O documento fornece diretrizes para a produção de roteiros para rádio, enfatizando a importância de: 1) escrever de forma clara, coloquial e direta para o ouvinte; 2) testar o roteiro em voz alta para evitar ambiguidades; e 3) usar recursos como pontuação e pausas para tornar o significado claro quando lido em voz alta.
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
O texto em rádio
1. Ivanice Lima
Para citar este slide:
LIMA, Ivanice. O texto em rádio. Recife: a autora, 2010. 16
slides: color.
2. O processo deve dar ao ouvinte a impressão de que
o radialista está falando com ele e não lendo para
ele tudo deve parecer espontâneo;
Formas coloquiais, linguagem direta, concisa, clara;
Escrever palavras no papel não dá metade do
necessário para ter um texto sem ambiguidades no
rádio não se sabe onde está a ênfase;
3. A palavra escrita não fornece nenhuma indicação dos sons vocais
pretendidos;
Exemplo:
Então, eu terei de me organizar para dar aula neste
sábado?
Existem muitas maneiras de entender essa frase:
Então, eu terei de me organizar para dar aula neste
sábado?
Então, eu terei de me organizar para dar aula neste
sábado?
Então, eu terei de me organizar para dar aula neste
sábado?
O texto é uma parte do processo de comunicação que só é
concluído depois que o roteiro for verbalizado – e do modo
adequado. Pense sempre que o texto será lido por outra pessoa,
por isso, precisa estar muito claro.
4. O script é uma “rede de segurança“ – pelo menos você
sabe o que vai dizer, mesmo que o script não lhe diga
exatamente como será dito (marcações do tom de fala,
por exemplo);
O script completo garante que nada ficará faltando.
rádio é “na hora”, as coisas que são ditas no rádio
precisam fazer sentido na hora em que são ditas. Não
há como voltar atrás, diferente do impresso;
O script serve para que outras pessoas possam
comunicar as nossas ideias – para dar forma
permanente à natureza efêmera do discurso;
5. • Decidir o que quer dizer, quais ideias deseja expressar e que
tipo de impressão quer deixar;
• Faça uma lista dos principais argumentos e veja se dispõe
dos fatos ou exemplos necessários para apoiá-los;
• A lógica deve prevalecer, junte essas ideias e coloque-as na
ordem certa – a ordem certa é aquela que fica mais fácil de o
ouvinte entender e aí, claro depende do ouvinte que se
tem: um estudante, uma dona de casa, um homem de classe
média, executivo, etc; visualizar o ouvinte;
• Em rádio, nada de querer impressionar, usando palavras
difíceis. A palavra certa é aquela que é inteligível para o
público ao qual me dirijo;
6. • Apesar de a comunicação chegar a milhares, milhões
de pessoas, a mensagem chega à mente do ouvinte
como indivíduo.Prefira o singular.
• A primeira sentença deve ser interessante comece
com uma ideia que prenda a atenção, pertinente.
Deixe claro do que se está falando, não deixe o
ouvinte na dúvida;
• Quando tratar de assuntos, digamos, complicados
como taxa de juros, índice de inflação, etc uma forma
de tornar o assunto inteligível para o seu ouvinte é
usar sinalizadores, indicadores como “na prática, isso
funciona.....”
7. Há diferenças entre o texto para o impresso e o texto
falado. Compare as sentenças:
Catarina Apolônio, que foi aluna da UFPE,
onde cursou rádio e tv, está fazendo cinema
em Cuba.
Opte por separar as sentenças:
Catarina Apolônio está fazendo cinema em
Cuba. Ela foi aluna de rádio e tv da UFPE.
8. Outro exemplo:
Tadeu, que está prestes a deixar a
cidade em que morou por cinco anos,
onde montou seu negócio, agora irá
trabalhar no exterior.
• Opte por separar as sentenças:
Tadeu morou na cidade por cinco anos.
Montou um negócio e agora se prepara
para trabalhar no exterior.
9. • Verbalizar o roteiro em voz alta ajuda a evitar
frases difíceis de serem pronunciadas;
• O texto de rádio não pode ser ambíguo:
• Atente: “O homem foi visto amarrado na
cadeira pela esposa”.
• Isso significa que: a esposa viu o marido
amarrado na cadeira
• Ou: viram o homem sendo amarrado na cadeira
pela esposa?
10. • Pontuação: ajuda a extrair o sentido do texto, mas para o
ouvinte perceber o sentido, é preciso também atentar para
a entonação:
• Vejamos o exemplo:
As baleias que estavam perto do barco foram
mortas
• Assim, sugere que só as baleias que estavam perto do
barco foram mortas.
• O sentido muda se colocamos duas vírgulas na sentença:
As baleias, que estavam perto do barco, foram
mortas.
• Isso indica que todas as baleias foram mortas e que elas
estavam perto do barco.
11. Em orações subordinadas, uma boa dica é utilizar
travessões. Isso junta as frases e, no entanto,
mostra que deve existir certa pausa;
Os sinais podem ser colocados no script buscando
indicar a intenção do redator.
12. - espaço de 1,5 ou duplo;
- letras em maiúsculas;
- sublinhados para dar ênfase;
- margens bem definidas em ambos os lados;
- digite apenas um dos lados do papel;
- evite continuar uma sentença na página seguinte;
- o ideal é que cada folha termine com um ponto
final;
- os números, de preferência, devem ser escritos
por extenso; evite os algarismos, ou mescle-os
com o extenso, exemplo: “27 milhões de dólares
foram investidos” e não: “U$ 27.000.000 foram
investidos”.
13. Timing:
Linha digitada: 3 a 4 segundos;
Página de folha A4 escrita em espaço duplo: 27
linhas, umas 270 palavras, cerca de um minuto e
meio.
O ideal é que haja conclusão no texto radiofônico.
É uma boa ideia terminar referindo-se à mesma
ideia do início, isso reforça o argumento;
14. decida o que você quer dizer antes;
faça uma lista das suas ideias numa ordem lógica;
torne a abertura interessante e informativa;
escreva para o ouvinte individualmente; visualize-o
enquanto escreve;
fale em voz alta o que você quer dizer, depois tome
nota;
use “sinalizadores” para explicar a estrutura da sua
fala;
15. crie imagens, conte histórias e apele para todos os
sentidos;
use a linguagem coloquial comum;
escreva sentenças ou frases curtas;
utilize a pontuação de modo a tornar a locução
clara para o ouvinte;
digite o roteiro em espaço de 1,5 ou duplo e com
margens amplas e parágrafos nítidos;
Quando estiver em dúvida, mantenha a
simplicidade, a ideia é expressar, não
impressionar.
16. MCLEISH, Robert. Produção de rádio: um guia
abrangente de produção radiofônica. São Paulo:
Summus, 2001.
VER PRADO, Emílio. Estrutura da informação
radiofônica. São Paulo: Summus, 2000.