SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 22
Crateús/CE
COESÃO TEXTUALCOESÃO TEXTUAL
Disciplina: Português
Educador: Edson Alves
Um texto não é uma simples soma de frases
aleatórias, distribuídas por parágrafos.
A coesão é fundamental para que o tecido
verbal se assuma como texto.
É necessário que as suas diferentes partes
estejam interligadas e articuladas, através de
mecanismos linguísticos.© Edições ASA II, SA
Mecanismos linguísticos responsáveis
pela coesão textual
1. Cadeias de referência
2. Repetições
3. Substituições lexicais
4. Conectores interfrásicos
5. Compatibilidade entre as informações
temporais e aspetuais.
© Edições ASA II, SA
1. Cadeias de referência
Em todos os textos há vocábulos ou
expressões linguísticas que não são
autónomos, que só se percebem pela
relação que estabelecem com outros
termos.
O João é simpático. Ele tem muitos
amigos. Tem também muitas
meninas que o adoram…
© Edições ASA II, SA
Os termos sublinhados remetem todos
para a mesma entidade extralinguística,
materializada, no início, na expressão
nominal – o João.
Há ainda omissão do sujeito na terceira
frase, cujo verbo se encontra na terceira
pessoa gramatical, o que remete para a
mesma expressão nominal.
© Edições ASA II, SA
Processos que se integram nas
cadeias de referência
a) Anáfora
b) Catáfora
c) Elipse
d) Correferência não anafórica© Edições ASA II, SA
a) Anáfora
Expressão linguística que remete para outra
anteriormente apresentada, designando-se
esta por antecedente.
Sophia de Mello Breyner
Andresen é uma poetisa
fantástica. Os seus poemas
cantam o mar, a floresta, a© Edições ASA II, SA
a) Catáfora
Expressão linguística que remete
para outra posteriormente
apresentada no contexto verbal,
originando uma certa expectativa.
Como eu gosto dela!... Da
poesia da Sophia.© Edições ASA II, SA
Há várias classes de palavras que
podem funcionar como anáfora ou
catáfora, a saber:
• Pronomes: indefinidos, relativos, pessoais,
demonstrativos, possessivos;
• Determinantes possessivos;
• Advérbios ou locuções adverbiais de lugar;
• Adjetivos Numerais (também como
Pronome).
© Edições ASA II, SA
© Edições ASA II, SA
c) Elipse
Omissão de uma expressão que
facilmente se subentende no
contexto, evitando, assim, repetições
indesejáveis.
Miguel Torga é um dos
autores representativos da
literatura portuguesa do séc.
XX. [ ] Nasceu em S.
© Edições ASA II, SA
d) Correferência não anafórica
As expressões linguísticas são autónomas; só
no contexto é que remetem para o mesmo
referente.
Miguel Torga é um homem fantástico. O poeta
nasceu em S. Martinho de Anta.
“Miguel Torga” e “O poeta” remetem para a
mesma personagem. É o conhecimento do
mundo que, aqui, está em causa.
© Edições ASA II, SA
2. Repetição
Nem sempre é possível recorrer a outros
processos linguísticos para evitar a
repetição da mesma palavra ou expressão,
sob pena de gerar ambiguidade. Outras
vezes, a repetição é propositada e
contribui para a intenção comunicativa do
enunciador, como se comprova com o
poema de Sophia de Mello Breyner
Andresen.
© Edições ASA II, SA
“Porque os outros se mascaram
mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu
não
Porque os outros são os túmulos
caiados
© Edições ASA II, SA
3. Substituições lexicais
Substituição de um termo ou expressão linguística
por outro/outra com que estabelecem relações de:
• Sinonímia/Antonímia;
• Hiperonímia/ Hiponímia;
• Holonímia/Meronímia.
Este processo de coesão textual, em relação à
repetição, é mais enriquecedor em termos de
conteúdo, porque permite a introdução de mais
informação.
© Edições ASA II, SA
1. Miguel Torga redigiu vários
diários, mas também escreveu
imensos poemas. (sinónimos)
2. Da sua obra literária
(hiperónimo) constam poemas,
ensaios, contos. (hipónimos)
© Edições ASA II, SA
3. Os seus poemas (holónimo) são,
frequentemente, compostos por uma ou
mais estrofes. (merónimo)
O termo “estrofes” não substitui, na frase, o termo
“poemas”, mas retoma-o.
© Edições ASA II, SA
4. Conectores interfrásicos
(coesão interfrásica)
Os conectores interfrásicos são responsáveis pela
interdependência semântica entre as frases que
constituem o texto e orientam a interpretação
do leitor/ouvinte.
Gosto muito da obra de Eugénio de
Andrade, porque tem uma escrita
muito metafórica.
© Edições ASA II, SA
Podem ser conectores:
• Conjunções coordenativas e subordinativas;
• Advérbios conectivos (agora, assim, depois, então,
enfim…);
• Complexos verbais (quer dizer…);
• Locuções preposicionais e adverbiais (com efeito, do
mesmo modo, a jeito de conclusão, por outro lado…);
• Orações (para concluir, pelo que referi acima,
resumindo…)
Os conectores estabelecem relações entre as
diversas frases ou partes do texto, assumindo
diferentes valores, a saber:
1. Relação temporal;
2. Relação de contraste (oposição/concessão);
3. Relação de adição;
4. Relação de causa-efeito (causal/consecutiva);
5. Confirmação/exemplificação;
6. Explicação/reformulação;
7. Síntese/conclusão;
8. Alternância/alternativa.
© Edições ASA II, SA
1. Apesar de Miguel Torga e Sophia serem
poetas contemporâneos, a sua poesia é
bastante diferente!
2. Com efeito, tanto um como o outro
abordam a temática da liberdade, no
entanto fazem-no de modo distinto.
3. Enquanto em Torga sentimos o pulsar do
mundo rural, perdido na infância, em
Sophia partimos da urbe e sonhamos
horizontes marinhos, por vezes de
© Edições ASA II, SA
5. Compatibilidade entre as informações temporais e
aspetuais.
Para que um texto seja coeso, as informações
temporais têm de ser compatíveis com a
informação aspetual, verificando-se:
 Correlação entre os tempos verbais:
Quando Miguel Torga publicou Novos Contos da
Montanha, dedicou a obra às gentes transmontanas.
© Edições ASA II, SA
 Correlação entre a localização temporal e os tempos verbais:
Ontem, assisti a um seminário sobre o Modernismo
Português.
No próximo período, faremos uma ação de formação sobre
Eugénio de Andrade
 Compatibilidade entre o valor aspetual dos verbos e o valor
semântico dos conectores utilizados:
Enquanto lia o poema, o aluno sublinhava as palavras –
-chave.
 Ordenação textual linear dos factos representados no texto:
Mal comprei o livro, li-o. (E não: Mal li o livro, comprei-o)
© Edições ASA II, SA

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Figuras de linguagem com exercícios
Figuras de linguagem com exercíciosFiguras de linguagem com exercícios
Figuras de linguagem com exercícios
Sônia Sochiarelli
 
Coesão e coerência – o que são
Coesão e coerência – o que sãoCoesão e coerência – o que são
Coesão e coerência – o que são
Renally Arruda
 
Variação linguistica slide
Variação linguistica   slideVariação linguistica   slide
Variação linguistica slide
Ivana Serrano
 
MEMES EM AULAS DE PORTUGUÊS NO ENSINO MÉDIO: linguagem, produção e replicação...
MEMES EM AULAS DE PORTUGUÊS NO ENSINO MÉDIO: linguagem, produção e replicação...MEMES EM AULAS DE PORTUGUÊS NO ENSINO MÉDIO: linguagem, produção e replicação...
MEMES EM AULAS DE PORTUGUÊS NO ENSINO MÉDIO: linguagem, produção e replicação...
Carlos Fabiano de Souza
 
Polissemia
PolissemiaPolissemia
Polissemia
whybells
 

Was ist angesagt? (20)

Polissemia
PolissemiaPolissemia
Polissemia
 
Musica- Quem de nòs dois
Musica- Quem de nòs doisMusica- Quem de nòs dois
Musica- Quem de nòs dois
 
Figuras de linguagem com exercícios
Figuras de linguagem com exercíciosFiguras de linguagem com exercícios
Figuras de linguagem com exercícios
 
Figuras de linguagem
Figuras de linguagem Figuras de linguagem
Figuras de linguagem
 
Coesão e coerência – o que são
Coesão e coerência – o que sãoCoesão e coerência – o que são
Coesão e coerência – o que são
 
Aula intertextualidade
Aula intertextualidadeAula intertextualidade
Aula intertextualidade
 
Variação linguistica slide
Variação linguistica   slideVariação linguistica   slide
Variação linguistica slide
 
Regência nominal e verbal
Regência nominal e verbalRegência nominal e verbal
Regência nominal e verbal
 
Figuras de sintaxe
Figuras de sintaxeFiguras de sintaxe
Figuras de sintaxe
 
A Poesia Visual
A  Poesia  VisualA  Poesia  Visual
A Poesia Visual
 
Crônica
CrônicaCrônica
Crônica
 
Tipos de linguagem e funções de linguagem
Tipos de linguagem e funções de linguagemTipos de linguagem e funções de linguagem
Tipos de linguagem e funções de linguagem
 
Funções do pronome relativo
Funções do pronome relativoFunções do pronome relativo
Funções do pronome relativo
 
10. tipos de argumento
10. tipos de argumento10. tipos de argumento
10. tipos de argumento
 
MEMES EM AULAS DE PORTUGUÊS NO ENSINO MÉDIO: linguagem, produção e replicação...
MEMES EM AULAS DE PORTUGUÊS NO ENSINO MÉDIO: linguagem, produção e replicação...MEMES EM AULAS DE PORTUGUÊS NO ENSINO MÉDIO: linguagem, produção e replicação...
MEMES EM AULAS DE PORTUGUÊS NO ENSINO MÉDIO: linguagem, produção e replicação...
 
Sinais de pontuação
Sinais de pontuaçãoSinais de pontuação
Sinais de pontuação
 
Intertextualidade
IntertextualidadeIntertextualidade
Intertextualidade
 
Polissemia
PolissemiaPolissemia
Polissemia
 
Compreensão e Interpretação de Textos
Compreensão e Interpretação de Textos Compreensão e Interpretação de Textos
Compreensão e Interpretação de Textos
 
Estudo do-gênero-resumo
Estudo do-gênero-resumoEstudo do-gênero-resumo
Estudo do-gênero-resumo
 

Andere mochten auch

Aula01 textodissertativo-argumentativo-estrutura-130529182019-phpapp02
Aula01 textodissertativo-argumentativo-estrutura-130529182019-phpapp02Aula01 textodissertativo-argumentativo-estrutura-130529182019-phpapp02
Aula01 textodissertativo-argumentativo-estrutura-130529182019-phpapp02
Edson Alves
 
Cefet/Coltec Aula 6 Conjunções/Conectivos - Provas cefet
Cefet/Coltec Aula 6   Conjunções/Conectivos - Provas cefetCefet/Coltec Aula 6   Conjunções/Conectivos - Provas cefet
Cefet/Coltec Aula 6 Conjunções/Conectivos - Provas cefet
ProfFernandaBraga
 
Mecanismos de coesão textual
Mecanismos de coesão textualMecanismos de coesão textual
Mecanismos de coesão textual
Hélio Consolaro
 
O adverbio 1323196780
O adverbio 1323196780O adverbio 1323196780
O adverbio 1323196780
ameliapadrao
 

Andere mochten auch (20)

Morfologia
MorfologiaMorfologia
Morfologia
 
Coesão e conexão
Coesão e conexãoCoesão e conexão
Coesão e conexão
 
Aula01 textodissertativo-argumentativo-estrutura-130529182019-phpapp02
Aula01 textodissertativo-argumentativo-estrutura-130529182019-phpapp02Aula01 textodissertativo-argumentativo-estrutura-130529182019-phpapp02
Aula01 textodissertativo-argumentativo-estrutura-130529182019-phpapp02
 
Concordância nominal
Concordância nominalConcordância nominal
Concordância nominal
 
Dissertação
DissertaçãoDissertação
Dissertação
 
Cefet/Coltec Aula 6 Conjunções/Conectivos - Provas cefet
Cefet/Coltec Aula 6   Conjunções/Conectivos - Provas cefetCefet/Coltec Aula 6   Conjunções/Conectivos - Provas cefet
Cefet/Coltec Aula 6 Conjunções/Conectivos - Provas cefet
 
Concordância
ConcordânciaConcordância
Concordância
 
Regência
RegênciaRegência
Regência
 
Artigo de opinião
Artigo de opiniãoArtigo de opinião
Artigo de opinião
 
Adjetivos pátrios
Adjetivos pátriosAdjetivos pátrios
Adjetivos pátrios
 
Mecanismos de coesão textual
Mecanismos de coesão textualMecanismos de coesão textual
Mecanismos de coesão textual
 
Cohesion textual
Cohesion textualCohesion textual
Cohesion textual
 
Estruturaeformaodaspalavras 110320151038-phpapp02
Estruturaeformaodaspalavras 110320151038-phpapp02Estruturaeformaodaspalavras 110320151038-phpapp02
Estruturaeformaodaspalavras 110320151038-phpapp02
 
Cronicas 1208643843442340-8
Cronicas 1208643843442340-8Cronicas 1208643843442340-8
Cronicas 1208643843442340-8
 
O adverbio 1323196780
O adverbio 1323196780O adverbio 1323196780
O adverbio 1323196780
 
Uso da vírgula
Uso da vírgulaUso da vírgula
Uso da vírgula
 
Artigo de opnião
Artigo de opniãoArtigo de opnião
Artigo de opnião
 
Complemento nominal
Complemento nominalComplemento nominal
Complemento nominal
 
Aposto e vocativo
Aposto e vocativoAposto e vocativo
Aposto e vocativo
 
Concordância
ConcordânciaConcordância
Concordância
 

Ähnlich wie COESÃO TEXTUAL

Coesotextual 131101081141-phpapp01
Coesotextual 131101081141-phpapp01Coesotextual 131101081141-phpapp01
Coesotextual 131101081141-phpapp01
Graciete Nobre
 
Slides oficina tp 2
Slides  oficina tp 2Slides  oficina tp 2
Slides oficina tp 2
Sadiasoares
 
Seminário linguistica e comunicação jakobson
Seminário linguistica e comunicação jakobsonSeminário linguistica e comunicação jakobson
Seminário linguistica e comunicação jakobson
Francione Brito
 
Aspectos gramaticais no enem 2010
Aspectos gramaticais no enem 2010Aspectos gramaticais no enem 2010
Aspectos gramaticais no enem 2010
ma.no.el.ne.ves
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 160-161
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 160-161Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 160-161
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 160-161
luisprista
 
Ppt 5º encontro ano 2
Ppt 5º encontro ano 2Ppt 5º encontro ano 2
Ppt 5º encontro ano 2
miesbella
 

Ähnlich wie COESÃO TEXTUAL (20)

Coesotextual 131101081141-phpapp01
Coesotextual 131101081141-phpapp01Coesotextual 131101081141-phpapp01
Coesotextual 131101081141-phpapp01
 
Fala e escrita.ppt
Fala e escrita.pptFala e escrita.ppt
Fala e escrita.ppt
 
Intertextualidades - "Vou-me embora pra pasárgada"
Intertextualidades - "Vou-me embora pra pasárgada"Intertextualidades - "Vou-me embora pra pasárgada"
Intertextualidades - "Vou-me embora pra pasárgada"
 
E book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pubE book - gêneros textuais - com-pub
E book - gêneros textuais - com-pub
 
05 - Orações subordinadas substantivas
05 - Orações subordinadas substantivas05 - Orações subordinadas substantivas
05 - Orações subordinadas substantivas
 
Slides oficina tp 2
Slides  oficina tp 2Slides  oficina tp 2
Slides oficina tp 2
 
Metáfora e Linguística Cognitiva
Metáfora e Linguística CognitivaMetáfora e Linguística Cognitiva
Metáfora e Linguística Cognitiva
 
Conexoes frasicas
Conexoes frasicasConexoes frasicas
Conexoes frasicas
 
Seminário linguistica e comunicação jakobson
Seminário linguistica e comunicação jakobsonSeminário linguistica e comunicação jakobson
Seminário linguistica e comunicação jakobson
 
Estudo das palavras (aula 5)
Estudo das palavras (aula 5)Estudo das palavras (aula 5)
Estudo das palavras (aula 5)
 
Resumo Tp2
Resumo   Tp2Resumo   Tp2
Resumo Tp2
 
Portugues 1EM 1BIM
Portugues 1EM 1BIM Portugues 1EM 1BIM
Portugues 1EM 1BIM
 
Metalinguagem e intertextualidade
Metalinguagem e intertextualidadeMetalinguagem e intertextualidade
Metalinguagem e intertextualidade
 
Aspectos gramaticais no enem 2010
Aspectos gramaticais no enem 2010Aspectos gramaticais no enem 2010
Aspectos gramaticais no enem 2010
 
AULA_1.pptx
AULA_1.pptxAULA_1.pptx
AULA_1.pptx
 
Produção Textual: Texto Falado e Texto Escrito
Produção Textual: Texto Falado e Texto EscritoProdução Textual: Texto Falado e Texto Escrito
Produção Textual: Texto Falado e Texto Escrito
 
Slide Coesão - aula 1.pptx
Slide Coesão - aula 1.pptxSlide Coesão - aula 1.pptx
Slide Coesão - aula 1.pptx
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 160-161
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 160-161Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 160-161
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 160-161
 
Ppt 5º encontro ano 2
Ppt 5º encontro ano 2Ppt 5º encontro ano 2
Ppt 5º encontro ano 2
 
A conjunção na construção do texto..ppt
A conjunção na construção do texto..pptA conjunção na construção do texto..ppt
A conjunção na construção do texto..ppt
 

Mehr von Edson Alves (16)

Gênero editorial
Gênero editorialGênero editorial
Gênero editorial
 
Crase
CraseCrase
Crase
 
Ortografia c ç s ss x
Ortografia c ç s ss xOrtografia c ç s ss x
Ortografia c ç s ss x
 
Orientações de redação
Orientações de redaçãoOrientações de redação
Orientações de redação
 
Figuras de sintaxe
Figuras de sintaxeFiguras de sintaxe
Figuras de sintaxe
 
Vozes verbais
Vozes verbaisVozes verbais
Vozes verbais
 
Orações coordenadas
Orações coordenadasOrações coordenadas
Orações coordenadas
 
Av de português maio - prova 2- 8º
Av de português   maio - prova 2- 8ºAv de português   maio - prova 2- 8º
Av de português maio - prova 2- 8º
 
Av de português maio - prova 1 - 8º
Av de português   maio - prova 1 - 8ºAv de português   maio - prova 1 - 8º
Av de português maio - prova 1 - 8º
 
Av de português maio 9º ano
Av  de português maio  9º anoAv  de português maio  9º ano
Av de português maio 9º ano
 
Orações subordinadas adverbiais
Orações subordinadas adverbiaisOrações subordinadas adverbiais
Orações subordinadas adverbiais
 
Gênero autobiografia
Gênero autobiografiaGênero autobiografia
Gênero autobiografia
 
Orações subordinadas adverbiais
Orações subordinadas adverbiaisOrações subordinadas adverbiais
Orações subordinadas adverbiais
 
Predicados e predicativos
Predicados e predicativosPredicados e predicativos
Predicados e predicativos
 
Uso dos porquês.
Uso dos porquês.Uso dos porquês.
Uso dos porquês.
 
Predicados e predicativos
Predicados e predicativosPredicados e predicativos
Predicados e predicativos
 

Kürzlich hochgeladen

Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 

Kürzlich hochgeladen (20)

A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVAEDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenosmigração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
migração e trabalho 2º ano.pptx fenomenos
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxGÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 

COESÃO TEXTUAL

  • 2. Um texto não é uma simples soma de frases aleatórias, distribuídas por parágrafos. A coesão é fundamental para que o tecido verbal se assuma como texto. É necessário que as suas diferentes partes estejam interligadas e articuladas, através de mecanismos linguísticos.© Edições ASA II, SA
  • 3. Mecanismos linguísticos responsáveis pela coesão textual 1. Cadeias de referência 2. Repetições 3. Substituições lexicais 4. Conectores interfrásicos 5. Compatibilidade entre as informações temporais e aspetuais. © Edições ASA II, SA
  • 4. 1. Cadeias de referência Em todos os textos há vocábulos ou expressões linguísticas que não são autónomos, que só se percebem pela relação que estabelecem com outros termos. O João é simpático. Ele tem muitos amigos. Tem também muitas meninas que o adoram… © Edições ASA II, SA
  • 5. Os termos sublinhados remetem todos para a mesma entidade extralinguística, materializada, no início, na expressão nominal – o João. Há ainda omissão do sujeito na terceira frase, cujo verbo se encontra na terceira pessoa gramatical, o que remete para a mesma expressão nominal. © Edições ASA II, SA
  • 6. Processos que se integram nas cadeias de referência a) Anáfora b) Catáfora c) Elipse d) Correferência não anafórica© Edições ASA II, SA
  • 7. a) Anáfora Expressão linguística que remete para outra anteriormente apresentada, designando-se esta por antecedente. Sophia de Mello Breyner Andresen é uma poetisa fantástica. Os seus poemas cantam o mar, a floresta, a© Edições ASA II, SA
  • 8. a) Catáfora Expressão linguística que remete para outra posteriormente apresentada no contexto verbal, originando uma certa expectativa. Como eu gosto dela!... Da poesia da Sophia.© Edições ASA II, SA
  • 9. Há várias classes de palavras que podem funcionar como anáfora ou catáfora, a saber: • Pronomes: indefinidos, relativos, pessoais, demonstrativos, possessivos; • Determinantes possessivos; • Advérbios ou locuções adverbiais de lugar; • Adjetivos Numerais (também como Pronome). © Edições ASA II, SA
  • 10. © Edições ASA II, SA c) Elipse Omissão de uma expressão que facilmente se subentende no contexto, evitando, assim, repetições indesejáveis. Miguel Torga é um dos autores representativos da literatura portuguesa do séc. XX. [ ] Nasceu em S.
  • 11. © Edições ASA II, SA d) Correferência não anafórica As expressões linguísticas são autónomas; só no contexto é que remetem para o mesmo referente. Miguel Torga é um homem fantástico. O poeta nasceu em S. Martinho de Anta. “Miguel Torga” e “O poeta” remetem para a mesma personagem. É o conhecimento do mundo que, aqui, está em causa.
  • 12. © Edições ASA II, SA 2. Repetição Nem sempre é possível recorrer a outros processos linguísticos para evitar a repetição da mesma palavra ou expressão, sob pena de gerar ambiguidade. Outras vezes, a repetição é propositada e contribui para a intenção comunicativa do enunciador, como se comprova com o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen.
  • 13. © Edições ASA II, SA “Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão Porque os outros têm medo mas tu não Porque os outros são os túmulos caiados
  • 14. © Edições ASA II, SA 3. Substituições lexicais Substituição de um termo ou expressão linguística por outro/outra com que estabelecem relações de: • Sinonímia/Antonímia; • Hiperonímia/ Hiponímia; • Holonímia/Meronímia. Este processo de coesão textual, em relação à repetição, é mais enriquecedor em termos de conteúdo, porque permite a introdução de mais informação.
  • 15. © Edições ASA II, SA 1. Miguel Torga redigiu vários diários, mas também escreveu imensos poemas. (sinónimos) 2. Da sua obra literária (hiperónimo) constam poemas, ensaios, contos. (hipónimos)
  • 16. © Edições ASA II, SA 3. Os seus poemas (holónimo) são, frequentemente, compostos por uma ou mais estrofes. (merónimo) O termo “estrofes” não substitui, na frase, o termo “poemas”, mas retoma-o.
  • 17. © Edições ASA II, SA 4. Conectores interfrásicos (coesão interfrásica) Os conectores interfrásicos são responsáveis pela interdependência semântica entre as frases que constituem o texto e orientam a interpretação do leitor/ouvinte. Gosto muito da obra de Eugénio de Andrade, porque tem uma escrita muito metafórica.
  • 18. © Edições ASA II, SA Podem ser conectores: • Conjunções coordenativas e subordinativas; • Advérbios conectivos (agora, assim, depois, então, enfim…); • Complexos verbais (quer dizer…); • Locuções preposicionais e adverbiais (com efeito, do mesmo modo, a jeito de conclusão, por outro lado…); • Orações (para concluir, pelo que referi acima, resumindo…)
  • 19. Os conectores estabelecem relações entre as diversas frases ou partes do texto, assumindo diferentes valores, a saber: 1. Relação temporal; 2. Relação de contraste (oposição/concessão); 3. Relação de adição; 4. Relação de causa-efeito (causal/consecutiva); 5. Confirmação/exemplificação; 6. Explicação/reformulação; 7. Síntese/conclusão; 8. Alternância/alternativa. © Edições ASA II, SA
  • 20. 1. Apesar de Miguel Torga e Sophia serem poetas contemporâneos, a sua poesia é bastante diferente! 2. Com efeito, tanto um como o outro abordam a temática da liberdade, no entanto fazem-no de modo distinto. 3. Enquanto em Torga sentimos o pulsar do mundo rural, perdido na infância, em Sophia partimos da urbe e sonhamos horizontes marinhos, por vezes de © Edições ASA II, SA
  • 21. 5. Compatibilidade entre as informações temporais e aspetuais. Para que um texto seja coeso, as informações temporais têm de ser compatíveis com a informação aspetual, verificando-se:  Correlação entre os tempos verbais: Quando Miguel Torga publicou Novos Contos da Montanha, dedicou a obra às gentes transmontanas. © Edições ASA II, SA
  • 22.  Correlação entre a localização temporal e os tempos verbais: Ontem, assisti a um seminário sobre o Modernismo Português. No próximo período, faremos uma ação de formação sobre Eugénio de Andrade  Compatibilidade entre o valor aspetual dos verbos e o valor semântico dos conectores utilizados: Enquanto lia o poema, o aluno sublinhava as palavras – -chave.  Ordenação textual linear dos factos representados no texto: Mal comprei o livro, li-o. (E não: Mal li o livro, comprei-o) © Edições ASA II, SA