1. Série Perfil de Projetos
Fábrica de biscoito
Vitória,
Dezembro/1999
2. 2
SUMÁRIO
Página
1- Apresentação
3
2- Introdução
4
3- Enquadramento Técnico do Negócio
5
4- Projeto
6
5- Mercado
10
6- Detalhamento dos Investimentos
12
7- Aspectos Econômicos e Financeiros
15
8- Resultados Operacionais
20
9- Incentivos e Fontes de Financiamento
23
10- Fontes de Referência
25
3. 3
1- APRESENTAÇÃO
Iniciar uma atividade empresarial requer do investidor o pleno domínio da atividade que
se propõe a iniciar. Neste sentido, tão importante quanto o conhecimento do ambiente
econômico no qual está inserido, sua capacidade gerencial é um fator de fundamental
relevância para o bom desempenho do negócio.
A Série Perfil de Projetos tem como objetivo suprir de informações o empreendedor
disposto a realizar um novo investimento. Trata-se de um instrumento de auxílio ao
investidor na elaboração de um plano de negócios que deve ser adaptado para cada
situação. E este é o objetivo do SEBRAE/ES: auxiliar as micro e pequenas empresas e
dar as condições necessárias ao surgimento de novos empreendimentos que sejam bem
estruturados e capazes de enfrentar os desafios do mercado.
Este trabalho contém informações sobre o mercado, investimentos necessários à
atividade, previsão de resultados operacionais, fontes de financiamento e diversas
informações relevantes que, em conjunto com outras literaturas sobre o mercado que se
pretende atuar, contribuirá com eficiência maior para uma tomada de decisão segura e
com consideráveis perspectiva de sucesso.
4. 4
2- INTRODUÇÃO
As oportunidades para se investir em um bom negócio não acontecem normalmente ao
acaso. Elas podem ser buscadas ou mesmo construídas a partir de informações
levantadas e conhecimentos adquiridos com o tempo. Sempre, no entanto, é necessário
que o investidor faça os seus cálculos sobre o quanto ele vai distender – imobilizar – e
sobre os resultados esperados do empreendimento. Mesmo no meio da incerteza que o
cerca e conseqüentemente do risco do negócio, fazer cálculos sobre os ganhos esperados
da aplicação dos recursos é tarefa indispensável. Esse exercício de prospecção de um
negócio é chamado de projeto.
Na verdade, um projeto procura sistematizar informações, trabalhá-las e analisá-las de
tal forma a permitir concluir se determinada decisão de investimento é viável ou não.
Enquanto tal, o projeto pode ser elaborado obedecendo diferentes níveis de
complexidade e detalhamento. A idéia básica de perfil de projeto que servirá de
orientação para o presente trabalho busca simplificar a tarefa de sistematização de
informações e dos cálculos econômicos que servirão de subsídio à conclusão final
sobre a viabilidade do investimento.
O perfil aqui apresentado, uma Fábrica de Biscoito, obedece os roteiros tradicionais de
projeto, sem no entanto aprofundar em detalhes técnicos. Serve, dessa forma, como
orientação metodológica e de gestão do processo de tomada de decisão. Há uma
preocupação com os pré-requisitos necessários para um bom negócio, como alguns
atributos do empreendedor, o conhecimento do mercado, a visão prospectiva, alguns
aspectos dimensionais do negócio (tamanho, montante de recursos, etc.) e projeção de
resultados.
É bom deixar claro que os números refletem momentos, situações e locais específicos, o
que permite afirmar que para cada local ou conjuntura, existiria um projeto. Isso não
invalida o processo de cálculo e conclusões decorrentes. O perfil de projeto reflete uma
situação e local genéricos. O tamanho, por exemplo, é definido pela quantidade mínima
de produção necessária para viabilizar um empreendimento de uma Fábrica de Biscoito
com as características técnicas e operacionais aqui definidas.
O presente perfil tem por finalidade mostrar a viabilidade de se estruturar
comercialmente uma Fábrica de Biscoito, considerando-se os recursos necessários,
condicionantes existentes e perspectiva de mercado. A primeira parte faz o
enquadramento do negócio (dados gerais e conceito do projeto); em seguida é feita uma
abordagem sobre o mercado potencial, principalmente em termos de orientação sobre
quais variáveis ou fatores a serem analisados. Já a parte econômica e financeira centra
atenção nos aspectos de receitas e custos. A viabilidade do projeto é definida pela taxa
interna de retorno, tempo necessário para a amortização do investimento e o valor
presente líquido do fluxo de caixa.
Considerando os 16 municípios pesquisados na primeira fase, a indicação da
necessidade de uma Fábrica de Biscoitos foi detectada com maior ênfase no município
de Afonso Cláudio. Isso não invalida, no entanto, a adequabilidade do projeto para
outros municípios ou localidades. As adaptações que porventura se fizerem necessárias
ocorrerão por conta das especificidade de cada localidade.
5. 5
3- ENQUADRAMENTO TÉCNICO DO NEGÓCIO
3-1 TIPO DE NEGÓCIO
Fábrica de Biscoito
3-2 SETOR DA ECONOMIA
Secundário
3-3 RAMO DE ATIVIDADE
Industrial
3-4 PRODUTOS A SEREM OFERTADOS
Biscoitos
3-5 INVESTIMENTO PREVISTO
Investimento Total
Investimento Fixo
Capital de Giro
Reserva Técnica
R$106.156,14
R$ 91.200,00
R$ 9.901,08
R$ 5.055,05
3-6 FATURAMENTO ANUAL ESPERADO
R$ 143.442,00 ( cento e quarenta e três mil quatrocentos e quarenta e dois reais)
3.7-
ÍNDICES DE AVALIAÇÃO
Ponto de Equilíbrio
Valor Presente Líquido (a 15%)
Taxa Interna de Retorno (anual)
Pay-Back Time (anos)
Índice de Lucratividade das vendas
43,27%
R$50.693,21
26,25%
5,34
15%
6. 6
4- O PROJETO
4-1 OBJETIVO
O objetivo do presente perfil de projeto é sistematizar e trabalhar um conjunto de
informações que permita ao investidor potencial analisar a oportunidade de implantação
de uma Fábrica de Biscoito, destinadas ao consumo humano.
4-2 REQUISITOS DO EMPREENDEDOR
O empreendedor é geralmente um agente econômico especial, as vezes sonhador, que
tem a capacidade de transformar boas idéias em um negócio rentável. É importante
lembrar que ninguém nasce com todas as habilidades desejáveis de um empreendedor,
ou seja, muitas das características pessoais positivas são adquiridas ou lapidadas com o
passar do tempo, seja pela vivência, seja por estudo e observação daquilo que acontece
no mundo em sua volta. No entanto, é sempre aconselhável que se disponha de um
mínimo de conhecimentos gerenciais e técnicos para levar à frente um empreendimento;
Dentre os aspectos fundamentais da personalidade desejados de um empreendedor
destacam-se:
-
Criatividade : aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de
problemas.
-
Liderança: capacidade de inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades,
formar equipe, criar um clima de moral elevado, saber compartilhar idéias, ouvir ,
aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.
-
Perseverança: capacidade de manter-se firme num dado propósito, sem deixar de
enxergar os limites de sua possibilidade, buscar metas viáveis até mesmo em
situações adversas.
-
Flexibilidade: poder de controle os seus impulsos para ajustar-se quando a situação
demandar uma mudança, rever posições estar aberto para estudar e aprender sempre.
-
Vontade de trabalhar: dedicação plena e entusiasmada ao seu negócio com tempo
e envolvimento pessoal, lembrando-se que um negócio é tocado com inspiração mas
também com muita transpiração.
-
Auto-motivação: vontade de encontrar a realização pessoal no trabalho e seus
resultados.
-
Formação permanente: capacidade de buscar um processo de permanente
atualização de informações sobre o mercado no qual ele se insere, tendências
econômicas em todos os níveis, e atualização profissional sobre novas técnicas
gerenciais.
-
Organização: compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e
administrativo de forma lógica e racional , entender as alterações ocorridas no meio
7. 7
ambiente externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com estas
mudanças.
-
Senso crítico: capacidade de se antecipar aos problemas principais, analisando-os
friamente através de questionamentos que levem a indicações de possíveis
alternativas de solução.
O empreendedor necessita possuir um visão global do negócio, que implica tanto o
conhecimento do mercado fornecedor, quanto do mercado final, canais e regras de
convivência com o mundo dos negócios. É importante que o empreendedor defina a sua
estratégia de atuação de tal modo a garantir de um lado o fornecimento de sua matériaprima e insumos indispensáveis e de outro, os canais de comercialização.
É importante, que o futuro investidor não seja levado pelo excesso de otimismo e
entusiasmo com expectativas de rápido retorno financeiro, deixando de lado a real
necessidade de um aprofundamento básico do negócio que se quer atuar e
principalmente sobre a tecnologia mais apropriada (fundamental o apoio de um
profissional especializado) para o desenvolvimento desse negócio, volume de
investimento necessário e recursos humanos para sua operacionalização.
4-3 CONDICIONANTES LOCACIONAIS
A viabilidade da implantação de uma Fábrica de Biscoitos, como de qualquer outro
negócio, está condicionada a uma análise detalhada sobre os aspectos locacionais mais
importantes para esta geolocalização.
No caso específico da Fábrica de Biscoito, seu local de instalação não apresenta maiores
exigências, fora daquelas condições mínimas para o funcionamento de qualquer
atividade industrial, ou seja, boa disponibilidade de água, e existência de uma infraestrutura mínima composta de boa rede de energia elétrica; estradas de acesso em bom
estado de conservação, e relativa proximidade dos mercados consumidores. É
importante ainda que se disponha de um terreno de preferência plano e que possua área
suficiente para a montagem do estabelecimento industrial com área de manobras que
facilitem o processo de carga e descarga de caminhões.
8. 8
4-4 PROCESSO PRODUTIVO
4-4-1 O FLUXOGRAMA
MISTURA DOS INGREDIENTES
TRANSFORMAÇÃO EM MASSA
HOMOGÊNEA
MOLDAGEM OU ROSETAGEM
COZIMENTO OU ASSADURA
RESFRIAMENTO
EMBALAGEM
ARMAZENAGEM
4-4-2 DESCRIÇÃO DO PROCESSO
O processo de fabrico de biscoito é relativamente simples consistindo basicamente na
Mistura dos Ingredientes, Transformação em Massa Homogênea, Moldagem ou
Rosetagem, Cozimento, Resfriamento, Embalagem, e Armazenagem.
Ainda que a fabricação de biscoitos pareça ser a primeira vista um processo simples,
esse requer como qualquer outro processo uma certa prática e alguns conhecimentos
técnicos. Dessa forma aos iniciantes aconselha-se primeiro a busca de um auxiliar
técnico para orientar o processo, ao mesmo tempo em que deve-se ir testando em
pequenas escalas o processo de fabricação, e as várias composições de mistura
possíveis.
MISTURA DOS INGREDIENTES
A adição dos ingredientes é feita em proporções (pesos) previamente definidas pelo
responsável pelo processo, com o objetivo de fabricação de determinado tipo de
biscoito. Essa mistura deve ser feita diretamente dentro da masseira, normalmente por
um processo realizado em vários estágios.
TRANSFORMAÇÃO EM MASSA HOMOGÊNEA
O processo de misturação, ou de transformação em massa homogênea, realizado pelas
chamadas “masseiras” tem as seguintes funções:
a- homogeneização dos ingredientes para formar massa uniforme;
b- dispersão de sólido num líquido ou líquido no líquido;
c- formar soluções de um sólido num líquido;
9. 9
d- desenvolver o glúten da farinha; e
e- aerar a massa, deixando-a menos densa.
MOLDAGEM OU ROSETAGEM
Uma vez pronta a massa, é sempre interessante dar um tempo de descanso, em torno de
uns 20 minutos. Após esse período a mesma é então transferida para a unidade de
moldagem ou rosetagem onde serão elaborados os biscoitos (rosquinhas) de acordo com
o tamanho e a forma desejada. Essas massas moldadas são depositadas em grandes
tabuleiros que posteriormente serão conduzidos para o forno.
COZIMENTO OU ASSADURA
A operação de cozimento ou assadura do biscoito tem os seguintes objetivos:
a- remover a umidade da massa, quando são retirados em média 28 quilos de água para
cada 1.000 quilos de massa que entra no forno;
b- dar cor, conseguida graças à caramelização dos açúcares, principalmente na
superfície do produto; e
c- propiciar uma série de reações químicas e físicas. Nesse processo ocorre a
hidratação e a gelatinização parcial do amido da farinha.
RESFRIAMENTO
É uma das fases mais importantes do processamento do biscoito. Assim que o produto
sai do forno ele se apresenta mole e ainda com alguma umidade. Desta forma não
poderá ser embalado imediatamente, mas deve sofrer o processo de resfriamento lento
para a equalização da umidade.
EMBALAGEM
As primeiras funções da embalagem num biscoito são:
a- proteger o produto contra danos mecânicos;
b- evitar perda ou ganho de umidade, além de contaminações externas;
c- proteger contra insetos, poeira ou qualquer material estranho; e
d- proteger contra excesso de luz.
O produto, biscoito, será então embalado em máquinas que pesam, embalam e selam em
processo semi-automático, em sacos de 500 gramas cada, e posteriormente em caixas de
papelão com 10 quilos, contendo 20 sacos cada caixa.
ARMAZENAGEM
Estas caixas de papelão são então guardadas na área de armazenagem da fábrica onde
ficam aguardando a hora de embarque para o estabelecimento do cliente comprador.
10. 10
5- O MERCADO
5-1 MERCADO OBJETO
O mercado objeto para o biscoito do tipo popular que se pretende produzir, concentra-se
nas unidades familiares com poder aquisitivo abaixo da média. Deve-se atentar para o
fato de que quando se diz biscoito popular não estamos falando de produtos de
qualidade inferior, mas apenas de biscoitos com processo de fabricação e apresentação
sejam simples, podendo por conseguinte apresentar menores custos de produção. Este é
um mercado que continua crescendo lentamente apesar da crise econômica, pois para
esta classe de consumidores, o achatamento da renda torna-se quase impossível a
manutenção do consumo de produtos que podem ser considerados como supérfluos,
como o biscoito, a preços mais elevados. O grande mercado para esse produto está então
nas periferias dos grandes centros urbanos e nas regiões urbanas e rurais mais afastadas.
É importante ressaltar que a entrada de um produto em um mercado, já de certa forma
ocupado por concorrentes que produzem o mesmo produto ou produtos similares, vai
requerer estratégias bem definidas e bem trabalhadas de vendas. Portanto, ter um
produto de características e qualidade pelo menos igual às já comercializadas no
mercado é de fundamental importância.
Em segundo lugar, a concorrência no mercado desses produtos, que não podem ter
uma grande diversificação ou que, pela escala pequena, não suportariam um grande
investimento em marketing, é inegavelmente realizada apenas pela via do preço. Neste
caso, o conhecimento do mercado concorrente e principalmente das alternativas
tecnológicas para modificar o processo produtivo e assim reestruturar seu sistema de
custos, adaptando-o constantemente à realidade do mercado, são condições essenciais
para que se viabilize o lado mercadológico do produto tanto no presente, quanto e
fundamentalmente, como no futuro. O grande ganho do produtor somente será obtido
com uma firme postura empresarial, com o empreendedor estabelecendo uma política
permanente de busca de ganhos de produtividade, e por decorrência, de redução dos
custos de produção.
A estratégia de produzir um único tipo de biscoito, enquadra-se na perspectiva de
reduzir a imobilização inicial, e conseqüentemente os custos a ela vinculados. A partir
da penetração desse produto no mercado e com os canais de distribuição alicerçados
poder-se-ia então, num segundo momento viabilizar a compra de outros equipamentos e
ampliar e diversificar o processo produtivo.
5-2 PERSPECTIVAS DO MERCADO
A primeira pergunta que um potencial investidor precisa fazer a si próprio antes de
entrar no mercado de fabricação de biscoito, é para quem ele vai vender o seu produto, e
principalmente quais são as características, hábitos, e desejos destes consumidores.
Assim o mercado, como sempre, é que irá determinar não só o tamanho inicial do
empreendimento como também o tipo de produto a ser oferecido e as formas de
comercialização.
A grande perspectiva do mercado para biscoito está na capacidade de se produzir um
produto a um preço igual ou inferior ao que é oferecido pela concorrência para produtos
similares. Nesse mercado a concorrência é normalmente grande e é formado por
empresas de médio e grande porte, que não tem necessariamente no biscoito o seu
principal produto, correndo assim o risco de perder o foco de atendimento ao pequeno
11. 11
cliente. Esse é com certeza o grande nicho de mercado em que deve atuar o pequeno
produtor de biscoito do tipo popular, visto que a área de atuação da empresa será
delimitada pela sua estrutura de comercialização. Desta forma é extremamente
recomendável que a comercialização se faça através de representantes comissionados
para uma maior abrangência de pontos de venda.
5-3 CLIENTES POTENCIAIS
Os clientes potenciais para a compra de biscoito do tipo popular é formado por
estabelecimentos comerciais em geral (supermercados, armazéns, mercearias,
lanchonetes e outros pequenos estabelecimentos varejistas), escolas e creches,
principalmente em programas de merenda escolar, assim como hospitais, restaurantes de
fábricas entre outros.
5-4 FORNECEDORES
As máquinas e equipamentos necessários a implantação do processo de fabricação de
biscoito podem ser adquiridos diretamente com os fabricantes, após análise de preço
capacidade técnica e operativa dos mesmos. No caso das matérias primas também é
aconselhável a compra direta dos moinhos e das fábricas. Especificamente quanto aos
fornecedores de farinha de trigo, o empreendedor deve ficar alerto para com os
diferenciais de preços entre moinhos e distribuidores. Em alguns casos porém, essa
demanda seletiva se torna impossível devido a existência de representantes regionais
assim como devido a necessidade de se comprar em pequenas escalas para não formar
estoques que encarecerem os custos. Deve-se sobretudo caminhar para a busca de
insumos de produção regional, para reduzir o custo dos fretes.
12. 12
6- DETALHAMENTO DOS INVESTIMENTOS
6.1 ESPECIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS FIXOS
O quadro 01 abaixo lista, quantifica e orçamenta o conjunto das obras civis, máquinas,
equipamentos, móveis e utensílios necessários para a implementação de uma fábrica de
biscoito. Deve-se atentar para o fato de que na hipótese do investidor já possuir alguns
destes itens aqui listados, estes deveriam ser retirados para não influir nas análises de
desembolso, ou pelo menos considerá-los ao preço de mercado para que não seja
superestimado o valor do investimento total e conseqüentemente estes dados adicionais
não reduzam os índices de rentabilidade apresentados.
Quadro 01
Investimentos Fixos em R$ 1,00
Item Discriminação
Qtde Valor Unitário
1 Terreno (500m2)
1
4.000,00
2 Construção Civil Galpão (120m²) 1
24.000,00
3 Masseira
1
3.600,00
4 Roseteira
1
15.000,00
5 Forno
1
7.500,00
6 Embaladora
1
14.800,00
7 Seladora
1
4.900,00
8 Bancada para embalagem
1
500,00
9 Balança de Chão (300 Kg)
1
900,00
10 Balança de Mesa (30kg)
1
500,00
11 Utensílios em geral
1
1.500,00
12 Equipamentos de Escritório
1
2.500,00
13 Veículo Utilitário
1
10.000,00
14 Bandejas
100
5,00
15 Outros
1
1.000,00
Total
Valor Total
4.000,00
24.000,00
3.600,00
15.000,00
7.500,00
14.800,00
4.900,00
500,00
900,00
500,00
1.500,00
2.500,00
10.000,00
500,00
1.000,00
91.200,00
6.2 ESTIMATIVA DO CAPITAL DE TRABALHO
O Capital de Trabalho, também chamado de Capital de Giro ou Circulante, compreende
o volume de recursos financeiros necessários para sustentar o processo operacional da
industria, aí compreendido desde a compra das matérias primas, seu processamento
industrial e a sistemática de comercialização dos produtos finais. É o oxigênio da
empresa. Tecnicamente ele é calculado tendo como base premissas a respeito dos
vários itens que geram necessidade de caixa e de outros que geram recursos, calculados
para um período de 30 dias.
Os cálculos dos valores do capital de giro necessário para o financiamento das vendas, e
produtos em processo de elaboração foram realizados tendo como base o custo total
menos a depreciação. O Caixa Mínimo está estimado como sendo um volume de
recurso suficiente para cobrir 1 (um) dia de faturamento.
13. 13
O processo de comercialização proposto para este empreendimento prevê um prazo
médio de vendas de 30 dias. O estoque está estimado em: 10 dias para matéria-prima e
embalagens, de 10 dias de produto acabado e de 1 dia para os produtos em processo de
elaboração.
No processo operacional também são gerados recursos que podem ser assim
considerados. A compra de matéria- prima deverá será feita com um prazo médio de 15
dias. Outros insumos deverão ser comprados com um prazo médio de 30 dias. A
proposta básica para a operação deste negócio é a de se evitar o desconto de duplicatas
para também fugir dos altos custos financeiros. Os itens Impostos, Energia, Mão de
Obra e Encargos são pagos com um prazo médio de 15 dias - considerando que há
utilização de mão de obra, energia, vendas, e conseqüentemente impostos, do dia
primeiro até o dia 30, e que os desembolsos correspondentes a estes fluxos econômicos
só ocorrem após esta data final.
O valor estimado como Capital de Giro necessário para a boa operacionalidade do
empreendimento nos moldes das políticas de Estoque, Produção e Comercialização
propostas é definido pela diferença entre o Subtotal Necessidades e o Subtotal Recursos,
conforme Quadro 02 abaixo.
Quadro 02
Estimativa do Capital de Giro em R$ 1,00
Item
1
1.1
1.2
1.3
1.5
1.6
Discriminação
Necessidade
Caixa Mínimo
Financiamento das Vendas
Estoque Matéria Prima
Estoque Produto Acabado
Produtos em Processo
Sub- Total
2
2.1
2.1.1
2.1.2
2.2
2.3
Recursos
Fornecedores
Matéria-prima
Outros insumos
Desconto de Duplicatas
Outras Despesas
Sub-Total
3
Prazo Médio em dias Capital de Giro
Capital de Giro Adicional
1
30
10
10
1
398,45
7.822,88
323,29
2.607,63
260,76
11.413,01
15
30
23,37
1,75
1.486,80
1.511,92
15
Base de cálculo p/financiamento de venda e produtos acabados
9.901,08
7.822,88
14. 14
6.3 ESTIMATIVA DA RESERVA TÉCNICA
O presente perfil propõe que no cálculo dos Investimentos Totais, seja incluída uma
Reserva Técnica, como garantia de qualquer eventualidade de sub-estimativa de
necessidade de capital ( seja de capital fixo ou de trabalho), equivalente a 2% da soma
do Capital Fixo mais o Capital de Trabalho.
6.4 QUADRO DE INVESTIMENTO TOTAL
O Investimento Total necessário para a implantação deste negócio é estimado pela soma
dos Investimentos em Capital Fixo, Capital de Giro mais a Reserva Técnica conforme
apresentado no quadro 03 abaixo. É importante lembrar, que este investimento é um
quase máximo, porém não representa necessariamente o desembolso pois na hipótese do
empreendedor já possuir alguns destes bens os mesmos não serão obviamente
adquiridos novamente.
Quadro 03
Estimativa do Investimento Total em R$ 1,00
Item
1
2
3
Discriminação
Investimento Fixo
Capital de Giro
Reserva Técnica
Investimento Total
Valor Total
91.200,00
9.901,08
5.055,05
106.156,14
15. 15
7- ASPECTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS
7-1 PREVISÃO DOS CUSTOS
A definição de custos trabalhada no presente perfil considera como tal a “remuneração
de todos os recursos efetivamente utilizados no processo produtivo”. Por outro lado,
para efeito da classificação dos custos do empreendimento será utilizada a metodologia
clássica da subdivisão dos custos em custos fixos e custos variáveis.
7-1-1 CUSTOS FIXOS
Serão classificados como custos fixos a remuneração dos recursos efetivamente
utilizados no processo, e que não dependam da quantidade produzida.
Como primeiro elemento de conformação dos custos fixos, derivado da remuneração
legal dos investimentos fixos, temos a depreciação, que é calculada de acordo com os
percentuais anuais permitidos pela legislação fiscal. Estes valores aparecem no quadro
04 a seguir.
Quadro 04
Depreciação anual em R$ 1,00
Vida
%Depreciação
Útil
1 Terreno (500m2)
0
2 Construção Civil Galpão (120m²) 25
4
3 Masseira
10
10
4 Roseteira
10
10
5 Forno
10
10
6 Embaladora
10
10
7 Seladora
10
10
8 Bancada para embalagem
10
10
9 Balança de Chão (300 Kg)
10
10
10 Balança de Mesa (30kg)
10
10
11 Utensílios em geral
5
20
12 Equipamentos de Escritório
5
20
13 Veículo Utilitário
5
20
14 Bandejas
5
20
15 Outros
5
20
Total
Item
Discriminação
Valor
Depreciação
Total
Anual
4.000,00
24.000,00
960,00
3.600,00
360,00
15.000,00
1.500,00
7.500,00
750,00
14.800,00
1.480,00
4.900,00
490,00
500,00
50,00
900,00
90,00
500,00
50,00
1.500,00
300,00
2.500,00
500,00
10.000,00
2.000,00
500,00
100,00
1.000,00
200,00
8.830,00
O quadro 05, a seguir, apresenta de forma discriminada todos os itens que compõem os
custos fixos mensais do empreendimento, a partir das propostas básicas de
funcionamento do negócio.
16. 16
Quadro 05
Custos Fixos Mensais em R$ 1,00
Item Discriminação
Valor Total
1 Depreciação
735,83
2 Pessoal c/ encargos escrit.
400,00
3 Honorários Contador
270,00
4 Aluguel
5 Energia Elétrica
80,00
6 Água
60,00
7 Telefone (aluguel e conta)
150,00
8 Manutenção
273,60
9 Retirada Proprietário
500,00
10 Despesas Administrativas
120,00
Total
2.589,43
7-1-2 CUSTOS VARIÁVEIS
As premissas básicas do funcionamento deste negócio e os coeficientes técnicos
utilizados para o estudo de determinação de seus custos variáveis serão demostrados a
seguir no quadro 06. De acordo com esses dados diariamente a fábrica produzirá cinco
masseiras de biscoito, com gerando 250 quilos do produto que será dividida em 500
pacotes de 500 gramas cada. O regime de trabalho proposto para o processo produtivo é
de 8 horas por dia 20 dias por mês.
Quadro 06
Coeficientes técnicos a fábrica de biscoito
Produção diária em masseira
Produção de biscoito por masseira em quilos
Produção de biscoito por dia em quilos
Dias por mês de produção
Produção mensal em masseira
Produção mensal de biscoito em quilos
Peso de um pacaote de biscoito em quilo
Produção mensal de biscoito em pacotes de 500 gramas
Formulação para 50 quilos de biscoito
a- Farinha de trigo em quilos
b- Açúcar cristal em quilos
c- Creme de milho em quilos
d- Óleo vegetal em litros
e- Bicarbonato de sódio em quilos
f- Bicarbonato de amônia em quilos
g- Sal em quilos
5
50
250
20
100
5000
0,5
10000
28
15
2,2
3,2
0,28
0,16
0,16
17. 17
Os custos variáveis podem ser assim desagregados. Primeiro, pessoal (e seus
respectivos encargos) que atende diretamente os setores da produção. Em segundo
lugar, e item de maior expressão econômica, a matéria prima e embalagem que juntos
representam 81,2% dos custos variáveis por ano. Considerando a produção de vinte dias
por mês, ou seja, 100 masseiras de biscoito, teremos uma situação de custo variável mês
conforme descrita no quadro 07.
Quadro 07
Custos Variáveis mês em R$ 1,00
Item
Discriminação
1 Técnico
2 Ajudante
3 Encargos Sociais(%)
Pessoal Total
Item
Discriminação
Por Masseira em kg
1 - Farinha de trigo (kg)
2 - Açucar cristal (kg)
3 - Creme de Milho (kg)
4 - Óleo (litros)
5 - Bicarbonato de sódio (kg)
6 - Bicarbonato de amônia (kg)
7 - Sal (kg)
8 - Energia/gas
8 - Sacos Plasticos p/500 gramas (unid.)
9 - Caixa de Papelão para 20 pacotes (unid.)
Qtde
1
2
60%
Qtde
50
29
15
2,2
3,2
0,28
0,16
0,16
1
100
5
Salário
Custo Mensal
Unitário
400,00
400,00
150,00
300,00
420,00
1.120,00
Salário
Unitário
R$
0,60
0,55
1,40
1,13
2,00
5,00
0,23
8,00
0,05
0,35
Total
Custo p/
Masseira
R$
17,40
8,25
3,08
3,62
0,56
0,80
0,04
8,00
5,00
1,75
48,49
Custo Variável/mês =80 masseiras/mês em R$
Discriminação
Pessoal total
Produção (masseiras/mês)
Total
Custo Var.
Unitário
1.120,00
100
48,49
Qtde
Custo Var.
Total
1.120,00
4.849,28
5.969,28
7-1-3 CUSTO TOTAL ANUAL E UNITÁRIO
O custo total mensal do empreendimento e o custo unitário por quilo de biscoito
produzido está explicitado no quadro 08 pela soma dos custos fixos e dos custos
variáveis. O cálculo do custo unitário foi realizado a partir das seguintes premissas.
Produção total de biscoito em quilo por mês é igual a produção em quilo de uma
18. 18
masseira vezes o número de masseiras por dia vezes o número de dias no mês em que se
produzirá sabão, totalizando 5.000 quilos por mês. Considerando que o peso de cada
pacote de biscoito será de 500 gramas, o total de pacotes a ser produzido por mês será
de 10.000 . Desta forma encontra-se o custo unitário por quilo dividindo-se o custo total
operacional mensal conforme aqui proposto pela produção mensal em quilos.
Quadro 08
Custos Totais Anuais em R$ 1,00
Item
Discriminação
1 Custos Fixos
2 Custos Variáveis
3 Custo Totais Operacionais Mensais
Valor Total
2.589,43
5.969,28
8.558,71
Produção de biscoito por masseira em kg
Número de masseiras por mês
Produção de biscoito por mês em kg
Produção de biscoito em pacotes de 500 gramas
Custo de produção de biscoito por quilo em R$
Custo de produção por pacote de 500 gramas em R$
7-2
50
100
5.000
10.000
1,71
0,86
PREVISÃO DA RECEITA
7-2-1 DETERMINAÇÃO DAS MARGENS DE VENDA
O quadro 09, a seguir, apresenta a composição da margem de venda, englobando as
despesas tributárias – impostos estaduais e federais – as despesas de comercialização e a
margem de lucro bruta esperada pelo empreendedor.
Considerando-se a faixa de faturamento do empreendimento optou-se por enquadrá-lo
no Sistema Simples de tributação - Estadual e Federal – para efeito de determinação dos
percentuais de taxação.
Quadro 09
Margens de Comercialização
Item Discriminação
1 Tributos
1.1 Simples Federal
1.2 Simples ICMS
2 Comercialização
2.1 Comissões s/ vendas
2.2 Publicidade
3
Margem de lucro
Total
Percentual
7,9%
5,4%
2,5%
5,5%
5,0%
0,5%
15,0%
28,4%
19. 19
7-2-2 DETERMINAÇÃO DOS PREÇOS BÁSICOS DE VENDA
Para o cálculo dos preços de venda dos produtos foram considerados os seguintes
critérios:
a- Os custos unitários, ou custos médios por quilo;
b- A margem de venda definida no quadro 09 ( mark-up);
c- Preço de venda nos pontos finais de mercado de produtos semelhantes.
Assim, o quadro 10 apresenta como sugestão o seguinte preço de venda para o pacote
com 500 gramas de biscoito.
Quadro 10
Preço de Venda Sugerido
Custo
Preço de
Item Discriminação
Unitário Mark-up venda
Operacional
sugerido
1 Pacote de Biscoito de 500 gramas
0,86
0,716
1,20
7-2-3 ESTIMATIVA DA RECEITA TOTAL
A receita total, anual, foi calculada levando-se em consideração o preço definido no
quadro 10 e a produção anual de biscoito em sacos de 500 gramas obtida conforme
quadro 06. A receita total operacional anual é então calculada pela multiplicação do
volume produzido pelo preço médio, conforme quadro 11.
Quadro 11
Receita Total Operacional Anual em R$ 1,00
Quantidade Preço
Mensal Unitário
Pacote de Biscoito de 500 gramas
10.000 1,20
Total
10.000
Item Discriminação
1
Receita Receita
Mensal Anual
11.954 143.442
11.954 143.442
20. 20
8- RESULTADO OPERACIONAL ANUAL
8-1 QUADRO DE RESULTADO
O resultado operacional do empreendimento aparece discriminado no quadro 12 abaixo.
Deve-se também ressaltar que a capacidade de pagamento de um empreendimento é
encontrada pela soma do resultado líquido operacional após os impostos adicionados ao
valor da Depreciação, pois esta não representa saída de caixa.
Quadro 12
Resultado Operacional Anual em R$ 1,00
Item
1
2
2.1
2.2
2.3
2.4
3
4
Discriminação
Receita Operacional de Vendas
Valor Total
143.442,12
Custos Totais
Custos Fixos
Custos Variáveis
Custos de Comercialização
Custos Tributários
121.925,80
31.073,20
71.631,36
7.889,32
11.331,93
Lucro Operacional antes IR
Imposto de Renda(SIMPLES)*
21.516,32
-
5
Lucro Líquido
21.516,32
6
Depreciação
8.830,00
Resultado ou Capacidade de Pagamento
30.346,32
7
* Na opção pelo Simples, o Imposto de Renda está incluído nos custos tributários
8-2 - FLUXO DE CAIXA DO EMPREENDIMENTO
Os seguintes critérios foram utilizados para a elaboração do quadro 13, que apresenta o
fluxo de caixa anual do empreendimento:
a- Vida útil para a análise financeira de dez anos;
b- O valor total do investimento inicial, dado pela soma dos investimentos fixos,
investimentos em capital de trabalho e a reserva técnica.
c- Valor residual do investimento fixo ao final de 10 anos, considerando as taxas legais
de depreciação no quadro 04;
d- Resultado líquido anual - capacidade de pagamento -, conforme quadro 12;
e- Cálculo da produção anual levou em consideração, 100 masseiras por mês e 12
meses por ano do ano 1 em diante;
f- O saldo líquido anual foi calculado tomando-se como base o resultado líquido mais
o valor residual do investimento e menos o investimento total;
g- Os valores do fluxo de caixa descontado foram encontrados a partir da utilização de
uma taxa de juros imputada de 15% ao ano, denominada custo de oportunidade.
21. 21
Quadro 13
Fluxo de Caixa do Empreendimento em R$ 1,00
Ano
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Investimento Valor Residual
Total
do Investimento
106.156,14
18.400,00
Resultado
Saldo
Fluxo de Caixa
Líquido
Líquido
Descontado
(106.156,14)
(106.156,14)
30.346,32
30.346,32
26.388,10
30.346,32
30.346,32
22.946,18
30.346,32
30.346,32
19.953,20
30.346,32
30.346,32
17.350,61
30.346,32
30.346,32
15.087,48
30.346,32
30.346,32
13.119,55
30.346,32
30.346,32
11.408,31
30.346,32
30.346,32
9.920,27
30.346,32
30.346,32
8.626,32
30.346,32
48.746,32
12.049,34
VPL
TIR
Custo de Oportunidade (Anual)
Tempo de Recuperação do Capital
50.693,21
26,25%
15%
5,34
8-3 ÍNDICES FINANCEIROS DO EMPREENDIMENTO
8-3-1 PONTO DE NIVELAMENTO
O ponto de nivelamento é também chamado de ponto de equilíbrio e será aqui definido
pelo nível de produção (ou de faturamento) mínimo para que a empresa comece a gerar
lucros. Na formulação matemática este ponto é encontrado pela divisão dos Custos
Fixos pela diferença entre a Receita Total e os Custos Variáveis. Para o presente perfil
temos que o ponto de nivelamento está estimado em 43,27%, Quadro 14, mostrando
uma boa relação entre os custos fixos e os variáveis que permite uma boa flexibilização
do processo de produção e comercialização.
8-3-2 VALOR PRESENTE LÍQUIDO
O Valor Presente Líquido foi calculado a partir de uma taxa mínima de atratividade de
15% ao ano, ou do chamado custo de oportunidade do capital, representando um desejo
do empreendedor de obter nesse negócio um retorno de pelo menos 15% ao ano. A
partir da determinação deste percentual é então calculado o valor atual (presente ou
descontado) de todos os componentes do fluxo líquido de caixa, cujos valores são então
somados para encontrar o Valor Presente Líquido. Para o presente perfil o VPL está
calculado em R$ 50.693,21 , conforme Quadro 14, significando que os resultados
obtidos remuneram o valor do investimento feito, em 15% ao ano e ainda permitem
aumentar o valor da empresa daquela importância.
22. 22
8-3-3 TAXA INTERNA DE RETORNO
É a taxa de desconto que torna nulo o valor atual do investimento, isto é, a taxa de
remuneração anual do empreendimento. Neste perfil a Taxa Interna de Retorno é de
26,25% ao ano, conforme Quadro 14, representando um caso em que o investimento do
empreendedor será remunerado a esta taxa anual. Significa que o empreendimento
apresenta uma taxa de retorno sobre o investimento inicial feito superior a taxa média de
atratividade do mercado. Em síntese o projeto pode ser considerado viável.
8-3-4 PAY-BACK TIME OU TEMPO DE RECUPERAÇÃO DESCONTADO
Este indicador tem a mesma função do tempo de recuperação do capital investido
calculado da forma simples, sendo que a única e substancial diferença é que seu cálculo
é realizado com os valores do fluxo de caixa descontados a partir da taxa mínima de
atratividade, ou do custo de oportunidade do capital. A vantagem deste indicador sobre
o simples, é que ele leva em consideração em seu cálculo o valor do dinheiro no tempo.
Assim, de acordo com os dados apresentados do Quadro 14 o Tempo de Recuperação
do Capital (Descontado) do presente perfil é de 5,34 anos, indicando o período de
tempo que seria necessário para a recuperação do capital investido.
8-3-5
ÍNDICE DE LUCRATIVIDADE DAS VENDAS
É uma medida de avaliação econômica e um dos fatores que influencia a Taxa de
Retorno do Investimento. Expressa em uma taxa (%), é encontrada pela divisão do
Lucro Líquido Operacional pelo valor das Vendas Totais. Com base nos dados anuais,
este perfil apresenta um “índice de lucratividade das vendas” de 15% , conforme
explícito no Quadro 14.
Quadro 14
Índices Financeiros do Empreendimento
Item
Discriminação
1
Ponto de Equilíbrio ou Break-Even Point
2
Resultado
% do faturamento
43,27
Valor Presente Líquido para i anual de
15%
50.693,21
3
Taxa Interna de Retorno
anual
26,25%
4
Tempo de Recuperação Descontado ou Pay Back Time
em anos
5,34
5
Índice de Lucratividade das Vendas
em %
15%
23. 23
9- INCENTIVOS E FONTES DE FINANCIAMENTO
9-1 INCENTIVOS FISCAIS POTENCIAIS
Para credenciar-se aos recursos do FUNRES e portanto receber recursos do FUNRES Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo, comumente chamado de Incentivo
Fiscal, é necessário que a empresa seja constituída sob a forma de sociedade anônima,
requerendo para tanto procedimentos legais mais custosos, não compatíveis com este
tipo de empreendimento. A disponibilidade de recursos FUNRES para micro e pequenas
empresas é para financiamentos, conforme explicado em seguida.
9-2 FONTES DE FINANCIAMENTO POTENCIAIS
As linhas de financiamento direcionadas às micros e pequenas empresas geralmente não
apresentam muita variação. No caso específico do Espírito Santo elas tem como fonte
básica recursos do FUNRES, relativamente limitados, e do BNDES, que são repassados
por bancos credenciados sejam eles públicos ou privados. As condições apresentadas
não diferem muito. Todas usam a TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo como taxa
básica de juros, acrescida de uma taxa fixa que pode variar de 4 a 6 por cento ao ano.
A linha do BNDES mais difundida é chamada de BNDES/ AUTOMÁTICO que é
operada pela maioria dos bancos públicos (Banco do Brasil, Banestes e Bandes) e
também pelos bancos privados.
No Espírito Santo, o Bandes opera também a linha FUNRES/ PROPEN/MIPEQ,
orientada para pequenos investimentos, não podendo o financiamento ultrapassar o
valor de R$ 25.000,00.
A seguir são apresentadas duas linhas básicas de financiamento.
9.2.1- BNDES/AUTOMÁTICO
Agente Operador
Operado por Bancos Comerciais e de Desenvolvimento devidamente credenciados.
Objetivo
Financiamento a investimentos, inclusive aquisição de máquinas e equipamentos novos
de fabricação nacional, importação de máquinas e equipamentos, e capital de giro
associado ao investimento fixo.
Beneficiários
Empresas privadas, pessoais físicas residentes e domiciliadas no País, entidades da
administração pública direta e indireta, e demais entidades que
contribuam para os objetivos do Sistema BNDES.
24. 24
Itens Financiáveis
Ativos fixos de qualquer natureza, exceto: terrenos e benfeitorias já existentes;
máquinas e equipamentos usados (no caso de microempresas e empresas de pequenos
porte poderão ser apoiados máquinas e equipamentos de qualquer natureza); animais
para revenda, formação de pastos em Áreas de Preservação Ambiental. Capital de giro
associado ao investimento fixo. Despesas pré-operacionais.
Condições Operacionais
Limite Máximo:: Investimentos limitados a R$ 7 milhões, por empresa, por ano.
Participação: Equipamentos nacionais ou importado: até 100%.
Outros itens: - microempresas e empresas de pequeno porte e programas de
desenvolvimento regional: até 90% e demais casos: até 70%. A participação está
limitada a 50% do ativo total projetado da empresa ou do grupo empresarial ou a 5% do
Patrimônio Líquido Ajustado do BANDES, o que for menor.
No caso de Bancos privados não há esta limitação. Neste caso, o financiamento será
analisado de acordo com os interesses e reciprocidades apresentados pelo Banco.
Prazo:
O prazo total será determinado em função da capacidade de pagamento do
empreendimento, da empresa ou do grupo econômico.
Taxas de Juros:
Micro e Pequena Empresas: 6% a.a. + TJLP.
Média e grande empresas: 7,5% a.a. + TJLP.
IOF: Cobrado na forma legal, descontado no ato da liberação.
Custo de Análise de Projeto: Isento.
Garantias
Reais: Equivalentes, no mínimo, a 1,5 vezes o valor financiado. Os bens dados como
garantia deverão ter seguro.
Pessoais: Aval ou fiança de terceiros.
Fundo de Aval
9.2.2- FUNRES/PROPEN/MIPEQ
Subprograma de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
Agente Operador
Somente o Bandes.
Objetivo
Apoio financeiro, assistência técnica e gerencial a micros e pequenas empresas dos
setores industrial, agroindustrial, de comércio e serviços, visando implementar política
de geração de empregos e renda.
Beneficiários
Empresas existentes, classificadas com base na receita operacional líquida anual,
relativa ao último exercício social, e empresas novas, classificadas com base na previsão
25. 25
da receita, da mesma forma, verificadas, em ambas situações o número de empregados,
observados os seguintes parâmetros:
a. Micro empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam de até 250.000 UFIR, e
tenham até 19 empregados, no caso de indústria, e 9, no caso de comércio e
serviços;
b. Pequenas empresas: cujas receitas operacionais líquidas sejam acima de 250.000 e
até 750.000 UFIR, e tenham de 20 até 99 empregados, no caso de indústria, e de 10 a
49, no caso de comércio e serviços.
Itens Financiáveis
Investimentos fixos e mistos, limitado o apoio para capital de giro a 20% do total do
investimento fixo financiável: pequenas reformas e instalações físicas; máquinas e
equipamentos novos e usados; móveis e utensílios novos e usados.
Condições Operacionais
Limite Máximo: R$ 25.000,00, por tomador.
Participação: Até 80% do total financiável, condicionado à política de risco do
BANDES.
Prazo: Até 48 meses, incluindo a carência de até 12 meses.
Taxa de Juros: 6% a.a. (seis por cento ao ano) + TJLP.
Obs: O BANDES poderá cobrar Custo de Análise de Projeto, conforme Tabela de
Ressarcimento de Custos, com exceção das micro empresas.
IOF: Isento.
Utilização do Crédito
Em uma ou em várias parcelas periódicas, fixadas em função do cronograma físicofinanceiro do empreendimento.
Forma de Pagamento
Amortização mensal, juntamente com os encargos financeiros, pagos no período da
carência, trimestralmente.
Garantias
Reais e Pessoais, preferencialmente, definidas na ocasião da análise da operação. Os
bens dados em garantia deverão ter seguro.
10- FONTES DE REFERÊNCIA
PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO – David Lord Tuch (SENAC/CEATEL)