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  Freire de Andrade.
• Canto II: Partida do exército luso-castelhano.
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  encontro entre os caciques Cepê e Cacambo e
  o comandante português, Gomes Freire de
  Andrade, à margem do rio Uruguai. O acordo é
  impossível porque os jesuítas portugueses se
  negavam a aceitar a nacionalidade espanhola.
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  tropas luso-espanholas. Os índios lutam
  valentemente, mas são vencidos pelas armas
  de fogo dos europeus. Cepé morre em combate.
  Cacambo comanda a retirada.
• Canto III: O General acampa às margens de um
  rio. Do outro lado, Cacambo descansa e sonha
  com o espírito de Cepê. Este incita-o a incendiar
  o acampamento inimigo. Cacambo atravessa o
  rio e provoca o incêndio. Depois, regressa para a
  sede. Surge Lindóia. A mando de Balda,
  prendem Cacambo e matam-no envenenado.
  Balda é o vilão da história, que deseja tornar seu
  filho Baldeta, cacique, em lugar de Cacambo.
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  Tanajura propicia visões a Lindóia: a índia “vê” o
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  pelo Marquês de Pombal e a expulsão dos
  jesuítas.
• Canto IV: Maquinações de Balda. Pretende
  entregar Lindóia e o comando dos indígenas a
  Baldeta, seu filho. O episódio mais importante: a
  morte de Lindóia. Ela, para não se entregar a
  outro homem, deixa-se picar por uma serpente.
  Os padres e os índios fogem da sede, não sem
  antes atear fogo em tudo. O exército entra no
  templo.



  Veja a seguir a cena da morte de Lindóia
Este lugar delicioso, e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva, e nas mimosas flores,
Tinha a face na mão, e a mão no tronco
De um fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
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Fogem de a ver assim sobressaltados,
E param cheios de temor ao longe;
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E fuja, e apresse no fugir a morte.
Porém o destro Caitutu, que treme
Do perigo da irmã, sem mais demora
Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes
Soltar o tiro, e vacilou três vezes
Entre a ira e o temor. Enfim sacode
O arco, e faz voar a aguda seta,
Que toca o peito de Lindóia, e fere
A serpente na testa, e a boca, e os dentes
Deixou cravados no vizinho tronco.
Açouta o campo co'a ligeira cauda
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Se enrosca no cipreste, e verte envolto
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Conhece, com que dor! no frio rosto
Os sinais do veneno, e vê ferido
Pelo dente sutil o brando peito.
Os olhos, em que Amor reinava, um dia,
Cheios de morte; e muda aquela língua,
Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes
Contou a larga história de seus males.
Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta

De sua mão já trêmula gravado

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E por todas as partes repetido

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• Canto V: Descrição do Templo. Perseguição aos índios.
  Prisão de Balda. O poeta dá por encerrada a tarefa e
  despede-se. Expressa suas opiniões a respeito dos
  jesuítas, colocando-os como responsáveis pelo
  massacre dos índios pelas tropas luso-espanholas.
  Eram opiniões que agradavam ao Marquês de Pombal,
  o todo-poderoso ministro de D. José I. Nesse mesmo
  canto ainda aparece a homenagem ao general Gomes
  Freire de Andrade que respeita e protege os índios
  sobreviventes.
Considerações Importantes
• A idéia de choque cultural se sobrepõe à
  celebração do herói.
• Antecipação de tendências da 1ª Geração
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O Uraguai

  • 2. A obra e seu contexto • Publicada em 1769 • Portugal: Rei D. José • Marquês de Pombal (1º Ministro) • Antijesuitismo • Dedicado a Francisco Xavier de Mendonça Furtado (Irmão do Marquês de Pombal) • Arcadismo: Resgate da epopéia
  • 3. Estrutura • Epopéia (Dedicatória, Invocação, Proposição, Narrativa, Epílogo) • 5 Cantos (diferente do modelo camoniano) • Versos decassílabos brancos, sem estrofação Tema • Luta pela expulsão dos Jesuítas do território das Missões, por ocasião do tratado de Madrid (1750), tendo como herói o português Gomes Freire de Andrade.
  • 4. Personagens • General Gomes Freire de Andrade – chefe das tropas portuguesas; • Catâneo - chefe das tropas espanholas; • Cacambo - chefe indígena; • Cepé - guerreiro índio; • Balda - jesuíta administrador de Sete Povos das Missões; • Caitutu - guerreiro indígena; irmão de Lindóia; • Lindóia - esposa de Cacambo; • Tanajura - indígena feiticeira.
  • 5. Enredo • Canto I: Saudação ao General Gomes Freire de Andrade. Chegada de Catâneo. Desfile das tropas. Andrade explica as razões da guerra. A primeira entrada dos portugueses enquanto esperam reforço espanhol. O poeta apresenta já o campo de batalha coberto de destroços e de cadáveres, principalmente de indígenas, e, voltando no tempo, apresenta um desfile do exército luso-espanhol, comandado por Gomes Freire de Andrade.
  • 6. • Canto II: Partida do exército luso-castelhano. Soltura dos índios prisioneiros. É relatado o encontro entre os caciques Cepê e Cacambo e o comandante português, Gomes Freire de Andrade, à margem do rio Uruguai. O acordo é impossível porque os jesuítas portugueses se negavam a aceitar a nacionalidade espanhola. Ocorre então o combate entre os índios e as tropas luso-espanholas. Os índios lutam valentemente, mas são vencidos pelas armas de fogo dos europeus. Cepé morre em combate. Cacambo comanda a retirada.
  • 7. • Canto III: O General acampa às margens de um rio. Do outro lado, Cacambo descansa e sonha com o espírito de Cepê. Este incita-o a incendiar o acampamento inimigo. Cacambo atravessa o rio e provoca o incêndio. Depois, regressa para a sede. Surge Lindóia. A mando de Balda, prendem Cacambo e matam-no envenenado. Balda é o vilão da história, que deseja tornar seu filho Baldeta, cacique, em lugar de Cacambo. Observa-se aqui uma forte crítica aos jesuítas. Tanajura propicia visões a Lindóia: a índia “vê” o terremoto de Lisboa, a reconstituição da cidade pelo Marquês de Pombal e a expulsão dos jesuítas.
  • 8. • Canto IV: Maquinações de Balda. Pretende entregar Lindóia e o comando dos indígenas a Baldeta, seu filho. O episódio mais importante: a morte de Lindóia. Ela, para não se entregar a outro homem, deixa-se picar por uma serpente. Os padres e os índios fogem da sede, não sem antes atear fogo em tudo. O exército entra no templo. Veja a seguir a cena da morte de Lindóia
  • 9. Este lugar delicioso, e triste, Cansada de viver, tinha escolhido Para morrer a mísera Lindóia. Lá reclinada, como que dormia, Na branda relva, e nas mimosas flores, Tinha a face na mão, e a mão no tronco De um fúnebre cipreste, que espalhava Melancólica sombra. Mais de perto Descobrem que se enrola no seu corpo Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
  • 10. Pescoço e braços, e lhe lambe o seio. Fogem de a ver assim sobressaltados, E param cheios de temor ao longe; E nem se atrevem a chamá-la, e temem Que desperte assustada, e irrite o monstro, E fuja, e apresse no fugir a morte. Porém o destro Caitutu, que treme Do perigo da irmã, sem mais demora Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes Soltar o tiro, e vacilou três vezes
  • 11. Entre a ira e o temor. Enfim sacode O arco, e faz voar a aguda seta, Que toca o peito de Lindóia, e fere A serpente na testa, e a boca, e os dentes Deixou cravados no vizinho tronco. Açouta o campo co'a ligeira cauda O irado monstro, e em tortuosos giros Se enrosca no cipreste, e verte envolto Em negro sangue o lívido veneno. Leva nos braços a infeliz Lindóia
  • 12. O desgraçado irmão, que ao despertá-la Conhece, com que dor! no frio rosto Os sinais do veneno, e vê ferido Pelo dente sutil o brando peito. Os olhos, em que Amor reinava, um dia, Cheios de morte; e muda aquela língua, Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes Contou a larga história de seus males. Nos olhos Caitutu não sofre o pranto, E rompe em profundíssimos suspiros,
  • 13. Lendo na testa da fronteira gruta De sua mão já trêmula gravado O alheio crime, e a voluntária morte. E por todas as partes repetido O suspirado nome de Cacambo. Inda conserva o pálido semblante Um não sei quê de magoado, e triste, Que os corações mais duros enternece. Tanto era bela no seu rosto a morte!
  • 14. • Canto V: Descrição do Templo. Perseguição aos índios. Prisão de Balda. O poeta dá por encerrada a tarefa e despede-se. Expressa suas opiniões a respeito dos jesuítas, colocando-os como responsáveis pelo massacre dos índios pelas tropas luso-espanholas. Eram opiniões que agradavam ao Marquês de Pombal, o todo-poderoso ministro de D. José I. Nesse mesmo canto ainda aparece a homenagem ao general Gomes Freire de Andrade que respeita e protege os índios sobreviventes.
  • 15. Considerações Importantes • A idéia de choque cultural se sobrepõe à celebração do herói. • Antecipação de tendências da 1ª Geração Romântica • A temática do indianismo não pode ser entendida como manifestação de idealismo nacionalista, mas como reflexo do ‘mito do bom-selvagem’ iluminista.