O documento discute a importância da energia para a sociedade moderna e as questões relacionadas ao fornecimento de energia de forma sustentável. Aborda os desafios de gerar mais energia para atender à demanda crescente, os riscos associados à energia nuclear após acidentes como Fukushima, e a necessidade de equilibrar o uso de fontes fósseis e renováveis de forma a reduzir a poluição e mitigar as mudanças climáticas.
1. Instruções:
- Leia e analise o texto abaixo com atenção. (Relembrando: Analisar é separar em
partes).
- Certifique-se que todos os componentes do seu grupo entenderam qual é a
relevância do tema “Energia” para a sociedade moderna.
- Ao final da análise dos textos, retorne aos professores “Magos dos Enigmas” para
exercer uma atividade e passar para a fase seguinte.
Em momentos de crise, só a imaginação é mais importante que o conhecimento.”
Albert Einstein
2. O desafio enfrentado por todos os países é gerar
cada vez mais energia.
O grave acidente na usina nuclear de Fukushima, no Japão, provocado pelo terremoto e
pelo tsunami de 11 de março de 2011, pôs o mundo em estado de alerta e preocupação
quanto à segurança desse tipo de usina. Foi o pior acidente do gênero desde a explosão
do reator da usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986. Na Alemanha, o governo
anunciou em junho a intenção de desligar todos os seus 17 reatores nucleares até 2022,
que fornecem quase 22% da energia do país, e substituí-los por outras fontes de energia.
Trata-se de uma mudança radical e significativa, numa época em que construir mais
reatores nucleares era uma possibilidade indicada, dentro das discussões do
aquecimento global, como uma solução de energia limpa para países como índia e
China, que precisarão produzir muito mais energia do que agora.
No mundo todo, existem mais de 440 usinas nucleares (duas delas no Brasil), e a
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se apressou em responder ao
desastre de Fukushima, convocando uma reunião extraordinária em junho, em Viena, na
Áustria, para tornar mais rígidos os controles de segurança das usinas pelo mundo afora.
Ao mesmo tempo, pipocaram manifestações populares em vários países, inclusive na
Alemanha e no Japão, contrárias ao uso da força atômica.
A busca da energia
O suprimento de energia em um país é uma prioridade de todos os governos, pois sem
ela nenhum setor econômico e social funciona. A busca por recursos permanentes e
renováveis de energia é histórica e transformou em áreas de interesse geopolítico as
regiões em que há grandes jazidas de petróleo e gás, especialmente o Oriente Médio.
O consumo de energia não para de crescer, puxado pela economia industrial, pela
urbanização crescente e pelo aumento da população. No século XXI, o imenso desafio
enfrentado por todos os países é aumentar sua produção de energia e, ao mesmo tempo,
procurar equilibrar o uso dos combustíveis fósseis (como gás e petróleo), que poluem o
ambiente, fazem mal à saúde humana e emitem gases que pioram o efeito estufa, e as
fontes renováveis, de preferência não poluentes, como a energia hídrica, eólica ou solar.
Na maioria dos países, as possibilidades de construção de represas para usinas
hidrelétricas são limitadas ou se esgotaram. Ampliar a produção de energia nuclear é
uma alternativa, mas, além de não ser renovável, pois a maioria dos países não possui
jazidas de urânio radiativo, ela acaba de se mostrar, de novo, perigosamente poluente
em caso de acidentes como foi o de Fukushima.
Conceitos
O uso que fazemos da energia para viver é uma ampliação da necessidade que o nosso
corpo tem de energia, absorvendo a dos alimentos. Desde que aprendeu a dominar o
fogo e, com ele, a cozinhar, iluminar e se aquecer, o ser humano retira a energia de
todos os materiais que têm à mão. A maior parte de toda a energia que utilizamos vem
3. do sol diretamente, como a dos ventos e da água (que têm ciclos ligados ao calor) ou de
materiais que a armazenaram na forma de carbono (madeira, carvão mineral, gás e
petróleo). A energia nuclear e a geotérmica (calor subterrâneo) são exceções.
A maneira mais primária, fácil e barata de produzir energia é a ígnea: queimar um
material para conseguir calor e luz, seja o carvão vegetal para o churrasco, o
combustível no motor do automóvel ou o carvão mineral para produzir aço nas
siderúrgicas,
No decorrer da história, o ser humano aprendeu a usar diferentes formas de energia,
como utilizar o vento nas velas de um barco (na Antiguidade) ou usar a força da água e
do vento para girar pás de moinhos (na idade média). A invenção da máquina a vapor
impulsionou a industrialização no século XVIII, com a queima do carvão mineral e a
exploração de petróleo. A partir do fim do século XIX, alavancou a economia mundial
no século XX.
O petróleo é a fonte primária de energia mais empregada no mundo por ter a melhor
relação de custo-benefício e a maior rentabilidade, pois se gasta em média o valor de um
barril para cada 30 explorados. Ele concentra grande quantidade de calorias (energia)
em cadeias de carbono, capazes de gerar dezenas de produtos em série, como gasolina,
óleo diesel e óleo lubrificante, nafta, gás liquefeito, polímeros e plásticos.
Matrizes
Os recursos energéticos de um país, as formas como são usados e os setores que os
utilizam são chamados de matriz energética. A matriz é permanentemente medida e
analisada pelos governos. Eles são divididos em dois grupos básicos: as fontes
renováveis (que em princípio não se esgotam, como o sol e ventos) e as não renováveis
(como petróleo e gás). Também são subclassificados em fontes primárias (petróleo,
carvão mineral, água, lenha, cana-de-açúcar), secundárias (são os derivados: gasolina e
óleo diesel, eletricidade, carvão vegetal, álcool e bagaço) e os setores de consumo
(transporte, indústria, agricultura, comércio e doméstico). No século XXI, são aspectos
importantes de cada matriz a quantidade utilizada de recursos renováveis e, de
preferência, não poluentes.
O petróleo é o energético mais usado no mundo, mas não é renovável (vai se esgotar) e
é poluente. A partir de 1973, a matriz mundial de energia sofreu grande abalo quando
houve o primeiro choque de elevação do preço do petróleo, comandado pelos principais
países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo(Opep), devido à Guerra do
Yom Kippur entre árabes e israelenses.
Na década de 1990 a preocupação passou a ser as emissões de carbono dos
combustíveis de petróleo, especialmente o dióxido de carbono (CO,), também chamado
de gás carbônico. Nessa década, cresceu o uso de gás natural, inclusive aqui, com a
construção do gasoduto Bolívia-Brasil.
Nos anos seguintes, passou a aumentar o uso das energias eólica (dos ventos) e solar
para gerar eletricidade, que ainda se revela uma aposta de longo prazo para a maioria
dos países. Pesam nessa preocupação fatores como os males à saúde humana, a poluição
nas grandes cidades e a preservação ambiental. Dela derivam dois outros conceitos:
4. Energia limpa É aquela que não polui ou polui menos, na produção e no consumo,
como a energia hídrica, a eólica (dos ventos) e a solar. É um objetivo a ser
constantemente buscado e pesquisado. No Brasil, grandes represas hidrelétricas foram
construídas sem retirar antes as matas nativas, que, por isso, estão em decomposição e
liberarão gases do efeito estufa por dezenas de anos, como acontece com Itaipu, Balbina
e Tucuruí. Assim, estão poluindo o ambiente. O conceito de energia limpa também é
aplicado na comparação entre os materiais: o gás natural e o etanol são considerados
mais limpos do que a gasolina, porque liberam menos gases do efeito estufa.
Energia sustentável É a que dá sustentação à produção e ao consumo porque está
disponível para o uso no decorrer do tempo. Leva em conta a preservação do equilíbrio
ambiental (suprir necessidades sem esgotar o recurso), mas não significa
necessariamente que seja limpa. A lenha, por exemplo, é um recurso sustentável, mas é
um dos piores poluentes, e a fumaça é danosa à saúde; portanto, não é limpa. Uma
matriz energética pode ser considerada sustentável se combinar, por exemplo, pequenas
centrais hidrelétricas e termelétricas com óleo e biomassa.
Fonte: Guia do estudante. Atualidades Vestibular + Enem 2012. Ed Abril