1. Projeto filma peixe a quase 8 km
de profundidade
É a primeira vez que imagens registram espécie viva em
águas tão profundas.(Notícia veiculada no ‘g1.globo.com’ em 07/10/2008)
Cientistas japoneses filmaram um peixe que vive a 7,7 quilômetros de
profundidade - a maior extensão onde já se encontraram espécies vivas. Até o momento, o
peixe que vivia em águas mais profundas havia sido observado a sete quilômetros de
profundidade.
Conhecido como Pseudoliparis amblystomopsis, o peixe, de apenas 30
centímetros de comprimento, foi encontrado na costa japonesa do Oceano Pacífico.
Atividade dos peixes surpreendeu pesquisadores (Foto: BBC)
A descoberta faz parte do projeto Hadeep, realizado em parceria pelas
universidades de Aberdeen, na Escócia, e de Tóquio, no Japão, com o objetivo de varrer o
fundo do mar em busca de criaturas que vivem em águas profundas e ampliar o
conhecimento sobre a biologia no fundo dos oceanos.
Sobrevivência
Os cientistas têm trabalhado em uma área conhecida como zona hadal - a
designação do fundo do mar situado a mais de 6 mil metros de profundidade, abaixo da
zona abissal. Eles conseguem explorar essas regiões profundas usando sondas operadas
por controle remoto e capazes de resistir às imensas pressões da água. Os quot;veículos
submarinosquot; possuem ainda uma câmera acoplada para garantir o registro das espécies
encontradas no fundo do mar.
quot;Existe a questão sobre como esses animais vivem nessas profundidadesquot;, diz
Monty Priede, da Universidade de Aberdeen. Priede cita três principais problemas para a
sobrevivência em águas tão profundas:
2. quot;O primeiro é o suprimento de comida, que é bem remoto e vem de oito
quilômetros acimaquot;, afirma o pesquisador. quot;Há também a pressão - eles têm de ter todo o
tipo de modificações fisiológicas, principalmente no nível molecular. O terceiro problema
é que as correntes formadas nessas profundidades são como pequenas ilhas em um grande
abismo, e não sabemos se são grandes o suficiente para suportar as populações que
crescem de maneira endêmicaquot;, acrescenta Priede. O cientista afirma, no entanto, que os
peixes parecem ter superado esses problemas.
Ativo
Os pesquisadores se dizem surpresos com o comportamento dos peixes em
águas profundas.
quot;Pensamos que, pela profundidade, os peixes seriam relativamente inativos,
armazenando a maior quantidade de energia possível e tudo maisquot;, conta Priede à BBC
News. quot;Mas as imagens mostram os peixes se movendo, comendo com precisão, atacando
as presas que passam pelo ladoquot;, descreve o pesquisador. quot;Ninguém jamais havia visto
um peixe vivo nessas profundidades - apenas em conserva em museus e, depois que são
retirados do fundo do mar, eles têm uma aparência miserávelquot;, afirma Priede. quot;Mas esses
peixes são muito bonitinhos.quot;
O último peixe encontrado vivo na maior profundidade era o Abyssobrotula
galateae, que foi retirado do fundo do mar em Porto Rico a mais de oito quilômetros, em
1970. No entanto, ao chegar na superfície, o animal já estava morto.
Alan Jamieson, da Universidade de Aberdeen, afirma que é quot;uma honra poder
ver esses peixesquot;. Segundo Jamieson, a equipe deverá encontrar ainda mais peixes
durante a próxima expedição, marcada para março de 2009, que vai explorar a área entre
6 mil e 9 mil metros de profundidade. Ninguém nunca foi capaz de ver essas
profundidades antes - acho que vamos encontrar peixes vivendo em águas muito mais
profundasquot;, conclui o pesquisador.
Bibliografia:
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL789346-5603,00-
PROJETO+FILMA+PEIXE+A+QUASE+KM+DE+PROFUNDIDADE.html
http://indoafundo.com