O documento discute a importância da dimensão cultural para o desenvolvimento sustentável. Apresenta o caso da Vila de Picinguaba e como as medidas de preservação cultural impactaram as populações tradicionais locais e transformaram a paisagem ao longo do tempo. Defende que o desenvolvimento sustentável deve levar em conta os processos culturais dinâmicos e a reapropriação do espaço público pelas comunidades.

1. CULTURA, MEIO
AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
Eduardo A. Simões Geraldes
FFLCH-USP
Elisabeth A. Dudziak
POLI-USP

2. Sumário
 Dimensões da sustentabilidade
 Cultura e Desenvolvimento Sustentável
 Aspectos do Patrimônio Cultural
 Memória
 Identidade cultural
 Paisagem
 Estudo de caso: Vila de Picinguaba
 Considerações Finais
In: VII Encontro Nacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente, 2003, São Paulo. ENGEMA: Anais.. São Paulo : FIA/FEA/
FGV, 2003.

3. Objetivos
 Analisar e compreender as repercussões de
medidas oficiais de preservação cultural
 Observar a situação das populações
tradicionais em relação à tais medidas
 Analisar criticamente os pressupostos teóricos
e metodológicos relativos à implementação de
projetos de desenvolvimento sustentável
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4. Dimensões da Sustentabilidade
 Social
 Econômica
 Ecológica
 Espacial
 Cultural
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5. CULTURA E DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
. A noção de
desenvolvimento
sustentável implica uma
dimensão cultural que
aponta para além dos
parâmetros puramente
quantitativos.
. Esta dimensão não vem
sendo considerada em
sua complexidade pelas
políticas públicas.
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6. Culturas tradicionais
 modo de vida ligado aos ciclos e recursos naturais
 noção de território coletivo ou familiar como espaço
de reprodução econômica e social
 produção voltada prioritariamente à subsistência
 estrutura social e econômica baseada na unidade
familiar e relações de parentesco (compadrio)
 reduzida acumulação de capital
 uso de tecnologia simples e rudimentar
 vida econômica e social baseada em mínimos vitais
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7. Paisagem - Processo Cultural
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8. Paisagem - Estética
“ Extensão de posse, posse da extensão. A paisagem
é um espaço em que a funcionalidade se dá em
proveito de espetáculo estético. Para ver uma
paisagem é necessário se estar distante, isto é,
separado, exterior, espectador, como se pode estar
de um cenário (décor), de uma cena. Espetáculo de
uma harmonia, de uma natureza, de um tempo
perdido, de uma história suspensa. Se inclui homens
ou máquinas é como figurantes ou acessórios”
(RONAI, 1977 apud HOLZER, 1998).
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9. Estudo de Caso
A VIla de Picinguaba
Ubatuba - SP

10. Localização e Área tombada
Condephaat-1983
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11. Estratégia de Abordagem
1.O uso e ocupação da terra
2.O Território Normativo
3. A Paisagem Caiçara
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12. 1. Ocupação da terra
1962 1977 1992
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13. 2. Território Normativo
 Regulamento dos Parques Estaduais Paulistas-
decreto 25341 /1986.
 Decreto de Criação do Parque estadual da Serra do
Mar - 10251 /1977.
 Resolução nº40 do Condephaat.
 Código Florestal - lei 4771 de 1965.
 Resolução Conama n.4 / 1985
 Plano de Manejo das Unidades de Conservação -
Parque Estadual da Serra do Mar. - Núcleo
Picinguaba.
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14. Premissas do Tombamento
A resolução n.7 (1983) do
CONDEPHAAT, referente ao
tombamento dos aglomerados
humanos de Picinguaba,afirma
especificamente a necessidade
de preservação das tradições
caiçaras, inclusive a ”trama
urbana...organicamente
condicionada pela paisagem
local” e “as soluções
construtivas típicas da chamada
arquitetura vernácula” (sic.).
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15. 3. Paisagem Caiçara
Mudança cultural e transformação da paisagem
O Núcleo Picinguaba do
Parque Estadual da Serra do
Mar, (1985) tinha como
objetivos:
. compatibilizar a presença das
comunidades caiçaras e a
conservação ambiental.
. seguir o postulado que afirma
a complementaridade entre
bio-diversidade e sócio-
diversidade.
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16. 3. Paisagem Caiçara
Arquitetura Vernácula
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17. 3. Paisagem Caiçara
Paisagem transformada
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18. “A recuperação da paisagem
pelos meios de informação
modernos e da comunicação em
escala industrial é flagrante.
Existe uma leitura sociológica
evidente dos fenômenos:
a paisagem como meio de
afirmação e dominação de
grupos sociais privilegiados, a
paisagem que se vende e se faz
vender, a paisagem elaboração
de classe e objeto de mercado”
(Sautter, 1979:48).
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19. Considerações Finais
 A cultura é um processo dinâmico
 O desenvolvimento sustentável só pode existir
considerando a dimensão cultural
 A paisagem é um processo cultural para além do
discurso da imagem e da lógica do mercado
 A abordagem pela perspectiva da complexidade
permite uma abordagem mais eficaz dos processos
culturais
 A sustentabilidade cultural passa necessariamente
pela reapropriação do espaço público e comunitário
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