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 LÍNGUA
 PORTUGUESA


          W
APRESENTAÇÃO

                                    A Secretaria de Educação, ao assumir o compromisso de assegurar a todos(as) os(as)
estudantes o direito à educação pública de qualidade social, vem desenvolvendo um conjunto
de ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino na rede pública, de forma a garantir o
acesso, a permanência e a terminalidade nos diversos níveis e modalidades de ensino aos que
neles ingressem, com resultados bem sucedidos.
                                  Nessa direção, uma das prioridades da Secretaria de Educação de Pernambuco é
oferecer aos(as) estudantes novas oportunidades de ensino e aprendizagens para os que
encontram dificuldades nesse processo.
                                 É com essa compreensão que essa Secretaria elaborou o PROJETO APRENDER MAIS,
em consonância com a LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que
estabelece como dever do Estado garantir padrões mínimos de qualidade do ensino e a
obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência Accioly Campos
                                        Eduardo Henrique paralelos ao período letivo, para
casos de baixo rendimento escolar, como política educacional. DE PERNAMBUCO
                                          GOVERNADOR DO ESTADO

                                   O PROJETO APRENDER MAIS visa atender aos (as) estudantes da 4ª série/5º ano, 8ª
série/9º ano do Ensino Fundamental e do 3º Danilo Jorge de Barros Cabral
                                           ano do Ensino Médio das escolas estaduais que
apresentam defasagem e/ou dificuldades de aprendizagens em DO ESTADO aos conteúdos
                                            SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO relação

ministrados e prescritos no currículo escolar. Serão desenvolvidas ações de reensino, em
horários regulares e em horários complementares, Mota Silveira Filho
                                           Nilton da de forma concomitante aos estudos
realizados no cotidiano da escola.                 CHEFE DE GABINETE

                               Este Caderno contém um conjunto de ORIENTAÇÕES TEÓRICO METODOLÓGICAS
                                                  Margareth Costa Zaponi
visando contribuir com as práticas de docência, com foco nos descritores/conteúdos
                                              SECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE
curriculares estabelecidos pela Secretaria de Educação.
                                   É importante que você professor (a), ao identificar as dificuldades e possibilidades dos
                                               Aída Maria Monteiro da Silva
estudantes, organize as atividades pedagógicas desenvolvendo dinâmicas de sala de aula que
                                       SECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
possibilitem ao (a) estudante construir o seu próprio conhecimento. A problematização de
situações didáticas que estimulem a compreensão, interpretação, análise e síntese das novas
                                                     Zélia Granja Porto
aprendizagens, priorizando as diferentes linguagens devem ser desenvolvidas com dinâmicas
diversificadas, utilizando materiaisDE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL
                            GERENTE
                                     existentes na escola – jogos didáticos, revista, livros, DVD e
CD, entre outros.
                                                 Rosinete Salviano
                                Considerando a complexidade desse processo, sabemos que os resultados em um grupo
                                                   CHEFE DE UNIDADE
de estudantes não são homogêneos. Essa realidade requer trabalhos e atendimentos
pedagógicos específicos aos que apresentam dificuldades, Galvão Valença
                                     Maria Epifânia de França de modo a possibilitar o
aperfeiçoamento do desempenhoGERENTE DEHá estudantes que necessitam de mais tempo ou de
                                escolar. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
outras formas e metodologia para aprender.
                                          Wanda Maria Braga Cardoso
                               A Escola tem o papel social de promover todas as formas de ensino para que o (a)
estudante desenvolva aprendizagem bem sucedidas, e você professorDE ENSINO
                                         ELABORAÇÃO - EQUIPE TÉCNICA (a) desempenha papel

primordial como mediador no processo de construção do conhecimento junto ao estudante.
                                É importante envolver a família do (a) estudante nesse processo uma vez que a
                                                                                          educação é tarefa de todos.
                                                                                                       Bom trabalho!


                                                                                                             DANILO CABRAL
                                                                                                 Secretário de Educação do Estado
APRESENTAÇÃO

                            A Secretaria de Educação, ao assumir o compromisso de assegurar a todos(as) os(as)
                    estudantes o direito à educação pública de qualidade social, vem desenvolvendo um conjunto
                    de ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino na rede pública, de forma a garantir o
                    acesso, a permanência e a terminalidade nos diversos níveis e modalidades de ensino aos que
                    neles ingressem, com resultados bem sucedidos.
                           Nessa direção, uma das prioridades da Secretaria de Educação de Pernambuco é
                   oferecer aos(as) estudantes novas oportunidades de ensino e aprendizagens para os que
                   encontram dificuldades nesse processo.
                           É com essa compreensão que essa Secretaria elaborou o PROJETO APRENDER MAIS,
                   em consonância com a LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que
                   estabelece como dever do Estado garantir padrões mínimos de qualidade do ensino e a
Campos             obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para
Eduardo Henrique Accioly
                   casos de baixo rendimento escolar, como política educacional.
GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO

                            O PROJETO APRENDER MAIS visa atender aos (as) estudantes da 4ª série/5º ano, 8ª
Danilo Jorge de Barros Cabral do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio das escolas estaduais que
                   série/9º ano
                   apresentam defasagem e/ou dificuldades de aprendizagens em relação aos conteúdos
SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO

                   ministrados e prescritos no currículo escolar. Serão desenvolvidas ações de reensino, em
Nilton da Mota Silveira Filho regulares e em horários complementares, de forma concomitante aos estudos
                   horários
CHEFE DE GABINETE  realizados no cotidiano da escola.
                            Este Caderno contém um conjunto de ORIENTAÇÕES TEÓRICO METODOLÓGICAS
Margareth Costa Zaponi
                     visando contribuir com as práticas de docência, com foco nos descritores/conteúdos
SECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE
                     curriculares estabelecidos pela Secretaria de Educação.
Aída Maria Monteiro da Silvaimportante que você professor (a), ao identificar as dificuldades e possibilidades dos
                            É
                     estudantes, organize as atividades pedagógicas desenvolvendo dinâmicas de sala de aula que
SECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
                     possibilitem ao (a) estudante construir o seu próprio conhecimento. A problematização de
                     situações didáticas que estimulem a compreensão, interpretação, análise e síntese das novas
Zélia Granja Porto
                     aprendizagens, priorizando as diferentes linguagens devem ser desenvolvidas com dinâmicas
                     diversificadas, utilizando materiais existentes na escola – jogos didáticos, revista, livros, DVD e
GERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

                     CD, entre outros.
Rosinete Salviano
CHEFE DE UNIDADE           Considerando a complexidade desse processo, sabemos que os resultados em um grupo
                   de estudantes não são homogêneos. Essa realidade requer trabalhos e atendimentos
                   pedagógicos específicos aos que apresentam dificuldades, de modo a possibilitar o
Maria Epifânia de França Galvão Valença
                   aperfeiçoamento do desempenho escolar. Há estudantes que necessitam de mais tempo ou de
GERENTE DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS
                   outras formas e metodologia para aprender.
Wanda Maria Braga Cardoso Escola tem o papel social de promover todas as formas de ensino para que o (a)
                        A
                    estudante desenvolva aprendizagem bem sucedidas, e você professor (a) desempenha papel
ELABORAÇÃO - EQUIPE TÉCNICA DE ENSINO

                    primordial como mediador no processo de construção do conhecimento junto ao estudante.
                           É importante envolver a família do (a) estudante nesse processo uma vez que a
                    educação é tarefa de todos.
                           Bom trabalho!


                                                            DANILO CABRAL
                                                     Secretário de Educação do Estado
LÍNGUA PORTUGUESA | PROJETO APRENDER MAIS



                                                                                                        ORIENTAÇÕE
                                                                                                        S
                               Este caderno reúne um conjunto de atividades pedagógicas da área de conhecimento de
Língua Portuguesa com o objetivo de serem aplicadas em sequências didáticas para o ensino
de conteúdos curriculares em que os alunos apresentem necessidades e dificuldades em
conceitos que não foram consolidados a partir de diagnóstico das necessidades dos seus
alunos e alunas.
                                 O trabalho com sequências didáticas permite a elaboração de contextos de produção de
uso da linguagem de forma mais próxima da realidade, por meio de atividades e exercícios
múltiplos e variados com a finalidade de ajudar o aluno a consolidar melhor um determinado
gênero textual, uma regra ortográfica, compreensão de leitura, noções, técnicas e instrumentos
que desenvolvam suas capacidades de expressão oral e escrita em diversas situações de
comunicação. Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas de
maneira sistemática, em torno de um determinado conteúdo. Ela também serve para dar
acesso aos alunos a práticas de linguagens novas ou de difícil apreensão. Por exemplo, o
professor poderá organizar módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios,
utilizando, assim, instrumentos necessários para esse domínio de maneira sistemática e
aprofundada. O professor poderá solicitar aos alunos uma produção final, pode por em prática
os conhecimentos adquiridos nas oportunidades de reensino e aferir os progressos alcançados
por alunos e alunas. Esta produção final poderá servir, também, para uma avaliação do tipo
somativo, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência.


                                  Dessa forma, as sequências didáticas devem esclarecer quais são os elementos próprios
da situação de comunicação em questão, levar o aluno a ter contato com os mais variados
gêneros textuais e exercitá-los no domínio discursivo de suas particularidades. As etapas da
sequência didática estão assim representadas:

                                             1. Apresentação da proposta de trabalho com um gênero textual, sempre
                                                                             associada a questões de interesses do aluno;
2. Partir dos conhecimentos prévios dos alunos;
3. Estabelecer contato inicial com o gênero textual em estudo;
4. Ampliação do repertório, com leitura e análise de vários textos do gênero
                                                                                                                 escolhido;
                                          5. Propor a escrita de um texto no gênero, como forma de diagnosticar o que
                                                          os alunos sabem sobre ele e o que precisa ainda ser aprendido;
                                          6. Organização e sistematização do conhecimento: estudo detalhado dos
elementos constitutivos do gênero, suas situações de produção e
circulação;
                                       7. Produção de um texto coletivo, tendo o professor como mediador, para
                                                  tornar o gênero e seus elementos um conteúdo partilhado pela classe;
                                          8. Produção individual de um texto o mais próximo possível do gênero
                                                                                                                  estudado;
                                           9. Revisão e reescrita do texto individual, respeitando elementos do gênero,
                                                                  coesão e coerência a correção ortográfica e gramatical.



                                                                                                                            03
LÍNGUA PORTUGUESA | PROJETO APRENDER MAIS



ORIENTAÇÕES

       Este caderno reúne um conjunto de atividades pedagógicas da área de conhecimento de
Língua Portuguesa com o objetivo de serem aplicadas em sequências didáticas para o ensino
de conteúdos curriculares em que os alunos apresentem necessidades e dificuldades em
conceitos que não foram consolidados a partir de diagnóstico das necessidades dos seus
alunos e alunas.
        O trabalho com sequências didáticas permite a elaboração de contextos de produção de
uso da linguagem de forma mais próxima da realidade, por meio de atividades e exercícios
múltiplos e variados com a finalidade de ajudar o aluno a consolidar melhor um determinado
gênero textual, uma regra ortográfica, compreensão de leitura, noções, técnicas e instrumentos
que desenvolvam suas capacidades de expressão oral e escrita em diversas situações de
comunicação. Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas de
maneira sistemática, em torno de um determinado conteúdo. Ela também serve para dar
acesso aos alunos a práticas de linguagens novas ou de difícil apreensão. Por exemplo, o
professor poderá organizar módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios,
utilizando, assim, instrumentos necessários para esse domínio de maneira sistemática e
aprofundada. O professor poderá solicitar aos alunos uma produção final, pode por em prática
os conhecimentos adquiridos nas oportunidades de reensino e aferir os progressos alcançados
por alunos e alunas. Esta produção final poderá servir, também, para uma avaliação do tipo
somativo, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência.


       Dessa forma, as sequências didáticas devem esclarecer quais são os elementos próprios
da situação de comunicação em questão, levar o aluno a ter contato com os mais variados
gêneros textuais e exercitá-los no domínio discursivo de suas particularidades. As etapas da
sequência didática estão assim representadas:

        1. Apresentação da proposta de trabalho com um gênero textual, sempre
              associada a questões de interesses do aluno;
        2. Partir dos conhecimentos prévios dos alunos;
        3. Estabelecer contato inicial com o gênero textual em estudo;
        4. Ampliação do repertório, com leitura e análise de vários textos do gênero
              escolhido;
        5. Propor a escrita de um texto no gênero, como forma de diagnosticar o que
              os alunos sabem sobre ele e o que precisa ainda ser aprendido;
        6. Organização e sistematização do conhecimento: estudo detalhado dos
              elementos constitutivos do gênero, suas situações de produção e
              circulação;
        7. Produção de um texto coletivo, tendo o professor como mediador, para
              tornar o gênero e seus elementos um conteúdo partilhado pela classe;
        8. Produção individual de um texto o mais próximo possível do gênero
              estudado;
        9. Revisão e reescrita do texto individual, respeitando elementos do gênero,
              coesão e coerência a correção ortográfica e gramatical.



                                              03
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS        LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



                      Por fim, ao usar uma sequência didática, algumas questõesespaço privilegiado para desenvolver um
                                    É dentro dessa perspectiva que se garante um devem ser formuladas:
trabalho com os gêneros textuais, manifestações das práticas discursivas que se estabeleceram
no decorrer dos anos,Qual o gênero determinados propósitos comunicativos, e que continuam
                       para cumprir será abordado?
em mudança. Em todos os âmbitos de atuação do que humano, desde as relações pessoais até o
                      Quais as regras ortográficas ser determinados alunos não compreenderam?
universo artístico, jurídico,osescolar e alunas gêneros que preenchem determinadas funções
                      O que alunos etc., há respondem sobre esse conteúdo?
sociais, como: o bilhete, oforma assumirá a produção? Gravação? Uma peça de teatro?
                      Que poema, a lei, o e-mail, o requerimento, a fábula, a piada, a história
em quadrinhos, o blog, o participará, todos os alunos? Em grupos? notícia, a reportagem, a
                      Quem conto, o diário, o debate, a receita, a
entrevista, o resumo, a biografia, o seminário, a peça de teatro, a letra de música etc. Cada
gênero tem características e especificidades próprias, modos específicos de produção,
circulação e recepção, além de exemplo, o livro texto daparticulares. Curricular Comum), a qual se encontra
                      Veja, por implicações ideológicas BCC (Base
              organizada a partir de eixos teórico-metodológicos da língua, devendo servir como referencial à
              avaliação do desempenho dos forma, torna-se necessário trazerpelo Sistema de Avaliação
                                         Dessa alunos, atualmente conduzida para a sala de aula as múltiplas práticas de
              Educacional do Estado de Pernambuco (SAEPE), que apresenta, através da Matriz de
linguagem, materializadas nos gêneros textuais, através de situações de ensino e
aprendizagem desafiadoras.descritores, conforme explicitado no quadro a seguir. da sala de
              Referência, os Contudo, apenas trazer gêneros variados para dentro Após a leitura, consulte as
aula não garante a construção e a ampliação de capacidade de quais são concebidas como referenciais
             OTMs - Orientações Teórica Metodológicas, as leitura, escrita, oralidade e
análise da língua. Ao seremdas práticas outras esferasLíngua Portuguesa. Elas estão disponíveis no site da
             estruturadores levados de de ensino da para o ambiente escolar, os gêneros são
tratados conforme os objetivos da escola, relativos Consulte também os materiais pedagógicos e atividades
             Secretaria, www.educacao.pe.gov.br . ao ensino e aprendizagem. Por exemplo, ao
lermos um poema fora da disponíveis no site do MEC, www.mec.gov.br .de leitura, o que é
             do GESTAR II, escola, não temos de responder a questões
bastante comum quando se lê um poema em sala de aula. A escolarização não é um problema
em si, pois é função da escola tratar os gêneros segundo as necessidades de ensino e
aprendizagem dos alunos. No entanto, deve-se ter o cuidado de, na escolarização dos gêneros,
procurar não artificializar as práticas de leitura/escuta e produção, sem perder de vista o que é
necessário aprender.

                                     Nesse contexto, consideramos de suma importância levar os alunos a refletirem sobre
como se constituem esses gêneros, partindo dos aspectos mais amplos, como, por exemplo, o
contexto em que são produzidas as notícias, os critérios para considerar determinados fatos
passíveis de serem noticiados, até aspectos mais pontuais, como o uso do tempo presente nos
títulos das notícias, para dá a impressão de se tratar de acontecimentos recentes.
                                      Refletindo sobre como e por que razão um determinado gênero é produzido, o aluno
estará mais habilitado a lê-lo de forma crítica e a produzi-lo de forma mais adequada, quando
for solicitado. É nesse âmbito que se integram as práticas pedagógicas de compreensão
(leitura/escuta), análise lingüística e produção (escrita/oral), conforme vêm apontando
pesquisas sobre ensino de língua materna e documentos oficiais que orientam esse processo
de ensino.
                                 Para produzir um trabalho com os gêneros textuais nos diversos eixos de ensino,
acreditamos que as práticas de leitura/escuta na escola devem ultrapassar a identificação
manifesta, explorando-se estratégias de levantamento e checagem de hipótese, inferências,
comparações, sínteses e extrapolações, além de outras.
                                   Em relação à produção oral e escrita, é necessário pensar em orientações claras sobre
as condições de produção e circulação dos gêneros: qual o objetivo para elaborar o texto, qual o
gênero, quem é o interlocutor, em que suporte será veiculado etc. Diante disso, torna-se
necessário promover oportunidades para as etapas de planejamento, produção, revisão e
reescrita/refacção.
                                    Importa, ainda, observar a necessidade de familiaridade com o tema do texto a ser
produzido, o que implica um trabalho prévio de discussão, de leitura de outros textos sobre o
tema, de levantamento de idéias principais, dúvidas e eventuais polêmicas.

                                                            04                                                              05
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS                LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



Por fim, ao usar uma sequência didática, algumas questõesse garante um espaço privilegiado para desenvolver um
                             É dentro dessa perspectiva que devem ser formuladas:
                   trabalho com os gêneros textuais, manifestações das práticas discursivas que se estabeleceram
Qual o gênero será abordado? dos anos, para cumprir determinados propósitos comunicativos, e que continuam
                   no decorrer
Quais as regras ortográficas que Em todos os âmbitos de atuação do ser humano, desde as relações pessoais até o
                   em mudança. determinados alunos não compreenderam?
O que os alunos e universo artístico, sobre esseescolar etc., há gêneros que preenchem determinadas funções
                   alunas respondem jurídico, conteúdo?
Que forma assumirá a produção? o bilhete, o Uma peçalei, o e-mail, o requerimento, a fábula, a piada, a história
                   sociais, como: Gravação? poema, a de teatro?
Quem participará, em quadrinhos, o blog, o conto, o diário, o debate, a receita, a notícia, a reportagem, a
                    todos os alunos? Em grupos?
                   entrevista, o resumo, a biografia, o seminário, a peça de teatro, a letra de música etc. Cada
                   gênero tem características e especificidades próprias, modos específicos de produção,
Veja, por exemplo, o livro texto da BCC além de implicações ideológicas particulares.
                   circulação e recepção, (Base Curricular Comum), a qual se encontra
organizada a partir de eixos teórico-metodológicos da língua, devendo servir como referencial à
avaliação do desempenhoDessa alunos, torna-se necessário trazer paraSistema de Avaliação
                              dos forma, atualmente conduzida pelo a sala de aula as múltiplas práticas de
Educacional do Estado de Pernambuco (SAEPE), que apresenta, através de situações de ensino e
                   linguagem, materializadas nos gêneros textuais, através da Matriz de
Referência, os descritores, conforme explicitado no quadro a seguir. Após a leitura, consulte dentro da sala de
                   aprendizagem desafiadoras. Contudo, apenas trazer gêneros variados para as
OTMs - Orientações Teórica Metodológicas, e aquais são concebidas como referenciais
                   aula não garante a construção as ampliação de capacidade de leitura, escrita, oralidade e
estruturadores das análise da língua. Ao serem levados de outras esferasdisponíveis no site da
                    práticas de ensino da Língua Portuguesa. Elas estão para o ambiente escolar, os gêneros são
Secretaria, www.educacao.pe.gov.br os objetivos da escola,materiais pedagógicos e atividades Por exemplo, ao
                   tratados conforme . Consulte também os relativos ao ensino e aprendizagem.
do GESTAR II, disponíveis nopoema fora da escola, não temos de responder a questões de leitura, o que é
                   lermos um site do MEC, www.mec.gov.br .
                   bastante comum quando se lê um poema em sala de aula. A escolarização não é um problema
                   em si, pois é função da escola tratar os gêneros segundo as necessidades de ensino e
                   aprendizagem dos alunos. No entanto, deve-se ter o cuidado de, na escolarização dos gêneros,
                   procurar não artificializar as práticas de leitura/escuta e produção, sem perder de vista o que é
                   necessário aprender.

                             Nesse contexto, consideramos de suma importância levar os alunos a refletirem sobre
                    como se constituem esses gêneros, partindo dos aspectos mais amplos, como, por exemplo, o
                    contexto em que são produzidas as notícias, os critérios para considerar determinados fatos
                    passíveis de serem noticiados, até aspectos mais pontuais, como o uso do tempo presente nos
                    títulos das notícias, para dá a impressão de se tratar de acontecimentos recentes.
                             Refletindo sobre como e por que razão um determinado gênero é produzido, o aluno
                    estará mais habilitado a lê-lo de forma crítica e a produzi-lo de forma mais adequada, quando
                    for solicitado. É nesse âmbito que se integram as práticas pedagógicas de compreensão
                    (leitura/escuta), análise lingüística e produção (escrita/oral), conforme vêm apontando
                    pesquisas sobre ensino de língua materna e documentos oficiais que orientam esse processo
                    de ensino.
                            Para produzir um trabalho com os gêneros textuais nos diversos eixos de ensino,
                    acreditamos que as práticas de leitura/escuta na escola devem ultrapassar a identificação
                    manifesta, explorando-se estratégias de levantamento e checagem de hipótese, inferências,
                    comparações, sínteses e extrapolações, além de outras.
                             Em relação à produção oral e escrita, é necessário pensar em orientações claras sobre
                    as condições de produção e circulação dos gêneros: qual o objetivo para elaborar o texto, qual o
                    gênero, quem é o interlocutor, em que suporte será veiculado etc. Diante disso, torna-se
                    necessário promover oportunidades para as etapas de planejamento, produção, revisão e
                    reescrita/refacção.
                            Importa, ainda, observar a necessidade de familiaridade com o tema do texto a ser
                    produzido, o que implica um trabalho prévio de discussão, de leitura de outros textos sobre o
                    tema, de levantamento de idéias principais, dúvidas e eventuais polêmicas.

04                                                                05
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS                 LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



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                       As atividades de análise lingüística propostas buscam, como primazia, a produção de                   COM
              sentidos e a reflexão sobre o fenômeno da linguagem. Não propomos, nessas atividades, a
                                                                                     GÊNEROS
              memorização de nomenclatur as nem aponto de partidaexercícios de classificação
                                         Tomamos como        resolução de para realização desse trabalho a visão bakhtiniana
              morfossintática. Então, julgamos necessário oportunizar ao aluno a reflexão sobre as regras de
sobre gêneros do discurso. Bakhtin postula que tudo o que comunicamos só se faz possível
              uso e funcionamento da língua, ajudando-o a construir definições a partir do trabalho com o
através de gêneros. Um dos aspectos mais interessantes dos gêneros, que alude de forma direta
              texto ou a atividade. Dessa maneira, é fundamental que as suas falas sejam valorizadas e
à questão do “uso” é o fato de que devemos considerar o gênero como meio social de produção
              sistematizadas de forma coletiva.
e de recepção do discurso. Assim, a vivência das situações de comunicação e o contato com os
diferentes gêneros quepapel da no cotidiano, exercitam a competência linguística doamplas de
                       É surgem escola propiciar o desenvolvimento de capacidades
falante/ouvinte produtor de textos. Essa competência é inerente ao de uma exploração adequada da
              leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística, além ser humano social que
interage, comunica, criatextual em sala de aula, a qual pode contribuir para que os alunos sejam cada vez
              diversidade e recria. Na medida em que um indivíduo avança em grau de
escolaridade, ele tende a tornar-se cada vez mais proficiente na operacionalização de variadas
categorias textuais. Sendo assim, pretendemos desenvolverdiversos, em várias situações de interação
             mais capazes de compreender e elaborar gêneros a competência linguístico-
             social.
discursiva e pragmática dos nossos alunos como cidadãos co-construtores do seu espaço na
sociedade.              Supomos que algumas sequências parecerão mais atraentes para uma determinada
             turma de alunos que outras e algumas demandarão mais trabalho que outras. De outra forma,
             uma sequência que tenha sido planejada para uma etapa de escolaridade (ciclo/série) pode ser
             utilizada para alunos de outra fase (ciclo/série), desde que o professor faça as adaptações
             necessárias. Assim, a intervenção do professor com eventuais alterações e ampliações, será
             sempre bem aceita, atuando nesta empreitada como co-autor nessa incessante busca do que é              I – CRÔNICA
             aprender e ensinar.
                                       A Crônica, por ser um texto curto, leve, lírico ou humorístico, e algumas vezes crítico,
aborda o dia-a-dia deNa esteira dessas considerações, a aprendizagem dosser experimentado maior da
                        nossa sociedade. Acreditamos que esse gênero pode alunos é o objetivo
pelos alunos nas aulas de língua de reforçouma vezsugerida crônica é gerência. gêneros mais
             proposta de trabalho materna, escolar que a por esta um dos Compreende-se, dessa
utilizados pelos livros didáticos, sem prescindir da sua circulação no domínioenriquecer as experiências
             forma, uma ação que deve consolidar e ampliar conhecimentos, midiático, como
             culturais e sociais dos alunos e auxiliá-los a vencer obstáculos em sua aprendizagem,
jornais e revistas.
             favorecendo o sucesso na escola e na vida.
                      Como toda ação pedagógica, (re) conhecer características do gênero crônica, relacionando-as às
                                       Objetivos: o reforço exige um cuidadoso planejamento, a definição
temáticas dodas metas, a escolha dealgumas estratégias discursivasdos produção de sentido,
              cotidiano; reconhecer alternativas e o envolvimento de interessados. Este caderno aponta
como marcas da oralidade –propõe ações, e variantes linguísticas, repetições; importantes para que o
             alguns caminhos, uso de gíria, discute assuntos que consideramos paragrafação;
perceber a relação de sentido entrecom êxito overbais; produzir crônica a partir de um e, sobretudo, seja uma
             reforço complemente os tempos trabalho desenvolvido em sala de aula fato,
destacando aação articulada ao projeto educativo, compondo o partidapedagógico da escola.
              particularidade sobre o cotidiano como ponto de plano para a produção.


                                     Normalmente, a crônica representa um diálogo explícito entre o produtor do texto e o
leitor. Em alguns casos, ela é escrita na primeira pessoa, realçando a impressão do autor sobre
um determinado assunto, definindo seu ponto de vista, o que resulta em uma maior interação
com o leitor. A linguagem utilizada não tem rebuscamento, assumindo, algumas vezes, um tom
informal. As tipologias textuais predominantes são a narrativa e a descritiva, no entanto outras
sequências tipológicas podem surgir no texto, como a argumentativa e expositiva.
                                       Assim, a produção de crônicas pelos alunos deve ser orientada com atenção,
organizando o tempo em uma familiarização mais cuidadosa com o gênero para que eles
conheçam as estratégias utilizadas pelos cronistas na elaboração destes textos. É interessante
sensibilizar os alunos para que percebam o que há de particular, de único, de fascinante, de
engraçado nas situações corriqueiras pelas quais passamos.



                                                                 BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.



                                                            06                                                                                07
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS                     LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



                     TRABALHANDO COM GÊNEROS
As atividades de análise lingüística propostas buscam, como primazia, a produção de
sentidos e a reflexão sobre o fenômeno da linguagem. Não propomos, nessas atividades, a
memor ização de nomenclaturas nem a resolução partida para realização desse trabalho a visão bakhtiniana
                              Tomamos como ponto de de exercícios de classificação
morfossintática. Então, julgamos necessário oportunizar ao aluno a reflexão sobre as regras de
                    sobre gêneros do discurso. Bakhtin postula que tudo o que comunicamos só se faz possível
uso e funcionamento da língua, ajudando-o a construir definições a partir do trabalho com o
                    através de gêneros. Um dos aspectos mais interessantes dos gêneros, que alude de forma direta
texto ou a atividade. Dessa maneira, é fundamental que as suas falas sejam valorizadas e
                    à questão do “uso” é o fato de que devemos considerar o gênero como meio social de produção
sistematizadas de forma coletiva.
                    e de recepção do discurso. Assim, a vivência das situações de comunicação e o contato com os
É papel da escola propiciargêneros que surgem de capacidadesexercitam de competência linguística do
                    diferentes o desenvolvimento no cotidiano, amplas a
leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística, além de uma exploração adequada da humano social que
                    falante/ouvinte produtor de textos. Essa competência é inerente ao ser
diversidade textual em sala de aula, a qual pode contribuir para que em alunos sejam cada vez
                    interage, comunica, cria e recria. Na medida os que um indivíduo avança em grau de
mais capazes de compreender e ele tendegêneros diversos,vez mais proficiente na operacionalização de variadas
                    escolaridade, elaborar a tornar-se cada em várias situações de interação
social.             categorias textuais. Sendo assim, pretendemos desenvolver a competência linguístico-
                    discursiva e pragmática dos nossos alunos como cidadãos co-construtores do seu espaço na
 Supomos que algumas sequências parecerão mais atraentes para uma determinada
                    sociedade.
turma de alunos que outras e algumas demandarão mais trabalho que outras. De outra forma,
uma sequência que tenha sido planejada para uma etapa de escolaridade (ciclo/série) pode ser
utilizada para alunos de outra fase (ciclo/série), desde que o professor faça as adaptações
necessárias. Assim, a intervenção do professor com eventuais alterações e ampliações, será
sempre bem aceita, – CRÔNICA empreitada como co-autor nessa incessante busca do que é
                    I atuando nesta
aprender e ensinar.
                              A Crônica, por ser um texto curto, leve, lírico ou humorístico, e algumas vezes crítico,
Na esteira dessasaborda o dia-a-dia aprendizagem dos alunos é o objetivo maior da pode ser experimentado
                     considerações, a de nossa sociedade. Acreditamos que esse gênero
proposta de trabalho dealunos nas aulas de línguapor esta gerência. Compreende-se,é dessa dos gêneros mais
                    pelos reforço escolar sugerida materna, uma vez que a crônica um
forma, uma ação que deve consolidar e ampliar conhecimentos, enriquecer as experiências
                    utilizados pelos livros didáticos, sem prescindir da sua circulação no domínio midiático, como
culturais e sociais dos alunos e auxiliá-los a vencer obstáculos em sua aprendizagem,
                    jornais e revistas.
favorecendo o sucesso na escola e na vida.
Como toda ação pedagógica, o reforço(re) conhecer características do gênero crônica, relacionando-as às
                            Objetivos: exige um cuidadoso planejamento, a definição
das metas, a escolha de alternativas e o envolvimento algumas estratégias discursivas aponta
                   temáticas do cotidiano; reconhecer dos interessados. Este caderno de produção de sentido,
alguns caminhos, propõe marcas eda oralidade – uso de gíria, variantes linguísticas,que o
                   como ações, discute assuntos que consideramos importantes para repetições; paragrafação;
reforço complemente com êxito o trabalho desenvolvidotempos verbais; produzir crônica a uma de um fato,
                   perceber a relação de sentido entre os em sala de aula e, sobretudo, seja partir
ação articulada ao destacando a particularidade sobre o cotidiano como ponto de partida para a produção.
                    projeto educativo, compondo o plano pedagógico da escola.


                             Normalmente, a crônica representa um diálogo explícito entre o produtor do texto e o
                    leitor. Em alguns casos, ela é escrita na primeira pessoa, realçando a impressão do autor sobre
                    um determinado assunto, definindo seu ponto de vista, o que resulta em uma maior interação
                    com o leitor. A linguagem utilizada não tem rebuscamento, assumindo, algumas vezes, um tom
                    informal. As tipologias textuais predominantes são a narrativa e a descritiva, no entanto outras
                    sequências tipológicas podem surgir no texto, como a argumentativa e expositiva.
                             Assim, a produção de crônicas pelos alunos deve ser orientada com atenção,
                    organizando o tempo em uma familiarização mais cuidadosa com o gênero para que eles
                    conheçam as estratégias utilizadas pelos cronistas na elaboração destes textos. É interessante
                    sensibilizar os alunos para que percebam o que há de particular, de único, de fascinante, de
                    engraçado nas situações corriqueiras pelas quais passamos.



                   BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.



06                                                                         07
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS                      LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



               CRÔNICA I | A minha São Paulo de 1985                                                                              CRÔNICA II | A Bola

                        A lembrança mais forte é a de um cortejo
              passando pela esquina da Avenida Brasil com a rua
              onde eu morava, nos Jardins, a caminho do Aeroporto
              de Congonhas, saudado com lenços brancos por
              centenas de milhares de pessoas de rosto contraído,
              algumas chorando. Dava-se adeus a uma esperança,
              Tancredo Neves, o presidente que não chegou a ser. Ele
              havia sofrido sua longa agonia no Instituto do Coração,
              e o povo da cidade despedia-se dele com emoção.

                                  Aq uela cidade vi nh a s en do
              agredida, mas o traço civilizado resistia nela
              bravamente. Nos muros das ruas por onde o esquife
              passava já havia, sim, algumas pichações, ainda com
              humor, como aquela frase "Rendam-se, terráqueos!",
              ou a outra, "Liberte o gay que existe em vossa senhoria",
              e a misteriosa e onipresente"Cão fila km 29", que até os
              órgãos de segurança andaram investigando.

                         São Paulo, a principal meta das migrações
               que despovoaram os campos e incharam as cidades na
               década anterior, criando necessidades insolúveis,           era comum, havia que buscá-la no bairro da Liberdade e
                                                                          em alguns enclaves de Pinheiros. Restaurantes finos
 — Claro que é uma bola. Uma seus costumes, localizáveis nos
               tentava manter bola, bola. Uma bola                                                      O pai deu uma bola de presente ao filho.
                                                                          abriam-se para as tendências mundiais, mas a cozinha,
mesmo. Vocêopensou o que sentira ao ganhar a sua tradição, da
Lembrando
               entremeios da elegância, do trabalho, da
                prazer quê?                                               mesmo a internacional, era mais brasileira, se é que me
— Nada, não. cultura diversa, da solidariedade entre vizinhos.
primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial                      entendem.
de couro. Agora não era mais de couro, era deainda não impedia que
                                   A violência plástico.
Mas era uma bola.                                                                   Novidades? Inaugurado o Aeroporto de
               houvesse, por exemplo, carros conversíveis de sucesso,                                  O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e
                                                                          Cumbica. Descobre-se que o procurado médico nazista
dali a pouco o como o Escort, e na frente da tevê, com a
                pai o encontrou muros baixos nas residências. Não se                                     O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e
                                                                          Joseph Mengele viveu nos arredores da cidade;
bola “Legal!” Ou o que os garotosesconde as em dia
disse nova ao lado, insufilm que controles de um
               usava omanejando osdizem hoje pessoas dentro dos
                                                                          exumam-se seus ossos. Em junho o governo cria uma lei
videogame. Algo chamado Monster querem magoar o dificultando
quando gostam do presente para dificultar assaltos,
               automóveis, ou não Ball, em que times
                                                                          folgazã, antecipando para a segunda-feira todo feriado
de monstrinhos começou cordialidade; uma bola em de de um carro
velho. Depois também a a girar a de dava-se adeusinho
                 disputavam a posse bola, à procura                       que caísse no meio da semana. Quanto tempo durou?
forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo tinha êxito. À noite,
alguma coisa. para outro, não raro uma piscada que                        Penso no verso de Manuel Bandeira: "Tão Brasil!".
               podia-se ser surpreendido por uma brincadeira boba de
tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no
jogo. Tinha coordenação equando passavam de carro por algum
               adolescentes: raciocínio rápido. Estava
— Como éda máquina. perguntou.baixavam a calça e colavam o
           queajuntamento, eles
                 liga? –                                                            Tanta coisa não havia. Fashion Week, por
ganhando
— Como, como é que liga? vidrose liga.
               bumbum no Não das janelas, gritando para chamar            exemplo. As moças podiam usar um ridículo laçarote de
               atenção. O trânsito era ruim, mas não a ponto de           chiffon na cabeça, moda copiada da personagem Viúva
               infestarem a cidade com motoboys. Rodízio só havia o       Porcina, da telenovela que fazia enorme a bola nova e ensaiou algumas
                                                                                                          O pai pegou sucesso,
embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé,
               das churrascarias.                                         Roque Santeiro. Não havia telefone garoto procurou dentro do papel de
                                                                                                            O celular, jogos de
como antigamente, e chamou o garoto.                                      computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o             embrulho
                                                                          cruzeiro, de inflação esquizofrênica.                        .
                         Podia-se andar nas ruas à noite. Grande                                                — Não tem manual de instrução?
                                                                                                                                    — Filho, olha.
                                                                            Isso não impedia que a paulicéia dançasse
               número de cinemas era de rua; os shopping centers,
               ainda poucos, eram focados nas compras, mal         desvairada em casas noturnasO pai nomes esquisitos
                                                                                                 com começou a desanimar e a pensar que
                                                                   como Napalm, Madame Satã,ORose Bom Bom ou mas não desviou os
                                                                                                      garoto disse “Legal”,
tempos são outros. Que os tempos o com asdo entretenimento e da
olhos da tela. O pai segurou para são decididamente
               despertavam a bola filão mãos e a
                                                                   Aeroanta sucessos do rock pesado estrangeiro, mas
outros. tentando recapturar mentalmente iacheiro de teatros da Bela
cheirou,       comida rápida. Muita gente o a pé dos
                                                                   também das bandas brasileiras, gritando "a gente
couro. A bola cheirava donada. Talvez os restaurantes da área.
               Vista ou a centro para um manual de
                                                                   somos inútil" ou "nós vamos invadir sua praia". As
instrução fosse uma boade instrução. Mas em inglês,
                         idéia, pensou.
— Não precisa manual Poucas pessoas bebiam vinho. Os jornais não menininhas ingênuas dançavam marcadinho com os
para que é que ela faz?
— O a garotada se interessar. um espaço semanal, porque não era    Menudos. E Cazuza cantava com um travo amargo: "O
               dedicavam a ele
— Ela não faz cult, conhecê-lo não era então uma meta de status da
               nada. Você é que faz coisas com ela.                tempo não pára..."
— O quê?       classe média. Padarias não faziam o sucesso
— Controla, chuta...
               gastronômico de hoje nem eram tratadas pelo                             (VERÍSSIMO, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada;
— Ah, então é diminutivo afetuoso de "padá". Comida japonesa não
               uma bola.                                                             (ANGELO,especial para escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.p.96-7).
                                                                                        edição Ivan. In: Veja São Paulo 20 anos,
                                                                                Edição Especial de Aniversário, 07 de setembro de 2005).


                                                                     08                                                                           09
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS                           LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



CRÔNICA I | A minha São Paulo A Bola
               CRÔNICA II | de 1985

A lembrança mais forte é a de um cortejo
passando pela esquina da Avenida Brasil com a rua
onde eu morava, nos Jardins, a caminho do Aeroporto
de Congonhas, saudado com lenços brancos por
centenas de milhares de pessoas de rosto contraído,
algumas chorando. Dava-se adeus a uma esperança,
Tancredo Neves, o presidente que não chegou a ser. Ele
havia sofrido sua longa agonia no Instituto do Coração,
e o povo da cidade despedia-se dele com emoção.

Aqu el a ci dade vi nha sendo
agredida, mas o traço civilizado resistia nela
bravamente. Nos muros das ruas por onde o esquife
passava já havia, sim, algumas pichações, ainda com
humor, como aquela frase "Rendam-se, terráqueos!",
ou a outra, "Liberte o gay que existe em vossa senhoria",
e a misteriosa e onipresente"Cão fila km 29", que até os
órgãos de segurança andaram investigando.

São Paulo, a principal meta das migrações
que despovoaram os campos e incharam as cidades na
 era comum, havia que buscá-la no bairro da Liberdade e
década anterior, criando necessidades insolúveis,
em alguns enclaves de costumes, localizáveis nos
tentava manter seus Pinheiros. Restaurantes finos de presente ao filho.
                                O pai deu uma bola                             — Claro que é uma bola. Uma bola, bola. Uma bola
abriam-se para as tendências mundiais, mas a cozinha,
entremeios da elegância, do trabalho, da tradição, da
mesmo a internacional, era mais brasileira, que que me ao ganhar a sua
                      Lembrando o prazer se é sentira                          mesmo. Você pensou o quê?
cultura diversa, da solidariedade entre vizinhos.                              — Nada, não.
entendem.             primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial
A violência ainda não impedia que não era mais de couro, era de plástico.
                      de couro. Agora
                      Mas era uma bola.
Novidades? Inaugurado o Aeroporto de
houvesse, por exemplo, carros conversíveis de sucesso,                                   O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e
Cumbica. Descobre-se que o procurado médico Não desembrulhou a bola e
                                 nas residências. nazista
como o Escort, e muros baixos O garoto agradeceu, se
Josepho Mengele que esconde as pessoas dentro dos
                   viveu nos arredores da cidade;                              dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a
usava insufilm                                                                 bola nova ao lado, manejando os controles de um
exumam-se seus ossos. Em “Legal!” Oudificultando lei dizem hoje em dia
                      disse junho o governo cria garotos
                                          o que os
automóveis, para dificultar gostam do presente uma querem magoar o
                               assaltos,
folgazã, a cordialidade; dava-se adeusinho de umou não
                      quandosegunda-feira todo feriado                         videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times
também antecipando velho.aDepois começou a girar a bola, à procura de
                       para                         carro                      de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em
que caísse no meio da semana. Quanto tempo durou?
para outro, não raro alguma coisa.
                      uma piscada tinha êxito. À noite,
Penso noser surpreendido por uma brincadeira boba de                           forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que
podia-se verso de Manuel Bandeira: "Tão Brasil!".                              tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no
adolescentes: quando passavam de carro por algum                               jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava
Tanta coisa não havia.Como a que liga?colavam o
                      — Fashion Week, por
ajuntamento, eles baixavam é calça e – perguntou.                              ganhando da máquina.
exemplo. As moças podiam usar um é que liga? Não de
bumbum no vidro das— Como, comoridículo laçarote se liga.
                        janelas, gritando para chamar
chiffon na cabeça, moda ruim, da não a ponto de
atenção. O trânsito eracopiadamaspersonagem Viúva
Porcina, da telenovela que fazia enorme sucesso,
infestarem a cidade com motoboys. Rodízio só havia o                                    O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas
Roque Santeiro. Não             O garoto procurou dentro do papel de
das churrascarias. havia telefone celular, jogos de                            embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé,
                      embrulho.
computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o                               como antigamente, e chamou o garoto.
cruzeiro, de inflação esquizofrênica.
Podia-se andar nas — Não tem manual de instrução?
                        ruas à noite. Grande                                   — Filho, olha.
Isso não impedia que a paulicéia dançasse
número de cinemas era de rua; os shopping centers,
desvairada em casas noturnas com nomes esquisitos
ainda poucos, eram focados O pai começou mal
                                  nas compras, a desanimar e a pensar que os
como Napalm, Madame Satã, entretenimento e ou                                            O garoto disse “Legal”, mas não desviou os
despertavam para o temposdo Rose Bom Bom da são decididamente
                        filão são outros. Que os tempos                        olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a
Aeroanta sucessos dogente ia a pé dos teatros da Bela
comida rápida. Muita rock pesado estrangeiro, mas
                       outros.
também do centro para os restaurantes da área.gente                            cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de
Vista ou das bandas brasileiras, gritando "a                                   couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de
somos inútil" ou "nós vamos invadir sua praia". As
menininhas ingênuas— vinho. Osmarcadinho com os
                        dançavam jornais não                                   instrução fosse uma boa idéia, pensou. Mas em inglês,
Poucas pessoas bebiam Não precisa manual de instrução.
Menudos. EaCazuza cantavasemanal,ela faz? não era"O                            para a garotada se interessar.
dedicavam ele um espaço com um porque
                       — O que é que travo amargo:
tempo não pára..." eraEla não faz meta de status da faz coisas com ela.
cult, conhecê-lo não — então uma nada. Você é que
classe média. PadariasOnão faziam o sucesso
                       — quê?
gastronômico de hoje Controla, chuta...
                       — nem eram tratadas pelo
                                                                                    (VERÍSSIMO, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada;
(ANGELO, Ivan. In: Veja—"padá".20 anos, japonesa não
diminutivo afetuoso de Ah, então é uma bola.
                        São Paulo Comida                                          edição especial para escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.p.96-7).
Edição Especial de Aniversário, 07 de setembro de 2005).


08                                                                           09
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS          LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



 fábula, conto de fadas) para DE ATIVIDADES
              SUGESTÕES que fiquem mais evidentes as suas
características.


            I - Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE
                                                                                               IV – Eixo de ensino | ESCRITA
                         1. Divida a turma em pequenos grupos e dê a cada grupo o título de uma das duas
                               crônicas que serão lidas. Em seguida, informeaos alunos que desenhem algoler
                                          1. Baseando-se no texto lido, peça aos alunos que irão trabalhar relacionado ao
texto e, abaixo do desenho, uma palavra ou expressão quepara logo após,com grupo explicará oralmente
                               um texto com aquele título, tenha relação cada
ele. Concluída esta atividade, qual seria o assunto domostraApós a análise pelo grupo, um representante irá
                               uma pessoa da equipe texto. seu desenho, e
justifica o porquê de tê-lo feito, assim para toda relação da palavra oude suas hipóteses sobre o assunto
                               apresentar como a sala uma síntese oral frase
escrita com a crônica lida. do texto.
2. Material didático: PapelMaterial didático: Tiras com os títulos das crônicas “A minha São Paulo de
                        2. ofício Giz de cera ou lápis de cor.
3. Comentários: Essa atividade propicia aos alunos visualização do ambiente, o
                             1985” e “A bola”.
                        3. Comentários: O número de aulas nesta sequência éfato que serviu de inspiração para o cronista.
                                                                 cenário ou o variável. Dependerá do
                              número de alunos e do ritmo deles.

                                                                 V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA
              II - Eixo de Ensino | LEITURA
                                         1. Escreva no quadro a definição de crônica (“Relato – literário/jornalístico –
breve de fatos do cotidiano, que pode ter grupo o crítico,correspondente ao seu título. Oriente cada
                          1. Entregue a cada caráter texto lírico e/ou
humorístico”). Os alunos deverão dizer se a definição serve para os textos lidos
                                equipe para fazer a leitura de seu texto. Após a leitura, comente sobre o grupo
anteriormente e por quê. Após esse momento, retome a definição provisória
                                que mais se aproximou da temática da crônica, e pergunte a essa equipe como
que foi construída entre eles e compare as duas, solicitando que os alunos a
                                eles conseguiram se aproximar do tema.
ampliem e mudem o que for necessário naquela definição elaborada por estes.
É interessante mostrar 2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A
                           o modo de circulação das crônicas – jornal diário,
                                bola”.
revistas etc. e o perfil de alguns autores.
                          3. Comentários: Com esta atividade, além de estarmos verificando as hipóteses
                                iniciais dos alunos sobre o tema, estamos também solicitando que eles
                                justifiquem em que base na crônica se apoiaram para construir tais hipóteses.
                                               Com pistas do título “A minha São Paulo de 1985”, de Ivan Ângelo, pergunte:
              .
                                                    ? • Que acontecimento deu origem à crônica? É um fato comum ou
              III – Eixo de ensino | LEITURA                                                      incomum nas grandes cidades?
                                                   ? • Como o autor inicia a crônica? Expõe logo o acontecimento que
originou a crônica? Por quê? Isso faz alguma diferençaequipe o
                          1. Solicite que uma pessoa de cada para faça a leitura do seu texto em voz alta.
desenvolvimento do texto?
                                Após a leitura, pergunte o que os textos têm em comum, em que são
? • Liste as idéias apresentadas em cada parágrafo do texto.
                                parecidos. Oriente-os para observarem o tema, a extensão, linguagem, a
? • Como o autor finaliza sua presença Há não de humor. Sistematize em um painel ou cartaz as respostas
                                crônica? ou alguma ligação entre a frase
                                dos alunos e procure construir, junto com eles, uma definição provisóriaa que inicia a crônica?
                                                                                             que encerra e de
                                crônica, que será retoma Há uma 'mensagem' que o autor quer passar com esse texto? Existe,
                                                       ?•  mais adiante.
                          2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Pauloalguma frase“A sintetize essa idéia?
                                                                              na crônica, de 1985” e que
                                bola”. Papel madeira ou cartolina para produzido na última expressão do texto “o tempo não
                                                     ? • Qual o sentido o cartaz.
                          3. Comentários: Essa atividade procura despertar a atenção dos alunos para as          pára”? Por quê?
                                características do gênero em estudo, tais como oa humor, no passado e no presente são
                                                      ? • Os períodos que descrevem cidade saudosismo,
                                lembranças, a extensão curta e aou curtos? Isso tem a ver com o ritmo do tempo? Por quê?
                                                               logos abordagem de temas do cotidiano. É
                                interessante fazer uma comparação da crônica com outroVocê gostou da crônica? Por quê?
                                                                                            ? • gênero (notícia,


                                                            10                                                                11
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS                 LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



SUGESTÕES DE ATIVIDADES conto
                    fábula,                             de fadas) para que fiquem mais evidentes as suas
                                     características.


I - Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE
                  IV – Eixo de ensino | ESCRITA
1. Divida a turma em pequenos grupos e dê a cada grupo o título de uma das duas
crônicas que serão lidas. Em seguida, informeno texto lido, peça aos alunos ler desenhem algo relacionado ao
                               1. Baseando-se aos alunos que irão trabalhar que
um texto com aquele título, para logo após,abaixo do desenho, uma palavra ou expressão que tenha relação com
                                    texto e, cada grupo explicará oralmente
qual seria o assunto do texto. Após ele. Concluída grupo, um representante irá da equipe mostra seu desenho, e
                                     a análise pelo esta atividade, uma pessoa
apresentar para toda sala uma síntese oral de suas hipóteses sobre o assim
                                    justifica o porquê de tê-lo feito,assunto como a relação da palavra ou frase
do texto.                           escrita com a crônica lida.

2. Material didático: Tiras com os títulos didático: Papel ofício Giz dePauloou lápis de cor.
                               2. Material das crônicas “A minha São cera de
1985” e “A bola”.              3. Comentários: Essa atividade propicia aos alunos visualização do ambiente, o
3. Comentários: O número de aulas nesta ou o fato que serviu de Dependerá para o cronista.
                                    cenário sequência é variável. inspiração do
número de alunos e do ritmo deles.

                   V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA
II - Eixo de Ensino | LEITURA
                               1. Escreva no quadro a definição de crônica (“Relato – literário/jornalístico –
1. Entregue a cada grupo o texto correspondente ao seu título. Oriente ter caráter crítico, lírico e/ou
                                     breve de fatos do cotidiano, que pode cada
                                     humorístico”). Os alunos deverão dizer se a definição serve para os textos lidos
equipe para fazer a leitura de seu texto. Após a leitura, comente sobre o grupo
                                     anteriormente e por quê. Após esse momento, retome a definição provisória
que mais se aproximou da temática da crônica, e pergunte a essa equipe como
                                     que foi construída entre eles e compare as duas, solicitando que os alunos a
eles conseguiram se aproximar do tema.
                                     ampliem e mudem o que for necessário naquela definição elaborada por estes.
2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A
                                     É interessante mostrar o modo de circulação das crônicas – jornal diário,
bola”.                               revistas etc. e o perfil de alguns autores.
3. Comentários: Com esta atividade, além de estarmos verificando as hipóteses
iniciais dos alunos sobre o tema, estamos também solicitando que eles
justifiquem em que pistas do título Com base napara construir tais hipóteses. de 1985”, de Ivan Ângelo, pergunte:
                                     se apoiaram crônica “A minha São Paulo
.
                   ? • Que acontecimento deu origem à crônica? É um fato comum ou
III – Eixo de ensino | LEITURA                incomum nas grandes cidades?
                   ? • Como o autor inicia a crônica? Expõe logo o acontecimento que
1. Solicite que uma pessoa de cada equipe faça a leituracrônica?texto em voz alta.faz alguma diferença para o
                                              originou a do seu Por quê? Isso
                                              desenvolvimento do texto?
Após a leitura, pergunte o que os textos têm em comum, em que são
parecidos. Oriente-os Liste as idéias apresentadas emextensão, linguagem, a
                   ? • para observarem o tema, a cada parágrafo do texto.
presença ou não de humor. Sistematize em um painel ou cartaz as respostas entre a frase
                   ? • Como o autor finaliza sua crônica? Há alguma ligação
dos alunos e procure construir, junto com eles, uma definição provisória de
                                              que encerra e a que inicia a crônica?
crônica, que será retoma mais 'mensagem' que o autor quer passar com esse texto? Existe,
                   ? • Há uma   adiante.
2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A essa idéia?
                                              na crônica, alguma frase que sintetize
bola”. Papel madeira ou cartolina para o cartaz. na última expressão do texto “o tempo não
                   ? • Qual o sentido produzido
                                              pára”? Por quê?
3. Comentários: Essa atividade procura despertar a atenção dos alunos para as
características do ?gênero em estudo, descrevem ao humor, saudosismo, presente são
                     • Os períodos que tais como cidade no passado e no
                                              logos ou curtos? Isso tem a ver com o ritmo do tempo? Por quê?
lembranças, a extensão curta e a abordagem de temas do cotidiano. É
interessante fazer ?uma comparação crônica? Por com outro gênero (notícia,
                     • Você gostou da da crônica quê?


10                                                                  11
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS          LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



             ? • Como você faria uma ilustração para ser publicada no jornal, junto do centro para os restaurantes da área.”
                                                                         Bela Vista ou
                                        com essa crônica?               Destaque também um trecho com tipologia descritiva:
                                            “As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda
copiada da personagem Viúva Porcina, da Quadro, piloto/giz. Cópias da crônica
                         2. Material didático: telenovela que fazia enorme
sucesso, Roque Santeiro. Não havia telefone celular, jogos alunos são confrontados entre a definição
                         3. Comentários: Nessa atividade, os de computador,
televisão a cabo, DVD. A moeda era o cruzeiro, de inflaçãocom uma definição mais ampla. Isso faz com
                               preliminarmente de crônica e esquizofrênica.”
Após realizada a leitura compartilhada dos trechos da crônica, conduza a crônica, avaliando se é
                               que o aluno se prepare para leitura da próxima
discussão para que os alunos percebam emlírica,dos trechos oetc. relevante é
                               humorística, qual informativa mais
contar um certo fato (trecho narrativo) e em qual perceber que a predomina é crônica tematiza uma das
                               Os alunos devem dos textos o que abertura da
a descrição de características ( trecho descritivo).
                               grandes questões abordadas na crônica: o saudosismo, lembranças de uma
Exponha dialogicamente sobre a função datranqüila, que será, no decorrer do texto, contrastado com uma
                               cidade ideal, tipologia narrativa e descritiva na
construção dos sentidos do gênero crônica. Nesse gênero, a narração faz a
                               cidade moderna, agitada.
história avançar, familiariza oObservar o os fatos, porém não requer precisão e
                                leitor com olhar lírico e poético lançado pelo cronista sobre lembranças de
concisão, tal como a notícia;umaacidade de outrora para uma grandeclima, as toda a modernidade.
                                 já descrição (re) cria o cenário, o cidade com
sensações envolvidas no acontecimento, expondo a visão do cronista.

2. Material didático: Cópias da crônica.
3. Comentários: O propósito desta atividadeLINGUÍSTICA
            VI – Eixo de ensino | ANÁLISE é analisar as sequências textuais
                                                                                         (tipologia) predominantes na crônica.
                         1. Escolha uma outra crônica, de forma que não tenha semelhança com as duas
                              aqui trabalhadas. Distribua-a com cada grupo e solicite que os alunos façam a
                              leitura nos seus grupos. Após a leitura, questione o grande grupo sobre: Quais
                                                                                              VIII – Eixo de ensino | LEITURA
                              as diferenças e semelhanças entre os textos lidos anteriormente e este último?
                              Verifique se 1. Para atividade de casa, oriente os alunos para assistirem a um telejornal e
                                            eles perceberam os seguintes aspectos: (a) tema tratado; (b) fato
                              real ou ficção; (c) ponto de vista – crítico, humorístico, lírico etc.; (d)
anotar dados sobre uma notícia que mais se destacou para ele.
                              linguagem utilizada – informal, formal, semiformal; (e) variações linguísticas;
Na próxima aula, peça para que os alunos apresentem oralmente a notícia
                              (f) predominância de diálogos ou de comentários do cronista; (g) coesão e
escolhida. Peça que eles comparem o modo como foi narrada a mesma notícia
                              coerência estabelecidos nos tempos verbais; e outros questionamentos que o
por diferentes colegas, para que todos percebam que um mesmo fato pode ser
                              professor achar conveniente e pertinente com o nível do grupo.
narrado e também compreendido de diferentes maneiras.
2. Material didático: Caderno e lápis.
                        2. Material didático: Cópias da nova crônica escolhida pelo professor. Papel
3. Comentários: Há uma grande possibilidade que muitos alunos tragam a
                              madeira ou cartolina para o cartaz.
mesma notícia. Assim, 3. Comentários: ver como um mesmo ser literárias, quando se baseia em fatos
                        fica interessante As crônicas podem fato pode ser
contado por pessoas diferentes. Que aspectosdo nosso cotidiano, ou jornalísticas, quando poderá se
                              mais universais da notícia serão enfatizados
pelo aluno? Por que isso acontece?
                              construir a partir de manchetes de jornal, de uma situação mais factual.
É fundamental, nesse momento, interessante que os aluno para os diferentes
                              É chamar a atenção do alunos levantem um bom número de diferenças e
olhares lançados sobre um mesmo fato, presentes nos dois textos, destacando-as em um cartaz. Isso
                              semelhanças habilidade já utilizada pelos
cronistas.                    facilitará o momento da produção escrita.



            VII – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA                      IX – Eixo de ensino | Leitura e Escrita

                        1. Escreva no quadro Levando em consideração que muitos alunos trarão a mesma notícia, sugira
                                           1. um trecho com predominância mais na narrativa da crônica
que estes levantem olhares diferentes sobre esse fato: humorístico/irônico;
                             analisada acima, como: “Grande número de cinemas era de rua; os shopping
crítico/lírico. Retome com eles as crônicas poucos, eram focados nasocompras, mal despertavam para o
                             centers, ainda lidas em sala de aula e modo
como os autores lidos trabalharam com o lírico – saudosismo, lembranças, gente ia a pé dos teatros da
                             filão do entretenimento e da comida rápida. Muita
crítica.

                                                           12                                                           13
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS              LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



? • Como você faria uma ilustração para ser publicada no jornal, junto
                                         Bela      Vista    ou     do      centro     para os   restaurantes    da   área.”
com essa crônica?                    Destaque também um trecho com tipologia descritiva:
                                “As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda
2. Material didático: Quadro, piloto/giz. Cópiaspersonagem Viúva Porcina, da telenovela que fazia enorme
                                     copiada da da crônica
3. Comentários: Nessa atividade, os alunos são confrontados entre havia telefone celular, jogos de computador,
                                     sucesso, Roque Santeiro. Não a definição
preliminarmente de crônica e com uma definição mais ampla.moeda era o cruzeiro, de inflação esquizofrênica.”
                                     televisão a cabo, DVD. A Isso faz com
que o aluno se prepare para leitura darealizada acrônica, avaliando se é dos trechos da crônica, conduza a
                                     Após próxima leitura compartilhada
humorística, lírica, informativa etc.discussão para que os alunos percebam em qual dos trechos o mais relevante é
Os alunos devem perceber que acontar um certo fato (trecho narrativo) das qual dos textos o que predomina é
                                       abertura da crônica tematiza uma e em
                                     a descrição de características ( trecho descritivo).
grandes questões abordadas na crônica: o saudosismo, lembranças de uma
cidade ideal, tranqüila, que será, noExponha dialogicamente sobre com umada tipologia narrativa e descritiva na
                                      decorrer do texto, contrastado a função
cidade moderna, agitada.             construção dos sentidos do gênero crônica. Nesse gênero, a narração faz a
Observar o olhar lírico e poético lançado pelo cronista sobre lembranças de os fatos, porém não requer precisão e
                                     história avançar, familiariza o leitor com
uma cidade de outrora para uma grande cidade com toda notícia; já a descrição (re) cria o cenário, o clima, as
                                     concisão, tal como a a modernidade.
                                     sensações envolvidas no acontecimento, expondo a visão do cronista.

                              2. Material didático: Cópias da crônica.
VI – Eixo de ensino | ANÁLISE Comentários: O propósito desta atividade é analisar as sequências textuais
                              3. LINGUÍSTICA
                                    (tipologia) predominantes na crônica.
1. Escolha uma outra crônica, de forma que não tenha semelhança com as duas
aqui trabalhadas. Distribua-a com cada grupo e solicite que os alunos façam a
leitura nos seus grupos.–Após a leitura, questione o grande grupo sobre: Quais
                   VIII Eixo de ensino | LEITURA
as diferenças e semelhanças entre os textos lidos anteriormente e este último?
Verifique se eles perceberam 1. seguintes aspectos:casa,tema tratado;alunos para assistirem a um telejornal e
                              os Para atividade de (a) oriente os (b) fato
real ou ficção; (c) ponto de vista – crítico, humorístico, lírico etc.; (d)
                                    anotar dados sobre uma notícia que mais se destacou para ele.
linguagem utilizada – informal, formal, semiformal; (e) variações linguísticas;
                                    Na próxima aula, peça para que os alunos apresentem oralmente a notícia
(f) predominância de diálogos ou de comentários do cronista; (g) coesão e
                                    escolhida. Peça que eles comparem o modo como foi narrada a mesma notícia
coerência estabelecidos nos tempos verbais; e outros questionamentos que o
                                    por diferentes colegas, para que todos percebam que um mesmo fato pode ser
professor achar conveniente e pertinente com o nível do grupo.
                                    narrado e também compreendido de diferentes maneiras.
2. Material didático: Cópias2.da nova crônica escolhida pelo professor. Papel
                                 Material didático: Caderno e lápis.
                              3. Comentários: Há uma grande possibilidade que muitos alunos tragam a
madeira ou cartolina para o cartaz.
3. Comentários: As crônicas podem ser notícia. Assim, ficase baseia em fatos um mesmo fato pode ser
                                    mesma literárias, quando interessante ver como
mais universais do nosso cotidiano, ou jornalísticas, diferentes. Que se
                                    contado por pessoas quando poderá aspectos da notícia serão enfatizados
                                    pelo aluno? Por que isso acontece?
construir a partir de manchetes de jornal, de uma situação mais factual.
É interessante que os alunos levantem um bomnesse momento, chamar aeatenção do aluno para os diferentes
                                    É fundamental, número de diferenças
semelhanças presentes nos dois textos, destacando-as em um mesmo Isso habilidade já utilizada pelos
                                    olhares lançados sobre um cartaz. fato,
                                    cronistas.
facilitará o momento da produção escrita.



VII – Eixo de ensino |–ANÁLISE LINGUÍSTICAEscrita
                  IX Eixo de ensino | Leitura e E ESCRITA

1. Escreva no quadro um trecho Levando em consideraçãona narrativa alunos trarão a mesma notícia, sugira
                              1. com predominância mais que muitos da crônica
analisada acima, como: “Grande número de cinemas era olhares os shopping
                                   que estes levantem de rua; diferentes sobre esse fato: humorístico/irônico;
centers, ainda poucos, eram focados nas compras, mal despertavam as crônicas lidas em sala de aula e o modo
                                   crítico/lírico. Retome com eles para o
filão do entretenimento e da comida rápida. Muita gente iatrabalharam comda lírico – saudosismo, lembranças,
                                   como os autores lidos a pé dos teatros o
                                   crítica.

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 características da crônica no painel, antesgrupos a uma discussão em torno de que tipo de crônica poderia
                               Conduza os da reescrita do texto.
Como sugestão, elabore um painel com o título “E a notícia vira crônica...” e o que relataria etc. Os grupos
                               ser elaborado a partir da notícia que trouxeram,
coloque as crônicas produzidas pelos alunos, para que fiquem expostas e
                               devem socializar essa discussão.
possam ser lidas por todos da Após esse momento, comece a elaborar, em conjunto, o parágrafo inicial de
                                escola.
                               uma crônica, baseando-se na notícia discutida. Pergunte aos alunos qual
                                          2. Comentários: É importante que o material produzido pelos alunos circule, seja
                               título mais adequado teria essa crônica e inicie, no quadro, a escrita dessa
lido por outras pessoas. Aoparte do texto. Em seguida, olidos por outrosa leitura. Se houver alguma
                                 saber que seus textos serão professor faz
colegas, a perspectiva de produção é outra. O elaborar o parágrafo coletivamente, explique que isso se deve
                               divergência para texto terá outra finalidade, a
relação do aluno com sua produção escrita será ressignificada dentro dessa
                               porque a crônica traz um olhar muito pessoal e que eles terão uma
perspectiva.                   oportunidade em elaborar uma individualmente.
Outras sugestões para produção de crônicas literárias: utilizar a imagem de
uma revista; observar o comportamento dos colegas na hora do recreio ou
saída da escola no final 2. turno para produzirem umapiloto/giz.
                         do Material didático: quadro, crônica.
                         3. Comentários: Se a notícia não for interessante para produzir uma crônica,
Para obter mais informações, procure o apêndice.
                               mude-a e escolha outra.
                               Alerte os alunos para o fato de que o olhar lançado dependerá muito da notícia
                               lida. Algumas notícias levarão nosso olhar para o lado humorístico (por
                               exemplo, um ladrão que fica entalado em uma janela ao tentar fugir da
                               polícia), enquanto outras direcionam um olhar mais crítico (um gari que
                               devolve uma grande soma de dinheiro encontrado, no mesmo dia em que se
                               descobre um novo escândalo de dinheiro público).



            X – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA

                        1. Peça que cada aluno escolha uma das notícias discutidas em sala ou mesmo a
                             que ele trouxa para escrever uma crônica baseada nela.
                             Retome, oralmente, as características da crônica com os alunos. Sugira aos
                             alunos a anotarem livremente algumas idéias para a crônica, de forma que
                             encontrem a melhor. Essas anotações funcionam como um roteiro provisório.
                             Esclareça aos alunos que os cronistas também escrevem, reescrevem a
                             abandonam algumas idéias no momento de criar seus textos.

                        2. Material didático: anotações sobre as notícias. Caderno, lápis/caneta.
                        3. Comentários: é fundamental resgatar as características da crônica, bem como
                             aspectos relacionados à organização do texto ( paragrafação, ortografia,
                             coesão, coerência etc.)



            XI – Eixo de ensino | ESCRITA. ANÁLISE LINGUÍSTICA

                        1. Após avaliar as crônicas, entregue-as a cada autor e peça a reescrita final do
                             texto. É necessário esclarecer o aluno, com clareza, a situação a ser corrigida.
                             Em relação à ortografia, por exemplo, as palavras com grafia errada podem ser
                             circuladas para que o aluno as procure no dicionário.
                             Se o texto produzido não tiver as características de uma crônica, é preciso
                             apontar o que precisa ser alterado e também ler novamente, com a turma, as



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Conduza os grupos a uma discussãocaracterísticas da tipo de crônica poderia da reescrita do texto.
                                      em torno de que crônica no painel, antes
ser elaborado a partir da notícia que trouxeram, o que relataria etc. Os com o título “E a notícia vira crônica...” e
                                    Como sugestão, elabore um painel grupos
devem socializar essa discussão. coloque as crônicas produzidas pelos alunos, para que fiquem expostas e
Após esse momento, comece a elaborar, em conjunto, o todos da escola. de
                                    possam ser lidas por parágrafo inicial
uma crônica, baseando-se na notícia discutida. Pergunte aos alunos qual
                               2. Comentários: É importante que o material produzido pelos alunos circule, seja
título mais adequado teria essa crônica e inicie, no quadro, a escrita dessa
parte do texto. Em seguida, o professor faz a leitura. Se Ao saberalguma
                                    lido por outras pessoas. houver que seus textos serão lidos por outros
divergência para elaborar o parágrafo coletivamente, explique que isso é outra. O texto terá outra finalidade, a
                                    colegas, a perspectiva de produção se deve
porque a crônica traz um olhar muito pessoal e com sua produção escrita será ressignificada dentro dessa
                                    relação do aluno que eles terão uma
                                    perspectiva.
oportunidade em elaborar uma individualmente.
                                    Outras sugestões para produção de crônicas literárias: utilizar a imagem de
                                    uma revista; observar o comportamento dos colegas na hora do recreio ou
2. Material didático: quadro, piloto/giz. da escola no final do turno para produzirem uma crônica.
                                    saída
3. Comentários: Se a notícia não Para interessanteinformações, procurecrônica,
                                     for obter mais para produzir uma o apêndice.
mude-a e escolha outra.
Alerte os alunos para o fato de que o olhar lançado dependerá muito da notícia
lida. Algumas notícias levarão nosso olhar para o lado humorístico (por
exemplo, um ladrão que fica entalado em uma janela ao tentar fugir da
polícia), enquanto outras direcionam um olhar mais crítico (um gari que
devolve uma grande soma de dinheiro encontrado, no mesmo dia em que se
descobre um novo escândalo de dinheiro público).



X – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA

1. Peça que cada aluno escolha uma das notícias discutidas em sala ou mesmo a
que ele trouxa para escrever uma crônica baseada nela.
Retome, oralmente, as características da crônica com os alunos. Sugira aos
alunos a anotarem livremente algumas idéias para a crônica, de forma que
encontrem a melhor. Essas anotações funcionam como um roteiro provisório.
Esclareça aos alunos que os cronistas também escrevem, reescrevem a
abandonam algumas idéias no momento de criar seus textos.

2. Material didático: anotações sobre as notícias. Caderno, lápis/caneta.
3. Comentários: é fundamental resgatar as características da crônica, bem como
aspectos relacionados à organização do texto ( paragrafação, ortografia,
coesão, coerência etc.)



XI – Eixo de ensino | ESCRITA. ANÁLISE LINGUÍSTICA

1. Após avaliar as crônicas, entregue-as a cada autor e peça a reescrita final do
texto. É necessário esclarecer o aluno, com clareza, a situação a ser corrigida.
Em relação à ortografia, por exemplo, as palavras com grafia errada podem ser
circuladas para que o aluno as procure no dicionário.
Se o texto produzido não tiver as características de uma crônica, é preciso
apontar o que precisa ser alterado e também ler novamente, com a turma, as



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LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



                                                                                                               II – FÁBULAS

                                   A fábula é um dos gêneros textuais mais antigos conhecidos pelo homem. Atribui-se a
Esopo (século VI a. C.), um escravo grego, a elaboração e difusão dessa narrativa na Grécia. As
fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação
dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da
cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios
ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas,
era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal, sugerindo uma verdade
ou provocando uma reflexão de ordem moral, destacada geralmente no final do texto. Com o
passar do tempo, não foi diferente. Diversos autores recriaram essas fábulas e hoje, aqui no
Brasil, temos exemplos de uma verdadeira recriação e intertextualidade desse gênero, com
destaque para Monteiro Lobato e o contemporâneo Millor Fernades.


                                     Pode-se afirmar que o uso de fábulas em sala de aula propicia discussões relevantes
acerca de questões morais e éticas, normas de comportamento etc., ampliando essa idéia ao se
fazer a relação com o cotidiano do aluno, com as polêmicas atuais. Recaindo o olhar para o
aspecto essencial no ensino de língua materna, vislumbra-se a exploração da construção
discursiva das fábulas: a apresentação das ações de cada personagem pode revelar muito do
seu caráter, de sua postura ética diante da vida; expressões utilizadas para se referiri aos
personagens podem sinalizar um ponto de vista a respeito de cada um.


                                    Baseados na discussão sobre essa temática, a qual favorece desenvolver habilidades
orais dos alunos, estimulando-os a se posicionarem criticamente diante do texto lido,
explicando e defendendo pontos de vista, podemos desenvolver várias estratégias de leitura,
desde a antecipação, localizando as informações, até a inferência e a generalização,
provocando o aluno a resgatar os seus conhecitos prévios.

                                   Em relação a produção, os alunos poderão criar fábulas, paródias de fábulas. Articula-
                                  se a produção de textos às reflexões sobre os usos linguístiocs peculiares desse gênero.

                                   Objetivos: levar o aluno a compreender e produzir fábulas, refletindo sobre sua função
social, suas características linguístico-discursivas e seu conteúdo temático; ativar
conhecimentos prévios e levantar hipóteses; observar a coerência global do texto na atividade
ao recontar fábula; refletir sobre o uso de certas expressões linguísticas para se refrir aos
animais e seus efeitos de sentido; criar títulos; reconhecer a moral em diferentes fábulas;
planejar a escrita de fábulas dentro das características desse gênero.




                                                                                                                             17
LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS



II – FÁBULAS

         A fábula é um dos gêneros textuais mais antigos conhecidos pelo homem. Atribui-se a
Esopo (século VI a. C.), um escravo grego, a elaboração e difusão dessa narrativa na Grécia. As
fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação
dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da
cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios
ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas,
era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal, sugerindo uma verdade
ou provocando uma reflexão de ordem moral, destacada geralmente no final do texto. Com o
passar do tempo, não foi diferente. Diversos autores recriaram essas fábulas e hoje, aqui no
Brasil, temos exemplos de uma verdadeira recriação e intertextualidade desse gênero, com
destaque para Monteiro Lobato e o contemporâneo Millor Fernades.


         Pode-se afirmar que o uso de fábulas em sala de aula propicia discussões relevantes
acerca de questões morais e éticas, normas de comportamento etc., ampliando essa idéia ao se
fazer a relação com o cotidiano do aluno, com as polêmicas atuais. Recaindo o olhar para o
aspecto essencial no ensino de língua materna, vislumbra-se a exploração da construção
discursiva das fábulas: a apresentação das ações de cada personagem pode revelar muito do
seu caráter, de sua postura ética diante da vida; expressões utilizadas para se referiri aos
personagens podem sinalizar um ponto de vista a respeito de cada um.


        Baseados na discussão sobre essa temática, a qual favorece desenvolver habilidades
orais dos alunos, estimulando-os a se posicionarem criticamente diante do texto lido,
explicando e defendendo pontos de vista, podemos desenvolver várias estratégias de leitura,
desde a antecipação, localizando as informações, até a inferência e a generalização,
provocando o aluno a resgatar os seus conhecitos prévios.

        Em relação a produção, os alunos poderão criar fábulas, paródias de fábulas. Articula-
se a produção de textos às reflexões sobre os usos linguístiocs peculiares desse gênero.

         Objetivos: levar o aluno a compreender e produzir fábulas, refletindo sobre sua função
social, suas características linguístico-discursivas e seu conteúdo temático; ativar
conhecimentos prévios e levantar hipóteses; observar a coerência global do texto na atividade
ao recontar fábula; refletir sobre o uso de certas expressões linguísticas para se refrir aos
animais e seus efeitos de sentido; criar títulos; reconhecer a moral em diferentes fábulas;
planejar a escrita de fábulas dentro das características desse gênero.




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  • 2.
  • 3. APRESENTAÇÃO A Secretaria de Educação, ao assumir o compromisso de assegurar a todos(as) os(as) estudantes o direito à educação pública de qualidade social, vem desenvolvendo um conjunto de ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino na rede pública, de forma a garantir o acesso, a permanência e a terminalidade nos diversos níveis e modalidades de ensino aos que neles ingressem, com resultados bem sucedidos. Nessa direção, uma das prioridades da Secretaria de Educação de Pernambuco é oferecer aos(as) estudantes novas oportunidades de ensino e aprendizagens para os que encontram dificuldades nesse processo. É com essa compreensão que essa Secretaria elaborou o PROJETO APRENDER MAIS, em consonância com a LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabelece como dever do Estado garantir padrões mínimos de qualidade do ensino e a obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência Accioly Campos Eduardo Henrique paralelos ao período letivo, para casos de baixo rendimento escolar, como política educacional. DE PERNAMBUCO GOVERNADOR DO ESTADO O PROJETO APRENDER MAIS visa atender aos (as) estudantes da 4ª série/5º ano, 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental e do 3º Danilo Jorge de Barros Cabral ano do Ensino Médio das escolas estaduais que apresentam defasagem e/ou dificuldades de aprendizagens em DO ESTADO aos conteúdos SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO relação ministrados e prescritos no currículo escolar. Serão desenvolvidas ações de reensino, em horários regulares e em horários complementares, Mota Silveira Filho Nilton da de forma concomitante aos estudos realizados no cotidiano da escola. CHEFE DE GABINETE Este Caderno contém um conjunto de ORIENTAÇÕES TEÓRICO METODOLÓGICAS Margareth Costa Zaponi visando contribuir com as práticas de docência, com foco nos descritores/conteúdos SECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE curriculares estabelecidos pela Secretaria de Educação. É importante que você professor (a), ao identificar as dificuldades e possibilidades dos Aída Maria Monteiro da Silva estudantes, organize as atividades pedagógicas desenvolvendo dinâmicas de sala de aula que SECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO possibilitem ao (a) estudante construir o seu próprio conhecimento. A problematização de situações didáticas que estimulem a compreensão, interpretação, análise e síntese das novas Zélia Granja Porto aprendizagens, priorizando as diferentes linguagens devem ser desenvolvidas com dinâmicas diversificadas, utilizando materiaisDE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL GERENTE existentes na escola – jogos didáticos, revista, livros, DVD e CD, entre outros. Rosinete Salviano Considerando a complexidade desse processo, sabemos que os resultados em um grupo CHEFE DE UNIDADE de estudantes não são homogêneos. Essa realidade requer trabalhos e atendimentos pedagógicos específicos aos que apresentam dificuldades, Galvão Valença Maria Epifânia de França de modo a possibilitar o aperfeiçoamento do desempenhoGERENTE DEHá estudantes que necessitam de mais tempo ou de escolar. AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS outras formas e metodologia para aprender. Wanda Maria Braga Cardoso A Escola tem o papel social de promover todas as formas de ensino para que o (a) estudante desenvolva aprendizagem bem sucedidas, e você professorDE ENSINO ELABORAÇÃO - EQUIPE TÉCNICA (a) desempenha papel primordial como mediador no processo de construção do conhecimento junto ao estudante. É importante envolver a família do (a) estudante nesse processo uma vez que a educação é tarefa de todos. Bom trabalho! DANILO CABRAL Secretário de Educação do Estado
  • 4. APRESENTAÇÃO A Secretaria de Educação, ao assumir o compromisso de assegurar a todos(as) os(as) estudantes o direito à educação pública de qualidade social, vem desenvolvendo um conjunto de ações com vistas à melhoria da qualidade do ensino na rede pública, de forma a garantir o acesso, a permanência e a terminalidade nos diversos níveis e modalidades de ensino aos que neles ingressem, com resultados bem sucedidos. Nessa direção, uma das prioridades da Secretaria de Educação de Pernambuco é oferecer aos(as) estudantes novas oportunidades de ensino e aprendizagens para os que encontram dificuldades nesse processo. É com essa compreensão que essa Secretaria elaborou o PROJETO APRENDER MAIS, em consonância com a LDB – 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabelece como dever do Estado garantir padrões mínimos de qualidade do ensino e a Campos obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para Eduardo Henrique Accioly casos de baixo rendimento escolar, como política educacional. GOVERNADOR DO ESTADO DE PERNAMBUCO O PROJETO APRENDER MAIS visa atender aos (as) estudantes da 4ª série/5º ano, 8ª Danilo Jorge de Barros Cabral do Ensino Fundamental e do 3º ano do Ensino Médio das escolas estaduais que série/9º ano apresentam defasagem e/ou dificuldades de aprendizagens em relação aos conteúdos SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO ministrados e prescritos no currículo escolar. Serão desenvolvidas ações de reensino, em Nilton da Mota Silveira Filho regulares e em horários complementares, de forma concomitante aos estudos horários CHEFE DE GABINETE realizados no cotidiano da escola. Este Caderno contém um conjunto de ORIENTAÇÕES TEÓRICO METODOLÓGICAS Margareth Costa Zaponi visando contribuir com as práticas de docência, com foco nos descritores/conteúdos SECRETÁRIA EXECUTIVA DE GESTÃO DE REDE curriculares estabelecidos pela Secretaria de Educação. Aída Maria Monteiro da Silvaimportante que você professor (a), ao identificar as dificuldades e possibilidades dos É estudantes, organize as atividades pedagógicas desenvolvendo dinâmicas de sala de aula que SECRETÁRIA EXECUTIVA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO possibilitem ao (a) estudante construir o seu próprio conhecimento. A problematização de situações didáticas que estimulem a compreensão, interpretação, análise e síntese das novas Zélia Granja Porto aprendizagens, priorizando as diferentes linguagens devem ser desenvolvidas com dinâmicas diversificadas, utilizando materiais existentes na escola – jogos didáticos, revista, livros, DVD e GERENTE DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS DE EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL CD, entre outros. Rosinete Salviano CHEFE DE UNIDADE Considerando a complexidade desse processo, sabemos que os resultados em um grupo de estudantes não são homogêneos. Essa realidade requer trabalhos e atendimentos pedagógicos específicos aos que apresentam dificuldades, de modo a possibilitar o Maria Epifânia de França Galvão Valença aperfeiçoamento do desempenho escolar. Há estudantes que necessitam de mais tempo ou de GERENTE DE AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE POLÍTICAS EDUCACIONAIS outras formas e metodologia para aprender. Wanda Maria Braga Cardoso Escola tem o papel social de promover todas as formas de ensino para que o (a) A estudante desenvolva aprendizagem bem sucedidas, e você professor (a) desempenha papel ELABORAÇÃO - EQUIPE TÉCNICA DE ENSINO primordial como mediador no processo de construção do conhecimento junto ao estudante. É importante envolver a família do (a) estudante nesse processo uma vez que a educação é tarefa de todos. Bom trabalho! DANILO CABRAL Secretário de Educação do Estado
  • 5. LÍNGUA PORTUGUESA | PROJETO APRENDER MAIS ORIENTAÇÕE S Este caderno reúne um conjunto de atividades pedagógicas da área de conhecimento de Língua Portuguesa com o objetivo de serem aplicadas em sequências didáticas para o ensino de conteúdos curriculares em que os alunos apresentem necessidades e dificuldades em conceitos que não foram consolidados a partir de diagnóstico das necessidades dos seus alunos e alunas. O trabalho com sequências didáticas permite a elaboração de contextos de produção de uso da linguagem de forma mais próxima da realidade, por meio de atividades e exercícios múltiplos e variados com a finalidade de ajudar o aluno a consolidar melhor um determinado gênero textual, uma regra ortográfica, compreensão de leitura, noções, técnicas e instrumentos que desenvolvam suas capacidades de expressão oral e escrita em diversas situações de comunicação. Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemática, em torno de um determinado conteúdo. Ela também serve para dar acesso aos alunos a práticas de linguagens novas ou de difícil apreensão. Por exemplo, o professor poderá organizar módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios, utilizando, assim, instrumentos necessários para esse domínio de maneira sistemática e aprofundada. O professor poderá solicitar aos alunos uma produção final, pode por em prática os conhecimentos adquiridos nas oportunidades de reensino e aferir os progressos alcançados por alunos e alunas. Esta produção final poderá servir, também, para uma avaliação do tipo somativo, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência. Dessa forma, as sequências didáticas devem esclarecer quais são os elementos próprios da situação de comunicação em questão, levar o aluno a ter contato com os mais variados gêneros textuais e exercitá-los no domínio discursivo de suas particularidades. As etapas da sequência didática estão assim representadas: 1. Apresentação da proposta de trabalho com um gênero textual, sempre associada a questões de interesses do aluno; 2. Partir dos conhecimentos prévios dos alunos; 3. Estabelecer contato inicial com o gênero textual em estudo; 4. Ampliação do repertório, com leitura e análise de vários textos do gênero escolhido; 5. Propor a escrita de um texto no gênero, como forma de diagnosticar o que os alunos sabem sobre ele e o que precisa ainda ser aprendido; 6. Organização e sistematização do conhecimento: estudo detalhado dos elementos constitutivos do gênero, suas situações de produção e circulação; 7. Produção de um texto coletivo, tendo o professor como mediador, para tornar o gênero e seus elementos um conteúdo partilhado pela classe; 8. Produção individual de um texto o mais próximo possível do gênero estudado; 9. Revisão e reescrita do texto individual, respeitando elementos do gênero, coesão e coerência a correção ortográfica e gramatical. 03
  • 6. LÍNGUA PORTUGUESA | PROJETO APRENDER MAIS ORIENTAÇÕES Este caderno reúne um conjunto de atividades pedagógicas da área de conhecimento de Língua Portuguesa com o objetivo de serem aplicadas em sequências didáticas para o ensino de conteúdos curriculares em que os alunos apresentem necessidades e dificuldades em conceitos que não foram consolidados a partir de diagnóstico das necessidades dos seus alunos e alunas. O trabalho com sequências didáticas permite a elaboração de contextos de produção de uso da linguagem de forma mais próxima da realidade, por meio de atividades e exercícios múltiplos e variados com a finalidade de ajudar o aluno a consolidar melhor um determinado gênero textual, uma regra ortográfica, compreensão de leitura, noções, técnicas e instrumentos que desenvolvam suas capacidades de expressão oral e escrita em diversas situações de comunicação. Uma sequência didática é um conjunto de atividades escolares organizadas de maneira sistemática, em torno de um determinado conteúdo. Ela também serve para dar acesso aos alunos a práticas de linguagens novas ou de difícil apreensão. Por exemplo, o professor poderá organizar módulos, constituídos por várias atividades ou exercícios, utilizando, assim, instrumentos necessários para esse domínio de maneira sistemática e aprofundada. O professor poderá solicitar aos alunos uma produção final, pode por em prática os conhecimentos adquiridos nas oportunidades de reensino e aferir os progressos alcançados por alunos e alunas. Esta produção final poderá servir, também, para uma avaliação do tipo somativo, que incidirá sobre os aspectos trabalhados durante a sequência. Dessa forma, as sequências didáticas devem esclarecer quais são os elementos próprios da situação de comunicação em questão, levar o aluno a ter contato com os mais variados gêneros textuais e exercitá-los no domínio discursivo de suas particularidades. As etapas da sequência didática estão assim representadas: 1. Apresentação da proposta de trabalho com um gênero textual, sempre associada a questões de interesses do aluno; 2. Partir dos conhecimentos prévios dos alunos; 3. Estabelecer contato inicial com o gênero textual em estudo; 4. Ampliação do repertório, com leitura e análise de vários textos do gênero escolhido; 5. Propor a escrita de um texto no gênero, como forma de diagnosticar o que os alunos sabem sobre ele e o que precisa ainda ser aprendido; 6. Organização e sistematização do conhecimento: estudo detalhado dos elementos constitutivos do gênero, suas situações de produção e circulação; 7. Produção de um texto coletivo, tendo o professor como mediador, para tornar o gênero e seus elementos um conteúdo partilhado pela classe; 8. Produção individual de um texto o mais próximo possível do gênero estudado; 9. Revisão e reescrita do texto individual, respeitando elementos do gênero, coesão e coerência a correção ortográfica e gramatical. 03
  • 7. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS Por fim, ao usar uma sequência didática, algumas questõesespaço privilegiado para desenvolver um É dentro dessa perspectiva que se garante um devem ser formuladas: trabalho com os gêneros textuais, manifestações das práticas discursivas que se estabeleceram no decorrer dos anos,Qual o gênero determinados propósitos comunicativos, e que continuam para cumprir será abordado? em mudança. Em todos os âmbitos de atuação do que humano, desde as relações pessoais até o Quais as regras ortográficas ser determinados alunos não compreenderam? universo artístico, jurídico,osescolar e alunas gêneros que preenchem determinadas funções O que alunos etc., há respondem sobre esse conteúdo? sociais, como: o bilhete, oforma assumirá a produção? Gravação? Uma peça de teatro? Que poema, a lei, o e-mail, o requerimento, a fábula, a piada, a história em quadrinhos, o blog, o participará, todos os alunos? Em grupos? notícia, a reportagem, a Quem conto, o diário, o debate, a receita, a entrevista, o resumo, a biografia, o seminário, a peça de teatro, a letra de música etc. Cada gênero tem características e especificidades próprias, modos específicos de produção, circulação e recepção, além de exemplo, o livro texto daparticulares. Curricular Comum), a qual se encontra Veja, por implicações ideológicas BCC (Base organizada a partir de eixos teórico-metodológicos da língua, devendo servir como referencial à avaliação do desempenho dos forma, torna-se necessário trazerpelo Sistema de Avaliação Dessa alunos, atualmente conduzida para a sala de aula as múltiplas práticas de Educacional do Estado de Pernambuco (SAEPE), que apresenta, através da Matriz de linguagem, materializadas nos gêneros textuais, através de situações de ensino e aprendizagem desafiadoras.descritores, conforme explicitado no quadro a seguir. da sala de Referência, os Contudo, apenas trazer gêneros variados para dentro Após a leitura, consulte as aula não garante a construção e a ampliação de capacidade de quais são concebidas como referenciais OTMs - Orientações Teórica Metodológicas, as leitura, escrita, oralidade e análise da língua. Ao seremdas práticas outras esferasLíngua Portuguesa. Elas estão disponíveis no site da estruturadores levados de de ensino da para o ambiente escolar, os gêneros são tratados conforme os objetivos da escola, relativos Consulte também os materiais pedagógicos e atividades Secretaria, www.educacao.pe.gov.br . ao ensino e aprendizagem. Por exemplo, ao lermos um poema fora da disponíveis no site do MEC, www.mec.gov.br .de leitura, o que é do GESTAR II, escola, não temos de responder a questões bastante comum quando se lê um poema em sala de aula. A escolarização não é um problema em si, pois é função da escola tratar os gêneros segundo as necessidades de ensino e aprendizagem dos alunos. No entanto, deve-se ter o cuidado de, na escolarização dos gêneros, procurar não artificializar as práticas de leitura/escuta e produção, sem perder de vista o que é necessário aprender. Nesse contexto, consideramos de suma importância levar os alunos a refletirem sobre como se constituem esses gêneros, partindo dos aspectos mais amplos, como, por exemplo, o contexto em que são produzidas as notícias, os critérios para considerar determinados fatos passíveis de serem noticiados, até aspectos mais pontuais, como o uso do tempo presente nos títulos das notícias, para dá a impressão de se tratar de acontecimentos recentes. Refletindo sobre como e por que razão um determinado gênero é produzido, o aluno estará mais habilitado a lê-lo de forma crítica e a produzi-lo de forma mais adequada, quando for solicitado. É nesse âmbito que se integram as práticas pedagógicas de compreensão (leitura/escuta), análise lingüística e produção (escrita/oral), conforme vêm apontando pesquisas sobre ensino de língua materna e documentos oficiais que orientam esse processo de ensino. Para produzir um trabalho com os gêneros textuais nos diversos eixos de ensino, acreditamos que as práticas de leitura/escuta na escola devem ultrapassar a identificação manifesta, explorando-se estratégias de levantamento e checagem de hipótese, inferências, comparações, sínteses e extrapolações, além de outras. Em relação à produção oral e escrita, é necessário pensar em orientações claras sobre as condições de produção e circulação dos gêneros: qual o objetivo para elaborar o texto, qual o gênero, quem é o interlocutor, em que suporte será veiculado etc. Diante disso, torna-se necessário promover oportunidades para as etapas de planejamento, produção, revisão e reescrita/refacção. Importa, ainda, observar a necessidade de familiaridade com o tema do texto a ser produzido, o que implica um trabalho prévio de discussão, de leitura de outros textos sobre o tema, de levantamento de idéias principais, dúvidas e eventuais polêmicas. 04 05
  • 8. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS Por fim, ao usar uma sequência didática, algumas questõesse garante um espaço privilegiado para desenvolver um É dentro dessa perspectiva que devem ser formuladas: trabalho com os gêneros textuais, manifestações das práticas discursivas que se estabeleceram Qual o gênero será abordado? dos anos, para cumprir determinados propósitos comunicativos, e que continuam no decorrer Quais as regras ortográficas que Em todos os âmbitos de atuação do ser humano, desde as relações pessoais até o em mudança. determinados alunos não compreenderam? O que os alunos e universo artístico, sobre esseescolar etc., há gêneros que preenchem determinadas funções alunas respondem jurídico, conteúdo? Que forma assumirá a produção? o bilhete, o Uma peçalei, o e-mail, o requerimento, a fábula, a piada, a história sociais, como: Gravação? poema, a de teatro? Quem participará, em quadrinhos, o blog, o conto, o diário, o debate, a receita, a notícia, a reportagem, a todos os alunos? Em grupos? entrevista, o resumo, a biografia, o seminário, a peça de teatro, a letra de música etc. Cada gênero tem características e especificidades próprias, modos específicos de produção, Veja, por exemplo, o livro texto da BCC além de implicações ideológicas particulares. circulação e recepção, (Base Curricular Comum), a qual se encontra organizada a partir de eixos teórico-metodológicos da língua, devendo servir como referencial à avaliação do desempenhoDessa alunos, torna-se necessário trazer paraSistema de Avaliação dos forma, atualmente conduzida pelo a sala de aula as múltiplas práticas de Educacional do Estado de Pernambuco (SAEPE), que apresenta, através de situações de ensino e linguagem, materializadas nos gêneros textuais, através da Matriz de Referência, os descritores, conforme explicitado no quadro a seguir. Após a leitura, consulte dentro da sala de aprendizagem desafiadoras. Contudo, apenas trazer gêneros variados para as OTMs - Orientações Teórica Metodológicas, e aquais são concebidas como referenciais aula não garante a construção as ampliação de capacidade de leitura, escrita, oralidade e estruturadores das análise da língua. Ao serem levados de outras esferasdisponíveis no site da práticas de ensino da Língua Portuguesa. Elas estão para o ambiente escolar, os gêneros são Secretaria, www.educacao.pe.gov.br os objetivos da escola,materiais pedagógicos e atividades Por exemplo, ao tratados conforme . Consulte também os relativos ao ensino e aprendizagem. do GESTAR II, disponíveis nopoema fora da escola, não temos de responder a questões de leitura, o que é lermos um site do MEC, www.mec.gov.br . bastante comum quando se lê um poema em sala de aula. A escolarização não é um problema em si, pois é função da escola tratar os gêneros segundo as necessidades de ensino e aprendizagem dos alunos. No entanto, deve-se ter o cuidado de, na escolarização dos gêneros, procurar não artificializar as práticas de leitura/escuta e produção, sem perder de vista o que é necessário aprender. Nesse contexto, consideramos de suma importância levar os alunos a refletirem sobre como se constituem esses gêneros, partindo dos aspectos mais amplos, como, por exemplo, o contexto em que são produzidas as notícias, os critérios para considerar determinados fatos passíveis de serem noticiados, até aspectos mais pontuais, como o uso do tempo presente nos títulos das notícias, para dá a impressão de se tratar de acontecimentos recentes. Refletindo sobre como e por que razão um determinado gênero é produzido, o aluno estará mais habilitado a lê-lo de forma crítica e a produzi-lo de forma mais adequada, quando for solicitado. É nesse âmbito que se integram as práticas pedagógicas de compreensão (leitura/escuta), análise lingüística e produção (escrita/oral), conforme vêm apontando pesquisas sobre ensino de língua materna e documentos oficiais que orientam esse processo de ensino. Para produzir um trabalho com os gêneros textuais nos diversos eixos de ensino, acreditamos que as práticas de leitura/escuta na escola devem ultrapassar a identificação manifesta, explorando-se estratégias de levantamento e checagem de hipótese, inferências, comparações, sínteses e extrapolações, além de outras. Em relação à produção oral e escrita, é necessário pensar em orientações claras sobre as condições de produção e circulação dos gêneros: qual o objetivo para elaborar o texto, qual o gênero, quem é o interlocutor, em que suporte será veiculado etc. Diante disso, torna-se necessário promover oportunidades para as etapas de planejamento, produção, revisão e reescrita/refacção. Importa, ainda, observar a necessidade de familiaridade com o tema do texto a ser produzido, o que implica um trabalho prévio de discussão, de leitura de outros textos sobre o tema, de levantamento de idéias principais, dúvidas e eventuais polêmicas. 04 05
  • 9. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS TRABALHANDO As atividades de análise lingüística propostas buscam, como primazia, a produção de COM sentidos e a reflexão sobre o fenômeno da linguagem. Não propomos, nessas atividades, a GÊNEROS memorização de nomenclatur as nem aponto de partidaexercícios de classificação Tomamos como resolução de para realização desse trabalho a visão bakhtiniana morfossintática. Então, julgamos necessário oportunizar ao aluno a reflexão sobre as regras de sobre gêneros do discurso. Bakhtin postula que tudo o que comunicamos só se faz possível uso e funcionamento da língua, ajudando-o a construir definições a partir do trabalho com o através de gêneros. Um dos aspectos mais interessantes dos gêneros, que alude de forma direta texto ou a atividade. Dessa maneira, é fundamental que as suas falas sejam valorizadas e à questão do “uso” é o fato de que devemos considerar o gênero como meio social de produção sistematizadas de forma coletiva. e de recepção do discurso. Assim, a vivência das situações de comunicação e o contato com os diferentes gêneros quepapel da no cotidiano, exercitam a competência linguística doamplas de É surgem escola propiciar o desenvolvimento de capacidades falante/ouvinte produtor de textos. Essa competência é inerente ao de uma exploração adequada da leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística, além ser humano social que interage, comunica, criatextual em sala de aula, a qual pode contribuir para que os alunos sejam cada vez diversidade e recria. Na medida em que um indivíduo avança em grau de escolaridade, ele tende a tornar-se cada vez mais proficiente na operacionalização de variadas categorias textuais. Sendo assim, pretendemos desenvolverdiversos, em várias situações de interação mais capazes de compreender e elaborar gêneros a competência linguístico- social. discursiva e pragmática dos nossos alunos como cidadãos co-construtores do seu espaço na sociedade. Supomos que algumas sequências parecerão mais atraentes para uma determinada turma de alunos que outras e algumas demandarão mais trabalho que outras. De outra forma, uma sequência que tenha sido planejada para uma etapa de escolaridade (ciclo/série) pode ser utilizada para alunos de outra fase (ciclo/série), desde que o professor faça as adaptações necessárias. Assim, a intervenção do professor com eventuais alterações e ampliações, será sempre bem aceita, atuando nesta empreitada como co-autor nessa incessante busca do que é I – CRÔNICA aprender e ensinar. A Crônica, por ser um texto curto, leve, lírico ou humorístico, e algumas vezes crítico, aborda o dia-a-dia deNa esteira dessas considerações, a aprendizagem dosser experimentado maior da nossa sociedade. Acreditamos que esse gênero pode alunos é o objetivo pelos alunos nas aulas de língua de reforçouma vezsugerida crônica é gerência. gêneros mais proposta de trabalho materna, escolar que a por esta um dos Compreende-se, dessa utilizados pelos livros didáticos, sem prescindir da sua circulação no domínioenriquecer as experiências forma, uma ação que deve consolidar e ampliar conhecimentos, midiático, como culturais e sociais dos alunos e auxiliá-los a vencer obstáculos em sua aprendizagem, jornais e revistas. favorecendo o sucesso na escola e na vida. Como toda ação pedagógica, (re) conhecer características do gênero crônica, relacionando-as às Objetivos: o reforço exige um cuidadoso planejamento, a definição temáticas dodas metas, a escolha dealgumas estratégias discursivasdos produção de sentido, cotidiano; reconhecer alternativas e o envolvimento de interessados. Este caderno aponta como marcas da oralidade –propõe ações, e variantes linguísticas, repetições; importantes para que o alguns caminhos, uso de gíria, discute assuntos que consideramos paragrafação; perceber a relação de sentido entrecom êxito overbais; produzir crônica a partir de um e, sobretudo, seja uma reforço complemente os tempos trabalho desenvolvido em sala de aula fato, destacando aação articulada ao projeto educativo, compondo o partidapedagógico da escola. particularidade sobre o cotidiano como ponto de plano para a produção. Normalmente, a crônica representa um diálogo explícito entre o produtor do texto e o leitor. Em alguns casos, ela é escrita na primeira pessoa, realçando a impressão do autor sobre um determinado assunto, definindo seu ponto de vista, o que resulta em uma maior interação com o leitor. A linguagem utilizada não tem rebuscamento, assumindo, algumas vezes, um tom informal. As tipologias textuais predominantes são a narrativa e a descritiva, no entanto outras sequências tipológicas podem surgir no texto, como a argumentativa e expositiva. Assim, a produção de crônicas pelos alunos deve ser orientada com atenção, organizando o tempo em uma familiarização mais cuidadosa com o gênero para que eles conheçam as estratégias utilizadas pelos cronistas na elaboração destes textos. É interessante sensibilizar os alunos para que percebam o que há de particular, de único, de fascinante, de engraçado nas situações corriqueiras pelas quais passamos. BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 06 07
  • 10. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS TRABALHANDO COM GÊNEROS As atividades de análise lingüística propostas buscam, como primazia, a produção de sentidos e a reflexão sobre o fenômeno da linguagem. Não propomos, nessas atividades, a memor ização de nomenclaturas nem a resolução partida para realização desse trabalho a visão bakhtiniana Tomamos como ponto de de exercícios de classificação morfossintática. Então, julgamos necessário oportunizar ao aluno a reflexão sobre as regras de sobre gêneros do discurso. Bakhtin postula que tudo o que comunicamos só se faz possível uso e funcionamento da língua, ajudando-o a construir definições a partir do trabalho com o através de gêneros. Um dos aspectos mais interessantes dos gêneros, que alude de forma direta texto ou a atividade. Dessa maneira, é fundamental que as suas falas sejam valorizadas e à questão do “uso” é o fato de que devemos considerar o gênero como meio social de produção sistematizadas de forma coletiva. e de recepção do discurso. Assim, a vivência das situações de comunicação e o contato com os É papel da escola propiciargêneros que surgem de capacidadesexercitam de competência linguística do diferentes o desenvolvimento no cotidiano, amplas a leitura/escuta, escrita, oralidade e análise linguística, além de uma exploração adequada da humano social que falante/ouvinte produtor de textos. Essa competência é inerente ao ser diversidade textual em sala de aula, a qual pode contribuir para que em alunos sejam cada vez interage, comunica, cria e recria. Na medida os que um indivíduo avança em grau de mais capazes de compreender e ele tendegêneros diversos,vez mais proficiente na operacionalização de variadas escolaridade, elaborar a tornar-se cada em várias situações de interação social. categorias textuais. Sendo assim, pretendemos desenvolver a competência linguístico- discursiva e pragmática dos nossos alunos como cidadãos co-construtores do seu espaço na Supomos que algumas sequências parecerão mais atraentes para uma determinada sociedade. turma de alunos que outras e algumas demandarão mais trabalho que outras. De outra forma, uma sequência que tenha sido planejada para uma etapa de escolaridade (ciclo/série) pode ser utilizada para alunos de outra fase (ciclo/série), desde que o professor faça as adaptações necessárias. Assim, a intervenção do professor com eventuais alterações e ampliações, será sempre bem aceita, – CRÔNICA empreitada como co-autor nessa incessante busca do que é I atuando nesta aprender e ensinar. A Crônica, por ser um texto curto, leve, lírico ou humorístico, e algumas vezes crítico, Na esteira dessasaborda o dia-a-dia aprendizagem dos alunos é o objetivo maior da pode ser experimentado considerações, a de nossa sociedade. Acreditamos que esse gênero proposta de trabalho dealunos nas aulas de línguapor esta gerência. Compreende-se,é dessa dos gêneros mais pelos reforço escolar sugerida materna, uma vez que a crônica um forma, uma ação que deve consolidar e ampliar conhecimentos, enriquecer as experiências utilizados pelos livros didáticos, sem prescindir da sua circulação no domínio midiático, como culturais e sociais dos alunos e auxiliá-los a vencer obstáculos em sua aprendizagem, jornais e revistas. favorecendo o sucesso na escola e na vida. Como toda ação pedagógica, o reforço(re) conhecer características do gênero crônica, relacionando-as às Objetivos: exige um cuidadoso planejamento, a definição das metas, a escolha de alternativas e o envolvimento algumas estratégias discursivas aponta temáticas do cotidiano; reconhecer dos interessados. Este caderno de produção de sentido, alguns caminhos, propõe marcas eda oralidade – uso de gíria, variantes linguísticas,que o como ações, discute assuntos que consideramos importantes para repetições; paragrafação; reforço complemente com êxito o trabalho desenvolvidotempos verbais; produzir crônica a uma de um fato, perceber a relação de sentido entre os em sala de aula e, sobretudo, seja partir ação articulada ao destacando a particularidade sobre o cotidiano como ponto de partida para a produção. projeto educativo, compondo o plano pedagógico da escola. Normalmente, a crônica representa um diálogo explícito entre o produtor do texto e o leitor. Em alguns casos, ela é escrita na primeira pessoa, realçando a impressão do autor sobre um determinado assunto, definindo seu ponto de vista, o que resulta em uma maior interação com o leitor. A linguagem utilizada não tem rebuscamento, assumindo, algumas vezes, um tom informal. As tipologias textuais predominantes são a narrativa e a descritiva, no entanto outras sequências tipológicas podem surgir no texto, como a argumentativa e expositiva. Assim, a produção de crônicas pelos alunos deve ser orientada com atenção, organizando o tempo em uma familiarização mais cuidadosa com o gênero para que eles conheçam as estratégias utilizadas pelos cronistas na elaboração destes textos. É interessante sensibilizar os alunos para que percebam o que há de particular, de único, de fascinante, de engraçado nas situações corriqueiras pelas quais passamos. BAKHTIN, M. A Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. 06 07
  • 11. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS CRÔNICA I | A minha São Paulo de 1985 CRÔNICA II | A Bola A lembrança mais forte é a de um cortejo passando pela esquina da Avenida Brasil com a rua onde eu morava, nos Jardins, a caminho do Aeroporto de Congonhas, saudado com lenços brancos por centenas de milhares de pessoas de rosto contraído, algumas chorando. Dava-se adeus a uma esperança, Tancredo Neves, o presidente que não chegou a ser. Ele havia sofrido sua longa agonia no Instituto do Coração, e o povo da cidade despedia-se dele com emoção. Aq uela cidade vi nh a s en do agredida, mas o traço civilizado resistia nela bravamente. Nos muros das ruas por onde o esquife passava já havia, sim, algumas pichações, ainda com humor, como aquela frase "Rendam-se, terráqueos!", ou a outra, "Liberte o gay que existe em vossa senhoria", e a misteriosa e onipresente"Cão fila km 29", que até os órgãos de segurança andaram investigando. São Paulo, a principal meta das migrações que despovoaram os campos e incharam as cidades na década anterior, criando necessidades insolúveis, era comum, havia que buscá-la no bairro da Liberdade e em alguns enclaves de Pinheiros. Restaurantes finos — Claro que é uma bola. Uma seus costumes, localizáveis nos tentava manter bola, bola. Uma bola O pai deu uma bola de presente ao filho. abriam-se para as tendências mundiais, mas a cozinha, mesmo. Vocêopensou o que sentira ao ganhar a sua tradição, da Lembrando entremeios da elegância, do trabalho, da prazer quê? mesmo a internacional, era mais brasileira, se é que me — Nada, não. cultura diversa, da solidariedade entre vizinhos. primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial entendem. de couro. Agora não era mais de couro, era deainda não impedia que A violência plástico. Mas era uma bola. Novidades? Inaugurado o Aeroporto de houvesse, por exemplo, carros conversíveis de sucesso, O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e Cumbica. Descobre-se que o procurado médico nazista dali a pouco o como o Escort, e na frente da tevê, com a pai o encontrou muros baixos nas residências. Não se O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e Joseph Mengele viveu nos arredores da cidade; bola “Legal!” Ou o que os garotosesconde as em dia disse nova ao lado, insufilm que controles de um usava omanejando osdizem hoje pessoas dentro dos exumam-se seus ossos. Em junho o governo cria uma lei videogame. Algo chamado Monster querem magoar o dificultando quando gostam do presente para dificultar assaltos, automóveis, ou não Ball, em que times folgazã, antecipando para a segunda-feira todo feriado de monstrinhos começou cordialidade; uma bola em de de um carro velho. Depois também a a girar a de dava-se adeusinho disputavam a posse bola, à procura que caísse no meio da semana. Quanto tempo durou? forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo tinha êxito. À noite, alguma coisa. para outro, não raro uma piscada que Penso no verso de Manuel Bandeira: "Tão Brasil!". podia-se ser surpreendido por uma brincadeira boba de tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação equando passavam de carro por algum adolescentes: raciocínio rápido. Estava — Como éda máquina. perguntou.baixavam a calça e colavam o queajuntamento, eles liga? – Tanta coisa não havia. Fashion Week, por ganhando — Como, como é que liga? vidrose liga. bumbum no Não das janelas, gritando para chamar exemplo. As moças podiam usar um ridículo laçarote de atenção. O trânsito era ruim, mas não a ponto de chiffon na cabeça, moda copiada da personagem Viúva infestarem a cidade com motoboys. Rodízio só havia o Porcina, da telenovela que fazia enorme a bola nova e ensaiou algumas O pai pegou sucesso, embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, das churrascarias. Roque Santeiro. Não havia telefone garoto procurou dentro do papel de O celular, jogos de como antigamente, e chamou o garoto. computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o embrulho cruzeiro, de inflação esquizofrênica. . Podia-se andar nas ruas à noite. Grande — Não tem manual de instrução? — Filho, olha. Isso não impedia que a paulicéia dançasse número de cinemas era de rua; os shopping centers, ainda poucos, eram focados nas compras, mal desvairada em casas noturnasO pai nomes esquisitos com começou a desanimar e a pensar que como Napalm, Madame Satã,ORose Bom Bom ou mas não desviou os garoto disse “Legal”, tempos são outros. Que os tempos o com asdo entretenimento e da olhos da tela. O pai segurou para são decididamente despertavam a bola filão mãos e a Aeroanta sucessos do rock pesado estrangeiro, mas outros. tentando recapturar mentalmente iacheiro de teatros da Bela cheirou, comida rápida. Muita gente o a pé dos também das bandas brasileiras, gritando "a gente couro. A bola cheirava donada. Talvez os restaurantes da área. Vista ou a centro para um manual de somos inútil" ou "nós vamos invadir sua praia". As instrução fosse uma boade instrução. Mas em inglês, idéia, pensou. — Não precisa manual Poucas pessoas bebiam vinho. Os jornais não menininhas ingênuas dançavam marcadinho com os para que é que ela faz? — O a garotada se interessar. um espaço semanal, porque não era Menudos. E Cazuza cantava com um travo amargo: "O dedicavam a ele — Ela não faz cult, conhecê-lo não era então uma meta de status da nada. Você é que faz coisas com ela. tempo não pára..." — O quê? classe média. Padarias não faziam o sucesso — Controla, chuta... gastronômico de hoje nem eram tratadas pelo (VERÍSSIMO, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada; — Ah, então é diminutivo afetuoso de "padá". Comida japonesa não uma bola. (ANGELO,especial para escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.p.96-7). edição Ivan. In: Veja São Paulo 20 anos, Edição Especial de Aniversário, 07 de setembro de 2005). 08 09
  • 12. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS CRÔNICA I | A minha São Paulo A Bola CRÔNICA II | de 1985 A lembrança mais forte é a de um cortejo passando pela esquina da Avenida Brasil com a rua onde eu morava, nos Jardins, a caminho do Aeroporto de Congonhas, saudado com lenços brancos por centenas de milhares de pessoas de rosto contraído, algumas chorando. Dava-se adeus a uma esperança, Tancredo Neves, o presidente que não chegou a ser. Ele havia sofrido sua longa agonia no Instituto do Coração, e o povo da cidade despedia-se dele com emoção. Aqu el a ci dade vi nha sendo agredida, mas o traço civilizado resistia nela bravamente. Nos muros das ruas por onde o esquife passava já havia, sim, algumas pichações, ainda com humor, como aquela frase "Rendam-se, terráqueos!", ou a outra, "Liberte o gay que existe em vossa senhoria", e a misteriosa e onipresente"Cão fila km 29", que até os órgãos de segurança andaram investigando. São Paulo, a principal meta das migrações que despovoaram os campos e incharam as cidades na era comum, havia que buscá-la no bairro da Liberdade e década anterior, criando necessidades insolúveis, em alguns enclaves de costumes, localizáveis nos tentava manter seus Pinheiros. Restaurantes finos de presente ao filho. O pai deu uma bola — Claro que é uma bola. Uma bola, bola. Uma bola abriam-se para as tendências mundiais, mas a cozinha, entremeios da elegância, do trabalho, da tradição, da mesmo a internacional, era mais brasileira, que que me ao ganhar a sua Lembrando o prazer se é sentira mesmo. Você pensou o quê? cultura diversa, da solidariedade entre vizinhos. — Nada, não. entendem. primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial A violência ainda não impedia que não era mais de couro, era de plástico. de couro. Agora Mas era uma bola. Novidades? Inaugurado o Aeroporto de houvesse, por exemplo, carros conversíveis de sucesso, O garoto agradeceu, disse “Legal” de novo, e Cumbica. Descobre-se que o procurado médico Não desembrulhou a bola e nas residências. nazista como o Escort, e muros baixos O garoto agradeceu, se Josepho Mengele que esconde as pessoas dentro dos viveu nos arredores da cidade; dali a pouco o pai o encontrou na frente da tevê, com a usava insufilm bola nova ao lado, manejando os controles de um exumam-se seus ossos. Em “Legal!” Oudificultando lei dizem hoje em dia disse junho o governo cria garotos o que os automóveis, para dificultar gostam do presente uma querem magoar o assaltos, folgazã, a cordialidade; dava-se adeusinho de umou não quandosegunda-feira todo feriado videogame. Algo chamado Monster Ball, em que times também antecipando velho.aDepois começou a girar a bola, à procura de para carro de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em que caísse no meio da semana. Quanto tempo durou? para outro, não raro alguma coisa. uma piscada tinha êxito. À noite, Penso noser surpreendido por uma brincadeira boba de forma de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que podia-se verso de Manuel Bandeira: "Tão Brasil!". tentavam se destruir mutuamente. O garoto era bom no adolescentes: quando passavam de carro por algum jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava Tanta coisa não havia.Como a que liga?colavam o — Fashion Week, por ajuntamento, eles baixavam é calça e – perguntou. ganhando da máquina. exemplo. As moças podiam usar um é que liga? Não de bumbum no vidro das— Como, comoridículo laçarote se liga. janelas, gritando para chamar chiffon na cabeça, moda ruim, da não a ponto de atenção. O trânsito eracopiadamaspersonagem Viúva Porcina, da telenovela que fazia enorme sucesso, infestarem a cidade com motoboys. Rodízio só havia o O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas Roque Santeiro. Não O garoto procurou dentro do papel de das churrascarias. havia telefone celular, jogos de embaixadas. Conseguiu equilibrar a bola no peito do pé, embrulho. computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o como antigamente, e chamou o garoto. cruzeiro, de inflação esquizofrênica. Podia-se andar nas — Não tem manual de instrução? ruas à noite. Grande — Filho, olha. Isso não impedia que a paulicéia dançasse número de cinemas era de rua; os shopping centers, desvairada em casas noturnas com nomes esquisitos ainda poucos, eram focados O pai começou mal nas compras, a desanimar e a pensar que os como Napalm, Madame Satã, entretenimento e ou O garoto disse “Legal”, mas não desviou os despertavam para o temposdo Rose Bom Bom da são decididamente filão são outros. Que os tempos olhos da tela. O pai segurou a bola com as mãos e a Aeroanta sucessos dogente ia a pé dos teatros da Bela comida rápida. Muita rock pesado estrangeiro, mas outros. também do centro para os restaurantes da área.gente cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de Vista ou das bandas brasileiras, gritando "a couro. A bola cheirava a nada. Talvez um manual de somos inútil" ou "nós vamos invadir sua praia". As menininhas ingênuas— vinho. Osmarcadinho com os dançavam jornais não instrução fosse uma boa idéia, pensou. Mas em inglês, Poucas pessoas bebiam Não precisa manual de instrução. Menudos. EaCazuza cantavasemanal,ela faz? não era"O para a garotada se interessar. dedicavam ele um espaço com um porque — O que é que travo amargo: tempo não pára..." eraEla não faz meta de status da faz coisas com ela. cult, conhecê-lo não — então uma nada. Você é que classe média. PadariasOnão faziam o sucesso — quê? gastronômico de hoje Controla, chuta... — nem eram tratadas pelo (VERÍSSIMO, Luis Fernando. A bola. Comédias da vida privada; (ANGELO, Ivan. In: Veja—"padá".20 anos, japonesa não diminutivo afetuoso de Ah, então é uma bola. São Paulo Comida edição especial para escolas. Porto Alegre: L&PM, 1996.p.96-7). Edição Especial de Aniversário, 07 de setembro de 2005). 08 09
  • 13. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS fábula, conto de fadas) para DE ATIVIDADES SUGESTÕES que fiquem mais evidentes as suas características. I - Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE IV – Eixo de ensino | ESCRITA 1. Divida a turma em pequenos grupos e dê a cada grupo o título de uma das duas crônicas que serão lidas. Em seguida, informeaos alunos que desenhem algoler 1. Baseando-se no texto lido, peça aos alunos que irão trabalhar relacionado ao texto e, abaixo do desenho, uma palavra ou expressão quepara logo após,com grupo explicará oralmente um texto com aquele título, tenha relação cada ele. Concluída esta atividade, qual seria o assunto domostraApós a análise pelo grupo, um representante irá uma pessoa da equipe texto. seu desenho, e justifica o porquê de tê-lo feito, assim para toda relação da palavra oude suas hipóteses sobre o assunto apresentar como a sala uma síntese oral frase escrita com a crônica lida. do texto. 2. Material didático: PapelMaterial didático: Tiras com os títulos das crônicas “A minha São Paulo de 2. ofício Giz de cera ou lápis de cor. 3. Comentários: Essa atividade propicia aos alunos visualização do ambiente, o 1985” e “A bola”. 3. Comentários: O número de aulas nesta sequência éfato que serviu de inspiração para o cronista. cenário ou o variável. Dependerá do número de alunos e do ritmo deles. V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA II - Eixo de Ensino | LEITURA 1. Escreva no quadro a definição de crônica (“Relato – literário/jornalístico – breve de fatos do cotidiano, que pode ter grupo o crítico,correspondente ao seu título. Oriente cada 1. Entregue a cada caráter texto lírico e/ou humorístico”). Os alunos deverão dizer se a definição serve para os textos lidos equipe para fazer a leitura de seu texto. Após a leitura, comente sobre o grupo anteriormente e por quê. Após esse momento, retome a definição provisória que mais se aproximou da temática da crônica, e pergunte a essa equipe como que foi construída entre eles e compare as duas, solicitando que os alunos a eles conseguiram se aproximar do tema. ampliem e mudem o que for necessário naquela definição elaborada por estes. É interessante mostrar 2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A o modo de circulação das crônicas – jornal diário, bola”. revistas etc. e o perfil de alguns autores. 3. Comentários: Com esta atividade, além de estarmos verificando as hipóteses iniciais dos alunos sobre o tema, estamos também solicitando que eles justifiquem em que base na crônica se apoiaram para construir tais hipóteses. Com pistas do título “A minha São Paulo de 1985”, de Ivan Ângelo, pergunte: . ? • Que acontecimento deu origem à crônica? É um fato comum ou III – Eixo de ensino | LEITURA incomum nas grandes cidades? ? • Como o autor inicia a crônica? Expõe logo o acontecimento que originou a crônica? Por quê? Isso faz alguma diferençaequipe o 1. Solicite que uma pessoa de cada para faça a leitura do seu texto em voz alta. desenvolvimento do texto? Após a leitura, pergunte o que os textos têm em comum, em que são ? • Liste as idéias apresentadas em cada parágrafo do texto. parecidos. Oriente-os para observarem o tema, a extensão, linguagem, a ? • Como o autor finaliza sua presença Há não de humor. Sistematize em um painel ou cartaz as respostas crônica? ou alguma ligação entre a frase dos alunos e procure construir, junto com eles, uma definição provisóriaa que inicia a crônica? que encerra e de crônica, que será retoma Há uma 'mensagem' que o autor quer passar com esse texto? Existe, ?• mais adiante. 2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Pauloalguma frase“A sintetize essa idéia? na crônica, de 1985” e que bola”. Papel madeira ou cartolina para produzido na última expressão do texto “o tempo não ? • Qual o sentido o cartaz. 3. Comentários: Essa atividade procura despertar a atenção dos alunos para as pára”? Por quê? características do gênero em estudo, tais como oa humor, no passado e no presente são ? • Os períodos que descrevem cidade saudosismo, lembranças, a extensão curta e aou curtos? Isso tem a ver com o ritmo do tempo? Por quê? logos abordagem de temas do cotidiano. É interessante fazer uma comparação da crônica com outroVocê gostou da crônica? Por quê? ? • gênero (notícia, 10 11
  • 14. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS SUGESTÕES DE ATIVIDADES conto fábula, de fadas) para que fiquem mais evidentes as suas características. I - Eixo de Ensino | LEITURA E ORALIDADE IV – Eixo de ensino | ESCRITA 1. Divida a turma em pequenos grupos e dê a cada grupo o título de uma das duas crônicas que serão lidas. Em seguida, informeno texto lido, peça aos alunos ler desenhem algo relacionado ao 1. Baseando-se aos alunos que irão trabalhar que um texto com aquele título, para logo após,abaixo do desenho, uma palavra ou expressão que tenha relação com texto e, cada grupo explicará oralmente qual seria o assunto do texto. Após ele. Concluída grupo, um representante irá da equipe mostra seu desenho, e a análise pelo esta atividade, uma pessoa apresentar para toda sala uma síntese oral de suas hipóteses sobre o assim justifica o porquê de tê-lo feito,assunto como a relação da palavra ou frase do texto. escrita com a crônica lida. 2. Material didático: Tiras com os títulos didático: Papel ofício Giz dePauloou lápis de cor. 2. Material das crônicas “A minha São cera de 1985” e “A bola”. 3. Comentários: Essa atividade propicia aos alunos visualização do ambiente, o 3. Comentários: O número de aulas nesta ou o fato que serviu de Dependerá para o cronista. cenário sequência é variável. inspiração do número de alunos e do ritmo deles. V – Eixo de ensino | LEITURA E ANÁLISE LINGUÍSTICA II - Eixo de Ensino | LEITURA 1. Escreva no quadro a definição de crônica (“Relato – literário/jornalístico – 1. Entregue a cada grupo o texto correspondente ao seu título. Oriente ter caráter crítico, lírico e/ou breve de fatos do cotidiano, que pode cada humorístico”). Os alunos deverão dizer se a definição serve para os textos lidos equipe para fazer a leitura de seu texto. Após a leitura, comente sobre o grupo anteriormente e por quê. Após esse momento, retome a definição provisória que mais se aproximou da temática da crônica, e pergunte a essa equipe como que foi construída entre eles e compare as duas, solicitando que os alunos a eles conseguiram se aproximar do tema. ampliem e mudem o que for necessário naquela definição elaborada por estes. 2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A É interessante mostrar o modo de circulação das crônicas – jornal diário, bola”. revistas etc. e o perfil de alguns autores. 3. Comentários: Com esta atividade, além de estarmos verificando as hipóteses iniciais dos alunos sobre o tema, estamos também solicitando que eles justifiquem em que pistas do título Com base napara construir tais hipóteses. de 1985”, de Ivan Ângelo, pergunte: se apoiaram crônica “A minha São Paulo . ? • Que acontecimento deu origem à crônica? É um fato comum ou III – Eixo de ensino | LEITURA incomum nas grandes cidades? ? • Como o autor inicia a crônica? Expõe logo o acontecimento que 1. Solicite que uma pessoa de cada equipe faça a leituracrônica?texto em voz alta.faz alguma diferença para o originou a do seu Por quê? Isso desenvolvimento do texto? Após a leitura, pergunte o que os textos têm em comum, em que são parecidos. Oriente-os Liste as idéias apresentadas emextensão, linguagem, a ? • para observarem o tema, a cada parágrafo do texto. presença ou não de humor. Sistematize em um painel ou cartaz as respostas entre a frase ? • Como o autor finaliza sua crônica? Há alguma ligação dos alunos e procure construir, junto com eles, uma definição provisória de que encerra e a que inicia a crônica? crônica, que será retoma mais 'mensagem' que o autor quer passar com esse texto? Existe, ? • Há uma adiante. 2. Material didático: Cópias das crônicas “A minha São Paulo de 1985” e “A essa idéia? na crônica, alguma frase que sintetize bola”. Papel madeira ou cartolina para o cartaz. na última expressão do texto “o tempo não ? • Qual o sentido produzido pára”? Por quê? 3. Comentários: Essa atividade procura despertar a atenção dos alunos para as características do ?gênero em estudo, descrevem ao humor, saudosismo, presente são • Os períodos que tais como cidade no passado e no logos ou curtos? Isso tem a ver com o ritmo do tempo? Por quê? lembranças, a extensão curta e a abordagem de temas do cotidiano. É interessante fazer ?uma comparação crônica? Por com outro gênero (notícia, • Você gostou da da crônica quê? 10 11
  • 15. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS ? • Como você faria uma ilustração para ser publicada no jornal, junto do centro para os restaurantes da área.” Bela Vista ou com essa crônica? Destaque também um trecho com tipologia descritiva: “As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda copiada da personagem Viúva Porcina, da Quadro, piloto/giz. Cópias da crônica 2. Material didático: telenovela que fazia enorme sucesso, Roque Santeiro. Não havia telefone celular, jogos alunos são confrontados entre a definição 3. Comentários: Nessa atividade, os de computador, televisão a cabo, DVD. A moeda era o cruzeiro, de inflaçãocom uma definição mais ampla. Isso faz com preliminarmente de crônica e esquizofrênica.” Após realizada a leitura compartilhada dos trechos da crônica, conduza a crônica, avaliando se é que o aluno se prepare para leitura da próxima discussão para que os alunos percebam emlírica,dos trechos oetc. relevante é humorística, qual informativa mais contar um certo fato (trecho narrativo) e em qual perceber que a predomina é crônica tematiza uma das Os alunos devem dos textos o que abertura da a descrição de características ( trecho descritivo). grandes questões abordadas na crônica: o saudosismo, lembranças de uma Exponha dialogicamente sobre a função datranqüila, que será, no decorrer do texto, contrastado com uma cidade ideal, tipologia narrativa e descritiva na construção dos sentidos do gênero crônica. Nesse gênero, a narração faz a cidade moderna, agitada. história avançar, familiariza oObservar o os fatos, porém não requer precisão e leitor com olhar lírico e poético lançado pelo cronista sobre lembranças de concisão, tal como a notícia;umaacidade de outrora para uma grandeclima, as toda a modernidade. já descrição (re) cria o cenário, o cidade com sensações envolvidas no acontecimento, expondo a visão do cronista. 2. Material didático: Cópias da crônica. 3. Comentários: O propósito desta atividadeLINGUÍSTICA VI – Eixo de ensino | ANÁLISE é analisar as sequências textuais (tipologia) predominantes na crônica. 1. Escolha uma outra crônica, de forma que não tenha semelhança com as duas aqui trabalhadas. Distribua-a com cada grupo e solicite que os alunos façam a leitura nos seus grupos. Após a leitura, questione o grande grupo sobre: Quais VIII – Eixo de ensino | LEITURA as diferenças e semelhanças entre os textos lidos anteriormente e este último? Verifique se 1. Para atividade de casa, oriente os alunos para assistirem a um telejornal e eles perceberam os seguintes aspectos: (a) tema tratado; (b) fato real ou ficção; (c) ponto de vista – crítico, humorístico, lírico etc.; (d) anotar dados sobre uma notícia que mais se destacou para ele. linguagem utilizada – informal, formal, semiformal; (e) variações linguísticas; Na próxima aula, peça para que os alunos apresentem oralmente a notícia (f) predominância de diálogos ou de comentários do cronista; (g) coesão e escolhida. Peça que eles comparem o modo como foi narrada a mesma notícia coerência estabelecidos nos tempos verbais; e outros questionamentos que o por diferentes colegas, para que todos percebam que um mesmo fato pode ser professor achar conveniente e pertinente com o nível do grupo. narrado e também compreendido de diferentes maneiras. 2. Material didático: Caderno e lápis. 2. Material didático: Cópias da nova crônica escolhida pelo professor. Papel 3. Comentários: Há uma grande possibilidade que muitos alunos tragam a madeira ou cartolina para o cartaz. mesma notícia. Assim, 3. Comentários: ver como um mesmo ser literárias, quando se baseia em fatos fica interessante As crônicas podem fato pode ser contado por pessoas diferentes. Que aspectosdo nosso cotidiano, ou jornalísticas, quando poderá se mais universais da notícia serão enfatizados pelo aluno? Por que isso acontece? construir a partir de manchetes de jornal, de uma situação mais factual. É fundamental, nesse momento, interessante que os aluno para os diferentes É chamar a atenção do alunos levantem um bom número de diferenças e olhares lançados sobre um mesmo fato, presentes nos dois textos, destacando-as em um cartaz. Isso semelhanças habilidade já utilizada pelos cronistas. facilitará o momento da produção escrita. VII – Eixo de ensino | ANÁLISE LINGUÍSTICA E ESCRITA IX – Eixo de ensino | Leitura e Escrita 1. Escreva no quadro Levando em consideração que muitos alunos trarão a mesma notícia, sugira 1. um trecho com predominância mais na narrativa da crônica que estes levantem olhares diferentes sobre esse fato: humorístico/irônico; analisada acima, como: “Grande número de cinemas era de rua; os shopping crítico/lírico. Retome com eles as crônicas poucos, eram focados nasocompras, mal despertavam para o centers, ainda lidas em sala de aula e modo como os autores lidos trabalharam com o lírico – saudosismo, lembranças, gente ia a pé dos teatros da filão do entretenimento e da comida rápida. Muita crítica. 12 13
  • 16. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS ? • Como você faria uma ilustração para ser publicada no jornal, junto Bela Vista ou do centro para os restaurantes da área.” com essa crônica? Destaque também um trecho com tipologia descritiva: “As moças podiam usar um ridículo laçarote de chiffon na cabeça, moda 2. Material didático: Quadro, piloto/giz. Cópiaspersonagem Viúva Porcina, da telenovela que fazia enorme copiada da da crônica 3. Comentários: Nessa atividade, os alunos são confrontados entre havia telefone celular, jogos de computador, sucesso, Roque Santeiro. Não a definição preliminarmente de crônica e com uma definição mais ampla.moeda era o cruzeiro, de inflação esquizofrênica.” televisão a cabo, DVD. A Isso faz com que o aluno se prepare para leitura darealizada acrônica, avaliando se é dos trechos da crônica, conduza a Após próxima leitura compartilhada humorística, lírica, informativa etc.discussão para que os alunos percebam em qual dos trechos o mais relevante é Os alunos devem perceber que acontar um certo fato (trecho narrativo) das qual dos textos o que predomina é abertura da crônica tematiza uma e em a descrição de características ( trecho descritivo). grandes questões abordadas na crônica: o saudosismo, lembranças de uma cidade ideal, tranqüila, que será, noExponha dialogicamente sobre com umada tipologia narrativa e descritiva na decorrer do texto, contrastado a função cidade moderna, agitada. construção dos sentidos do gênero crônica. Nesse gênero, a narração faz a Observar o olhar lírico e poético lançado pelo cronista sobre lembranças de os fatos, porém não requer precisão e história avançar, familiariza o leitor com uma cidade de outrora para uma grande cidade com toda notícia; já a descrição (re) cria o cenário, o clima, as concisão, tal como a a modernidade. sensações envolvidas no acontecimento, expondo a visão do cronista. 2. Material didático: Cópias da crônica. VI – Eixo de ensino | ANÁLISE Comentários: O propósito desta atividade é analisar as sequências textuais 3. LINGUÍSTICA (tipologia) predominantes na crônica. 1. Escolha uma outra crônica, de forma que não tenha semelhança com as duas aqui trabalhadas. Distribua-a com cada grupo e solicite que os alunos façam a leitura nos seus grupos.–Após a leitura, questione o grande grupo sobre: Quais VIII Eixo de ensino | LEITURA as diferenças e semelhanças entre os textos lidos anteriormente e este último? Verifique se eles perceberam 1. seguintes aspectos:casa,tema tratado;alunos para assistirem a um telejornal e os Para atividade de (a) oriente os (b) fato real ou ficção; (c) ponto de vista – crítico, humorístico, lírico etc.; (d) anotar dados sobre uma notícia que mais se destacou para ele. linguagem utilizada – informal, formal, semiformal; (e) variações linguísticas; Na próxima aula, peça para que os alunos apresentem oralmente a notícia (f) predominância de diálogos ou de comentários do cronista; (g) coesão e escolhida. Peça que eles comparem o modo como foi narrada a mesma notícia coerência estabelecidos nos tempos verbais; e outros questionamentos que o por diferentes colegas, para que todos percebam que um mesmo fato pode ser professor achar conveniente e pertinente com o nível do grupo. narrado e também compreendido de diferentes maneiras. 2. Material didático: Cópias2.da nova crônica escolhida pelo professor. Papel Material didático: Caderno e lápis. 3. Comentários: Há uma grande possibilidade que muitos alunos tragam a madeira ou cartolina para o cartaz. 3. Comentários: As crônicas podem ser notícia. Assim, ficase baseia em fatos um mesmo fato pode ser mesma literárias, quando interessante ver como mais universais do nosso cotidiano, ou jornalísticas, diferentes. Que se contado por pessoas quando poderá aspectos da notícia serão enfatizados pelo aluno? Por que isso acontece? construir a partir de manchetes de jornal, de uma situação mais factual. É interessante que os alunos levantem um bomnesse momento, chamar aeatenção do aluno para os diferentes É fundamental, número de diferenças semelhanças presentes nos dois textos, destacando-as em um mesmo Isso habilidade já utilizada pelos olhares lançados sobre um cartaz. fato, cronistas. facilitará o momento da produção escrita. VII – Eixo de ensino |–ANÁLISE LINGUÍSTICAEscrita IX Eixo de ensino | Leitura e E ESCRITA 1. Escreva no quadro um trecho Levando em consideraçãona narrativa alunos trarão a mesma notícia, sugira 1. com predominância mais que muitos da crônica analisada acima, como: “Grande número de cinemas era olhares os shopping que estes levantem de rua; diferentes sobre esse fato: humorístico/irônico; centers, ainda poucos, eram focados nas compras, mal despertavam as crônicas lidas em sala de aula e o modo crítico/lírico. Retome com eles para o filão do entretenimento e da comida rápida. Muita gente iatrabalharam comda lírico – saudosismo, lembranças, como os autores lidos a pé dos teatros o crítica. 12 13
  • 17. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS características da crônica no painel, antesgrupos a uma discussão em torno de que tipo de crônica poderia Conduza os da reescrita do texto. Como sugestão, elabore um painel com o título “E a notícia vira crônica...” e o que relataria etc. Os grupos ser elaborado a partir da notícia que trouxeram, coloque as crônicas produzidas pelos alunos, para que fiquem expostas e devem socializar essa discussão. possam ser lidas por todos da Após esse momento, comece a elaborar, em conjunto, o parágrafo inicial de escola. uma crônica, baseando-se na notícia discutida. Pergunte aos alunos qual 2. Comentários: É importante que o material produzido pelos alunos circule, seja título mais adequado teria essa crônica e inicie, no quadro, a escrita dessa lido por outras pessoas. Aoparte do texto. Em seguida, olidos por outrosa leitura. Se houver alguma saber que seus textos serão professor faz colegas, a perspectiva de produção é outra. O elaborar o parágrafo coletivamente, explique que isso se deve divergência para texto terá outra finalidade, a relação do aluno com sua produção escrita será ressignificada dentro dessa porque a crônica traz um olhar muito pessoal e que eles terão uma perspectiva. oportunidade em elaborar uma individualmente. Outras sugestões para produção de crônicas literárias: utilizar a imagem de uma revista; observar o comportamento dos colegas na hora do recreio ou saída da escola no final 2. turno para produzirem umapiloto/giz. do Material didático: quadro, crônica. 3. Comentários: Se a notícia não for interessante para produzir uma crônica, Para obter mais informações, procure o apêndice. mude-a e escolha outra. Alerte os alunos para o fato de que o olhar lançado dependerá muito da notícia lida. Algumas notícias levarão nosso olhar para o lado humorístico (por exemplo, um ladrão que fica entalado em uma janela ao tentar fugir da polícia), enquanto outras direcionam um olhar mais crítico (um gari que devolve uma grande soma de dinheiro encontrado, no mesmo dia em que se descobre um novo escândalo de dinheiro público). X – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA 1. Peça que cada aluno escolha uma das notícias discutidas em sala ou mesmo a que ele trouxa para escrever uma crônica baseada nela. Retome, oralmente, as características da crônica com os alunos. Sugira aos alunos a anotarem livremente algumas idéias para a crônica, de forma que encontrem a melhor. Essas anotações funcionam como um roteiro provisório. Esclareça aos alunos que os cronistas também escrevem, reescrevem a abandonam algumas idéias no momento de criar seus textos. 2. Material didático: anotações sobre as notícias. Caderno, lápis/caneta. 3. Comentários: é fundamental resgatar as características da crônica, bem como aspectos relacionados à organização do texto ( paragrafação, ortografia, coesão, coerência etc.) XI – Eixo de ensino | ESCRITA. ANÁLISE LINGUÍSTICA 1. Após avaliar as crônicas, entregue-as a cada autor e peça a reescrita final do texto. É necessário esclarecer o aluno, com clareza, a situação a ser corrigida. Em relação à ortografia, por exemplo, as palavras com grafia errada podem ser circuladas para que o aluno as procure no dicionário. Se o texto produzido não tiver as características de uma crônica, é preciso apontar o que precisa ser alterado e também ler novamente, com a turma, as 14 15
  • 18. ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS Conduza os grupos a uma discussãocaracterísticas da tipo de crônica poderia da reescrita do texto. em torno de que crônica no painel, antes ser elaborado a partir da notícia que trouxeram, o que relataria etc. Os com o título “E a notícia vira crônica...” e Como sugestão, elabore um painel grupos devem socializar essa discussão. coloque as crônicas produzidas pelos alunos, para que fiquem expostas e Após esse momento, comece a elaborar, em conjunto, o todos da escola. de possam ser lidas por parágrafo inicial uma crônica, baseando-se na notícia discutida. Pergunte aos alunos qual 2. Comentários: É importante que o material produzido pelos alunos circule, seja título mais adequado teria essa crônica e inicie, no quadro, a escrita dessa parte do texto. Em seguida, o professor faz a leitura. Se Ao saberalguma lido por outras pessoas. houver que seus textos serão lidos por outros divergência para elaborar o parágrafo coletivamente, explique que isso é outra. O texto terá outra finalidade, a colegas, a perspectiva de produção se deve porque a crônica traz um olhar muito pessoal e com sua produção escrita será ressignificada dentro dessa relação do aluno que eles terão uma perspectiva. oportunidade em elaborar uma individualmente. Outras sugestões para produção de crônicas literárias: utilizar a imagem de uma revista; observar o comportamento dos colegas na hora do recreio ou 2. Material didático: quadro, piloto/giz. da escola no final do turno para produzirem uma crônica. saída 3. Comentários: Se a notícia não Para interessanteinformações, procurecrônica, for obter mais para produzir uma o apêndice. mude-a e escolha outra. Alerte os alunos para o fato de que o olhar lançado dependerá muito da notícia lida. Algumas notícias levarão nosso olhar para o lado humorístico (por exemplo, um ladrão que fica entalado em uma janela ao tentar fugir da polícia), enquanto outras direcionam um olhar mais crítico (um gari que devolve uma grande soma de dinheiro encontrado, no mesmo dia em que se descobre um novo escândalo de dinheiro público). X – Eixo de ensino | LEITURA E ESCRITA 1. Peça que cada aluno escolha uma das notícias discutidas em sala ou mesmo a que ele trouxa para escrever uma crônica baseada nela. Retome, oralmente, as características da crônica com os alunos. Sugira aos alunos a anotarem livremente algumas idéias para a crônica, de forma que encontrem a melhor. Essas anotações funcionam como um roteiro provisório. Esclareça aos alunos que os cronistas também escrevem, reescrevem a abandonam algumas idéias no momento de criar seus textos. 2. Material didático: anotações sobre as notícias. Caderno, lápis/caneta. 3. Comentários: é fundamental resgatar as características da crônica, bem como aspectos relacionados à organização do texto ( paragrafação, ortografia, coesão, coerência etc.) XI – Eixo de ensino | ESCRITA. ANÁLISE LINGUÍSTICA 1. Após avaliar as crônicas, entregue-as a cada autor e peça a reescrita final do texto. É necessário esclarecer o aluno, com clareza, a situação a ser corrigida. Em relação à ortografia, por exemplo, as palavras com grafia errada podem ser circuladas para que o aluno as procure no dicionário. Se o texto produzido não tiver as características de uma crônica, é preciso apontar o que precisa ser alterado e também ler novamente, com a turma, as 14 15
  • 19. LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS II – FÁBULAS A fábula é um dos gêneros textuais mais antigos conhecidos pelo homem. Atribui-se a Esopo (século VI a. C.), um escravo grego, a elaboração e difusão dessa narrativa na Grécia. As fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal, sugerindo uma verdade ou provocando uma reflexão de ordem moral, destacada geralmente no final do texto. Com o passar do tempo, não foi diferente. Diversos autores recriaram essas fábulas e hoje, aqui no Brasil, temos exemplos de uma verdadeira recriação e intertextualidade desse gênero, com destaque para Monteiro Lobato e o contemporâneo Millor Fernades. Pode-se afirmar que o uso de fábulas em sala de aula propicia discussões relevantes acerca de questões morais e éticas, normas de comportamento etc., ampliando essa idéia ao se fazer a relação com o cotidiano do aluno, com as polêmicas atuais. Recaindo o olhar para o aspecto essencial no ensino de língua materna, vislumbra-se a exploração da construção discursiva das fábulas: a apresentação das ações de cada personagem pode revelar muito do seu caráter, de sua postura ética diante da vida; expressões utilizadas para se referiri aos personagens podem sinalizar um ponto de vista a respeito de cada um. Baseados na discussão sobre essa temática, a qual favorece desenvolver habilidades orais dos alunos, estimulando-os a se posicionarem criticamente diante do texto lido, explicando e defendendo pontos de vista, podemos desenvolver várias estratégias de leitura, desde a antecipação, localizando as informações, até a inferência e a generalização, provocando o aluno a resgatar os seus conhecitos prévios. Em relação a produção, os alunos poderão criar fábulas, paródias de fábulas. Articula- se a produção de textos às reflexões sobre os usos linguístiocs peculiares desse gênero. Objetivos: levar o aluno a compreender e produzir fábulas, refletindo sobre sua função social, suas características linguístico-discursivas e seu conteúdo temático; ativar conhecimentos prévios e levantar hipóteses; observar a coerência global do texto na atividade ao recontar fábula; refletir sobre o uso de certas expressões linguísticas para se refrir aos animais e seus efeitos de sentido; criar títulos; reconhecer a moral em diferentes fábulas; planejar a escrita de fábulas dentro das características desse gênero. 17
  • 20. LÍNGUA PORTUGUESA – PROJETO APRENDER MAIS II – FÁBULAS A fábula é um dos gêneros textuais mais antigos conhecidos pelo homem. Atribui-se a Esopo (século VI a. C.), um escravo grego, a elaboração e difusão dessa narrativa na Grécia. As fábulas que lhe são atribuídas sugerem normas de conduta que são exemplificadas pela ação dos animais (mas também de homens, deuses e mesmo coisas inanimadas). Esopo partia da cultura popular para compor seus escritos. Os seus animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, era mostrar como os seres humanos podiam agir, para bem ou para mal, sugerindo uma verdade ou provocando uma reflexão de ordem moral, destacada geralmente no final do texto. Com o passar do tempo, não foi diferente. Diversos autores recriaram essas fábulas e hoje, aqui no Brasil, temos exemplos de uma verdadeira recriação e intertextualidade desse gênero, com destaque para Monteiro Lobato e o contemporâneo Millor Fernades. Pode-se afirmar que o uso de fábulas em sala de aula propicia discussões relevantes acerca de questões morais e éticas, normas de comportamento etc., ampliando essa idéia ao se fazer a relação com o cotidiano do aluno, com as polêmicas atuais. Recaindo o olhar para o aspecto essencial no ensino de língua materna, vislumbra-se a exploração da construção discursiva das fábulas: a apresentação das ações de cada personagem pode revelar muito do seu caráter, de sua postura ética diante da vida; expressões utilizadas para se referiri aos personagens podem sinalizar um ponto de vista a respeito de cada um. Baseados na discussão sobre essa temática, a qual favorece desenvolver habilidades orais dos alunos, estimulando-os a se posicionarem criticamente diante do texto lido, explicando e defendendo pontos de vista, podemos desenvolver várias estratégias de leitura, desde a antecipação, localizando as informações, até a inferência e a generalização, provocando o aluno a resgatar os seus conhecitos prévios. Em relação a produção, os alunos poderão criar fábulas, paródias de fábulas. Articula- se a produção de textos às reflexões sobre os usos linguístiocs peculiares desse gênero. Objetivos: levar o aluno a compreender e produzir fábulas, refletindo sobre sua função social, suas características linguístico-discursivas e seu conteúdo temático; ativar conhecimentos prévios e levantar hipóteses; observar a coerência global do texto na atividade ao recontar fábula; refletir sobre o uso de certas expressões linguísticas para se refrir aos animais e seus efeitos de sentido; criar títulos; reconhecer a moral em diferentes fábulas; planejar a escrita de fábulas dentro das características desse gênero. 17