Este documento apresenta o Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos para o ano de 2012. Ele contém informações sobre a identificação da escola e sua equipe gestora, concepção pedagógica, caracterização da comunidade escolar, organização do trabalho pedagógico, planos de ação e formação continuada dos educadores. O objetivo é definir as diretrizes e orientações pedagógicas para o desenvolvimento das atividades educativas ao longo do ano letivo.
Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012
1. PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS
SEÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
EMEB “GRACILIANO RAMOS”
“A construção de uma pedagogia especialmente voltada para a primeira
etapa da educação básica, aponta para alguns momentos nos quais
muitas lacunas são percebidas entre o velho e o novo, o que sempre
fizemos e o que estamos aprendendo ou temos que aprender a fazer para
produzir diferente.”
(Maria Aparecida Gobbi)
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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012
EMEB GRACILIANO RAMOS
2. SUMÁRIO
I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR .......................................... 5
1. QUADRO DE IDENTIFICAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS ............................ 6
2. QUADRO DE ORGANIZAÇÃO DE MODALIDADES ............................... 8
II. CARACTERIZAÇÃO E PLANO DE AÇÃO PARA OS SEGMENTOS DE
ATUAÇÃO DA ESCOLA .......................................................................... 9
1. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA ............................................................... 9
1.1. ESCOLA – TERRITÓRIO DA INFÂNCIA .................................... 12
1.2. ALUNO – CRIANÇA/INFÂNCIA ............................................... 13
1.3. COMUNIDADE – COMO ENTENDEMOS O TRABALHO COM AS
FAMÍLIAS .......................................................................................... 16
1.4. PROFESSORES – EDUCADORES E SEUS PAPÉIS
DIFERENCIADOS................................................................................ 18
1.5. EQUIPE GESTORA – A GESTÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ....... 20
1.6. O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................ 22
1.7. PERÍODO INTEGRAL – POSSIBILIDADES E DESAFIOS ........... 26
1.7.1. INFANTIL II – CRIANÇAS ENTRE 2 E 3 ANOS................... 26
1.8. SEMI – MANHÃ E TARDE ........................................................ 30
1.8.1. A CRIANÇA ENTRE 3 E 6 ANOS ......................................... 30
2. INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS ............................... 33
2.1. PRINCÍPIO – DIVERSIDADE E SINGULARIDADE .................... 35
2.2. PRINCÍPIO – SUSTENTABILIDADE, DEMOCRACIA E
PARTICIPAÇÃO .................................................................................. 37
2.3. INDISSOCIABILIDADE ENTRE EDUCAR E CUIDAR .................. 39
2.4. PRINCÍPIO – LUDICIDADE E BRINCADEIRA .......................... 40
2.5. PRINCÍPIO – ESTÉTICO COMO EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL
E COLETIVA ....................................................................................... 43
3. CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ............................................. 46
3.1. RECURSOS DA COMUNIDADE ................................................. 48
4. COMUNIDADE ESCOLAR ................................................................. 50
4.1. CARACTERIZAÇÃO ................................................................. 50
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3. 5. CONSELHO DE ESCOLA................................................................... 53
5.1. CARACTERIZAÇÃO ................................................................. 53
5.2. OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE ESCOLA ......... 54
5.3. QUADRO DO CONSELHO DE ESCOLA ...................................... 55
6. ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES ................................................. 55
6.1. CARACTERIZAÇÃO DA APM .................................................... 55
6.2. OBJETIVOS GERAIS DA APM .................................................. 56
6.3. COMPOSIÇÃO DO QUADRO DA APM ....................................... 57
6.4. AVALIAÇÃO............................................................................ 57
7. PLANO DE AÇÃO COM AS FAMÍLIAS ............................................... 58
7.1. ORGANIZAÇÃO DOS EVENTOS COM A COMUNIDADE .............. 61
8. EQUIPE ESCOLAR ........................................................................... 64
8.1. PROFESSORES ....................................................................... 64
8.1.1. CARACTERIZAÇÃO ........................................................... 64
8.2. FUNCIONÁRIOS ..................................................................... 65
8.2.1. CARACTERIZAÇÃO ........................................................... 65
9. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES, QUALIDADE NA
EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................................ 67
10. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES .................................... 74
10.1. PROJETO “APRENDIZES DA NOSSA BRASILIDADE” ............. 74
11. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO ............................... 81
12. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS E CONTEÚDOS POR ÁREA DE
CONHECIMENTO ................................................................................ 84
12.1. ÁREA: LINGUA PORTUGUESA ............................................... 84
12.1.1. CONTEÚDO: ESCRITA ..................................................... 84
12.1.2. CONTEÚDO: ORALIDADE ................................................ 87
12.2. ÁREA: MATEMÁTICA ............................................................. 90
12.3. ÁREA: CORPO E MOVIMENTO ............................................... 95
12.3. ÁREA: CORPO E MOVIMENTO ............................................... 95
12.3.1. O BRINCAR .................................................................... 99
12.4. ÁREA: CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................ 104
12.5. ÁREA: ARTES ..................................................................... 109
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4. 12.5.1. CONTEÚDO: ARTES VISUAIS ........................................ 109
12.5.2. ÁREA: MÚSICA ............................................................. 112
13. ROTINA ..................................................................................... 114
13.1. PERÍODO DE ADAPTAÇÃO .................................................. 114
13.2. ENTRADA E SAÍDA DOS ALUNOS ........................................ 116
13.3. ROTINA DA EQUIPE GESTORA ............................................ 117
13.3.1. DIRETORA ................................................................... 117
13.3.2. PROFESSORA DE APOIO À DIREÇÃO ............................ 118
13.3.2. COORDENADOR PEDAGÓGICO ..................................... 119
13.4. ROTINA DOS PROFESSORES .............................................. 121
13.4.1. ORGANIZAÇÃO DOS MOMENTOS DE HTPC ................... 121
13.4.2. TEMPOS E ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM ..................... 123
13.4.2.1. BIBLIOTECA .......................................................... 123
13.4.1.2. PARQUE E PRAÇA .................................................. 125
13.4.1.3. ATELIÊ .................................................................. 127
13.4.1.4. QUADRA ................................................................ 129
13.4.1.5. REFEITÓRIO – SELF-SERVICE ................................ 131
13.4.1.6. ATIVIDADE DIVERSIFICADA ................................. 134
13.4.1.7. RODA DE CONVERSA ............................................. 137
13.4.1.8. HORA DA HISTÓRIA .............................................. 139
14. ATIVIDADE EXTRACLASSE E ESTUDO DO MEIO .......................... 141
15. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS ....................... 142
15.1. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................ 144
16. ACOMPANHAMENTO DOS INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS .... 145
V. ANEXOS ....................................................................................... 147
1. HISTÓRICO DA ESCOLA ............................................................... 147
1.1. NOSSO PATRONO ................................................................. 148
1.2. DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA .................. 150
1.3. MATERIAIS PEDAGÓGICOS E EQUIPAMENTOS ..................... 151
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 152
CALENDÁRIO ESCOLAR – EDUCAÇÃO BÁSICA - 2012 ....................... 154
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5. I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR
EMEB Graciliano Ramos
Rua João D’Ângelo, 71 – Riacho Grande
São Bernardo do Campo – SP – CEP 09830-350
Telefones: 4354-9917/ 4101-6090/ 4354-0804
Email: graciliano.ramos@saobernardo.sp.gov.br
Blog: blogdogracilianoramos.blogspot.com
Código CIE: 050805
Equipe Gestora
Diretora: Elenir Fagundes Santos Freitas
PRD: Filomena Cabral Pais Jasiulonis
PAD: Tatiana Moreira Barbosa
Coordenador Pedagógico: Francisco de Assis Fagundes de Oliveira
Orientadora Pedagógica: Sandra Regina Brito de Macedo
Modalidades de ensino
Infantil II – 01 Turma
Infantil III – 03 Turmas
Infantil IV – 04 Turmas
Infantil V – 05 Turmas
SEMI – 02 Turmas
Horário de funcionamento da escola
Manhã: das 07h30m às 11h30m
Tarde: das 13h00m às 17h00m
Obs.: são observados 10 minutos de tolerância para os atrasos na
entrada e na saída das crianças.
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6. Período Integral
Temos duas turmas de período integral divididas em dois horários.
Semi A – das 07h00m às 17h00m
Semi B – das 07h30m às 17h30m
Infantil II
Nossa turma do infantil II possui o seguinte horário:
Entrada: a partir das 07h00m até as 08h00m
Saída: a partir das 17h00m até as 18h00m
Horário de atendimento da secretaria
07h00m às 18h00m
1. QUADRO DE IDENTIFICAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS
Cargo/ Horário de Período de
Nome Matrícula
Função trabalho férias
Aldinete Nogueira Matos 19.840-4 Aux. Limpeza 08h15m – 18h00m Março
Prof. Ed. Básica
Andrea Gois Koslosky 34.850-0 13h00m – 17h00m Janeiro
Infantil
Alexandre Barasino 37.590-9 Aux. Educação 08h00m – 17h00m Janeiro
Prof. Ed. Básica
Cleide Lima Rosa 36.039-6 07h00m – 15h00m Janeiro
Infantil
Prof. Ed. Básica
Cristiane Moro 35.549-0 13h00m – 17h00m Janeiro
Infantil
Débora Renata Nunes Prof. Ed. Básica
32.858-8 07h30m – 11h30m Janeiro
Lourenção Infantil
Dina Aparecida Pereira
60.777-8 Aux. Limpeza 09h00m – 18h00m Novembro
Perone
Prof. Ed.
Ederli Soares Ferreira 35.158-5 07h30m – 11h30m Janeiro
Básica Infantil
Prof. Ed. Básica
Elena Marson Favero 20.210-2 07h30m – 11h30m Janeiro
Infantil
2ª, 4ª e 6ª
Prof. Ed. 11h30m – 17h30m
Eliane Correia da Silva 37.798-5 Janeiro
Básica Infantil 3ª e 6ª
08h00m – 17h30m
Prof. Ed. Básica
Eliane Pereira Mendes 35.472-9 13h00m – 17h00m Janeiro
Infantil
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7. Prof. Ed.
Fernanda Soares Gonçalves 38.196-6 10h00m – 18h00m Janeiro
Básica infantil
Prof. Ed. Básica
Fernanda Feliciano Andrade 32.533-6 07h30m – 11h30m Janeiro
Infantil
Filomena Cabral Pais
9.499-5 PRD 07h00m – 16h30m Janeiro
Jasiulonis
Prof. Ed. Básica
Francisca Maria Oliveira Felix 33.633-5 07h30m – 11h30m Janeiro
Infantil
Coordenador
Francisco de Assis Fagundes 35.112-9 07h00m – 17h00m Janeiro
pedagógico
2ª, 4ª e 6ª
Prof. Ed. Básica 07h00m – 13h00m
Isabel Cristina de Souza 35.190-9 Janeiro
Infantil 3ª e 5ª
07h00m – 16h30m
Leia Chaves Alves - Cozinheira 07h00m – 16h48m Janeiro
Prof. Subst. Ed.
Ligia Melo Morita 35.568-6 13h00m – 17h00m Janeiro
Básica Infantil
Márcia Lima Santos - Aux. Cozinha 07h00m – 16h48m Janeiro
Prof. Ed. Básica
Maria Isabel de Farias Leal 27.689-8 13h00m – 17h00m Janeiro
Infantil
Prof. Ed.
Maria Iraneide Silva 35.555-5 13h00m – 17h00m Janeiro
Básica Infantil
Neli Marques da Silva 34.580-3 Aux. Educação 08h00m – 17h00m Janeiro
Prof. Subst. Ed.
Patrícia Fusari Stella 61.439-1 13h00m – 17h00m Janeiro
Básica Infantil
Prof. Ed. Básica
Paula Ishikawa 35.554-7 13h00m – 17h00m Janeiro
Infantil
Prof. Ed. Básica
Rafaella Simões Demai 38.397-6 07h30m – 17h00m Janeiro
Infantil
Rosemary Amador - Aux. Cozinha 06h30m – 15h00m Janeiro
Rosilene de Andrade - Aux. Cozinha 07h00m – 16h48m Janeiro
Sandra de Jesus Alves 60.016-6 Aux. Limpeza 08h15m – 18h00m Janeiro
Silvia Helena Morais Dias 19.661-4 Aux. Limpeza 06h30m – 16h15m Janeiro
Tatiana Moreira Barbosa 28.824-1 PAD 09h00m – 18h00m Janeiro
Terezinha de Sousa Martins 60.146-3 Aux. Limpeza 06h10m – 15h42m Janeiro
Wellington Oliveira Buosi 35.898-5 Aux. Educação 07h30m – 17h00m Janeiro
Wilton Fujinaga Takeda 32.938-0 Oficial de escola 08h30m – 17h30m A combinar
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8. 2. QUADRO DE ORGANIZAÇÃO DE MODALIDADES
Total de Total de
Agrupamento/ alunos alunos
Período Turma Professora(s)
Ano por por
turma período
Cleide/
Integral Infantil II A 19 19
Fernanda
Semi A Isabel 25
Infantil III A Francisca 23
Infantil IV A Debora 24
Manhã Infantil IV B Ederli 24 146
Infantil V A Maria Isabel 17
Infantil V B Elena 17
Infantil V C Fernanda 16
Semi B Eliane 26
Infantil III B Andrea 27
Infantil III C Maria Iraneide 25
Tarde Infantil IV C Paula 30 185
Infantil IV D Ligia 28
Infantil V D Cristiane 26
Infantil V E Eliane 23
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9. II. CARACTERIZAÇÃO E PLANO DE AÇÃO PARA OS
SEGMENTOS DE ATUAÇÃO DA ESCOLA
1. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA
Nossa concepção de Desenvolvimento e de Aprendizagem está
baseada nos teóricos que defenderam a concepção dialética, na qual o
sujeito modifica o mundo e é modificado por este. Concordamos com eles
quando afirmam:
“Conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo,
apreendendo os mecanismos dessa transformação
vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é,
pois, assimilar o real às estruturas de transformações,
e são as estruturas elaboradas pela inteligência
enquanto prolongamento direto da ação.” (Piaget)
“Ao conseguir conhecer alguma coisa, o aprendiz
transforma o real, o mundo, e a si mesmo.” (Piaget)
“O aprendizado é o que possibilita o despertar de
processos internos de desenvolvimento que, não fosse
o contato do indivíduo com certo ambiente cultural, não
ocorreriam.” (Vygotsky)
“A estrutura fisiológica humana, aquilo que é inato, não
é suficiente para produzir o indivíduo humano, na
ausência do ambiente social. As características
individuais (modo de agir, de pensar, de sentir, valores,
conhecimentos, visão de mundo, etc.) depende da
interação do ser humano com o meio físico e social.”
(Vygotsky)
Um ponto de reflexão
“A escola dos pequeninos em de ser um ambiente livre,
onde o princípio pedagógico deve ser o respeito à
liberdade e à criatividade das crianças. Nela, os
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10. pequeninos devem poder se locomover, ter atividades
criativas que permitam sua auto suficiência, e a
desobediência e a agressividade não devem ser
coibidas e, sim, orientadas, por serem condições
necessárias ao sucesso das pessoas.” (Antônio Márcio
Junqueira)
Nosso objetivo é apresentar um panorama geral quanto a varias
concepções, e configurar as tendências que tem prevalecido
pedagogicamente, assim conceituaremos: escola; infância; comunidade;
professores, equipe gestora e currículo, entendendo que todas essas
concepções relacionam-se, porém trataremos dividindo por assuntos.
Entendemos que a organização do trabalho pedagógico na Educação
Infantil deve ser orientada pelo princípio básico de procurar proporcionar,
à criança, o desenvolvimento da autonomia, isto é, a capacidade de
apropriarem-se das regras construídas historicamente pela sociedade,
construir as suas próprias regras e ações, que sejam flexíveis e possam
ser negociadas com outras pessoas, sejam eles adultos ou crianças.
Obviamente, esta construção não se esgota no período do 0 aos 5 anos de
idade, devido às próprias características do desenvolvimento infantil. Mas
tal construção necessita ser iniciada na Educação Infantil.
Pensamos a educação das crianças pequenas, como um processo
relevante em uma sociedade contemporânea, pois de um lado vivemos
uma confusa identidade da escola e, de outro, uma busca pela
compreensão e pela proposição de formas, espaços e processos
educacionais que procuram uma educação sem escolarização.
Salientamos que a ênfase na Educação não deve estar colocada em
como se ensina, na transmissão de conhecimentos culturalmente
produzidos, concordamos com Freire quando disse “Desta maneira, a
educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os
depositários e o educador o depositante” (1987. pg. 58).
A aprendizagem e o desenvolvimento das crianças e jovens já não
se dão como outrora, o conhecimento está por toda parte, em lugares
diferentes e espaços distintos, há tempos o livro didático já não é mais o
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11. único recurso pedagógico de trabalho do professor. Acreditamos na
concepção de desenvolvimento interacionista, que considera os aspectos
biológicos e sociais importantes, ambos interferindo e contribuindo para o
desenvolvimento do sujeito. Nesta perspectiva, o sujeito interfere, atua,
modifica o ambiente e é por ele modificado. Esta concepção
desenvolvimentista entende a aquisição de conhecimento como uma
construção permanente, isto é, o sujeito nem nasce pronto, como
acreditava a concepção inatista, nem é passivo diante do meio, como
acreditava a concepção ambientalista.
Portanto, nossa concepção de aprendizagem é a construtivista,
definida por Solé e Coll 2003 “o construtivismo é um conjunto articulado
de princípios em que é possível diagnosticar, julgar e tomar decisões
fundamentais sobre o ensino” (2003 p.35).
Concluímos que, o conhecimento não é concebido como uma cópia
do real, incorporado diretamente pelo sujeito, não é uma impressão que o
mundo externo realiza na mente, um processo de fora para dentro. A
construção do conhecimento pressupõe uma atividade, por parte do
sujeito, que organiza e integra os novos conhecimentos aos já existentes,
sendo, portanto, o protagonista do seu próprio processo de aprendizagem,
é alguém que vai produzir a transformação que converte informação em
conhecimento próprio. Construção que se dá a partir de situações nas
quais o sujeito possa agir sobre o que é objeto de estudo, pensar sobre
ele, recebendo ajuda, sendo desafiado a refletir, interagindo com outras
pessoas.
Baseado nisso, adotamos o modelo de ensino relacionado ao
construtivismo que segundo Wilson (1992), definiu como “Planejar,
proporcionar e avaliar o currículo, ótimo para cada aluno, no contexto de
uma diversidade de indivíduos que aprendem” (2001 p. 54). Nossa
aprendizagem é estabelecida através da resolução de problemas, e
pressupõe uma intervenção pedagógica de natureza própria. Um modelo
de ensino que reconhecendo o papel da ação do aprendiz e a
especificidade da aprendizagem de cada conteúdo, propõe que a didática
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12. construa situações em que o aluno precise pôr em jogo o que sabe no
esforço de realizar a tarefa proposta, mobilizando conhecimentos que já
possui, usando-os para construir novos conhecimentos.
1.1. ESCOLA – TERRITÓRIO DA INFÂNCIA
Primeiramente trataremos da escola como fator essencial, como um
valioso espaço que contribui nas práticas do ensino-aprendizagem, no
desenvolvimento de valores essências para o convívio humano. Nesse
sentido, cabe a escola proporcionar oportunidades que ofereça igualdade
de condições para o acesso e permanência na escola, inspirada no
principio de liberdade de aprender, no pluralismo de ideias e de
concepções pedagógicas e nos ideais de solidariedade humana, garantindo
as crianças num processo de aprendizagens interativo, acesso a cultura,
ao conhecimento cientifico, artístico e tecnológico.
Acreditamos em uma escola constituída num ambiente aberto, de
transformações, pautada nos princípios de igualdade e liberdade para
aprender; no pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e
permanência. Todavia, promover ideais de solidariedade humana na
escola é um dever a comunidade escolar nos dias de hoje,
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13. Cabe à escola, zelar pela inclusão social de nossas crianças,
mantendo-se atenta as necessidades e formas de aprendizagens que
permeiam uma educação contemporânea, com suas especificidades de
como aprende e desenvolve. Nesse sentido Carvalho explicita que:
“Essas concepções não nos autorizam a pensar numa
escola centrada em si mesma, como uma ilha e
distante dos interesses dos alunos. A escola deve ser
também, o espaço da alegria onde os alunos possam
conviver desenvolvendo sentimentos sadios em relação
ao “outro”, a si mesmos e em relação ao conhecimento.
Para tanto a pratica pedagógica deve ser inclusiva, no
sentido de envolver a todos e a cada um, graças ao
interesse a motivação para a aprendizagem.” (2010,
p.32)
Numa perspectiva dialógica salientamos que a escola se coloca como
espaço privilegiado para o domínio dos conhecimentos básicos e
avançados e, sobretudo com fins de complementaridade à educação da
família. Enfim, nossa escola tem como princípio fundamental a construção
da aprendizagem e do desenvolvimento levando em conta e valorizando
as diferenças, a singularidade, heterogeneidade e subjetividade da
criança, fator fundamental para potencializar o desenvolvimento de um
processo coletivo de aprendizagem.
1.2 ALUNO – CRIANÇA/INFÂNCIA
Num processo de construção de conceitos teóricos nos
embasaremos na concepção de criança, como protagonista no processo da
educação infantil. Orientamo-nos pelos princípios básicos do
desenvolvimento, da autonomia da interação e inclusão social, assim
objetivamos o pleno desenvolvimento integral da criança e a construção
da autonomia infantil.
Em um breve histórico, verificamos que foi no início do século XV
que surge às primeiras as primeiras preocupações com a educação das
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14. crianças pequenas. Nesta época, a criança era considerada um pequeno
adulto, que executava as mesmas atividades dos mais velhos. O
importante era a criança crescer rápido para entrar na vida adulta. No
século XVI e XVII os colégios existentes eram dirigidos pela igreja e
estavam reservados para um pequeno grupo de cléricos (principalmente
do sexo masculino), de todas as idades.
Enfim, a educação entra no século XVIII um pouco mais pedagógica,
porem, é nessa época que surge o castigo corporal como forma de
educação disciplinar, por considerar a criança frágil, incompleta que
precisa a prender obedecer a determinadas regras impostas pela
sociedade da época. Também surgem nos países mais desenvolvidos, ou
seja, no velho continente, as primeiras creches para abrigar filhos de
mães trabalhadoras da indústria.
No Brasil, a educação infantil é muito nova, sendo aplicada
realmente a partir dos anos 30 com os mesmos propósitos que nos
demais países e principalmente, como um fator necessário para apoiar a
formação de mão de obra qualificada para a industrialização do país, pois
o intuito da escola de educação infantil era único e exclusivamente tomar
conta dos filhos das mães trabalhadoras. Por volta de 1970 ocorreu uma
crescente evasão escolar e repetência das crianças das classes pobres no
primeiro grau. Por causa disso, foi intitulada a educação pré-escolar
(chamada de educação compensatória) para crianças de 4 a 6 anos.
Nos anos 80, a perspectiva pedagógica vê a criança como um ser
social, histórico, pertencente a uma determinada classe social e cultural.
Ela desmascara a educação compensatória, que delegava à escola a
responsabilidade de resolver os problemas da miséria entre outros. A
educação compensatória começou no século XIX com Pestalozzi, Froebel,
Montessori e McMillan. A pré-escola era encarada por esses pensadores
como uma forma de superar a miséria, a pobreza, a negligência das
famílias. As primeiras iniciativas á criança tiveram um caráter higienista,
cujo trabalho era realizado por médicos e demais profissionais da saúde.
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15. Diante disso, é fato e notório que a educação infantil está
contaminada de concepções, princípios e ideias que ao longo dos tempos
foram sendo criadas e se aprimorando, levando em consideração os
posicionamentos dos adultos, seus interesses pessoais, das instancias
religiosas e mercadologia. Contrapomo-nos a esse modelo educacional,
entendendo que infância e criança estão imbricadas, associam-se
historicamente e culturalmente.
Discordamos da ideia de criança culturalmente defendida pelos
adultos de outrora, onde defendiam que criança é o ser da falta de razão,
de juízo, de controle do corpo. Para essa sociedade “adultocêntrica”,
crianças boas são crianças que permanecem sentadas, são
“comportadinhas”, andam em filas; não se sujam, voltam das escolas
limpinhas e são reconhecidas como um ser imaturo, dependente, que
nada sabe e que precisa, portanto, ser “moldado” para se tornar um
“futuro” cidadão. Uma imagem quase sempre marcada pelo caráter pueril,
ingênuo, simples e prematuro, como afirma Kohan (2005, p. 233).
Assim sendo, vemos as crianças não como falta, mas como sujeitos
sociais e históricos, que produzem cultura e também são produtos desta.
Compreendemos que a ausência não é falta. Neste sentido, não
posicionamos a criança como aquele que não tem voz, mas sim aquele/a
que está aprendendo a falar, que está se constituindo como sujeito na e
pela linguagem. Recorremo-nos então ao conceito de infância defendido
por Agamben (2005), infância como condição da existência humana, e
não apenas como uma etapa passageira do desenvolvimento.
Nessa linha de pensamento entendemos que a escola deve
proporcionar situações nas quais as crianças em seus momentos,
vivenciem diversas experiências, façam escolhas, tomem decisões,
socializem-se e se descubram. Vale ressaltar que não se trata apenas de
uma abordagem sociológica da infância precisamos ir além das relações
das famílias, pensando numa sociedade mais ampla de forma a construir-
se interativamente, criando vínculos afetivos em coletividades. Assim a
infância é uma construção social, histórica e cultural, onde a criança deve
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16. ser vista como sendo um ser ativo, face ao seu mundo próprio e à
sociedade; construtores e modificadores de novos paradigmas, sendo elas
protagonistas da história.
Entendemos a criança como ser de linguagem, verbal e não verbal,
em constante construção e interação, período em que se começa a ler o
mundo e em diferentes formas, na brincadeira, no faz de conta, na
ludicidade, no simbolismo de forma aberta, inocente, ampla e critica.
Concluímos que no tempo de criança temos o tempo da infância que deve
ser visto como único e prazeroso, tempo de aprender, e de aprender como
crianças.
1.3 COMUNIDADE – COMO ENTENDEMOS O TRABALHO
COM AS FAMÍLIAS
“As famílias são elementos constituintes das relações
que acontecem na instituição educativa, afinal as
crianças são pequenas e para se sentirem acolhidas na
creche dependem da sintonia entre a família e os
profissionais da escola. Essa é mais uma das
especificidades dos estabelecimentos de educação
infantil. Nesse sentido, complementariedade e partilha
são palavras decisivas na relação, escola criança e
família.” (BARBOSA, p. 33, 2009)
Que relação é essa entre escola, criança e família?
O que cabe a cada um dos participantes dessa relação?
Essas perguntas nos fazem refletir que a criança, peça chave do
contexto educacional onde essa relação acontece, cabe ser cuidada,
protegida e provocada. Já as duas instituições escola e família precisam
interagir estabelecendo conversas e trocas que possibilitem que ambas se
conheçam dentro de uma perspectiva de respeito e escuta do ponto de
vista do outro.
Concebemos que a base de uma relação cordial e de respeito é
fundamental e se estabelece no cotidiano da escola. Pode ser dentro de
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17. situações conflitantes ou harmoniosas, mas sempre pautadas e
reconhecidas através do diálogo.
“A família é o lugar onde se ouvem as primeiras falas,
com as quais se constrói a autoimagem e a imagem do
mundo exterior. Assim, é fundamental como lugar de
aquisição de linguagem, que a família define seu
caráter social. Nela, aprende- se a falar e por meio da
linguagem a ordenar e dar sentido as experiências
vividas. A família, seja como for composta, vivida e
organizada, é o filtro através do qual se começa a ver e
a significar o mundo.” (SARTI, p. 14, 2004)
Conhecer as necessidades, potencialidades e individualidades das
famílias, permite que o significado de mundo de cada uma delas, ou seja,
a linguagem construída se torne a base do nosso trabalho na escola. É
preciso que a escola junto com a família defina o âmbito de atuação de
cada uma tendo sempre em vista o contexto sociocultural em que estão
inseridas. Assim juntas poderão propor formas de participação
condizentes com a realidade.
Para a autora Heloiza Szymanski (2007) a aproximação como forma
de participação entre escola e família é sempre enriquecedora, pois
garante a família o direito de conhecer o que é feito na escola, como é
feito e para que. Entendemos que quando a escola abre com acolhimento
e clareza as portas e com objetividade nas ações, a tendência das famílias
é sempre colaborar a manter um diálogo que ajuda a conhecer as
particularidades das crianças.
Acreditamos que considerar as expectativas das famílias em relação
ao desenvolvimento das crianças durante o ano letivo, dividindo as
conquistas, os anseios, os passeios enfim as aprendizagens é uma
maneira de compartilhar o acompanhamento do desenvolvimento infantil.
Outra maneira que possibilita às famílias uma participação efetiva no
desenvolvimento nas ações e decisões da escola em geral é o Conselho de
Escola e a Associação de Pais e Mestres, que se reúnem toda primeira
terça-feira de cada mês.
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18. Investimos nesses encontros, pois nessa relação de parceria e troca
de conhecimentos com as famílias, somos formadores e somos formados,
informamos e somos informados. E essa troca nos dá subsídios com
apontamentos preciosos na tentativa de melhorar nossa qualidade de
ensino junto às crianças e fortalecer a relação com as famílias.
“[...] Assumir um trabalho de acolhimento as diferentes
expressões e manifestações das crianças e suas
famílias significa valorizar e respeitar a diversidade, não
implicando a adesão incondicional aos valores do outro.
Cada família e suas crianças são portadoras de um
vasto repertório que se constitui em material rico e
farto para o exercício do diálogo, da aprendizagem com
a diferença, a não discriminação e as atitudes não
preconceituosas.” (MEC/ SEF, Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil, V. 1, p.77, 1998)
1.4. PROFESSORES – EDUCADORES E SEUS PAPÉIS
DIFERENCIADOS
A educação infantil, que há tempos foi caracterizada pelo cuidar
como função assistencialista, atualmente traz como demanda a
necessidade dos profissionais da educação que trabalham com crianças
pequenas de terem uma formação especifica e contínua, pois não se trata
apenas de uma tarefa de guarda, mas de responsabilidade educacional, o
que torna a necessidade de cuidar e de educar indissociáveis.
Concordamos com Barbosa quando afirma que:
“Trabalhar com crianças pequenas exige formação, pois não
é apenas uma tarefa de guarda ou proteção, mas uma
responsabilidade educacional na qual são necessárias
proposições teóricas claras, planejamento e registros.”
(BARBOSA, 2009, p.35).
Atendendo a essa necessidade, a formação continuada dos
professores deve ser um dos principais focos da gestão, levando em conta
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19. as atribuições que ocupam e o constante processo de construção de sua
identidade profissional. Neste aspecto, a formação pautada na “Qualidade
na Educação Infantil”, visa refletir sobre práticas e posturas associadas a
fundamentações teóricas que tratam desta modalidade de ensino.
Contudo, refletir sobre as posturas que educam, o papel do adulto a
concepção de infância entre outras especificidades do trabalho na
educação infantil, requer momentos de formação não apenas para os
professores, mas também com todos os adultos que atuam no ambiente
escolar. Afinal, todos têm papel importante na formação das crianças
através das relações que se estabelecem desde o portão até a sala de
aula. Priorizamos assim momentos de formação em que todos da equipe
escolar participem, refletindo através de leituras, dinâmicas de
sensibilizações que tragam o universo da infância para ser compartilhado
com o grupo.
Reconhecendo-se parte do grupo de educadores da escola, todo o
funcionário quer sejam auxiliares em educação, da equipe de apoio, da
equipe da cozinha, da secretaria, são convidados a compreenderem-se
como profissionais que cuidam e educam as crianças na escola, gerando a
necessidade de formação do coletivo da escola “[...] objetivando a
construção de consensos pedagógicos, ainda que provisórios, que
explicitem a proposta pedagógica, pensando e amadurecendo as decisões
sobre a vida coletiva na escola” (BARBOSA, 2009, p. 39). Ainda como
afirma Barbosa:
“Todos os adultos que participam da escola são educadores.
Pois, mesmo quando executando suas funções específicas,
ensinam as crianças o respeito às suas tarefas profissionais
e o cuidado com os outros.” (BARBOSA, 2009, p.40).
Os momentos de reflexão e discussão do grupo acerca da formação foram
registrados através da produção de cartazes, com escritas e imagens
representativas de um percurso de construção de saberes acerca da
infância e suas especificidades. Neste movimento, que ocorreu com o
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20. coletivo da escola em momentos de Reunião Pedagógica e em HTPCs,
destacamos a fala de Léia, cozinheira da escola, registrada em cartaz
produzido por seu grupo e que sintetiza as discussões, em que os adultos
se colocam no papel de aprendizes frente às descobertas da criança. Léia
afirma que:
“Somos educadores e somos educados através das
experiências vividas com eles.” (Léia, cozinheira)
1.5. EQUIPE GESTORA – A GESTÃO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Advindo de um processo continuo de construção, de reflexão,
discutindo e conceituando: escola, criança e infância, comunidade e
professores, trataremos em especial da equipe gestora, cuja função se
focaliza em direcionar a escola em seus aspectos práticos, pedagógicos,
de ordem funcional e administrativa. Entendemos o trabalho da equipe
gestora como de inovação, de sempre estar com propostas de mudança,
pois o hoje é diferente do ontem e o amanhã diferente dos dois.
Qual o papel de um gestor num processo de mudança ou de
inovação escolar? Podemos dizer que como os processos de inovação não
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21. se desenvolvem sozinhos a liderança é essencial na construção do sentido
de mudança. Nesse sentido, podemos afirmar que o sucesso é mais
garantido quando a liderança é cooperativa, quando o poder é
compartilhado, quando a cultura do individualismo dá lugar á cooperação,
as relações hierárquicas são substituídas pelo trabalho em equipe, a super
visão evolui para animação das práticas e a abordagem contratual
negociada entre parceiros substitui as decisões autoritárias.
Assim, uma equipe de gestão escolar deve ter em seu quadro,
profissionais com conhecimentos e habilidades para exercer uma liderança
compartilhada e responsável, capacidade de trabalhar em equipe e de
comunicação para saber lidar com conflitos, iniciativa, deve saber se
distanciar da lógica burocrática que padroniza as escolas, com ações
democráticas e projetos desenvolvidos em comum acordo, este deve ter
uma visão de conjunto e uma atuação que apreenda a escola nos seus
aspectos pedagógicos, culturais, administrativos, financeiros.
Conceituamos gestão pedagógica segundo Luck “como
entendimento do conceito, de gestão pedagógica, portanto, por assentar-
se sobre a maximização dos processos de mudanças, já pressupõe, em si,
a ideia de participação, isto é, do trabalho associado e cooperativo de
pessoas na analise de situações, na tomada de decisões sobre seu
encaminhamento e na ação sobre elas, em conjunto, a partir de objetos
organizacionais entendidos e abraçados por todos” Luck (2010, p. 17).
Ressalta-se que a gestão educacional, em caráter amplo e
abrangente, do sistema de ensino, e a gestão escolar, referente à escola,
constituem-se em áreas estrutural de ação na determinação da dinâmica
e da qualidade do ensino. Isso porque é pela gestão que se estabelece
unidade, direcionamento, ímpeto, consistência e coerência à ação
educacional, a partir do paradigma. Ideário e estratégias adotadas para
tanto, a gestão deve visar por meio de suas ações e processos
educacionais, melhoria da aprendizagem dos alunos, ressaltando a
formação, garantindo equidade e maximizando as oportunidades e
aprendizagem dos educandos.
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22. Em se tratando de uma gestão pedagógica da aprendizagem e do
desenvolvimento, é necessário que a gestão pedagógica estabeleça
formas de participação em processo de gestão, de forma a alcançar a
participação de todos, assim entendemos como necessário: participação
de toda comunidade escolar na discussão de ideias com contribuições
visando uma aprendizagem melhor, promover reuniões pedagógicas na
escola com professores, pais e alunos; proporcionar estudos do
conhecimento sobre a realidade escolar; visão global do processo social;
dimensão pedagógica entre outros itens que se faz necessário na gestão
escolar.
1.6. O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Quanto ao currículo, a discussão visará trata-lo na escola e sua
relação com o sujeito da aprendizagem, as crianças, assim, todo o foco do
trabalho estará nas habilidades e competências a serem desenvolvidos
através dos conteúdos a serem trabalhados com as crianças, respeitando
o tempo, o espaço e o jeito de como cada um aprende.
Para tanto, ao pensar em currículo, cabe pensar em planejamento,
em ações coordenadas, em atividades significativas e desafiadoras cuja
finalidade seja impulsionar o desenvolvimento das crianças, ampliando
seu conhecimento para que produzam experiência nas práticas sociais.
Dessa forma, conceituaremos currículo segundo Moreira e Candau
(2008, p. 18): "[...] currículo como as experiências escolares que se
desdobram em torno do conhecimento, em meio a relações sociais, e que
contribuem para a construção de identidades de nossos estudantes”.
Dessa forma, ao currículo se relacionam todas as atividades pedagógicas
intencionais que contribuem para a construção de saberes dos alunos na
instituição escolar.
È interessante ressaltar que o professor deve se posicionar como um
mediador entre a proposta curricular e as crianças, numa interação
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23. constate com o conhecimento, num movimento de equilíbrio, desequilíbrio
e reequilíbrio do que se aprende. Essa mediação deve ocorrer através de
atividades significativas para criança.
Enfim, por intermédio do currículo, devemos potencializar uma
aprendizagem contextualizando seu conteúdo, através de práticas
pedagógicas que garantam o desenvolvimento e aprendizagem. Nesse
sentido, um professor que acredita no potencial das crianças e vê o
currículo como uma ferramenta do seu trabalho, deve se atentar a
algumas providências tais como:
Disponibilizar materiais que possibilitem a interação de todas
as crianças;
Promover situações compatíveis para a idade;
Criar contextos inteligentes para as diversas formas de
comunicação e expressão infantil;
Promover trocas e descobertas entre as crianças;
Ressaltar os cuidados, carinhos e afetos entre adulto e
criança;
Estabelecer um clima de confiança para que as crianças se
sintam seguras e construam uma auto-imagem positiva;
Partir dos conhecimentos que os pequenos já possuem e
propor desafios que os façam avançar;
Planejar atividades nas quais as crianças possam confrontar
suas hipóteses espontâneas com hipóteses e conceitos
convencionais;
Preparar diariamente o ambiente para recebê-las;
Coordenar rodas de conversa, nas quais se privilegia a voz da
criança;
Analisar as produções infantis sistematicamente e selecionar
com as crianças, aqueles que serão expostos;
Manter comunicação aberta com os familiares a fim de
conhecer melhor as crianças;
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24. Articula diferentes áreas do conhecimento com projetos
interdisciplinares e transdisciplinar;
Favorecer a expressão por meio da linguagem interagindo com
as crianças e proporcionando a conversação entre elas;
Fundamentar-se nos princípios pré-estabelecidos pela escola e
conforma estabelece as diretrizes curriculares nacionais.
Concluímos, explicitando a importância de se trabalhar o currículo
no contexto escolar, possibilitando a construção de saberes de forma
construtiva e interativa. Contudo cabe ressaltar a criança como sujeito
ativo, capaz de pensar, simbolizar, agir e transformar suas ações em
conhecimento, em linguagem e pela linguagem, construindo e interagindo
coletivamente e individualmente.
O currículo como instrumento que define o que se considera o
conhecimento válido, deverá se organizar de forma que os alunos
construam as seguintes capacidades de:
Brincar, ampliando suas capacidades expressivas e simbólicas,
reelaborando significados sobre o mundo, sobre os contextos e as relações
entre os seres humanos;
Ampliar o conhecimento sobre seu corpo, suas possibilidades de
atuação no espaço, bem como desenvolver e valorizar hábitos de cuidado
com a saúde e bem estar;
Construir uma imagem positiva de si, com confiança em suas
capacidades, atuando cada vez mais de forma autônoma nas situações
cotidianas;
Conhecer diferentes manifestações culturais como constitutivas de
valores e princípios, demonstrando respeito e valorização a diversidade;
Construir e ampliar as relações sociais, aprendendo a articular
seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando as
diferenças e desenvolvendo atitudes cooperativas;
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25. Valorizar e desenvolver atitudes de preservação do meio
ambiente, reconhecendo-se como integrante dependente e agente
transformador do mesmo;
Construir e apropriar-se do conhecimento organizado nas
diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita),
utilizando-as para expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e
desejos, ampliando sua rede de significações;
Aprender a buscar informações de forma autônoma, exercitando
sua curiosidade frente ao objeto de conhecimento.
Neste ano de 2012 prosseguiremos com o trabalho de formação do
grupo iniciada em 2011 e voltada para “Qualidade na Educação Infantil”,
destacando a função social (acolher, para educar e cuidar), função
política ( respeitando os direitos sociais e políticos, de participação,
visando a formação para a cidadania) e função pedagógica da escola
(lugar privilegiado de convivência, ampliação de saberes e conhecimentos
de diferentes naturezas entre crianças e adultos). (BARBOSA, 2009)
Para isso, utilizaremos como referência para a formação e o debate
sobre a concepção do trabalho com criança pequena na educação infantil
o Referencial “Práticas cotidianas na educação Infantil – bases para a
reflexão sobre as orientações curriculares” de Maria Carmen Silveira
Barbosa, publicado pelo Ministério da Educação (2009). Embasados nesta
fonte, nosso trabalho buscará compreender que...
“A educação infantil, em sua especificidade de primeira
etapa da educação básica, exige ser pensada na
perspectiva da complementaridade e da continuidade.
Os primeiros anos de escolarização são momentos de
intensas e rápidas aprendizagens para as crianças. Elas
estão chegando ao mundo aprendendo a compreender
seu corpo e suas ações, a interagir com diferentes
parceiros e gradualmente se integrando com e na
complexidade de sua(s) cultura(s) ao corporalizá-la(s)”.
(BARBOSA, 2009, p.20.)
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26. 1.7. PERÍODO INTEGRAL – POSSIBILIDADES E DESAFIOS
1.7.1. INFANTIL II – CRIANÇAS ENTRE 2 E 3 ANOS
Uma história recente...
Era uma vez, em 2010 o início desta história...
“[...] nossa preocupação era atender com qualidade
crianças de uma faixa etária inferior a que atendemos
em nossa unidade há 42 anos (4 a 6 anos), respeitando
suas especificidades, necessidades, diante de um
espaço que em nada se assemelhava a estrutura da
creche.” (PPP 2011)
Para o ano de 2011:
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27. “[...] a preocupação com a formação das professoras e
do auxiliar também fazem parte das ações
permanentes que objetivam um olhar voltado para a
infância e principalmente para as especificidades desta
faixa etária mediante a intencionalidade educativa do
fazer pedagógico.” (PPP 2011)
Essa formação esteve voltada o tempo todo para a adequação dos
espaços e para a rotina “[...]A organização do ambiente é uma parte
construtiva e irrenunciável do projeto educacional, já que ela traduz uma
maneira de compreender a infância do papel da educação e do professor”
(BARBOSA, 2009, p.94). Assim, com algumas adequações no espaço
desenvolvemos temáticas voltadas para ações de educar e cuidar como:
conquista da autonomia, construção da identidade, das manifestações
corporais e expressivas da criança e da ludicidade. Mas por que discutir
sobre educar e cuidar na creche?
Segundo Carvalho (2006), a palavra “cuidar” pode ser definida por
inúmeros significados, “ reparar, prestar atenção em, preocupar-se com,
interessar-se por, tratar da saúde e do bem estar de alguém, ter muita
atenção consigo mesmo, zelar diligentemente pelo outro, e ainda
ponderar, pensar, projetar”. Só reparar, prestar atenção não é o
suficiente, com crianças pequenas é preciso ter uma intencionalidade
pedagógica nestas ações, nessa linha de pensamento que incorporamos o
educar, ou seja, unimos as ações do cotidiano como tratar do bem estar
das crianças com o que chamamos de um contexto pedagógico.
Com esses estudos realizados durante o ano de 2011 com as
professoras e com o educador foi possível descobrir que em relação as
nossas crianças o contexto pedagógico precisava estar repleto de
expressividade e ludicidade. O convívio com os adultos não se reduzia a
cuidar, proteger e esperar. Era muito mais precioso. Cuidar sim, sempre,
pois as crianças precisavam de alimentação, higiene e conforto. Mas não
era só isso, cuidar e educar é indissociável e uma ação complexa.
De acordo com Barbosa:
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28. “[...] cuidar e educar significa afirmar na educação
infantil a dimensão de defesa dos direitos das crianças,
não somente aqueles vinculados a proteção da vida, a
participação social, cultural e política, mas também aos
direitos universais de aprender a sonhar, a duvidar, a
pensar, a fingir, a não saber.” (2009, p. 69)
Nessa perspectiva, as reflexões que ocorreram durante o ano
ficaram voltadas para as práticas cotidianas como os momentos das
conversas, histórias, brincadeiras, experimentações, repouso,
investigações, leituras e cantorias de modo que essas ações provocassem
o desejo de explorar e descobrir das crianças. Os educadores ficaram mais
atentos para as falas das crianças, colhendo suas opiniões sobre os
momentos das rotinas sobre suas preferências e seus descontentamentos
e choros.
Mas o trabalho não parou por aí! Tem mais! Para o ano de 2012 com
a dupla de professoras novas alguns conhecimentos foram explorados e
socializados. Pensamos para este ano descortinar alguns conceitos tão
importantes e atuais para a educação das crianças pequenas. São eles: a
fala ou melhor dizendo o desenvolvimento da linguagem, o desenho, e a
brincadeira.
Na faixa etária de 2 a 3 anos a aquisição da linguagem é a maior
conquista da primeira infância. Podemos afirmar que segundo Mello (p.9)
“as crianças viram perguntadeiras e conversadeiras”. Mais do que uma
necessidade individual a apropriação da linguagem é uma necessidade no
coletivo, no convívio com o outro.
Assumindo uma postura de provocar e manter essa conversação
durante este ano refletiremos sobre as possibilidades das crianças em
construir linguagens, termo este muito utilizado na literatura acadêmica
no que se refere a expressão cultural, a diferentes manifestações
artísticas e científicas da vida.
Conforme afirma Barbosa:
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29. “Nas crianças pequenas as linguagens são aprendidas
nas ações, corporais, gestuais e verbais que acontecem
no encontro entre crianças e crianças, entre crianças e
adultos e entre adultos e adultos, propiciadas através
de ações como correr, falar, chorar, cantar ou ainda
atividades mais integradas com a presença de
fantoches, do teatro de sombras, de diálogos, de
maquiagens e de outros materiais que favoreçam o
encontro entre o movimento do corpo e as linguagens
para a produção de significados.” (2009, p. 85)
Nessa linha de pensamento elaboramos já no início deste ano a ideia
de que quando as crianças desenham, brincam de roda, com palavras, ou
apenas brincam livremente pelo pátio, significa que estão elaborando suas
capacidades linguísticas e cognitivas e suas capacidades de argumentação
e explicação, ampliando assim o seu conhecimento de mundo.
Investir na brincadeira e ampliar as possibilidades de expressão,
considerando que as crianças pensam e investigam, pois “[...] passam os
dias brincando, transformando e inventando coisas com prazer”
(CARVALHO, 2006, p. 31), será uma de nossas tarefas da educação.
Resgatando os escritos da autora Sueli Amaral Mello (p.9) nos
apropriamos de algumas tarefas da educação que acreditamos serem
fundamentais para o professor nesta faixa etária, são elas:
“Aprofundar as experiências das crianças com
movimentos (andar, subir e descer escadas, correr,
pular, mover o corpo com mais desenvoltura) por
meio de passeios, pular de pequena altura, subir e
descer de pneus e caixas, engatinhar por baixo e
por meio de coisas.
Ensinar a independência em relação atos simples
(reconhecer suas coisas na creche, guardar seus
pertences na mochila, guardar o chinelo/ sapato,
encontrar seus sapatos no final das atividades, lavar
as mãos... mais tarde, cuidar da sua própria
higiene: vestir-se e desvestir-se, escovar os dentes,
pentear-se.
Ensinar (quem ainda não sabe) a usar sozinho
objetos de uso diário.
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30. Ensinar a explorar e usar brinquedos e guardar no
final das atividades.
Estimular a linguagem oral (falando com as crianças
e ouvindo-as).
Aperfeiçoar a percepção visual, auditiva e tátil no
manuseio de livros de história e revistas, a atenção
por meio de histórias, passeios e materiais
diversificados.
Aproveitar as situações para exercitar a fala, a
memória e o pensamento das crianças.
Ensinar a conviver com os amigos, dividindo,
compartilhando, esperando e brincando muito.”
1.8. SEMI – MANHÃ E TARDE
1.8.1. A CRIANÇA ENTRE 3 A 6 ANOS
Estes dois agrupamentos possuem a característica de atender
crianças com diferentes idades no contra turno do período regular, ou
seja, as duas turmas são compostas por crianças de diferentes
agrupamentos. Acreditamos que essas características contribuem para a
ampliação de vivências entre as crianças, para a construção de saberes e
superação de dificuldades.
Um dos objetivos das professoras para o trabalho com as crianças
destas faixas etárias é o de desenvolver um trabalho de valorização das
diversidades e respeito às necessidades individuais, considerando as
diferentes idades que compõem estas turmas, a fim de que as
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31. experiências e saberes dos grupos possam ser compartilhados e
ampliados.
Um dia em uma escola de educação infantil é recheado de
conhecimentos muito importantes. Podemos dizer que o cotidiano é cheio
de coisas de criança.
“O que existe dentro da Pirâmide
– Muitas pedras.
– Diversos monstros
– Mas Lá não tem janela, será que ele não morre, sem
respirar?
– É mesmo, Divani, ele vira múmia e vai dormir lá.
– E como eram feitas as múmias?
– Ah!!! Eles pegavam um morto e colocavam panos até
a pessoa ficar bem dura.
– Mas, se você apenas enfaixar essa pessoa, será que
não fica cheirando mal?
– Eles usavam álcool para que o morto não morresse.”
(CARVALHO, 2006, p. 28)
Coisas de criança são histórias, conversas, brincadeiras,
imaginações, investigações, amizades, contemplações e muito mais. É o
acesso a um mundo grande, interessante e ao alcance das crianças. Este
mundo que nos referimos tem relação com alguns conceitos que serão
focos de estudo no acompanhamento da formação das professoras e dos
educadores durante este ano de 2012. São eles: tempos e espaços,
imaginação, identidade e brincadeiras. Estes temas serão estudados e
refletidos através de práticas pedagógicas que envolvam as crianças e os
adultos.
Com relação às práticas pedagógicas, tomamos como referência
acadêmica a autora Sueli Amaral Mello (p.18) quando afirma que para a
faixa etária de 3 a 6 anos as tarefas da educação são:
Relacionar- se com os outros.
Aprender os hábitos e costumes culturais
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32. Interpretar o que vão conhecendo, buscando
explicações para as situações e fenômenos que
vivenciam, expressando- se através das diferentes
linguagens (desenho, modelagem, fala, dança,
dramatização e pintura)
Desenvolver uma atitude de cuidado em relação a
natureza, as outras pessoas, a si mesmas.
A partir destas tarefas serão pensadas atividades para que as
crianças eduquem os sentidos, o pensamento, a estética e também
atividades que favoreçam uma educação científica. Essas atividades
estarão sustentadas nos conteúdos que farão sentido para as crianças.
“[...] tudo o que elas queiram conhecer, com tudo o
que trouxermos para a sala e para a escola (livros,
vídeos, objetos da natureza, brinquedos, material
reciclável, música) e situações (leitura de histórias,
brincadeiras modernas e brincadeiras dos tempos dos
avós, contato com a natureza, passeios pelos arredores
da escola, picnics, idas a biblioteca...).” (p. 19)
Enfim é um consenso entre os educadores que estarão envolvidos
nestes estudos durante este ano, que as crianças passam a maior parte
de seu tempo na escola, então será nossa tarefa descobrir que tempo é
este? Que coisas de criança são criadas e transformadas neste espaço?
Esse será o nosso desafio: perseguir os caminhos das crianças, na busca
pelo conhecimento.
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33. 2. INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS
Objetivando discutir a qualidade na educação infantil, elaboramos
conjuntamente, nós, equipe gestora, professores, funcionários,
orientadora pedagógica, princípios educacionais que promovam a
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, bem como
melhor qualidade de aprendizagem e desenvolvimento da criança.
Contudo, ressaltamos a diversidade presente em nossa comunidade em
aspectos, sociais, econômicos e culturais, aspectos esses que de certa
forma, potencializam nosso trabalho.
Primeiramente, entendemos ser relevante conhecer o conceito do
termo principio, que segundo o Dicionário Aurélio define como “preceitos,
regras” (2000, p. 557), assim, ressaltamos que, ao tratar de princípios
enfatizaremos uma coadunação entre educação e os princípios aqui
explorados, pois entendemos que ambos estão relacionados. Segundo
Luckesi (1990, p. 21):
“A educação é uma prática humana direcionada por
uma determinada concepção teórica. A pratica
pedagógica está articulada com uma pedagogia, que
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34. nada mais é que uma concepção filosófica da educação,
tal concepção ordena os elementos que direcionam a
prática educacional.”
Considerando ser esse momento um fato histórico e relevante, não
apenas pelo assunto apresentado, mas pela significação do contexto na
contemporaneidade e das conquistas nessa primeira etapa na Educação
Básica, trataremos de alguns princípios relacionados à educação infantil.
Diante do exposto, apresentaremos os princípios que regem a
educação infantil em nossa escola, observando que os mesmos foram
organizados em cinco tópicos, cujo objetivo foi o de facilitar o manuseio,
leitura e compreensão, realizável pelos leitores. Explicitamos que segundo
Barbosa (2009, p. 59) os princípios que trataremos são:
Diversidade e singularidade;
Sustentabilidade e participação;
Indissociabilidade entre educar e cuidar;
Ludicidade e brincadeira;
Estética como experiência individual e coletiva.
Assim, esperamos que, esses princípios se constituam como mais
um passo na direção transformadora, entre práticas reais do cotidiano
educacional, bem como sendo parâmetros de qualidade, garantindo os
direitos das crianças de dois a seis anos na educação infantil. Para tanto
se faz necessário, refletir a cerca de como se constrói a aprendizagem,
rever práticas cotidianas, bem como consensos entre pares buscando
sempre melhorias no processo de aprendizagem, que ao nosso ver devem
ser sempre revistos e renovados, de forma democrática, contemplando as
necessidades sócio-educacionais, culturais em constantes mudanças,
incorporando novos conhecimentos relacionados às crianças pequenas.
Importa salientar o desenvolvimento em instituições educacionais, bem
como os diversos ambientes familiares e sociais que interagem e se
desenvolvem bem como suas variadas formas de expressão.
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35. Clarificamos que todas essas informações devem estar em
congruência com o que abordaremos a seguir, assim sendo,
explicitaremos os princípios, detalhadamente.
2.1. PRINCÍPIO – DIVERSIDADE E SINGULARIDADE
Entendendo ser diversidades, diferenças, semelhanças, variedades
em aspectos sociais, culturais, linguísticas, entre outros, buscamos
abordar a diversidade em todos os seus aspectos. Quanto à singularidade,
ressaltamos a mesma como individual, contudo, trataremos da
diversidade humana enfatizaremos a diversidade de características:
Físicas, psíquicas, sociais, culturais e biológicas do ser humano presentes
na escola.
Logo se faz importante estudarmos esse princípio na escola,
esclarecemos haver dois lados, o positivo e o negativo. O lado negativo da
diversidade na escola, não se dá pelo fato da existência da diversidade, e
sim, pela não aceitação do diverso, pelo não entendimento de que somos
diferentes, pela falta de formação para compreendermos como cada
criança aprendi, seus tempos, seus ritmos e suas necessidades
individuais. Reiteramos que trataremos o lado positivo da diversidade,
cujas diferenças possam vir acrescentar conhecimentos e não gerar
exclusão.
Assim, nos apoiamos numa educação sócio-construtivista, cujo
objetivo está focado no estudo do passado para entender o presente e
transformar o futuro. Distanciando-nos de um passado recente, onde o
objetivo da escola era apenas o de preparar a criança para o ensino
fundamental, ou um preparo para o seguimento seguinte, propomos uma
educação infantil voltado para o desenvolvimento das aprendizagens para
criança pequena, como um ser em desenvolvimento integral, em seu
tempo, espaço e possibilidades específicas.
Após a constituição federal de 1988,o Estatuto da Criança e
Adolescente e lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional LDB de
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36. 1996 entre outros documentos de nível nacional e mundial, surge à
preocupação no sentido de compreender que todas as crianças brasileiras
são diversas e tem direito a uma escolarização que valorize essa
diversidade. Quanto à singularidade, a qualidade do que é singular, a
unicidade, ressaltamos práticas que respeitem as particularidades das
crianças em todos os seus aspectos, pois na diversidade produzem
mediante sua individualidade.
Assim, entendemos que, toda criança merece ser respeitada,
preservada e compreendida em sua singularidade, nas práticas
educativas. Contudo, consideramos que devem ser ouvidas, devem se
expressar, interagir, devem ser respeitadas em sua singularidade e
sentimentos, pois de acordo com o exposto, cada criança tem sua forma
de ser e se manifestar diversificadamente, socialmente e culturalmente.
Dessa forma, é importante garantir o respeito à singularidade numa
diversidade, tanto familiar, quanto na comunidade ou em ambientes
escolares, preservando o convívio social, entretanto a escola deve ensinar
a viver conjuntamente, se desenvolver solidariamente. Torna-se
importante, reflexões a esse respeito, discussões e metodologias que
tratem desse principio fundamental a humanidade.
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37. 2.2. PRINCÍPIO – SUSTENTABILIDADE, DEMOCRACIA E
PARTICIPAÇÃO
Na qualidade de definir, de investir na concepção sustentável,
democrática e participativa de gestão, envolvemos todos os segmentos
presentes no processo educacional: crianças, pais, professores, gestores e
funcionários. Afinal, a educação das crianças pequenas é uma
responsabilidade a ser compartilhada.
Primeiramente trataremos da gestão relacionada ao princípio
democrático, pois entendemos que surge como condição, segundo
Barbosa (2009, p.65).
“Na gestão, o principio democrático surge como
condição para o encontro das combinações e dos
conflitos entre equipe diretiva e demais membros das
escolas. Trata-se de garantir para o estabelecimento
educacional de crianças pequenas um lugar de
formação de projetos e de experiências de vida
integradas a partir da promoção de condições de
existência e de iniciativa para cada um dos
participantes que são, ao mesmo tempo, diferentes de
todos, mas, como sujeitos, iguais a todos.”
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38. Assim, é fundamental observar as práticas pedagógicas, observar
que cabe a gestão organizar e gerir as escolas, dar ênfase a democracia e
a participação. É importante ressaltar que as crianças devem ser
protagonistas em suas interações no coletivo, portanto, também com
direito a participarem de algumas definições políticas e pedagógicas da
vida escolar.
Segundo convenção Internacional sobre os Direitos da Criança da
(ONU, 1989) a criança passa a ter o direito à participação em diversas
situações sociais, elas podem “falar” em seu próprio interesse. Isto é, as
crianças podem participar de decisões, desenvolver suas opiniões,
participar das escolhas no ambiente escolar, ou seja, participar como
protagonista da sua aprendizagem,e do seu processo de desenvolvimento.
Assim, afirmamos os direitos das crianças, e reconhecemos esses
direitos como direitos absolutos, porem, não devem ser impostos nem tão
pouco estáticos.
É imprescindível numa sociedade contemporânea, a mobilização de
toda a sociedade civil organizada para a construção de novos direitos e a
reflexão e manutenção dos já existentes, condicionando-os as
experiências, aos processos de aprendizagens e desenvolvimento da
criança, condicionados aos direitos e deveres dos pais ou responsáveis, as
responsabilidades de toda a equipe escolar, bem como por leis.
Segundo Barbosa (2009, p.67), a participação das crianças na
escola não se reduz à atenção, aos desejos individuais e interesses
momentâneos de um grupo, muito menos à espera dos adultos pela
“clareza” das “palavras” que comunica interesses ou opiniões naquilo que
as afeta no coletivo”.
Logo a seguir, trataremos de sustentabilidade como principio,
explicitaremos o imbrincamento da sustentabilidade com a democracia na
gestão educacional. Clarificamos que uma instituição escolar necessita ser
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39. sustentável economicamente, socialmente e culturalmente. Enfim,
concluímos que, sustentabilidade, democracia e participação como
princípios políticos se encarregam de direcionar e organizar a gestão
escolar, devendo estar comprometidas com os princípios éticos e estéticos
no cotidiano, com os que compõem a escola, crianças, professores,
famílias, gestores, entre outros.
Concluímos que, esse princípio deve ser articulado na vida escolar,
não devendo estar e permanecer estático, no currículo, mas inseridos na
vida, na interação.
2.3. INDISSOCIABILIDADE ENTRE EDUCAR E CUIDAR
Sabendo que o termo dissociar vem especificamente para significar
“separar o que estava associado; desunir; desagregar. v. t.” assim
partimos para entender que com a junção do prefixo “in” na palavra
dissociar caracteriza uma outra base de significação, alterando o
significado,então (in+dissociabilidade) conceituaremos como qualidade
indissociável, ou seja, de não separar, contudo, cabe ressaltar que educar
e cuidar são indissociáveis, não se separam. No inicio da educação infantil
a função da escola era apenas cuidar, para que mães trabalhassem. Essa
visão arcaica propunha um trabalho com foco no atendimento às
necessidades físicas, como alimentação, higiene, conforto. Conforme o
passar do tempo, a educação infantil passou a ser considerada a 1ª etapa
da educação básica, ou seja, a ter caráter educativo e com isso, foi
necessário interrogar e pensar suas especificidades.
Assim, se faz necessário primeiramente, o que nos traz WINNICOT
(1982, p. 214)
A função da escola maternal não é ser um substituto
para uma mãe ausente, mas suplementar e ampliar o
papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe
desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de
infância, será possivelmente considerado, de modo
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40. mais correto, uma ampliação da família „para cima‟, em
vez de uma extensão „para baixo‟ da escola primária.
Entendemos que o cuidar ultrapassa processos ligados a proteção e
ao atendimento das necessidades físicas. Cuidar inclui acolher, garantir
segurança, alimentação, incentiva a curiosidade e a expressividade infantil
em um movimento de educação através do cuidado. Nesse sentido, cuidar
é educar, é dar condições para o pleno desenvolvimento das crianças
explorarem ambientes e se desenvolverem, portanto cuidar e educar são
dimensões indissociáveis de todas as ações dos educadores, implica entre
outros:
Acolher nos momentos difíceis, fazê-la se sentir confortável e
segura.
Garantir experiência bem sucedida de aprendizagem, sem
discriminação.
Cuidados mútuos, autonomia, trabalhar na perspectiva de que as
crianças aprendam a se cuidar mutuamente, respeitando as
diferenças, provendo autonomia.
Concluímos que, cuidar e educar parte das relações da escuta, do
afeto, dos desejos, inquietações e da necessidade de aprender a se
desenvolver. Educar e cuidar sempre devem estar juntos, imbricados,
misturados.
2.4. PRINCÍPIO - LUDICIDADE E BRINCADEIRA
“Quanto tempo leva uma passagem de afetos, o tempo
para encontrar uma alegria da vida?” (Pablo Neruda)
O quarto princípio, ludicidade e brincadeira pressupõe que
entendamos o que seja e como acontece, por conseguinte entendemos
que o brincar pressupõe regras, possibilidades, tempo, espaço e inovação,
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41. é um campo de ação, de experimentação, rumo a uma construção
significativa, prazerosa no processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Segundo Baron, “a brincadeira é um campo de ação, tensão, de
construção e de abertura para a aprendizagem carreie o desenvolvimento;
é uma zona de experimentação é criação” (2002, p.53).
Contudo, o respeito é incondicional ao brincar, sendo esse principio
essencial a criança, e uma das atividades mais importante para a
construção das funções psicossuperiores na educação infantil. Portanto,
compreendemos que as funções psicossuperiores, exemplificando como
fala, a imaginação, a memória, o autocontrole da conduta; desenvolvem-
se através das relações interpessoais onde o brincar se faz de
fundamental importância. Dessa forma a criança se relaciona consigo
mesma e interage socialmente com outras crianças, ou melhor, com o
meio que se dispõe na brincadeira.
Assim, ao brincar, a criança necessita de: cuidados corporais,
atenção, diálogo cooperação e de estabelecimento de regras, pois a
brincadeira perpassa pelo campo da confiança, cuidados, atenção e
segurança, num ambiente que favoreça o êxito das ações desenvolvidas
pela criança.
É interessante ressaltar a autonomia, como direito pessoal, pois são
suas primeiras experiências, brincar requer gostar de brincar, requer
experiências sensoriais e motoras, é uma experiência criativa.
Como pratica cultural, percebemos o brincar como uma atividade
lúdica e universal, que supõe aprendizagens e o desenvolvimento de
repertórios, pois é por meio da brincadeira que a criança adquire as
primeiras representações do mundo, artefatos, se expande
linguisticamente, observa e se desenvolve com o auxílio dos adultos.
Consideramos que num contexto lúdico, a brincadeira e a ludicidade
se mostram correlacionadas por meio de muitas ações sendo as crianças
protagonistas, realizando ações não apenas para comunicar ideias e sim
para brincar sem compromisso, contudo, o planejamento das situações
lúdicas e demais atividades, requer o preparo de materiais (recurso),
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42. organização de espaços, tempo, estratégias e ação, com o intuito de
garantir um contexto que ofereçam oportunidades para as crianças.
Quanto à ludicidade, Zaporozhets ressalta que “É indispensável o
desenvolvimento amplo e o enriquecimento máximo das formas
especificamente infantis de atividade lúdica, pratica e também da
comunicação das crianças entre si e com os adultos “(1987, p.247).
Tendo em vista os aspectos observados, ressaltamos o ambiente,
como fundamental, dessa forma enfatizamos a importância do ambiente
ser seguro, limpo e confortável propiciando atitude e o descanso,
movimento a atividade exploratória, minuciosa, num pertencimento social
na tentativa de representando o papel do adulto.
Brincar e brincadeira são uma experiência inaugural de sentir-se,
aprender a criar e aprender linguagens, nesse sentido enfatizamos a
importância do Planejamento, organização de espaços, tempos e
materiais, preparação do ambiente físico que converta ao lúdico, ás
descobertas e á diversidade. No entanto devemos nos preocupar que esse
ambiente deva ser seguro, limpo, confortável, propiciando atividades e
descanso, movimento e exploração, bem como lugares desafiadores para
o desenvolvimento das brincadeiras.
Concluímos que, ao brincar a criança constrói, desenvolve
repertório, vocabulário, artefatos, experiências, sentimentos, expressões,
fantasias, sonhos e ideia; Assim, entendemos a Brincadeira como
experiência vivida, interpretada, construídas por cada criança e cada
grupo de crianças em seu contexto cultural dado por tradições. Cabe
destacar que o ato de brincar não é preparação para nada, é fazer o que
se faz em total aceitação da brincadeira não mantendo apenas relação
com o futuro, mas um bem viver no presente.
Dado o exposto, é imprescindível que professores reflitam,
reaprendam, maravilhe-se, sensibilize-se, atente-se para transformar o
ambiente escolar em local onde predomina o lúdico, cabendo esse desafio
aos educadores.
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43. 2.5. PRINCÍPIO – ESTÉTICO COMO EXPERIÊNCIA
INDIVIDUAL E COLETIVA
Ao abordar o principio estético, nos apoiaremos em Mattos e
Ferreira (2004, p. 50) que afirma.
“Ora, se morar em uma residência fixa, trabalhar
formalmente e constituir família são padrões sociais
que caracterizam os indivíduos normais, logo, sem
residência fixa, sem família e trabalho formal, as
pessoas em situação de rua são alvos de investidas
ideológicas que acentuam suas anormalidades.”
O texto nos faz refletir sobre os perigos da estética que nem
sempre tem um sentido positivo, falamos aqui da estética do igual, da
padronização, do normal quê se vincula erroneamente a aceitação do
outro como ser humano, essa estética quando vinculada a padrões sociais,
estabelece regras para viver numa determinada classe social, e quem não
está dentro dessa estética imposta por essa classe esta dentro de uma
anormalidade, pois, para essa sociedade o normal é ter família com pai,
mãe, irmãos e etc, enfim, podemos concluir que a estética familiar como
aponta o texto, é determinante para dividir a sociedade em classes,
valorizando e potencializando a exclusão social.
Mas vamos avançar e entender mais sobre esse princípio que é tão rico?
Filosoficamente, o termo “estética”, designa uma dimensão
humana, caracterizando algo como belo, agradável, sublime, grandioso,
alegre, gracioso, poético ou então como feio, desagradável, inferior,
desgracioso, trágico. O termo “estética” pode ser utilizado em diferentes
sentidos, nomeadamente enfatizaremos o sentido positivo, rumo ao belo,
ao gracioso, estética do fazer bem feito, perfeito, com qualidade, assim
entendemos que parte do estimulo, da criatividade, do espírito inventivo,
da curiosidade pelo inusitado.
É importante salientar que grandes aliados da estética como os
fatores físicos e mecânicos,são determinantes nos modos de produzir,
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