2. BREVE HISTÓRICO
Década de 80 – asilos, manicômios, aplicação de medicamentos,
eletrochoque, camisa de força, ...
Final da década de 70 - Movimento dos trabalhadores de Saúde Mental
(MTSM) e Movimento Sanitário
Desistintucionalização
Políticas Públicas – rede substitutiva
1990 – Santos e em São Paulo – MS portarias de financiamento (1991 e
1992)
2001 - Lei Federal nº 10.216 (BRASIL, 2001a) que passou a haver um
investimento público massivo para a implantação e implementação de
dispositivos assistenciais específicos – principalmente Centros de
Atenção Psicossocial (CAPS)
3. PONTOS A CONSIDERAR
A assistência à doença mental, em toda a sua história,
sempre registrou a impossibilidade da família estar junto,
conviver e cuidar do doente mental.
A reabilitação psicossocial deve ser entendida como uma
exigência ética, “um processo de reconstrução, um exercício
pleno da cidadania e, também, de plena contratualidade nos
três grandes cenários: habitat, rede social e trabalho com
valor social”
4. Entrevista clínica que auxiliam na identificação
de problemas emocionais dos pacientes:
1. Estabelecer bom contato “olho no olho”: isto propicia o
estabelecimento de uma relação de confiança entre o paciente e o
profissional de saúde;
2. Começar com questões mais amplas e abertas e posteriormente
utilizar perguntas mais fechadas: entrevistas muito diretivas, voltadas
apenas para o esclarecimento das queixas físicas, não propiciam
exploração da vida pessoal do paciente;
5. Entrevista clínica que auxiliam na identificação de
problemas emocionais dos pacientes:
3. Clarificar as queixas atuais: não é necessário que você explore toda
a vida do paciente para que possa ter boa compreensão do que se
passa com ele. Explore os episódios mais recentes e construa a
história pregressa aos poucos, de forma natural;
4. Usar questões diretivas na pesquisa de queixas físicas: a
investigação das queixas físicas deve ser precisa, com o
aprofundamento necessário, porém não deve ser o único foco da
entrevista;
6. Entrevista clínica que auxiliam na identificação de
problemas emocionais dos pacientes:
5. Fazer comentários empáticos: dizer “eu posso imaginar o que você tem
passado” ou ”esta é realmente uma situação difícil de resolver” demonstra
que você se importa com a pessoa que está sendo atendida, que você
consegue perceber seu sofrimento;
6. Estar atento às dicas verbais e não-verbais dos pacientes: a postura do
corpo, a atitude e a expressão facial podem “falar” muito durante a
entrevista; não despreze esse elemento e observe as mudanças ao longo
do tempo;
7. Entrevista clínica que auxiliam na identificação de
problemas emocionais dos pacientes:
7. Não ler enquanto estiver entrevistando o paciente: demonstra que todo
seu interesse e atenção estão focados no paciente, que ele é o que importa
para você naquele momento;
8. Saber lidar com o paciente que fala demais: dizer “já entendi o que você
está querendo dizer, mas precisamos explorar mais um outro aspecto da sua
vida” – geralmente produz resultados e reconduz a entrevista para uma
perspectiva mais produtiva e menos cansativa ou repetitiva;
8. Entrevista clínica que auxiliam na identificação de
problemas emocionais dos pacientes:
9. Explorar problemas emocionais: perguntar “o que você
sentiu” ou “o que passou pela sua cabeça” explorando
determinada situação da vida do paciente é uma atitude
simples, mas que incita a expressão emocional durante a
entrevista.
9. Antes de estabelecer um diagnóstico psiquiátrico,
não deixe de pesquisar:
• Estado clínico geral: investigue se há alguma
doença clínica de base que possa justificar a
alteração de comportamento atual, ex.: hipo ou
hipertireoidismo, descompensação metabólica;
• História recente de queda com perda da consciência
e episódios convulsivos: podem indicar doença de
base neurológica;
10. Antes de estabelecer um diagnóstico psiquiátrico,
não deixe de pesquisar:
• Padrão do uso de álcool e outras drogas: investigar
quais substâncias, quantidade e frequência do consumo
para auxiliar na tipificação de possível intoxicação, uso
abusivo ou quadro de dependência química;
• História atual de uso de medicação clínica, neurológica
ou psiquiátrica: efeitos colaterais de diversas
medicações podem provocar alterações
comportamentais.
11. DESAFIOS
Integração com a APS –
- ESF/NASF: Atenção Integral e territorialização (Médicos e Enfermeiros
generalistas)
o Formação do profissional de saúde mental (Medicina - Terapêutica
medicamentosa e a Psicologia – teoria Psicanalítica) Ações que não
destacam prevenção e promoção a saúde.
o Aspectos sociais que compõem a complexa trama de fatores que
podem desencadear o sofrimento e o adoecimento mental, entre
os quais está o trabalho.
12. PAPEL DO ENFERMEIRO
• Saber identificar os principais distúrbios
psiquiátricos e o melhor encaminhamento em cada
situação;
• Conhecer as principais indicações de psicotrópicos
e seus principais efeitos colaterais;
• Instituir tratamento não-farmacológico, quando
indicado;
13. PAPEL DO ENFERMEIRO
• Gerenciar a situação clínica do paciente, em conjunto com o médico,
coordenando os contatos com outros profissionais de saúde de forma a
assegurar a continuidade dos cuidados;
• Organizar a assistência aos portadores de transtorno mental na
unidade de saúde;
• Capacitar e supervisionar os técnicos e auxiliares de enfermagem e
outros agentes de saúde de nível médio no acompanhamento a
pacientes com transtornos mentais;
• Fazer prevenção e reabilitação psicossocial em situações clínicas
compatíveis com essas ações.
14. REDE DE ATENÇÃO PSICOS-
SOCIAL- RAPS
Rede de saúde mental integrada, articulada e efetiva nos
diferentes pontos de atenção para atender as pessoas em
sofrimento e/ou com demandas decorrentes dos
transtornos mentais e/ou do consumo de álcool, crack e
outras drogas;
Ênfase nos serviços com base comunitária, caracterizados
por plasticidade de se adequar às necessidades dos
usuários e familiares e não os mesmos se adequarem aos
serviços;
15. REDE DE ATENÇÃO PSICOS-
SOCIAL- RAPS
Respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o
exercício da cidadania;
Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde;
Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral
e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar;
Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as
estratégias de cuidado com participação e controle social dos usuários e de
seus familiares;
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19. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, I. M. de. Construindo a culpa e evitando a prevenção: caminhos da
investigação de acidentes do trabalho em empresas e município de porte
médio, Botucatu, São Paulo, 1997. 2001. 222 f. Tese (Doutorado em Saúde
Ambiental)-Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2001.
______. Trajetória da análise de acidentes: o paradigma tradicional e os
primórdios da ampliação da análise. Interface, Botucatu, v. 10, n. 19, p. 185-
202, jun. 2006.
AMARANTE, P. Novos sujeitos, novos direitos: o debate em torno da
Reforma Psiquiátrica. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 11, n. 3,
p. 491-494, jul./set. 1995.
______. Loucos pela vida: a trajetória da reforma psiquiátrica no Brasil. Rio de
Janeiro: Fiocruz, 2000.