Este documento discute a importância de viver uma vida santa de acordo com a vontade de Deus. Paulo encoraja os Tessalonicenses a "abundarem cada vez mais" em santidade e amor, evitando a imoralidade sexual como Deus deseja. Ele explica que Deus chamou os cristãos para a santificação, não para a imundícia, e dará o seu Espírito Santo para os ajudar nesse processo.
1. LIÇÃO 7 12 a 18 de agosto de 2012
Viver Uma Vida Santa
(I Tessalonicenses 4:1-12)
SÁBADO À TARDE
LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: I Tessalonicenses 4:1-12; Mateus
25:34-46; Génesis 39:9; João 13:34 e 35.
VERSO ÁUREO: “Porque não nos chamou Deus para a imundícia, mas
para a santificação.” I Tessalonicenses 4:7.
PENSAMENTO-CHAVE: Embora a sexualidade humana seja uma dádiva de
Deus, pode, tal como acontece com todas as dádivas, ser mal utilizada.
OS TRÊS PRIMEIROS CAPÍTULOS DE I TESSALONICENSES focavam
principalmente o passado. Nos capítulos 4 e 5, porém, Paulo volta-se para o fu-
turo. Havia coisas em falta na fé dos crentes tessalonicenses (I Tes. 3:10), e ele
desejava ajudá-los a remediar essas deficiências. A carta escrita pelo apóstolo
daria início ao processo, mas só seria possível fazer mais depois de Paulo e os
Tessalonicenses se voltarem a juntar de novo.
Começando com I Tessalonicenses 4:1, Paulo desenvolve a amizade que lhes
afirmara nos primeiros três capítulos, oferecendo conselhos práticos para a vida
de cada dia dos Tessalonicenses. O principal motivo de preocupação (mas não o
único) nos versículos desta semana tem a ver com mau comportamento sexual.
Embora não nos seja dito o que especificamente motivou esta admoestação,
Paulo fala muito claramente sobre a necessidade de evitar imoralidade sexual.
Ele é muito firme na linguagem que aqui utiliza, dizendo que aqueles que rejei-
tam as suas instruções não estão, de facto, a rejeitá-lo a ele, mas ao Senhor.
Basta, porém, olhar para o sofrimento que a má conduta sexual tem provocado
em tantas vidas para se compreender a razão por que o Senhor haveria de falar
em termos tão fortes por intermédio do apóstolo.
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Job 4 e 5; Salmo 22:1-37; João 19; D. T. Nações,
cap. 78.
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2. DOMINGO, 12 de agosto PROGREDINDO CADA VEZ MAIS
(I Tessalonicenses 4:1 e 2)
Leia I Tessalonicenses 3:11-13 e 4:1-18. Em que aspetos o conteúdo do
capítulo 4 amplia várias partes da oração de I Tessalonicenses 3:11-13? Qual
é a relação entre a oração do apóstolo Paulo e as suas palavras inspiradas
dirigidas aos Tessalonicenses?
A oração de Paulo em I Tessalonicenses 3:11-13 contém uma série de palavras-
-chave que antecipam o contexto de I Tessalonicenses 4:1-18. A oração tem a
ver com “abundar” em “santidade” e em “amor” mútuo, à luz da segunda vinda
de Jesus. Todos estes temas apontam para passagens específicas no capítulo 4.
No texto para o estudo de hoje (I Tes. 4:1 e 2), o apóstolo retoma a linguagem
de “abundar” encontrada em I Tessalonicenses 3:12, ainda que essa ligação esteja
camuflada na maior parte das traduções modernas. As traduções modernas têm o
louvável objetivo de tornar as coisas mais compreensíveis na linguagem de hoje,
mas podem inadvertidamente esconder ligações que são explícitas no original. Na
versão de João Ferreira de Almeida, é explícita a ligação entre I Tessalonicenses
3:12 e I Tessalonicenses 4:1; em ambas as passagens o apóstolo convida os Tes-
salonicenses a “abundarem” cada vez mais no amor uns pelos outros e por toda
a gente.
Paulo deu início ao trabalho de construção da estrutura cristã daqueles crentes
enquanto estava com eles, mas agora sentia-se impressionado pelo Espírito Santo
a preencher as falhas (I Tes. 3:10) e a tornar mais clara a compreensão deles. O
resultado seria “mais e mais” daquilo que eles já estavam a tentar fazer, que era
viver uma vida digna do seu chamado.
Paulo começa o capítulo 4 com “Finalmente”. Nos capítulos 4 e 5 ele desenvol-
ve os capítulos anteriores, onde a amizade com eles era a base para os conselhos
práticos que agora lhes ia transmitir. Eles tinham começado bem. Ele queria agora
que continuassem a crescer nas verdades que dele tinham aprendido.
Há nesta passagem duas interessantes menções de Jesus (I Tes. 4:1 e 15). In-
dicam elas que Paulo estava a transmitir o ensino das próprias palavras de Jesus
(as quais foram mais tarde preservadas nos quatro evangelhos). O apóstolo esta-
va a dar mais do que simplesmente bons conselhos. O próprio Senhor Jesus re-
comendara os comportamentos que Paulo estava agora a promover. Paulo, como
servo de Cristo, estava a partilhar as verdades que recebera de Cristo.
Leia de novo I Tessalonicenses 4:1. O que é que significa andar de ma-
neira a “agradar a Deus”? Será que o Criador do Universo realmente se
interessa pela forma como agimos? De que modo podem, de facto, as nos-
sas ações “agradar a Deus”? Que implicações tem a sua resposta pessoal?
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Job 6-8; João 19:28-37; D. T. Nações, cap. 79.
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3. SEGUNDA, 13 de agosto A VONTADE DE DEUS: A SANTIFICAÇÃO
(I Tessalonicenses 4:3)
O texto em I Tessalonicenses 4:3-8 constitui uma unidade completa de pensa-
mento. A vontade de Deus para cada crente tessalonicense é “santidade” ou “santi-
ficação” (I Tes. 4:3, 4 e 7). O que o apóstolo Paulo quer dizer com santificação nesta
passagem é explicado pelas duas frases que se seguem. Espera-se que cada crente
“se abstenha da prostituição” e que “saiba usar com dignidade e respeito o [seu]
corpo [TIC]” (I Tes. 4:3 e 4). Paulo conclui esta unidade de pensamento com três mo-
tivações para se viver uma vida santa (I Tes. 4:6-8): (1) Deus é um vingador nestas
questões, (2) Ele chamou-nos para a santificação e (3) Ele dá-nos o Espírito Santo
para nos ajudar. Nesta secção de hoje da lição e nas próximas duas secções, vamos
ver em mais pormenor esta passagem.
Leia I Tessalonicenses 4:3 e 7. De que modo estão os dois versículos liga-
dos? Qual é a mensagem básica de ambos, e até que ponto esta mensagem é
relevante para nós hoje?
O versículo 3 desenvolve a ideia do versículo 1, onde o apóstolo lembra aos Tes-
salonicenses que devem “andar” – ou “viver”, como dizem algumas traduções – sen-
do este um conceito hebraico usado para descrever o comportamento moral e ético
diário. No versículo 3, ele usa um outro conceito hebraico para descrever a vida e o
crescimento espirituais, “santificação” ou “santidade”.
Uma definição típica de santificação é “separado para uso sagrado”. Paulo, porém,
atribui ao termo um significado mais específico nesta carta. A santificação (ou santi-
dade) é a condição em que os Tessalonicenses se encontrarão aquando do regresso
de Jesus (I Tes. 3:13). No capítulo 4, porém, o apóstolo escolhe uma forma do concei-
to que enfatiza o processo mais do que o resultado final. É um nome, ou substantivo,
de ação: aponta mais para o processo de “santificar” do que para o estado de “santi-
ficação”. A vontade de Deus é que estejamos envolvidos neste processo (I Tes. 4:3).
É perfeitamente claro que o apóstolo Paulo não apoia um evangelho isento da
Lei. Há requisitos comportamentais para aqueles que estão em Cristo. No versículo
7, o oposto de “santificação” é “imundícia” ou “imoralidade” (TIC). Conforme Paulo
explica no versículo 3, “que vos abstenhais da prostituição” [“longe da imoralidade”,
na versão TIC] (I Tes. 4:3). A palavra para “imoralidade sexual” é porneia em grego,
que equivaleria hoje a tudo desde a pornografia à prostituição, bem como a qualquer
atividade sexual fora do casamento.
Embora a salvação seja pela graça de Deus por meio da fé, a vida cristã deve
ser uma vida em crescimento, constantemente procurando a perfeição que nos é
prometida em Cristo.
A dádiva da sexualidade é uma evidência poderosa do amor de Deus por
nós. Contudo, esta dádiva tem sido tão maltratada que, para muita gente,
se tornou uma maldição, uma causa de grande sofrimento e pesar. Que de-
cisões podemos tomar, capazes de contribuírem para nos protegermos dos
potenciais danos que os abusos desta dádiva podem trazer?
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Mateus 20; João 19:38-42; D. T. Nações, cap. 80.
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4. TERÇA, 14 de agosto NÃO COMO OS GENTIOS (I Tessalonicenses 4:4 e 5)
Leia I Tessalonicenses 4:4 e 5. Que mensagem encontra nestes versícu-
los? O que é que lhe dizem a si pessoalmente?
Embora os filósofos morais referidos na lição 3 fossem contra muitas formas
de excessos sexuais, a sociedade gentia (pagã) no seu todo tinha poucos ou
nenhuns impedimentos sexuais nos dias do apóstolo Paulo. Segundo o bem
conhecido orador pagão Cícero, “Se há alguém que pensa que a juventude deve
ser proibida de se envolver com cortesãs, essa pessoa é sem dúvida eminente-
mente austera … mas esse ponto de vista é contrário não só à liberdade desta
época, mas também aos hábitos e condescendências dos nossos antepassados.
Pois quando é que isto não foi uma prática vulgar? Quando é que ela foi censura-
da? Quando é que foi proibida?” – Citado em Abraham Malherbe, The Letters to
the Thessalonians (As Cartas aos Tessalonicenses), The Anchor Bible, vol. 32B.
Nova Iorque: Doubleday, 2000, pp. 235, 236.
No mundo dos nossos dias, muitos acham desagradáveis as proibições sexu-
ais de qualquer tipo. Consideram que passagens como I Tessalonicenses 4:4 e
5 tiveram relevância principalmente para alguma outra época ou lugar. Só que o
mundo antigo não era mais proibitivo sexualmente do que é o mundo de hoje. A
mensagem de Paulo não teria sido mais aceitável na sociedade geral da época
do que é presentemente.
A solução do apóstolo para o problema dos excessos sexuais é que cada um
“saiba possuir o seu vaso” (I Tes. 4:4). A palavra traduzida por “possuir” no grego
significa normalmente “adquirir”. Não é claro o significado da expressão “possuir
o seu vaso”. Se com a palavra “vaso” Paulo se refere a “mulher” (era uma habi-
tual expressão antiga para mulher; veja I Pedro 3:7), ele estava a dizer que cada
homem deve procurar um casamento decente a fim de evitar a promiscuidade
sexual.
Contudo, a maior parte das traduções modernas entende a palavra “vaso”
como referência ao próprio corpo do homem. Neste caso, a expressão “possuir o
seu vaso” deve ser interpretada como “controlar o seu próprio corpo”.
Em qualquer dos casos, Paulo estava claramente a opor-se à devassidão mo-
ral do seu tempo. Os cristãos não devem comportar-se como se comportam os
“gentios”. A norma da sociedade geral não deve ser a norma que nós seguimos.
O sexo é santo, reservado para o matrimónio entre um homem e uma mulher. Tal
como Paulo continua a referir em I Tessalonicenses 4:6, o sexo nunca pode ser
um assunto trivial. Quando tolerado fora das normas estabelecidas por Deus, ele
é inevitavelmente destrutivo. Quem é que não viu já na vida de outros, ou talvez
até na sua própria vida, quão destrutiva esta dádiva pode ser quando mal usada?
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Mateus 26 e 27; 28:1-10; D. T. Nações, cap. 81.
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5. QUARTA, 15 de agosto DE ACORDO COM O PLANO DE DEUS
(I Tessalonicenses 4:6-8)
Leia I Tessalonicenses 4:6-8. O que é que Paulo está a dizer sobre a imorali-
dade sexual?
Um homem que tinha sido sexualmente ativo fora do casamento disse a um pas-
tor: “Em jovem, aprendi a ver o sexo e o amor como uma e a mesma coisa. Quando
me casei, porém, descobri que o sexo antes do casamento destrói não só o nosso
corpo (apanhei uma doença sexualmente transmissível), mas também o nosso espíri-
to. Embora sejamos agora cristãos, a minha esposa e eu temos tido de nos confrontar
com os comportamentos mentais e emocionais que eu trouxe do passado para o
nosso casamento.”
As restrições da Bíblia não estão lá porque Deus queira impedir-nos de desfrutar
algo de bom. Em vez disso, as restrições protegem-nos dos males físicos e emo-
cionais que ocorrem em resultado de imoralidade sexual. Nós controlamo-nos se-
xualmente porque temos cuidado com o impacto da nossa vida sobre outros. Cada
pessoa é uma alma por quem Cristo morreu; as pessoas não devem ser exploradas
sexualmente, seja de que forma for. Fazê-lo é pecar não só contra essa pessoa, mas
é pecar também contra Deus (veja Gén. 39:9). Sexo tem a ver não só com a forma
como tratamos os outros, mas com a forma como tratamos Cristo na pessoa de ou-
tros (veja também Mat. 25:34-46).
Em última análise, o sexo influencia o nosso relacionamento com Deus. São os
gentios que não conhecem Deus que vivem uma vida de “paixão de concupiscência”
(I Tes. 4:5). É a ignorância acerca de Deus que produz o comportamento imoral.
Aqueles que ignoram os ensinos da Bíblia sobre este tema rejeitam não apenas es-
ses ensinos, mas rejeitam também o apelo de Deus e até o próprio Deus (I Tes. 4:8).
Por outro lado, quando seguimos o plano de Deus, o sexo torna-se uma ilustração
bela do amor abnegado que Deus manifestou por nós em Cristo (veja também João
13:34 e 35). É uma dádiva de Deus e, desfrutado de acordo com a vontade de Deus,
pode revelar de forma extraordinária o amor que Deus tem pela humanidade e o tipo
de proximidade que Ele deseja ter com o Seu povo.
É-nos dito em I Tessalonicenses 4:7 que vivamos uma “vida santa”. O
que é que acha que isto significa? Está a referir-se a mais do que simples-
mente conduta sexual? Se sim, que mais poderá estar aí incluído?
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Job 9 e 10; João 20:1-18; D. T. Nações, cap. 82.
90
6. QUINTA, 16 de agosto TRATAI DOS VOSSOS PRÓPRIOS NEGÓCIOS
(I Tessalonicenses 4:9-12)
Leia I Tessalonicenses 4:9-12 e 3:11-13. Que aspetos da passagem ante-
rior reafirma o apóstolo Paulo no texto de hoje?
Os Gregos tinham várias palavras para “amor”, duas das quais são encontra-
das no Novo Testamento. Eros (que não está no Novo Testamento) é a palavra
grega de onde obtivemos a palavra erotismo. Refere-se ao aspeto sexual do
amor. Agape é a forma mais utilizada no Novo Testamento, uma vez que se re-
fere ao lado do amor que se autossacrifica. É frequentemente usada em relação
com o amor de Cristo por nós, tal como manifestado na Cruz.
Uma outra palavra grega para o amor é philos, a qual é realçada na passagem
do nosso estudo de hoje. O apóstolo lembra aos Tessalonicenses aquilo que já
sabem sobre o “amor fraternal”. A palavra grega que deu origem a amor fraternal
é a palavra de onde vem o nome da cidade de Filadélfia. No mundo gentio, phila-
delphias referia-se ao amor entre pessoas ligadas pelo sangue. A Igreja, porém,
ampliou o significado para incluir o amor pelos crentes, a família cristã por exce-
lência. Este tipo de amor familiar é ensinado por Deus e, sempre que acontece,
é um milagre da graça de Deus.
Leia I Tessalonicenses 4:11 e 12. Em palavras suas, descreva a admo-
estação do apóstolo aos Tessalonicenses a respeito dos negócios e do
emprego num contexto urbano.
Ao que parece, a igreja de Tessalónica tinha um certo número de indivídu-
os preguiçosos e perturbadores. O entusiasmo com a segunda vinda de Jesus
pode ter levado alguns membros a abandonarem os respetivos empregos e a
tornarem-se dependentes de vizinhos gentios. Mas estar sempre prontos, em
todo o tempo, para testemunhar não significa ser perturbador, intrometido ou
preguiçoso no trabalho ou na vizinhança. Para quem vem de fora, o mais perto
que alguns chegarão a estar da Igreja é a impressão com que ficam a partir do
comportamento de cristãos com quem se cruzam na vida diária.
A solução que o apóstolo propôs para o problema dos Tessalonicenses foi o
de os animar a serem ambiciosos, não de poder ou influência, mas para pode-
rem “viver quietos” (4:11), o que envolveria tratar dos próprios negócios e traba-
lhar com as mãos. No mundo antigo, o trabalho manual era o principal meio de
sustento próprio. No mundo atual, Paulo diria provavelmente algo assim: “Sejam
autossuficientes, mantendo-vos e à vossa família, e poupem alguma coisa extra
para ajudar aqueles que estejam em necessidade legítima.”
Em que termos poderíamos aplicar as palavras de Paulo nestes ver-
sículos à nossa vida pessoal e ao nosso próprio contexto imediato?
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Lucas 22-24; D. T. Nações, cap. 83.
91
7. SEXTA, 17 de agosto
ESTUDO ADICIONAL: “O amor é um princípio puro e santo, mas a paixão con-
cupiscente não admitirá restrição e não se deixará orientar ou ser controlada
pela razão. É cega às consequências; não raciocina da causa para o efeito.” –
Ellen G. White, Mente, Caráter e Personalidade, vol. 1, p. 222.
“[O amor] é puro e santo. Mas a paixão do coração natural é uma coisa total-
mente diferente. Enquanto o amor puro inclui Deus em todos os seus planos, e
estará em perfeita harmonia com o Espírito de Deus, a paixão será obstinada,
precipitada, irrazoável, rebelde a todo a restrição e fará um ídolo do objeto da
sua escolha. A graça de Deus manifestar-se-á em todo o comportamento daque-
le que possui amor verdadeiro.” – Ellen G. White, The Advent Review and Sabba-
th Herald (A Revista do Advento e o Arauto do Sábado), 25 de setembro de 1888.
“Os que não querem cair presa dos enganos de Satanás, devem guardar bem
as vias de acesso à alma; devem evitar ler, ver ou ouvir tudo quanto sugira pensa-
mentos impuros. Não devem permitir que a mente se demore ao acaso em cada
assunto que o inimigo das almas possa sugerir. O coração deve ser fielmente
guardado, pois, se não o fizer, os males externos despertarão os internos, e a alma
vagueará em trevas.” – Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pp. 369 e 370.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
1 Em Atos dos Apóstolos, pp. 369, 370 (veja a citação acima), Ellen
White fala de “guardar as avenidas da alma”. Quais são algumas das ma-
neiras práticas de os crentes poderem fazer isso? Que implicações tem
este princípio para as nossas escolhas de entretenimento e educação?
2 Em I Tessalonicenses, Paulo utiliza frequentemente a expressão
“mais e mais” para descrever o crescimento em caráter e no comporta-
mento cristão. O que podem as igrejas fazer para encorajarem este tipo
de “mais e mais”?
3 Se um jovem lhe pedisse pessoalmente que lhe desse pelo menos
duas razões práticas para que ele ou ela deva “esperar até ao casamen-
to” antes de se envolver em sexo, o que lhe diria, e porquê?
Sumário: Nos primeiros doze versículos do capítulo 4, o apóstolo Paulo abor-
da um par dos problemas mais difíceis encontrados na maior parte das igrejas,
particularmente nas igrejas urbanas. A sexualidade é um assunto privado; no
entanto, há perigo abundante para a Igreja quando a imoralidade sexual não é
contestada. Igualmente importante é o tipo de igreja que o mundo vê no bairro
onde ela está e no local de trabalho. As orientações do apóstolo nestas questões
são tão importantes hoje como eram no seu tempo.
Leitura Bíblica e Esp. Profecia: Job 11-13; João 20:19-31; D. T. Nações, cap. 84.
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9. AUXILIAR DO MODERADOR
Texto-Chave: I Tessalonicenses 4:1-12
Com o Estudo desta Lição o Membro da Classe Vai:
Aprender: A aceitar que o plano de Deus para a sua vida inclui um chamado
à santidade em todos os aspetos da vida, incluindo a atividade sexual.
Sentir: A convicção de permitir que Deus assuma o controlo tanto dos aspetos
públicos como dos privados da sua vida.
Fazer: Dar os passos necessários para se desviar do mal e permitir que a
vontade de Deus se faça na sua vida.
Esboço da Aprendizagem:
I. Aprender: Chamado à Santidade
A. raticamente não há nenhuma carta escrita pelo apóstolo Paulo que não
P
contenha uma advertência contra a imoralidade sexual. O que é que torna
este pecado em particular digno de tanta atenção inspirada?
B. or duas vezes Paulo diz aos conversos tessalonicenses que conduzam
P
a vida de forma a agradar a Deus “cada vez mais” (4:1, 10). O que é que
esta expressão repetida nos diz sobre a experiência dos Tessalonicenses
e sobre a natureza da vida cristã em geral?
II. Sentir: Verdadeiro Amor pelos Outros
A. aulo adverte contra o pecar e fazer mal uns aos outros a respeito da
P
questão da imoralidade sexual. Que tipo de transgressão e mal tem o
apóstolo em mente? Como é que podemos evitar cometê-los?
B. Por que razão a imoralidade sexual e o amor genuíno não podem coabitar?
III. Fazer: Abster-se da Imoralidade
A. chamado a abster-se da imoralidade sexual é acompanhado de instru-
O
ções para controlar o corpo em santidade e honra. Que conselhos daria
pessoalmente a alguém a fim de ajudar essa pessoa a controlar o corpo
em santidade e honra?
Sumário:
Num mundo atormentado por perversão e luxúria sexual descontroladas, Deus
deseja que os Seus seguidores levem uma vida santa, que seja sexualmente
pura e edificante para outros.
94
10. AUXILIAR DO MODERADOR
CICLO DA APRENDIZAGEM
1.º PASSO – MOTIVAR!
Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Os cristãos não devem ser
dominados por paixão sexual, mas pelo desejo de agradar a Deus, vivendo
uma vida santificada e marcada por domínio próprio e pureza sexual.
Só para o Moderador: A natureza pessoal e sensível da lição desta semana
vai provavelmente fazer sentir pouco à vontade muitos dos membros da classe,
incluindo, talvez, o Moderador. Embora possa ser este o caso, como cristãos não
podemos dar-nos ao luxo de evitar por mais tempo a questão do comportamento
sexual simplesmente porque ele nos faz sentir pouco à vontade. A Palavra de
Deus tem muito a dizer sobre este tópico, e o seu aconselhamento é desespera-
damente necessário. Jovens e velhos, solteiros e casados, crentes ou descrentes,
todos se debatem com esta questão. Não perca a oportunidade que esta lição dá
de levar convicção, remédio e esperança àqueles que se debatem nesta área.
A sexualidade humana é uma das forças mais belas, poderosas e, no entanto,
mais misteriosas no Universo. Ela pode unir um homem e uma mulher como um
só, criando um singular vínculo de intimidade e amor que perdura por toda a vida.
Em nítido contraste, ela também pode levar a uma vida de dor e sofrimento, ao
tornar-se o meio de exploração de outros com o objetivo de satisfazer as paixões
sexuais próprias.
Infelizmente, com demasiada frequência, as páginas da História estão man-
chadas com histórias de homens e mulheres que tiveram a experiência do mal
da segunda possibilidade, em vez de viverem a beleza da primeira.
Se o sexo é tão belo e tão poderoso quando abordado de maneira correta,
mas tão devastador quando mal aplicado, onde devem as pessoas ir em busca
de diretrizes e orientação? Algumas voltam-se para as celebridades populares
ou personalidades dos programas televisivos; outras procuram em revistas, bus-
cam na Internet ou pedem conselhos a amigos. Infelizmente, são poucos os que
se voltam para a Bíblia, ou que, pelo menos, seguem os seus conselhos a sério.
De acordo com uma sondagem recente junto de jovens nos primeiros anos da
Universidade de Yale, 71 por cento dos que responderam disseram que os seus
pontos de vista religiosos não afetavam “de modo nenhum” o seu comporta-
mento sexual. Dos restantes estudantes, 19 por cento disseram que os pontos
de vista religiosos afetavam o seu comportamento “um pouco”, e uns meros 10
por cento disseram que a religião tinha “bastante” influência no seu comporta-
mento sexual. – http://www.yaledailynews.com/news/2010/feb/11/for-faithful-few-
-a-balancing-act/.
Os resultados da sondagem recolhidos na Universidade de Yale indicam que
muitos estudantes interpretaram todas as “regras” sobre comportamento sexual
na Bíblia como querendo dizer que Deus é “contra” o sexo e que Ele não quer
que nós desfrutemos dele. Infelizmente, a Igreja tem, por vezes, contribuído para
95
11. AUXILIAR DO MODERADOR
reforçar esta perceção ao caraterizar o sexo com algo sujo e pecaminoso. Nada,
porém, poderia estar mais longe da verdade. Foi Deus quem criou o sexo. A
razão por que Ele tem tantas regras a seu respeito é porque lhe atribui um valor
muito elevado. Ele sabe também que, por causa do pecado, o sexo é frequen-
temente distorcido e maltratado. O desejo de Deus é que vivamos a experiência
do sexo no sentido mais pleno e mais belo, e isso só se consegue quando o
aceitamos da maneira como Ele no-lo deu no princípio.
Pense Nisto: O que é que as famílias cristãs e as igrejas podem fazer para
ajudar jovens e também pessoas mais velhas a verem o valor e a importância
de seguir as instruções de Deus encontradas na Bíblia a respeito do comporta-
mento sexual?
2.º PASSO – ANALISAR!
COMENTÁRIO BÍBLICO
I. A Situação no Tempo de Paulo
(Recapitule com a classe I Tessalonicenses 4:1-3.)
Um dos desafios específicos que Paulo enfrentou como apóstolo dos Gentios
foi o problema da imoralidade sexual no mundo antigo. Tal como a lição realça,
imoralidade sexual é uma tradução da palavra grega porneia. Referindo-se a
qualquer forma de comportamento sexual fora do normal, que seja contrário à
vontade de Deus, incluindo o sexo pré-marital, o adultério, a prostituição, a por-
nografia, etc.. Os Gentios estavam ávidos do evangelho; muitos deles debatiam-
-se para se afastarem das práticas sexuais que eram uma parte aceite da cultura
que os rodeava diariamente. Veja-se a maneira como F. F. Bruce sintetiza os
relacionamentos acessíveis a um homem no mundo pagão:
“Qualquer homem podia ter uma amante … [hetaera] que lhe proporcionava
também companheirismo intelectual; a instituição da escravatura tornava fácil
ele ter uma concubina … [palace], ao mesmo tempo que a satisfação ocasional
estava facilmente disponível com uma prostituta … [pornê]. A função da esposa
do homem era gerir a sua casa e ser a mãe dos seus filhos e herdeiros legíti-
mos.” – Word Bíblical Commentary, 1 e 2 Tessalonians (Comentário Bíblico por
Palavras, I e II Tessalonicenses). Waco, Texas: Word Books, 1982, vol. 45, p. 82.
É no meio deste contexto que Paulo teve de lembrar continuamente aos cren-
tes gentios que, embora o mundo não visse com maus olhos esse comportamen-
to, este não era agradável a Deus. E não era que eles devessem simplesmen-
te não participar disso tanto – Paulo aconselha-os a “absterem-se” (I Tes. 4:3)
dessa prática. A palavra traduzida por “abster-se”, aqui utilizada pelo apóstolo,
quer dizer “evitar todo o contacto” com a imoralidade sexual; é “afastar-se” dela
completamente. Na sua carta aos Coríntios, Paulo anima os crentes a “fugir da
prostituição” (I Cor. 6:18). O apóstolo não quer que este ponto seja passado por
96
12. AUXILIAR DO MODERADOR
alto. Não se deve brincar com o pecado sexual. Quando ele capta uma pessoa,
é difícil escapar às suas garras mortais.
Pense Nisto: De que modo podem os cristãos aceitar a vontade de Deus, de
serem sexualmente puros, sem se fazerem “puritanos”, pondo de parte a ideia de
que o sexo é sujo e pecaminoso?
II. O Desígnio de Deus para o Comportamento Sexual
(Recapitule com a classe I Tessalonicenses 4:1-12.)
Qualquer pai sensato sabe que a proibição de um qualquer tipo de compor-
tamento não é em si o suficiente. Ele também deve dar instruções claras sobre
o procedimento alternativo. O apóstolo Paulo segue a mesma linha. Em vez de
simplesmente dizer aos novos conversos que se mantenham longe da imora-
lidade sexual, ele dá-lhes instruções positivas a respeito de como os desejos
sexuais devem ser realizados.
Em vez de permitirem que as paixões pessoais os arrastem de um encontro
sexual para outro, Paulo diz que o contexto correto para o sexo é o do casamen-
to, e mesmo aqui deve ser praticado com autocontrolo e “honra” (I Tes. 4:4 e 5).
Como salienta a lição, o versículo 4 diz literalmente que cada um dos crentes
tessalonicenses deve “possuir o seu [próprio] vaso”. Embora esta expressão seja
ambígua, há fatores que indicam que é melhor interpretada como uma referência
ao casamento.
Primeiro, a palavra vaso é frequentemente utilizada como metáfora no Novo
Testamento em referência a seres humanos (compare Atos 9:15; II Cor. 4:7; I
Pedro 3:7). Segundo, o verbo grego para “possuir” também é usado na tradução
grega do Velho Testamento com referência ao processo de obtenção de uma
esposa (Rute 4:10). Por fim, Paulo diz aos crentes gentios em Corinto virtual-
mente a mesma coisa, embora em termos muito mais claros. Depois de lhes
ter dito para “se afastarem da imoralidade sexual”, o apóstolo diz: “para evitar o
perigo da imoralidade, cada homem tenha a sua mulher e cada mulher tenha o
seu marido” (I Coríntios 7:2, TIC). É óbvio que isto não está a dizer que o sexo
é a única razão para alguém se casar. Noutras passagens, Paulo tem muito a
dizer sobre a importância do amor no casamento. O ponto que ele defende aqui
é simplesmente que o sexo deve ser reservado para o casamento.
A instrução final do apóstolo é que, mesmo no casamento, o comportamento
sexual deve ser expresso em santificação e honra. A certidão de casamento não
confere a nenhum dos cônjuges o direito de fazer imposições sexuais ao outro.
O casamento deve ser um vínculo sagrado no qual um homem e uma mulher se
unem em intimidade sexual que glorifica a Deus e edifica cada um deles.
Pense Nisto: Uma sondagem sobre satisfação sexual descobriu que os ca-
sais casados que foram questionados tinham um grau mais elevado de satisfa-
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13. AUXILIAR DO MODERADOR
ção sexual do que os questionados que se envolviam em atividade sexual fora
do casamento (72 por cento contra 31 por cento). Que fatores no seu entender
levam a uma satisfação sexual mais alta no casamento do que fora dele?
3.º PASSO – PRATICAR!
Perguntas para Reflexão:
1. ue histórias do Velho Testamento constituem ilustrações positivas e/ou
Q
negativas de comportamento sexual? Que lições se podem aprender com
essas situações?
2. m que sentido o motivo de agradar a Deus é um princípio orientador me-
E
lhor do que simplesmente dar a alguém uma lista de regras a cumprir?
Perguntas para Aplicação:
1. advertência que a Bíblia faz contra a imoralidade sexual é muito clara –
A
abster-se dela. À luz disto, que decisões precisa pessoalmente de tomar a
respeito de relacionamentos em que esteja envolvido/a ou de coisas que
talvez leia ou veja?
2. m que aspetos já se sentiu pessoalmente defraudado sexualmente por
E
outros? Como se sente ao saber que, como afirma o apóstolo, “o Senhor é
vingador de todas estas coisas” (I Tes. 4:6)?
3. uitos de nós não agimos com o nível de pureza e integridade sexuais que
M
Deus deseja. Que esperança se encontra na história do horrível pecado
de adultério praticado por David e no cântico de arrependimento que ele
escreveu no Salmo 51?
4.º PASSO – APLICAR!
Atividade: Apresente à classe a seguinte situação hipotética e usem-na como
base para uma análise da lição:
Um amigo seu é de opinião que a nossa sociedade tem demasiados proble-
mas pendentes devidos ao puritanismo no que diz respeito ao sexo e sugere que
uma boa dose dos nossos problemas teria fim se simplesmente começássemos
a considerar o sexo como qualquer desejo natural e o tornássemos comparável
a beber um copo de água. Diz ele que se removêssemos todos os tabus religio-
sos, deixássemos de fazer as pessoas sentirem-se culpadas e aceitássemos
relações sexuais livres, toda a gente ficaria melhor. O que é que têm a dizer em
resposta a isto?
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