3. Jeremy Bentham criou, na primeira metade do século
XIX, o termo utilitarian, como uma designação do
conteúdo central de sua doutrina.
4. • Benthan fundou o University College London onde, tal
como o solicitou em seu testamento, seu corpo
embalsamado é vestido com suas próprias roupas e
segue exposto em uma vitrine num corredor muito
concorrido à vista dos alunos. Há muitas piadas
relacionadas com esta curiosa excentricidade. A cabeça
exposta atualmente é de cera, a real foi roubada várias
vezes como uma brincadeira tradicional dos alunos.
Atualmente a cabeça está conservada em uma caixa
forte da UCL. O corpo, contudo, é conduzido todos os
anos para presidir algumas reuniões nas quais é
lembrado com a frase "Jeremy Bentham, presente,
mas, sem direito a voto".
5. Contudo, foi Stuart Mill quem, pela primeira vez,
empregou o termo utilitarianism, ao propor a
fundação de uma Sociedade Utilitarista (Utilitarian
Society).
6. • John Stuart Mill nasceu na casa de seu pai em
Pentonville, Londres, sendo o primeiro filho do filósofo
escocês radicado na Inglaterra James Mill. Mill foi
educado pelo pai, com a assistência de
Jeremy Bentham e Francis Place. Foi-lhe dada uma
educação muito rigorosa e ele foi deliberadamente
escudado de rapazes da mesma idade. O seu pai, um
seguidor de Bentham e um aderente ao associativismo,
tinha como objetivo explícito criar um gênio intelectual
que iria assegurar a causa do utilitarismo e a sua
implementação após a morte dele e de Bentham. James
Mill concordava com a visão de John Locke a respeito
da mente humana como uma folha em branco para o
registro das experiências e por isso prometeu
estabelecer quais experiências preencheriam a mente
de seu filho empreendendo um rigoroso programa de
aulas particulares.
7. O que é mais fundamental?
O bem da INTENSÃO?
O bem da AÇÃO?
O bem da CONSEQUÊNCIA?
10. • Porque é moralmente errado
torturar uma pessoa?
11. UTILITARISMO
Corrente filosófica surgida no século XVIII, na
Inglaterra, que afirma a utilidade como o valor
máximo no qual a elaboração de uma ética
deve fundamentar-se.
12. Conceituação
“Concepção que
sustenta que só existe
um princípio moral: oo
de buscar a maiorde buscar a maior
felicidade para o maiorfelicidade para o maior
número de pessoas;número de pessoas;
além disso, sustentasustenta
que “felicidade”que “felicidade”
significa prazer esignifica prazer e
privação da dor...privação da dor...
E também que esse
único princípio moral –
pois é de fato único –
deve ser aplicado
individualmente a cada
situação (utilitarismo
dos atos).”
13. Outra forma de conceituar...
O utilitarismo baseia-se na compreensão
empírica de que os homens regulam suas
ações de acordo com o prazer e a dor,
perpetuamente tentando alcançar o primeiro e
escapar à segunda.
Deste modo, uma moral que possa abarcar
efetivamente a natureza humana precisa voltar-
se para este fato, conduzindo-o às suas últimas
consequências.
14. O que é a Utilidade...
Nesta perspectiva, a utilidade, entendida como
capacidade de proporcionar prazer e evitar a dor,
deve constituir o primeiro princípio moral, isto é,
seu valor supremo.
15. O Princípio Geral do Utilitarismo, denominado
Princípio de Utilidade pode ser expresso da seguinte
maneira:
Uma ação é moralmente correta
quando produz (maximiza) o maior
bem (felicidade – prazer) para o maior
número e/ou produz o menor mal
(infelicidade – dor) para o menor
número.
16. De acordo com este princípio sempre que
temos a possibilidade de escolher entre ações
alternativas, devemos escolher aquela que, no
seu todo, traga melhores conseqüências para
todos os envolvidos.
Em sua formulação positiva, em cada situação
concreta, devemos determinar qual é o efeito ou
conseqüência de um ato possível e decidir-nos
pela realização daquilo que possa trazer maior
bem para o maior número.
17. Em determinada situação, não podendo
alcançar sua formulação positiva devemos
realizar a ação que traga menor mal para o
menor numero.
18. Jeremy Bentham formulou oJeremy Bentham formulou o
Princípio de Utilidade da seguintePrincípio de Utilidade da seguinte
maneira:maneira:
Pelo princípio de utilidade designa-se aquelePelo princípio de utilidade designa-se aquele
princípio pelo qualprincípio pelo qual todas as açõestodas as ações se aprovam ouse aprovam ou
desaprovam em função da tendência que pareçamdesaprovam em função da tendência que pareçam
ter para aumentar ou diminuir a felicidade de quemter para aumentar ou diminuir a felicidade de quem
tem os seus interesses em causa; ou, o que é atem os seus interesses em causa; ou, o que é a
mesma coisa dita por outras palavras, paramesma coisa dita por outras palavras, para
promover ou opor-se à felicidade.promover ou opor-se à felicidade.
19. Bentham teve dentre seus seguidores John
Stuart Mill, cuja argüição foi, no mínimo, mais
elegante e persuasiva que a do mestre. No seu
pequeno livro Utilitarismo (1861), Mill apresenta
a idéia principal da teoria da seguinte maneira.
21. “De acordo com o Princípio da Maior Felicidade
[...] o fim último, relativamente ao qual e em função
do qual todas as outras coisas são desejáveis
(quer consideremos o nosso próprio bem quer o
bem de outras pessoas), é uma existência tanto
quanto possível isenta de dor, e tão rica quanto
possível de prazeres.”
22. A concepção Utilitarista não se apresenta
como uma unidade, mas apresenta
variações.
Vejamos as principais perspectivas do
utilitarismo.
23. O utilitarismo pode tomar duas
formas:
> A de um UTILITARISMO
de ação.
> A de um UTILITARISMO
de regras.
24. 1. Utilitarismo Clássico – Utilitarismo
de Ato ou ação…
O Utilitarismo de Ato apresenta duas
versões, a saber, de Jeremy Bentham e Johnde Jeremy Bentham e John
Stuart Mill.Stuart Mill.
25. 1. 1 Jeremy Bentham
Para Bentham a felicidade é o bem último (e a
infelicidade o mal último) da ação humana e
esta é alcançada quando maximizamos o
prazer sobre a dor.
26. Hedonismo
Trata-se de uma perspectiva hedonista de felicidade.
Segundo esta perspectiva, a felicidade consiste noSegundo esta perspectiva, a felicidade consiste no
prazer e na ausência de dor.prazer e na ausência de dor.
O prazer pode ser mais ou menos intenso e maisO prazer pode ser mais ou menos intenso e mais
ou menos duradouro.ou menos duradouro.
27. Bentham propõe um hedonismo quantitativohedonismo quantitativo,
ou seja, o prazer é algo que tem uma
quantidadequantidade que se pode medir meramente em
termos de duração e intensidade.
28. Para mensurar a diferença entre o prazer e o dor,
Bentham sugeriu um cálculo utilitário:
Consiste em fazer um balanço do prazer e da dor,
medidos em termos de intensidade, duração, certeza,
proximidade, fecundidade e pureza para cada pessoa
envolvida, somando em seguida os resultados de
modo a obter um balanço final.
29. No caso do balanço final privilegiar o prazer sobre a
dor a ação será moralmente correta, caso contrário ela
será uma má ação.
Assim, uma ação é boa quando proporciona maior
prazer e menor dor; é uma ação má quando resulta em
maior dor e menor prazer.
31. (1) Calcular as opções. Fazer A ou B.
(2) Estimar as prováveis conseqüências prazerosas e
dolorosas de cada opção para as partes afetadas.
Talvez A torne alguns felizes, mas faça a maioria
infeliz.
(3) Decidir qual opção maximiza o equilíbrio do
prazer sobre a dor, ou seja, proporcionando mais
prazer para o maior número.
(4) Essa opção é meu dever.
32. Esses passos exigem uma reflexão.
O passo (2) é difícil, visto que
envolve tentar descobrir as
conseqüências futuras de
nossas ações.
Entretanto, ainda que jamais
possamos ter certeza a
respeito disso, podemos
basear nossos juízos em
estimativas melhores ou
piores.
• (2) Estimar as prováveis
conseqüências prazerosas e
dolorosas de cada opção
para as partes afetadas.
Talvez A torne alguns
felizes, mas faça a maioria
infeliz.
33. • (3) Decidir qual opção
maximiza o equilíbrio do
prazer sobre a dor, ou seja,
proporcionando mais
prazer para o maior
número.
• O passo (3) pode ser
difícil também, visto
que envolve adicionar
benefícios e danos.
34. OpçõesOpções → ação Aação A ação Bação B
Tom +1 -3
Dick -3 +1
Harry +4 +5
TotalTotal +2+2 +3+3
35. O Utilitarismo de Ato de Bentham nos indica
para seguirmos a ação B, pois no geral ela
proporciona um total superior a ação A.
Cálculos desse tipo tornariam nosso
pensamento moral mais nítido.
36. Mas o cálculo dos efeitos ou conseqüências
não é uma tarefa fácil, ainda que se faça por
unidades numéricas, como pretendia Bentham
com seu cálculo utilitarista, no qual as unidades
de bem eram unidades de prazer.
37. Vamos exemplificar isso
concretamente.
Vamos supor que o governo deseja construir uma
represa em determinada localidade.
Essa ação produzirá um bem, pois possibilitará uma
maior produção de energia elétrica e trará irrigação
para as terras da região aumentando assim a
produção.
Por outro lado, produzirá certo sofrimento à algumas
famílias, pois famílias que há muito tempo vivem na
região que será alagada terão de ser deslocadas,
poderá haver extinção de espécies nativas, etc.
38. Esse mal poderá ser reduzido se o governo reembolsar as perdas
das famílias, etc. Como o prazer resultante acabará sendo muito
maior que o sofrimento causado, a construção da represa torna-se,
quando medida por seus prováveis efeitos, uma boa ação.
Portanto, do ponto de vista utilitarista, a ação é moralmente
correta, pois produz maior bem para o maior número.
O utilitarismo hedonista de Jeremy Bentham sofreu muitas
críticas ao longo do tempo. E, por essa razão seu aluno John Stuart
Mill reformulou a doutrina de seu mestre.
39. 1.2 John Stuart Mill
Afirma Mill:
A doutrina utilitarista consiste nisto: a felicidade é
desejável, e a única coisa desejável, enquanto finalidade;
todas as outras coisas são desejáveis como meios para esse
fim. A felicidade que forma o padrão utilitarista daquilo
que é correto na conduta não é a felicidade do próprio
agente, mas a de todos os implicados.
Entre a felicidade do agente e a dos outros, o
utilitarismo exige que o agente seja tão estritamente
imparcial como um espectador desinteressado e benévolo.
40. Para Mill, as ações corretas são as que produzem o
maior equilíbrio possível de felicidade e infelicidade,
sendo a felicidade de cada pessoa contabilizada como
igualmente importante.
Mill também tem uma perspectiva hedonista de
felicidade.
A novidade de Mill está na distinção entre:
41. Capítulo 2 do livro...
[1] Prazeres inferiores:[1] Prazeres inferiores:
Ligados às necessidades
físicas, de ordem
sensorial, como beber,
comer e sexo. São
possivelmente mais
intensos e episódicos, e,
comumente associados
ao excesso.
[2] Prazeres superiores;[2] Prazeres superiores;
Ligados à ordem
intelectual, estética e
social. São mais
duradouros e seguros.
42. Para Mill, os prazeres superiores possuem mais valor quePara Mill, os prazeres superiores possuem mais valor que
os prazeres inferiores, devido à sua natureza.os prazeres inferiores, devido à sua natureza.
De acordo com Mill os prazeres superiores têm mais valoros prazeres superiores têm mais valor
porque sãoporque são os prazeres do pensamento, do sentimento eos prazeres do pensamento, do sentimento e
da imaginação;da imaginação; tais prazeres resultam da experiência de
apreciar a beleza, a verdade, o amor, a liberdade, o
conhecimento, a criação artística.
Qualquer prazer destes terá mais valor e fará as
pessoas mais felizes do que a maior quantidade
imaginável de prazeres inferiores.
43. O hedonismo de Mill é sofisticado por levar em
conta a qualidade dos prazeres na promoção da
felicidade para o maior número; a conseqüência
disso é deixar em segundo plano a idéia de que o
prazer é algo que tem uma quantidade que se
pode medir meramente em termos de duração e
intensidade, etc.
44. É a qualidade do prazer que é relevante e decisiva
para Mill.
Por isso sua afirmação de que “É preferível ser um“É preferível ser um
Sócrates insatisfeito a um tolo satisfeito".Sócrates insatisfeito a um tolo satisfeito".
Sócrates é capaz de prazeres elevados e prazeres
inferiores e escolheu os primeiros; o tolo só é capaz de
prazeres inferiores e está limitado a uma vida sem
qualidade.
45. Hedonismo pluralista
Mill afirma que, se fizéssemos a pergunta às pessoas
com experiência destes dois tipos de prazer, elas
responderiam que os prazeres elevados produzem
mais felicidade do que os prazeres inferiores.
Todas fariam à escolha de Sócrates. Assim, Mill
assume um hedonismo pluralista, pois não
restringe as conseqüências, apenas, ao binômio
prazer – dor, mas as amplia qualitativamente, mas as amplia qualitativamente.
46. Assim como o utilitarismo hedonista
quantitativo de Jeremy Bentham, o
utilitarismo pluralista qualitativo de Mill
sofreu muitas criticas e objeções.
Isso levou os muitos utilitaristas a
reformularem a concepção.