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Escola Estadual Adventor Divino de Almeida
                               Professora: Vanja              Disciplina: Sociologia
Alunos: Gustavo H., José N., Júlio C., Karoline R., Luis F., Rafael, Thais, Vanessa
                                                       Série: 1º Ano       Turma: B
O contexto histórico do surgimento e da formação da sociologia
coincidiu com um momento de grande expansão do capitalismo, infundindo
otimismo em diversos sociólogos com relação à civilização capitalista. Os
acontecimentos históricos que permearam o seu desenvolvimento
tornaram, no mínimo, problemáticas, as esperanças de democratização
que vários sociólogos nutriam com relação ao capitalismo. O
desenvolvimento desta ciência tem como pano de fundo a existência de
uma burguesia que se distanciara de seu projeto de igualdade e
fraternidade, e que, crescentemente, se comportava no plano político de
forma menos liberal e mais conservadora, utilizando intensamente os seus
aparatos repressivos e ideológicos para assegurar a sua dominação.
      O aparecimento das grandes empresas, monopolizando produtos e
mercados, a eclosão de guerras entre as grandes potências mundiais, a
intensificação da organização política do movimento operário e a realização
de revoluções socialistas em diversos países, eram realidades históricas
que abalavam as crenças na perfeição da civilização capitalista.
A sociologia também, em boa medida, passou a ser empregada como
técnica de manutenção das relações dominantes. As pesquisas de
inúmeros sociólogos foram incorporadas à cultura e à prática das grandes
empresas, ao Estado moderno, aos partidos políticos, à luta cotidiana pela
preservação das estruturas econômicas, políticas e culturais do capitalismo
moderno. O sociólogo de nosso tempo passou a desenvolver o seu trabalho
em complexas organizações privadas ou estatais que financiam suas
atividades e estabelecem os objetivos e as finalidades da produção do
conhecimento sociológico. Envolvido nas malhas e nos objetivos que
sustentam suas atividades, tornou-se para ele extremamente difícil produzir
um conhecimento que possua uma autonomia crítica e uma criatividade
intelectual.
      O desenvolvimento da sociologia na segunda metade do nosso século
foi profundamente afetado pela eclosão das duas guerras mundiais. Tal fato
não poderia deixar de quebrar a continuidade dos trabalhos que vinham
sendo efetuados, interrompendo drasticamente o intercâmbio de
conhecimentos entre as nações.
A sociologia, a partir dos anos cinqüenta, seria arrastada e envolvida
na luta pela contenção da expansão do socialismo, pela neutralização dos
movimentos de libertação das nações subjugadas pelas potências
imperialistas e pela manutenção da independência econômica e financeira
destes países em face dos centros metropolitanos.
      É neste contexto que surge a melancólica figura do sociólogo
profissional, que passa a desenvolver as suas atividades de correção da
ordem, adotando uma atitude científica “neutra” e “objetiva”. Na verdade, a
institucionalização da sociologia como profissão e do sociólogo como “um
técnico”, um “profissional como outro qualquer“, foi realizada a partir da
promessa e rentabilidade que os sociólogos passaram a oferecer a seus
empregadores potenciais, como o Estado moderno, as grandes empresas
privadas e os diversos organismos internacionais empenhados na
conservação da ordem em escala mundial. A profissionalização da
sociologia, orientada para legitimar os interesses dominantes, constitui
campo fértil para uma classe média intelectualizada ascender socialmente.
A sociologia surgiu num momento de grande expansão do
capitalismo e por isto mesmo alguns sociólogos otimistas
assumiram, diante da sociedade capitalista nascente, que os
interesses e os valores da classe dominante eram representativos do
conjunto da sociedade, e que os conflitos entre as classes sociais
eram passageiros.
      As idéias dos conservadores eram um ponto de referência para
os pioneiros da sociologia, interessados na preservação da nova
ordem econômica e política que estavam sendo implantadas.
Preocupado em estabelecer um objeto de estudo e um método para a
sociologia, Durkheim, dedicou-se a esta questão, salientando que nenhuma
ciência poderia constituir-se sem uma área própria de investigação. A
sociologia deveria ocupar-se com os fatos sociais que se apresentavam aos
indivíduos como exteriores e coercitivos. Isto quer dizer que o indivíduo
quando nasce já encontra a sociedade formada criada pelas gerações
passadas, cuja organização deverá ser transmitida às gerações futuras
através da educação.
      O seu pensamento marcou decisivamente a sociologia
contemporânea, principalmente as tendências que têm se preocupado com
as questões da manutenção da ordem social. A sua influência fora do meio
acadêmico francês começou por volta de 1930, quando, na Inglaterra, dois
antropólogos, Malinowski e Radcliffe-Brown, armaram a partir de seus
trabalhos os alicerces do método de investigação funcionalista
(busca de explicação das instituições sociais e culturais em termos da
contribuição que estas fornecem para a manutenção da estrutura social).
Nos Estados Unidos, a partir daquela data, as suas idéias começaram
a ganhar terreno no meio universitário, exercendo grande fascínio em
inúmeros pesquisadores. No entanto, foram dois sociólogos americanos
Mertom e Parsons, em boa medida, os responsáveis pelo desenvolvimento
do funcionalismo moderno e pela integração da contribuição de Durkheim
ao pensamento sociológico contemporâneo, destacando a sua contribuição
ao progresso teórico desta disciplina.
      A formação e o desenvolvimento do conhecimento sociológico crítico e
negador da sociedade capitalista, sem dúvida liga-se à tradição do
pensamento socialista, que encontra em Marx (1818-1883) e Engels
(1820-1903) sua elaboração mais expressiva. Estes pensadores não
estavam preocupados em fundar a sociologia como disciplina específica.
Eles, em suas obras, interligavam disciplinas como antropologia, ciência
política, economia, procurando oferecer uma explicação da sociedade como
um todo, colocando em evidência as suas dimensões globais. Seus
trabalhos não foram elaborados nos bancos das universidades, mas
freqüentemente, no calor das lutas políticas.
A intenção é conferir à sociologia uma reputação científica, e
encontra, em Max Weber (1864-1920), um marco de referência. Durante
toda sua vida, ele insistiu em estabelecer uma clara distinção entre o
conhecimento científico, fruto de cuidadosa investigação, e os julgamentos
de valor sobre a realidade.
      A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer
uma rigorosa fronteira entre o cientista, homem do saber, das análises frias
e penetrantes, e o político, homem de ação e de decisão comprometido
com as questões práticas da vida. Essa posição de Weber, que tantas
discussões têm provocado entre os cientistas sociais, constitui, ao isolar a
sociologia dos movimentos revolucionários, um dos momentos decisivos da
profissionalização dessa disciplina.
      A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e a sua ação
como ponto chave da investigação. Com isso, ele queria salientar que o
verdadeiro ponto de partida da sociologia era a compreensão da ação dos
indivíduos e não a análise das “instituições sociais” ou do “grupo social”,
tão enfatizada pelo pensamento conservador.
Do pãozinho às guerras: a Antiguidade influencia nosso
cotidiano em vários campos.
Existe uma série de coisas que nos pode indicar que nossa era tão
“moderna” e “tecnológica” deve muito para as idéias que surgiram há
vários séculos. Se examinarmos bem, a Antiguidade está presente até no
café da manhã, já que o pão é uma invenção dos egípcios.
     No campo militar, os antigos puderam nos oferecer grandes
contribuições na hora de dominar os inimigos. Os babilônios, por exemplo,
foram os primeiros a aproveitar os seus conquistados para formarem uma
rentável força de trabalho com a adoção do escravismo. Por outro lado, os
gregos quiseram melhorar os planos quando entravam em choque com os
inimigos criando a chamada falange: um grupo de soldados bem munidos
que ataca de maneira sincronizada.
Na hora de construir, contar e transportar devemos nos lembrar das
contribuições obtidas nas ciências exatas e na engenharia. Os sumérios,
preocupados com o gasto de suas obras, desenvolveram a primeira
calculadora do Mundo Antigo. Os fenícios, criaram embarcações ágeis que
os permitiam realizar comércio com vários povos estrangeiros.
      Várias de nossas ações políticas e institucionais foram, em certa
medida, experimentadas pelos gregos. Em Atenas, os legisladores Clístenes
e Péricles lançaram as bases de uma nova forma de governo que inspirou
nossa democracia moderna. Além disso, foram os primeiros povos a
criarem concursos para a ocupação de cargos públicos.
      No campo das artes, os greco-romanos desenvolveram técnicas de
reprodução corporal. Na medicina, os egípcios se aventuravam na
realização de várias cirurgias, inclusive, cerebrais.
A instalação das ditaduras representou um período
obscuro na história do continente americano.
O processo de independência das nações latino-americanas, ao longo
do século XIX, deu origem a uma série de Estados independentes em sua
maioria influenciados pelo ideário iluminista. No entanto, a obtenção dessa
soberania política não foi capaz de dar fim à dependência econômica que
submetia tais países aos interesses das grandes potências econômicas da
época. Ao mesmo tempo, a consolidação da democracia ainda era
prejudicada pela ação de governos tomados por uma elite conservadora e
entreguista.
     No século XX, a desigualdade social e a exclusão econômica ainda
eram questões que permaneciam pendentes nas várias nações latino-
americanas. A insistência em manter as classes populares excluídas do
jogo político e, ao mesmo tempo, preservar a economia nacional atrelada
aos interesses dos grandes centros capitalistas começou a sofrer seus
primeiros abalos.
Após a Segunda Guerra Mundial, a instalação da ordem bipolar
(guerra fria) e o sucesso do processo revolucionário cubano inspiraram
diversos movimentos de transformação política no continente americano.
Em contrapartida, os Estados Unidos – nação que tomava a dianteira do
bloco capitalista – preocupava-se com a deflagração de novas agitações
políticas que viessem a abalar a hegemonia política, econômica e
ideológica historicamente reforçada nos combalidos Estados latino-
americanos.
      Nesse contexto, ao longo das décadas de 1960 e 1970, os diversos
movimentos de transformação que surgiram em nações americanas foram
atacados pelo interesse das elites nacionais. Para tanto, buscavam o
respaldo norte-americano para que pudessem dar fim aos movimentos
revolucionários que ameaçavam os interesses da burguesia industrial
responsável por liderar essas ações golpistas.
A perseguição política, a tortura e a censura às liberdades individuais
foram integralmente incorporadas a esses governos autoritários que se
estabeleceram pelo uso da força. Dessa forma, os clamores por justiça
social que ganhavam espaço no continente foram brutalmente abafados
nessa nova conjuntura. Ainda hoje, as desigualdades sociais, o atraso
econômico e a corrupção política integram a realidade de muitos desses
países que sofreram com a ditadura.

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  • 1. Escola Estadual Adventor Divino de Almeida Professora: Vanja Disciplina: Sociologia Alunos: Gustavo H., José N., Júlio C., Karoline R., Luis F., Rafael, Thais, Vanessa Série: 1º Ano Turma: B
  • 2.
  • 3. O contexto histórico do surgimento e da formação da sociologia coincidiu com um momento de grande expansão do capitalismo, infundindo otimismo em diversos sociólogos com relação à civilização capitalista. Os acontecimentos históricos que permearam o seu desenvolvimento tornaram, no mínimo, problemáticas, as esperanças de democratização que vários sociólogos nutriam com relação ao capitalismo. O desenvolvimento desta ciência tem como pano de fundo a existência de uma burguesia que se distanciara de seu projeto de igualdade e fraternidade, e que, crescentemente, se comportava no plano político de forma menos liberal e mais conservadora, utilizando intensamente os seus aparatos repressivos e ideológicos para assegurar a sua dominação. O aparecimento das grandes empresas, monopolizando produtos e mercados, a eclosão de guerras entre as grandes potências mundiais, a intensificação da organização política do movimento operário e a realização de revoluções socialistas em diversos países, eram realidades históricas que abalavam as crenças na perfeição da civilização capitalista.
  • 4. A sociologia também, em boa medida, passou a ser empregada como técnica de manutenção das relações dominantes. As pesquisas de inúmeros sociólogos foram incorporadas à cultura e à prática das grandes empresas, ao Estado moderno, aos partidos políticos, à luta cotidiana pela preservação das estruturas econômicas, políticas e culturais do capitalismo moderno. O sociólogo de nosso tempo passou a desenvolver o seu trabalho em complexas organizações privadas ou estatais que financiam suas atividades e estabelecem os objetivos e as finalidades da produção do conhecimento sociológico. Envolvido nas malhas e nos objetivos que sustentam suas atividades, tornou-se para ele extremamente difícil produzir um conhecimento que possua uma autonomia crítica e uma criatividade intelectual. O desenvolvimento da sociologia na segunda metade do nosso século foi profundamente afetado pela eclosão das duas guerras mundiais. Tal fato não poderia deixar de quebrar a continuidade dos trabalhos que vinham sendo efetuados, interrompendo drasticamente o intercâmbio de conhecimentos entre as nações.
  • 5. A sociologia, a partir dos anos cinqüenta, seria arrastada e envolvida na luta pela contenção da expansão do socialismo, pela neutralização dos movimentos de libertação das nações subjugadas pelas potências imperialistas e pela manutenção da independência econômica e financeira destes países em face dos centros metropolitanos. É neste contexto que surge a melancólica figura do sociólogo profissional, que passa a desenvolver as suas atividades de correção da ordem, adotando uma atitude científica “neutra” e “objetiva”. Na verdade, a institucionalização da sociologia como profissão e do sociólogo como “um técnico”, um “profissional como outro qualquer“, foi realizada a partir da promessa e rentabilidade que os sociólogos passaram a oferecer a seus empregadores potenciais, como o Estado moderno, as grandes empresas privadas e os diversos organismos internacionais empenhados na conservação da ordem em escala mundial. A profissionalização da sociologia, orientada para legitimar os interesses dominantes, constitui campo fértil para uma classe média intelectualizada ascender socialmente.
  • 6.
  • 7. A sociologia surgiu num momento de grande expansão do capitalismo e por isto mesmo alguns sociólogos otimistas assumiram, diante da sociedade capitalista nascente, que os interesses e os valores da classe dominante eram representativos do conjunto da sociedade, e que os conflitos entre as classes sociais eram passageiros. As idéias dos conservadores eram um ponto de referência para os pioneiros da sociologia, interessados na preservação da nova ordem econômica e política que estavam sendo implantadas.
  • 8. Preocupado em estabelecer um objeto de estudo e um método para a sociologia, Durkheim, dedicou-se a esta questão, salientando que nenhuma ciência poderia constituir-se sem uma área própria de investigação. A sociologia deveria ocupar-se com os fatos sociais que se apresentavam aos indivíduos como exteriores e coercitivos. Isto quer dizer que o indivíduo quando nasce já encontra a sociedade formada criada pelas gerações passadas, cuja organização deverá ser transmitida às gerações futuras através da educação. O seu pensamento marcou decisivamente a sociologia contemporânea, principalmente as tendências que têm se preocupado com as questões da manutenção da ordem social. A sua influência fora do meio acadêmico francês começou por volta de 1930, quando, na Inglaterra, dois antropólogos, Malinowski e Radcliffe-Brown, armaram a partir de seus trabalhos os alicerces do método de investigação funcionalista (busca de explicação das instituições sociais e culturais em termos da contribuição que estas fornecem para a manutenção da estrutura social).
  • 9. Nos Estados Unidos, a partir daquela data, as suas idéias começaram a ganhar terreno no meio universitário, exercendo grande fascínio em inúmeros pesquisadores. No entanto, foram dois sociólogos americanos Mertom e Parsons, em boa medida, os responsáveis pelo desenvolvimento do funcionalismo moderno e pela integração da contribuição de Durkheim ao pensamento sociológico contemporâneo, destacando a sua contribuição ao progresso teórico desta disciplina. A formação e o desenvolvimento do conhecimento sociológico crítico e negador da sociedade capitalista, sem dúvida liga-se à tradição do pensamento socialista, que encontra em Marx (1818-1883) e Engels (1820-1903) sua elaboração mais expressiva. Estes pensadores não estavam preocupados em fundar a sociologia como disciplina específica. Eles, em suas obras, interligavam disciplinas como antropologia, ciência política, economia, procurando oferecer uma explicação da sociedade como um todo, colocando em evidência as suas dimensões globais. Seus trabalhos não foram elaborados nos bancos das universidades, mas freqüentemente, no calor das lutas políticas.
  • 10. A intenção é conferir à sociologia uma reputação científica, e encontra, em Max Weber (1864-1920), um marco de referência. Durante toda sua vida, ele insistiu em estabelecer uma clara distinção entre o conhecimento científico, fruto de cuidadosa investigação, e os julgamentos de valor sobre a realidade. A busca de uma neutralidade científica levou Weber a estabelecer uma rigorosa fronteira entre o cientista, homem do saber, das análises frias e penetrantes, e o político, homem de ação e de decisão comprometido com as questões práticas da vida. Essa posição de Weber, que tantas discussões têm provocado entre os cientistas sociais, constitui, ao isolar a sociologia dos movimentos revolucionários, um dos momentos decisivos da profissionalização dessa disciplina. A sociologia por ele desenvolvida considerava o indivíduo e a sua ação como ponto chave da investigação. Com isso, ele queria salientar que o verdadeiro ponto de partida da sociologia era a compreensão da ação dos indivíduos e não a análise das “instituições sociais” ou do “grupo social”, tão enfatizada pelo pensamento conservador.
  • 11. Do pãozinho às guerras: a Antiguidade influencia nosso cotidiano em vários campos.
  • 12. Existe uma série de coisas que nos pode indicar que nossa era tão “moderna” e “tecnológica” deve muito para as idéias que surgiram há vários séculos. Se examinarmos bem, a Antiguidade está presente até no café da manhã, já que o pão é uma invenção dos egípcios. No campo militar, os antigos puderam nos oferecer grandes contribuições na hora de dominar os inimigos. Os babilônios, por exemplo, foram os primeiros a aproveitar os seus conquistados para formarem uma rentável força de trabalho com a adoção do escravismo. Por outro lado, os gregos quiseram melhorar os planos quando entravam em choque com os inimigos criando a chamada falange: um grupo de soldados bem munidos que ataca de maneira sincronizada.
  • 13. Na hora de construir, contar e transportar devemos nos lembrar das contribuições obtidas nas ciências exatas e na engenharia. Os sumérios, preocupados com o gasto de suas obras, desenvolveram a primeira calculadora do Mundo Antigo. Os fenícios, criaram embarcações ágeis que os permitiam realizar comércio com vários povos estrangeiros. Várias de nossas ações políticas e institucionais foram, em certa medida, experimentadas pelos gregos. Em Atenas, os legisladores Clístenes e Péricles lançaram as bases de uma nova forma de governo que inspirou nossa democracia moderna. Além disso, foram os primeiros povos a criarem concursos para a ocupação de cargos públicos. No campo das artes, os greco-romanos desenvolveram técnicas de reprodução corporal. Na medicina, os egípcios se aventuravam na realização de várias cirurgias, inclusive, cerebrais.
  • 14. A instalação das ditaduras representou um período obscuro na história do continente americano.
  • 15. O processo de independência das nações latino-americanas, ao longo do século XIX, deu origem a uma série de Estados independentes em sua maioria influenciados pelo ideário iluminista. No entanto, a obtenção dessa soberania política não foi capaz de dar fim à dependência econômica que submetia tais países aos interesses das grandes potências econômicas da época. Ao mesmo tempo, a consolidação da democracia ainda era prejudicada pela ação de governos tomados por uma elite conservadora e entreguista. No século XX, a desigualdade social e a exclusão econômica ainda eram questões que permaneciam pendentes nas várias nações latino- americanas. A insistência em manter as classes populares excluídas do jogo político e, ao mesmo tempo, preservar a economia nacional atrelada aos interesses dos grandes centros capitalistas começou a sofrer seus primeiros abalos.
  • 16. Após a Segunda Guerra Mundial, a instalação da ordem bipolar (guerra fria) e o sucesso do processo revolucionário cubano inspiraram diversos movimentos de transformação política no continente americano. Em contrapartida, os Estados Unidos – nação que tomava a dianteira do bloco capitalista – preocupava-se com a deflagração de novas agitações políticas que viessem a abalar a hegemonia política, econômica e ideológica historicamente reforçada nos combalidos Estados latino- americanos. Nesse contexto, ao longo das décadas de 1960 e 1970, os diversos movimentos de transformação que surgiram em nações americanas foram atacados pelo interesse das elites nacionais. Para tanto, buscavam o respaldo norte-americano para que pudessem dar fim aos movimentos revolucionários que ameaçavam os interesses da burguesia industrial responsável por liderar essas ações golpistas.
  • 17. A perseguição política, a tortura e a censura às liberdades individuais foram integralmente incorporadas a esses governos autoritários que se estabeleceram pelo uso da força. Dessa forma, os clamores por justiça social que ganhavam espaço no continente foram brutalmente abafados nessa nova conjuntura. Ainda hoje, as desigualdades sociais, o atraso econômico e a corrupção política integram a realidade de muitos desses países que sofreram com a ditadura.