1. Portfolio digital
Computação em nuvem permite a migração de programas pesados para tablets e smartphones. Apesar de
ter menos recursos, as versões móveis já atraem e conquistam profissionais de várias áreas, como
arquitetos e desenhistas. Queridinhos do mercado de tecnologia, as pranchetas eletrônicas e os celulares
com acesso à internet não são mais novidade. Estimativas das empresas de tecnologia Qualcomm e IDC
(Internacional Data Corporation) preveem que o Brasil fechará o ano com 35 milhões de usuários de
smartphones 3G e 400 mil tablets vendidos.A popularização dos aparelhos gerou necessidades de uso que
vão além do entretenimento. Programas pesadões, como AutoCAD e Photoshop, foram adaptados para os
dispositivos móveis e aproximaram profissionais e tecnologia. Médicos, arquitetos, designers, professores e
desenhistas são alguns beneficiados com a mobilidade dos programas.Para o CEO da Parsec Digital,
empresa especializada em desenvolvimento de aplicativos e integração de sistemas mobile, Pedro Anísio
Silva, a portabilidade desses aparelhos já permite a concorrência com os notebooks, principalmente para
profissionais que passam o dia fora do escritório. “Não é preciso esperar chegar ao trabalho. Um executivo
pode aprovar orçamentos, redigir textos e ter acesso às informações da empresa em qualquer lugar”,
defende.O arquiteto Thiago Turchi, 30 anos, utiliza a versão móvel do AutoCAD para mostrar plantas de
obras menores aos pedreiros e aos clientes no celular. Desde que aderiu à novidade, há seis meses, ele
deixou de gastar papel com a impressão dos desenhos. “Modifico o projeto com o cliente pelo iPhone. A
vantagem é poder atualizar e visualizar o arquivo, além de conseguir tirar medidas”, afirma.Apesar de o
programa móvel não permitir ao usuário fazer desenhos, Turchi pretende comprar um iPad e investir na
apresentação dos projetos para os clientes. “O tablet é um portfólio portátil. O cliente consegue visualizar
melhor o projeto”, explica Jonatas Bueno, 26, um dos sócios da empresa de arquitetura.O estudante de
computação gráfica Lênio Figueiredo, 26, também aproveita a comodidade dos aplicativos móveis. Ele
utiliza o tablet há seis meses para fazer desenhos em programas especializados. “Uso o SketchBook Pro e
o Procreate para desenhar e o Brushes para gravar o processo de criação”, diz.Lênio explica que os
aplicativos no tablet facilitaram o trabalho de finalizar o desenho no PC. “Antes, eu fazia o desenho à mão,
escaneava e, ao exportar para o Photoshop, tinha de criar as camadas que seriam editadas. Com o tablet,
consigo exportar o desenho para o programa já separado por partes.”DesvantagensSegundo o CEO da
Parsec Digital, Pedro Anísio Silva, a maior dificuldade no processo de migração de programas para
dispositivos móveis é a restrição de uso. “O computador tem tela maior e mouse, mais espaço de
armazenamento e memória”, esclarece.Para ele, o grande desafio dessa tecnologia foi criar uma nova
forma de utilizar o aplicativo. “Parece mais complicado, porém, é mais natural interagir com o aparelho
usando os dedos. Basta reparar que as crianças conseguem mexer com facilidade nos tablets”, afirma.Além
dos dispositivos móveis, os programas armazenados na web funcionam como bons quebra-galhos para
algumas profissões. Um exemplo é o Help Link, prontuário médico eletrônico gratuito que pode ser
visualizado em tablets e smartphones. Nele, os mais de 1.500 médicos cadastrados conseguem visualizar
dados de pacientes que também usam o sistema, assim como informações de consultas anteriores.“O
sistema atual não permite que o médico acrescente informações no prontuário dos pacientes. Mas, em três
meses, lançaremos uma nova ferramenta onde haverá gestão compartilhada entre médico e paciente”,
anuncia Ciro Menezes, diretor da Help Link. Com a novidade, o médico terá autonomia para cadastrar os
pacientes e arquivar on-line o prontuário das consultas. Segundo Menezes, o resultado é a fidelização dos
pacientes.O especialista em desenvolvimento de aplicativos e soluções para dispositivos móveis Gustavo
Eliano ressalta as mudanças que a tecnologia da computação em nuvem proporcionou aos usuários de
tablets e smartphones. “Ela conseguiu mudar a forma de usar aplicativos e facilitar o mundo multidispositivo
— uma única pessoa possui tablet, smartphone, computador em casa e no trabalho”, avalia.Para Eliano, a
comodidade de acessar arquivos em qualquer lugar, a toda hora, é o ponto forte dos dispositivos móveis
para os profissionais. “Hoje, as pessoas têm dados sincronizados em todos os aparelhos e na nuvem”,
afirma Gustavo, que chama a atenção para atividades colaborativas na web, como os textos editados
simultaneamente no Google Docs.
Fonte. http://www.cecb.edu.br/index.php/outras-noticias/825-portfolio-digital.html