como os pressupostos teóricos acerca da língua e da aprendizagem. Adotaremos, portanto, o termo metodologia ou abordagem para designar a forma como o ensino de língua estrangeira vem se processando ao longo dos anos.
  • 5. A metodologia tradicional (MT) A abordagem tradicional, também chamada de gramática-tradução, historicamente, a primeira e mais antiga metodologia servia para ensinar as línguas clássicas como grego e latim. É a concepção de ensino do latim; língua morta, considerado como disciplina mental, necessária à formação do espírito que vai servir de modelo ao ensino das línguas vivas (Germain, 1993). Os objetivos desta metodologia que vigorou, exclusiva, até o início do século XX, era o de transmitir um conhecimento sobre a língua, permitindo o acesso a textos literários e a um domínio da gramática normativa. Propunha-se a tradução e a versão como base de compreensão da língua em estudo. O dicionário e o livro de gramática eram, portanto, instrumentos úteis de trabalho.
  • 6. A aprendizagem da língua estrangeira era vista como uma atividade intelectual em que o aprendiz deveria aprender e memorizar as regras e os exemplos, com o propósito de dominar a morfologia e a sintaxe (ibid.). Os alunos recebiam e elaboravam listas exaustivas de vocabulário. As atividades propostas tratavam de exercícios de aplicação das regras de gramática, ditados, tradução e versão. A relação professor/aluno era vertical, ou seja, ele representava a autoridade no grupo/classe, pois detinha o saber. Pouca iniciativa era atribuída ao aluno; a interação professor/aluno era praticamente inexistente. O controle da aprendizagem era, geralmente, rígido e não era permitido errar.
  • 7. A metodologia direta (MD)  Até aproximadamente a década de 40, o principal objetivo da aprendizagem da língua estrangeira era o ensino do vocabulário. A ênfase era dada à palavra escrita, enquanto que as habilidades de audição e de fala eram praticamente ignoradas. Contra esse ensino, tradicional, e respondendo às novas necessidades e aos novos anseios sociais, surgiu a metodologia direta de ensino de línguas. O princípio fundamental da MD era o de que a aprendizagem da língua estrangeira deveria se dar em contato direto com a língua em estudo. A língua materna deveria ser excluída da sala de aula. A transmissão dos significados dava-se através de gestos, gravuras, fotos, simulação, enfim, tudo o que pudesse facilitar a compreensão, sem jamais recorrer à tradução.
  • 8. Dava-se ênfase ao oral. Inicialmente, o aluno era exposto aos fatos da língua para, num segundo momento, chegar à sua sistematização. O professor continuava no centro do processo ensino - aprendizagem. Ele era o guia, o “ator principal” e o “diretor de cena”. Não se dava ao aluno nenhuma autonomia, nem se procurava trabalhar em pequenos grupos. Era o professor que servia de modelo lingüístico ao aprendiz. Não havia praticamente nenhuma interação entre os aprendizes; no entanto, eles até podiam conversar entre si, através de jogos de pergunta e resposta.
  • 9. A elaboração da MD com base numa oposição sistemática à MT não deixou de cometer alguns excessos. É o caso da interdição absoluta da tradução para a língua materna nos primeiros anos de estudo, até mesmo como recurso de explicação, o que acabou por concentrar toda atenção do processo ensino - aprendizagem na figura do professor, visto que era ele quem detinha o conhecimento lingüístico.
  • 10. A metodologia áudio-oral (MAO) ou audiolingual Com a entrada dos americanos na guerra, o exército sentiu a necessidade de produzir rapidamente, falantes fluentes em várias línguas. A fim de atingir tal objetivo foi lançado em 1943 um grande programa didático que deu origem ao “método do exército” que se desenvolveu no que hoje é conhecido como metodologia áudio-oral. Os princípios básicos desta abordagem eram: a língua é fala e não escrita, (com isso restabelecia-se a ênfase na língua oral) e a língua é um conjunto de hábitos: a língua era vista como um conjunto de hábitos condicionados que se adquiria através de um processo mecânico de estímulo e resposta. As respostas certas dadas pelo aluno deveriam ser imediatamente reforçadas pelo professor. A metodologia áudio-oral era baseada nos princípios da psicologia da aprendizagem: da psicologia behaviorista (de Skinner).
  • 11. O laboratório de línguas passou a constituir um elemento de extrema importância, onde o aluno repetia oralmente as estruturas apresentadas em sala de aula, a fim de serem totalmente memorizadas e automatizadas. O professor continuava no centro do processo do ensino- aprendizagem, dirigindo e controlando o comportamento lingüístico dos alunos. Após alguns anos de entusiasmo por esse tipo de abordagem, veio a decepção: os exercícios estruturais aborreciam os alunos e, como conseqüência, a motivação decrescia rapidamente;
  • 12. a passagem dos exercícios de reutilização dos modelos dirigidos pelo professor à reutilização espontânea raramente acontecia. Esta seria, justamente, a maior crítica feita à MAO - a incapacidade de levar o aluno a estágios mais avançados devido à dificuldade de passar do automatismo à expressão espontânea da língua.
  • 13. A metodologia audiovisual (MAV) A MAV se situa num prolongamento da abordagem direta, à medida que suas principais inovações constituem, em parte, as tentativas de solução dos problemas com os quais se defrontavam os defensores da abordagem direta. Na MAV, classificada de terceira geração, a relação professor-aluno é mais interativa que nas duas fases anteriores. O professor evita corrigir os erros dos alunos durante a primeira repetição. Em seguida, começa o trabalho de correção fonética até a fase de memorização. O professor corrige discretamente a entonação, o ritmo, o sotaque etc. O objetivo das avaliações é medir o domínio da competência lingüística e de comunicação, assim como a criatividade.
  • 14. Metodologia comunicativa (MC) Enquanto nos Estados Unidos ainda se dava ênfase ao código da língua, ao nível da frase (Bloomfield, lingüística estruturalista, e Chomsky, gramática gerativo- transformacional), na Europa os lingüistas enfatizavam o estudo do discurso. Esse estudo propunha não apenas a análise do texto oral e escrito, como também as circunstâncias em que o texto era produzido e interpretado. A língua é, então, analisada como um conjunto de eventos comunicativos. A abordagem comunicativa centraliza o ensino da língua estrangeira na comunicação. Trata-se de ensinar o aluno a se comunicar em língua estrangeira e adquirir uma competência de comunicação.
  • 15. O professor deixa de ocupar o papel principal no processo ensino-aprendizagem, de detentor do conhecimento, para assumir o papel de orientador, “facilitador”, “organizador” das atividades de classe. Um outro fator relevante e facilitador da aprendizagem é a atmosfera que reina na classe, e esta depende, em grande parte, do professor. Ele precisa ser caloroso, sensível, tolerante, paciente e flexível a fim de que possa inspirar confiança e respeito. Estes fatores contribuiriam para baixar o filtro afetivo, como diz Krashen (1982), favorecendo, portanto, a aprendizagem.
  • 16. O Método Natural Esse método tem por objetivo desenvolver a aquisição (uso inconsciente das regras gramaticais) da língua em vez da aprendizagem (uso consciente). Dessa forma, a fala surgirá naturalmente, sem pressão do professor. A premissa básica é que o aluno deve receber um INPUT lingüístico quase totalmente compreensível, de modo a ampliar sua compreensão da L2.
  • 17. Características principais: 1. a pronúncia não é enfatizada e encara-se a perfeição como uma meta não realística; 2. o aluno é responsável pela própria aprendizagem; 3. a gramática é ensinada indutivamente; 4. os erros são vistos como algo inevitável, algo que pode ser usado construtivamente no processo de ensino; 5. espera-se do professor tanto uma boa proficiência geral da língua-alvo (L2) como habilidade de analisar a língua.
  • 18. Referências Selma Alas Martins Cestaro. Univ. Fed. Rio Grande do Norte / USP) Disponível em: http://www.hottopos.com.br/videtur6/selma.htm Jilvania Lima: AS METODOLOGIAS DO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Disponivel em: http://www.faced.ufba.br/rascunho_digital/textos/315.htm