1. Faculdade Zacarias de Góes
Disciplina: Educação e Novas Tecnologias
Docente: Elania Ferreira elaniasferreira@hotmail.com
As tic’s na escola: aprendizagem e produção
Sumário:
1. Palavras Iniciais
2. A Televisão
3. Televisão e Escola
4. A Televisão e o Vídeo na Sala de Aula
5. Linguagem Televisiva
6. A TV Digital
7. Considerações Finais
8. Referências
Palavras Iniciais:
Neste módulo básico, estudaremos juntos sobre a televisão e o vídeo, tendo como
objetivos discutir sobre o contexto sócio-educativo da televisão e do vídeo; abordar os
conceitos básicos sobre a linguagem utilizada na televisão e apresentar as noções
básicas sobre os aspectos tecnológicos da produção de um vídeo. Para alcançar estes
objetivos, dividimos o curso em duas partes: na primeira abordaremos a presença da
televisão no contexto sócio-educativo e a linguagem televisiva, e na segunda parte
apresentaremos noções básicas de seus aspectos tecnológicos. De um modo geral,
temos tanta familiarização com este meio de comunicação que nem refletimos o
bastante sobre suas potencialidades. Aqui, estudaremos alguns pontos: Quais as
características da televisão? Será possível utilizarmos a televisão e o vídeo a favor do
processo educativo? De que formas? Este é um estudo muito interessante que requer
sua atenção.
A Televisão
A televisão é hoje o meio de comunicação de massa (MCM) de maior inserção social.
Assistí-la é quase de graça. O televisor, em termos de bem de consumo, é um dos
aparelhos eletrônicos a que se tem mais fácil acesso, graças ao barateamento dos
custos ocasionado pela produção industrial em larga escala. Muito já se comentou
sobre as casas nas favelas e em outros lugares de baixa renda onde há carência de
tudo – até da comida – mas onde se encontra sempre um aparelho de TV - e em
cores.
Tão comum no nosso cotidiano é o ato de assistir à televisão que resulta praticamente
inimaginável viver sem ela. O acúmulo de horas passadas em frente à tela é grande
para todos os segmentos da população.
Para a maioria dos brasileiros, sobretudo para os mais economicamente
desfavorecidos, a televisão se constitui na única fonte de informação. Some-se a isto o
2. fato de ser ela também o meio de preencher as horas de lazer, de forma barata e
prática
A televisão já nasceu comercial. Inicialmente, as primeiras transmissões tratavam de
vender aparelhos de TV. Depois, a publicidade de toda sorte de produtos tomou conta
da programação que servia como pretexto para os próprios comerciais. Sempre foi a
publicidade o sustentáculo da televisão comercial. Muito orientado ao consumo, o
conteúdo da programação televisiva trata geralmente de veicular visões
estereotipadas da realidade, numa linguagem acessível. Geralmente pouco se
pondera sobre os efeitos psicológicos da publicidade ostensiva presente na
programação da televisão e também sobre as implicações cognitivas e afetivas da
superestimulação sensorial provocada pelas imagens. Assiste-se a ela
indiscriminadamente, mais acreditando-se nas mensagens veiculadas do que
duvidando delas.
Quem assiste à televisão, dada a rapidez da troca das imagens, pouco percebe o
trabalho de edição que há por trás da produção das mensagens veiculadas. Há, aqui,
o processo de re-criação da realidade, segundo a lógica das respectivas
interpretações. Entretanto, as imagens passam por fatos objetivos, aos quais não
caberia contestar. A simulação, portanto, toma ares de verdade absoluta.
A TV é comumente identificada como reforçadora do status quo, que, por sua vez,
veicula a ideologia da classe dominante. O receptor é considerado passivo, impotente
diante da força desta imposição ideológica. A TV, vista como o próprio espaço da
cultura de massa, obedece à racionalidade técnica. E essa cultura de massa não se
liga a um único estrato da estrutura social. Ela é fruto da sociedade industrial.
Impregnado-a como um todo.
Há necessidade portanto, de promover debates e reflexões sobre a importância dos
meios de comunicação na vida do cidadão. Isto porque a televisão deve ser
considerada como espaço democrático, a serviço de uma pauta cidadã.
É preciso estar criticamente atento a todo e qualquer conteúdo veiculado pelos meios
de comunicação de massa (MCM). Consideramos que aqui está um papel
fundamental da escola em relação a esses meios de comunicação: a de formar
cidadãos críticos, capazes de reelaborar o mundo de informações advindas dos MCM,
aqui figurando principalmente a televisão.
Televisão e escola têm aproximações, embora seus papéis na sociedade sejam
distintos. A televisão detém um grande potencial de comunicação, razão pela qual se
torna um lugar do saber. A escola não centraliza mais a transmissão do saber e da
cultura como fazia no passado, mas, por outro lado, cabe a ela a formação integral do
aluno, na infância e na adolescência.
A experiência televisiva faz parte do cotidiano de professores e alunos. A escola, como
lugar onde não só se deve reproduzir conhecimentos, mas também desenvolver a
competência para produzi-los, tem, com base nesta premissa, motivos mais que
suficientes para tratar essa experiência criticamente, enriquecendo seu próprio fazer
pedagógico.
A civilização atual vive mergulhada no ritmo alucinante do mundo das imagens. O
homem moderno, em constante contato com os meios de comunicação de massa,
percebe que ele não está sozinho, onde quer que ele se encontre, aonde quer que ele
vá, pois se envolve comumente em algum processo midiatizado de comunicação.
3. A Televisão e a Sociedade Pós-moderna
Os jovens de hoje estabelecem íntimo e envolvente contato com a televisão e com o
vídeo, fruto de sua vivência doméstica. Há um lugar, entretanto, em que tal contato
deveria se estabelecer de maneira objetiva e inteligente, mediante o devido preparo
para isso: a escola. Há carência da integração do uso desses meios em projetos
pedagógicos consistentes, em integração com o currículo escolar. Curiosamente,
muitas vezes não se tem tal preocupação, pois se confia no modo corrente de
utilização desses meios, tal como se dá fora da escola. Eis aqui um grande equívoco,
com os riscos de desvirtuar a natureza dos próprios meios e também prejudicar o
trabalho pedagógico em prejuízo do aluno.
A nova escola deve, portanto, ultrapassar o costume de utilizar a televisão como mera
instrumentalidade, o que reduz as possibilidades de sua utilização como verdadeiro
recurso didático-pedagógico. Para tanto, é preciso conhecer a televisão em seus
próprios fundamentos.
O uso didático da televisão e do vídeo teve a
sua raiz no cinema. Pouco tempo após a sua
invenção, filmes cinematográficos educativos
começaram a ser usados nas salas de aula.
Antes disso, porém, o que havia à disposição
de professores e alunos eram imagens fixas
projetadas por meio de aparelhos como as
então denominadas “lanternas mágicas”.
No início, o cinema era geralmente de caráter
documental e esse tipo de cinema se confundia
com o cinema educativo, fora do Brasil,
segundo Pfromm Netto. No Brasil, estados
como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do
Sul, Paraná realizam as primeiras filmagens
nessa modalidade. Os filmes realizados então
eram de curtíssima duração e exibidos em
lugares improvisados. Data de 1910 o primeiro
filme de caráter expressamente educativo e já
em 1929 foi instituído o uso do cinema
educativo em todas as escolas primárias do Rio
de Janeiro, quando o acervo nacional já
contava com vários títulos produzidos dentro e
fora do País.
Link: Projeto DVD Escola do MEC
O uso do cinema educativo para o ensino médico logo provou ter grande importância.
Franceses e Alemães foram os pioneiros do cinema científico. A microcinematografia e
a condensação artificial do tempo permitiram que muitos fenômenos biológicos e o
comportamento de microorganismos pudessem ser cuidadosamente observados.
Filmagens no interior do corpo humano foram possíveis graças ao desenvolvimento da
endocinematografia e logo várias especialidades médicas se beneficiaram da nova
possibilidade.
A separação de duas irmãs xipófagas, em 1907, foi registrada no primeiro filme
médico brasileiro. Desde então, várias instituições como o Instituto Biológico e o
4. Instituto Nacional de Cinema Educativo, fundado em 1936 por Roquette Pinto,
ofereceram notáveis contribuições para o cinema médico brasileiro.
Nasceram no País várias filmotecas e o cinema educativo proliferou no Brasil até os
anos 70, quando a televisão começou a se expandir pelo território nacional. A partir de
então, abriu-se um novo canal para divulgação de materiais educativos audiovisuais, e
o cinema educativo foi pouco a pouco perecendo, junto com as principais instituições
que lhe deram apoio, como o Instituto Nacional de Cinema Educativo, por exemplo.
Vídeo e televisão estão estreitamente vinculados, seja por razões econômicas e
mercadológicas, como ressalta Pretto, seja pela própria natureza desses meios de
comunicação. O vídeo tem alta penetração social, uma vez que seu custo tem se
reduzido ao longo dos anos e conta com um mercado em expansão, a despeito do
surgimento de novas e mais sofisticadas tecnologias do som e da imagem. E a
televisão é ainda considerada o mais popular meio de comunicação social. Vídeo e
televisão contam com diferentes possibilidades de uso.
Há décadas, a televisão tem sido utilizada com finalidades educacionais, suplantando
o rádio. Vários autores confirmam as suas potencialidades para tornar o ensino mais
eficaz (Moore & Kearsley; Valmont; Netto; Wetzel). O desenvolvimento rápido das
tecnologias da comunicação e da informação tem colocado à disposição da televisão
novas possibilidades, oferecendo-lhe mais oportunidades do que propriamente
ameaças. É o caso das redes de satélites, por exemplo, e da tecnologia digital. Como
conseqüência, a televisão tem se tornado um meio bastante popular e de alcance
ampliado através dos anos, pela sua característica de se conjugar a novas
tecnologias.
5. A Televisão e o Vídeo na sala de aula
O uso didático da televisão e do vídeo teve a
sua raiz no cinema. Pouco tempo após a sua
invenção, filmes cinematográficos educativos
começaram a ser usados nas salas de aula.
Antes disso, porém, o que havia à disposição
de professores e alunos eram imagens fixas
projetadas por meio de aparelhos como as
então denominadas “lanternas mágicas”.
No início, o cinema era geralmente de caráter
documental e esse tipo de cinema se
confundia com o cinema educativo, fora do
Brasil, segundo Pfromm Netto. No Brasil,
estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio
Grande do Sul, Paraná realizam as primeiras
filmagens nessa modalidade. Os filmes
realizados então eram de curtíssima duração e
exibidos em lugares improvisados. Data de
1910 o primeiro filme de caráter
expressamente educativo e já em 1929 foi
instituído o uso do cinema educativo em todas
as escolas primárias do Rio de Janeiro,
quando o acervo nacional já contava com
vários títulos produzidos dentro e fora do País.
Link: Projeto DVD Escola do MEC
O uso do cinema educativo para o ensino médico logo provou ter grande importância.
Franceses e Alemães foram os pioneiros do cinema científico. A microcinematografia e
a condensação artificial do tempo permitiram que muitos fenômenos biológicos e o
comportamento de microorganismos pudessem ser cuidadosamente observados.
Filmagens no interior do corpo humano foram possíveis graças ao desenvolvimento da
endocinematografia e logo várias especialidades médicas se beneficiaram da nova
possibilidade.
A separação de duas irmãs xipófagas, em 1907, foi registrada no primeiro filme
médico brasileiro. Desde então, várias instituições como o Instituto Biológico e o
Instituto Nacional de Cinema Educativo, fundado em 1936 por Roquette Pinto,
ofereceram notáveis contribuições para o cinema médico brasileiro.
Nasceram no País várias filmotecas e o cinema educativo proliferou no Brasil até os
anos 70, quando a televisão começou a se expandir pelo território nacional. A partir de
então, abriu-se um novo canal para divulgação de materiais educativos audiovisuais, e
o cinema educativo foi pouco a pouco perecendo, junto com as principais instituições
que lhe deram apoio, como o Instituto Nacional de Cinema Educativo, por exemplo.
Vídeo e televisão estão estreitamente vinculados, seja por razões econômicas e
mercadológicas, como ressalta Pretto, seja pela própria natureza desses meios de
comunicação. O vídeo tem alta penetração social, uma vez que seu custo tem se
reduzido ao longo dos anos e conta com um mercado em expansão, a despeito do
surgimento de novas e mais sofisticadas tecnologias do som e da imagem. E a
televisão é ainda considerada o mais popular meio de comunicação social. Vídeo e
televisão contam com diferentes possibilidades de uso.
6. A linguagem Televisiva:
Resumimos, a seguir, as considerações mais comuns a respeito da linguagem
audiovisual:
É uma linguagem própria dos meios audiovisuais (cinema, televisão, vídeo etc);
Não copia a realidade, mas a re-cria;
Tal re-criação se dá de forma fragmentada, em partes que não seguem
necessariamente uma seqüência linear na apresentação, mas conformam um
todo ao final;
Hiperestimula os sentidos, modificando as experiências perceptivas;
Pode modificar processos mentais, principalmente os relacionados à
capacidade de associação;
É manifestação da cultura mosaico (desordenada, em oposição à organização
da cultura tradicional);
Imediatismo.
A TV Digital
Hoje em dia, ouve-se falar muito sobre televisão digital. Mas o que é essa nova
tecnologia? A TV como nós conhecemos segue um padrão onde o espectador tem
apenas uma participação passiva, não interferindo em nada do que se passa no
programa de TV. Isso acontece porque na TV analógica, o espectro eletromagnético,
que é o meio de transmissão, é quase todo ocupado para que o sinal possa ser
transmitido. E ainda existe o fato de que ele sofre muita interferência do local onde
está a antena de transmissão.
Já a TV digital discretiza todo o tipo de informação, transformando-a em simples 0 e 1.
Isso faz com que a largura de banda do sinal seja diminuída e consequentemente seja
possível colocar outros tipos de informação, sem que haja qualquer interferência. Isto
traz uma conseqüência direta, a qualidade da imagem muito melhor do que da
analógica pois não há perda de informação. Vamos explicar melhor estes conceitos.
Pense no espectro eletromagnético como uma auto-estrada que liga as redes de TV e
o aparelho de TV de sua casa. A TV analógica é um grande caminhão carregado que
usa a estrada toda para levar a imagem até você.
O caminhão é tão grande que ele não deixa espaço para ninguém poder voltar. É uma
estrada de mão única. A TV Digital usa pequenos caminhões que ocupam apenas
parte da estrada, pois a carga que eles tem que levar é menor. A estrada ainda é a
mesma, o que mudou foram os caminhões. Esses caminhões agora podem utilizar a
estrada como uma via de mão dupla. E isso é a revolução da TV digital. Esse retorno
faz com que o espectador possa interferir diretamente na programação.
Assista agora, na seção Parada Obrigatória, um vídeo feito pela TV Câmara onde ele
tenta explicar de maneira rápida e suscinta o que é e por que é tão importante a TV
Digital para o Brasil.
Considerações Finais
7. Estamos chegando ao fim deste módulo básico sobre TV e Vídeo. Creio que nossas
discussões e atividades contribuíram para que todos pudessem responder as
seguintes questões:
Quais as características da televisão?
Será possível utilizarmos a televisão a favor do processo educativo? De que formas?
Os próximos módulos irão permitir que vocês possam se aprofundar cada vez mais na
discussão sobre o uso de TV e Vídeo na Educação, possibilitando que possam
amadurecer seus conhecimentos e aplicá-los em suas escolas. No entanto, os
conceitos básicos e as ferramentas abordadas neste primeiro momento permitem que
vocês já possam fazer seus primeiros ensaios de utilização desta tecnologia na
escola. Com uma câmera digital, um bom roteiro e um software, como o VirtualDub,
você pode criar com seus alunos vídeos emocionantes e didáticos cujo próprio
processo de criação já será uma grande contribuição para o processo de
aprendizagem de todos.
Agora uma dica esperta para vocês!
Veja no endereço disponibilizado pelo Portal do Professor a seção chamada links. Essa
seção poderá ser utilizada como apoio à diversas pesquisas.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/link.listAll.action
Agora é com vocês!
8. REFERÊNCIAS:
LIVROS & ARTIGOS
"Distance Education" de Moore & Kearsley;
"Creating a Web-based Course for Undergraduate Pre-Education Students" de
William J. Valmont;
"Mídia Educativa, Treinamento e Educação a Distância: Quase um manifesto" de
Samuel Pfromm Netto;
"Manual de Vídeo" de Rudi Santos
"O Poder do Mito" de Bill Moyers e Joseph Campbell;
"A Jornada do Escritor" de Christopher Vogler;
"Da Criação ao Roteiro" de Doc Comparato;
"GUIA BÁSICO PARA PRODUÇÃO DE UM FILME DIGITAL" de Peter Broderick,
Mark Stolaroff e Tara Veneruso, publicado na revista FilmMaker.
SITES
"A TVDigital interativa no espaço educacional" de SERGIO FERREIRADO
AMARAL e DANIEL MOUTINHO PACATA
(http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/setembro2003/ju229pg2b.html)
"Adolescentes são curadores da Mostra VILATIVA"
(http://www.midiativa.org.br/index.php/midiativa/content/view/full/3385)
Dicas Técnicas sobre operação com vídeos
(http://www.fazendovideo.com.br)
Dicas sobre as etapas de produção de um filme
(http://www.cinemanet.com.br)
Endereço eletrônico da Associação Brasileira de Cinematografia
(http://www.abcine.org.br)