SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 39
Downloaden Sie, um offline zu lesen
DIAGNÓSTICO INICIAL EM SALA DE
EMERGÊNCIA E MANEJO DA SEPSE GRAVE
E CHOQUE SÉPTICO EM ADULTOS
ERICK FRANK BRAGATO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
AUTORES
SARAH M PERMAN - Department of Emergency Medicine, Perelman School
of Medicine at the University of Pennsylvania, Pennsylvania, USA.
MUNISH GOYAL - Department of Emergency Medicine, MedStar Washington
Hospital Center; Georgetown University School of Medicine, Georgetown,
USA.
DAVID F GAIESKI - Center for Resuscitation Science, Department of
Emergency Medicine, Perelman School of Medicine at the University of
Pennsylvania, 3400 Spruce Street, Philadelphia PA 19104, USA.
PERMAN ET AL. Scandinavian
Journal of Trauma,
Resuscitation and Emergency
Medicine 2012, 20:41
CONCEITO
SEPSE
• É uma síndrome de resposta inflamatória,
motivada por um agente agressor, associado à
infecção sistêmica.
EPIDEMIOLOGIA
• Até 18 milhões pessoas por ano no mundo.
• 750 mil na América do Norte.
• 2/3 dão entrada pelas salas de emergência.
• Mortalidade de 28-50%.
• 7,6% de mortalidade por hora de atraso na
introdução de ATB eficaz!
• Alto custo (EUA: US$ 16,7 Bilhões).
• Espera pela UTI: 4,9 horas (Canadá).
AVALIAÇÃO
• EGDT (Early goal-directed therapy): Terapia
precoce guiada por metas, deve ser alcançada
em 6 horas.
(RIVERS et al, 2001)
• Aplicação da EGDT= Redução 16% mortes.
• Campanha Sobrevivendo à Sepse (SSC).
Diretrizes para manejo da sepse.
• Redução significativa da mortalidade.
• Aplicabilidade atual: 30% dos pacientes.
Critical Care Medicine
FISIOPATOLOGIA
FISIOPATOLOGIA
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
SEPSE GRAVE
PRESENÇA DE FOCO INFECCIOSO
+
EVIDÊNCIA DE SIRS
+
DISFUNÇÃO DE ÓRGÃOS
ÓRGÃOS ETIOLOGIA
PULMÕES PAC
PNM Hospitalar
ABDOMEN Apendicite
Colecistite/Colangite
Perfuração Intestinal
Peritonite
TRATO URINÁRIO Cistite/Pielonefrite
PELE Celulite
Escaras
OSSO Osteomielite
Sinusite
SNC Meningites/Encefalites
Abcesso Espinhal
SANGUE Secundária a outros focos
Cateteres
FOCO DESCONHECIDO 20%
CAUSAS COMUNS DE SEPSE GRAVE
Adaptado de Levi et al, 2010
SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA
SISTÊMICA
SIRS (2 ou mais)
TEMPERATURA
> 38,0°C ou < 36,0°C
FC> 90 bpm
FR> 20 irpm
LEUCÓCITOS > 12.000 ou
< 4.000/mm³ ou > 10% de imaturos
DISFUNÇÃO DE ÓRGÃOS
SÍNDROME DE MÁ PERFUSÃO
• SNC: estado mental alterado;
• RENAL: oligúria ou anúria;
• CARDÍACA: depressão miocárdica, com
diminuição do DC, hipotensão, ICC;
• PULMÃO: Síndrome desconforto resp. agudo;
• PELE: manchas;
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
CHOQUE SÉPTICO
SEPSE GRAVE
+
HIPOTENSÃO
PAS < 90 mmHg ou <40 mmHg da PAS basal,
refratária a reposição volêmica
DIAGNÓSTICO E IDENTIFICAÇÃO PRECOCE
• Pode haver SIRS sem sepse e sepse sem SIRS
• Até 34% das sepses graves e 24% dos choque
sépticos não cumprem critérios de SIRS
quando avaliados na sala de emergência!
• Ex: alterações hemodinâmicas em queimados,
trauma, etc.
• Importância do exame físico completo +
exames complementares.
PROCURA DE BIOMARCADORES
LACTATO SÉRICO
• Elevação do Lactato cursa com maior mortalidade,
independentemente de hipotensão.
Mikkelsen et al.
• Lactato ≥ 4,0 mmol/L geralmente cursa com
disfunção orgânica (28,4% de mortalidade).
Shapiro et al.
• Níveis intermediários (2,5-3,9 mmol/L) ainda
possui risco aumentado de efeitos adversos.
• Normal: Arterial: 0,5-1,6 - Venoso: 0,63-2,44
PROCURA DE BIOMARCADORES
ÓRGÃOS ACOMETIDOS (SISTEMAS)
• Aumento da taxa de mortalidade a cada
adicional de sistema prejudicado;
• Escore SOFA (Seq. Organ Failure Assessment),
usado na UTI, quantifica a disfunção/falência de
órgãos em intervalos de 24 horas;
• Previsão efetiva da mortalidade em pacientes na
sala de emergência;
• Necessita de validação em pronto atendimento;
MANEJO NA SALA DE EMERGÊNCIA
PARA TODOS
• Estabelecer via aérea patente;
• Avaliação adequada da respiração;
• Avaliação do estado circulatório;
NA SUSPEITA DE SEPSE
• Iniciar TTO independente da etiologia;
• Hemocultura, urocultura;
• Administração rápida e apropriada de
antimicrobianos;
RESSUSCITAÇÃO
• Iniciada na sala de emergência;
• Monitorização hemodinâmica e otimização
fisiológica;
• Nos primeiros sinais de hipoperfusão, fazer
20-30 ml/Kg de SF0,9% ou RL ao longo de 15-
30 minutos.
RESSUSCITAÇÃO
EGDT (TERAPIA PRECOCE)
RELEVANTES
HEMODINÂMICOS
ALVO
PVC 8 a 12 mmHg
PAM 65 a 90
mmHg
ScVO2 ≥ 70%
Grau C de recomendação
RESSUSCITAÇÃO
PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC)
• Pacientes em ventilação mecânica positiva
possuem PVC geralmente > 12 mmHg;
• É controverso para avaliar capacidade de
resposta de volume;
• Pode ser útil na fase precoce (até 12 horas)
para avaliar volemia;
RESSUSCITAÇÃO
PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM)
• Medida macroscópica de perfusão global;
• 1/3 PAS + 2/3 PAD
• Depende da resistência vascular sistêmica (RVS)
e do débito cardíaco (DC);
• PAM ≥ 65 mmHg proporciona melhora do DC, da
função microvascular e redução dos níveis de
Lactato;
• No choque compensado, PAM alta pode mascarar
DC baixo pelo aumento apenas da RVS;
RESSUSCITAÇÃO
SATURAÇÃO CENTRAL DE O2 VENOSO (ScvO2)
• É medida por cateter venoso central com a
ponta colocada na junção atriocaval; pode ser
por oximetria ou gasometria venosa;
• É o O2 que permanece na circulação após
passar pelos tecidos;
• Mortalidade de 40% quando hipóxia (ScvO2 ≤
70%) e de 34% quando hiperóxia (Scvo2 ≥
90%); Mozina e Podbregar, 2010
RESSUSCITAÇÃO: BUSCA POR MÉTODOS
MENOS INVASIVOS
DEPURAÇÃO DO LACTATO
• ≥ 10% associada com redução significativa da
mortalidade;
• Não há diferença pra quem segue tanto a
depuração do lactato quanto a ScvO2;
Jones et al 2010
• Muitos pacientes chocados possuem níveis de
Lactato normais!
• Sempre melhor associar outros métodos.
RESSUSCITAÇÃO: BUSCA POR MÉTODOS
MENOS INVASIVOS
ÍNDICE CAVA (IC)
• Medida ultrassonográfica do diâmetro da VCI;
• Um IC ≥ 50% ~ PVC < 8 mmHg (S:91% E: 94%)
• Problema: Exame operador dependente!
OUTROS (estudos não conclusivos)
• Impedância cardiográfica
• Espectroscopia infravermelha
RESSUSCITAÇÃO
USO DE VASOPRESSORES INICIAIS
• Noradrenalina X Dopamina.
• Leve aumento da mortalidade com Dopamina
(52,5% X 48,5%, p=0,10).
• Dopamina: aumenta ocorrência de eventos
arrítmicos.
RESSUSCITAÇÃO
CONTROLE GLICÊMICO
• É um dos pilares no manejo de pacientes
críticos em UTI;
• Poucos dados existentes para atendimento
nas salas de emergências;
• Manter o bom senso: sempre intervir quando
glicose sérica for > 215mg/dL;
RESSUSCITAÇÃO
USO DE CORTICOIDES
• Estudo “CORTICUS” (NEJM),
• introduzido até 72h após início do choque:
50mg hidrocortisona 6/6h por 5 dias X placebo
+ 5 dias de diminuição gradual da dose.
• O uso de corticoide em pacientes com choque
séptico não altera o prognóstico!
RESSUSCITAÇÃO
USO DE CORTICOIDES
• Uso de hidrocortisona em baixas doses e
fludrocortisona reduziu a mortalidade e o tempo
de dependência a vasopressores em pacientes
com insuficiência adrenal relativa.
• O uso foi feito nas 3 primeiras horas do choque!
Annane et al, 2002
• Hidrocortisona por 11 dias melhorou a pontuação
no índice SOFA. Moreno et al, 2011
RESSUSCITAÇÃO
TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS
• Se SvcO2 < 70%, com Ht < 30%
• Não houve melhora da SvcO2 (>70%) após
transfusão!
• Não houve diferença no uso de cristaloides X
transfusão.
• A transfusão está associada com lesão
pulmonar aguda, infecção e aumento da
mortalidade.
RESSUSCITAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS (ATB)
• Administração precoce do ATB correto e
controle do foco infeccioso é essencial no
manejo do paciente séptico.
• Se administrado dentro da 1ª hora de
hipotensão, resulta em taxa de sobrevivência
de 79,9%.
Kumar et al, 2006
RESSUSCITAÇÃO
UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS (ATB)
• Cada hora de atraso na introdução do ATB
resulta em decréscimo de 7,6% na sobrevida.
• Terapia EV de amplo espectro deve ser
iniciada na 1ª hora de reconhecimento da
sepse após coleta de cultura!
TEMPO INTERVENÇÃO
TRIAGEM • Investigar SIRS e sinais vitais;
• Anamnese e exame físico;
• Avaliar a disfunção de órgãos vitais e
nível de consciência;
IMEDIATO • Avaliar ABC;
• Estabelecer via aérea definitiva;
• Ventilação positiva não invasiva
enquanto prepara intubação, a menos
que paciente esteja em apneia;
• Estratégias protetoras de ventilação;
• Acesso venoso (um central ou dois
periféricos);
• Começar reposição volêmica;
• Evitar Hiperóxia;
PRIMEIRAS HORAS DE MANEJO
TEMPO INTERVENÇÃO
1ª HORA • Laboratório: Lactato, culturas;
• Verificar origem da infecção e instituir ATB de
amplo espectro;
• Verificar ABC, garantir adequada troca gasosa e
evitar hiperóxia;
• Checar pressão de platô para evitar barotrauma;
• Considerar USG para avaliar função cardíaca e
colapso de VCI;
• Ordem apropriada de imagens;
APLICAR
EGDT?
• PAS <90 mmHg após 20-30 mL/kg em bolus
• lactato> 4 mmol/L
PRIMEIRAS
2 HORAS
• Se EGDT elegível, avaliar PVC e ScvO2;
• Se hipotensão persistente (PAM <65 mmHg),
escolher acesso arterial;
2 HORAS • Repetir depuração do lactato e calcular
clearance;
• Avaliar volume total de entrada e saída de urina;
TEMPO INTERVENÇÃO
3 HORAS • Reavaliar entrada / saída; avaliar as metas
de reanimação;
• O paciente está respondendo ao volume?
• Repetir laboratório para avaliar correção da
disfunção orgânica;
4 A 6 HORAS • Disposição final
• Se as metas de reanimação foram
atendidas, entrar na fase de manutenção;
• Se não forem cumpridas, reavaliar
• Considere corticosteroides para hipotensão
vasopressórica dependente;
• Avaliar necessidade de controle de glicose;
A CADA
20-30 min
• Reavaliar resposta;
CONCLUSÃO
• Sepse grave e choque séptico são condições
que exigem intervenções agressivas em
menor tempo possível;
• Importância da adoção de pacotes
padronizados internacionalmente para o
cuidado da sepse no pronto atendimento de
emergência;
CAMPANHA SOBREVIVENDO À SEPSE
• Definição uniforme de sepse grave e choque
séptico e instituição de cuidados ideais;
• Instituída em 2004;
• Última revisão em 2012;
• Pacote inicial de 6 horas (pacote de
reanimação);
• Diminuição da mortalidade de pacientes com
sepse grave e choque séptico em instituições
que adotaram as diretrizes;
Artigo  diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Monitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
Monitorização Hemodinâmica Não-InvasivaMonitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
Monitorização Hemodinâmica Não-Invasivaresenfe2013
 
Sindromes diarreicas 2019
Sindromes diarreicas 2019 Sindromes diarreicas 2019
Sindromes diarreicas 2019 pauloalambert
 
Insuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaInsuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaAna Nataly
 
Terapia nutricional com vídeo
Terapia nutricional com vídeoTerapia nutricional com vídeo
Terapia nutricional com vídeoJamille Salvador
 
Semiologia para Enfermagem No Caminho da Enfermagem Lucas Fontes
Semiologia para Enfermagem No Caminho da Enfermagem Lucas FontesSemiologia para Enfermagem No Caminho da Enfermagem Lucas Fontes
Semiologia para Enfermagem No Caminho da Enfermagem Lucas FontesLucas Fontes
 
Aula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaAula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaJucie Vasconcelos
 
Glomerulonefrites na infância
Glomerulonefrites na infânciaGlomerulonefrites na infância
Glomerulonefrites na infânciaLeonardo Savassi
 
Exame físico do sist. respiratório
Exame físico do sist. respiratórioExame físico do sist. respiratório
Exame físico do sist. respiratórioresenfe2013
 
Distúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosDistúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosresenfe2013
 
Semiologia vascular periférica
Semiologia vascular periféricaSemiologia vascular periférica
Semiologia vascular periféricapauloalambert
 
Insuficiência Renal Aguda e Crônica
Insuficiência Renal Aguda e CrônicaInsuficiência Renal Aguda e Crônica
Insuficiência Renal Aguda e Crônicapauloalambert
 
Revisão sobre Diabetes Mellitus
Revisão sobre Diabetes MellitusRevisão sobre Diabetes Mellitus
Revisão sobre Diabetes MellitusCassyano Correr
 
higiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacientehigiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacienteViviane da Silva
 
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativasAssistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativasresenfe2013
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCCíntia Costa
 

Was ist angesagt? (20)

Monitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
Monitorização Hemodinâmica Não-InvasivaMonitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
Monitorização Hemodinâmica Não-Invasiva
 
Sindromes diarreicas 2019
Sindromes diarreicas 2019 Sindromes diarreicas 2019
Sindromes diarreicas 2019
 
Insuficiência renal aguda
Insuficiência renal agudaInsuficiência renal aguda
Insuficiência renal aguda
 
Artrite reumatóide
Artrite reumatóideArtrite reumatóide
Artrite reumatóide
 
Choque
Choque Choque
Choque
 
Asma Brônquica
Asma BrônquicaAsma Brônquica
Asma Brônquica
 
Terapia nutricional com vídeo
Terapia nutricional com vídeoTerapia nutricional com vídeo
Terapia nutricional com vídeo
 
Semiologia para Enfermagem No Caminho da Enfermagem Lucas Fontes
Semiologia para Enfermagem No Caminho da Enfermagem Lucas FontesSemiologia para Enfermagem No Caminho da Enfermagem Lucas Fontes
Semiologia para Enfermagem No Caminho da Enfermagem Lucas Fontes
 
Aula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal AgudaAula Insuficiência Renal Aguda
Aula Insuficiência Renal Aguda
 
Sepse
SepseSepse
Sepse
 
Glomerulonefrites na infância
Glomerulonefrites na infânciaGlomerulonefrites na infância
Glomerulonefrites na infância
 
ESCALA DE BRADEN
ESCALA DE BRADENESCALA DE BRADEN
ESCALA DE BRADEN
 
Exame físico do sist. respiratório
Exame físico do sist. respiratórioExame físico do sist. respiratório
Exame físico do sist. respiratório
 
Distúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticosDistúrbios hidroeletrolíticos
Distúrbios hidroeletrolíticos
 
Semiologia vascular periférica
Semiologia vascular periféricaSemiologia vascular periférica
Semiologia vascular periférica
 
Insuficiência Renal Aguda e Crônica
Insuficiência Renal Aguda e CrônicaInsuficiência Renal Aguda e Crônica
Insuficiência Renal Aguda e Crônica
 
Revisão sobre Diabetes Mellitus
Revisão sobre Diabetes MellitusRevisão sobre Diabetes Mellitus
Revisão sobre Diabetes Mellitus
 
higiene e conforto do paciente
higiene e conforto do pacientehigiene e conforto do paciente
higiene e conforto do paciente
 
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativasAssistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
Assistência de Enfermagem na administração de drogas vasoativas
 
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICCInsuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
Insuficiência Cardíaca Congestiva - ICC
 

Andere mochten auch

Andere mochten auch (20)

Sepse
Sepse Sepse
Sepse
 
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
Sepse e choque séptico em pediatria 11 2013
 
Sepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque sépticoSepse, sepse grave, choque séptico
Sepse, sepse grave, choque séptico
 
Sepse
Sepse Sepse
Sepse
 
ATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN
ATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGNATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN
ATUALIZAÇÃO DAS DIRETRIZES DO SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN
 
Sepse
SepseSepse
Sepse
 
Diaphragmatic function of sepsis
Diaphragmatic function of sepsisDiaphragmatic function of sepsis
Diaphragmatic function of sepsis
 
Sepse
SepseSepse
Sepse
 
Sepsis updates 2016
Sepsis updates 2016Sepsis updates 2016
Sepsis updates 2016
 
Sessão de artigo
Sessão de artigoSessão de artigo
Sessão de artigo
 
Choque circulatório
Choque circulatórioChoque circulatório
Choque circulatório
 
Septicemia
SepticemiaSepticemia
Septicemia
 
Terceiro consenso internacional de definições sobre sepse e choque séptico - ...
Terceiro consenso internacional de definições sobre sepse e choque séptico - ...Terceiro consenso internacional de definições sobre sepse e choque séptico - ...
Terceiro consenso internacional de definições sobre sepse e choque séptico - ...
 
Enxaqueca
Enxaqueca Enxaqueca
Enxaqueca
 
Faringoamigdalite Aguda
Faringoamigdalite AgudaFaringoamigdalite Aguda
Faringoamigdalite Aguda
 
Colecistectomia
ColecistectomiaColecistectomia
Colecistectomia
 
Choque
ChoqueChoque
Choque
 
Colecistectomia
ColecistectomiaColecistectomia
Colecistectomia
 
Indicadores de saúde
Indicadores de saúdeIndicadores de saúde
Indicadores de saúde
 
Indicadores de Saúde
Indicadores de SaúdeIndicadores de Saúde
Indicadores de Saúde
 

Ähnlich wie Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico

Transplante Cardíaco
Transplante CardíacoTransplante Cardíaco
Transplante Cardíacoresenfe2013
 
Fast Hug
Fast HugFast Hug
Fast Huggalegoo
 
Parada Cardiorrespiratória
Parada CardiorrespiratóriaParada Cardiorrespiratória
Parada CardiorrespiratóriaPaula Oliveira
 
Suporte avançado de vida em cardiologia em adultos
Suporte avançado de vida em cardiologia em adultosSuporte avançado de vida em cardiologia em adultos
Suporte avançado de vida em cardiologia em adultosAroldo Gavioli
 
Pós operatório de cirurgia cardiovascular
Pós operatório de cirurgia cardiovascularPós operatório de cirurgia cardiovascular
Pós operatório de cirurgia cardiovascularPaulo Sérgio
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosRodrigo Biondi
 
Cuidados Pós Parada Cardiorespiratória
Cuidados Pós Parada CardiorespiratóriaCuidados Pós Parada Cardiorespiratória
Cuidados Pós Parada CardiorespiratóriaDaniel Valente
 
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptxAssistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptxssuser985fa4
 
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralTransplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralRenan Miranda Cavalcante
 
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em AdultosNovas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultosresenfe2013
 
MANEJO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19) 27/03/2020 - HOSPITAL ALBERTO EISTEIN
MANEJO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19) 27/03/2020 - HOSPITAL ALBERTO EISTEINMANEJO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19) 27/03/2020 - HOSPITAL ALBERTO EISTEIN
MANEJO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19) 27/03/2020 - HOSPITAL ALBERTO EISTEINVetor Mil
 

Ähnlich wie Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico (20)

Acidente vascular encefálico
Acidente vascular encefálicoAcidente vascular encefálico
Acidente vascular encefálico
 
Transplante Cardíaco
Transplante CardíacoTransplante Cardíaco
Transplante Cardíaco
 
Fast Hug
Fast HugFast Hug
Fast Hug
 
Parada Cardiorrespiratória
Parada CardiorrespiratóriaParada Cardiorrespiratória
Parada Cardiorrespiratória
 
Aula 1
Aula 1Aula 1
Aula 1
 
Cardiologia
CardiologiaCardiologia
Cardiologia
 
Suporte avançado de vida em cardiologia em adultos
Suporte avançado de vida em cardiologia em adultosSuporte avançado de vida em cardiologia em adultos
Suporte avançado de vida em cardiologia em adultos
 
Pós operatório de cirurgia cardiovascular
Pós operatório de cirurgia cardiovascularPós operatório de cirurgia cardiovascular
Pós operatório de cirurgia cardiovascular
 
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos DialíticosIRenal Aguda e Métodos Dialíticos
IRenal Aguda e Métodos Dialíticos
 
Cuidados Pós Parada Cardiorespiratória
Cuidados Pós Parada CardiorespiratóriaCuidados Pós Parada Cardiorespiratória
Cuidados Pós Parada Cardiorespiratória
 
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptxAssistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
Assistência de enfermagem no acidente vascular cerebral.pptx
 
Hemorragia periventricular
Hemorragia periventricularHemorragia periventricular
Hemorragia periventricular
 
Ppt rcp 2014 (1)
Ppt rcp 2014 (1)Ppt rcp 2014 (1)
Ppt rcp 2014 (1)
 
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - SobralTransplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
Transplante renal - Liga de Nefrologia UFC - Sobral
 
Lacm Bia e Maurício
Lacm Bia e MaurícioLacm Bia e Maurício
Lacm Bia e Maurício
 
Simpósio de Plantonista Veterinário
Simpósio de Plantonista VeterinárioSimpósio de Plantonista Veterinário
Simpósio de Plantonista Veterinário
 
Pancreatite
PancreatitePancreatite
Pancreatite
 
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em AdultosNovas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
Novas diretrizes de Reanimação Cardiopulmonar em Adultos
 
MANEJO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19) 27/03/2020 - HOSPITAL ALBERTO EISTEIN
MANEJO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19) 27/03/2020 - HOSPITAL ALBERTO EISTEINMANEJO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19) 27/03/2020 - HOSPITAL ALBERTO EISTEIN
MANEJO NOVO CORONAVÍRUS (COVID-19) 27/03/2020 - HOSPITAL ALBERTO EISTEIN
 
Caso clínico
Caso clínicoCaso clínico
Caso clínico
 

Artigo diagnóstico inicial e manejo da sepse grave e choque séptico

  • 1. DIAGNÓSTICO INICIAL EM SALA DE EMERGÊNCIA E MANEJO DA SEPSE GRAVE E CHOQUE SÉPTICO EM ADULTOS ERICK FRANK BRAGATO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
  • 2. AUTORES SARAH M PERMAN - Department of Emergency Medicine, Perelman School of Medicine at the University of Pennsylvania, Pennsylvania, USA. MUNISH GOYAL - Department of Emergency Medicine, MedStar Washington Hospital Center; Georgetown University School of Medicine, Georgetown, USA. DAVID F GAIESKI - Center for Resuscitation Science, Department of Emergency Medicine, Perelman School of Medicine at the University of Pennsylvania, 3400 Spruce Street, Philadelphia PA 19104, USA. PERMAN ET AL. Scandinavian Journal of Trauma, Resuscitation and Emergency Medicine 2012, 20:41
  • 3. CONCEITO SEPSE • É uma síndrome de resposta inflamatória, motivada por um agente agressor, associado à infecção sistêmica.
  • 4. EPIDEMIOLOGIA • Até 18 milhões pessoas por ano no mundo. • 750 mil na América do Norte. • 2/3 dão entrada pelas salas de emergência. • Mortalidade de 28-50%. • 7,6% de mortalidade por hora de atraso na introdução de ATB eficaz! • Alto custo (EUA: US$ 16,7 Bilhões). • Espera pela UTI: 4,9 horas (Canadá).
  • 5. AVALIAÇÃO • EGDT (Early goal-directed therapy): Terapia precoce guiada por metas, deve ser alcançada em 6 horas. (RIVERS et al, 2001) • Aplicação da EGDT= Redução 16% mortes. • Campanha Sobrevivendo à Sepse (SSC). Diretrizes para manejo da sepse. • Redução significativa da mortalidade. • Aplicabilidade atual: 30% dos pacientes.
  • 9.
  • 10. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS SEPSE GRAVE PRESENÇA DE FOCO INFECCIOSO + EVIDÊNCIA DE SIRS + DISFUNÇÃO DE ÓRGÃOS
  • 11. ÓRGÃOS ETIOLOGIA PULMÕES PAC PNM Hospitalar ABDOMEN Apendicite Colecistite/Colangite Perfuração Intestinal Peritonite TRATO URINÁRIO Cistite/Pielonefrite PELE Celulite Escaras OSSO Osteomielite Sinusite SNC Meningites/Encefalites Abcesso Espinhal SANGUE Secundária a outros focos Cateteres FOCO DESCONHECIDO 20% CAUSAS COMUNS DE SEPSE GRAVE Adaptado de Levi et al, 2010
  • 12. SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA SIRS (2 ou mais) TEMPERATURA > 38,0°C ou < 36,0°C FC> 90 bpm FR> 20 irpm LEUCÓCITOS > 12.000 ou < 4.000/mm³ ou > 10% de imaturos
  • 13. DISFUNÇÃO DE ÓRGÃOS SÍNDROME DE MÁ PERFUSÃO • SNC: estado mental alterado; • RENAL: oligúria ou anúria; • CARDÍACA: depressão miocárdica, com diminuição do DC, hipotensão, ICC; • PULMÃO: Síndrome desconforto resp. agudo; • PELE: manchas;
  • 14. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CHOQUE SÉPTICO SEPSE GRAVE + HIPOTENSÃO PAS < 90 mmHg ou <40 mmHg da PAS basal, refratária a reposição volêmica
  • 15. DIAGNÓSTICO E IDENTIFICAÇÃO PRECOCE • Pode haver SIRS sem sepse e sepse sem SIRS • Até 34% das sepses graves e 24% dos choque sépticos não cumprem critérios de SIRS quando avaliados na sala de emergência! • Ex: alterações hemodinâmicas em queimados, trauma, etc. • Importância do exame físico completo + exames complementares.
  • 16. PROCURA DE BIOMARCADORES LACTATO SÉRICO • Elevação do Lactato cursa com maior mortalidade, independentemente de hipotensão. Mikkelsen et al. • Lactato ≥ 4,0 mmol/L geralmente cursa com disfunção orgânica (28,4% de mortalidade). Shapiro et al. • Níveis intermediários (2,5-3,9 mmol/L) ainda possui risco aumentado de efeitos adversos. • Normal: Arterial: 0,5-1,6 - Venoso: 0,63-2,44
  • 17. PROCURA DE BIOMARCADORES ÓRGÃOS ACOMETIDOS (SISTEMAS) • Aumento da taxa de mortalidade a cada adicional de sistema prejudicado; • Escore SOFA (Seq. Organ Failure Assessment), usado na UTI, quantifica a disfunção/falência de órgãos em intervalos de 24 horas; • Previsão efetiva da mortalidade em pacientes na sala de emergência; • Necessita de validação em pronto atendimento;
  • 18.
  • 19. MANEJO NA SALA DE EMERGÊNCIA PARA TODOS • Estabelecer via aérea patente; • Avaliação adequada da respiração; • Avaliação do estado circulatório; NA SUSPEITA DE SEPSE • Iniciar TTO independente da etiologia; • Hemocultura, urocultura; • Administração rápida e apropriada de antimicrobianos;
  • 20. RESSUSCITAÇÃO • Iniciada na sala de emergência; • Monitorização hemodinâmica e otimização fisiológica; • Nos primeiros sinais de hipoperfusão, fazer 20-30 ml/Kg de SF0,9% ou RL ao longo de 15- 30 minutos.
  • 21. RESSUSCITAÇÃO EGDT (TERAPIA PRECOCE) RELEVANTES HEMODINÂMICOS ALVO PVC 8 a 12 mmHg PAM 65 a 90 mmHg ScVO2 ≥ 70% Grau C de recomendação
  • 22. RESSUSCITAÇÃO PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC) • Pacientes em ventilação mecânica positiva possuem PVC geralmente > 12 mmHg; • É controverso para avaliar capacidade de resposta de volume; • Pode ser útil na fase precoce (até 12 horas) para avaliar volemia;
  • 23. RESSUSCITAÇÃO PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA (PAM) • Medida macroscópica de perfusão global; • 1/3 PAS + 2/3 PAD • Depende da resistência vascular sistêmica (RVS) e do débito cardíaco (DC); • PAM ≥ 65 mmHg proporciona melhora do DC, da função microvascular e redução dos níveis de Lactato; • No choque compensado, PAM alta pode mascarar DC baixo pelo aumento apenas da RVS;
  • 24. RESSUSCITAÇÃO SATURAÇÃO CENTRAL DE O2 VENOSO (ScvO2) • É medida por cateter venoso central com a ponta colocada na junção atriocaval; pode ser por oximetria ou gasometria venosa; • É o O2 que permanece na circulação após passar pelos tecidos; • Mortalidade de 40% quando hipóxia (ScvO2 ≤ 70%) e de 34% quando hiperóxia (Scvo2 ≥ 90%); Mozina e Podbregar, 2010
  • 25. RESSUSCITAÇÃO: BUSCA POR MÉTODOS MENOS INVASIVOS DEPURAÇÃO DO LACTATO • ≥ 10% associada com redução significativa da mortalidade; • Não há diferença pra quem segue tanto a depuração do lactato quanto a ScvO2; Jones et al 2010 • Muitos pacientes chocados possuem níveis de Lactato normais! • Sempre melhor associar outros métodos.
  • 26. RESSUSCITAÇÃO: BUSCA POR MÉTODOS MENOS INVASIVOS ÍNDICE CAVA (IC) • Medida ultrassonográfica do diâmetro da VCI; • Um IC ≥ 50% ~ PVC < 8 mmHg (S:91% E: 94%) • Problema: Exame operador dependente! OUTROS (estudos não conclusivos) • Impedância cardiográfica • Espectroscopia infravermelha
  • 27. RESSUSCITAÇÃO USO DE VASOPRESSORES INICIAIS • Noradrenalina X Dopamina. • Leve aumento da mortalidade com Dopamina (52,5% X 48,5%, p=0,10). • Dopamina: aumenta ocorrência de eventos arrítmicos.
  • 28. RESSUSCITAÇÃO CONTROLE GLICÊMICO • É um dos pilares no manejo de pacientes críticos em UTI; • Poucos dados existentes para atendimento nas salas de emergências; • Manter o bom senso: sempre intervir quando glicose sérica for > 215mg/dL;
  • 29. RESSUSCITAÇÃO USO DE CORTICOIDES • Estudo “CORTICUS” (NEJM), • introduzido até 72h após início do choque: 50mg hidrocortisona 6/6h por 5 dias X placebo + 5 dias de diminuição gradual da dose. • O uso de corticoide em pacientes com choque séptico não altera o prognóstico!
  • 30. RESSUSCITAÇÃO USO DE CORTICOIDES • Uso de hidrocortisona em baixas doses e fludrocortisona reduziu a mortalidade e o tempo de dependência a vasopressores em pacientes com insuficiência adrenal relativa. • O uso foi feito nas 3 primeiras horas do choque! Annane et al, 2002 • Hidrocortisona por 11 dias melhorou a pontuação no índice SOFA. Moreno et al, 2011
  • 31. RESSUSCITAÇÃO TRANSFUSÃO DE CONCENTRADO DE HEMÁCIAS • Se SvcO2 < 70%, com Ht < 30% • Não houve melhora da SvcO2 (>70%) após transfusão! • Não houve diferença no uso de cristaloides X transfusão. • A transfusão está associada com lesão pulmonar aguda, infecção e aumento da mortalidade.
  • 32. RESSUSCITAÇÃO UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS (ATB) • Administração precoce do ATB correto e controle do foco infeccioso é essencial no manejo do paciente séptico. • Se administrado dentro da 1ª hora de hipotensão, resulta em taxa de sobrevivência de 79,9%. Kumar et al, 2006
  • 33. RESSUSCITAÇÃO UTILIZAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS (ATB) • Cada hora de atraso na introdução do ATB resulta em decréscimo de 7,6% na sobrevida. • Terapia EV de amplo espectro deve ser iniciada na 1ª hora de reconhecimento da sepse após coleta de cultura!
  • 34. TEMPO INTERVENÇÃO TRIAGEM • Investigar SIRS e sinais vitais; • Anamnese e exame físico; • Avaliar a disfunção de órgãos vitais e nível de consciência; IMEDIATO • Avaliar ABC; • Estabelecer via aérea definitiva; • Ventilação positiva não invasiva enquanto prepara intubação, a menos que paciente esteja em apneia; • Estratégias protetoras de ventilação; • Acesso venoso (um central ou dois periféricos); • Começar reposição volêmica; • Evitar Hiperóxia; PRIMEIRAS HORAS DE MANEJO
  • 35. TEMPO INTERVENÇÃO 1ª HORA • Laboratório: Lactato, culturas; • Verificar origem da infecção e instituir ATB de amplo espectro; • Verificar ABC, garantir adequada troca gasosa e evitar hiperóxia; • Checar pressão de platô para evitar barotrauma; • Considerar USG para avaliar função cardíaca e colapso de VCI; • Ordem apropriada de imagens; APLICAR EGDT? • PAS <90 mmHg após 20-30 mL/kg em bolus • lactato> 4 mmol/L PRIMEIRAS 2 HORAS • Se EGDT elegível, avaliar PVC e ScvO2; • Se hipotensão persistente (PAM <65 mmHg), escolher acesso arterial; 2 HORAS • Repetir depuração do lactato e calcular clearance; • Avaliar volume total de entrada e saída de urina;
  • 36. TEMPO INTERVENÇÃO 3 HORAS • Reavaliar entrada / saída; avaliar as metas de reanimação; • O paciente está respondendo ao volume? • Repetir laboratório para avaliar correção da disfunção orgânica; 4 A 6 HORAS • Disposição final • Se as metas de reanimação foram atendidas, entrar na fase de manutenção; • Se não forem cumpridas, reavaliar • Considere corticosteroides para hipotensão vasopressórica dependente; • Avaliar necessidade de controle de glicose; A CADA 20-30 min • Reavaliar resposta;
  • 37. CONCLUSÃO • Sepse grave e choque séptico são condições que exigem intervenções agressivas em menor tempo possível; • Importância da adoção de pacotes padronizados internacionalmente para o cuidado da sepse no pronto atendimento de emergência;
  • 38. CAMPANHA SOBREVIVENDO À SEPSE • Definição uniforme de sepse grave e choque séptico e instituição de cuidados ideais; • Instituída em 2004; • Última revisão em 2012; • Pacote inicial de 6 horas (pacote de reanimação); • Diminuição da mortalidade de pacientes com sepse grave e choque séptico em instituições que adotaram as diretrizes;