1. INSPEÇÃO GERAL
A SEMIOLOGIA APLICADA NA PRÁTICA CLÍNICA:
INSPEÇÃO
Prof.Eraldo dos Santos
Docente do Departamento de Clínica Médica
da Faculdade de Medicina da FTESM
2. INSPEÇÃO GERAL
A SEMIOLOGIA...
“ É a arte e a ciência metodizada do diagnóstico
médico, requisito indispensável para a terapêutica,
prognóstico e prevenção das doenças”
Eraldo dos Santos
4. INSPEÇÃO GERAL
Primórdios da Medicina
O médico só dispunha dos seus sentidos para o diagnóstico
• visão: observava o enfermo e suas atitudes
• tato: realizava palpações e tomada de pulso
• audição: ouvia as queixas e ruídos anormais
• olfato: sentia odores característicos
5. INSPEÇÃO GERAL
Hipócrates 370 a.C.
“ O exame clínico deve começar pelas coisas mais importantes
e facilmente reconhecíveis.
Verificar as semelhanças e as diferenças com o estado de saúde.
Observar tudo que se pode ver,ouvir, tocar, sentir, tudo que se
pode reconhecer pelos nossos meios de conhecimento”
6. INSPEÇÃO GERAL
Hipócrates 370 a.C.
• Audição:
dizemos se o conteúdo de um abscesso é espumoso e aerado
• Tato:
se a pele está quente ou fria, se é lisa ou áspera, fina ou espessa
• Visão:
se o paciente está edemaciado ou se é corpulento
• Olfato:
reconhece odores peculiares às doenças
• Paladar:
se a urina do paciente é doce
7. INSPEÇÃO GERAL
Cornelius Celsus (53 a .C. - 7 d.C.)
“O médico experiente não toca de imediato o paciente; senta-se
ao lado deste, mira-o com atenção e,se o doente está com medo,
acalma-o com palavras gentis antes de proceder ao exame físico.”
8. INSPEÇÃO GERAL
Galeno século II
Dava-se grande valor a palpação do pulso.
Galeno descreve 27 variedades de pulso.
Século XVII
Examinava-se as excretas especialmente a urina.
Auenbrugger século XVIII
Aperfeiçoa o exame clínico, introduz a percussão
do tórax, que é divulgada na França por Corvisat.
9. INSPEÇÃO GERAL
René Theophile Hyacinthe Laennec ,
discípulo mais importante de Corvisart, foi o inventor do
estetoscópio e o primeiro a criar um sistema completo para o
diagnóstico das afecções pulmonares e cardíacas. Até então a
técnica de ausculta era encostar o ouvido no tórax do paciente.
10. INSPEÇÃO GERAL
Século XIX
• Descrição de sinais+sintomas característicos de muitas doenças
• Idealização de manobras e técnicas especiais de exames.
• Centenas de sinais identificadores de doenças são descritos
Os médicos primavam pelo apuro da observação clínica
11. INSPEÇÃO GERAL
EXAME CLÍNICO: PONTOS CHAVE
• Senso de Observação x Sistematização.
• Elementos:
- Local, Posição, Respeito.
• Etapas
- Exame físico geral (ectoscopia).
- Exame dos aparelhos e sistemas
12. INSPEÇÃO GERAL
EXAME CLÍNICO: TÉCNICA
O exame físico compreende:
•
inspeção estática, inspeção dinâmica (e palpação)
• palpação
•
percussão
•
•
ausculta
o uso de instrumentos
14. INSPEÇÃO GERAL
O INÍCIO DO EXAME...
O exame clínico do paciente tem início antes mesmo que haja um
contato verbal.
O bom médico começa suas observações à primeira vista do
paciente...
"ENSINE O ALUNO A OBSERVAR"
(Sir William Osler)
15. INSPEÇÃO GERAL
A ECTOSCOPIA OU INSPEÇÃO GERAL NOS PERMITE...
• Impressão do estado físico, mental, nutrição , higiene
• Avalia o estado geral, a gravidade da doença
• Consciência
• Hidratação
• Respiração
• Fáscies, marcha, atitudes, movimentos anormais
• Pele , fâneros
22. INSPEÇÃO GERAL
OBSERVANDO...Fala
• Disfonia
- rouquidão, falta de volume e projeção, perda
da eficiência vocal e pouca resistência ao falar, entre outras.
• Afonia
- perda completa da voz, sem qualquer outro sintoma associado.
Pode ser de origem orgânica ou psicogênica.
23. INSPEÇÃO GERAL
OBSERVANDO...Fala
• Dislalia
- distúrbio benigno da linguagem caracterizado por
omissões ou substituições errôneas de consoantes.
É a típica conversa do personagem Cebolinha.
24. INSPEÇÃO GERAL
OBSERVANDO...Fala
• Ecolalia
- repetição tal qual papagaio do que as pessoas dizem, com
eliminação de qualquer evidência de entendimento do que foi
mencionado e com perda da fala espontânea. Lesão neurológica.
26. INSPEÇÃO GERAL
OBSERVANDO...Fala
• Afasia motora ou de expressão (afasia de Broca)
- o indivíduo perde totalmente a capacidade de falar,
quando muito limita-se a dizer sim e não.
Há um perfeito entendimento da palavra, e ele
obedecerá aos comandos que lhe sejam transmitidos.
• Afasia sensorial ou receptiva (Afasia de Wernicke)
- incapacidade para apreciar o significado simbólico
das palavras, sejam elas faladas ou escritas.
27. INSPEÇÃO GERAL
OBSERVANDO... Atitude (Decúbito / Postura):
• Voluntária
- posições adotadas pelo paciente em busca de alívio para
algum desconforto:
- ortopnêica
- genupeitoral / prece maometana
- cócoras
- antalgica
ou...
28. INSPEÇÃO GERAL
OBSERVANDO... Atitude (Decúbito / Postura):
• Involuntária
Como parte do quadro clínico da doença de base
• em busca de equilibro estático ou dinâmico:
- parkinsoniana, espondilite
• alivio dor
• doenças neurológica:
- irritação meníngea, compressões de raízes nervosas
• doenças neuro-musculares:
- tétano
• outras
39. INSPEÇÃO GERAL
FÁCIES
Em Semiologia, a palavra fácies, expressa
o aspecto geral do rosto do paciente, onde se espelham sinais
sugestivos de determinadas doenças ou situações clínicas.
“O corpo vai bem ou mal segundo anunciam os olhos”
(Hipócrates).
50. INSPEÇÃO GERAL
INSPEÇÃO ESTÁTICA
Exploração com a visão da superfície corporal e cavidades.
Semiotécnica
• Inspeção panorâmica ou localizada
- iluminação adequada, a olho nu ou com uma lupa
- luz natural : corpo (pele e anexos).
- usar lanterna comum: cavidades
51. INSPEÇÃO GERAL
INSPEÇÃO ESTÁTICA
• Desnudar a região a se examinada:
se puder fazer a exposição por partes, melhor.
• Em ambientes coletivos, colocar biombo
(enfermaria, emergências, outros)
Pudor do paciente.
Necessário respeito.
54. INSPEÇÃO GERAL
BIOTIPO
BREVILÍNEO
Pescoço curto
Tórax largo.
Membros curtos.
Baixa estatura.
Ângulo Charpy maior de 90º
MEDIOLÍNEO
Pescoço, tórax,
membros e estatura
intermediários.
Ângulo de Charpy igual a 90º
LONGILÍNEO
Pescoço longo.
Tórax longo.
Membros compridos.
Alta estatura.
Ângulo Charpy menor de 90º
www.univali.com/semiologia
113. INSPEÇÃO GERAL
INSPEÇÃO SEGMENTAR: PERINEO,GENITALIA E ÂNUS
Drs. Ronald de la Cuadra E., Owen Korn O., Raul Valdevenito S., Lucía Volosky H., Jaime Rappoport S., Jorge Bezama
M.; Hernioplastia y orquidectomía; Rev. Chilena de Cirugía. Vol 58 - Nº 6, Diciembre 2006; págs. 414-419
114. INSPEÇÃO GERAL
INSPEÇÃO SEGMENTAR
• Membros
- Alinhamento
- Simetria e proporção
- Amputações
- Pele e anexos
(coloração, edema, ulcerações, tumorações, etc)
- Deformidades,atrofias musculares,nódulos,etc.
- Vasos,pulsações visíveis
124. INSPEÇÃO GERAL
CONCLUSÃO
A OBSERVAÇÃO MINUCIOSA DO PACIENTE PODE
NOS FORNECER DADOS IMPORTANTES NA TRILHA
DO DIAGNÓSTICO.
•
•
SEJA METÓDICO E RACIONAL NA REALIZAÇÃO DO
EXAME CLÍNICO.
•
TENHA UMA ROTINA DE EXAME.
125. INSPEÇÃO GERAL
Bibliografia
1/ Romero V. - Semiologia Médica.12 ª-ed.,
Rio de Janeiro,Guanabara Koogan,1980.
2/ Lópes M.,Laurentys J.M. - Semiologia Médica.
1 ª-ed. Rio de Janeiro,Livraria Atheneu,1986.
3/Internet sites USP,UNIVALI,UCSD