O documento fornece orientações para professores sobre o uso de sequências didáticas para ensinar conteúdos de Língua Portuguesa. As sequências devem incluir várias atividades em torno de um gênero textual para ajudar os alunos a consolidar conceitos. As etapas incluem apresentar o gênero, analisar textos, produzir textos coletivos e individuais, e revisar os textos produzidos.
3. APRESENTAÇÃO
A Secretaria de Educação, ao assumir o compromisso de assegurar a todos(as) os(as)
estudantes o direito à educação pública de qualidade social, vem desenvolvendo um conjunto
de ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino na rede pública, de forma a garantir o
acesso, a permanência e a terminalidade nos diversos níveis e modalidades de ensino aos que
neles ingressem, com resultados bem sucedidos.
Nessa direção, uma das prioridades da Secretaria de Educação de Pernambuco é
oferecer aos(as) estudantes novas oportunidades de ensino e aprendizagens para os que
encontram dificuldades nesse processo.
É com essa compreensão que essa Secretaria elaborou o PROJETO APRENDER MAIS,
em consonância com a LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que
estabelece como dever do Estado garantir padrões mínimos de qualidade do ensino e a
obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência Accioly Campos
Eduardo Henrique paralelos ao período letivo, para
casos de baixo rendimento escolar, como política educacional. DE PERNAMBUCO
GOVERNADOR DO ESTADO
O PROJETO APRENDER MAIS visa atender aos (as) estudantes da 4ª série/5º ano, 8ª
série/9º ano do Ensino Fundamental e do 3º Danilo Jorge de Barros Cabral
ano do Ensino Médio das escolas estaduais que
apresentam defasagem e/ou dificuldades de aprendizagens em DO ESTADO aos conteúdos
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO relação
ministrados e prescritos no currículo escolar. Serão desenvolvidas ações de reensino, em
horários regulares e em horários complementares, Mota Silveira Filho
Nilton da de forma concomitante aos estudos
realizados no cotidiano da escola. CHEFE DE GABINETE
Este Caderno contém um conjunto de ORIENTAÇÕES TEÓRICO METODOLÓGICAS
Margareth Costa Zaponi
visando contribuir com as práticas de docência, com foco nos descritores/conteúdos
SECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE
curriculares estabelecidos pela Secretaria de Educação.
É importante que você professor (a), ao identificar as dificuldades e possibilidades dos
Aída Maria Monteiro da Silva
estudantes, organize as atividades pedagógicas desenvolvendo dinâmicas de sala de aula que
SECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
possibilitem ao (a) estudante construir o seu próprio conhecimento. A problematização de
situações didáticas que estimulem a compreensão, interpretação, análise e síntese das novas
Zélia Granja Porto
aprendizagens, priorizando as diferentes linguagens devem ser desenvolvidas com dinâmicas
diversificadas, utilizando materiaisDE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL
GERENTE
existentes na escola – jogos didáticos, revista, livros, DVD e
CD, entre outros.
Rosinete Salviano
Considerando a complexidade desse processo, sabemos que os resultados em um grupo
CHEFE DE UNIDADE
de estudantes não são homogêneos. Essa realidade requer trabalhos e atendimentos
pedagógicos específicos aos que apresentam dificuldades, Galvão Valença
Maria Epifânia de França de modo a possibilitar o
aperfeiçoamento do desempenhoGERENTE DEHá estudantes que necessitam de mais tempo ou de
escolar. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
outras formas e metodologia para aprender.
Wanda Maria Braga Cardoso
A Escola tem o papel social de promover todas as formas de ensino para que o (a)
estudante desenvolva aprendizagem bem sucedidas, e você professorDE ENSINO
ELABORAÇÃO - EQUIPE TÉCNICA (a) desempenha papel
primordial como mediador no processo de construção do conhecimento junto ao estudante.
É importante envolver a família do (a) estudante nesse processo uma vez que a
educação é tarefa de todos.
Bom trabalho!
DANILO CABRAL
Secretário de Educação do Estado
4. APRESENTAÇÃO
A Secretaria de Educação, ao assumir o compromisso de assegurar a todos(as) os(as)
estudantes o direito à educação pública de qualidade social, vem desenvolvendo um conjunto
de ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino na rede pública, de forma a garantir o
acesso, a permanência e a terminalidade nos diversos níveis e modalidades de ensino aos que
neles ingressem, com resultados bem sucedidos.
Nessa direção, uma das prioridades da Secretaria de Educação de Pernambuco é
oferecer aos(as) estudantes novas oportunidades de ensino e aprendizagens para os que
encontram dificuldades nesse processo.
É com essa compreensão que essa Secretaria elaborou o PROJETO APRENDER MAIS,
em consonância com a LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que
estabelece como dever do Estado garantir padrões mínimos de qualidade do ensino e a
Campos obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para
Eduardo Henrique Accioly
casos de baixo rendimento escolar, como política educacional.
GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO
O PROJETO APRENDER MAIS visa atender aos (as) estudantes da 4ª série/5º ano, 8ª
Danilo Jorge de Barros Cabral do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio das escolas estaduais que
série/9º ano
apresentam defasagem e/ou dificuldades de aprendizagens em relação aos conteúdos
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO
ministrados e prescritos no currículo escolar. Serão desenvolvidas ações de reensino, em
Nilton da Mota Silveira Filho regulares e em horários complementares, de forma concomitante aos estudos
horários
CHEFE DE GABINETE realizados no cotidiano da escola.
Este Caderno contém um conjunto de ORIENTAÇÕES TEÓRICO METODOLÓGICAS
Margareth Costa Zaponi
visando contribuir com as práticas de docência, com foco nos descritores/conteúdos
SECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE
curriculares estabelecidos pela Secretaria de Educação.
Aída Maria Monteiro da Silvaimportante que você professor (a), ao identificar as dificuldades e possibilidades dos
É
estudantes, organize as atividades pedagógicas desenvolvendo dinâmicas de sala de aula que
SECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
possibilitem ao (a) estudante construir o seu próprio conhecimento. A problematização de
situações didáticas que estimulem a compreensão, interpretação, análise e síntese das novas
Zélia Granja Porto
aprendizagens, priorizando as diferentes linguagens devem ser desenvolvidas com dinâmicas
diversificadas, utilizando materiais existentes na escola – jogos didáticos, revista, livros, DVD e
GERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL
CD, entre outros.
Rosinete Salviano
CHEFE DE UNIDADE Considerando a complexidade desse processo, sabemos que os resultados em um grupo
de estudantes não são homogêneos. Essa realidade requer trabalhos e atendimentos
pedagógicos específicos aos que apresentam dificuldades, de modo a possibilitar o
Maria Epifânia de França Galvão Valença
aperfeiçoamento do desempenho escolar. Há estudantes que necessitam de mais tempo ou de
GERENTE DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
outras formas e metodologia para aprender.
Wanda Maria Braga Cardoso Escola tem o papel social de promover todas as formas de ensino para que o (a)
A
estudante desenvolva aprendizagem bem sucedidas, e você professor (a) desempenha papel
ELABORAÇÃO - EQUIPE TÉCNICA DE ENSINO
primordial como mediador no processo de construção do conhecimento junto ao estudante.
É importante envolver a família do (a) estudante nesse processo uma vez que a
educação é tarefa de todos.
Bom trabalho!
DANILO CABRAL
Secretário de Educação do Estado
5. LÍNGUA PORTUGUESA | PROJETO APRENDER MAIS
ORIENTAÇÕE
S
Este caderno reúne um conjunto de atividades pedagógicas da área de conhecimento de
Língua Portuguesa com o objetivo de serem aplicadas em sequências didáticas para o ensino
de conteúdos curriculares em que os alunos apresentem necessidades e dificuldades em
conceitos que não foram consolidados a partir de diagnóstico das necessidades dos seus
alunos e alunas.
O trabalho com sequências didáticas permite a elaboração de contextos de produção de
uso da linguagem de forma mais próxima da realidade, por meio de atividades e exercícios
múltiplos e variados com a finalidade de ajudar o aluno a consolidar melhor um determinado
gênero textual, uma regra ortográfica, compreensão de leitura, noções, técnicas e instrumentos
que desenvolvam suas capacidades de expressão oral e escrita em diversas situações de
comunicação. Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas de
maneira sistemática, em torno de um determinado conteúdo. Ela também serve para dar
acesso aos alunos a práticas de linguagens novas ou de difícil apreensão. Por exemplo, o
professor poderá organizar módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios,
utilizando, assim, instrumentos necessários para esse domínio de maneira sistemática e
aprofundada. O professor poderá solicitar aos alunos uma produção final, pode por em prática
os conhecimentos adquiridos nas oportunidades de reensino e aferir os progressos alcançados
por alunos e alunas. Esta produção final poderá servir, também, para uma avaliação do tipo
somativo, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência.
Dessa forma, as sequências didáticas devem esclarecer quais são os elementos próprios
da situação de comunicação em questão, levar o aluno a ter contato com os mais variados
gêneros textuais e exercitá-los no domínio discursivo de suas particularidades. As etapas da
sequência didática estão assim representadas:
1. Apresentação da proposta de trabalho com um gênero textual, sempre
associada a questões de interesses do aluno;
2. Partir dos conhecimentos prévios dos alunos;
3. Estabelecer contato inicial com o gênero textual em estudo;
4. Ampliação do repertório, com leitura e análise de vários textos do gênero
escolhido;
5. Propor a escrita de um texto no gênero, como forma de diagnosticar o que
os alunos sabem sobre ele e o que precisa ainda ser aprendido;
6. Organização e sistematização do conhecimento: estudo detalhado dos
elementos constitutivos do gênero, suas situações de produção e
circulação;
7. Produção de um texto coletivo, tendo o professor como mediador, para
tornar o gênero e seus elementos um conteúdo partilhado pela classe;
8. Produção individual de um texto o mais próximo possível do gênero
estudado;
9. Revisão e reescrita do texto individual, respeitando elementos do gênero,
coesão e coerência a correção ortográfica e gramatical.
03
6. LÍNGUA PORTUGUESA | PROJETO APRENDER MAIS
ORIENTAÇÕES
Este caderno reúne um conjunto de atividades pedagógicas da área de conhecimento de
Língua Portuguesa com o objetivo de serem aplicadas em sequências didáticas para o ensino
de conteúdos curriculares em que os alunos apresentem necessidades e dificuldades em
conceitos que não foram consolidados a partir de diagnóstico das necessidades dos seus
alunos e alunas.
O trabalho com sequências didáticas permite a elaboração de contextos de produção de
uso da linguagem de forma mais próxima da realidade, por meio de atividades e exercícios
múltiplos e variados com a finalidade de ajudar o aluno a consolidar melhor um determinado
gênero textual, uma regra ortográfica, compreensão de leitura, noções, técnicas e instrumentos
que desenvolvam suas capacidades de expressão oral e escrita em diversas situações de
comunicação. Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas de
maneira sistemática, em torno de um determinado conteúdo. Ela também serve para dar
acesso aos alunos a práticas de linguagens novas ou de difícil apreensão. Por exemplo, o
professor poderá organizar módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios,
utilizando, assim, instrumentos necessários para esse domínio de maneira sistemática e
aprofundada. O professor poderá solicitar aos alunos uma produção final, pode por em prática
os conhecimentos adquiridos nas oportunidades de reensino e aferir os progressos alcançados
por alunos e alunas. Esta produção final poderá servir, também, para uma avaliação do tipo
somativo, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência.
Dessa forma, as sequências didáticas devem esclarecer quais são os elementos próprios
da situação de comunicação em questão, levar o aluno a ter contato com os mais variados
gêneros textuais e exercitá-los no domínio discursivo de suas particularidades. As etapas da
sequência didática estão assim representadas:
1. Apresentação da proposta de trabalho com um gênero textual, sempre
associada a questões de interesses do aluno;
2. Partir dos conhecimentos prévios dos alunos;
3. Estabelecer contato inicial com o gênero textual em estudo;
4. Ampliação do repertório, com leitura e análise de vários textos do gênero
escolhido;
5. Propor a escrita de um texto no gênero, como forma de diagnosticar o que
os alunos sabem sobre ele e o que precisa ainda ser aprendido;
6. Organização e sistematização do conhecimento: estudo detalhado dos
elementos constitutivos do gênero, suas situações de produção e
circulação;
7. Produção de um texto coletivo, tendo o professor como mediador, para
tornar o gênero e seus elementos um conteúdo partilhado pela classe;
8. Produção individual de um texto o mais próximo possível do gênero
estudado;
9. Revisão e reescrita do texto individual, respeitando elementos do gênero,
coesão e coerência a correção ortográfica e gramatical.
03
7. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
Por fim, ao usar uma sequência didática, algumas questõesespaço privilegiado para desenvolver um
É dentro dessa perspectiva que se garante um devem ser formuladas:
trabalho com os gêneros textuais, manifestações das práticas discursivas que se estabeleceram
no decorrer dos anos,Qual o gênero determinados propósitos comunicativos, e que continuam
para cumprir será abordado?
em mudança. Em todos os âmbitos de atuação do que humano, desde as relações pessoais até o
Quais as regras ortográficas ser determinados alunos não compreenderam?
universo artístico, jurídico,osescolar e alunas gêneros que preenchem determinadas funções
O que alunos etc., há respondem sobre esse conteúdo?
sociais, como: o bilhete, oforma assumirá a produção? Gravação? Uma peça de teatro?
Que poema, a lei, o e-mail, o requerimento, a fábula, a piada, a história
em quadrinhos, o blog, o participará, todos os alunos? Em grupos? notícia, a reportagem, a
Quem conto, o diário, o debate, a receita, a
entrevista, o resumo, a biografia, o seminário, a peça de teatro, a letra de música etc. Cada
gênero tem características e especificidades próprias, modos específicos de produção,
circulação e recepção, além de exemplo, o livro texto daparticulares. Curricular Comum), a qual se encontra
Veja, por implicações ideológicas BCC (Base
organizada a partir de eixos teórico-metodológicos da língua, devendo servir como referencial à
avaliação do desempenho dos forma, torna-se necessário trazerpelo Sistema de Avaliação
Dessa alunos, atualmente conduzida para a sala de aula as múltiplas práticas de
Educacional do Estado de Pernambuco (SAEPE), que apresenta, através da Matriz de
linguagem, materializadas nos gêneros textuais, através de situações de ensino e
aprendizagem desafiadoras.descritores, conforme explicitado no quadro a seguir. da sala de
Referência, os Contudo, apenas trazer gêneros variados para dentro Após a leitura, consulte as
aula não garante a construção e a ampliação de capacidade de quais são concebidas como referenciais
OTMs - Orientações Teórica Metodológicas, as leitura, escrita, oralidade e
análise da língua. Ao seremdas práticas outras esferasLíngua Portuguesa. Elas estão disponíveis no site da
estruturadores levados de de ensino da para o ambiente escolar, os gêneros são
tratados conforme os objetivos da escola, relativos Consulte também os materiais pedagógicos e atividades
Secretaria, www.educacao.pe.gov.br . ao ensino e aprendizagem. Por exemplo, ao
lermos um poema fora da disponíveis no site do MEC, www.mec.gov.br .de leitura, o que é
do GESTAR II, escola, não temos de responder a questões
bastante comum quando se lê um poema em sala de aula. A escolarização não é um problema
em si, pois é função da escola tratar os gêneros segundo as necessidades de ensino e
aprendizagem dos alunos. No entanto, deve-se ter o cuidado de, na escolarização dos gêneros,
procurar não artificializar as práticas de leitura/escuta e produção, sem perder de vista o que é
necessário aprender.
Nesse contexto, consideramos de suma importância levar os alunos a refletirem sobre
como se constituem esses gêneros, partindo dos aspectos mais amplos, como, por exemplo, o
contexto em que são produzidas as notícias, os critérios para considerar determinados fatos
passíveis de serem noticiados, até aspectos mais pontuais, como o uso do tempo presente nos
títulos das notícias, para dá a impressão de se tratar de acontecimentos recentes.
Refletindo sobre como e por que razão um determinado gênero é produzido, o aluno
estará mais habilitado a lê-lo de forma crítica e a produzi-lo de forma mais adequada, quando
for solicitado. É nesse âmbito que se integram as práticas pedagógicas de compreensão
(leitura/escuta), análise lingüística e produção (escrita/oral), conforme vêm apontando
pesquisas sobre ensino de língua materna e documentos oficiais que orientam esse processo
de ensino.
Para produzir um trabalho com os gêneros textuais nos diversos eixos de ensino,
acreditamos que as práticas de leitura/escuta na escola devem ultrapassar a identificação
manifesta, explorando-se estratégias de levantamento e checagem de hipótese, inferências,
comparações, sínteses e extrapolações, além de outras.
Em relação à produção oral e escrita, é necessário pensar em orientações claras sobre
as condições de produção e circulação dos gêneros: qual o objetivo para elaborar o texto, qual o
gênero, quem é o interlocutor, em que suporte será veiculado etc. Diante disso, torna-se
necessário promover oportunidades para as etapas de planejamento, produção, revisão e
reescrita/refacção.
Importa, ainda, observar a necessidade de familiaridade com o tema do texto a ser
produzido, o que implica um trabalho prévio de discussão, de leitura de outros textos sobre o
tema, de levantamento de idéias principais, dúvidas e eventuais polêmicas.
04 05
8. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
Por fim, ao usar uma sequência didática, algumas questõesse garante um espaço privilegiado para desenvolver um
É dentro dessa perspectiva que devem ser formuladas:
trabalho com os gêneros textuais, manifestações das práticas discursivas que se estabeleceram
Qual o gênero será abordado? dos anos, para cumprir determinados propósitos comunicativos, e que continuam
no decorrer
Quais as regras ortográficas que Em todos os âmbitos de atuação do ser humano, desde as relações pessoais até o
em mudança. determinados alunos não compreenderam?
O que os alunos e universo artístico, sobre esseescolar etc., há gêneros que preenchem determinadas funções
alunas respondem jurídico, conteúdo?
Que forma assumirá a produção? o bilhete, o Uma peçalei, o e-mail, o requerimento, a fábula, a piada, a história
sociais, como: Gravação? poema, a de teatro?
Quem participará, em quadrinhos, o blog, o conto, o diário, o debate, a receita, a notícia, a reportagem, a
todos os alunos? Em grupos?
entrevista, o resumo, a biografia, o seminário, a peça de teatro, a letra de música etc. Cada
gênero tem características e especificidades próprias, modos específicos de produção,
Veja, por exemplo, o livro texto da BCC além de implicações ideológicas particulares.
circulação e recepção, (Base Curricular Comum), a qual se encontra
organizada a partir de eixos teórico-metodológicos da língua, devendo servir como referencial à
avaliação do desempenhoDessa alunos, torna-se necessário trazer paraSistema de Avaliação
dos forma, atualmente conduzida pelo a sala de aula as múltiplas práticas de
Educacional do Estado de Pernambuco (SAEPE), que apresenta, através de situações de ensino e
linguagem, materializadas nos gêneros textuais, através da Matriz de
Referência, os descritores, conforme explicitado no quadro a seguir. Após a leitura, consulte dentro da sala de
aprendizagem desafiadoras. Contudo, apenas trazer gêneros variados para as
OTMs - Orientações Teórica Metodológicas, e aquais são concebidas como referenciais
aula não garante a construção as ampliação de capacidade de leitura, escrita, oralidade e
estruturadores das análise da língua. Ao serem levados de outras esferasdisponíveis no site da
práticas de ensino da Língua Portuguesa. Elas estão para o ambiente escolar, os gêneros são
Secretaria, www.educacao.pe.gov.br os objetivos da escola,materiais pedagógicos e atividades Por exemplo, ao
tratados conforme . Consulte também os relativos ao ensino e aprendizagem.
do GESTAR II, disponíveis nopoema fora da escola, não temos de responder a questões de leitura, o que é
lermos um site do MEC, www.mec.gov.br .
bastante comum quando se lê um poema em sala de aula. A escolarização não é um problema
em si, pois é função da escola tratar os gêneros segundo as necessidades de ensino e
aprendizagem dos alunos. No entanto, deve-se ter o cuidado de, na escolarização dos gêneros,
procurar não artificializar as práticas de leitura/escuta e produção, sem perder de vista o que é
necessário aprender.
Nesse contexto, consideramos de suma importância levar os alunos a refletirem sobre
como se constituem esses gêneros, partindo dos aspectos mais amplos, como, por exemplo, o
contexto em que são produzidas as notícias, os critérios para considerar determinados fatos
passíveis de serem noticiados, até aspectos mais pontuais, como o uso do tempo presente nos
títulos das notícias, para dá a impressão de se tratar de acontecimentos recentes.
Refletindo sobre como e por que razão um determinado gênero é produzido, o aluno
estará mais habilitado a lê-lo de forma crítica e a produzi-lo de forma mais adequada, quando
for solicitado. É nesse âmbito que se integram as práticas pedagógicas de compreensão
(leitura/escuta), análise lingüística e produção (escrita/oral), conforme vêm apontando
pesquisas sobre ensino de língua materna e documentos oficiais que orientam esse processo
de ensino.
Para produzir um trabalho com os gêneros textuais nos diversos eixos de ensino,
acreditamos que as práticas de leitura/escuta na escola devem ultrapassar a identificação
manifesta, explorando-se estratégias de levantamento e checagem de hipótese, inferências,
comparações, sínteses e extrapolações, além de outras.
Em relação à produção oral e escrita, é necessário pensar em orientações claras sobre
as condições de produção e circulação dos gêneros: qual o objetivo para elaborar o texto, qual o
gênero, quem é o interlocutor, em que suporte será veiculado etc. Diante disso, torna-se
necessário promover oportunidades para as etapas de planejamento, produção, revisão e
reescrita/refacção.
Importa, ainda, observar a necessidade de familiaridade com o tema do texto a ser
produzido, o que implica um trabalho prévio de discussão, de leitura de outros textos sobre o
tema, de levantamento de idéias principais, dúvidas e eventuais polêmicas.
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9. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
TRABALHANDO
As atividades de análise lingüística propostas buscam, como primazia, a produção de COM
sentidos e a reflexão sobre o fenômeno da linguagem. Não propomos, nessas atividades, a
GÊNEROS
memorização de nomenclatur as nem aponto de partidaexercícios de classificação
Tomamos como resolução de para realização desse trabalho a visão bakhtiniana
morfossintática. Então, julgamos necessário oportunizar ao aluno a reflexão sobre as regras de
sobre gêneros do discurso. Bakhtin postula que tudo o que comunicamos só se faz possível
uso e funcionamento da língua, ajudando-o a construir definições a partir do trabalho com o
através de gêneros. Um dos aspectos mais interessantes dos gêneros, que alude de forma direta
texto ou a atividade. Dessa maneira, é fundamental que as suas falas sejam valorizadas e
à questão do “uso” é o fato de que devemos considerar o gênero como meio social de produção
sistematizadas de forma coletiva.
e de recepção do discurso. Assim, a vivência das situações de comunicação e o contato com os
diferentes gêneros quepapel da no cotidiano, exercitam a competência linguística doamplas de
É surgem escola propiciar o desenvolvimento de capacidades
falante/ouvinte produtor de textos. Essa competência é inerente ao de uma exploração adequada da
leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística, além ser humano social que
interage, comunica, criatextual em sala de aula, a qual pode contribuir para que os alunos sejam cada vez
diversidade e recria. Na medida em que um indivíduo avança em grau de
escolaridade, ele tende a tornar-se cada vez mais proficiente na operacionalização de variadas
categorias textuais. Sendo assim, pretendemos desenvolverdiversos, em várias situações de interação
mais capazes de compreender e elaborar gêneros a competência linguístico-
social.
discursiva e pragmática dos nossos alunos como cidadãos co-construtores do seu espaço na
sociedade. Supomos que algumas sequências parecerão mais atraentes para uma determinada
turma de alunos que outras e algumas demandarão mais trabalho que outras. De outra forma,
uma sequência que tenha sido planejada para uma etapa de escolaridade (ciclo/série) pode ser
utilizada para alunos de outra fase (ciclo/série), desde que o professor faça as adaptações
necessárias. Assim, a intervenção do professor com eventuais alterações e ampliações, será
sempre bem aceita, atuando nesta empreitada como co-autor nessa incessante busca do que é I – CRÔNICA
aprender e ensinar.
A Crônica, por ser um texto curto, leve, lírico ou humorístico, e algumas vezes crítico,
aborda o dia-a-dia deNa esteira dessas considerações, a aprendizagem dosser experimentado maior da
nossa sociedade. Acreditamos que esse gênero pode alunos é o objetivo
pelos alunos nas aulas de língua de reforçouma vezsugerida crônica é gerência. gêneros mais
proposta de trabalho materna, escolar que a por esta um dos Compreende-se, dessa
utilizados pelos livros didáticos, sem prescindir da sua circulação no domínioenriquecer as experiências
forma, uma ação que deve consolidar e ampliar conhecimentos, midiático, como
culturais e sociais dos alunos e auxiliá-los a vencer obstáculos em sua aprendizagem,
jornais e revistas.
favorecendo o sucesso na escola e na vida.
Como toda ação pedagógica, (re) conhecer características do gênero crônica, relacionando-as às
Objetivos: o reforço exige um cuidadoso planejamento, a definição
temáticas dodas metas, a escolha dealgumas estratégias discursivasdos produção de sentido,
cotidiano; reconhecer alternativas e o envolvimento de interessados. Este caderno aponta
como marcas da oralidade –propõe ações, e variantes linguísticas, repetições; importantes para que o
alguns caminhos, uso de gíria, discute assuntos que consideramos paragrafação;
perceber a relação de sentido entrecom êxito overbais; produzir crônica a partir de um e, sobretudo, seja uma
reforço complemente os tempos trabalho desenvolvido em sala de aula fato,
destacando aação articulada ao projeto educativo, compondo o partidapedagógico da escola.
particularidade sobre o cotidiano como ponto de plano para a produção.
Normalmente, a crônica representa um diálogo explícito entre o produtor do texto e o
leitor. Em alguns casos, ela é escrita na primeira pessoa, realçando a impressão do autor sobre
um determinado assunto, definindo seu ponto de vista, o que resulta em uma maior interação
com o leitor. A linguagem utilizada não tem rebuscamento, assumindo, algumas vezes, um tom
informal. As tipologias textuais predominantes são a narrativa e a descritiva, no entanto outras
sequências tipológicas podem surgir no texto, como a argumentativa e expositiva.
Assim, a produção de crônicas pelos alunos deve ser orientada com atenção,
organizando o tempo em uma familiarização mais cuidadosa com o gênero para que eles
conheçam as estratégias utilizadas pelos cronistas na elaboração destes textos. É interessante
sensibilizar os alunos para que percebam o que há de particular, de único, de fascinante, de
engraçado nas situações corriqueiras pelas quais passamos.
BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
06 07
10. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
TRABALHANDO COM GÊNEROS
As atividades de análise lingüística propostas buscam, como primazia, a produção de
sentidos e a reflexão sobre o fenômeno da linguagem. Não propomos, nessas atividades, a
memor ização de nomenclaturas nem a resolução partida para realização desse trabalho a visão bakhtiniana
Tomamos como ponto de de exercícios de classificação
morfossintática. Então, julgamos necessário oportunizar ao aluno a reflexão sobre as regras de
sobre gêneros do discurso. Bakhtin postula que tudo o que comunicamos só se faz possível
uso e funcionamento da língua, ajudando-o a construir definições a partir do trabalho com o
através de gêneros. Um dos aspectos mais interessantes dos gêneros, que alude de forma direta
texto ou a atividade. Dessa maneira, é fundamental que as suas falas sejam valorizadas e
à questão do “uso” é o fato de que devemos considerar o gênero como meio social de produção
sistematizadas de forma coletiva.
e de recepção do discurso. Assim, a vivência das situações de comunicação e o contato com os
É papel da escola propiciargêneros que surgem de capacidadesexercitam de competência linguística do
diferentes o desenvolvimento no cotidiano, amplas a
leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística, além de uma exploração adequada da humano social que
falante/ouvinte produtor de textos. Essa competência é inerente ao ser
diversidade textual em sala de aula, a qual pode contribuir para que em alunos sejam cada vez
interage, comunica, cria e recria. Na medida os que um indivíduo avança em grau de
mais capazes de compreender e ele tendegêneros diversos,vez mais proficiente na operacionalização de variadas
escolaridade, elaborar a tornar-se cada em várias situações de interação
social. categorias textuais. Sendo assim, pretendemos desenvolver a competência linguístico-
discursiva e pragmática dos nossos alunos como cidadãos co-construtores do seu espaço na
Supomos que algumas sequências parecerão mais atraentes para uma determinada
sociedade.
turma de alunos que outras e algumas demandarão mais trabalho que outras. De outra forma,
uma sequência que tenha sido planejada para uma etapa de escolaridade (ciclo/série) pode ser
utilizada para alunos de outra fase (ciclo/série), desde que o professor faça as adaptações
necessárias. Assim, a intervenção do professor com eventuais alterações e ampliações, será
sempre bem aceita, – CRÔNICA empreitada como co-autor nessa incessante busca do que é
I atuando nesta
aprender e ensinar.
A Crônica, por ser um texto curto, leve, lírico ou humorístico, e algumas vezes crítico,
Na esteira dessasaborda o dia-a-dia aprendizagem dos alunos é o objetivo maior da pode ser experimentado
considerações, a de nossa sociedade. Acreditamos que esse gênero
proposta de trabalho dealunos nas aulas de línguapor esta gerência. Compreende-se,é dessa dos gêneros mais
pelos reforço escolar sugerida materna, uma vez que a crônica um
forma, uma ação que deve consolidar e ampliar conhecimentos, enriquecer as experiências
utilizados pelos livros didáticos, sem prescindir da sua circulação no domínio midiático, como
culturais e sociais dos alunos e auxiliá-los a vencer obstáculos em sua aprendizagem,
jornais e revistas.
favorecendo o sucesso na escola e na vida.
Como toda ação pedagógica, o reforço(re) conhecer características do gênero crônica, relacionando-as às
Objetivos: exige um cuidadoso planejamento, a definição
das metas, a escolha de alternativas e o envolvimento algumas estratégias discursivas aponta
temáticas do cotidiano; reconhecer dos interessados. Este caderno de produção de sentido,
alguns caminhos, propõe marcas eda oralidade – uso de gíria, variantes linguísticas,que o
como ações, discute assuntos que consideramos importantes para repetições; paragrafação;
reforço complemente com êxito o trabalho desenvolvidotempos verbais; produzir crônica a uma de um fato,
perceber a relação de sentido entre os em sala de aula e, sobretudo, seja partir
ação articulada ao destacando a particularidade sobre o cotidiano como ponto de partida para a produção.
projeto educativo, compondo o plano pedagógico da escola.
Normalmente, a crônica representa um diálogo explícito entre o produtor do texto e o
leitor. Em alguns casos, ela é escrita na primeira pessoa, realçando a impressão do autor sobre
um determinado assunto, definindo seu ponto de vista, o que resulta em uma maior interação
com o leitor. A linguagem utilizada não tem rebuscamento, assumindo, algumas vezes, um tom
informal. As tipologias textuais predominantes são a narrativa e a descritiva, no entanto outras
sequências tipológicas podem surgir no texto, como a argumentativa e expositiva.
Assim, a produção de crônicas pelos alunos deve ser orientada com atenção,
organizando o tempo em uma familiarização mais cuidadosa com o gênero para que eles
conheçam as estratégias utilizadas pelos cronistas na elaboração destes textos. É interessante
sensibilizar os alunos para que percebam o que há de particular, de único, de fascinante, de
engraçado nas situações corriqueiras pelas quais passamos.
BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
06 07
11. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
CRÔNICA I | A minha São Paulo de 1985 CRÔNICA II | A Bola
A lembrança mais forte é a de um cortejo
passando pela esquina da Avenida Brasil com a rua
onde eu morava, nos Jardins, a caminho do Aeroporto
de Congonhas, saudado com lenços brancos por
centenas de milhares de pessoas de rosto contraído,
algumas chorando. Dava-se adeus a uma esperança,
Tancredo Neves, o presidente que não chegou a ser. Ele
havia sofrido sua longa agonia no Instituto do Coração,
e o povo da cidade despedia-se dele com emoção.
Aq uela cidade vi nh a s en do
agredida, mas o traço civilizado resistia nela
bravamente. Nos muros das ruas por onde o esquife
passava já havia, sim, algumas pichações, ainda com
humor, como aquela frase "Rendam-se, terráqueos!",
ou a outra, "Liberte o gay que existe em vossa senhoria",
e a misteriosa e onipresente"Cão fila km 29", que até os
órgãos de segurança andaram investigando.
São Paulo, a principal meta das migrações
que despovoaram os campos e incharam as cidades na
década anterior, criando necessidades insolúveis, era comum, havia que buscá-la no bairro da Liberdade e
em alguns enclaves de Pinheiros. Restaurantes finos
— Claro que é uma bola. Uma seus costumes, localizáveis nos
tentava manter bola, bola. Uma bola O pai deu uma bola de presente ao filho.
abriam-se para as tendências mundiais, mas a cozinha,
mesmo. Vocêopensou o que sentira ao ganhar a sua tradição, da
Lembrando
entremeios da elegância, do trabalho, da
prazer quê? mesmo a internacional, era mais brasileira, se é que me
— Nada, não. cultura diversa, da solidariedade entre vizinhos.
primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial entendem.
de couro. Agora não era mais de couro, era deainda não impedia que
A violência plástico.
Mas era uma bola. Novidades? Inaugurado o Aeroporto de
houvesse, por exemplo, carros conversíveis de sucesso, O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e
Cumbica. Descobre-se que o procurado médico nazista
dali a pouco o como o Escort, e na frente da tevê, com a
pai o encontrou muros baixos nas residências. Não se O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e
Joseph Mengele viveu nos arredores da cidade;
bola “Legal!” Ou o que os garotosesconde as em dia
disse nova ao lado, insufilm que controles de um
usava omanejando osdizem hoje pessoas dentro dos
exumam-se seus ossos. Em junho o governo cria uma lei
videogame. Algo chamado Monster querem magoar o dificultando
quando gostam do presente para dificultar assaltos,
automóveis, ou não Ball, em que times
folgazã, antecipando para a segunda-feira todo feriado
de monstrinhos começou cordialidade; uma bola em de de um carro
velho. Depois também a a girar a de dava-se adeusinho
disputavam a posse bola, à procura que caísse no meio da semana. Quanto tempo durou?
forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo tinha êxito. À noite,
alguma coisa. para outro, não raro uma piscada que Penso no verso de Manuel Bandeira: "Tão Brasil!".
podia-se ser surpreendido por uma brincadeira boba de
tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no
jogo. Tinha coordenação equando passavam de carro por algum
adolescentes: raciocínio rápido. Estava
— Como éda máquina. perguntou.baixavam a calça e colavam o
queajuntamento, eles
liga? – Tanta coisa não havia. Fashion Week, por
ganhando
— Como, como é que liga? vidrose liga.
bumbum no Não das janelas, gritando para chamar exemplo. As moças podiam usar um ridículo laçarote de
atenção. O trânsito era ruim, mas não a ponto de chiffon na cabeça, moda copiada da personagem Viúva
infestarem a cidade com motoboys. Rodízio só havia o Porcina, da telenovela que fazia enorme a bola nova e ensaiou algumas
O pai pegou sucesso,
embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé,
das churrascarias. Roque Santeiro. Não havia telefone garoto procurou dentro do papel de
O celular, jogos de
como antigamente, e chamou o garoto. computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o embrulho
cruzeiro, de inflação esquizofrênica. .
Podia-se andar nas ruas à noite. Grande — Não tem manual de instrução?
— Filho, olha.
Isso não impedia que a paulicéia dançasse
número de cinemas era de rua; os shopping centers,
ainda poucos, eram focados nas compras, mal desvairada em casas noturnasO pai nomes esquisitos
com começou a desanimar e a pensar que
como Napalm, Madame Satã,ORose Bom Bom ou mas não desviou os
garoto disse “Legal”,
tempos são outros. Que os tempos o com asdo entretenimento e da
olhos da tela. O pai segurou para são decididamente
despertavam a bola filão mãos e a
Aeroanta sucessos do rock pesado estrangeiro, mas
outros. tentando recapturar mentalmente iacheiro de teatros da Bela
cheirou, comida rápida. Muita gente o a pé dos
também das bandas brasileiras, gritando "a gente
couro. A bola cheirava donada. Talvez os restaurantes da área.
Vista ou a centro para um manual de
somos inútil" ou "nós vamos invadir sua praia". As
instrução fosse uma boade instrução. Mas em inglês,
idéia, pensou.
— Não precisa manual Poucas pessoas bebiam vinho. Os jornais não menininhas ingênuas dançavam marcadinho com os
para que é que ela faz?
— O a garotada se interessar. um espaço semanal, porque não era Menudos. E Cazuza cantava com um travo amargo: "O
dedicavam a ele
— Ela não faz cult, conhecê-lo não era então uma meta de status da
nada. Você é que faz coisas com ela. tempo não pára..."
— O quê? classe média. Padarias não faziam o sucesso
— Controla, chuta...
gastronômico de hoje nem eram tratadas pelo (VERÍSSIMO, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada;
— Ah, então é diminutivo afetuoso de "padá". Comida japonesa não
uma bola. (ANGELO,especial para escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.p.96-7).
edição Ivan. In: Veja São Paulo 20 anos,
Edição Especial de Aniversário, 07 de setembro de 2005).
08 09
12. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
CRÔNICA I | A minha São Paulo A Bola
CRÔNICA II | de 1985
A lembrança mais forte é a de um cortejo
passando pela esquina da Avenida Brasil com a rua
onde eu morava, nos Jardins, a caminho do Aeroporto
de Congonhas, saudado com lenços brancos por
centenas de milhares de pessoas de rosto contraído,
algumas chorando. Dava-se adeus a uma esperança,
Tancredo Neves, o presidente que não chegou a ser. Ele
havia sofrido sua longa agonia no Instituto do Coração,
e o povo da cidade despedia-se dele com emoção.
Aqu el a ci dade vi nha sendo
agredida, mas o traço civilizado resistia nela
bravamente. Nos muros das ruas por onde o esquife
passava já havia, sim, algumas pichações, ainda com
humor, como aquela frase "Rendam-se, terráqueos!",
ou a outra, "Liberte o gay que existe em vossa senhoria",
e a misteriosa e onipresente"Cão fila km 29", que até os
órgãos de segurança andaram investigando.
São Paulo, a principal meta das migrações
que despovoaram os campos e incharam as cidades na
era comum, havia que buscá-la no bairro da Liberdade e
década anterior, criando necessidades insolúveis,
em alguns enclaves de costumes, localizáveis nos
tentava manter seus Pinheiros. Restaurantes finos de presente ao filho.
O pai deu uma bola — Claro que é uma bola. Uma bola, bola. Uma bola
abriam-se para as tendências mundiais, mas a cozinha,
entremeios da elegância, do trabalho, da tradição, da
mesmo a internacional, era mais brasileira, que que me ao ganhar a sua
Lembrando o prazer se é sentira mesmo. Você pensou o quê?
cultura diversa, da solidariedade entre vizinhos. — Nada, não.
entendem. primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial
A violência ainda não impedia que não era mais de couro, era de plástico.
de couro. Agora
Mas era uma bola.
Novidades? Inaugurado o Aeroporto de
houvesse, por exemplo, carros conversíveis de sucesso, O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e
Cumbica. Descobre-se que o procurado médico Não desembrulhou a bola e
nas residências. nazista
como o Escort, e muros baixos O garoto agradeceu, se
Josepho Mengele que esconde as pessoas dentro dos
viveu nos arredores da cidade; dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a
usava insufilm bola nova ao lado, manejando os controles de um
exumam-se seus ossos. Em “Legal!” Oudificultando lei dizem hoje em dia
disse junho o governo cria garotos
o que os
automóveis, para dificultar gostam do presente uma querem magoar o
assaltos,
folgazã, a cordialidade; dava-se adeusinho de umou não
quandosegunda-feira todo feriado videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times
também antecipando velho.aDepois começou a girar a bola, à procura de
para carro de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em
que caísse no meio da semana. Quanto tempo durou?
para outro, não raro alguma coisa.
uma piscada tinha êxito. À noite,
Penso noser surpreendido por uma brincadeira boba de forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que
podia-se verso de Manuel Bandeira: "Tão Brasil!". tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no
adolescentes: quando passavam de carro por algum jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava
Tanta coisa não havia.Como a que liga?colavam o
— Fashion Week, por
ajuntamento, eles baixavam é calça e – perguntou. ganhando da máquina.
exemplo. As moças podiam usar um é que liga? Não de
bumbum no vidro das— Como, comoridículo laçarote se liga.
janelas, gritando para chamar
chiffon na cabeça, moda ruim, da não a ponto de
atenção. O trânsito eracopiadamaspersonagem Viúva
Porcina, da telenovela que fazia enorme sucesso,
infestarem a cidade com motoboys. Rodízio só havia o O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas
Roque Santeiro. Não O garoto procurou dentro do papel de
das churrascarias. havia telefone celular, jogos de embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé,
embrulho.
computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o como antigamente, e chamou o garoto.
cruzeiro, de inflação esquizofrênica.
Podia-se andar nas — Não tem manual de instrução?
ruas à noite. Grande — Filho, olha.
Isso não impedia que a paulicéia dançasse
número de cinemas era de rua; os shopping centers,
desvairada em casas noturnas com nomes esquisitos
ainda poucos, eram focados O pai começou mal
nas compras, a desanimar e a pensar que os
como Napalm, Madame Satã, entretenimento e ou O garoto disse “Legal”, mas não desviou os
despertavam para o temposdo Rose Bom Bom da são decididamente
filão são outros. Que os tempos olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a
Aeroanta sucessos dogente ia a pé dos teatros da Bela
comida rápida. Muita rock pesado estrangeiro, mas
outros.
também do centro para os restaurantes da área.gente cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de
Vista ou das bandas brasileiras, gritando "a couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de
somos inútil" ou "nós vamos invadir sua praia". As
menininhas ingênuas— vinho. Osmarcadinho com os
dançavam jornais não instrução fosse uma boa idéia, pensou. Mas em inglês,
Poucas pessoas bebiam Não precisa manual de instrução.
Menudos. EaCazuza cantavasemanal,ela faz? não era"O para a garotada se interessar.
dedicavam ele um espaço com um porque
— O que é que travo amargo:
tempo não pára..." eraEla não faz meta de status da faz coisas com ela.
cult, conhecê-lo não — então uma nada. Você é que
classe média. PadariasOnão faziam o sucesso
— quê?
gastronômico de hoje Controla, chuta...
— nem eram tratadas pelo
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada;
(ANGELO, Ivan. In: Veja—"padá".20 anos, japonesa não
diminutivo afetuoso de Ah, então é uma bola.
São Paulo Comida edição especial para escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.p.96-7).
Edição Especial de Aniversário, 07 de setembro de 2005).
08 09
13. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
fábula, conto de fadas) para DE ATIVIDADES
SUGESTÕES que fiquem mais evidentes as suas
características.
I - Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE
IV – Eixo de ensino | ESCRITA
1. Divida a turma em pequenos grupos e dê a cada grupo o título de uma das duas
crônicas que serão lidas. Em seguida, informeaos alunos que desenhem algoler
1. Baseando-se no texto lido, peça aos alunos que irão trabalhar relacionado ao
texto e, abaixo do desenho, uma palavra ou expressão quepara logo após,com grupo explicará oralmente
um texto com aquele título, tenha relação cada
ele. Concluída esta atividade, qual seria o assunto domostraApós a análise pelo grupo, um representante irá
uma pessoa da equipe texto. seu desenho, e
justifica o porquê de tê-lo feito, assim para toda relação da palavra oude suas hipóteses sobre o assunto
apresentar como a sala uma síntese oral frase
escrita com a crônica lida. do texto.
2. Material didático: PapelMaterial didático: Tiras com os títulos das crônicas “A minha São Paulo de
2. ofício Giz de cera ou lápis de cor.
3. Comentários: Essa atividade propicia aos alunos visualização do ambiente, o
1985” e “A bola”.
3. Comentários: O número de aulas nesta sequência éfato que serviu de inspiração para o cronista.
cenário ou o variável. Dependerá do
número de alunos e do ritmo deles.
V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA
II - Eixo de Ensino | LEITURA
1. Escreva no quadro a definição de crônica (“Relato – literário/jornalístico –
breve de fatos do cotidiano, que pode ter grupo o crítico,correspondente ao seu título. Oriente cada
1. Entregue a cada caráter texto lírico e/ou
humorístico”). Os alunos deverão dizer se a definição serve para os textos lidos
equipe para fazer a leitura de seu texto. Após a leitura, comente sobre o grupo
anteriormente e por quê. Após esse momento, retome a definição provisória
que mais se aproximou da temática da crônica, e pergunte a essa equipe como
que foi construída entre eles e compare as duas, solicitando que os alunos a
eles conseguiram se aproximar do tema.
ampliem e mudem o que for necessário naquela definição elaborada por estes.
É interessante mostrar 2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A
o modo de circulação das crônicas – jornal diário,
bola”.
revistas etc. e o perfil de alguns autores.
3. Comentários: Com esta atividade, além de estarmos verificando as hipóteses
iniciais dos alunos sobre o tema, estamos também solicitando que eles
justifiquem em que base na crônica se apoiaram para construir tais hipóteses.
Com pistas do título “A minha São Paulo de 1985”, de Ivan Ângelo, pergunte:
.
? • Que acontecimento deu origem à crônica? É um fato comum ou
III – Eixo de ensino | LEITURA incomum nas grandes cidades?
? • Como o autor inicia a crônica? Expõe logo o acontecimento que
originou a crônica? Por quê? Isso faz alguma diferençaequipe o
1. Solicite que uma pessoa de cada para faça a leitura do seu texto em voz alta.
desenvolvimento do texto?
Após a leitura, pergunte o que os textos têm em comum, em que são
? • Liste as idéias apresentadas em cada parágrafo do texto.
parecidos. Oriente-os para observarem o tema, a extensão, linguagem, a
? • Como o autor finaliza sua presença Há não de humor. Sistematize em um painel ou cartaz as respostas
crônica? ou alguma ligação entre a frase
dos alunos e procure construir, junto com eles, uma definição provisóriaa que inicia a crônica?
que encerra e de
crônica, que será retoma Há uma 'mensagem' que o autor quer passar com esse texto? Existe,
?• mais adiante.
2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Pauloalguma frase“A sintetize essa idéia?
na crônica, de 1985” e que
bola”. Papel madeira ou cartolina para produzido na última expressão do texto “o tempo não
? • Qual o sentido o cartaz.
3. Comentários: Essa atividade procura despertar a atenção dos alunos para as pára”? Por quê?
características do gênero em estudo, tais como oa humor, no passado e no presente são
? • Os períodos que descrevem cidade saudosismo,
lembranças, a extensão curta e aou curtos? Isso tem a ver com o ritmo do tempo? Por quê?
logos abordagem de temas do cotidiano. É
interessante fazer uma comparação da crônica com outroVocê gostou da crônica? Por quê?
? • gênero (notícia,
10 11
14. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
SUGESTÕES DE ATIVIDADES conto
fábula, de fadas) para que fiquem mais evidentes as suas
características.
I - Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE
IV – Eixo de ensino | ESCRITA
1. Divida a turma em pequenos grupos e dê a cada grupo o título de uma das duas
crônicas que serão lidas. Em seguida, informeno texto lido, peça aos alunos ler desenhem algo relacionado ao
1. Baseando-se aos alunos que irão trabalhar que
um texto com aquele título, para logo após,abaixo do desenho, uma palavra ou expressão que tenha relação com
texto e, cada grupo explicará oralmente
qual seria o assunto do texto. Após ele. Concluída grupo, um representante irá da equipe mostra seu desenho, e
a análise pelo esta atividade, uma pessoa
apresentar para toda sala uma síntese oral de suas hipóteses sobre o assim
justifica o porquê de tê-lo feito,assunto como a relação da palavra ou frase
do texto. escrita com a crônica lida.
2. Material didático: Tiras com os títulos didático: Papel ofício Giz dePauloou lápis de cor.
2. Material das crônicas “A minha São cera de
1985” e “A bola”. 3. Comentários: Essa atividade propicia aos alunos visualização do ambiente, o
3. Comentários: O número de aulas nesta ou o fato que serviu de Dependerá para o cronista.
cenário sequência é variável. inspiração do
número de alunos e do ritmo deles.
V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA
II - Eixo de Ensino | LEITURA
1. Escreva no quadro a definição de crônica (“Relato – literário/jornalístico –
1. Entregue a cada grupo o texto correspondente ao seu título. Oriente ter caráter crítico, lírico e/ou
breve de fatos do cotidiano, que pode cada
humorístico”). Os alunos deverão dizer se a definição serve para os textos lidos
equipe para fazer a leitura de seu texto. Após a leitura, comente sobre o grupo
anteriormente e por quê. Após esse momento, retome a definição provisória
que mais se aproximou da temática da crônica, e pergunte a essa equipe como
que foi construída entre eles e compare as duas, solicitando que os alunos a
eles conseguiram se aproximar do tema.
ampliem e mudem o que for necessário naquela definição elaborada por estes.
2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A
É interessante mostrar o modo de circulação das crônicas – jornal diário,
bola”. revistas etc. e o perfil de alguns autores.
3. Comentários: Com esta atividade, além de estarmos verificando as hipóteses
iniciais dos alunos sobre o tema, estamos também solicitando que eles
justifiquem em que pistas do título Com base napara construir tais hipóteses. de 1985”, de Ivan Ângelo, pergunte:
se apoiaram crônica “A minha São Paulo
.
? • Que acontecimento deu origem à crônica? É um fato comum ou
III – Eixo de ensino | LEITURA incomum nas grandes cidades?
? • Como o autor inicia a crônica? Expõe logo o acontecimento que
1. Solicite que uma pessoa de cada equipe faça a leituracrônica?texto em voz alta.faz alguma diferença para o
originou a do seu Por quê? Isso
desenvolvimento do texto?
Após a leitura, pergunte o que os textos têm em comum, em que são
parecidos. Oriente-os Liste as idéias apresentadas emextensão, linguagem, a
? • para observarem o tema, a cada parágrafo do texto.
presença ou não de humor. Sistematize em um painel ou cartaz as respostas entre a frase
? • Como o autor finaliza sua crônica? Há alguma ligação
dos alunos e procure construir, junto com eles, uma definição provisória de
que encerra e a que inicia a crônica?
crônica, que será retoma mais 'mensagem' que o autor quer passar com esse texto? Existe,
? • Há uma adiante.
2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A essa idéia?
na crônica, alguma frase que sintetize
bola”. Papel madeira ou cartolina para o cartaz. na última expressão do texto “o tempo não
? • Qual o sentido produzido
pára”? Por quê?
3. Comentários: Essa atividade procura despertar a atenção dos alunos para as
características do ?gênero em estudo, descrevem ao humor, saudosismo, presente são
• Os períodos que tais como cidade no passado e no
logos ou curtos? Isso tem a ver com o ritmo do tempo? Por quê?
lembranças, a extensão curta e a abordagem de temas do cotidiano. É
interessante fazer ?uma comparação crônica? Por com outro gênero (notícia,
• Você gostou da da crônica quê?
10 11
15. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
? • Como você faria uma ilustração para ser publicada no jornal, junto do centro para os restaurantes da área.”
Bela Vista ou
com essa crônica? Destaque também um trecho com tipologia descritiva:
“As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda
copiada da personagem Viúva Porcina, da Quadro, piloto/giz. Cópias da crônica
2. Material didático: telenovela que fazia enorme
sucesso, Roque Santeiro. Não havia telefone celular, jogos alunos são confrontados entre a definição
3. Comentários: Nessa atividade, os de computador,
televisão a cabo, DVD. A moeda era o cruzeiro, de inflaçãocom uma definição mais ampla. Isso faz com
preliminarmente de crônica e esquizofrênica.”
Após realizada a leitura compartilhada dos trechos da crônica, conduza a crônica, avaliando se é
que o aluno se prepare para leitura da próxima
discussão para que os alunos percebam emlírica,dos trechos oetc. relevante é
humorística, qual informativa mais
contar um certo fato (trecho narrativo) e em qual perceber que a predomina é crônica tematiza uma das
Os alunos devem dos textos o que abertura da
a descrição de características ( trecho descritivo).
grandes questões abordadas na crônica: o saudosismo, lembranças de uma
Exponha dialogicamente sobre a função datranqüila, que será, no decorrer do texto, contrastado com uma
cidade ideal, tipologia narrativa e descritiva na
construção dos sentidos do gênero crônica. Nesse gênero, a narração faz a
cidade moderna, agitada.
história avançar, familiariza oObservar o os fatos, porém não requer precisão e
leitor com olhar lírico e poético lançado pelo cronista sobre lembranças de
concisão, tal como a notícia;umaacidade de outrora para uma grandeclima, as toda a modernidade.
já descrição (re) cria o cenário, o cidade com
sensações envolvidas no acontecimento, expondo a visão do cronista.
2. Material didático: Cópias da crônica.
3. Comentários: O propósito desta atividadeLINGUÍSTICA
VI – Eixo de ensino | ANÁLISE é analisar as sequências textuais
(tipologia) predominantes na crônica.
1. Escolha uma outra crônica, de forma que não tenha semelhança com as duas
aqui trabalhadas. Distribua-a com cada grupo e solicite que os alunos façam a
leitura nos seus grupos. Após a leitura, questione o grande grupo sobre: Quais
VIII – Eixo de ensino | LEITURA
as diferenças e semelhanças entre os textos lidos anteriormente e este último?
Verifique se 1. Para atividade de casa, oriente os alunos para assistirem a um telejornal e
eles perceberam os seguintes aspectos: (a) tema tratado; (b) fato
real ou ficção; (c) ponto de vista – crítico, humorístico, lírico etc.; (d)
anotar dados sobre uma notícia que mais se destacou para ele.
linguagem utilizada – informal, formal, semiformal; (e) variações linguísticas;
Na próxima aula, peça para que os alunos apresentem oralmente a notícia
(f) predominância de diálogos ou de comentários do cronista; (g) coesão e
escolhida. Peça que eles comparem o modo como foi narrada a mesma notícia
coerência estabelecidos nos tempos verbais; e outros questionamentos que o
por diferentes colegas, para que todos percebam que um mesmo fato pode ser
professor achar conveniente e pertinente com o nível do grupo.
narrado e também compreendido de diferentes maneiras.
2. Material didático: Caderno e lápis.
2. Material didático: Cópias da nova crônica escolhida pelo professor. Papel
3. Comentários: Há uma grande possibilidade que muitos alunos tragam a
madeira ou cartolina para o cartaz.
mesma notícia. Assim, 3. Comentários: ver como um mesmo ser literárias, quando se baseia em fatos
fica interessante As crônicas podem fato pode ser
contado por pessoas diferentes. Que aspectosdo nosso cotidiano, ou jornalísticas, quando poderá se
mais universais da notícia serão enfatizados
pelo aluno? Por que isso acontece?
construir a partir de manchetes de jornal, de uma situação mais factual.
É fundamental, nesse momento, interessante que os aluno para os diferentes
É chamar a atenção do alunos levantem um bom número de diferenças e
olhares lançados sobre um mesmo fato, presentes nos dois textos, destacando-as em um cartaz. Isso
semelhanças habilidade já utilizada pelos
cronistas. facilitará o momento da produção escrita.
VII – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA IX – Eixo de ensino | Leitura e Escrita
1. Escreva no quadro Levando em consideração que muitos alunos trarão a mesma notícia, sugira
1. um trecho com predominância mais na narrativa da crônica
que estes levantem olhares diferentes sobre esse fato: humorístico/irônico;
analisada acima, como: “Grande número de cinemas era de rua; os shopping
crítico/lírico. Retome com eles as crônicas poucos, eram focados nasocompras, mal despertavam para o
centers, ainda lidas em sala de aula e modo
como os autores lidos trabalharam com o lírico – saudosismo, lembranças, gente ia a pé dos teatros da
filão do entretenimento e da comida rápida. Muita
crítica.
12 13
16. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
? • Como você faria uma ilustração para ser publicada no jornal, junto
Bela Vista ou do centro para os restaurantes da área.”
com essa crônica? Destaque também um trecho com tipologia descritiva:
“As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda
2. Material didático: Quadro, piloto/giz. Cópiaspersonagem Viúva Porcina, da telenovela que fazia enorme
copiada da da crônica
3. Comentários: Nessa atividade, os alunos são confrontados entre havia telefone celular, jogos de computador,
sucesso, Roque Santeiro. Não a definição
preliminarmente de crônica e com uma definição mais ampla.moeda era o cruzeiro, de inflação esquizofrênica.”
televisão a cabo, DVD. A Isso faz com
que o aluno se prepare para leitura darealizada acrônica, avaliando se é dos trechos da crônica, conduza a
Após próxima leitura compartilhada
humorística, lírica, informativa etc.discussão para que os alunos percebam em qual dos trechos o mais relevante é
Os alunos devem perceber que acontar um certo fato (trecho narrativo) das qual dos textos o que predomina é
abertura da crônica tematiza uma e em
a descrição de características ( trecho descritivo).
grandes questões abordadas na crônica: o saudosismo, lembranças de uma
cidade ideal, tranqüila, que será, noExponha dialogicamente sobre com umada tipologia narrativa e descritiva na
decorrer do texto, contrastado a função
cidade moderna, agitada. construção dos sentidos do gênero crônica. Nesse gênero, a narração faz a
Observar o olhar lírico e poético lançado pelo cronista sobre lembranças de os fatos, porém não requer precisão e
história avançar, familiariza o leitor com
uma cidade de outrora para uma grande cidade com toda notícia; já a descrição (re) cria o cenário, o clima, as
concisão, tal como a a modernidade.
sensações envolvidas no acontecimento, expondo a visão do cronista.
2. Material didático: Cópias da crônica.
VI – Eixo de ensino | ANÁLISE Comentários: O propósito desta atividade é analisar as sequências textuais
3. LINGUÍSTICA
(tipologia) predominantes na crônica.
1. Escolha uma outra crônica, de forma que não tenha semelhança com as duas
aqui trabalhadas. Distribua-a com cada grupo e solicite que os alunos façam a
leitura nos seus grupos.–Após a leitura, questione o grande grupo sobre: Quais
VIII Eixo de ensino | LEITURA
as diferenças e semelhanças entre os textos lidos anteriormente e este último?
Verifique se eles perceberam 1. seguintes aspectos:casa,tema tratado;alunos para assistirem a um telejornal e
os Para atividade de (a) oriente os (b) fato
real ou ficção; (c) ponto de vista – crítico, humorístico, lírico etc.; (d)
anotar dados sobre uma notícia que mais se destacou para ele.
linguagem utilizada – informal, formal, semiformal; (e) variações linguísticas;
Na próxima aula, peça para que os alunos apresentem oralmente a notícia
(f) predominância de diálogos ou de comentários do cronista; (g) coesão e
escolhida. Peça que eles comparem o modo como foi narrada a mesma notícia
coerência estabelecidos nos tempos verbais; e outros questionamentos que o
por diferentes colegas, para que todos percebam que um mesmo fato pode ser
professor achar conveniente e pertinente com o nível do grupo.
narrado e também compreendido de diferentes maneiras.
2. Material didático: Cópias2.da nova crônica escolhida pelo professor. Papel
Material didático: Caderno e lápis.
3. Comentários: Há uma grande possibilidade que muitos alunos tragam a
madeira ou cartolina para o cartaz.
3. Comentários: As crônicas podem ser notícia. Assim, ficase baseia em fatos um mesmo fato pode ser
mesma literárias, quando interessante ver como
mais universais do nosso cotidiano, ou jornalísticas, diferentes. Que se
contado por pessoas quando poderá aspectos da notícia serão enfatizados
pelo aluno? Por que isso acontece?
construir a partir de manchetes de jornal, de uma situação mais factual.
É interessante que os alunos levantem um bomnesse momento, chamar aeatenção do aluno para os diferentes
É fundamental, número de diferenças
semelhanças presentes nos dois textos, destacando-as em um mesmo Isso habilidade já utilizada pelos
olhares lançados sobre um cartaz. fato,
cronistas.
facilitará o momento da produção escrita.
VII – Eixo de ensino |–ANÁLISE LINGUÍSTICAEscrita
IX Eixo de ensino | Leitura e E ESCRITA
1. Escreva no quadro um trecho Levando em consideraçãona narrativa alunos trarão a mesma notícia, sugira
1. com predominância mais que muitos da crônica
analisada acima, como: “Grande número de cinemas era olhares os shopping
que estes levantem de rua; diferentes sobre esse fato: humorístico/irônico;
centers, ainda poucos, eram focados nas compras, mal despertavam as crônicas lidas em sala de aula e o modo
crítico/lírico. Retome com eles para o
filão do entretenimento e da comida rápida. Muita gente iatrabalharam comda lírico – saudosismo, lembranças,
como os autores lidos a pé dos teatros o
crítica.
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17. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
características da crônica no painel, antesgrupos a uma discussão em torno de que tipo de crônica poderia
Conduza os da reescrita do texto.
Como sugestão, elabore um painel com o título “E a notícia vira crônica...” e o que relataria etc. Os grupos
ser elaborado a partir da notícia que trouxeram,
coloque as crônicas produzidas pelos alunos, para que fiquem expostas e
devem socializar essa discussão.
possam ser lidas por todos da Após esse momento, comece a elaborar, em conjunto, o parágrafo inicial de
escola.
uma crônica, baseando-se na notícia discutida. Pergunte aos alunos qual
2. Comentários: É importante que o material produzido pelos alunos circule, seja
título mais adequado teria essa crônica e inicie, no quadro, a escrita dessa
lido por outras pessoas. Aoparte do texto. Em seguida, olidos por outrosa leitura. Se houver alguma
saber que seus textos serão professor faz
colegas, a perspectiva de produção é outra. O elaborar o parágrafo coletivamente, explique que isso se deve
divergência para texto terá outra finalidade, a
relação do aluno com sua produção escrita será ressignificada dentro dessa
porque a crônica traz um olhar muito pessoal e que eles terão uma
perspectiva. oportunidade em elaborar uma individualmente.
Outras sugestões para produção de crônicas literárias: utilizar a imagem de
uma revista; observar o comportamento dos colegas na hora do recreio ou
saída da escola no final 2. turno para produzirem umapiloto/giz.
do Material didático: quadro, crônica.
3. Comentários: Se a notícia não for interessante para produzir uma crônica,
Para obter mais informações, procure o apêndice.
mude-a e escolha outra.
Alerte os alunos para o fato de que o olhar lançado dependerá muito da notícia
lida. Algumas notícias levarão nosso olhar para o lado humorístico (por
exemplo, um ladrão que fica entalado em uma janela ao tentar fugir da
polícia), enquanto outras direcionam um olhar mais crítico (um gari que
devolve uma grande soma de dinheiro encontrado, no mesmo dia em que se
descobre um novo escândalo de dinheiro público).
X – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA
1. Peça que cada aluno escolha uma das notícias discutidas em sala ou mesmo a
que ele trouxa para escrever uma crônica baseada nela.
Retome, oralmente, as características da crônica com os alunos. Sugira aos
alunos a anotarem livremente algumas idéias para a crônica, de forma que
encontrem a melhor. Essas anotações funcionam como um roteiro provisório.
Esclareça aos alunos que os cronistas também escrevem, reescrevem a
abandonam algumas idéias no momento de criar seus textos.
2. Material didático: anotações sobre as notícias. Caderno, lápis/caneta.
3. Comentários: é fundamental resgatar as características da crônica, bem como
aspectos relacionados à organização do texto ( paragrafação, ortografia,
coesão, coerência etc.)
XI – Eixo de ensino | ESCRITA. ANÁLISE LINGUÍSTICA
1. Após avaliar as crônicas, entregue-as a cada autor e peça a reescrita final do
texto. É necessário esclarecer o aluno, com clareza, a situação a ser corrigida.
Em relação à ortografia, por exemplo, as palavras com grafia errada podem ser
circuladas para que o aluno as procure no dicionário.
Se o texto produzido não tiver as características de uma crônica, é preciso
apontar o que precisa ser alterado e também ler novamente, com a turma, as
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18. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
Conduza os grupos a uma discussãocaracterísticas da tipo de crônica poderia da reescrita do texto.
em torno de que crônica no painel, antes
ser elaborado a partir da notícia que trouxeram, o que relataria etc. Os com o título “E a notícia vira crônica...” e
Como sugestão, elabore um painel grupos
devem socializar essa discussão. coloque as crônicas produzidas pelos alunos, para que fiquem expostas e
Após esse momento, comece a elaborar, em conjunto, o todos da escola. de
possam ser lidas por parágrafo inicial
uma crônica, baseando-se na notícia discutida. Pergunte aos alunos qual
2. Comentários: É importante que o material produzido pelos alunos circule, seja
título mais adequado teria essa crônica e inicie, no quadro, a escrita dessa
parte do texto. Em seguida, o professor faz a leitura. Se Ao saberalguma
lido por outras pessoas. houver que seus textos serão lidos por outros
divergência para elaborar o parágrafo coletivamente, explique que isso é outra. O texto terá outra finalidade, a
colegas, a perspectiva de produção se deve
porque a crônica traz um olhar muito pessoal e com sua produção escrita será ressignificada dentro dessa
relação do aluno que eles terão uma
perspectiva.
oportunidade em elaborar uma individualmente.
Outras sugestões para produção de crônicas literárias: utilizar a imagem de
uma revista; observar o comportamento dos colegas na hora do recreio ou
2. Material didático: quadro, piloto/giz. da escola no final do turno para produzirem uma crônica.
saída
3. Comentários: Se a notícia não Para interessanteinformações, procurecrônica,
for obter mais para produzir uma o apêndice.
mude-a e escolha outra.
Alerte os alunos para o fato de que o olhar lançado dependerá muito da notícia
lida. Algumas notícias levarão nosso olhar para o lado humorístico (por
exemplo, um ladrão que fica entalado em uma janela ao tentar fugir da
polícia), enquanto outras direcionam um olhar mais crítico (um gari que
devolve uma grande soma de dinheiro encontrado, no mesmo dia em que se
descobre um novo escândalo de dinheiro público).
X – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA
1. Peça que cada aluno escolha uma das notícias discutidas em sala ou mesmo a
que ele trouxa para escrever uma crônica baseada nela.
Retome, oralmente, as características da crônica com os alunos. Sugira aos
alunos a anotarem livremente algumas idéias para a crônica, de forma que
encontrem a melhor. Essas anotações funcionam como um roteiro provisório.
Esclareça aos alunos que os cronistas também escrevem, reescrevem a
abandonam algumas idéias no momento de criar seus textos.
2. Material didático: anotações sobre as notícias. Caderno, lápis/caneta.
3. Comentários: é fundamental resgatar as características da crônica, bem como
aspectos relacionados à organização do texto ( paragrafação, ortografia,
coesão, coerência etc.)
XI – Eixo de ensino | ESCRITA. ANÁLISE LINGUÍSTICA
1. Após avaliar as crônicas, entregue-as a cada autor e peça a reescrita final do
texto. É necessário esclarecer o aluno, com clareza, a situação a ser corrigida.
Em relação à ortografia, por exemplo, as palavras com grafia errada podem ser
circuladas para que o aluno as procure no dicionário.
Se o texto produzido não tiver as características de uma crônica, é preciso
apontar o que precisa ser alterado e também ler novamente, com a turma, as
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19. LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
II – FÁBULAS
A fábula é um dos gêneros textuais mais antigos conhecidos pelo homem. Atribui-se a
Esopo (século VI a. C.), um escravo grego, a elaboração e difusão dessa narrativa na Grécia. As
fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação
dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da
cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios
ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas,
era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal, sugerindo uma verdade
ou provocando uma reflexão de ordem moral, destacada geralmente no final do texto. Com o
passar do tempo, não foi diferente. Diversos autores recriaram essas fábulas e hoje, aqui no
Brasil, temos exemplos de uma verdadeira recriação e intertextualidade desse gênero, com
destaque para Monteiro Lobato e o contemporâneo Millor Fernades.
Pode-se afirmar que o uso de fábulas em sala de aula propicia discussões relevantes
acerca de questões morais e éticas, normas de comportamento etc., ampliando essa idéia ao se
fazer a relação com o cotidiano do aluno, com as polêmicas atuais. Recaindo o olhar para o
aspecto essencial no ensino de língua materna, vislumbra-se a exploração da construção
discursiva das fábulas: a apresentação das ações de cada personagem pode revelar muito do
seu caráter, de sua postura ética diante da vida; expressões utilizadas para se referiri aos
personagens podem sinalizar um ponto de vista a respeito de cada um.
Baseados na discussão sobre essa temática, a qual favorece desenvolver habilidades
orais dos alunos, estimulando-os a se posicionarem criticamente diante do texto lido,
explicando e defendendo pontos de vista, podemos desenvolver várias estratégias de leitura,
desde a antecipação, localizando as informações, até a inferência e a generalização,
provocando o aluno a resgatar os seus conhecitos prévios.
Em relação a produção, os alunos poderão criar fábulas, paródias de fábulas. Articula-
se a produção de textos às reflexões sobre os usos linguístiocs peculiares desse gênero.
Objetivos: levar o aluno a compreender e produzir fábulas, refletindo sobre sua função
social, suas características linguístico-discursivas e seu conteúdo temático; ativar
conhecimentos prévios e levantar hipóteses; observar a coerência global do texto na atividade
ao recontar fábula; refletir sobre o uso de certas expressões linguísticas para se refrir aos
animais e seus efeitos de sentido; criar títulos; reconhecer a moral em diferentes fábulas;
planejar a escrita de fábulas dentro das características desse gênero.
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20. LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS
II – FÁBULAS
A fábula é um dos gêneros textuais mais antigos conhecidos pelo homem. Atribui-se a
Esopo (século VI a. C.), um escravo grego, a elaboração e difusão dessa narrativa na Grécia. As
fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação
dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da
cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios
ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas,
era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal, sugerindo uma verdade
ou provocando uma reflexão de ordem moral, destacada geralmente no final do texto. Com o
passar do tempo, não foi diferente. Diversos autores recriaram essas fábulas e hoje, aqui no
Brasil, temos exemplos de uma verdadeira recriação e intertextualidade desse gênero, com
destaque para Monteiro Lobato e o contemporâneo Millor Fernades.
Pode-se afirmar que o uso de fábulas em sala de aula propicia discussões relevantes
acerca de questões morais e éticas, normas de comportamento etc., ampliando essa idéia ao se
fazer a relação com o cotidiano do aluno, com as polêmicas atuais. Recaindo o olhar para o
aspecto essencial no ensino de língua materna, vislumbra-se a exploração da construção
discursiva das fábulas: a apresentação das ações de cada personagem pode revelar muito do
seu caráter, de sua postura ética diante da vida; expressões utilizadas para se referiri aos
personagens podem sinalizar um ponto de vista a respeito de cada um.
Baseados na discussão sobre essa temática, a qual favorece desenvolver habilidades
orais dos alunos, estimulando-os a se posicionarem criticamente diante do texto lido,
explicando e defendendo pontos de vista, podemos desenvolver várias estratégias de leitura,
desde a antecipação, localizando as informações, até a inferência e a generalização,
provocando o aluno a resgatar os seus conhecitos prévios.
Em relação a produção, os alunos poderão criar fábulas, paródias de fábulas. Articula-
se a produção de textos às reflexões sobre os usos linguístiocs peculiares desse gênero.
Objetivos: levar o aluno a compreender e produzir fábulas, refletindo sobre sua função
social, suas características linguístico-discursivas e seu conteúdo temático; ativar
conhecimentos prévios e levantar hipóteses; observar a coerência global do texto na atividade
ao recontar fábula; refletir sobre o uso de certas expressões linguísticas para se refrir aos
animais e seus efeitos de sentido; criar títulos; reconhecer a moral em diferentes fábulas;
planejar a escrita de fábulas dentro das características desse gênero.
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