Mazagão foi a última praça portuguesa no norte de África, conquistada em 1514 e fortificada em 1541 por Benedetto de Ravena. A cidade inclui a fortaleza de estilo renascentista e edifícios como a cisterna e igreja que ilustram a influência portuguesa. Foi património mundial da UNESCO desde 2004 pelos seus valores históricos e arquitetónicos como exemplo único da troca cultural luso-marroquina.
2. Mazagão
Designação:
Cidade Portuguesa de Mazagão
(El Jadida)
Tipologia:
Património Arquitectónico Militar
Localização:
El Jadida, Doukkala-Abda, Marrocos
Data de Inscrição na lista de
Património Mundial da UNESCO:
28, de Junho de 2004, na convenção de
Suzhou na China.
3. Mazagão
Contextualização Histórica:
O espírito da reconquista e a expansão da fé foram os principais factores que levaram os
portugueses para além-mar.
A estes, podemos juntar as incursões marítimas muçulmanas, que partiam do Norte de
África para saquear os territórios Portugueses.
De igual modo, a conquista da cidade de Ceuta abria a possibilidade do controlo de duas
rotas comerciais: a rota marítima do mediterrânio e rota da ceda, que terminava nesta
praça magrebina.
Da mesma maneira, a conquista da praça daria a Portugal uma cidade com grandes campos
de cereais, o qual havia um défice crónico em território Lusitano.
Após a conquista de Ceuta em 1415 Portugal começou uma política de expansão pela
praças Magrebinas.
Mazagão seria conquistada no reinado de D. Manuel em 1514.
5. Mazagão
Breve apontamento histórico:
As primeiras obras portuguesas em Mazagão foram realizadas por ordem do rei D. Manuel,
que aí mandou erguer um castelo, traçado pelos irmãos Diogo e Francisco de Arruda.
Considerando-se pouco eficaz o sistema defensivo manuelino, D. João III encomendou a
Francisco de Holanda um desenho para a praça, qual nunca viria a ser usado. Em vez optou
pelo desenho do engenheiro italiano Benedetto de Ravena, que fora auxiliado por Miguel
de Arruda.
A construção da obra ficou a cargo de João de Castilho e João Ribeiro. Esta fortaleza,
fundada em 1541, constitui o primeiro exemplo de arquitectura militar europeia erguida
fora da Europa.
A cidade e a fortaleza sofreram vários reparos até ao seu abandono em 1769.
A cidade ficou abandonada e conhecida como al-Mahdouma (a ruína), até ser de novo
ocupada no século XIX a mando do sultão Abderrahman, que a renomeou de El Jadida (a
Nova).
6. Mazagão
Descrição:
A fortaleza de Mazagão apresenta a forma de um trapezoidal, rematado com quatro
baluartes. Duas das faces estão viradas à costa e duas ao eixo terrestre. Os dois principais
acessos para a cidade eram a Porta do Mar e a Porta do Governador.
Atestando a sua robustez, o fosso da fortaleza permitia a entrada de embarcações através
do sistema de comportas.
No interior da praça localizavam-se vários equipamentos de assistência como o hospital, a
vedoria, os celeiros, o palácio do governador, os armazéns, a cisterna, o chafariz, igrejas e
ermidas.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Assunção, antiga padroeira da vila, guarda ainda hoje
lápides funerárias portuguesas. São também visíveis alguns vestígios do antigo Palácio dos
Governadores no edifício da actual mesquita.
A cisterna gótica, localizada no pátio interior da primitiva fortaleza manuelina, foi
construída por João de Castilho, tendo sido concluída em 1547 por Lourenço Franco.
19. Mazagão
Critérios que a elevaram a património mundial:
Critério II : A cidade Portuguesa de Mazagão é um exemplar magnífico da troca de
influências entre as culturas Europeias e Marroquinas durante os séculos XVI e XVIII.
Igualmente é um dos primeiros assentamentos dos exploradores portugueses no Nordeste
Africano, dentro da rota marítima para a Índia.
Critério IV: A cidade fortificada Portuguesa de Mazagão é um magnífico exemplar e uma das
primeiras construções seguindo novos conceitos do renascimento intrigando igualmente
técnicas portuguesas na sua construção. As construções do período português mais
destacáveis são a cisterna e a Igreja da Assunção, construídas ao estilo Manuelino no início
do século XVI.
20. Mazagão
Protecção e Conservação:
Integridade
As fronteiras da zona tampão e de protecção da cidade portuugesa de Mazagão está
descrito no documento submetido ao Comité da World Heritage provendo todos elementos
necessários para a sua integração. A fortificação portuguesa do Mazagão, construída em
duas fases (1510-1514 e 1541-15489, são impressionantes pela sua monumentalidade e
pelo seu estilo arquitectónico. Este conservaram a sua traça original e a sua harmonia
arquitectónica até aos dias de hoje. Os monumentos emblemáticos (baluartes, cisterna e
igrejas) bem preservados.
A linha da cidade que domina a vista sobre a área do porto é uma característica essencial
que necessita ser conservada. A zona urbana que rodeia a antiga cidade de Mazagão deve
ser vigiada, para assim, controlar qualquer alteração ou nova construção.
21. Mazagão
Protecção e Conservação:
Autenticidade
Sempre habitado, a cidade apresenta todas as condições de autenticidade que justificaram
a sua inscrição na Lista do Património Mundial. Muitos monumentos foram reabilitados
dando-lhes uma nova função compatível com o espírito do programa integrado na
salvaguarda realizado pelo Ministério da Cultura, da Província e da Agência Urbana. A
população da cidade está totalmente envolvida e preocupada com a conservação e
valorização deste lugar Marroco-Português historicamente importante, consciente de que
esse património pertence a toda a humanidade.
22. Mazagão
Protecção e Conservação:
Protecção e gestão de requisitos (2009)
As medidas de protecção, essencialmente, respeito às leis diferentes para a lista de monumentos e
sítios históricos, em especial a Lei 22-80 (1981) para a conservação do património marroquina. A área
da antiga fosso das fortificações, hoje preenchido, foi declarado 50m de largura como zona non
aedificandi. Desde a sua inscrição em 2004, as especificações para a regulamentação de arquitectura
foram adoptadas para fortalecer a legislação já em vigor. A cidade tem desfrutado de um programa
regular de trabalho de restauração. O trabalho de desenvolvimento começou em Outubro de 2008 para
a apresentação do porto e para melhorar a visibilidade da fortaleza, foi libertado o lado leste das
fortificações e posto a descoberto o fosso.
O Centro de Estudo e Pesquisa do Património Marroco-Lusitano Heritage (CERPML), a principal
instituição responsável pela gestão da propriedade, já começou o desenvolvimento de um plano de
gestão e do estabelecimento de um comité de gestão em coordenação com os seus parceiros.
Manutenção da integridade visual no que respeita à zona urbana de El Jadida e da relação harmoniosa
entre a cidade Português e da moderna cidade que a rodeia é uma preocupação constante, que requer
controlo da altura das construções, tanto dentro como fora da zona tampão.
24. Mazagão
Pontos fracos da conservação:
• Situado numa zona costeira;
• Poluição;
• Fraca divulgação.
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Bibliografia:
AMARAL, Augusto Ferreira do, “História de Mazagão”, Alfa, Lisboa, 1989.
DIAS, Pedro, “Arte Portuguesa no Mundo: Espaço Atlântico”, Círculo de Leitores, Lisboa,
2008.
Site do IGESPAR - http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/mundial/origemportuguesa/123/
última vez consultado a 19 de Fevereiro de 2013 pelas 23:44.
Site da UNESCO - http://whc.unesco.org/pg.cfm?cid=31&id_site=1058 última vez
consultado a 19 de Fevereiro de 2013 pelas 23:44.
Hinweis der Redaktion
Ficou pronta em 2 meses por 1500 homens vindos de portugal.Formaram a vila nova de mazagao no brasil os antigos senhores que abandonaram a cidade.A porta do governador fora destruida com dinamite.
(ii) – mostrar um intercâmbio importante de valores humanos, durante um determinado tempo ou em uma área cultural do mundo, no desenvolvimento da arquitectura ou tecnologia, das artes monumentais, do planeamento urbano ou do desenho de paisagem;(iv) – ser um exemplo de um tipo de edifício ou conjunto arquitectónico, tecnológico ou de paisagem, que ilustre significativos estágios da história humana;