Este documento discute a importância da educação cívica e política de jovens para a sustentabilidade de cidades inovadoras na pós-modernidade. Apresenta o projeto da Escola do Legislativo de Pouso Alegre (MG), que promove a formação cidadã de estudantes para maior participação na vida pública e rumo a cidades mais sustentáveis.
Aula 6 - O Imperialismo e seu discurso civilizatório.pptx
Paper icim formação cidadã port atualizado 281013
1. A urgência da formação cidadã e política de jovens à sustentabilidade de cidades
inovadoras na pós-modernidade: um relato da Escola do Legislativo de Pouso
Alegre (MG).
The urgency of civic education and youth policy to sustainability of innovative
cities in postmodernity: a report of the Legislative’s School of PousoAlegre (MG).
Áreas Temáticas do Congresso:Cidades Inovadoras e Sustentáveis / Educação e
Sustentabilidade
Tema: Formação cidadã e política de jovens na pós modernidade para maior
participação na vida pública rumo a cidades sustentáveis
Beatriz Marcos Telles, mestra em Administração (PUCSP), Escola de Economia e
Administração de Negócios-Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
(PUCSP),Núcleo de Estudos do Futuro (NEF),
biatelles@gmail.com
Maria do Carmo Freitas Macedo,especialista em Administração Pública
(SENAC), Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Pouso Alegre (MG),
madumacedo@hotmail.com
Ana Carolina de Faria Silvestre,doutoranda em Filosofia Jurídica na Faculdade
de Direito da Universidade de Coimbra, Faculdade de Direito do Sul de Minas
(FDSM), Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação
(FAI),fariasilvestre@yahoo.com.br
Arnoldo de Hoyos Guevara,pós doutor (Universidade de Oxford-UK), Escola de
Economia e Administração de Negócios-Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (PUCSP), Núcleo de Estudos do Futuro (NEF),
dehoyos@pucsp.br
Mônica Fonseca Franco, graduanda em Direito (FDSM),Faculdade de Direito do
Sul de Minas (FDSM), Escola do Legislativo de Pouso Alegre(MG),
Brasil;monicafonsecafranco@gmail.com
2. Resumo A pós-modernidade tem requerido grandes mudanças nas diversas esferas da
vida em comunidade. O crescimento e desenvolvimento das cidades têm exigido novos
saberes e práticas, tanto das lideranças como do povo que escolhe seus
representantes.A insustentabilidade do planeta ocasionada pelas atitudes predatórias do
ser humano frente ao consumo dos recursos naturais, banhada pela ganância e busca
desesperada pelos interesses particulares de grupos elitistas têm ocasionado efeitos
devastadores na população contribuindo a uma vida alienada, instigada ao consumo e
distante de participações ativas na vida pública.A formação cidadã e política poderia
amenizar parte dos problemas gerados. Este artigo articula conceitos de pósmodernidade, inteligência emocional, sustentabilidade de cidades, ressaltando o
projeto da Câmara Mirim da Escola do Legislativo em Pouso Alegre (MG), que atua
na formação cidadã e política de jovens estudantes do município.
Palavras Chaves: cidades sustentáveis, formação cidadã e política, liderança
sustentável, pós-modernidade
Abstract Postmodernismhas requiredmajor changesin the variousspheresof community
life. The growth anddevelopment of citieshave requirednew knowledge and practices,
both the leadersandthe peopletochoosetheir representatives. Theunsustainabilityof the
planetcausedbyhumanpredatory attitudestowards the consumptionof natural resources,
bathedby greed anddesperate searchby the particular interestsofelitist
groupshavecauseddevastating effectson the populationcontributingto analienated life,
instigatedconsumptionand away fromactive participationin public life. Thecivic
educationandpolicy
couldalleviatesome
of
the
problemsgenerated.
This
articlearticulatesconcepts
ofpostmodernity,
emotional
intelligence,
sustainabilityofcities, underscoringthe PousoAlegre (MG) Junior Parliament, which
operates in thepoliticalandcivic educationof youngstudentes from the municipality.
Key Words: sustainable cities, civic educationandpolicy, sustainable leadership,
postmodernity
1 Introdução
A discussão sobre modelo de desenvolvimento e meio ambiente passa
obrigatoriamente pela forma como os centros urbanos são organizados e geridos. É nas
cidades – que hoje concentram a maior parte da população mundial – que as decisões
políticas são tomadas, e elas são o terreno mais fértil para uma mudança de paradigma
sobre desenvolvimento, tanto pelos seus inúmeros problemas quanto pela sua
importância econômica e social.
As estimativas trazem que 60% da populaçãomundial deverá residir em cidades
até 2030. Na América latina o Brasil é o país mais urbanizado, oriundo da estruturação
de cidades iniciado na década de 50, concentrando 85 % de sua população em áreas
urbanas com previsões de chegar a 90% até 2020. Os municípios enfrentam problemas
diversos que se acentuam com a pós-modernidade, relacionados à desigualdade social,
poluição, destino de resíduos, mobilidade, precariedade na habitação, violência, dentre
outros (Programa Cidades Sustentáveis, 2013)
Gestores têm sido desafiados a atuarem levando mais sustentabilidade às
cidades, desafio aparente a titãs frente ao nível de complexidade existente e tendendo a
aumentar na gestão dos municípios.
3. A concepção de desenvolvimento passa a considerar a sustentabilidade, através
de pilares econômicos, sociais e ambientais e com isso os modelos de gestão adotados
ficam em evidência. “Nós precisamos mudar o modelo de desenvolvimento, porque a
ciência nos mostra que estamos esgotando os recursos do planeta e aumentando a
desigualdade entre as pessoas. E os grandes desafios estão nas cidades, onde a maioria
da população mundial vive atualmente”. Grajew in Toledo (2012) salienta uma questão
bem delicada e dificultadorada questão, pois existem muitos interesses em jogo, de
grupos que se beneficiam do modelo atual. Por exemplo, se você privilegia um sistema
de transporte público amplo e eficiente, você acaba obstaculizando os interesses da
indústria automobilística e das construtoras, que, pela relevância no cenário econômico
acabam tendo grande influência sobre as decisões políticas. Interesses de ordem
pessoal e interesses coletivos entram, não raro, em choque devido às pressões de
grupos e organizações corporativas (e corporativistas), detentoras do poder que
pretendem priorizar os seus interesses próprios, em detrimento dos objetivos e
interesses da coletividade.
Na questão sustentabilidade de cidades, nos deparamos com vários sujeitos e
áreas que são afetadas pelo tema.
O problema maior está na governança do espaço urbano, afirma-nos o
economista Dowbor in Toledo (2012).
As cidades são polos de consumo e, sob este olhar, elas passam a serem
inseridas nas discussões atuais de desenvolvimento econômico e de meio ambiente. A
questão gira em torno da necessidade de aprender a consumir com consciência de que
os recursos naturais são finitos. Há a necessidade de uma grande mudança de
paradigma nas consciências dos indivíduos, independente de seu poder econômico.
Resistir, no entanto, não é tarefa fácil, pois todos nós somos diuturnamente sabatinados
com os apelos midiáticos direcionados à exacerbação de um consumo desenfreadoe
inconsciente. Assim, uma formação cidadã e política é necessária para todos os
indivíduos; incluindo valores e princípios humanos, visão holística e da
sustentabilidade requerendo a disseminação de saberes sobre a interligação das partes
no todo da teia da vida.
A transparência das ações de nossos representantes políticos nos chega com
atraso, mas resta ainda aprendermos a querer acompanhar estas práticas e perceber de
uma vez por todas que estes tratam-se somente de representantes do povo então não
faz sentido ficarmos criticando suas ações de forma passiva ou ingênua sem entender e
participar de fato desta gestão e dos desafios existentes pelas comunidades que
pertencemos e a própria época que chegamos e ajudamos a construir, com nossas ações
e omissões. "Nós precisamos mudar o modelo de desenvolvimento, porque a ciência
nos mostra que estamos esgotando os recursos do planeta e aumentando a desigualdade
entre as pessoas. E os grandes desafios estão nas cidades, onde a maioria da população
mundial vive atualmente” traz Grajew in Toledo (2012).
As discussões sobre modelo de desenvolvimento e meio ambiente sem dúvida
permeiam a forma como os centros urbanos são organizados e geridos, como bem
lembra Dowbor in Toledo (2012), em que a apropriação da cidadania torna-se
necessária para que as mudanças aconteçam com equilíbrio entre aspectos racionais e
emocionais, favorecendo o bem comum.
4. Para uma liderança sustentável de cidades, este paper articula sobre pósmodernidade, urbanização, inteligência emocional,sustentabilidade de cidades e
formação cidadã.
2. Metodologia
A pesquisa realizada é bibliográfica e exploratóriae concretiza uma reflexão
prático-cultural dirigida a uma experiência político-comunitária situada: a Escola do
Legislativo em Pouso Alegre (MG). Para tal,assumimos o desafio de enfrentar os
temas da sustentabilidade nas cidades, no contexto pós-moderno, e suas
idiossincrasias. O trabalho é fortalecido com a experiência da Escola do Legislativo e
seus contributos para a formação cidadã de jovens. O tratamento interdisciplinar das
temáticas impeliu-nos a transitar entre a filosofia, a ciência política, a economia, a
administração pública e o direito.
3. Pós-modernidade
Vivemos tempos cunhados pela mudança, pela percepção da sensação de
passagem, pela instabilidade e incompletude. Para muitos, tratar-se-iam de tempos
pós-modernos1 (BIRMAN, 2000). No entanto, cabe esclarecer ab initio que a
atribuição adjetiva à nossa contigência presente de ‘pós-moderna’ não é unânime.
Outras expressões foram sugeridas como mais adequadas para designar o status quo:
“supermodernidade” (AUGÉ, 2004); “modernidade reflexiva” (BECK; GIDDENS;
LASH,1995); “modernidade tardia” (HALL, 2002) etc. No entanto – e a par do
dissenso reconhecido (que nos remete desde ao seu nascimento ao uso/emprego) – foi
essa a expressão que logrou maior receptividade no âmbito das investigações filosófica
e sociológicas contemporâneas (BITTAR, 2005).
A contingência sócio-cultural atual se revela problemática (às vezes ao limite
da aporia!) porque, como transição, tem que lidar com as tensões geradas entre o
‘passado’ (e seus pressupostos de inteligibilidade) e o ‘presente multifacetário’ (que
não tem pudores em interrogar criticamente esses mesmos pressupostos e, inclusive, de
afastá-los). A interrogação perscrutante da condição atual dirigida ao passado erodido
nos leva a experienciar a ‘condição contemporânea’, no seio da qual não existem
verdades absolutas, somente discursos compossíveis ancorados na cultura, nas
ideologias, mas escolhas políticas e, inclusive, no inconsciente. A condição atual
exige, de todos nós, abertura, tolerância e alteridade. O presente é uma construção
possível dentre outras compossibilidades histórico-socialmente cunhadas – a
experiência moderna não foi capaz de resistir ao teste proposto pela consciência crítica
contra o ser, assumido como dado natural, a-histórico e, portanto, perene. As
instituições, os conceitos, as classes sociais e as coisas em si mesmas se nos revelam
nuas - como construções ou possibilidades nascidas, criadas no horizonte da cultura e
1
Segundo Joel Birman, a atribuição à contingência presente de “pós-moderna” ou de “modernidade tardia”
relacionar-se-ia, dentre outros aspectos, a aspectos políticos (que estão inseridos em um contexto social global).
Autores defensores da “pós-modernidade” se alinhariam à cultura americana – a ascensão da cultura e do modo de
ser americano, ocorrida no século XX, se difundiu através dos meios de comunicação de massa, enquanto autores
defensores do emprego da expressão “modernidade tardia” alinhar-se-iam à cultura europeia – berço das revoluções
e tradições que marcaram indelevelmente a cultura e o modo de ser ocidentais Cf. BIRMAN, J. Mal-estar na
atualidade: a psicanálise e as novas formas de subjetivação, 2000.
5. com termo próximo ou distante - alinhadas com interesses de toda a ordem; aparências
querendo ser percebidas como seres.
O mundo da vida – retirado o véu de ingenuidade que obscurecia os olhares e
os acalmava – deixa de ser assumido como uma realidade natural perante a qual nos
restaria apenas um exercício de natureza especulativo-desveladora e passa a ser
assumido como uma possibilidade ou uma experiência possível dentre outras. A
natureza das coisas2 deixa de ser assumida como inevitabilidade, galgando ao status de
hipótese experimentável e falsificável. O mundo não é o somatório de regularidades e
constâncias matemáticas que incidem sobre as coisas e sobre os homens
inevitavelmente, mas um espaço essencialmente aberto cujo espetáculo – ainda que,
iniludivelmente, limitado pelos recursos disponivéis e acessíveis aos seus atores – pode
ser idealizado e concretizado de maneiras diversas. O mundo não é uma criação
finalizada e constante cujo sentido e inteligibilidade sustentar-se-iam em uma ratio
superior e mais excelente – laica ou não. O absurdo deixou de ser a cobra morta aos
pés do homem moderno (SARTRE, 2011) – penetrável pela racionalidade moderna de
tipo cartesiano que tudo conhece e vê (ainda que a sua potencialidade plena nos remeta
a uma apologia ao futuro que virá!) –, sinaliza, ao contrário, a percepção da crise
gerada pela sensação de passagem, inconstância e finitude. Afinal, a chave da
existência e das nossas náuseas está no esfacelamento das certezas, das distinções, dos
conceitos assumidos como verdades assentadas na natureza das coisas, no absurdo e no
desencantamento do mundo moderno.
O termo pós-modernidade pode pretender designar um estado atual de coisas
ou um processo de modificações que se projeta sobre todas as dimensões da
experiência contemporânea atual. Nossos hábitos, valores, necessidades individuais e
coletivas; nossa experiência mundanal cunhada pela ruptura é convocada a se
(re)pensar criticamente com vistas a aceitar-propor novas maneiras de ser e estar no
mundo mais adequadas às demandas do tempo presente. Nesse contexto atual de crise,
há pouco (ou quase nenhum!) espaço para afirmações que vão buscar a sua força
lógica na ‘natureza das coisas’ ou na ‘naturalidade’ da ‘condição’contemporânea construída sobre as vigas da universalidade, abstração e generalidade.
A crítica alcança os imperialismos da racionalidade moderna que se assume
como redentora da sociedade, capaz de iluminar as trevas da ignorância3 e de libertar o
homem de sua contigência corpórea. A razão, assumida como faculdade superior do
humano, teria o condão de guiar os homens e as sociedades ao encontro da beleza dos
conceitos e da libertação dos vícios inerentes à condição corpórea. No entanto, razão
pode ser pensada de maneira apartada das emoções? Ou mais apropriadamente, razão e
emoção devem ser assumidas como dimensões essencialmente diversas, imiscíveis?
Estudos atuais no horizonte da neurociência, da psicologia e da psicanálise
sugerem que não. As emoções são cognitivas e desempenham um destacado papel na
vida pessoal, social e profissional das pessoas. No entanto, e a par das inúmeras
evidências que sustentam essa afirmação, não somos estimulados a pensar acerca de
2
A crítica proposta pelo materialismo histórico de Karl Marx nos convida a ver a realidade como aparência e não
como causa. É ela efeito das ideologias, assumidas como fenômenos sociais e históricos, que se nos apresentam
como evidências ou realidades pertencentes à natureza das coisas. O efeito se nos apresenta como causa,
legitimando o status quo e a sua imutabilidade.
3
Ignorância pensada como ausência de conhecimentos científicos provenientes, desejavelmente, das ciências
empíricas e matemáticas e não nos moldes socráticos, como sinônimo de educação das almas (educação moral).
6. nossas emoções. Tradicionalmente, associam-se às emoções os erros e enganos, por
isso, as emoções deveriam ser castradas ou fortemente contidas sob pena de se
comprometer, muitas vezes irremediavelmente, o julgamento e a ação do “homem
racional”.
As emoções, segundo os filósofos antiemotivos, deveriam ser assumidas com
desconfiança e comedimento. A pessoa sábia, segundo aqueles pensadores, não orienta
a sua ação e suas decisões com vistas a alcançar a felicidade. A busca do sábio é por
ataraxia, ou seja, pela virtude da impassividade da alma. Assim como as águas de um
rio que flui, o homem deveria cultivar o estado de impassividade perante os eventos
exteriores que o atingem, sejam eles bons ou maus. A felicidade que o cultivo da
filosofia traria àqueles que a buscam comprometidamente era, ela sim, assumida como
duradoura e, portanto, valeria a pena a sua busca (à custa de sacrifício e abnegação). A
felicidade que os eventos e coisas externas ao eu-sujeito lhe são capazes de propiciar
são fulgazes. Assim como lhe alcançam abruptamente, gerando, como resultado
necessário, grande prazer, ao serem retirados pela roda do destino que roda
incessantemente e aquém de nosso controle, podem gerar grande dor. Viver segundo o
acaso e os caprichos da contingência predispõe os homens à dor e à loucura. A
castração (ou contenção) da emoção através do exercício racional nos predispõe à
felicidade duradoura que constrói as bases sólidas para uma sociedade harmônica.
O homem pós-moderno é herdeiro dessa racionalidade que separa, distingue e
hierarquiza emoção e razão. O sucesso profissional só será alcançado, nos levaram a
acreditar, se a emoção for subjugada pela razão. As emoções nada (ou muito pouco)
têm a ver com o ambiente profissional, o ambiente escolar ou com a tomada pública de
decisão. O reino das emoções limita-se à esfera privada – onde, tendencialmente,
costumamos a não nos sairmos muito bem, haja vista que o tema das emoções é
assumido como auto-evidente e autoexplicativo. Não somos estimulados a pensar
sobre nossas emoções ou ensinados a como lidar com elas, quer seja na escola ou em
casa, daí a nossa inabilidade patente de conviver e desenvolver nosssa competência
emocional, absolutamente necessária para nos tornarmos, também, cidadãos.
Segundo Martha Nussbaum, não é possível pensar a esfera pública e as
tomadas públicas de decisão sem convocar as emoções. As emoções, diferentemente
do que afirma o senso comum, não estão perigosamente “perto de casa” de modo egonarcísico. (NUSSBAUM, 1995).A experiência das emoções racionais situam-nos no
mundo e na cidade; a instância natural do homem, segundo Aristóteles (2008).
Somos seres de cidade imersos na praxis que só poderá se concretizar de modo
justo e tendente à felicidade dos seus se assumirmos o homem-pessoa como corolário e
referente desta experiência comunitária. A experiência cidadã inicia-se na assunção
radical do homem como fundamento e referente da experiência comunitária. Uma
experiência que, mais a cada dia, se torna complexa.As megacidades, impessoais e sem
rosto, colocam desafios de toda ordem ao homem perspectivado como cidadão. Como
exercer a cidadania em um mar de pedra fria e sem vida em que sentimo-nos reduzidos
a seres informes, sem história, memória e futuro?
3.1 Cidades
Castells (1999) alerta sobre a urbanização do terceiro milênio através das
megacidades quando diz que as grandes cidades articulam a economia global,
relacionam as redes informacionais e monopolizam opoder mundial. “Mas também são
7. depositárias de todos esses segmentos da população que lutam para sobreviver, bem
como daqueles grupos que querem mostrarsua situação de abandono, paraque não
morram ignorados em áreas negligenciadas pelasredes de comunicação”.(CASTELLS,
1999, p. 492).
Atores sociais concebem, decidem e implementam a lógica espacial, que são
determinadas por uma elite empresarial tecnocrática e financeira que ocupa posições
de liderança em nossas sociedades que naturalmente farão exigências espaciais
específicas relativas ao suporte material/espacial de seus interesses e práticas, assim
como também se manifesta espacial a elite informacional.
Castells (1999) faz provocação quando discorre sobre a dominação da nossa sociedade
que se baseia na capacidade organizacional da elite dominante,que caminha interligada
com sua capacidade de desorganizar os grupos da sociedade que “embora constituam
maioria numérica, veem (se é que veem) seus interesses parcialmente representados
apenas dentro da estrutura do atendimento dos interesses dominantes”.
“A articulação das elites e a segmentação e desorganização da massa parecem
ser os mecanismos gêmeos de dominação social em nossas sociedades”. (CASTELLS,
1999, p.505). A gestão de cidades sustentáveis requer um modelo de gestão integrado.
O desenvolvimento da visão holística e sistêmica é urgente para se atuar neste contexto
de planejamento urbano sustentável. Diversas áreas interagem nas cidades como a
econômica, cultural, social, ambiental, tecnológica, tributária, demográfica, dentre
outras. Responsáveis por todas estas áreas nos municípios precisam ser envolvidos,
mobilizados e integrados para que se conscientizem e se comprometam ao exercício de
uma governança ética, transparente, responsável e assertiva às demandas da população
e do bem comum.
O Programa Cidades Sustentáveis que nasceu por iniciativa da sociedade civil
organizada, que visa a melhoria da qualidade de vida e o bem-estar da população em
geral, propõe 12 eixos temáticos, que agrupam princípios e valores: governança; bens
naturais comuns; equidade, justica social e cultura de paz; gestão local para a
sustentabilidade; planejamento e desenho urbano; cultura para a sustentabilidade;
educação para a sustentabilidade e qualidade de vida; economia local dinâmica,
criativa e sustentável,consumo responsável e opções de estilo de vida; melhor
mobilidade, menos tráfego; ação local para a saúde; do local para o global.
(PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS, 2013).Este programa propõe uma
metodologia relativamente simples de apoio aos municípios considerando: o
mapeamento estratégico do município, a priorização de indicadores, a visão de futuro
das cidades e a elaboração do plano de metas. Para cada eixo temático a ser trabalhado
sugere-se a aplicação deste método facilitador. Os detalhes do programa podem ser
encontrados no Guia GPS, Gestão Pública Sustentável (PROGRAMA CIDADES
SUSTENTÁVEIS, 2013).
Frente ao nível de complexidade que os problemas se apresentam nas cidades e
na vida em sociedade neste nosso contexto pós-moderno - pressionado por tecnologias
avançadas e por mídias influentes, sendo muitas delas instigadoras do consumo
inconsciente - cabe ao indivíduo se organizar interiormente, filtrar informações e
manter o equilibrio entre razão e emoção, pois a vida lhe solicitará constantemente
atuações rápidas (quer se tratem de decisões pessoais ou profissionais) em que estes
aspectos precisarão estar harmonizados para que se viva (e sobreviva) com qualidade e
sustentabilidade.
8. O indivíduo em sociedade precisae necessita se mobilizar e atuar exercendo sua
cidadania, desempenhando papeis públicos ou somente o papel de cidadão consciente,
capaz de reagir criticamente às manipulações das elites dominantes, se quiser de fato
um futuro próspero, feliz e sustentável.
3.2. Inteligência e emoção na Modernidade Líquida
O contexto pós-moderno, sugere o diagnóstico de Bauman (2001), hipertrofia
na dimensão do trabalho à custa da dimensão pessoal. À modernidade líquida e seus
ideólogos interessa que nos tornemos trabalhadores zero drag, ou seja, sem peso e com
notável (porque atualizado!) saber técnico. Ao invés de grandes famílas, devemos ser
livres e “desfamiliados” a fim de que tenhamos tempo e disponibilidade para
desenvolver nossas competências técnicas. A educação é para a vida, insistem. Para
que nos tornemos uma mão de obra valiosa no mercado de trabalho, devemos investir
nosso tempo e dinheiro em cursos de capacitação intermináveis sob pena de
obsolescência – rápida e cruel no horizonte de uma sociedade onde a técnica esforça-se
por se sobrepor ao saber. O saber, no contexto pós-moderno, restringe-se somente
àquilo que pode ser traduzido em bits de informação, segundo o diagnóstico de
Lyotard (1979).
A busca, desejavelmente solitária pelo saber – que se resume àquilo que pode
ser convertido em bits de informação e cuja validade é breve ou brevíssima -, situa-nos
falsamente no meio da sociedade. A educação para a vida restringe-se, no horizonte
desse modelo, à educação formal que nada tem a ver com a educação moral ou com o
desenvolvimento de competências emocionais que, sustentamos, devem ser
desenvolvidas segundo uma nova perspectiva de razão e de racionalidade.
Razão e emoção são, ambas as dimensões, importantes para a vida em sociedade e para
a construção de uma experiência comunitária mais feliz e harmônica.
Tradicionalmente, inteligência restringe-se ao quociente de inteligência (QI) de
uma pessoa. A cada um de nós nos teria sido legada pela natureza uma certa
quantidade de força intelectual ou potência, que estaríamos aptos a mobilizar a fim de
conhecer o mundo que no cerca e/ou concretizarmos nossas tarefas cotidianas nas
esfera pessoal e profissional. A identificação entre inteligência e quociente de
inteligência, que poderia ser, inclusive, medido segundo testes de QI, tem sido rompida
por estudos atuais acerca da cognição, inteligência e emoção em diferentes áreas do
saber.
O que significa ser inteligente? Por que dizemos, acerca de algumas pessoas,
que tratam-se de pessoas inteligentes? Segundo Goleman (2007), a medida da
inteligência é muito mais complexa do que um teste de QI é potencialmente capaz de
medir. A medida da inteligência não pode ser mensurada, se é que pode, sem levarmos
em consideração as seguintes competências: empatia, autocontrole, zelo, persistência e
automotivação (GOLEMAN, 2007). Essas competências, que segundo o autor podem
ser moldadas desde a infância (GOLEMAN, 2007, p. 24), relacionam-se à inteligência
emocional ou QE, dimensão constitutiva da inteligência.
Em Pouso Alegre (MG) existe um projeto sobre formação cidadã realizado pela
Escola do Legislativo, voltado para os estudantes da rede pública e privada.Neste
projeto, questões políticas, de cidadania e de equilíbrio entre razão e emoção são
trabalhados no seu percurso, contribuindo para futuras gerações de pessoas mais
conscientes sobre as questões da cidadania, com participação política ativa e
9. sustentável. Ser um bom gestor e um cidadão responsável não se resume a conhecer as
leis da cidade. Certamente, esta é uma dimensão importante e fundamental para a
experiência cidadã e a cidadania responsável. No entanto, o que significa,
concretamente, o justo no horizonte da cidade? Esta resposta é complexa, mas não
devemos afastar a pergunta devido à sua complexidade. O justo na cidade não pode ser
concretizado autoritariamente, mas somente à luz de emoções sociais importantes
como a compaixão. Ter compaixão, esclarece-nos Martha Nussbaum, não é ter pena ou
empatia. Compaixão não pressupõe a crença de que a pessoa que sofre não merece o
mal que lhe pesa sobre os ombros (piedade), nem a semelhança que nos aproxima
(empatia), mas o simples e cru fato de que o sofrimento, experienciado pelo outro, é
um sofrimento humano e que, mesmo em potência, pode vir a ser experienciado por
mim ou por outra pessoa que me é cara (NUSSBAUM, 1995).
A inteligência que se deseja do gestor é técnico-científica-empático-emocional,
ou seja, ela não se resume a conhecimentos técnico-científicos, mas demanda, para
além, a percepção emocional, ancorada na compaixão, da sua responsabilidade. A
escola do legislativo não se preocupa somente em disponibilizar e disseminar
informações aos seus educandos sobre os trâmites e processos legislativos, sobre a
rotina dos vereadores e prefeito, sobre a dinâmica fria das leis da cidade, mas assume
uma tarefa muito mais complexa e apaixonante como a educação holística de seus
educandos-pessoas.
A seguir apresentamos este projeto assim como discutimos sobre resultados de
uma pesquisa realizada sobre ele.
4. A Escola do Legislativo em Pouso Alegre (MG)
O atual contexto político do Brasil não cria expectativas de participação
popular na política devido a fatores de corrupção, de descrédito no que tange a
implementação de políticas públicas e na insustentabilidade presente nas cidades, o
que é evidenciado pela falta de gestão e de valoração no desenvolvimento sustentável
pautado pela organização e planejamento. Ressalta-se também a ineficiência para a
efetivação dos direitos sociais e serviços públicos em geral.
Diante de diversos fatores constata-se um grande desinteresse da população em
acompanhar e realmente efetivar a participação política. E para minimizar esse quadro
de desinteresse político e levar a população, sobretudo os jovens, para participarem e
acompanharem a política nacional, reconhecendo-se como verdadeiros atores políticos,
titulares de direitos, fazendo jus ao poder soberano do povo fundamentado no
preâmbulo da Constituição Federal, foi criado em Pouso Alegre a Câmara Mirim com
o objetivo da formação política e de despertar a vivência da cidadania a estudantes do
6º ao 9º ano do ensino fundamental II.
A Câmara Mirim propicia aos estudantes uma oportunidade de conhecer
realmente a política, as formas de participação e saber a importância de ser ativo diante
dos acontecimentos políticos do nosso país. O espaço de debate e de voz para os
estudantes participantes da Câmara Mirim os coloca em um cenário de vivência real da
prática democrática e os leva a uma formação consciente do papel do cidadão e do
trabalho de gestão e liderança nos ambientes que se fazem presentes.
Para o desenvolvimento da formação cidadã e política a Câmara
Mirimincentiva também a troca de experiências e de saberes entre os participantes
oriundos de realidades e contextos distintos. O trabalho ocorre de forma holística
10. considerando aspectos políticos, de cidadania, de sustentabilidade, dentre outros. Um
conjunto complexo abraça a educação para a cidadania considerando ao mesmo tempo
a adesão a valores, a aquisiçãode conhecimentos e a aprendizagem de práticas na vida
pública. “Não pode, pois ser considerada como neutra doponto de vista
ideológico”.(DELORS, 1996,p.62).
A educação para a cidadania se torna requisito fundamental para a formação de
cidades sustentáveis em todos aspectos, relacionando o político, o social, o econômico
e sobretudo revelando valores e resgatando-os para o fortalecimento da ética e do bem
comum na sociedade.Para constatar os resultados obtidos com o programa Câmara
Mirim, coordenado por Maria do Carmo Freitas Macedo, foi realizada em 2008, uma
pesquisa de caráter exploratório com a Câmara Mirim de Pouso Alegre, com
detalhamento completo em Macedo e Cols. (2013).
A pesquisa investigou o funcionamento, estrutura, organização e dificuldades
para implantação do programa, o procedimento de escolha dos estudantes, e a
participação e avaliação da sociedade em geral, sobretudo, dos sujeitos envolvidos
diretamente no programa, como: pais, professores e vereadores mirins.
Este espaço coloca os estudantes em contato direto com a política, os faz sentir
responsáveis e comprometidos com a representação de sua escola. Pelos Temas
Transversais(MEC 2000),o ensino da ética pode favorecer ao aluno vários
entendimentos como por exemploconceitos de justiçabaseados na equidade podendo
também sensibilizar-se pela necessidade de construção de uma sociedade justa, quando
se adota atitudes desolidariedade, cooperação e repúdio às injustiças sociais, com
discussão da moral em vigor e tentandocompreender os valores atuais desta sociedade,
assim como entender a medida em que eles podem e devem ser mudados.
Foram entrevistados 10 professores, 10 pais de adolescentes que participam da
Câmara Mirim e/ou de seus projetos, 05 autoridades do Sistema de Ensino de Pouso
Alegre: representante da Superintendência de Ensino,secretária municipal de educação,
diretor de escola, orientador pedagógico - inspetor de alunos, 05 conselheiros tutelares
de Pouso Alegre e15 vereadores mirins, de um total de 24 (vinte e quatro).
Os resultados da pesquisa sugerem que o aluno introduzido nos trâmites e
funcionamentos do poder legislativo passa a compreender a política de forma diversa
àquela anteriormente perspectivada.
Para os pais, a alteração comportamental dos jovens concretizou-se para melhor.
Ressaltam ser nítido o entusiasmo em participar da Câmara Mirim e compartilhar as
novas informações com os colegas, amigos e familiares. Este movimento sugere que a
participação dos educandos na Câmara Mirim não surtiu efeitos apenas no âmbito da
aquisição de conhecimentos acerca do poder legislativo, mas teve consequências
emocionais interessantes e desejáveis como a aproximação dos elementos do núcleo
familiar, a aproximação do educando com outras pessoas integrantes do seu meio, o
orgulho e reconhecimento de seu valor e importância, entre outras. A educação cidadã,
para além de repercutir na construção de cidadãos mais conscientes e potencialmente
ativos, desembocou também em orgulho, reconhecimento, alteridade e abertura.
Fato interessante foi observado sobre a avaliação do projeto pelas escolas do
ensino tradicional, em que se constatou pouca notoriedade. Análises feitas pelos
pesquisadores indicaram que as escolas ainda não estão preparadas para acolher estes
jovens mais conscientes politicamente, especialmente se considerarmosos espaços de
atuação oferecidos a eles nestas instituições, para que sejam praticados os vários
11. saberes e com isso o desenvolvimento seja ampliado via papel de agentes
multiplicadores. Porém, as escolas ainda não criaram espaços para inclusão destes
conhecimentos políticos e de cidadania no cotidiano didático pedagógico. Observa-se
talvez a necessidade de um trabalho transversal e interdisciplinar interligando espaços
e conhecimentos entre as escolas tradicionais do ensino fundamental e o projeto da
Escola do Legislativo.
O verdadeiro processo de formação e constituição do cidadão se dá no espaço
pedagógico, conforme Arroyo (2002), pela luta da cidadania, pelo legítimo e pelos
direitos. “A educação não é uma precondição da democracia e da participação, mas é
parte, fruto e expressão do processo de sua constituição” (ARROYO, 2002, p.79)
Expressa Dowbor in Toledo (2012), que a apropriação da cidadania torna-se
necessária para que as mudanças aconteçam com equilíbrio entre aspectos racionais e
emocionais, favorecendo o bem comum. Pensar o bem comum e agir através de
atividades que estimulam o debate, o respeito, e os trabalhos em grupo, despertando os
jovens para o acompanhamento político, são aspectos que desenvolvem a gestão
inovadora e consciente. Estas caracteristicas são estimuladas na Escola do Legislativo
de Pouso Alegre, por meio dos diversos projetos desenvolvidos na Câmara Mirim, tais
com: O Grande Debate, A Gincana do Saber, O Prêmio Educador do Ano e a Urna da
Cidadania.
Atualmente pensar em uma estrutra que ofereça ações e iniciativas para o
futuro sustentável das nossas comunidades, é o ideal para atingir a formação de
cidades inclusivas, prósperas, criativas, educadoras, saudáveis e democráticas, que
proporcionem uma boa qualidade de vida aos cidadãos e que permitam a participação
da sociedade em todos os aspectos relativos à vida pública.(PROGRAMA CIDADES
SUSTENTÁVEIS, 2013)
4 Considerações Finais
Na contemporaneidade o ser humano se depara com grandes avanços
tecnológicos facilitadores à sua existência em sociedade, porém estes avanços chegam
com altos custos como por exemplo a falta de tempo comprometendo sua qualidade de
vida.
Pesquisas apontam a uma urbanização crescente tendendo à falta de controle
gerando consequências drásticas caso não se cuide de questões que tangenciam a
mobilidade, a segurança, a infraestrutura das cidades, o espaço urbano, o meio
ambiente dentre outros e para tal precisa-se ter adequadas políticas públicas assim
como maior consciência dos cidadãos, maior engajamento em questões coletivas e
maior participação das políticas locais e globais.
Faz-se necessário o desenvolvimento de lideranças sustentáveis comprometidas
com o bem comum que atuem de forma engajada e junto a uma comunidade
consciente, engajada e articulada.
Para se ter sustentabilidade nas cidades precisamos desenvolver pessoas que
atuem de forma equilibrada em momentos de opinar, analisar, criticar e decidir, sem se
esquivar, sem se omitir e sem agir de forma colérica e leviana. Para tal uma formação
cidadã ativa e que empodera por meio da consciência política se faz necessária. A
pesquisa trouxe a experiência da Escola do Legislativo em Pouso Alegre (MG) em que
constatou que a raiz da apatia e desinteresse político da sociedade nasce da desilusão e
indignação silenciosa diante do quadro político em que a corrupção e ineficiência se
12. destacam. Erroneamente, para afastar-se desta realidade, o indivíduo passou a acreditar
que poderia viver melhor estando à margem da política e da vida pública,
estabelecendo um ilusório abismo entre ele e as decisões políticas, como se pudessem
ficar imunes a essas.
A Escola do Legislativo, por meio de seus programas, demonstra a
impossibilidade dessa ruptura.Esclarece aos educandos que não há como separar a
busca do bem viver das decisões políticas que afetam diretamente o cotidiano dos
sujeitos.A escola valoriza e desenvolve a autopercepção do jovem que ao sair da sua
realidade (autocentrada e ego-narcísica), experimenta a sensação de pertencimento e de
fortalecimento na experiência societária.Ele deixa de se sentir a parte e passa a fazer
parte, ou seja, percebe muito claramente que pode atuar além das suas fronteiras
pessoais, transcender a sua condição de indivíduo para alcançar o status de cidadão
comprometido com a comunidade.
A prática relatada na Escola do Legislativo traz autoconfiança, desenvolve
competências emocionais e promove o refinamento cidadão. Os educandos integrantes
do projeto passam a conhecer mais e melhor acerca de seus direitos e deveres
objetivamente, mas também devido à percepção holística de que integram uma
sociedade a qual devem se responsabilizar mutuamente por ela.
Para a construção de uma vida em comum unidade (comunidade) em que a
sustentabilidade esteja presente,não basta conhecer e fazer valer leis, normas, regras e
procedimentos. Precisa-se ir além, gerando reflexões e avaliações sobre si próprio,
sobre as governanças e sobre o que se pretende fazer no presente para se garantir a
existência de futuras gerações mais conscientes, atuantes e engajadas em cidades mais
sustentáveis.
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