SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 87
Downloaden Sie, um offline zu lesen
FITOTERAPIA
    PARA
  ASMA
    E
BRONQUITE
    NA
 MEDICINA
AYURVÉDICA
FITOTERAPIA
            PARA
          ASMA E
        BRONQUITE
            NA
         MEDICINA
        AYURVÉDICA


      Dr. Bhagwan Dash
    D.A.M.S., H.P.A., M.A., Ph.D.


              Traduzido por:
        Williams Ribeiro de Farias
       Dra. Yeda Ribeiro de Farias

         EDITORA CHAKPORI




2
Título Original:
Herbal Treatment for Asthma and Bronchitis

Impresso em 1998




                            2000
              Direitos autorais adquiridos por
                   EDITORA CHAKPORI




                                                 3
NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO

      Meu interesse em produzir esta série de
livros sobre o tratamento fitoterápico para
doenças comuns desenvolveu-se a partir de
minha ligação com o Dr. Bhagwan Dash, cujos
livros anteriores eu já havia publicado. Ambos
sentimos que estes remédios mereciam um
público mais amplo e mais receptivo. A idéia era
ensinar a população a viver mais próxima à
natureza e a pensar em termos de conduzir suas
vidas de uma forma normal e saudável ao invés
de perder muito de seu tempo tratando doenças.
Os remédios, em seu sentido verdadeiro, devem
promover a boa saúde; não devem ficar restritos
à cura de doenças.
      Esta não é apenas uma mera iniciativa
comercial; é um esforço genuíno para levar estes
notáveis remédios ao alcance de todos, onde
quer que estejam.
      Expus minhas idéias ao Dr. Dash que
prontamente concordou em escrever vinte livros
simples sobre as doenças mais comuns,
descrevendo simultaneamente as ervas, dietas e

4
condutas       comumente       disponíveis      e
potencialmente efetivas. Esta é a essência
purificada de seus trinta anos de prática,
pesquisa e profundos estudos sobre o Ayurveda
e outros sistemas de medicina tradicional. Nossos
leitores são os melhores juízes de nossas
realizações. Concluímos com uma citação do
grande poeta Kalidasa:

Aparitosad vidusam na sadhu manye prayoga-
vijñanam
“Nós não levamos em consideração o nosso
esforço em sermos úteis até que nossos leitores,
para quem ele é direcionado, estejam satisfeitos.”

                                  Prem Nath Jain




                                                5
ÍNDICE


NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO ................................. 4

ÍNDICE ................................................................................... 6

INTRODUÇÃO ...................................................................... 8

DESCRIÇÃO DA DOENÇA ................................................ 11
    O QUE É ASMA? ................................................................... 12
    FATORES CAUSAIS ............................................................... 15
    O QUE É ALERGIA? .............................................................. 15
O CONCEITO AYURVÉDICO ........................................... 17
    POR QUE É ESSENCIAL LIVRAR-SE DA PRISÃO DE VENTRE? .... 20
    CONCEITO DE AMA ............................................................. 21
    O JEJUM E O USO DE ESTIMULANTES DIGESTIVOS E
    METABÓLICOS ..................................................................... 23
        Por que evitar a coalhada e o iogurte? ...................... 24
        Banana madura é um veneno para asmáticos ............ 24
        Bebidas frias e sucos de frutas ácidas........................ 25
    PAZ MENTAL, CONDIÇÃO IMPRESCINDÍVEL ........................... 26
    REGRAS DIETÉTICAS ............................................................ 27
    USO REGULAR DE DROGAS PREVENTIVAS ............................. 29
        Açafrão – uma panacéia universal ............................ 30
        Dieta e bebidas ......................................................... 31
        Medicamentos ........................................................... 32

6
FITOTERÁPICOS ............................................................... 36
   ADHATODA VASICA (VASAKA) ........................................... 36
   CLERODENDRUM SERRATUM (BHARGI) ............................... 42
   CURCUMA LONGA (HARIDRA) ............................................. 47
   EPHEDRA VULGARIS (SOMALATA) ....................................... 52
   INULA RACEMOSA (PUSKARA MULA) ................................... 56
   PIPER LONGUM (PIPPALI) .................................................... 60
       Pippali Rasayana ...................................................... 62
   RHUS SUCCEDANEA (KARKATA SRNGI) ............................... 65
   SOLANUM XANTHOCARPUM (KANTAKARI) .......................... 69
   SOLANUM INDICUM (BRHATI) ............................................. 72
   TERMINALIA BELERICA (BIBHITAKI) ................................... 75
   TERMINALIA CHEBULA (HARITAKI) .................................... 80




                                                                                7
INTRODUÇÃO

       A ciência médica tem feito consideráveis
progressos em várias áreas da medicina. A era
da especialização e a tendência a ver o homem
como um aglomerado físico-químico de muitas
partes separadas está dando lugar a um novo
gênero de pensamento biológico. Esta nova
escola de pensamento está direcionada ao
conceito do homem como um ser por inteiro, com
seus inseparáveis aspectos físico, emocional e
espiritual, unidos em um indivíduo vivo. O lugar
do homem, como uma parte orgânica do universo
cósmico e biológico, sujeito a todas as imutáveis
e irrevogáveis leis da natureza, está se tornando
cada vez mais evidente. Apesar destas profundas
mudanças estarem ocupando seu lugar no
pensamento médico, a abordagem terapêutica
convencional de hoje é incapaz de resolver o
problema de um aumento catastrófico de doenças
como câncer,        distúrbios cardiovasculares,
diabetes, asma, artrites, insônia, etc. Muitas
destas doenças são consideradas “incuráveis”.
Os praticantes de antigos sistemas de medicina
indígenas possuem, verdadeiramente, curas para

8
doenças como asma e bronquite, mas são
ridicularizados como curandeiros, devido ao
grande número de charlatães que exploram os
tratamentos mais naturalistas. A denúncia
sistemática de tais tratamentos está sendo feita
através da moderna influência da mídia
audiovisual.
       Os pacientes são levados a acreditar que o
uso constante de broncodilatadores e cortisona,
que dão alívio temporário aos sintomas agudos
são a única solução para estas doenças. Estas
drogas      proporcionam    um    alívio    apenas
temporário e seu uso continuado torna-as menos
efetivas. Na verdade, existem sérios efeitos
colaterais     tóxicos  provocados      pelo   uso
prolongado de tais drogas convencionais. O
resultado desta negligência criminosa para com
os pacientes portadores de asma tem deixado
milhares de homens, mulheres e crianças
improdutivos e mentalmente aflitos em todo o
mundo.
       O outro lado da história é que em muitas
partes do mundo, particularmente no berço da
civilização antiga, há remédios à base de ervas
que têm sido empregados há milhares de anos
para o tratamento da asma e da bronquite. Estas
ervas      não      são   empregadas        apenas
empiricamente; praticantes iluminados em
medicina tradicional na Índia, Nepal, Sri Lanka,

                                                9
Butão, Burma, China, Bangladesh e Paquistão
podem transmitir o raciocínio existente por detrás
do uso destas ervas no tratamento destas
doenças.

       O Ayurveda, a medicina tradicional da Índia,
que tem prestado assistência ao sofrimento da
humanidade há mais de três mil anos, é um
repositório de experiência médica e de
fitoterápicos já muito bem examinados e testados.
A asma e a bronquite são consideradas doenças
psicossomáticas e não apenas físicas. O conceito
de mente, sua atividade e morbidade são bem
desenvolvidos. Portanto, em associação às
terapias para corrigir os desequilíbrios corporais,
o médico ayurvédico sempre prescreve terapias
para corrigir também os desequilíbrios da mente
de tais pacientes. Algumas destas drogas foram
cientificamente testadas em animais e seres
humanos sob condições controladas e provaram
ser efetivas. Alguns destes fitoterápicos estão
incluídos neste trabalho. Talvez, algum dia, no
futuro próximo, o Ocidente seja capaz de
aprender o conhecimento do Oriente, da maneira
como tem se enriquecido com a filosofia e as
artes orientais.




10
DESCRIÇÃO DA DOENÇA

      Pessoas aparentemente saudáveis sofrem
subitamente de asma e bronquite quando
expostos ao vento frio, à chuva, às
irregularidades dietéticas e à tensão mental.
Algumas vezes a crise de asma torna-se tão
aguda que o paciente não consegue caminhar ou
dormir e nem mesmo falar. Isto cria uma situação
de alarme entre seus parentes e familiares.
      A asma pode ser causada por alterações
nos pulmões, no coração, fígado e nos rins.
Apesar do fenomenal desenvolvimento nas
ciências médicas, o tratamento da asma tem
permanecido obscuro exceto por alguns
medicamentos paliativos sintomáticos. Drogas
poderosas têm sido descobertas para dilatar a
árvore brônquica e produzir expectoração. Mas
todos os seus efeitos são temporários e o
paciente entra em crise regularmente e
repetidamente. Com o passar do tempo, o
paciente que antes parecia absolutamente
saudável torna-se fraco e emagrece. Ele perde
sua capacidade produtiva e sua energia. Com o

                                              11
avanço da idade, ele desenvolve bronquiectasia,
uma condição na qual o muco se acumula na
estrutura terminal da árvore brônquica, os
alvéolos pulmonares. Nestes pacientes, os
alvéolos    tornam-se     dilatados   e    assim
permanecem, interferindo por isso na troca entre
dióxido de carbono e oxigênio que ocorre nos
capilares dos pulmões. Para conseguir alívio, a
dose de medicamentos é aumentada e,
finalmente,    os   efeitos    adversos   destes
medicamentos, mais do que o distúrbio original
em si, levam a um estágio mais grave da doença.

O que é asma?

      Há centenas de pequenos e grandes tubos
nos pulmões que levam o ar para dentro com a
inalação. O oxigênio entra no corpo através
destes tubos e o dióxido de carbono sai do corpo
através dos mesmos. Os tubos maiores são
brônquios, os menores são bronquíolos. Estes
brônquios e bronquíolos são circundados por
pequenos músculos que fazem com que eles se
abram e se fechem durante o processo de
respiração. No final destes bronquíolos estão
milhões de alvéolos que são estruturas
semelhantes a delicados balões, ocupando toda a
periferia dos pulmões. Estes alvéolos possuem
paredes muito finas e eles permitem que o

12
oxigênio vindo com o ar fresco inalado passe
para o sangue. Da mesma forma, e ao mesmo
tempo, o produto residual do corpo, dióxido de
carbono, sai da corrente sangüínea através
destes sacos e é expirado.
       Durante um ataque de asma, há uma
contração destes tubos quando o paciente quer
expirar o ar poluído do corpo. Por causa desta
contração ou espasmo, o paciente encontra
dificuldade em expirar e procura por locais onde
haja ar fresco, tais como janelas ou fora de casa,
dando a errônea impressão de que a sensação
de sufocação é por falta de ar dentro da sala. A
posição deitada piora a condição e o paciente
passa noites após noites sentado na cama.
Quando o ar passa através destes tubos
contraídos ou em espasmo, faz um som
característico de chiado. Este sintoma piora
quando grandes quantidades de muco, produzido
nos tubos, obstruem a passagem do ar.
       Como todos os demais músculos do corpo,
a contração e relaxamento destes músculos que
circundam os tubos bronquiais é controlada por
dois grupos de nervos denominados simpáticos e
parassimpáticos. São os nervos parassimpáticos
que auxiliam na abertura dos brônquios e
bronquíolos, e os nervos parassimpáticos causam
sua     contração.     A    ação    dos     nervos
parassimpáticos é auxiliada por uma substância

                                               13
química denominada histamina. Esta substância
causa inflamação do revestimento interno da
membrana dos tubos bronquiais, causando assim
obstrução da passagem do ar. As atividades dos
nervos parassimpáticos e da histamina são
sustentadas ainda pelos processos infecciosos
que se instalam, pela fumaça, pela poeira, pela
poluição do ar, pela umidade e pelo tempo frio.
      Juntamente com as alterações pulmonares,
o paciente também sofre de congestão e
inflamação da membrana mucosa do nariz,
sinusite, amigdalite e faringite. Na verdade, nos
casos clássicos de asma, a doença começa no
nariz. Os pacientes sofrem de resfriados, alguns
acessos de espirros, coriza e lacrimejamento e
sensação de peso na cabeça. Eles podem
apresentar dores de cabeça, ulceração na
garganta e também amigdalites. Esta reação na
membrana mucosa do trato respiratório
dissemina-se gradualmente, após alguns dias,
para os bronquíolos. No início, há acessos de
tosse com ou sem expectoração. Por causa do
tratamento,     ou    mesmo        sem   qualquer
procedimento, o distúrbio antes presente no nariz
e na garganta desaparecem, mas continua a
afetar os tubos de passagem de ar. Alguns
acessos de tosse podem passar apenas por
crises     de      bronquite      comum.     Mas,
subseqüentemente, isto leva a problemas

14
respiratórios, manifestando-se   claramente   os
sinais e sintomas de asma.

Fatores causais

      Apesar da pesquisa mundial, a causa exata
da asma é desconhecida pela medicina moderna.
Considera-se que seja causada por certas
substâncias que no conjunto são denominadas
alérgenos. Estes alérgenos chegam, às vezes,
através da poeira fina, do pólen, de fragmentos
de pêlos e penas que caem de animais e aves e
que flutuam no ar. Pacientes com asma são
geralmente muito sensíveis a fumaças irritantes
como a do cigarro, do bolor e ao cheiro de
produtos de limpeza. Alguns pacientes são
alérgicos a medicamentos tais como a penicilina,
aspirina e alguns conservantes usados em
enlatados e bebidas engarrafadas.

O que é alergia?

      Alergia é um tipo de reação do corpo às
substâncias externas que podem ou não ser de
alguma forma prejudiciais. Um corpo saudável é
protegido contra a invasão de germes por certas
células especiais que formam o sistema
imunológico. Como reação a qualquer corpo
estranho, anticorpos são produzidos dentro do

                                              15
indivíduo que envolvem e eliminam o primeiro.
Algumas vezes, este sistema imune responde de
forma exacerbada a algumas substâncias
aparentemente não prejudiciais, tais como pólen,
pedaços de cabelo, partículas de poeira e mesmo
perfume. A alergia é considerada uma causa de
asma e bronquite pela medicina moderna.




16
O CONCEITO AYURVÉDICO

      As substâncias alérgicas que são as
principais responsáveis pela causa da asma
estão flutuando no ar, mas nem todos os
indivíduos que inalam estas substâncias sofrem
de asma. Apenas algumas poucas pessoas
dentre elas sofrerão desta doença. Por que então
esta seletividade? Por que apenas algumas
pessoas em uma dada comunidade sofrem de
asma brônquica quando todas estão expostas ao
mesmo tipo de ar, de alimentos e outras
condutas? De acordo com o Ayurveda, um
organismo individual é composto de sete
categorias de elementos teciduais e as funções
de todo esta estrutura são controladas por três
fatores: vayu, pitta e kapha. Estes três fatores
são, em conjunto, denominados tridoshas ou
simplesmente doshas1. Em uma pessoa saudável


1  N. do T.: O corpo humano, segundo a fisiologia ayurvédica é
composto de três grandes grupos de elementos fundamentais
denominados doshas, dhatus e malas. Os doshas governam as
atividades fisiológicas e físico-químicas do corpo e são três: vayu, pitta
e kapha. Os dhatus são os elementos teciduais básicos do organismo,
ou seja, entram na formação da estrutura básica do corpo. Os malas
são as substâncias parcialmente utilizadas pelo organismo e
parcialmente excretadas, são os produtos residuais das reações

                                                                      17
todos os três devem estar em um estado de
equilíbrio. Durante diferentes fases do dia e da
noite, durante as diferentes faixas etárias, durante
diferentes estágios do processo digestivo e nas
diferentes estações, estes três doshas realizam
algumas alterações. Quando permanecem dentro
destes limites, o corpo tem o poder de mantê-los
em seu estado normal de funcionamento. Apenas
quando eles excedem tal limite, por várias razões,
tais como erros dietéticos, condutas inadequadas,
fatores psíquicos e medicamentos, as doenças
são causadas.
      Existem milhões de canais no organismo,
de forma a transportar nutrientes dos intestinos
para os tecidos e excretar os produtos residuais
destes tecidos através dos diferentes orifícios,
para o exterior, tais como o reto, a bexiga e as
glândulas sudoríparas. Estes canais são
denominados srotas. Uma doença pode se
manifestar em um órgão em particular do corpo,
mas ela não necessariamente se originou neste
mesmo órgão.
      O Ayurveda concebe distintamente três
diferentes estágios deste processo patogênico
denominados: (1) O sítio de origem; (2) O canal
de circulação e (3) O sítio de manifestação da

corporais cuja eliminação adequada é essencial para a manutenção
da saúde.

18
doença. No caso da asma brônquica, o sítio de
origem está no estômago e nos intestinos. A
causa raiz da doença está localizada
basicamente aí. As substâncias patogênicas para
a manifestação das doenças originam-se deste
locais. Como estas substâncias patogênicas
viajam do sítio de origem para o sítio de
manifestação? Elas são transportadas, de acordo
com o Ayurveda, através de um grupo de canais
denominados rasavaha srotas. Por que estes
canais      transportam      estas    substâncias
patogênicas para os pulmões e não para
qualquer outra parte do corpo? Porque será
afetado por este processo o ponto mais frágil do
corpo que tenha uma afinidade com o tipo de
morbidade já criada no estômago. Se os tecidos
pulmonares, a musculatura do tubo bronquial e a
membrana de revestimento mucoso destes tubos
estão fracos, então eles se tornam afetados.
      Portanto, de acordo com o Ayurveda, o sítio
de origem da asma brônquica está no estômago
e nos intestinos. Os canais de circulação dos
produtos residuais do corpo são os rasavaha
srotas, ou seja, canais que transportam plasma, e
o sítio de manifestação da doença são os
pulmões. A pessoa desenvolve a asma se estes
três fatores são alterados e isto só ocorre se
houver tensão mental, ingestão de dieta


                                               19
inadequada e se as condições climáticas forem
pouco comuns.
     De acordo com o Ayurveda, a alergia não é
a causa primária da doença. As causas primárias
são hábitos alimentares incorretos, tensão mental
e mau tempo. Fatores alérgicos são apenas
causas secundárias que precipitam a doença.

Por que é essencial livrar-se da
prisão de ventre?

       Pacientes com asma geralmente sofrem de
constipação. A maioria deles relatará que seus
hábitos são regulares. Apesar desta afirmativa,
grande quantidade de matéria fecal permanece
no cólon. Como foi descrito antes, o sítio de
origem da asma é o estômago e os intestinos. Se
o cólon estiver bloqueado, obviamente, os
intestinos e o estômago não funcionarão
adequadamente e o paciente continuará a sofrer
de asma. As crises podem desaparecer
temporariamente sob a ação de drogas
broncodilatadoras, mas o paciente não estará
realmente curado.
       De acordo com a forma convencional de
tratamento, os médicos não são capazes de curar
pacientes com asma por falta de uma abordagem
holística e seus esforços são em sua maioria
dirigidos à supressão dos sintomas. Se o

20
paciente asmático ingerir um laxante suave
diariamente, então ele não necessitará de mais
medicamentos e parecerá curado para sempre se
as condições forem satisfatórias. O melhor
laxante para pacientes com asma é haritaki
(Terminalia chebula). Uma colher de chá do pó de
Terminalia chebula deve ser adicionada a um
quarto de colher de chá de sal-gema e
administrado ao paciente na hora de dormir. Esta
dose deve ser aumentada ou diminuída
dependendo das necessidades do paciente.
Deve-se assegurar que os intestinos sejam
limpos pela manhã.

Conceito de Ama

       Quando nós nos alimentamos, o alimento é
modificado por diferentes tipos de enzimas e
reduzido a partículas mais simples. O produto
final da digestão é então absorvido pelo corpo e
diferentes enzimas localizadas no fígado
cumprem sua função, possibilitando que estes
produtos sejam assimilados pelos tecidos.
Nestes, existem também enzimas que reduzem
as partículas estranhas e torna-as idênticas aos
constituintes dos tecidos. Portanto, o produto final
dos alimentos é assimilado e passa a fazer parte
da estrutura tecidual. Todas estas enzimas
quando agrupadas recebem o nome de agnis na

                                                 21
terminologia ayurvédica. Se houver qualquer
perturbação nestes agnis, então os processos
digestivo e metabólico não acontecerão
normalmente e uma grande quantidade de
produtos finais dos alimentos permanece nos
intestinos, no fígado e na corrente sangüínea. Da
mesma forma, durante o processo da digestão no
trato gastrointestinal, alguns produtos residuais
dos alimentos são formados e devem ser
eliminados. Durante o processo normal de
metabolismo, diversos produtos residuais são
produzidos e também devem ser eliminados
através das fezes, urina, suor e outros meios.
Todos estes produtos residuais da digestão
adequada ou inadequada, tanto a nível do trato
gastrointestinal, a nível do fígado como a nível
dos tecidos, são denominados ama. Este ama
circula no sangue e é transportado através dos
canais para os pulmões, onde causam obstrução
dos tubos bronquiais e da circulação do sangue a
nível dos alvéolos resultando em espasmo ou
contração e conseqüentemente a asma é
produzida. Portanto, além de limpar os intestinos,
é necessário remover estes produtos residuais do
corpo e prevenir sua posterior formação através
do uso de estimulantes da digestão como
gengibre, para a completa erradicação da asma.



22
O jejum e o uso de estimulantes
digestivos e metabólicos

      A asma é essencialmente uma doença do
excesso de nutrição, ou seja, a ingestão de
alimentos muito além da própria capacidade de
digerir e metabolizar. Portanto, pacientes com
asma devem geralmente observar jejuns
periódicos. Ao invés de uma refeição pesada, o
paciente deve ingerir refeições muito leves. À
noite, particularmente, por causa da inatividade,
quando o corpo está em repouso, o poder
digestivo e o metabolismo torna-se muito lento.
Assim, o paciente com asma deve, como regra,
tomar o cuidado de ingerir alimentos muito leves
à noite ou até mesmo de evitar qualquer alimento.
Além do gengibre descrito acima, ele deve utilizar
alguns outros estimulantes da digestão como
Piper nigrum e Piper longum. Uma sobrecarga
menor sobre as enzimas responsáveis pela
digestão e as enzimas responsáveis pelo
metabolismo é melhor para o paciente com asma.
Os horários de alimentação e a qualidade dos
alimentos que ele necessita devem ser
adequados, e sempre que possível, de fácil
digestão e metabolismo.




                                               23
 Por que evitar a coalhada e o iogurte?
      A coalhada ou o iogurte são considerados
abhisyandhi, ou seja, obstruem os canais de
circulação. O Ayurveda portanto, proíbe o uso de
coalhada ou iogurte à noite mesmo para pessoas
saudáveis. À noite, o processo de circulação
torna-se muito lento por causa da inatividade
geral e a ingestão da coalhada ou iogurte pode
posteriormente tornar lenta a circulação,
bloqueando o processo de nutrição do corpo. Isto
também causa distúrbios no sono. Mesmo que a
coalhada ou o iogurte sejam muito benéficos para
o estômago, eles agem como um veneno para os
pacientes com asma, nos quais o processo de
circulação já é mais lento, e como resultado disto
ocorre a inflamação e os espasmos ou a
constrição nos tubos bronquiais. Portanto, eles
são estritamente proibidos.

 Banana madura é um veneno para
asmáticos
      A banana madura é um alimento nutritivo,
mas para os asmáticos ela age como um veneno,
porque é difícil de digerir e produz mais kapha ou
fleuma. Como é considerada um alimento
pesado, produz uma grande quantidade de
resíduos, tanto do trato gastrointestinal como nos
tecidos; e como possui propriedades produtoras

24
de fleuma, causa mais espasmos ou constrição
nos tubos bronquiais. O paciente luta para
eliminar a fleuma de seus pulmões através da
tosse, mas conseqüentemente à constrição dos
tubos, ele é incapaz de eliminá-la. Portanto, o
paciente sofre de um desconforto agonizante.
Algumas espécies de bananas verdes cruas são,
no entanto, exceções. Elas podem ser ingeridas
como vegetais sem produzir maiores problemas.

 Bebidas frias e sucos de frutas ácidas
       Para a pessoa saudável, bebidas frias,
sorvetes e sucos de frutas são refrescantes e
nutritivos. Mas para os asmáticos, estes produtos
causam muito sofrimento por causa de sua
propriedade de produzir inflamações e constrição
dos tubos bronquiais. Isto se deve à supressão
do poder digestivo e metabólico produzido por
estes produtos, resultando na formação de mais
ama (produtos derivados da digestão e do
metabolismo inadequados). O paciente deve,
portanto, evitar absolutamente as bebidas frias, o
sorvete e o suco de frutas, particularmente o suco
de frutas cítricas, se ele quiser ser curado da
asma.




                                               25
Paz mental, condição imprescindível

       Os processos de digestão e metabolismo
são intimamente relacionados com as atividades
mentais. Qualquer forma de tensão mental –
ansiedade, preocupação, medo e stress
emocional – afeta tanto a digestão como o
metabolismo. Este fator, no atual estado da
sociedade civilizada, é geralmente ignorado. As
pessoas são levadas a acreditar que a mente é
inteiramente diferente do corpo, e isto não é
correto. Quase todos os pacientes com asma –
mesmo pacientes jovens – sofrem de tensão
mental e stress emocional. A causa exata do
stress e da tensão deve ser localizada e
removida. A falha na remoção destes fatores
resultará em que o paciente viverá com crises de
asma, seguidas por períodos de supressão dos
sintomas sob a ação de broncodilatadores.
Muitos métodos descritos no yoga ajudam a
manter a tranqüilidade mental. O melhor método
talvez seja o pranayama que é geralmente e
erroneamente      traduzido  como     “exercícios
respiratórios”. No pranayama, a pessoa inala,
retém o ar e exala na razão 1 : 2 : 4, ou seja, o
tempo de inalação deve ser 1, o tempo para reter
o ar é 2 e o tempo para exalação deve ser de 4.

26
Esta é a regra geralmente seguida. Há, no
entanto, muitas exceções que podem ser
aprendidas de um yogi experiente. Dependendo
do vigor do paciente, isto por ser feito por um,
dois e quatro minutos ou por dois, quatro e oito
minutos. Durante este processo, no qual cada
etapa é conhecida na terminologia yogi como
puraka, kumbhaka e recaka pranayama, a mente
do paciente deve concentrar-se em um
determinado ponto do corpo, de preferência
próximo ao coração e ele deve tentar evitar
qualquer distração da mente. Se isto é praticado
regularmente, depois que os intestinos estiverem
limpos e o estômago estiver vazio, duas a três
vezes por dia, proporcionar-se-á imensa
tranqüilidade     mental   para    o    paciente,
possibilitando-o a dominar o stress e a tensão e
portanto combater as crises de asma com
sucesso. Há muitos outros métodos de praticar
pranayama mas este método simples é um
complemento muito bom para a medicação e
dietas prescritas para asmáticos.

Regras dietéticas

     Além de saber o que deve comer, é
importante para um asmático saber como e
quando ele deve comer. A civilização de hoje tem
tornado a vida do homem muito mecânica. Ele

                                               27
come e bebe em intervalos irregulares. Os
horários de refeição não são fixos. Algumas
vezes, por causa da pressão do trabalho, ele é
incapaz de ingerir suas refeições nos horários
certos; outras vezes, por causa de suas
obrigações sociais, ele precisa comer e beber
mesmo que não queira. Alimentos na forma de
aperitivos e bebidas são consumidos a toda hora,
independente do momento ou da ocasião. Isto é
muito     prejudicial, mesmo     para     pessoas
saudáveis. Para asmáticos, refeições irregulares
e aperitivos devem ser estritamente proibidos.
      A forma como o paciente se alimenta é
igualmente importante. Na mesa de jantar, onde
toda a família supostamente se alimenta junto,
particularmente durante o café da manhã e o
jantar, uma atmosfera de paz raramente
prevalece. O local onde as refeições são feitas é
geralmente um palco de discussões no mundo
todo, variando da política aos crimes sociais.
Estas discussões afetam tanto os participantes da
discussão como os não participantes, por causa
do efeito que produz na mente. A digestão e os
processos metabólicos são seriamente afetados.
Isto é responsável por muitas doenças humanas.
Portanto, uma pessoa saudável e muito mais
aquela que sofre de asma, deve sempre tentar
manter uma atmosfera pacífica na mesa de
jantar. É melhor comer silenciosamente e deixar

28
algum tempo livre para discussões com amigos e
familiares sobre assuntos de negócios e
problemas sociais ou domésticos.
      A televisão, o rádio e o telefone têm
agravado este problema. É costume assistir
televisão ou ouvir o rádio e atender o telefone
enquanto se alimenta. A sala de jantar deve estar
absolutamente livre destes aparelhos. Os
pacientes que sofrem de asma devem evitar este
costume radicalmente e organizar-se para
atender aos chamados telefônicos apenas depois
que a refeição tenha terminado.

Uso regular de drogas preventivas

      Como foi descrito anteriormente, o estado
harmonioso dos três doshas, denominados vayu,
pitta e kapha, sofre algumas alterações durante
as diferentes estações do ano, durante diferentes
horas do dia e da noite, durante as diferentes
fases da vida e também durante os diferentes
estágios do processo digestivo do alimento. Se
estes distúrbios são conservados dentro de
certos limites, o corpo tem o poder de restaurar a
normalidade sem qualquer dificuldade. Mas,
quando isto excede um certo limite, o paciente
sofre de vários tipos de doenças. Para conservar
estes     três   doshas    em    uma     condição
adequadamente harmoniosa, é necessário utilizar

                                               29
algumas plantas medicinais ou especiarias
regularmente, juntamente com diferentes veículos
nas diferentes estações do ano. Uma destas
plantas é haritaki (Terminalia chebula). A forma
de administrar esta erva nas diferentes estações
está descrita na seção das monografias
destinada à ela. O uso regular de haritaki é muito
útil para pessoas normais em geral e para
asmáticos em particular.

 Açafrão – uma panacéia universal
       Como já descrito, a alergia representa um
papel      importante    na    causa     e     no
desencadeamento das crises de asma (apesar de
ser considerada um fator causal secundário pelo
Ayurveda). A asma, geralmente, tem início ou
está associada à rinite ou inflamação, assim
como congestão da membrana mucosa do nariz.
O paciente tem alguns acessos de espirros e
conseqüentemente, o nariz escorre e os olhos
lacrimejam. Este problema se difunde para a
garganta e depois para os tubos bronquiais,
causando a asma. O açafrão age tanto como
curativo como preventivo para esta doença.
       Como preventivo, o paciente pode usar,
regularmente, uma colher de chá do pó de
açafrão misturada com duas colheres de chá de
mel, duas vezes ao dia, em jejum. Ele pode
utilizar também, uma colher de chá de açafrão,

30
misturada com uma xícara de leite morno, duas
vezes ao dia. Se for usado antes ou no início de
um problema nasal, a crise pode ser evitada.
      Usar o açafrão desta mesma maneira
durante uma crise reduzirá a intensidade ou o
caráter agudo da crise e o alívio virá mais
rapidamente.

 Dieta e bebidas
      Como já foi discutido, o paciente deve
ingerir uma dieta muito leve, especialmente à
noite. Ele deve evitar o arroz e em seu lugar usar
o trigo. A farinha de trigo refinada, no entanto,
não é aconselhável pois torna-se um pouco
constipante. Pacientes asmáticos devem comer
pão com farinha integral, milho, jawar (Sorghum
vulgare)2 e bajra (Pennisetum glaucum)3 que são
muito úteis. Coalhadas devem ser evitadas.
Alimentos fritos devem ser afastados. Bananas
maduras, laranjas, limões, bebidas frias, suco de
frutas azedas, frutas azedas e picles não devem
ser ingeridos. Vegetais constipantes como
batatas, arbi (colocasia)4 e legumes de diferentes
2   Sorghum vulgare, Pers., conhecido popularmente como
“maçambará”, “milho da guiné”, “sorgo de espiga”, “milho-zaburro”.
3 Pennisetum glaucum, R.Br., conhecido popularmente como “capim-

tinga”, “capitinga”, “rabo-de-raposa”.
4 Colocasia esculenta é um vegetal folhoso comestível, na Índia, após

preparo com técnicas adequadas.

                                                                  31
tipos são prejudiciais para o paciente. Carne
branca, carne vermelha e peixe em pequenas
quantidades podem ser ingeridos; peixes do mar
e ovos devem ser evitados. Alho, gengibre, assa-
fétida, sementes de cominho, açafrão, Piper
longum, pimenta preta, cardamomo, canela e
cravo-da-índia são recomendados. O leite de
vaca é preferível ao leite de búfala. O leite de
cabra é muito útil para asmáticos. Meia colher de
chá de Piper longum ou de gengibre adicionada
ao leite, ao chá ou ao café antes de ferver ou
coar também é aconselhável.
      Bebidas alcoólicas podem ser utilizadas
com moderação, mas o gelo deve ser evitado e
as bebidas devem ser copiosamente diluídas.
Como já foi citado, a coalhada e o iogurte devem
ser estritamente evitados.
      A exposição ao vento frio, chuvas, poeira e
fumaça deve ser evitada. Dentre os vegetais, o
espinafre, a melancia-da-Ásia, a abóbora, uma
espécie de banana verde e o mamão papaia
verde ou maduro são recomendados. O paciente
deve fazer exercícios leves preferencialmente
aqueles prescritos no yoga.

 Medicamentos
      Na próxima seção, onze plantas medicinais
selecionadas são descritas com especial
referência às suas propriedades antiasmáticas.

32
Elas têm sido empregadas na Índia e em seus
países vizinhos há milhares de anos. Hoje, os
médicos ayurvédicos usam estas plantas e suas
preparações com sucesso considerável e sem
quaisquer efeitos adversos. Não são apenas
estas as drogas antiasmáticas no arsenal do
Ayurveda.      Foram      escolhidas      e    são
recomendadas aqui por sua popularidade e
excelência terapêutica. Há uma explicação
racional com relação ao modo de ação destas
drogas sobre o corpo do paciente na cura de
diferentes tipos de asma. Tais detalhes foram
evitados aqui intencionalmente tendo em vista a
necessidade de manter este volume com um
número reduzido de páginas.
      Muitas preparações compostas destas
ervas são descritas nos clássicos ayurvédicos e
comercializadas por um grande número de
fabricantes. Para complementar o efeito destas
drogas, para torná-las mais saborosas, para
tornar seus efeitos multidimensionais e para
aumentar sua validade, muitas outras drogas são
adicionadas e as preparações são feitas de
acordo com diferentes processos farmacêuticos.
Diferentemente da medicina moderna, nestas
preparações compostas nenhuma substância
química sintética é adicionada. Apenas simples
extratos ou a planta bruta são utilizados. Algumas


                                               33
preparações compostas importantes estão
citadas no final de cada monografia deste livro.
       Os pacientes podem usar estas plantas e
suas preparações com segurança segundo as
linhas sugeridas nestas monografias. Elas não
pretendem simplesmente dar alívio aos sinais e
sintomas manifestados pela asma e pela
bronquite, mas também produzem bons efeitos
sobre o cérebro para finalmente arrancar pela raiz
tais doenças. Todas as formulações possuem
uma larga margem de segurança e mesmo se
consumidas em doses mais elevadas do que as
prescritas para propósitos terapêuticos, não
podem produzir efeitos adversos. Ao invés de
efeitos colaterais tóxicos, estas drogas produzem
efeitos colaterais benéficos. Elas podem ser
utilizadas por pessoas saudáveis e por pacientes.
Em pessoas saudáveis, estas plantas previnem a
ocorrência destas doenças. Em pessoas doentes,
curam as doenças e tornam o corpo imune a
ataques futuros pelas mesmas.
       Estas plantas possuem muitos outros
efeitos terapêuticos. Mas para não nos
afastarmos demais do contexto, apenas as
propriedades que agem contra a asma e a
bronquite foram descritas com alguns detalhes,
deixando outros aspectos destas ervas apenas
citados.


34
Uma vez que não produzem efeitos
adversos, não há um prazo fixado para o curso
do tratamento com estes fitoterápicos para asma
e bronquite. Elas podem ser empregadas
seguramente até que o paciente se torne
absolutamente livre das doenças e mesmo
durante alguns dias após, para prevenir sua
recorrência.    Todas     estas      drogas    agem
principalmente no sítio original da asma, ou seja,
o estômago e os intestinos. Eles agem
simultaneamente corrigindo os canais de
circulação, auxiliando na remoção de produtos
residuais do corpo e corrigindo o sítio de
manifestação da doença, ou seja, os pulmões.
Todas      estas    plantas      possuem      efeitos
antialérgicos e são broncodilatadoras. Todas elas
liqüefazem o muco e reduzem o acúmulo de
fleuma nos brônquios, ajudando assim na
expectoração. Seu efeito remove o processo
inflamatório dos brônquios, promove a circulação
nos alvéolos e tonificam a musculatura dos
pulmões. Portanto, mesmo em pessoas mais
velhas, que já apresentam enfisema e
bronquiectasias,     estas      plantas    produzem
considerável alívio; e se utilizadas por um período
prolongado,      podem      ainda      curar   estas
deformidades físicas.



                                                  35
FITOTERÁPICOS


Adhatoda vasica (Vasaka)

     Sinônimos
     Árabe: Adhatudah; Bengali: Bakas, Vasaka;
Butanês: Ba sa ka; Birmanês: Mesan-bin; Inglês:
Malabar nut; Francês: Noyer de malabar,
Carmantine; Alemão: Malabaris chenuss; Hindi:
Adalsa, Arusa; Italiano: Justicia arbonescente;
Nepalês: Alesi, Kath; Persa: Bansa; Sânscrito:
Simhaparni, Vasaka, Vasa, Singalês: Agaladara,
Waranala; Urdu: Arusa.

      Partes utilizadas
      A planta inteira, inclusive suas folhas, flores
e raiz são utilizadas na medicina.

     Habitat
     Cresce espontaneamente nos vales e áreas
montanhosas das regiões tropicais e subtropicais.
Também cresce como cerca viva.


36
Adhatoda vasica (Vasaka)


                           37
Descrição
      É uma planta cerrada com cerca de 1,2 a
1,8 m. de altura. As folhas são largas,
pontiagudas na extremidade, lisas na face
anterior, ligeiramente ásperas na face posterior e
de coloração verde amarelada ou verde escura.
As flores são brancas, violetas ou cor-de-rosa. As
pétalas são arranjadas de tal maneira que as
flores se assemelham a boca de um leão, sendo
por isso conhecida como simha mukhi (simha =
leão, mukhi = face). As flores aparecem
geralmente durante os meses de outubro a
novembro5.

      Usos terapêuticos
      A planta liqüefaz a fleuma ou muco, ajuda a
remover este muco do pulmão e facilita a
respiração. É, portanto, muito utilizada no
tratamento da tosse e da asma. É administrada
também      no    tratamento     de   hemorróidas
(sangramentos), icterícia, febre, vômitos, doenças
da pele, constipação, tuberculose, doenças
urinárias e sangramentos por diferentes partes do
corpo, especialmente menorragia.

      Método de preparação e modo de usar

5Outubro e Novembro correspondem ao segundo mês do Outono no
calendário Hindu.

38
Vasaka (Adhatoda vasica) é utilizada na
forma de pasta, suco, pó, decocção, xarope,
ghee6 medicinal (ghrta) e vinho medicinal (arista).
Como suas folhas não são suculentas, deve ser
adicionado na preparação da pasta ou do suco
um pouco de água.
      As folhas devem ser colocadas a secar na
sombra antes de serem transformadas em pó; a
exposição ao sol durante a secagem reduz sua
eficácia terapêutica. Como é amarga, é
aconselhável o uso da pasta, do suco ou do pó
desta planta juntamente com mel. Para obter
melhores resultados em casos de tosse e
sintomas da asma, o pó de Piper longum (2 g.) ou
o suco de gengibre (2 ml.) devem ser
adicionados.

     Dose
     Pasta, suco ou pó: Uma colher de chá (5 ml.
ou 5 g.), três vezes ao dia, com igual quantidade
de mel ou açúcar é a dose recomendada.



6N. do T.: Manteiga purificada. Na sua preparação, a manteiga de leite
de vaca é colocada em uma panela e aquecida em fogo brando até
que se derreta. A manteiga é coada em um pano fino (tipo musselina)
e a parte branca é assim separada da manteiga. Esta manteiga
purificada pode ser utilizada normalmente na culinária ou nas
preparações medicinais.

                                                                   39
Decocção: Uma colher de sopa (15 ml.),
três vezes ao dia, com uma colher de chá (5 g.)
de açúcar.
      Estas     preparações     podem       ser
administradas    seguramente    por   períodos
prolongados, tanto para adultos como para
crianças.

     Preparações
     1. Vasavaleha
     2. Vasaghrta
     3. Vasakarista

     Nota
     Como seu sabor é amargo, a planta pode
causar náuseas. Portanto, uma pequena
quantidade de mel pode ser adicionado como
descrito acima.




40
Clerodendrum serratum (Bhargi)




                                 41
Clerodendrum serratum (Bhargi)


    Sinônimos
    Bengali: Vaman hati; Birmanês: Baikyo,
Bebya; Hindi: Barangi, Bharangi; Nepalês:
Andekhi. Chua; Sânscrito: Bharngi; Singalês:
Kenhenda; Urdu: Bharangi.

      Partes utilizadas
      A raiz, a casca do caule e as folhas desta
planta são utilizadas como medicamento.

     Habitat
     Bhargi (Clerodendrum serratum) cresce
espontaneamente nas florestas tropicais. Às
vezes, é cultivada em jardins para fins
ornamentais.

       Descrição
       O arbusto possui 2 a 3 m. de altura, com
ramos quadrangulares. Suas folhas são elípticas
com extremidades pontiagudas. Sua borda é
serrilhada. A folha possui 12 a 15 cm. de
comprimento por 5 a 6 cm. de largura. As flores

42
são numerosas, azul-escuras e púrpuras e
possuem uma penugem.

      Usos terapêuticos
      Bhargi   (Clerodendrum       serratum)   é
extensivamente utilizada no tratamento da tosse,
da asma e infecções catarrais dos pulmões. É útil
também no tratamento de distúrbios gástricos,
infecções    parasitárias,    febres,    tumores,
inflamações,      soluços,        emagrecimento,
tuberculose, epilepsia, febres e sensação de
queimação.

      Método de preparação e modo de usar
      O pó preparado com as folhas da bhargi
(Clerodendrum       serratum)     é     aplicado
externamente no tratamento de ulcerações e
feridas. Internamente, é utilizada na forma de
pasta, suco, pó, decocção e xarope.
      Pasta
      A folha, a raiz ou a casca do caule são
coletados, lavados e depois transformados em
pasta através da adição de um pouco de água.
Esta pasta é aplicada externamente sobre lesões
e internamente, para asma e bronquite. A pasta
também é aplicada sobre nódulos tuberculosos.
      Suco
      O suco é geralmente extraído de folhas
verdes frescas. As folhas devem ser embebidas

                                               43
em água por algum tempo e transformadas em
pasta adicionando-se um pouco mais de água. É
coada através de um pano para extrair o suco.
Este suco também pode ser utilizado
externamente        para    bronquite,     asma,
emagrecimento, tuberculose e epilepsia.
      Pó
      A raiz e a casca do caule são geralmente
administradas na forma de pó. São colocadas
para secar totalmente e depois são trituradas até
formarem um pó com auxílio de um pilão. Este pó
é utilizado extensivamente no tratamento da
bronquite, da asma e das febres.
      Decocção
      A decocção é preparada a partir da raiz ou
da casca do caule que são trituradas até se
transformarem em um pó áspero. Uma colher de
chá deste pó é fervido em duas xícaras de água e
reduzidas a um quarto da quantidade inicial. A
decocção é coada e as partículas do pó são
desprezadas. Esta decocção é um potente
expectorante e broncodilatador.
      Xarope
      Uma igual quantidade de açúcar e o dobro
da quantidade de água são adicionados ao pó da
raiz e da casca do caule e fervidos em fogo
moderado até a consistência de um xarope. A
esta mistura, adiciona-se 5 % de cravos-da-índia,
cardamomo, noz moscada, canela, Piper longum,

44
gengibre e pimenta preta. Este xarope é
geralmente administrado no tratamento da
bronquite crônica e da asma crônica com
bronquite e enfisema.

      Dose
      Pasta: Uma colher de chá (5 g.), três vezes
ao dia, com mel.
      Suco: Duas colheres de chá (10 ml.), três
vezes ao dia, com mel, açúcar ou açúcar
mascavado indiano.
      Pó: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao
dia, com mel.
      Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
duas vezes ao dia, em jejum, com mel, açúcar ou
açúcar mascavado indiano.
      Xarope: Duas colheres de chá (10 ml.),
duas vezes ao dia, com mel.

     Preparações
     1. Bharngyadi kvatha
     2. Bhargi guda
     3. Bhargyavaleha




                                               45
Curcuma longa (Haridra)




46
Curcuma longa (Haridra)


     Sinônimos

      Árabe: Aquid hindi, Kurkum; Bengali: Halud,
Haldi, Pitras; Birmanês: Hsan wen, Tanun; Inglês:
Turmeric; Francês: Curcuma, Safrandes indes;
Alemão: Bilburir Zei; Hindi: Haldi; Italiano:
Curcuma lunga; Malaio: Kooneit; Nepalês: Kalo
haledo; Persa: Dar-adi; Sânscrito: Haridra, Rajani,
Nisha; Singalês: Kaha; Urdu: Halodi; Português:
Açafrão.

     Parte utilizada

     O rizoma é utilizado como medicamento.

     Habitat

     Haridra (Curcuma longa) é cultivada em
todas as regiões tropicais.




                                                47
Descrição

      É uma erva comum, cerca de 60 cm. de
altura com folhas largas e alongadas. As flores
aparecem na estação chuvosa.

     Usos terapêuticos

       Externamente, é utilizada no tratamento de
escabiose, pruridos, lesões bolhosas, abscessos
e doenças oculares. Internamente, é utilizada no
tratamento da asma, da tosse, do resfriado, da
febre (especialmente para mães no período pós-
parto), doenças crônicas de pele, urticária,
icterícia, constipação e infestação parasitária. É
freqüentemente utilizada como um suplemento
alimentar e invariavelmente adicionado ao pó de
curry.

     Método de preparação e modo de usar

      Para uso externo, o rizoma desta planta é
seco e triturado até se transformar em pó. Uma
pasta é preparada pela trituração deste pó com
um pouco de água. Esta pasta de açafrão é
aplicada externamente e friccionada sobre a pele
afetada. Para se obter melhores resultados,
folhas de neem (Azadirachta indica) são
adicionadas com o açafrão, em quantidades

48
iguais, e ambos são triturados até formarem uma
pasta. Se a pele é seca, um pouco de óleo de
mostarda é adicionado à pasta antes da
aplicação. Nos casos de secreções oculares, uma
colher de chá de açafrão em pó é adicionada a
uma xícara de água, misturados bem e a solução
é filtrada através de um tecido fino tipo musselina.
Esta água é aplicada nos olhos com um conta-
gotas.
        A pasta e o pó de açafrão são
administrados internamente. Como possuem
sabor amargo, é melhor que seja adicionada uma
pequena quantidade de açúcar, mel ou açúcar
mascavado indiano. No tratamento da asma e da
bronquite, são administrados com mel e suco de
gengibre. A adição da pasta ou do pó de Piper
longum (um quarto da quantidade) aumenta sua
propriedades broncodilatadoras e expectorantes.
        Na asma e na bronquite crônica associada
à eosinofilia, o pó de açafrão é aquecido em uma
panela com uma pequena quantidade de
manteiga de leite de vaca ou ghee. O pó deve
tornar-se um pouco marrom, mas não deve torrar.
Este pó torrado é conservado em um recipiente
hermeticamente fechado e administrado ao
paciente nas doses recomendadas.




                                                 49
Dose
      Pasta e pó: Uma colher de chá (5 g.), três
vezes ao dia. Este pó deve ser misturado com
leite morno ou com água morna. Pode ser
adicionado um pouco de açúcar.
      Pó torrado de açafrão: Uma colher de chá
(5 g.), três vezes ao dia, com água quente ou
mel.

     Preparação
     1. Haridra khanda




50
Ephedra vulgaris (Somalata)




                              51
Ephedra vulgaris (Somalata)

     Sinônimos
     Inglês: Ephedra; Chinês:        Ma    Huang;
Japonês: Ma-oh, Mupen.

     Partes utilizadas
     A planta inteira é utilizada na medicina.

       Habitat
       Cresce em regiões secas, temperadas e
alpinas das montanhas do Himalaia, a uma
altitude de 2100 a 4800 m.

      Descrição
      Somalata (Ephedra vulgaris) é um arbusto
quase ereto, de tamanho variável, mas não
excedendo algumas polegadas. Seus ramos
estão dispostos em espirais e são de coloração
verde-escura, de formato cilíndrico, estriados e
freqüentemente curvados. Os frutos são ovóides,
vermelhos, doces e comestíveis. Os rizomas são
largos e do tamanho de uma bola de futebol.



52
Usos terapêuticos
      É geralmente utilizada no tratamento da
asma e da bronquite. É administrada no
tratamento da rinite, do resfriado, da sinusite e da
febre do feno.

       Método de preparação e modo de usar
       Somalata (Ephedra vulgaris) é geralmente
administrado na forma de pó, decocção ou chá.
Para preparar a decocção, adiciona-se uma
colher de chá do pó a uma xícara de água,
fervida e reduzida a um quarto da quantidade
inicial. A solução é coada, os resíduos são
desprezados e a decocção é utilizada na
medicina.
       O chá de somalata é preparado
derramando-se água fervida sobre meia colher de
chá do pó e meia colher de chá das folhas.
Adiciona-se a este líquido, leite e açúcar, de
acordo com a preferência do paciente.
       Uma colher de chá do pó é adicionada a
uma xícara de leite e quatro xícaras de água. A
solução é fervida até que se reduza a um quarto
da quantidade inicial. Os resíduos são
desprezados depois de coados e o leite fervido é
administrado ao paciente com um pouco de
açúcar.


                                                 53
A decocção, segundo o método de
preparação     descrito    acima,    pode     ser
posteriormente fervida em fogo lento. Quando
tornar-se semi-sólida, o recipiente é retirado do
fogo e exposto ao sol para que um pouco mais de
água se evapore. Desta pasta semi-sólida são
preparadas pílulas de 250 mg. cada.

      Dose
      Pó: Meia colher de chá, três vezes ao dia,
misturado com mel.
      Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
três vezes ao dia, com um pouco de açúcar.
      Preparação láctea: Uma xícara, três vezes
ao dia.
      Pílulas: Duas pílulas, três vezes ao dia, com
qualquer bebida quente.

     Preparação
     1. Somalatadi curna
     2. Somalata ghana vati




54
Inula racemosa (Puskara mula)


                                55
Inula racemosa (Puskara mula)


     Sinônimos

      Árabe: Rasan, Zanjabileshami, Kust;
Bengali: Pushker mula; Butanês: Ru ta; Inglês:
Urris root; Francês: Lis sauvage, Flambe, Costus
elegant; Alemão: Blarweiris, Deutsche lisch,
Practige kostwurz; Hindi: Pohkaramula; Italiano:
Azurro, Iride ralvatica; Persa: Gharsa, Pilgush;
Nepalês:      Kudh;    Sânscrito:   Puskaramula,
Pauskara; Singalês: Godanahanela; Urdu: Rasan.

     Parte utilizada

     A raiz    é   utilizada   nas   preparações
medicinais.

     Habitat

       Puskara mula (Inula racemosa) cresce nos
declives úmidos do norte do Himalaia, em uma
altitude de 2.500 a 3.000 m. Também é cultivada.


56
Descrição

      É um arbusto ereto, erva perene de 1 a 2 m.
de altura. A raiz é grande e cresce até 60 cm. de
comprimento, possuindo um odor penetrante
característico. As flores e as frutas aparecem no
Outono.

     Usos terapêuticos

      Externamente, é utilizada no tratamento de
luxações e contusões.
      Internamente, é empregada no tratamento
de tosse, asma, ulceração na garganta e faringite.
É administrada também no tratamento das
doenças de pele, doenças do coração, doenças
do fígado, resfriados, mal-estar, febre e
convulsões.

     Modo de usar

       O pó ou a pasta feitos da raiz são aplicados
externamente para o tratamento das contusões.
       A raiz desta planta é empregada
internamente na forma de pó ou como chá. É
ligeiramente amarga e penetrante no sabor.
Portanto, pequenas quantidades de açúcar
mascavado indiano, açúcar ou mel podem ser
adicionadas antes da administração.

                                                57
Dose

      Pó: Uma grama, três vezes ao dia.
      Chá: Meia colher de chá (2,5 g.) do pó deve
ser adicionada a uma xícara de água, três vezes
ao dia, com leite e açúcar a gosto.

     Preparação

     1. Puskaramuladi curna
     2. Puskaradi curna




58
Piper longum (Pippali)




                         59
Piper longum (Pippali)


     Sinônimos
     Árabe: Darjilfil, Erqedh dhahab; Bengali:
Piplamul, Pipli; Butanês: Pi pi lin; Birmanês:
Peikchin, Peik-khyen; Inglês: Long Pepper;
Francês: Poivre long; Alemão: Langer Pfeffer;
Grego: Peperimakron; Hindi: Pipal, Pipar; Italiano:
Pepe lungo, Alberodelpepe; Nepalês: Pipal,
Piplamol; Persa: Pilpil, Pipal; Singalês: Tippili;
Sânscrito: Pippali, Capala, Krsna; Urdu: Pipul.

     Partes utilizadas
     A fruta e a raiz são utilizadas na medicina.

      Habitat
      Pippali (Piper longum) cresce naturalmente
nos vales montanhosos e nas áreas costeiras das
regiões tropicais e subtropicais. É também
cultivada em algumas destas áreas.

     Descrição
     Pippali (Piper longum) é uma trepadeira
delgada, aromática, com raízes lenhosas

60
perenes. Os frutos são ovóides, alaranjados
(marrom escuros quando secos) e encaixados em
espinhos carnosos. Os espinhos que são
vendidos nos mercados são geralmente colhidos
em Janeiro7. Na variedade selvagem, as flores
aparecem na estação chuvosa e as frutas no
Outono. Tanto a variedade cultivada como a
selvagem são empregadas na medicina. Suas
raízes, também utilizadas em medicamentos, são
denominadas pippali mula.

       Usos terapêuticos
       É empregada no tratamento da tosse,
resfriado, asma, amigdalite e faringite. É utilizada
também no tratamento das náuseas, distúrbios
menstruais, gota, epilepsia, flatulência, dor em
cólica, doenças do baço e do fígado, cefaléia,
insônia e tuberculose.

      Modo de administração
      Geralmente, a fruta seca juntamente com os
espinhos são utilizados na forma de pó ou de
pasta. Este pó também é utilizado na preparação
da decocção e do chá. Na preparação do chá,
adiciona-se uma colher de chá do pó (5 g.) a uma
xícara de água fervente.


7   Final do Inverno no calendário Hindu.

                                                 61
Seu sabor é penetrante, portanto, um pouco
de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel é
adicionado ao pó ou à pasta para torná-lo mais
saborosos.
      O pó é fervido com leite ou então
adicionado ao chá comum e ingerido.
      Para cefaléia e insônia, a raiz é
administrada na forma de pó.

 Pippali Rasayana
      Pippali (Piper longum) é administrado para
promover o rejuvenescimento do corpo,
especialmente de pacientes que sofrem de asma
crônica com enfisema e bronquiectasia, além de
ser utilizado também em casos de tuberculose.
Muitos métodos são seguidos pelos médicos na
prática da terapia de rejuvenescimento. Pippali
também é processada de diferentes maneiras.
Mas é comumente utilizada em forma de pó e
administrada juntamente com leite ou açúcar. Na
terapia de rejuvenescimento, uma variedade
menor da pippali é utilizada por ser mais
benéfica.    Cinco     frutas  da    pippali  são
administradas no primeiro dia. Depois, a
quantidade é aumentada em mais cinco frutas a
cada dia, até o décimo dia. Depois do décimo dia,
quando o paciente estará ingerindo 50 frutas,
diminui-se 5 frutas a cada dia, por mais dez dias.
O tratamento dura vinte dias e, no total, o

62
paciente terá consumido 500 frutas de pippali.
Esta terapia pode ser repetida duas a três vezes
com um intervalo de dez dias entre cada uma.

     Dose
     Pó ou pasta da fruta e espinhos: Uma
colher de chá (5 g.), três vezes ao dia.
     Chá: Uma xícara, três vezes ao dia, com
açúcar e leite de acordo com a preferência. Uma
colher de chá (5 g.) do pó pode ser adicionada ao
chá comum e ingerido três vezes ao dia.
     Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
três vezes ao dia, com um pouco de açúcar
mascavado indiano ou açúcar, para melhorar o
sabor.
     Pó da raiz: Uma colher de chá (5 g.), três
vezes ao dia, com açúcar mascavado indiano.

     Preparações
     1. Pippali khanda
     2. Pippalyasava
     3. Kanadi curna
     4. Vyosadi vati
     5. Catuhsasti prahari pippali




                                              63
Rhus succedanea (Karkata srngi)




64
Rhus succedanea (Karkata srngi)


      Sinônimos
      Inglês: Galls, Crab’s claw; Japan’s wax tree;
Hindi: Kakra singi, Kakarsing; Nepalês: Ranivalai;
Sânscrito: Karkata srngi.

     Parte utilizada
     As    vesículas     são    utilizadas   como
medicamento.

      Habitat
      Karkata srngi (Rhus succedanea) cresce
espontaneamente no Himalaia em altitude de 600
a 2.500 m.

     Descrição
     É um arbusto ou pode chegar a uma árvore
de 15 m. de altura. A casca é fina, escura e
áspera. As folhas amontoam-se no final dos
ramos. Vesículas semelhantes a chifres são
formadas por certos insetos sobre seus ramos.
Estas vesículas são geralmente utilizadas na

                                                65
medicina tradicional. A cera coletada da fruta e
das vesículas desta árvore também é
extensamente comercializada.

      Usos terapêuticos
      As vesículas são úteis na asma, tosse e
tuberculose. Também são administradas na
diarréia, disenteria, perda de apetite, irritação
gástrica, febre, sangramento das gengivas e
vômitos. Externamente, elas são empregadas no
tratamento da psoríase e do eczema. Estas
vesículas são especialmente utilizadas para o
tratamento da bronquite, asma e diarréia em
crianças.

      Método de preparação e modo de usar
      É aplicada externamente na forma de pasta
no tratamento de eczemas e psoríase. Para sua
preparação, o pó das vesículas é adicionado a
um pouco de água e triturado.
      Internamente, é administrado na forma de
pó ou decocção. Na preparação da decocção,
uma colher de chá do pó das vesículas (15 g.) é
adicionada a duas xícaras de água e a solução é
fervida até que permaneça apenas um quarto da
quantidade inicial.




66
Dose
      Pó: 1 a 2 g., três vezes ao dia, com 1 a 2
colheres de chá de mel. Para as crianças,
administra-se uma dose de 250 mg., três vezes
ao dia, com mel ou leite.
      Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
três vezes ao dia.

     Preparações
     1. Srngyadi curna
     2. Karkatadi curna
     3. Bala caturbhadra




                                              67
Solanum xanthocarpum (Kantakari)


68
Solanum xanthocarpum
(Kantakari)


      Sinônimos
      Árabe: Badankare, Badanjankare; Bengali:
Kantakari; Butanês: Kanta kari; Inglês: Yellow
berried nightshade; Hindi: Kateri, Katai; Italiano:
Bondue, Niceheri; Nepalês: Kantakari; Persa:
Badanaganedashti;         Sânscrito:      Kantakari,
Kantakini,   Bahukanta;       Singalês:    Ellabattu,
Kattuvelbattu; Urdu: Katilla, Bhakkatiya.

     Partes utilizadas
     Toda    a    planta     é    utilizada    como
medicamento.

      Habitat
      Cresce nas florestas e terras secas das
regiões tropicais e subtropicais.

      Descrição
      Kantakari (Solanum xanthocarpum) é uma
erva espinhosa com cerca de 30 cm. de altura. As
folhas são ovais com margens irregulares e

                                                  69
espinhos no face dorsal. As flores são geralmente
azuis e ocasionalmente brancas. As frutas são
arredondadas como pequenas beringelas, verdes
quando não maduras e amarelas depois que
amadurecem. As flores e as frutas aparecem no
verão.

       Usos terapêuticos
       É utilizada no tratamento da tosse e da
asma. É empregada também na febre, no
resfriado, doenças urinárias, vômitos, ulcerações
na garganta e dor de dente.

      Modo de administração
      A planta inteira é utilizada na forma de pó
ou decocção.
      Como seu sabor é amargo, pode ser
adicionado um pouco de açúcar mascavado
indiano, açúcar ou mel ao pó ou à decocção
antes de administrar.

     Dose
     Pó: 2 a 3 g., três vezes ao dia.
     Decocção: 30 ml., três vezes ao dia.

     Preparações
     1. Nidigdhikadi kvatha
     2. Vyaghri haritaki
     3. Kantakari panaka

70
Solanum indicum (Brhat)



                          71
Solanum indicum (Brhati)


      Sinônimos
      Bengali: Byakur, Gurkamai; Inglês: Indian
nightshade; Hindi: Barhanta, Barhata; Nepalês:
Bihi;   Persa:    Badengawejangali,   Ustargar;
Sânscrito: Brhati, Akranta, Vyaghri; Singalês:
Tibbatu; Urdu: Janglibingan.

     Partes utilizadas
     A planta inteira      é   utilizada   como
medicamento.

      Habitat
      Brhati (Solanum indicum) cresce nas
regiões tropicais e subtropicais em elevações de
1.500 m. de altitude.

      Descrição
      É uma erva espinhosa muito comum, com
cerca de 1,5 m. de altura. Seu tronco possui
muitos ramos, cheios de espinhos. As folhas são
largas; as flores são azuis e as frutas são
avermelhadas quando novas ou amarelo-escuras.
Estas frutas possuem 8 mm. de diâmetro. As

72
sementes são lisas e cheia de minúsculas
perfurações.

       Usos terapêuticos
       É utilizada no tratamento da asma e da
tosse. Sua raiz é carminativa (reduz gases
intestinais) e é expectorante. É empregada
também nos distúrbios urinários, na flatulência,
na rinite crônica e dor de dentes.

      Modo de administração
      É administrada tanto na forma de pó como
na forma de decocção. Para preparar a
decocção, uma colher de chá (5 g.) do pó é
fervido com duas xícaras de água até que a
quantidade inicial se reduza a um quarto.
      Como é amarga no sabor, o pó e a
decocção desta planta devem ser administrados
após adição de um pouco de açúcar mascavado
indiano, açúcar ou mel.

      Dose
      Pó: 2 a 3 g., três vezes ao dia.
      Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
três vezes ao dia.

     Preparações
     1. Brhatyadi kvatha
     2. Dasamularista

                                              73
Terminalia belerica (Bibhitaki)




74
Terminalia belerica         (Bibhitaki)


       Sinônimos
       Árabe: Balilag, Batilaj; Bengali: Bahera,
Buhuru; Birmanês: Bankha, Phanga; Inglês:
Belleric myrobalan, Bedda nuts; Francês: Beleric
myrobalan,     Badamie        belleric;  Alemão:
Myrobalanenbaum;       Hindi:   Bahera,   Bharla;
Italiano: Mirobalano; Nepalês: Barra; Persa:
Balela, Balilah; Sânscrito: Bibhitaka, Aksa,
Kalidruma; Singalês: Bulu, Bulugaha; Urdu:
Behera.

     Parte utilizada
     A raiz é utilizada como medicamento.

      Habitat
      Bibhitaki  (Terminalia     belerica)      é
naturalmente encontrada nas florestas tropicais e
subtropicais.

      Descrição
      É uma árvore com cerca de 18 a 20 m. de
altura. As folhas possuem 7,5 a 10 cm. de

                                               75
comprimento e de 5 a 8 cm. de largura. As frutas
possuem 2,5 cm. de comprimento. Elas possuem
uma casca peluda e marrom. A polpa é marrom
escura.

      Usos terapêuticos
      É utilizada no tratamento da bronquite,
amigdalite, faringite, laringite e asma brônquica. É
empregada também no tratamento das doenças
oculares, doenças dos cabelos, parasitoses,
cálculos no trato urinário, disenteria, constipação,
diarréia crônica, ulcerações, febre, doenças
urinárias, hemorróidas e picadas de escorpião.

      Método de preparação e modo de usar
      É administrada tanto internamente como
externamente. O pó de Bibhitaki (Terminalia
belerica) é derramado sobre as ulcerações e
lesões. Se houver secreção purulenta, esta é
lavada com a decocção da fruta. Internamente, é
empregada na forma de pó (preparado a partir da
polpa e do centro da semente), decocção e
xarope.
      Na forma de pó, é geralmente utilizado
juntamente com haritaki (Terminalia chebula) e
amalaki (Emblica officinalis). O nome da
associação destas três frutas é triphala. Para a
preparação de triphala, a mesma quantidade de


76
cada uma das polpas destas três frutas são
transformadas em pó e armazenadas.
       O interior da semente é removido,
quebrando-se sua casca dura, e depois é
transformado em pó. Este pó e o pó da polpa são
largamente utilizados no tratamento da bronquite
e da asma. Para potencializar seu efeito, a fruta é
torrada    sobre     carvão.    Quando      estiver
completamente torrada, a polpa é ralada e a
casca da semente é removida, quebrando-a.
Ambos, a polpa e o interior da semente, são
misturados, transformados em um pó e
administrados ao paciente com um pouco de mel.
       A decocção de bibhitaki (Terminalia
belerica) é preparada pela mistura de uma colher
de sopa do pó da polpa, juntamente com duas
xícaras de água. Esta solução é fervida até que
reste apenas um quarto da quantidade inicial. O
líquido é coado e os resíduos são desprezados.
O líquido deve ser esfriado e administrado ao
paciente com um pouco de mel ou açúcar
mascavado indiano para melhorar seu sabor
adstringente.
       O pó feito a partir da polpa da fruta e do
interior da semente é misturado com igual
quantidade de açúcar e o dobro da quantidade de
água. Esta mistura é fervida até que se
transforme em um xarope espesso. À esta
mistura, adicionam-se 5 % do pó de cada um dos

                                                77
seguintes      ingredientes:    cravos-da-índia,
cardamomo e noz moscada. Há muitos outros
tipos de xaropes aos quais bibhitaki (Terminalia
belerica) é adicionada. As formas mais
popularmente utilizadas são Cyavanaprasa e
Agastya rasayana.
      Esta fruta é muito utilizada em várias
preparações alcoólicas do tipo asavas e aristas,
juntamente com outras drogas. Uma preparação
muito popular é denominada Abhayarista.

      Doses
      Pó da polpa: Uma colher de chá (5 g.), três
vezes ao dia, com o dobro da quantidade de mel.
      Pó do interior da semente: 1 grama, três a
quatro vezes ao dia, com uma colher de chá de
mel.
      Pó torrado da polpa e da semente: Meia
colher de chá (2,5 g.), três vezes por dia, com
mel.
      Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
duas vezes ao dia, com açúcar mascavado
indiano, açúcar ou mel.
      Xarope: Uma colher de chá (5 ml.), duas a
três vezes ao dia, com qualquer bebida quente.
      Asava e arista: Seis colheres de chá (30
ml.), duas vezes ao dia, após a refeição, com
igual quantidade de água.


78
Terminalia chebula (Haritaki)




                                79
Terminalia chebula           (Haritaki)


       Sinônimos
       Árabe: Shagar, Shiirhindi; Birmanês:
Pangah; Inglês: Black myrobalan, Chebulic
myrobalan; Francês: Myrobalan chebula; Alemão:
Rispiger, Myrobalan enbaum; Hindi: Har, Harara;
Italiano: Mirobalano nero; Nepalês: Harra, Herro;
Sânscrito: Pathya, Abhaya, Vayasta, Amrta;
Singalês: Aalu, Aralu; Urdu: Haejarad; Português:
Mirobálano (polpa da fruta).

     Partes utilizadas
     A polpa da fruta é utilizada na medicina.

      Habitat
      Cresce espontaneamente em florestas
tropicais e subtropicais, em altitudes de 1.500 m.

     Descrição
     Haritaki (Terminalia chebula) é uma árvore
que cresce até 24 a 30 m. de altura. As folhas
possuem 7,5 a 20 cm. de comprimento e 5 a 10
cm. de largura com extremidades pontiagudas.

80
As frutas possuem 2,5 a 3 cm. de comprimento
com cinco sulcos na sua casca externa. A fruta
crua é verde e quando amadurecem tornam-se
amareladas. As frutas secas possuem as cores
amarela e marrom. As frutas amadurecem
durante os meses de Janeiro a Abril 8.

      Mitologia
      A literatura médica ayurvédica e tibetana
está repleta de mitos sobre a origem desta droga.
Alguns deles são narrados abaixo:
1. Sete gotas de néctar caíram na terra da boca
   de Vishnu ou, de acordo com alguns, da boca
   de Brahma dando origem a sete tipos de
   haritaki (Terminalia chebula).
2. Gotas de néctar caíram na terra da boca de
   Indra, das quais se originou haritaki.
3. Na literatura tibetana, as estórias acima
   mencionadas são descritas em detalhes: “Para
   o benefício das criaturas sencientes, a celestial
   Matisankari colheu um cacho da Vijaya azul,
   que se parecia com a cabeça de um cavalo.
   Ela ofereceu a planta à Manohari Devi, que era
   Siddha Devi e Nirmanakaya de Amrta, a deusa
   da medicina. Enquanto oferecia a planta ela
   disse, „Manohari Devi, por favor ouça-me. Este


8   Final do Inverno e começo da Primavera pelo calendário Hindu.

                                                                    81
é o ramo de Vijaya9, o melhor dos
     medicamentos, completo nos gunas10, belo e
     formoso. Eu a ofereço a você, Siddha11 Devi12,
     por dedicar-me seu amor. Por favor, aceite-a
     para o benefício das futuras gerações de seres
     sencientes. Eu lhe peço, plante esta semente
     de    oração.    Seu    fruto   maduro    será
     indubitavelmente     benéfico‟.   Concordando,
     Manohari Devi pegou a haritaki, permaneceu
     em Vajrasana13 na terra dos Bhâratas14 e
     ofereceu avahana, stuti15 e puja16 ao Jina
     prasara das dez direções. Ela também pediu ao
     guru e aos triratnas17 que tivessem compaixão
     e disse, „Estou motivada pela força da pureza,
     que é livre das decepções causadas por hetu18


9 Vijaya: Vitorioso, conquistador
10  Gunas: Atributos de uma matéria, ou características físicas e
farmacológicas.
11 Siddha: Sábio com alto grau de perfeição, que chegou em condição

quase divina.
12 Devi: “Deusa”, energia feminina de Shiva.
13 Vajrasana: Postura do lótus.
14 Bhâratas: Antigo nome da Índia.
15 Stuti: Louvor, cântico.
16 Puja: Oferenda, homenagem
17 Triratnas: as três jóias, Buda, o Dharma e a Shanga (a fonte do

conhecimento, a transmissão do conhecimento e aqueles que recebem
o conhecimento.)
18 Hetu: causas naturais ou físicas


82
e phala19. Permita que ela seja Siddhi20, de
   acordo com a oração pela força da verdade‟. E
   assim, haritaki começou sua existência.”
4. De acordo com Zhur-mkhar dharma-svami,
   citado no livro Shel-phreng, “na montanha de
   Gandhamardana, situada em direção ao leste
   de Varanasi, o deus da terra Lag-pa-che-po e a
   deusa da água Gtsang-chen (Brahmaputra)
   chegaram ambos à satisfação sexual,
   abraçando-se um ao outro, exteriorizou-se
   então o virya21 e arttava, que misturaram-se na
   terra. Posteriormente brotou neste local uma
   floresta de haritaki.

      Usos terapêuticos
      É utilizada no tratamento da asma,
bronquite, amigdalite, laringite e faringite. É
também empregada extensivamente como tônico
e como laxante. É administrada no tratamento de
hemorróidas, edema, doenças de pele, diarréia,
disenteria, doenças oculares e doenças do
coração.




19 Phala: Resultados das causas.
20Siddhis: Atributos de perfeição.
21 Virya: Virilidade, poder, força, energia.


                                               83
Método de preparação e modo de usar
       O pó da polpa desta fruta é utilizada como
tônico para prevenção das doenças e para a
promoção da saúde positiva e é administrada
para as pessoas em diferentes estações do ano,
juntamente com diferentes associações de
diferentes substâncias coadjuvantes, como
descrito a seguir:
       Na estação chuvosa, seu pó é administrado
juntamente com sal-gema.
       No outono, juntamente com açúcar.
       No inverno, associado com o pó da Piper
longum.
       Na primavera, juntamente com mel.
       No verão, juntamente com açúcar
mascavado indiano.
       A quantidade de pó a ser utilizado deve ser
determinada com base na constituição do
indivíduo, geralmente, uma colher de chá (5 g.)
do pó de haritaki (Terminalia chebula) é
administrada com uma colher de chá das
substâncias coadjuvantes. Esta mistura deve ser
administrada ao paciente diariamente. Este
tratamento pode ter um efeito ligeiramente
laxante no início, mas com a continuidade, o
corpo se adapta aos efeitos desta fruta e passa a
produzir apenas uma leve movimentação
intestinal sem qualquer desconforto ao indivíduo.


84
Para os pacientes que sofrem de bronquite
crônica, asma e amigdalite, o pó de haritaki deve
ser administrado ao deitar, juntamente com um
quarto da quantidade de sal-gema. O pó de
haritaki é geralmente adicionado ao pó da polpa
de amalaki (Emblica officinalis) e bibhitaki
(Terminalia belerica) – todos em iguais
quantidades – e administrados ao paciente na
hora de dormir, em doses de uma a duas
colheres de chá, com leite morno ou água morna.
Estas três drogas, haritaki, amalaki e bibhitaki,
associadas, são denominadas triphala. A melhor
maneira de usar a preparação triphala é embeber
uma colher de chá do pó em um copo de água e
conservar tampado durante a noite. Pela manhã,
o líquido deve ser coado através de uma
musselina e ingerido em jejum. Por causa de seu
sabor adstringente, pode ser adicionado um
pouco de açúcar, açúcar mascavado indiano ou
mel a esta água antes de ingeri-la.
       Se a bronquite, a asma e a tosse estiverem
associadas a constipação e ao malfuncionamento
do fígado, a planta deve ser administrada na
forma de decocção. A decocção é preparada
adicionando-se 120 ml. de água a duas colheres
de chá (10 g.) do pó de triphala. Esta mistura é
fervida e reduzida a um quarto da quantidade
inicial. Depois, é coada através de um pano e
administrado ao paciente. Se for desejado um

                                               85
efeito laxante, a decocção deve ser administrada
morna, de outro modo, deve ser deixada esfriar
antes da administração.
      Na forma de xarope, a preparação é muito
popular. O xarope geralmente utilizado é Agastya
haritaki ou Agastya rasayana. É administrado ao
paciente duas vezes ao dia, pela manhã e à
noite, com mel ou leite morno.
      Na forma de modaka (pílulas grandes) a
planta é muito eficaz, tanto na prevenção como
na cura da tosse e da asma. A modaka é
preparada através da adição do pó de haritaki ao
xarope de açúcar. Os pós de gengibre, de Piper
longum, pimenta preta, cardamomo, noz
moscada e cravo-da-índia são adicionados à
mistura anterior. Esta preparação é conservada
em forma granulada ou transformada em pílulas
grandes.
      A preparação alcoólica de haritaki é
denominada Abhayarista. Haritaki é conservada,
juntamente com outras drogas, em um recipiente
com álcool e fermentado. Além de ser benéfica
para o tratamento da asma e da tosse, esta
preparação é muito eficaz na cura de
hemorróidas.

      Dose
      Pó: Meia colher de chá (2,5 g.), duas vezes
ao dia, com água morna.

86
Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),
duas vezes ao dia, em jejum.
       Xarope: Uma a duas colheres de chá (5 a
10 ml.), três vezes ao dia, com mel ou leite
morno.
       Modaka: 5 gramas, duas vezes ao dia, com
leite quente ou água quente.
       Preparação alcoólica (Abhayarista): Seis
colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, após
a refeição, com igual quantidade de água.




                                               87

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Manual de massagem
Manual de massagemManual de massagem
Manual de massagemluiz1964
 
Introdução à história da naturopatia
Introdução à história da naturopatiaIntrodução à história da naturopatia
Introdução à história da naturopatiaMonitoria Contabil S/C
 
Anais do XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica 2014
Anais do XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica 2014Anais do XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica 2014
Anais do XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica 2014Francisco H C Felix
 
Massagem miofascial
Massagem miofascialMassagem miofascial
Massagem miofascialMah HS
 
Quiropraxia - História, Método e Aplicação como tratamento - Sandro Pedrol
Quiropraxia - História, Método e Aplicação como tratamento - Sandro Pedrol Quiropraxia - História, Método e Aplicação como tratamento - Sandro Pedrol
Quiropraxia - História, Método e Aplicação como tratamento - Sandro Pedrol Sandro Pedrol
 
As massagens e os seus benefícios
As massagens e os seus benefíciosAs massagens e os seus benefícios
As massagens e os seus benefíciosTeresa Batista
 
Anesthesia Management to Facilitate Same-Day Ambulatory Total Joint Replacement
Anesthesia Management to Facilitate Same-Day Ambulatory Total Joint ReplacementAnesthesia Management to Facilitate Same-Day Ambulatory Total Joint Replacement
Anesthesia Management to Facilitate Same-Day Ambulatory Total Joint ReplacementRajnish Gupta
 
Reflexologia Podal
Reflexologia PodalReflexologia Podal
Reflexologia PodalHugo Pedrosa
 
Definicao Massagem Terapeutica
Definicao Massagem TerapeuticaDefinicao Massagem Terapeutica
Definicao Massagem TerapeuticaMassagem Pro
 
Fisioterapia na atençao básica de saúde
Fisioterapia na atençao básica de saúdeFisioterapia na atençao básica de saúde
Fisioterapia na atençao básica de saúdeAnaPaulaSousa956336
 
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.AbenaNacional
 
Artrose max
Artrose maxArtrose max
Artrose maxlcinfo
 
Portfolio Mecanica Corporal do Massoterapeuta
Portfolio Mecanica Corporal do MassoterapeutaPortfolio Mecanica Corporal do Massoterapeuta
Portfolio Mecanica Corporal do MassoterapeutaHugo Pedrosa
 

Was ist angesagt? (20)

Manual de massagem
Manual de massagemManual de massagem
Manual de massagem
 
Introdução à história da naturopatia
Introdução à história da naturopatiaIntrodução à história da naturopatia
Introdução à história da naturopatia
 
Anais do XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica 2014
Anais do XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica 2014Anais do XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica 2014
Anais do XIV Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica 2014
 
Massagem miofascial
Massagem miofascialMassagem miofascial
Massagem miofascial
 
Quiropraxia - História, Método e Aplicação como tratamento - Sandro Pedrol
Quiropraxia - História, Método e Aplicação como tratamento - Sandro Pedrol Quiropraxia - História, Método e Aplicação como tratamento - Sandro Pedrol
Quiropraxia - História, Método e Aplicação como tratamento - Sandro Pedrol
 
Apresentação ma 5
Apresentação ma 5Apresentação ma 5
Apresentação ma 5
 
As massagens e os seus benefícios
As massagens e os seus benefíciosAs massagens e os seus benefícios
As massagens e os seus benefícios
 
Manual de marketing
Manual de marketingManual de marketing
Manual de marketing
 
Anesthesia Management to Facilitate Same-Day Ambulatory Total Joint Replacement
Anesthesia Management to Facilitate Same-Day Ambulatory Total Joint ReplacementAnesthesia Management to Facilitate Same-Day Ambulatory Total Joint Replacement
Anesthesia Management to Facilitate Same-Day Ambulatory Total Joint Replacement
 
História da Fisioterapia
História da Fisioterapia História da Fisioterapia
História da Fisioterapia
 
Anatomia e Fisiologia
Anatomia e FisiologiaAnatomia e Fisiologia
Anatomia e Fisiologia
 
Reflexologia Podal
Reflexologia PodalReflexologia Podal
Reflexologia Podal
 
Definicao Massagem Terapeutica
Definicao Massagem TerapeuticaDefinicao Massagem Terapeutica
Definicao Massagem Terapeutica
 
Quiropraxia básica
Quiropraxia básicaQuiropraxia básica
Quiropraxia básica
 
Terapias alternativas
Terapias alternativasTerapias alternativas
Terapias alternativas
 
Fisioterapia na atençao básica de saúde
Fisioterapia na atençao básica de saúdeFisioterapia na atençao básica de saúde
Fisioterapia na atençao básica de saúde
 
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
ACUPUNTURA NO CUIDADO DE EFT: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
 
Artrose max
Artrose maxArtrose max
Artrose max
 
Manual.de.massagem.livro
Manual.de.massagem.livroManual.de.massagem.livro
Manual.de.massagem.livro
 
Portfolio Mecanica Corporal do Massoterapeuta
Portfolio Mecanica Corporal do MassoterapeutaPortfolio Mecanica Corporal do Massoterapeuta
Portfolio Mecanica Corporal do Massoterapeuta
 

Andere mochten auch

Saude atraves do_equilibrio
Saude atraves do_equilibrioSaude atraves do_equilibrio
Saude atraves do_equilibrioEditora Chakpori
 
Tsarong formularios medicamentos_tibetanos
Tsarong formularios medicamentos_tibetanosTsarong formularios medicamentos_tibetanos
Tsarong formularios medicamentos_tibetanosEditora Chakpori
 
Introdução massagem Tibetana
Introdução massagem TibetanaIntrodução massagem Tibetana
Introdução massagem TibetanaWilza Faria
 
EnciclopéDia Das Plantas E Ervas
EnciclopéDia Das Plantas E ErvasEnciclopéDia Das Plantas E Ervas
EnciclopéDia Das Plantas E ErvasEdperon
 
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2Editora Chakpori
 
Tsarong fundamentos medicina_tibetana
Tsarong fundamentos medicina_tibetanaTsarong fundamentos medicina_tibetana
Tsarong fundamentos medicina_tibetanaEditora Chakpori
 
Asma,bronquite,rinite e sinusite.Seus aspecto fisiológico
Asma,bronquite,rinite e sinusite.Seus aspecto fisiológico Asma,bronquite,rinite e sinusite.Seus aspecto fisiológico
Asma,bronquite,rinite e sinusite.Seus aspecto fisiológico Luciane Santana
 

Andere mochten auch (20)

Saude atraves do_equilibrio
Saude atraves do_equilibrioSaude atraves do_equilibrio
Saude atraves do_equilibrio
 
Tsarong formularios medicamentos_tibetanos
Tsarong formularios medicamentos_tibetanosTsarong formularios medicamentos_tibetanos
Tsarong formularios medicamentos_tibetanos
 
Palestras
PalestrasPalestras
Palestras
 
Introdução massagem Tibetana
Introdução massagem TibetanaIntrodução massagem Tibetana
Introdução massagem Tibetana
 
Rapgay massagem
Rapgay massagemRapgay massagem
Rapgay massagem
 
EnciclopéDia Das Plantas E Ervas
EnciclopéDia Das Plantas E ErvasEnciclopéDia Das Plantas E Ervas
EnciclopéDia Das Plantas E Ervas
 
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
 
Ervas Medicinais
Ervas Medicinais Ervas Medicinais
Ervas Medicinais
 
Tsarong fundamentos medicina_tibetana
Tsarong fundamentos medicina_tibetanaTsarong fundamentos medicina_tibetana
Tsarong fundamentos medicina_tibetana
 
Medicina tibetana 12
Medicina tibetana 12Medicina tibetana 12
Medicina tibetana 12
 
Asma,bronquite,rinite e sinusite.Seus aspecto fisiológico
Asma,bronquite,rinite e sinusite.Seus aspecto fisiológico Asma,bronquite,rinite e sinusite.Seus aspecto fisiológico
Asma,bronquite,rinite e sinusite.Seus aspecto fisiológico
 
Medicina tibetana 10
Medicina tibetana 10Medicina tibetana 10
Medicina tibetana 10
 
Medicina tibetana 8
Medicina tibetana 8Medicina tibetana 8
Medicina tibetana 8
 
Bronquite[1]
Bronquite[1]Bronquite[1]
Bronquite[1]
 
Medicina tibetana 4
Medicina tibetana 4Medicina tibetana 4
Medicina tibetana 4
 
Medicina tibetana 9
Medicina tibetana 9Medicina tibetana 9
Medicina tibetana 9
 
Medicina tibetana 1
Medicina tibetana 1Medicina tibetana 1
Medicina tibetana 1
 
Medicina tibetana 13
Medicina tibetana 13Medicina tibetana 13
Medicina tibetana 13
 
Medicina tibetana 7
Medicina tibetana 7Medicina tibetana 7
Medicina tibetana 7
 
Medicina tibetana 5
Medicina tibetana 5Medicina tibetana 5
Medicina tibetana 5
 

Ähnlich wie Dash asma e_bronquite

Ähnlich wie Dash asma e_bronquite (20)

Dash artrite reumatismo
Dash artrite reumatismoDash artrite reumatismo
Dash artrite reumatismo
 
Medicina tibetana 6
Medicina tibetana 6Medicina tibetana 6
Medicina tibetana 6
 
Medicina alternativa a utilização da aloe vera
Medicina alternativa a utilização da aloe veraMedicina alternativa a utilização da aloe vera
Medicina alternativa a utilização da aloe vera
 
Florais do dr bach
Florais do dr bachFlorais do dr bach
Florais do dr bach
 
Livro os florais do dr bach-1
Livro   os florais do dr bach-1Livro   os florais do dr bach-1
Livro os florais do dr bach-1
 
Livro os florais do dr. bach
Livro   os florais do dr. bachLivro   os florais do dr. bach
Livro os florais do dr. bach
 
A cura de_um_minuto
A cura de_um_minutoA cura de_um_minuto
A cura de_um_minuto
 
Nadia Poletti
Nadia PolettiNadia Poletti
Nadia Poletti
 
Medicinas Alternativas
Medicinas AlternativasMedicinas Alternativas
Medicinas Alternativas
 
O LIVRO VERMELHO DA SAÚDE (Renato Dias)
O LIVRO VERMELHO DA SAÚDE (Renato Dias)O LIVRO VERMELHO DA SAÚDE (Renato Dias)
O LIVRO VERMELHO DA SAÚDE (Renato Dias)
 
Conceções sobre hipnose
Conceções sobre hipnoseConceções sobre hipnose
Conceções sobre hipnose
 
Medicina Alternativa
Medicina AlternativaMedicina Alternativa
Medicina Alternativa
 
Curso horti parcial
Curso horti parcialCurso horti parcial
Curso horti parcial
 
Medicinas Alternativas
Medicinas AlternativasMedicinas Alternativas
Medicinas Alternativas
 
Fitoterapia
FitoterapiaFitoterapia
Fitoterapia
 
A cura pela natureza
A cura pela naturezaA cura pela natureza
A cura pela natureza
 
Homeopatia
HomeopatiaHomeopatia
Homeopatia
 
Fitoterapia
FitoterapiaFitoterapia
Fitoterapia
 
Fitoterapia (1)
Fitoterapia (1)Fitoterapia (1)
Fitoterapia (1)
 
USO MEDICINAL DA MACONHA
USO MEDICINAL DA MACONHA USO MEDICINAL DA MACONHA
USO MEDICINAL DA MACONHA
 

Mehr von Editora Chakpori

Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2Editora Chakpori
 
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedicaDash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedicaEditora Chakpori
 
Dash fundamentos ayurvedica
Dash fundamentos ayurvedicaDash fundamentos ayurvedica
Dash fundamentos ayurvedicaEditora Chakpori
 
Finckh fundamentos medicina_tibetana
Finckh fundamentos medicina_tibetanaFinckh fundamentos medicina_tibetana
Finckh fundamentos medicina_tibetanaEditora Chakpori
 
Rapgay abordagem holistica
Rapgay abordagem holisticaRapgay abordagem holistica
Rapgay abordagem holisticaEditora Chakpori
 

Mehr von Editora Chakpori (10)

Medicina tibetana 2
Medicina tibetana 2Medicina tibetana 2
Medicina tibetana 2
 
Medicina tibetana 3
Medicina tibetana 3Medicina tibetana 3
Medicina tibetana 3
 
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
Finckh fundamentos medicina_tibetana_2
 
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedicaDash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
Dash massagem terapeutica_na_medicina_ayurvedica
 
Medicina tibetana 11
Medicina tibetana 11Medicina tibetana 11
Medicina tibetana 11
 
Dash fundamentos ayurvedica
Dash fundamentos ayurvedicaDash fundamentos ayurvedica
Dash fundamentos ayurvedica
 
Finckh fundamentos medicina_tibetana
Finckh fundamentos medicina_tibetanaFinckh fundamentos medicina_tibetana
Finckh fundamentos medicina_tibetana
 
Rapgay urinalise
Rapgay urinaliseRapgay urinalise
Rapgay urinalise
 
Tantra do coracao
Tantra do coracaoTantra do coracao
Tantra do coracao
 
Rapgay abordagem holistica
Rapgay abordagem holisticaRapgay abordagem holistica
Rapgay abordagem holistica
 

Kürzlich hochgeladen

Caça palavras - BULLYING
Caça palavras  -  BULLYING  Caça palavras  -  BULLYING
Caça palavras - BULLYING Mary Alvarenga
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -Mary Alvarenga
 
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdfRitoneltonSouzaSanto
 
Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024gilmaraoliveira0612
 
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...Colaborar Educacional
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Colaborar Educacional
 
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)profesfrancleite
 
QUIZ - GEOGRAFIA - 8º ANO - FASES DO CAPITALISMO.pptx
QUIZ - GEOGRAFIA - 8º ANO - FASES DO CAPITALISMO.pptxQUIZ - GEOGRAFIA - 8º ANO - FASES DO CAPITALISMO.pptx
QUIZ - GEOGRAFIA - 8º ANO - FASES DO CAPITALISMO.pptxAntonioVieira539017
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxLuzia Gabriele
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiMary Alvarenga
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresEu Prefiro o Paraíso.
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxtaloAugusto8
 
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123JaineCarolaineLima
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfItaloAtsoc
 
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
Verbos -  transitivos e intransitivos.pdfVerbos -  transitivos e intransitivos.pdf
Verbos - transitivos e intransitivos.pdfKarinaSouzaCorreiaAl
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXHisrelBlog
 
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaFORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaBenigno Andrade Vieira
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Caça palavras - BULLYING
Caça palavras  -  BULLYING  Caça palavras  -  BULLYING
Caça palavras - BULLYING
 
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti  -
Poema sobre o mosquito Aedes aegipyti -
 
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
1. CIENCIAS-HUMANAS-GLOBALIZAÇÃO, TEMPO E ESPAÇO-V1.pdf
 
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdfAbordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
Abordagem 1. Análise textual (Severino, 2013).pdf
 
Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024Atividade de matemática para simulado de 2024
Atividade de matemática para simulado de 2024
 
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
PROJETO DE EXTENSÃO - SEGURANÇA, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PARA O BEM COMUM...
 
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
Apresente de forma sucinta as atividades realizadas ao longo do semestre, con...
 
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
AS REBELIÕES NA AMERICA IBERICA (Prof. Francisco Leite)
 
QUIZ - GEOGRAFIA - 8º ANO - FASES DO CAPITALISMO.pptx
QUIZ - GEOGRAFIA - 8º ANO - FASES DO CAPITALISMO.pptxQUIZ - GEOGRAFIA - 8º ANO - FASES DO CAPITALISMO.pptx
QUIZ - GEOGRAFIA - 8º ANO - FASES DO CAPITALISMO.pptx
 
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsxDepende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
Depende De Nós! José Ernesto Ferraresso.ppsx
 
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegyptiCruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
Cruzadinha da dengue - Mosquito Aedes aegypti
 
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
Abordagens 4 (Problematização) e 5 (Síntese pessoal) do texto de Severino (20...
 
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de GestoresComo fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
Como fazer um Feedback Eficaz - Comitê de Gestores
 
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptxApresentação sobrea dengue educação.pptx
Apresentação sobrea dengue educação.pptx
 
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
SEMIOSES DO OLHAR - SLIDE PARA ESTUDO 123
 
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdfARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
ARTE BARROCA E ROCOCO BRASILEIRO-min.pdf
 
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdfAbordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
Abordagem 2. Análise temática (Severino, 2013)_PdfToPowerPoint.pdf
 
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
Verbos -  transitivos e intransitivos.pdfVerbos -  transitivos e intransitivos.pdf
Verbos - transitivos e intransitivos.pdf
 
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARXA CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
A CONCEPÇÃO FILO/SOCIOLÓGICA DE KARL MARX
 
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de históriaFORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
FORMAÇÃO POVO BRASILEIRO atividade de história
 

Dash asma e_bronquite

  • 1. FITOTERAPIA PARA ASMA E BRONQUITE NA MEDICINA AYURVÉDICA
  • 2. FITOTERAPIA PARA ASMA E BRONQUITE NA MEDICINA AYURVÉDICA Dr. Bhagwan Dash D.A.M.S., H.P.A., M.A., Ph.D. Traduzido por: Williams Ribeiro de Farias Dra. Yeda Ribeiro de Farias EDITORA CHAKPORI 2
  • 3. Título Original: Herbal Treatment for Asthma and Bronchitis Impresso em 1998 2000 Direitos autorais adquiridos por EDITORA CHAKPORI 3
  • 4. NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO Meu interesse em produzir esta série de livros sobre o tratamento fitoterápico para doenças comuns desenvolveu-se a partir de minha ligação com o Dr. Bhagwan Dash, cujos livros anteriores eu já havia publicado. Ambos sentimos que estes remédios mereciam um público mais amplo e mais receptivo. A idéia era ensinar a população a viver mais próxima à natureza e a pensar em termos de conduzir suas vidas de uma forma normal e saudável ao invés de perder muito de seu tempo tratando doenças. Os remédios, em seu sentido verdadeiro, devem promover a boa saúde; não devem ficar restritos à cura de doenças. Esta não é apenas uma mera iniciativa comercial; é um esforço genuíno para levar estes notáveis remédios ao alcance de todos, onde quer que estejam. Expus minhas idéias ao Dr. Dash que prontamente concordou em escrever vinte livros simples sobre as doenças mais comuns, descrevendo simultaneamente as ervas, dietas e 4
  • 5. condutas comumente disponíveis e potencialmente efetivas. Esta é a essência purificada de seus trinta anos de prática, pesquisa e profundos estudos sobre o Ayurveda e outros sistemas de medicina tradicional. Nossos leitores são os melhores juízes de nossas realizações. Concluímos com uma citação do grande poeta Kalidasa: Aparitosad vidusam na sadhu manye prayoga- vijñanam “Nós não levamos em consideração o nosso esforço em sermos úteis até que nossos leitores, para quem ele é direcionado, estejam satisfeitos.” Prem Nath Jain 5
  • 6. ÍNDICE NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO ................................. 4 ÍNDICE ................................................................................... 6 INTRODUÇÃO ...................................................................... 8 DESCRIÇÃO DA DOENÇA ................................................ 11 O QUE É ASMA? ................................................................... 12 FATORES CAUSAIS ............................................................... 15 O QUE É ALERGIA? .............................................................. 15 O CONCEITO AYURVÉDICO ........................................... 17 POR QUE É ESSENCIAL LIVRAR-SE DA PRISÃO DE VENTRE? .... 20 CONCEITO DE AMA ............................................................. 21 O JEJUM E O USO DE ESTIMULANTES DIGESTIVOS E METABÓLICOS ..................................................................... 23  Por que evitar a coalhada e o iogurte? ...................... 24  Banana madura é um veneno para asmáticos ............ 24  Bebidas frias e sucos de frutas ácidas........................ 25 PAZ MENTAL, CONDIÇÃO IMPRESCINDÍVEL ........................... 26 REGRAS DIETÉTICAS ............................................................ 27 USO REGULAR DE DROGAS PREVENTIVAS ............................. 29  Açafrão – uma panacéia universal ............................ 30  Dieta e bebidas ......................................................... 31  Medicamentos ........................................................... 32 6
  • 7. FITOTERÁPICOS ............................................................... 36 ADHATODA VASICA (VASAKA) ........................................... 36 CLERODENDRUM SERRATUM (BHARGI) ............................... 42 CURCUMA LONGA (HARIDRA) ............................................. 47 EPHEDRA VULGARIS (SOMALATA) ....................................... 52 INULA RACEMOSA (PUSKARA MULA) ................................... 56 PIPER LONGUM (PIPPALI) .................................................... 60  Pippali Rasayana ...................................................... 62 RHUS SUCCEDANEA (KARKATA SRNGI) ............................... 65 SOLANUM XANTHOCARPUM (KANTAKARI) .......................... 69 SOLANUM INDICUM (BRHATI) ............................................. 72 TERMINALIA BELERICA (BIBHITAKI) ................................... 75 TERMINALIA CHEBULA (HARITAKI) .................................... 80 7
  • 8. INTRODUÇÃO A ciência médica tem feito consideráveis progressos em várias áreas da medicina. A era da especialização e a tendência a ver o homem como um aglomerado físico-químico de muitas partes separadas está dando lugar a um novo gênero de pensamento biológico. Esta nova escola de pensamento está direcionada ao conceito do homem como um ser por inteiro, com seus inseparáveis aspectos físico, emocional e espiritual, unidos em um indivíduo vivo. O lugar do homem, como uma parte orgânica do universo cósmico e biológico, sujeito a todas as imutáveis e irrevogáveis leis da natureza, está se tornando cada vez mais evidente. Apesar destas profundas mudanças estarem ocupando seu lugar no pensamento médico, a abordagem terapêutica convencional de hoje é incapaz de resolver o problema de um aumento catastrófico de doenças como câncer, distúrbios cardiovasculares, diabetes, asma, artrites, insônia, etc. Muitas destas doenças são consideradas “incuráveis”. Os praticantes de antigos sistemas de medicina indígenas possuem, verdadeiramente, curas para 8
  • 9. doenças como asma e bronquite, mas são ridicularizados como curandeiros, devido ao grande número de charlatães que exploram os tratamentos mais naturalistas. A denúncia sistemática de tais tratamentos está sendo feita através da moderna influência da mídia audiovisual. Os pacientes são levados a acreditar que o uso constante de broncodilatadores e cortisona, que dão alívio temporário aos sintomas agudos são a única solução para estas doenças. Estas drogas proporcionam um alívio apenas temporário e seu uso continuado torna-as menos efetivas. Na verdade, existem sérios efeitos colaterais tóxicos provocados pelo uso prolongado de tais drogas convencionais. O resultado desta negligência criminosa para com os pacientes portadores de asma tem deixado milhares de homens, mulheres e crianças improdutivos e mentalmente aflitos em todo o mundo. O outro lado da história é que em muitas partes do mundo, particularmente no berço da civilização antiga, há remédios à base de ervas que têm sido empregados há milhares de anos para o tratamento da asma e da bronquite. Estas ervas não são empregadas apenas empiricamente; praticantes iluminados em medicina tradicional na Índia, Nepal, Sri Lanka, 9
  • 10. Butão, Burma, China, Bangladesh e Paquistão podem transmitir o raciocínio existente por detrás do uso destas ervas no tratamento destas doenças. O Ayurveda, a medicina tradicional da Índia, que tem prestado assistência ao sofrimento da humanidade há mais de três mil anos, é um repositório de experiência médica e de fitoterápicos já muito bem examinados e testados. A asma e a bronquite são consideradas doenças psicossomáticas e não apenas físicas. O conceito de mente, sua atividade e morbidade são bem desenvolvidos. Portanto, em associação às terapias para corrigir os desequilíbrios corporais, o médico ayurvédico sempre prescreve terapias para corrigir também os desequilíbrios da mente de tais pacientes. Algumas destas drogas foram cientificamente testadas em animais e seres humanos sob condições controladas e provaram ser efetivas. Alguns destes fitoterápicos estão incluídos neste trabalho. Talvez, algum dia, no futuro próximo, o Ocidente seja capaz de aprender o conhecimento do Oriente, da maneira como tem se enriquecido com a filosofia e as artes orientais. 10
  • 11. DESCRIÇÃO DA DOENÇA Pessoas aparentemente saudáveis sofrem subitamente de asma e bronquite quando expostos ao vento frio, à chuva, às irregularidades dietéticas e à tensão mental. Algumas vezes a crise de asma torna-se tão aguda que o paciente não consegue caminhar ou dormir e nem mesmo falar. Isto cria uma situação de alarme entre seus parentes e familiares. A asma pode ser causada por alterações nos pulmões, no coração, fígado e nos rins. Apesar do fenomenal desenvolvimento nas ciências médicas, o tratamento da asma tem permanecido obscuro exceto por alguns medicamentos paliativos sintomáticos. Drogas poderosas têm sido descobertas para dilatar a árvore brônquica e produzir expectoração. Mas todos os seus efeitos são temporários e o paciente entra em crise regularmente e repetidamente. Com o passar do tempo, o paciente que antes parecia absolutamente saudável torna-se fraco e emagrece. Ele perde sua capacidade produtiva e sua energia. Com o 11
  • 12. avanço da idade, ele desenvolve bronquiectasia, uma condição na qual o muco se acumula na estrutura terminal da árvore brônquica, os alvéolos pulmonares. Nestes pacientes, os alvéolos tornam-se dilatados e assim permanecem, interferindo por isso na troca entre dióxido de carbono e oxigênio que ocorre nos capilares dos pulmões. Para conseguir alívio, a dose de medicamentos é aumentada e, finalmente, os efeitos adversos destes medicamentos, mais do que o distúrbio original em si, levam a um estágio mais grave da doença. O que é asma? Há centenas de pequenos e grandes tubos nos pulmões que levam o ar para dentro com a inalação. O oxigênio entra no corpo através destes tubos e o dióxido de carbono sai do corpo através dos mesmos. Os tubos maiores são brônquios, os menores são bronquíolos. Estes brônquios e bronquíolos são circundados por pequenos músculos que fazem com que eles se abram e se fechem durante o processo de respiração. No final destes bronquíolos estão milhões de alvéolos que são estruturas semelhantes a delicados balões, ocupando toda a periferia dos pulmões. Estes alvéolos possuem paredes muito finas e eles permitem que o 12
  • 13. oxigênio vindo com o ar fresco inalado passe para o sangue. Da mesma forma, e ao mesmo tempo, o produto residual do corpo, dióxido de carbono, sai da corrente sangüínea através destes sacos e é expirado. Durante um ataque de asma, há uma contração destes tubos quando o paciente quer expirar o ar poluído do corpo. Por causa desta contração ou espasmo, o paciente encontra dificuldade em expirar e procura por locais onde haja ar fresco, tais como janelas ou fora de casa, dando a errônea impressão de que a sensação de sufocação é por falta de ar dentro da sala. A posição deitada piora a condição e o paciente passa noites após noites sentado na cama. Quando o ar passa através destes tubos contraídos ou em espasmo, faz um som característico de chiado. Este sintoma piora quando grandes quantidades de muco, produzido nos tubos, obstruem a passagem do ar. Como todos os demais músculos do corpo, a contração e relaxamento destes músculos que circundam os tubos bronquiais é controlada por dois grupos de nervos denominados simpáticos e parassimpáticos. São os nervos parassimpáticos que auxiliam na abertura dos brônquios e bronquíolos, e os nervos parassimpáticos causam sua contração. A ação dos nervos parassimpáticos é auxiliada por uma substância 13
  • 14. química denominada histamina. Esta substância causa inflamação do revestimento interno da membrana dos tubos bronquiais, causando assim obstrução da passagem do ar. As atividades dos nervos parassimpáticos e da histamina são sustentadas ainda pelos processos infecciosos que se instalam, pela fumaça, pela poeira, pela poluição do ar, pela umidade e pelo tempo frio. Juntamente com as alterações pulmonares, o paciente também sofre de congestão e inflamação da membrana mucosa do nariz, sinusite, amigdalite e faringite. Na verdade, nos casos clássicos de asma, a doença começa no nariz. Os pacientes sofrem de resfriados, alguns acessos de espirros, coriza e lacrimejamento e sensação de peso na cabeça. Eles podem apresentar dores de cabeça, ulceração na garganta e também amigdalites. Esta reação na membrana mucosa do trato respiratório dissemina-se gradualmente, após alguns dias, para os bronquíolos. No início, há acessos de tosse com ou sem expectoração. Por causa do tratamento, ou mesmo sem qualquer procedimento, o distúrbio antes presente no nariz e na garganta desaparecem, mas continua a afetar os tubos de passagem de ar. Alguns acessos de tosse podem passar apenas por crises de bronquite comum. Mas, subseqüentemente, isto leva a problemas 14
  • 15. respiratórios, manifestando-se claramente os sinais e sintomas de asma. Fatores causais Apesar da pesquisa mundial, a causa exata da asma é desconhecida pela medicina moderna. Considera-se que seja causada por certas substâncias que no conjunto são denominadas alérgenos. Estes alérgenos chegam, às vezes, através da poeira fina, do pólen, de fragmentos de pêlos e penas que caem de animais e aves e que flutuam no ar. Pacientes com asma são geralmente muito sensíveis a fumaças irritantes como a do cigarro, do bolor e ao cheiro de produtos de limpeza. Alguns pacientes são alérgicos a medicamentos tais como a penicilina, aspirina e alguns conservantes usados em enlatados e bebidas engarrafadas. O que é alergia? Alergia é um tipo de reação do corpo às substâncias externas que podem ou não ser de alguma forma prejudiciais. Um corpo saudável é protegido contra a invasão de germes por certas células especiais que formam o sistema imunológico. Como reação a qualquer corpo estranho, anticorpos são produzidos dentro do 15
  • 16. indivíduo que envolvem e eliminam o primeiro. Algumas vezes, este sistema imune responde de forma exacerbada a algumas substâncias aparentemente não prejudiciais, tais como pólen, pedaços de cabelo, partículas de poeira e mesmo perfume. A alergia é considerada uma causa de asma e bronquite pela medicina moderna. 16
  • 17. O CONCEITO AYURVÉDICO As substâncias alérgicas que são as principais responsáveis pela causa da asma estão flutuando no ar, mas nem todos os indivíduos que inalam estas substâncias sofrem de asma. Apenas algumas poucas pessoas dentre elas sofrerão desta doença. Por que então esta seletividade? Por que apenas algumas pessoas em uma dada comunidade sofrem de asma brônquica quando todas estão expostas ao mesmo tipo de ar, de alimentos e outras condutas? De acordo com o Ayurveda, um organismo individual é composto de sete categorias de elementos teciduais e as funções de todo esta estrutura são controladas por três fatores: vayu, pitta e kapha. Estes três fatores são, em conjunto, denominados tridoshas ou simplesmente doshas1. Em uma pessoa saudável 1 N. do T.: O corpo humano, segundo a fisiologia ayurvédica é composto de três grandes grupos de elementos fundamentais denominados doshas, dhatus e malas. Os doshas governam as atividades fisiológicas e físico-químicas do corpo e são três: vayu, pitta e kapha. Os dhatus são os elementos teciduais básicos do organismo, ou seja, entram na formação da estrutura básica do corpo. Os malas são as substâncias parcialmente utilizadas pelo organismo e parcialmente excretadas, são os produtos residuais das reações 17
  • 18. todos os três devem estar em um estado de equilíbrio. Durante diferentes fases do dia e da noite, durante as diferentes faixas etárias, durante diferentes estágios do processo digestivo e nas diferentes estações, estes três doshas realizam algumas alterações. Quando permanecem dentro destes limites, o corpo tem o poder de mantê-los em seu estado normal de funcionamento. Apenas quando eles excedem tal limite, por várias razões, tais como erros dietéticos, condutas inadequadas, fatores psíquicos e medicamentos, as doenças são causadas. Existem milhões de canais no organismo, de forma a transportar nutrientes dos intestinos para os tecidos e excretar os produtos residuais destes tecidos através dos diferentes orifícios, para o exterior, tais como o reto, a bexiga e as glândulas sudoríparas. Estes canais são denominados srotas. Uma doença pode se manifestar em um órgão em particular do corpo, mas ela não necessariamente se originou neste mesmo órgão. O Ayurveda concebe distintamente três diferentes estágios deste processo patogênico denominados: (1) O sítio de origem; (2) O canal de circulação e (3) O sítio de manifestação da corporais cuja eliminação adequada é essencial para a manutenção da saúde. 18
  • 19. doença. No caso da asma brônquica, o sítio de origem está no estômago e nos intestinos. A causa raiz da doença está localizada basicamente aí. As substâncias patogênicas para a manifestação das doenças originam-se deste locais. Como estas substâncias patogênicas viajam do sítio de origem para o sítio de manifestação? Elas são transportadas, de acordo com o Ayurveda, através de um grupo de canais denominados rasavaha srotas. Por que estes canais transportam estas substâncias patogênicas para os pulmões e não para qualquer outra parte do corpo? Porque será afetado por este processo o ponto mais frágil do corpo que tenha uma afinidade com o tipo de morbidade já criada no estômago. Se os tecidos pulmonares, a musculatura do tubo bronquial e a membrana de revestimento mucoso destes tubos estão fracos, então eles se tornam afetados. Portanto, de acordo com o Ayurveda, o sítio de origem da asma brônquica está no estômago e nos intestinos. Os canais de circulação dos produtos residuais do corpo são os rasavaha srotas, ou seja, canais que transportam plasma, e o sítio de manifestação da doença são os pulmões. A pessoa desenvolve a asma se estes três fatores são alterados e isto só ocorre se houver tensão mental, ingestão de dieta 19
  • 20. inadequada e se as condições climáticas forem pouco comuns. De acordo com o Ayurveda, a alergia não é a causa primária da doença. As causas primárias são hábitos alimentares incorretos, tensão mental e mau tempo. Fatores alérgicos são apenas causas secundárias que precipitam a doença. Por que é essencial livrar-se da prisão de ventre? Pacientes com asma geralmente sofrem de constipação. A maioria deles relatará que seus hábitos são regulares. Apesar desta afirmativa, grande quantidade de matéria fecal permanece no cólon. Como foi descrito antes, o sítio de origem da asma é o estômago e os intestinos. Se o cólon estiver bloqueado, obviamente, os intestinos e o estômago não funcionarão adequadamente e o paciente continuará a sofrer de asma. As crises podem desaparecer temporariamente sob a ação de drogas broncodilatadoras, mas o paciente não estará realmente curado. De acordo com a forma convencional de tratamento, os médicos não são capazes de curar pacientes com asma por falta de uma abordagem holística e seus esforços são em sua maioria dirigidos à supressão dos sintomas. Se o 20
  • 21. paciente asmático ingerir um laxante suave diariamente, então ele não necessitará de mais medicamentos e parecerá curado para sempre se as condições forem satisfatórias. O melhor laxante para pacientes com asma é haritaki (Terminalia chebula). Uma colher de chá do pó de Terminalia chebula deve ser adicionada a um quarto de colher de chá de sal-gema e administrado ao paciente na hora de dormir. Esta dose deve ser aumentada ou diminuída dependendo das necessidades do paciente. Deve-se assegurar que os intestinos sejam limpos pela manhã. Conceito de Ama Quando nós nos alimentamos, o alimento é modificado por diferentes tipos de enzimas e reduzido a partículas mais simples. O produto final da digestão é então absorvido pelo corpo e diferentes enzimas localizadas no fígado cumprem sua função, possibilitando que estes produtos sejam assimilados pelos tecidos. Nestes, existem também enzimas que reduzem as partículas estranhas e torna-as idênticas aos constituintes dos tecidos. Portanto, o produto final dos alimentos é assimilado e passa a fazer parte da estrutura tecidual. Todas estas enzimas quando agrupadas recebem o nome de agnis na 21
  • 22. terminologia ayurvédica. Se houver qualquer perturbação nestes agnis, então os processos digestivo e metabólico não acontecerão normalmente e uma grande quantidade de produtos finais dos alimentos permanece nos intestinos, no fígado e na corrente sangüínea. Da mesma forma, durante o processo da digestão no trato gastrointestinal, alguns produtos residuais dos alimentos são formados e devem ser eliminados. Durante o processo normal de metabolismo, diversos produtos residuais são produzidos e também devem ser eliminados através das fezes, urina, suor e outros meios. Todos estes produtos residuais da digestão adequada ou inadequada, tanto a nível do trato gastrointestinal, a nível do fígado como a nível dos tecidos, são denominados ama. Este ama circula no sangue e é transportado através dos canais para os pulmões, onde causam obstrução dos tubos bronquiais e da circulação do sangue a nível dos alvéolos resultando em espasmo ou contração e conseqüentemente a asma é produzida. Portanto, além de limpar os intestinos, é necessário remover estes produtos residuais do corpo e prevenir sua posterior formação através do uso de estimulantes da digestão como gengibre, para a completa erradicação da asma. 22
  • 23. O jejum e o uso de estimulantes digestivos e metabólicos A asma é essencialmente uma doença do excesso de nutrição, ou seja, a ingestão de alimentos muito além da própria capacidade de digerir e metabolizar. Portanto, pacientes com asma devem geralmente observar jejuns periódicos. Ao invés de uma refeição pesada, o paciente deve ingerir refeições muito leves. À noite, particularmente, por causa da inatividade, quando o corpo está em repouso, o poder digestivo e o metabolismo torna-se muito lento. Assim, o paciente com asma deve, como regra, tomar o cuidado de ingerir alimentos muito leves à noite ou até mesmo de evitar qualquer alimento. Além do gengibre descrito acima, ele deve utilizar alguns outros estimulantes da digestão como Piper nigrum e Piper longum. Uma sobrecarga menor sobre as enzimas responsáveis pela digestão e as enzimas responsáveis pelo metabolismo é melhor para o paciente com asma. Os horários de alimentação e a qualidade dos alimentos que ele necessita devem ser adequados, e sempre que possível, de fácil digestão e metabolismo. 23
  • 24.  Por que evitar a coalhada e o iogurte? A coalhada ou o iogurte são considerados abhisyandhi, ou seja, obstruem os canais de circulação. O Ayurveda portanto, proíbe o uso de coalhada ou iogurte à noite mesmo para pessoas saudáveis. À noite, o processo de circulação torna-se muito lento por causa da inatividade geral e a ingestão da coalhada ou iogurte pode posteriormente tornar lenta a circulação, bloqueando o processo de nutrição do corpo. Isto também causa distúrbios no sono. Mesmo que a coalhada ou o iogurte sejam muito benéficos para o estômago, eles agem como um veneno para os pacientes com asma, nos quais o processo de circulação já é mais lento, e como resultado disto ocorre a inflamação e os espasmos ou a constrição nos tubos bronquiais. Portanto, eles são estritamente proibidos.  Banana madura é um veneno para asmáticos A banana madura é um alimento nutritivo, mas para os asmáticos ela age como um veneno, porque é difícil de digerir e produz mais kapha ou fleuma. Como é considerada um alimento pesado, produz uma grande quantidade de resíduos, tanto do trato gastrointestinal como nos tecidos; e como possui propriedades produtoras 24
  • 25. de fleuma, causa mais espasmos ou constrição nos tubos bronquiais. O paciente luta para eliminar a fleuma de seus pulmões através da tosse, mas conseqüentemente à constrição dos tubos, ele é incapaz de eliminá-la. Portanto, o paciente sofre de um desconforto agonizante. Algumas espécies de bananas verdes cruas são, no entanto, exceções. Elas podem ser ingeridas como vegetais sem produzir maiores problemas.  Bebidas frias e sucos de frutas ácidas Para a pessoa saudável, bebidas frias, sorvetes e sucos de frutas são refrescantes e nutritivos. Mas para os asmáticos, estes produtos causam muito sofrimento por causa de sua propriedade de produzir inflamações e constrição dos tubos bronquiais. Isto se deve à supressão do poder digestivo e metabólico produzido por estes produtos, resultando na formação de mais ama (produtos derivados da digestão e do metabolismo inadequados). O paciente deve, portanto, evitar absolutamente as bebidas frias, o sorvete e o suco de frutas, particularmente o suco de frutas cítricas, se ele quiser ser curado da asma. 25
  • 26. Paz mental, condição imprescindível Os processos de digestão e metabolismo são intimamente relacionados com as atividades mentais. Qualquer forma de tensão mental – ansiedade, preocupação, medo e stress emocional – afeta tanto a digestão como o metabolismo. Este fator, no atual estado da sociedade civilizada, é geralmente ignorado. As pessoas são levadas a acreditar que a mente é inteiramente diferente do corpo, e isto não é correto. Quase todos os pacientes com asma – mesmo pacientes jovens – sofrem de tensão mental e stress emocional. A causa exata do stress e da tensão deve ser localizada e removida. A falha na remoção destes fatores resultará em que o paciente viverá com crises de asma, seguidas por períodos de supressão dos sintomas sob a ação de broncodilatadores. Muitos métodos descritos no yoga ajudam a manter a tranqüilidade mental. O melhor método talvez seja o pranayama que é geralmente e erroneamente traduzido como “exercícios respiratórios”. No pranayama, a pessoa inala, retém o ar e exala na razão 1 : 2 : 4, ou seja, o tempo de inalação deve ser 1, o tempo para reter o ar é 2 e o tempo para exalação deve ser de 4. 26
  • 27. Esta é a regra geralmente seguida. Há, no entanto, muitas exceções que podem ser aprendidas de um yogi experiente. Dependendo do vigor do paciente, isto por ser feito por um, dois e quatro minutos ou por dois, quatro e oito minutos. Durante este processo, no qual cada etapa é conhecida na terminologia yogi como puraka, kumbhaka e recaka pranayama, a mente do paciente deve concentrar-se em um determinado ponto do corpo, de preferência próximo ao coração e ele deve tentar evitar qualquer distração da mente. Se isto é praticado regularmente, depois que os intestinos estiverem limpos e o estômago estiver vazio, duas a três vezes por dia, proporcionar-se-á imensa tranqüilidade mental para o paciente, possibilitando-o a dominar o stress e a tensão e portanto combater as crises de asma com sucesso. Há muitos outros métodos de praticar pranayama mas este método simples é um complemento muito bom para a medicação e dietas prescritas para asmáticos. Regras dietéticas Além de saber o que deve comer, é importante para um asmático saber como e quando ele deve comer. A civilização de hoje tem tornado a vida do homem muito mecânica. Ele 27
  • 28. come e bebe em intervalos irregulares. Os horários de refeição não são fixos. Algumas vezes, por causa da pressão do trabalho, ele é incapaz de ingerir suas refeições nos horários certos; outras vezes, por causa de suas obrigações sociais, ele precisa comer e beber mesmo que não queira. Alimentos na forma de aperitivos e bebidas são consumidos a toda hora, independente do momento ou da ocasião. Isto é muito prejudicial, mesmo para pessoas saudáveis. Para asmáticos, refeições irregulares e aperitivos devem ser estritamente proibidos. A forma como o paciente se alimenta é igualmente importante. Na mesa de jantar, onde toda a família supostamente se alimenta junto, particularmente durante o café da manhã e o jantar, uma atmosfera de paz raramente prevalece. O local onde as refeições são feitas é geralmente um palco de discussões no mundo todo, variando da política aos crimes sociais. Estas discussões afetam tanto os participantes da discussão como os não participantes, por causa do efeito que produz na mente. A digestão e os processos metabólicos são seriamente afetados. Isto é responsável por muitas doenças humanas. Portanto, uma pessoa saudável e muito mais aquela que sofre de asma, deve sempre tentar manter uma atmosfera pacífica na mesa de jantar. É melhor comer silenciosamente e deixar 28
  • 29. algum tempo livre para discussões com amigos e familiares sobre assuntos de negócios e problemas sociais ou domésticos. A televisão, o rádio e o telefone têm agravado este problema. É costume assistir televisão ou ouvir o rádio e atender o telefone enquanto se alimenta. A sala de jantar deve estar absolutamente livre destes aparelhos. Os pacientes que sofrem de asma devem evitar este costume radicalmente e organizar-se para atender aos chamados telefônicos apenas depois que a refeição tenha terminado. Uso regular de drogas preventivas Como foi descrito anteriormente, o estado harmonioso dos três doshas, denominados vayu, pitta e kapha, sofre algumas alterações durante as diferentes estações do ano, durante diferentes horas do dia e da noite, durante as diferentes fases da vida e também durante os diferentes estágios do processo digestivo do alimento. Se estes distúrbios são conservados dentro de certos limites, o corpo tem o poder de restaurar a normalidade sem qualquer dificuldade. Mas, quando isto excede um certo limite, o paciente sofre de vários tipos de doenças. Para conservar estes três doshas em uma condição adequadamente harmoniosa, é necessário utilizar 29
  • 30. algumas plantas medicinais ou especiarias regularmente, juntamente com diferentes veículos nas diferentes estações do ano. Uma destas plantas é haritaki (Terminalia chebula). A forma de administrar esta erva nas diferentes estações está descrita na seção das monografias destinada à ela. O uso regular de haritaki é muito útil para pessoas normais em geral e para asmáticos em particular.  Açafrão – uma panacéia universal Como já descrito, a alergia representa um papel importante na causa e no desencadeamento das crises de asma (apesar de ser considerada um fator causal secundário pelo Ayurveda). A asma, geralmente, tem início ou está associada à rinite ou inflamação, assim como congestão da membrana mucosa do nariz. O paciente tem alguns acessos de espirros e conseqüentemente, o nariz escorre e os olhos lacrimejam. Este problema se difunde para a garganta e depois para os tubos bronquiais, causando a asma. O açafrão age tanto como curativo como preventivo para esta doença. Como preventivo, o paciente pode usar, regularmente, uma colher de chá do pó de açafrão misturada com duas colheres de chá de mel, duas vezes ao dia, em jejum. Ele pode utilizar também, uma colher de chá de açafrão, 30
  • 31. misturada com uma xícara de leite morno, duas vezes ao dia. Se for usado antes ou no início de um problema nasal, a crise pode ser evitada. Usar o açafrão desta mesma maneira durante uma crise reduzirá a intensidade ou o caráter agudo da crise e o alívio virá mais rapidamente.  Dieta e bebidas Como já foi discutido, o paciente deve ingerir uma dieta muito leve, especialmente à noite. Ele deve evitar o arroz e em seu lugar usar o trigo. A farinha de trigo refinada, no entanto, não é aconselhável pois torna-se um pouco constipante. Pacientes asmáticos devem comer pão com farinha integral, milho, jawar (Sorghum vulgare)2 e bajra (Pennisetum glaucum)3 que são muito úteis. Coalhadas devem ser evitadas. Alimentos fritos devem ser afastados. Bananas maduras, laranjas, limões, bebidas frias, suco de frutas azedas, frutas azedas e picles não devem ser ingeridos. Vegetais constipantes como batatas, arbi (colocasia)4 e legumes de diferentes 2 Sorghum vulgare, Pers., conhecido popularmente como “maçambará”, “milho da guiné”, “sorgo de espiga”, “milho-zaburro”. 3 Pennisetum glaucum, R.Br., conhecido popularmente como “capim- tinga”, “capitinga”, “rabo-de-raposa”. 4 Colocasia esculenta é um vegetal folhoso comestível, na Índia, após preparo com técnicas adequadas. 31
  • 32. tipos são prejudiciais para o paciente. Carne branca, carne vermelha e peixe em pequenas quantidades podem ser ingeridos; peixes do mar e ovos devem ser evitados. Alho, gengibre, assa- fétida, sementes de cominho, açafrão, Piper longum, pimenta preta, cardamomo, canela e cravo-da-índia são recomendados. O leite de vaca é preferível ao leite de búfala. O leite de cabra é muito útil para asmáticos. Meia colher de chá de Piper longum ou de gengibre adicionada ao leite, ao chá ou ao café antes de ferver ou coar também é aconselhável. Bebidas alcoólicas podem ser utilizadas com moderação, mas o gelo deve ser evitado e as bebidas devem ser copiosamente diluídas. Como já foi citado, a coalhada e o iogurte devem ser estritamente evitados. A exposição ao vento frio, chuvas, poeira e fumaça deve ser evitada. Dentre os vegetais, o espinafre, a melancia-da-Ásia, a abóbora, uma espécie de banana verde e o mamão papaia verde ou maduro são recomendados. O paciente deve fazer exercícios leves preferencialmente aqueles prescritos no yoga.  Medicamentos Na próxima seção, onze plantas medicinais selecionadas são descritas com especial referência às suas propriedades antiasmáticas. 32
  • 33. Elas têm sido empregadas na Índia e em seus países vizinhos há milhares de anos. Hoje, os médicos ayurvédicos usam estas plantas e suas preparações com sucesso considerável e sem quaisquer efeitos adversos. Não são apenas estas as drogas antiasmáticas no arsenal do Ayurveda. Foram escolhidas e são recomendadas aqui por sua popularidade e excelência terapêutica. Há uma explicação racional com relação ao modo de ação destas drogas sobre o corpo do paciente na cura de diferentes tipos de asma. Tais detalhes foram evitados aqui intencionalmente tendo em vista a necessidade de manter este volume com um número reduzido de páginas. Muitas preparações compostas destas ervas são descritas nos clássicos ayurvédicos e comercializadas por um grande número de fabricantes. Para complementar o efeito destas drogas, para torná-las mais saborosas, para tornar seus efeitos multidimensionais e para aumentar sua validade, muitas outras drogas são adicionadas e as preparações são feitas de acordo com diferentes processos farmacêuticos. Diferentemente da medicina moderna, nestas preparações compostas nenhuma substância química sintética é adicionada. Apenas simples extratos ou a planta bruta são utilizados. Algumas 33
  • 34. preparações compostas importantes estão citadas no final de cada monografia deste livro. Os pacientes podem usar estas plantas e suas preparações com segurança segundo as linhas sugeridas nestas monografias. Elas não pretendem simplesmente dar alívio aos sinais e sintomas manifestados pela asma e pela bronquite, mas também produzem bons efeitos sobre o cérebro para finalmente arrancar pela raiz tais doenças. Todas as formulações possuem uma larga margem de segurança e mesmo se consumidas em doses mais elevadas do que as prescritas para propósitos terapêuticos, não podem produzir efeitos adversos. Ao invés de efeitos colaterais tóxicos, estas drogas produzem efeitos colaterais benéficos. Elas podem ser utilizadas por pessoas saudáveis e por pacientes. Em pessoas saudáveis, estas plantas previnem a ocorrência destas doenças. Em pessoas doentes, curam as doenças e tornam o corpo imune a ataques futuros pelas mesmas. Estas plantas possuem muitos outros efeitos terapêuticos. Mas para não nos afastarmos demais do contexto, apenas as propriedades que agem contra a asma e a bronquite foram descritas com alguns detalhes, deixando outros aspectos destas ervas apenas citados. 34
  • 35. Uma vez que não produzem efeitos adversos, não há um prazo fixado para o curso do tratamento com estes fitoterápicos para asma e bronquite. Elas podem ser empregadas seguramente até que o paciente se torne absolutamente livre das doenças e mesmo durante alguns dias após, para prevenir sua recorrência. Todas estas drogas agem principalmente no sítio original da asma, ou seja, o estômago e os intestinos. Eles agem simultaneamente corrigindo os canais de circulação, auxiliando na remoção de produtos residuais do corpo e corrigindo o sítio de manifestação da doença, ou seja, os pulmões. Todas estas plantas possuem efeitos antialérgicos e são broncodilatadoras. Todas elas liqüefazem o muco e reduzem o acúmulo de fleuma nos brônquios, ajudando assim na expectoração. Seu efeito remove o processo inflamatório dos brônquios, promove a circulação nos alvéolos e tonificam a musculatura dos pulmões. Portanto, mesmo em pessoas mais velhas, que já apresentam enfisema e bronquiectasias, estas plantas produzem considerável alívio; e se utilizadas por um período prolongado, podem ainda curar estas deformidades físicas. 35
  • 36. FITOTERÁPICOS Adhatoda vasica (Vasaka) Sinônimos Árabe: Adhatudah; Bengali: Bakas, Vasaka; Butanês: Ba sa ka; Birmanês: Mesan-bin; Inglês: Malabar nut; Francês: Noyer de malabar, Carmantine; Alemão: Malabaris chenuss; Hindi: Adalsa, Arusa; Italiano: Justicia arbonescente; Nepalês: Alesi, Kath; Persa: Bansa; Sânscrito: Simhaparni, Vasaka, Vasa, Singalês: Agaladara, Waranala; Urdu: Arusa. Partes utilizadas A planta inteira, inclusive suas folhas, flores e raiz são utilizadas na medicina. Habitat Cresce espontaneamente nos vales e áreas montanhosas das regiões tropicais e subtropicais. Também cresce como cerca viva. 36
  • 38. Descrição É uma planta cerrada com cerca de 1,2 a 1,8 m. de altura. As folhas são largas, pontiagudas na extremidade, lisas na face anterior, ligeiramente ásperas na face posterior e de coloração verde amarelada ou verde escura. As flores são brancas, violetas ou cor-de-rosa. As pétalas são arranjadas de tal maneira que as flores se assemelham a boca de um leão, sendo por isso conhecida como simha mukhi (simha = leão, mukhi = face). As flores aparecem geralmente durante os meses de outubro a novembro5. Usos terapêuticos A planta liqüefaz a fleuma ou muco, ajuda a remover este muco do pulmão e facilita a respiração. É, portanto, muito utilizada no tratamento da tosse e da asma. É administrada também no tratamento de hemorróidas (sangramentos), icterícia, febre, vômitos, doenças da pele, constipação, tuberculose, doenças urinárias e sangramentos por diferentes partes do corpo, especialmente menorragia. Método de preparação e modo de usar 5Outubro e Novembro correspondem ao segundo mês do Outono no calendário Hindu. 38
  • 39. Vasaka (Adhatoda vasica) é utilizada na forma de pasta, suco, pó, decocção, xarope, ghee6 medicinal (ghrta) e vinho medicinal (arista). Como suas folhas não são suculentas, deve ser adicionado na preparação da pasta ou do suco um pouco de água. As folhas devem ser colocadas a secar na sombra antes de serem transformadas em pó; a exposição ao sol durante a secagem reduz sua eficácia terapêutica. Como é amarga, é aconselhável o uso da pasta, do suco ou do pó desta planta juntamente com mel. Para obter melhores resultados em casos de tosse e sintomas da asma, o pó de Piper longum (2 g.) ou o suco de gengibre (2 ml.) devem ser adicionados. Dose Pasta, suco ou pó: Uma colher de chá (5 ml. ou 5 g.), três vezes ao dia, com igual quantidade de mel ou açúcar é a dose recomendada. 6N. do T.: Manteiga purificada. Na sua preparação, a manteiga de leite de vaca é colocada em uma panela e aquecida em fogo brando até que se derreta. A manteiga é coada em um pano fino (tipo musselina) e a parte branca é assim separada da manteiga. Esta manteiga purificada pode ser utilizada normalmente na culinária ou nas preparações medicinais. 39
  • 40. Decocção: Uma colher de sopa (15 ml.), três vezes ao dia, com uma colher de chá (5 g.) de açúcar. Estas preparações podem ser administradas seguramente por períodos prolongados, tanto para adultos como para crianças. Preparações 1. Vasavaleha 2. Vasaghrta 3. Vasakarista Nota Como seu sabor é amargo, a planta pode causar náuseas. Portanto, uma pequena quantidade de mel pode ser adicionado como descrito acima. 40
  • 42. Clerodendrum serratum (Bhargi) Sinônimos Bengali: Vaman hati; Birmanês: Baikyo, Bebya; Hindi: Barangi, Bharangi; Nepalês: Andekhi. Chua; Sânscrito: Bharngi; Singalês: Kenhenda; Urdu: Bharangi. Partes utilizadas A raiz, a casca do caule e as folhas desta planta são utilizadas como medicamento. Habitat Bhargi (Clerodendrum serratum) cresce espontaneamente nas florestas tropicais. Às vezes, é cultivada em jardins para fins ornamentais. Descrição O arbusto possui 2 a 3 m. de altura, com ramos quadrangulares. Suas folhas são elípticas com extremidades pontiagudas. Sua borda é serrilhada. A folha possui 12 a 15 cm. de comprimento por 5 a 6 cm. de largura. As flores 42
  • 43. são numerosas, azul-escuras e púrpuras e possuem uma penugem. Usos terapêuticos Bhargi (Clerodendrum serratum) é extensivamente utilizada no tratamento da tosse, da asma e infecções catarrais dos pulmões. É útil também no tratamento de distúrbios gástricos, infecções parasitárias, febres, tumores, inflamações, soluços, emagrecimento, tuberculose, epilepsia, febres e sensação de queimação. Método de preparação e modo de usar O pó preparado com as folhas da bhargi (Clerodendrum serratum) é aplicado externamente no tratamento de ulcerações e feridas. Internamente, é utilizada na forma de pasta, suco, pó, decocção e xarope. Pasta A folha, a raiz ou a casca do caule são coletados, lavados e depois transformados em pasta através da adição de um pouco de água. Esta pasta é aplicada externamente sobre lesões e internamente, para asma e bronquite. A pasta também é aplicada sobre nódulos tuberculosos. Suco O suco é geralmente extraído de folhas verdes frescas. As folhas devem ser embebidas 43
  • 44. em água por algum tempo e transformadas em pasta adicionando-se um pouco mais de água. É coada através de um pano para extrair o suco. Este suco também pode ser utilizado externamente para bronquite, asma, emagrecimento, tuberculose e epilepsia. Pó A raiz e a casca do caule são geralmente administradas na forma de pó. São colocadas para secar totalmente e depois são trituradas até formarem um pó com auxílio de um pilão. Este pó é utilizado extensivamente no tratamento da bronquite, da asma e das febres. Decocção A decocção é preparada a partir da raiz ou da casca do caule que são trituradas até se transformarem em um pó áspero. Uma colher de chá deste pó é fervido em duas xícaras de água e reduzidas a um quarto da quantidade inicial. A decocção é coada e as partículas do pó são desprezadas. Esta decocção é um potente expectorante e broncodilatador. Xarope Uma igual quantidade de açúcar e o dobro da quantidade de água são adicionados ao pó da raiz e da casca do caule e fervidos em fogo moderado até a consistência de um xarope. A esta mistura, adiciona-se 5 % de cravos-da-índia, cardamomo, noz moscada, canela, Piper longum, 44
  • 45. gengibre e pimenta preta. Este xarope é geralmente administrado no tratamento da bronquite crônica e da asma crônica com bronquite e enfisema. Dose Pasta: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com mel. Suco: Duas colheres de chá (10 ml.), três vezes ao dia, com mel, açúcar ou açúcar mascavado indiano. Pó: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com mel. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, em jejum, com mel, açúcar ou açúcar mascavado indiano. Xarope: Duas colheres de chá (10 ml.), duas vezes ao dia, com mel. Preparações 1. Bharngyadi kvatha 2. Bhargi guda 3. Bhargyavaleha 45
  • 47. Curcuma longa (Haridra) Sinônimos Árabe: Aquid hindi, Kurkum; Bengali: Halud, Haldi, Pitras; Birmanês: Hsan wen, Tanun; Inglês: Turmeric; Francês: Curcuma, Safrandes indes; Alemão: Bilburir Zei; Hindi: Haldi; Italiano: Curcuma lunga; Malaio: Kooneit; Nepalês: Kalo haledo; Persa: Dar-adi; Sânscrito: Haridra, Rajani, Nisha; Singalês: Kaha; Urdu: Halodi; Português: Açafrão. Parte utilizada O rizoma é utilizado como medicamento. Habitat Haridra (Curcuma longa) é cultivada em todas as regiões tropicais. 47
  • 48. Descrição É uma erva comum, cerca de 60 cm. de altura com folhas largas e alongadas. As flores aparecem na estação chuvosa. Usos terapêuticos Externamente, é utilizada no tratamento de escabiose, pruridos, lesões bolhosas, abscessos e doenças oculares. Internamente, é utilizada no tratamento da asma, da tosse, do resfriado, da febre (especialmente para mães no período pós- parto), doenças crônicas de pele, urticária, icterícia, constipação e infestação parasitária. É freqüentemente utilizada como um suplemento alimentar e invariavelmente adicionado ao pó de curry. Método de preparação e modo de usar Para uso externo, o rizoma desta planta é seco e triturado até se transformar em pó. Uma pasta é preparada pela trituração deste pó com um pouco de água. Esta pasta de açafrão é aplicada externamente e friccionada sobre a pele afetada. Para se obter melhores resultados, folhas de neem (Azadirachta indica) são adicionadas com o açafrão, em quantidades 48
  • 49. iguais, e ambos são triturados até formarem uma pasta. Se a pele é seca, um pouco de óleo de mostarda é adicionado à pasta antes da aplicação. Nos casos de secreções oculares, uma colher de chá de açafrão em pó é adicionada a uma xícara de água, misturados bem e a solução é filtrada através de um tecido fino tipo musselina. Esta água é aplicada nos olhos com um conta- gotas. A pasta e o pó de açafrão são administrados internamente. Como possuem sabor amargo, é melhor que seja adicionada uma pequena quantidade de açúcar, mel ou açúcar mascavado indiano. No tratamento da asma e da bronquite, são administrados com mel e suco de gengibre. A adição da pasta ou do pó de Piper longum (um quarto da quantidade) aumenta sua propriedades broncodilatadoras e expectorantes. Na asma e na bronquite crônica associada à eosinofilia, o pó de açafrão é aquecido em uma panela com uma pequena quantidade de manteiga de leite de vaca ou ghee. O pó deve tornar-se um pouco marrom, mas não deve torrar. Este pó torrado é conservado em um recipiente hermeticamente fechado e administrado ao paciente nas doses recomendadas. 49
  • 50. Dose Pasta e pó: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia. Este pó deve ser misturado com leite morno ou com água morna. Pode ser adicionado um pouco de açúcar. Pó torrado de açafrão: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com água quente ou mel. Preparação 1. Haridra khanda 50
  • 52. Ephedra vulgaris (Somalata) Sinônimos Inglês: Ephedra; Chinês: Ma Huang; Japonês: Ma-oh, Mupen. Partes utilizadas A planta inteira é utilizada na medicina. Habitat Cresce em regiões secas, temperadas e alpinas das montanhas do Himalaia, a uma altitude de 2100 a 4800 m. Descrição Somalata (Ephedra vulgaris) é um arbusto quase ereto, de tamanho variável, mas não excedendo algumas polegadas. Seus ramos estão dispostos em espirais e são de coloração verde-escura, de formato cilíndrico, estriados e freqüentemente curvados. Os frutos são ovóides, vermelhos, doces e comestíveis. Os rizomas são largos e do tamanho de uma bola de futebol. 52
  • 53. Usos terapêuticos É geralmente utilizada no tratamento da asma e da bronquite. É administrada no tratamento da rinite, do resfriado, da sinusite e da febre do feno. Método de preparação e modo de usar Somalata (Ephedra vulgaris) é geralmente administrado na forma de pó, decocção ou chá. Para preparar a decocção, adiciona-se uma colher de chá do pó a uma xícara de água, fervida e reduzida a um quarto da quantidade inicial. A solução é coada, os resíduos são desprezados e a decocção é utilizada na medicina. O chá de somalata é preparado derramando-se água fervida sobre meia colher de chá do pó e meia colher de chá das folhas. Adiciona-se a este líquido, leite e açúcar, de acordo com a preferência do paciente. Uma colher de chá do pó é adicionada a uma xícara de leite e quatro xícaras de água. A solução é fervida até que se reduza a um quarto da quantidade inicial. Os resíduos são desprezados depois de coados e o leite fervido é administrado ao paciente com um pouco de açúcar. 53
  • 54. A decocção, segundo o método de preparação descrito acima, pode ser posteriormente fervida em fogo lento. Quando tornar-se semi-sólida, o recipiente é retirado do fogo e exposto ao sol para que um pouco mais de água se evapore. Desta pasta semi-sólida são preparadas pílulas de 250 mg. cada. Dose Pó: Meia colher de chá, três vezes ao dia, misturado com mel. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), três vezes ao dia, com um pouco de açúcar. Preparação láctea: Uma xícara, três vezes ao dia. Pílulas: Duas pílulas, três vezes ao dia, com qualquer bebida quente. Preparação 1. Somalatadi curna 2. Somalata ghana vati 54
  • 56. Inula racemosa (Puskara mula) Sinônimos Árabe: Rasan, Zanjabileshami, Kust; Bengali: Pushker mula; Butanês: Ru ta; Inglês: Urris root; Francês: Lis sauvage, Flambe, Costus elegant; Alemão: Blarweiris, Deutsche lisch, Practige kostwurz; Hindi: Pohkaramula; Italiano: Azurro, Iride ralvatica; Persa: Gharsa, Pilgush; Nepalês: Kudh; Sânscrito: Puskaramula, Pauskara; Singalês: Godanahanela; Urdu: Rasan. Parte utilizada A raiz é utilizada nas preparações medicinais. Habitat Puskara mula (Inula racemosa) cresce nos declives úmidos do norte do Himalaia, em uma altitude de 2.500 a 3.000 m. Também é cultivada. 56
  • 57. Descrição É um arbusto ereto, erva perene de 1 a 2 m. de altura. A raiz é grande e cresce até 60 cm. de comprimento, possuindo um odor penetrante característico. As flores e as frutas aparecem no Outono. Usos terapêuticos Externamente, é utilizada no tratamento de luxações e contusões. Internamente, é empregada no tratamento de tosse, asma, ulceração na garganta e faringite. É administrada também no tratamento das doenças de pele, doenças do coração, doenças do fígado, resfriados, mal-estar, febre e convulsões. Modo de usar O pó ou a pasta feitos da raiz são aplicados externamente para o tratamento das contusões. A raiz desta planta é empregada internamente na forma de pó ou como chá. É ligeiramente amarga e penetrante no sabor. Portanto, pequenas quantidades de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel podem ser adicionadas antes da administração. 57
  • 58. Dose Pó: Uma grama, três vezes ao dia. Chá: Meia colher de chá (2,5 g.) do pó deve ser adicionada a uma xícara de água, três vezes ao dia, com leite e açúcar a gosto. Preparação 1. Puskaramuladi curna 2. Puskaradi curna 58
  • 60. Piper longum (Pippali) Sinônimos Árabe: Darjilfil, Erqedh dhahab; Bengali: Piplamul, Pipli; Butanês: Pi pi lin; Birmanês: Peikchin, Peik-khyen; Inglês: Long Pepper; Francês: Poivre long; Alemão: Langer Pfeffer; Grego: Peperimakron; Hindi: Pipal, Pipar; Italiano: Pepe lungo, Alberodelpepe; Nepalês: Pipal, Piplamol; Persa: Pilpil, Pipal; Singalês: Tippili; Sânscrito: Pippali, Capala, Krsna; Urdu: Pipul. Partes utilizadas A fruta e a raiz são utilizadas na medicina. Habitat Pippali (Piper longum) cresce naturalmente nos vales montanhosos e nas áreas costeiras das regiões tropicais e subtropicais. É também cultivada em algumas destas áreas. Descrição Pippali (Piper longum) é uma trepadeira delgada, aromática, com raízes lenhosas 60
  • 61. perenes. Os frutos são ovóides, alaranjados (marrom escuros quando secos) e encaixados em espinhos carnosos. Os espinhos que são vendidos nos mercados são geralmente colhidos em Janeiro7. Na variedade selvagem, as flores aparecem na estação chuvosa e as frutas no Outono. Tanto a variedade cultivada como a selvagem são empregadas na medicina. Suas raízes, também utilizadas em medicamentos, são denominadas pippali mula. Usos terapêuticos É empregada no tratamento da tosse, resfriado, asma, amigdalite e faringite. É utilizada também no tratamento das náuseas, distúrbios menstruais, gota, epilepsia, flatulência, dor em cólica, doenças do baço e do fígado, cefaléia, insônia e tuberculose. Modo de administração Geralmente, a fruta seca juntamente com os espinhos são utilizados na forma de pó ou de pasta. Este pó também é utilizado na preparação da decocção e do chá. Na preparação do chá, adiciona-se uma colher de chá do pó (5 g.) a uma xícara de água fervente. 7 Final do Inverno no calendário Hindu. 61
  • 62. Seu sabor é penetrante, portanto, um pouco de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel é adicionado ao pó ou à pasta para torná-lo mais saborosos. O pó é fervido com leite ou então adicionado ao chá comum e ingerido. Para cefaléia e insônia, a raiz é administrada na forma de pó.  Pippali Rasayana Pippali (Piper longum) é administrado para promover o rejuvenescimento do corpo, especialmente de pacientes que sofrem de asma crônica com enfisema e bronquiectasia, além de ser utilizado também em casos de tuberculose. Muitos métodos são seguidos pelos médicos na prática da terapia de rejuvenescimento. Pippali também é processada de diferentes maneiras. Mas é comumente utilizada em forma de pó e administrada juntamente com leite ou açúcar. Na terapia de rejuvenescimento, uma variedade menor da pippali é utilizada por ser mais benéfica. Cinco frutas da pippali são administradas no primeiro dia. Depois, a quantidade é aumentada em mais cinco frutas a cada dia, até o décimo dia. Depois do décimo dia, quando o paciente estará ingerindo 50 frutas, diminui-se 5 frutas a cada dia, por mais dez dias. O tratamento dura vinte dias e, no total, o 62
  • 63. paciente terá consumido 500 frutas de pippali. Esta terapia pode ser repetida duas a três vezes com um intervalo de dez dias entre cada uma. Dose Pó ou pasta da fruta e espinhos: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia. Chá: Uma xícara, três vezes ao dia, com açúcar e leite de acordo com a preferência. Uma colher de chá (5 g.) do pó pode ser adicionada ao chá comum e ingerido três vezes ao dia. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), três vezes ao dia, com um pouco de açúcar mascavado indiano ou açúcar, para melhorar o sabor. Pó da raiz: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com açúcar mascavado indiano. Preparações 1. Pippali khanda 2. Pippalyasava 3. Kanadi curna 4. Vyosadi vati 5. Catuhsasti prahari pippali 63
  • 65. Rhus succedanea (Karkata srngi) Sinônimos Inglês: Galls, Crab’s claw; Japan’s wax tree; Hindi: Kakra singi, Kakarsing; Nepalês: Ranivalai; Sânscrito: Karkata srngi. Parte utilizada As vesículas são utilizadas como medicamento. Habitat Karkata srngi (Rhus succedanea) cresce espontaneamente no Himalaia em altitude de 600 a 2.500 m. Descrição É um arbusto ou pode chegar a uma árvore de 15 m. de altura. A casca é fina, escura e áspera. As folhas amontoam-se no final dos ramos. Vesículas semelhantes a chifres são formadas por certos insetos sobre seus ramos. Estas vesículas são geralmente utilizadas na 65
  • 66. medicina tradicional. A cera coletada da fruta e das vesículas desta árvore também é extensamente comercializada. Usos terapêuticos As vesículas são úteis na asma, tosse e tuberculose. Também são administradas na diarréia, disenteria, perda de apetite, irritação gástrica, febre, sangramento das gengivas e vômitos. Externamente, elas são empregadas no tratamento da psoríase e do eczema. Estas vesículas são especialmente utilizadas para o tratamento da bronquite, asma e diarréia em crianças. Método de preparação e modo de usar É aplicada externamente na forma de pasta no tratamento de eczemas e psoríase. Para sua preparação, o pó das vesículas é adicionado a um pouco de água e triturado. Internamente, é administrado na forma de pó ou decocção. Na preparação da decocção, uma colher de chá do pó das vesículas (15 g.) é adicionada a duas xícaras de água e a solução é fervida até que permaneça apenas um quarto da quantidade inicial. 66
  • 67. Dose Pó: 1 a 2 g., três vezes ao dia, com 1 a 2 colheres de chá de mel. Para as crianças, administra-se uma dose de 250 mg., três vezes ao dia, com mel ou leite. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), três vezes ao dia. Preparações 1. Srngyadi curna 2. Karkatadi curna 3. Bala caturbhadra 67
  • 69. Solanum xanthocarpum (Kantakari) Sinônimos Árabe: Badankare, Badanjankare; Bengali: Kantakari; Butanês: Kanta kari; Inglês: Yellow berried nightshade; Hindi: Kateri, Katai; Italiano: Bondue, Niceheri; Nepalês: Kantakari; Persa: Badanaganedashti; Sânscrito: Kantakari, Kantakini, Bahukanta; Singalês: Ellabattu, Kattuvelbattu; Urdu: Katilla, Bhakkatiya. Partes utilizadas Toda a planta é utilizada como medicamento. Habitat Cresce nas florestas e terras secas das regiões tropicais e subtropicais. Descrição Kantakari (Solanum xanthocarpum) é uma erva espinhosa com cerca de 30 cm. de altura. As folhas são ovais com margens irregulares e 69
  • 70. espinhos no face dorsal. As flores são geralmente azuis e ocasionalmente brancas. As frutas são arredondadas como pequenas beringelas, verdes quando não maduras e amarelas depois que amadurecem. As flores e as frutas aparecem no verão. Usos terapêuticos É utilizada no tratamento da tosse e da asma. É empregada também na febre, no resfriado, doenças urinárias, vômitos, ulcerações na garganta e dor de dente. Modo de administração A planta inteira é utilizada na forma de pó ou decocção. Como seu sabor é amargo, pode ser adicionado um pouco de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel ao pó ou à decocção antes de administrar. Dose Pó: 2 a 3 g., três vezes ao dia. Decocção: 30 ml., três vezes ao dia. Preparações 1. Nidigdhikadi kvatha 2. Vyaghri haritaki 3. Kantakari panaka 70
  • 72. Solanum indicum (Brhati) Sinônimos Bengali: Byakur, Gurkamai; Inglês: Indian nightshade; Hindi: Barhanta, Barhata; Nepalês: Bihi; Persa: Badengawejangali, Ustargar; Sânscrito: Brhati, Akranta, Vyaghri; Singalês: Tibbatu; Urdu: Janglibingan. Partes utilizadas A planta inteira é utilizada como medicamento. Habitat Brhati (Solanum indicum) cresce nas regiões tropicais e subtropicais em elevações de 1.500 m. de altitude. Descrição É uma erva espinhosa muito comum, com cerca de 1,5 m. de altura. Seu tronco possui muitos ramos, cheios de espinhos. As folhas são largas; as flores são azuis e as frutas são avermelhadas quando novas ou amarelo-escuras. Estas frutas possuem 8 mm. de diâmetro. As 72
  • 73. sementes são lisas e cheia de minúsculas perfurações. Usos terapêuticos É utilizada no tratamento da asma e da tosse. Sua raiz é carminativa (reduz gases intestinais) e é expectorante. É empregada também nos distúrbios urinários, na flatulência, na rinite crônica e dor de dentes. Modo de administração É administrada tanto na forma de pó como na forma de decocção. Para preparar a decocção, uma colher de chá (5 g.) do pó é fervido com duas xícaras de água até que a quantidade inicial se reduza a um quarto. Como é amarga no sabor, o pó e a decocção desta planta devem ser administrados após adição de um pouco de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel. Dose Pó: 2 a 3 g., três vezes ao dia. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), três vezes ao dia. Preparações 1. Brhatyadi kvatha 2. Dasamularista 73
  • 75. Terminalia belerica (Bibhitaki) Sinônimos Árabe: Balilag, Batilaj; Bengali: Bahera, Buhuru; Birmanês: Bankha, Phanga; Inglês: Belleric myrobalan, Bedda nuts; Francês: Beleric myrobalan, Badamie belleric; Alemão: Myrobalanenbaum; Hindi: Bahera, Bharla; Italiano: Mirobalano; Nepalês: Barra; Persa: Balela, Balilah; Sânscrito: Bibhitaka, Aksa, Kalidruma; Singalês: Bulu, Bulugaha; Urdu: Behera. Parte utilizada A raiz é utilizada como medicamento. Habitat Bibhitaki (Terminalia belerica) é naturalmente encontrada nas florestas tropicais e subtropicais. Descrição É uma árvore com cerca de 18 a 20 m. de altura. As folhas possuem 7,5 a 10 cm. de 75
  • 76. comprimento e de 5 a 8 cm. de largura. As frutas possuem 2,5 cm. de comprimento. Elas possuem uma casca peluda e marrom. A polpa é marrom escura. Usos terapêuticos É utilizada no tratamento da bronquite, amigdalite, faringite, laringite e asma brônquica. É empregada também no tratamento das doenças oculares, doenças dos cabelos, parasitoses, cálculos no trato urinário, disenteria, constipação, diarréia crônica, ulcerações, febre, doenças urinárias, hemorróidas e picadas de escorpião. Método de preparação e modo de usar É administrada tanto internamente como externamente. O pó de Bibhitaki (Terminalia belerica) é derramado sobre as ulcerações e lesões. Se houver secreção purulenta, esta é lavada com a decocção da fruta. Internamente, é empregada na forma de pó (preparado a partir da polpa e do centro da semente), decocção e xarope. Na forma de pó, é geralmente utilizado juntamente com haritaki (Terminalia chebula) e amalaki (Emblica officinalis). O nome da associação destas três frutas é triphala. Para a preparação de triphala, a mesma quantidade de 76
  • 77. cada uma das polpas destas três frutas são transformadas em pó e armazenadas. O interior da semente é removido, quebrando-se sua casca dura, e depois é transformado em pó. Este pó e o pó da polpa são largamente utilizados no tratamento da bronquite e da asma. Para potencializar seu efeito, a fruta é torrada sobre carvão. Quando estiver completamente torrada, a polpa é ralada e a casca da semente é removida, quebrando-a. Ambos, a polpa e o interior da semente, são misturados, transformados em um pó e administrados ao paciente com um pouco de mel. A decocção de bibhitaki (Terminalia belerica) é preparada pela mistura de uma colher de sopa do pó da polpa, juntamente com duas xícaras de água. Esta solução é fervida até que reste apenas um quarto da quantidade inicial. O líquido é coado e os resíduos são desprezados. O líquido deve ser esfriado e administrado ao paciente com um pouco de mel ou açúcar mascavado indiano para melhorar seu sabor adstringente. O pó feito a partir da polpa da fruta e do interior da semente é misturado com igual quantidade de açúcar e o dobro da quantidade de água. Esta mistura é fervida até que se transforme em um xarope espesso. À esta mistura, adicionam-se 5 % do pó de cada um dos 77
  • 78. seguintes ingredientes: cravos-da-índia, cardamomo e noz moscada. Há muitos outros tipos de xaropes aos quais bibhitaki (Terminalia belerica) é adicionada. As formas mais popularmente utilizadas são Cyavanaprasa e Agastya rasayana. Esta fruta é muito utilizada em várias preparações alcoólicas do tipo asavas e aristas, juntamente com outras drogas. Uma preparação muito popular é denominada Abhayarista. Doses Pó da polpa: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com o dobro da quantidade de mel. Pó do interior da semente: 1 grama, três a quatro vezes ao dia, com uma colher de chá de mel. Pó torrado da polpa e da semente: Meia colher de chá (2,5 g.), três vezes por dia, com mel. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, com açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel. Xarope: Uma colher de chá (5 ml.), duas a três vezes ao dia, com qualquer bebida quente. Asava e arista: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, após a refeição, com igual quantidade de água. 78
  • 80. Terminalia chebula (Haritaki) Sinônimos Árabe: Shagar, Shiirhindi; Birmanês: Pangah; Inglês: Black myrobalan, Chebulic myrobalan; Francês: Myrobalan chebula; Alemão: Rispiger, Myrobalan enbaum; Hindi: Har, Harara; Italiano: Mirobalano nero; Nepalês: Harra, Herro; Sânscrito: Pathya, Abhaya, Vayasta, Amrta; Singalês: Aalu, Aralu; Urdu: Haejarad; Português: Mirobálano (polpa da fruta). Partes utilizadas A polpa da fruta é utilizada na medicina. Habitat Cresce espontaneamente em florestas tropicais e subtropicais, em altitudes de 1.500 m. Descrição Haritaki (Terminalia chebula) é uma árvore que cresce até 24 a 30 m. de altura. As folhas possuem 7,5 a 20 cm. de comprimento e 5 a 10 cm. de largura com extremidades pontiagudas. 80
  • 81. As frutas possuem 2,5 a 3 cm. de comprimento com cinco sulcos na sua casca externa. A fruta crua é verde e quando amadurecem tornam-se amareladas. As frutas secas possuem as cores amarela e marrom. As frutas amadurecem durante os meses de Janeiro a Abril 8. Mitologia A literatura médica ayurvédica e tibetana está repleta de mitos sobre a origem desta droga. Alguns deles são narrados abaixo: 1. Sete gotas de néctar caíram na terra da boca de Vishnu ou, de acordo com alguns, da boca de Brahma dando origem a sete tipos de haritaki (Terminalia chebula). 2. Gotas de néctar caíram na terra da boca de Indra, das quais se originou haritaki. 3. Na literatura tibetana, as estórias acima mencionadas são descritas em detalhes: “Para o benefício das criaturas sencientes, a celestial Matisankari colheu um cacho da Vijaya azul, que se parecia com a cabeça de um cavalo. Ela ofereceu a planta à Manohari Devi, que era Siddha Devi e Nirmanakaya de Amrta, a deusa da medicina. Enquanto oferecia a planta ela disse, „Manohari Devi, por favor ouça-me. Este 8 Final do Inverno e começo da Primavera pelo calendário Hindu. 81
  • 82. é o ramo de Vijaya9, o melhor dos medicamentos, completo nos gunas10, belo e formoso. Eu a ofereço a você, Siddha11 Devi12, por dedicar-me seu amor. Por favor, aceite-a para o benefício das futuras gerações de seres sencientes. Eu lhe peço, plante esta semente de oração. Seu fruto maduro será indubitavelmente benéfico‟. Concordando, Manohari Devi pegou a haritaki, permaneceu em Vajrasana13 na terra dos Bhâratas14 e ofereceu avahana, stuti15 e puja16 ao Jina prasara das dez direções. Ela também pediu ao guru e aos triratnas17 que tivessem compaixão e disse, „Estou motivada pela força da pureza, que é livre das decepções causadas por hetu18 9 Vijaya: Vitorioso, conquistador 10 Gunas: Atributos de uma matéria, ou características físicas e farmacológicas. 11 Siddha: Sábio com alto grau de perfeição, que chegou em condição quase divina. 12 Devi: “Deusa”, energia feminina de Shiva. 13 Vajrasana: Postura do lótus. 14 Bhâratas: Antigo nome da Índia. 15 Stuti: Louvor, cântico. 16 Puja: Oferenda, homenagem 17 Triratnas: as três jóias, Buda, o Dharma e a Shanga (a fonte do conhecimento, a transmissão do conhecimento e aqueles que recebem o conhecimento.) 18 Hetu: causas naturais ou físicas 82
  • 83. e phala19. Permita que ela seja Siddhi20, de acordo com a oração pela força da verdade‟. E assim, haritaki começou sua existência.” 4. De acordo com Zhur-mkhar dharma-svami, citado no livro Shel-phreng, “na montanha de Gandhamardana, situada em direção ao leste de Varanasi, o deus da terra Lag-pa-che-po e a deusa da água Gtsang-chen (Brahmaputra) chegaram ambos à satisfação sexual, abraçando-se um ao outro, exteriorizou-se então o virya21 e arttava, que misturaram-se na terra. Posteriormente brotou neste local uma floresta de haritaki. Usos terapêuticos É utilizada no tratamento da asma, bronquite, amigdalite, laringite e faringite. É também empregada extensivamente como tônico e como laxante. É administrada no tratamento de hemorróidas, edema, doenças de pele, diarréia, disenteria, doenças oculares e doenças do coração. 19 Phala: Resultados das causas. 20Siddhis: Atributos de perfeição. 21 Virya: Virilidade, poder, força, energia. 83
  • 84. Método de preparação e modo de usar O pó da polpa desta fruta é utilizada como tônico para prevenção das doenças e para a promoção da saúde positiva e é administrada para as pessoas em diferentes estações do ano, juntamente com diferentes associações de diferentes substâncias coadjuvantes, como descrito a seguir: Na estação chuvosa, seu pó é administrado juntamente com sal-gema. No outono, juntamente com açúcar. No inverno, associado com o pó da Piper longum. Na primavera, juntamente com mel. No verão, juntamente com açúcar mascavado indiano. A quantidade de pó a ser utilizado deve ser determinada com base na constituição do indivíduo, geralmente, uma colher de chá (5 g.) do pó de haritaki (Terminalia chebula) é administrada com uma colher de chá das substâncias coadjuvantes. Esta mistura deve ser administrada ao paciente diariamente. Este tratamento pode ter um efeito ligeiramente laxante no início, mas com a continuidade, o corpo se adapta aos efeitos desta fruta e passa a produzir apenas uma leve movimentação intestinal sem qualquer desconforto ao indivíduo. 84
  • 85. Para os pacientes que sofrem de bronquite crônica, asma e amigdalite, o pó de haritaki deve ser administrado ao deitar, juntamente com um quarto da quantidade de sal-gema. O pó de haritaki é geralmente adicionado ao pó da polpa de amalaki (Emblica officinalis) e bibhitaki (Terminalia belerica) – todos em iguais quantidades – e administrados ao paciente na hora de dormir, em doses de uma a duas colheres de chá, com leite morno ou água morna. Estas três drogas, haritaki, amalaki e bibhitaki, associadas, são denominadas triphala. A melhor maneira de usar a preparação triphala é embeber uma colher de chá do pó em um copo de água e conservar tampado durante a noite. Pela manhã, o líquido deve ser coado através de uma musselina e ingerido em jejum. Por causa de seu sabor adstringente, pode ser adicionado um pouco de açúcar, açúcar mascavado indiano ou mel a esta água antes de ingeri-la. Se a bronquite, a asma e a tosse estiverem associadas a constipação e ao malfuncionamento do fígado, a planta deve ser administrada na forma de decocção. A decocção é preparada adicionando-se 120 ml. de água a duas colheres de chá (10 g.) do pó de triphala. Esta mistura é fervida e reduzida a um quarto da quantidade inicial. Depois, é coada através de um pano e administrado ao paciente. Se for desejado um 85
  • 86. efeito laxante, a decocção deve ser administrada morna, de outro modo, deve ser deixada esfriar antes da administração. Na forma de xarope, a preparação é muito popular. O xarope geralmente utilizado é Agastya haritaki ou Agastya rasayana. É administrado ao paciente duas vezes ao dia, pela manhã e à noite, com mel ou leite morno. Na forma de modaka (pílulas grandes) a planta é muito eficaz, tanto na prevenção como na cura da tosse e da asma. A modaka é preparada através da adição do pó de haritaki ao xarope de açúcar. Os pós de gengibre, de Piper longum, pimenta preta, cardamomo, noz moscada e cravo-da-índia são adicionados à mistura anterior. Esta preparação é conservada em forma granulada ou transformada em pílulas grandes. A preparação alcoólica de haritaki é denominada Abhayarista. Haritaki é conservada, juntamente com outras drogas, em um recipiente com álcool e fermentado. Além de ser benéfica para o tratamento da asma e da tosse, esta preparação é muito eficaz na cura de hemorróidas. Dose Pó: Meia colher de chá (2,5 g.), duas vezes ao dia, com água morna. 86
  • 87. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, em jejum. Xarope: Uma a duas colheres de chá (5 a 10 ml.), três vezes ao dia, com mel ou leite morno. Modaka: 5 gramas, duas vezes ao dia, com leite quente ou água quente. Preparação alcoólica (Abhayarista): Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, após a refeição, com igual quantidade de água. 87