SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 12
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

PORTEFÓLIOS DIGITAIS: REVISITANDO
OS PRINCÍPIOS E RENOVANDO AS PRÁTICAS
Maria João Gomes
mjgomes@iep.uminho.pt
Universidade do Minho

Introdução
O conceito de portefólio tem a sua origem e as suas primitivas utilizações em
actividades profissionais, particularmente as associadas ao grafismo e à imagem (arquitectura,
fotografia, pintura, entre outros). Do domínio de utilização no campo profissional e com
objectivos essencialmente de registo e apresentação de trabalhos, os portefólios foram sendo
adaptados a outras áreas de intervenção e alargando o leque de potenciais objectivos
associados à sua utilização, começando a surgir também em contextos educacionais,
formativos e escolares.
Embora de utilização ainda relativamente restrita em muitos domínios educacionais e
escolares, a criação de portefólios é reconhecida por muitos professores, investigadores e
outros intervenientes no campo da educação, como estratégia de promoção de aprendizagens,
como instrumento de avaliação e como ferramenta de desenvolvimento profissional dos
professores (Soeiro & Silva, 2005; Alves, 2005). Todavia, a existência de algumas lacunas ao
nível da investigação empírica sobre o uso de portefólios na educação, quer com estudantes
quer com professores é reconhecida (cf. Barret, 2005). Para além dos múltiplos propósitos para
os quais os portefólios podem ser desenvolvidos, existem diferentes contextos de aplicação
também a requerer estudos (cf. Barret, 2005). Mais recentemente, a evolução tecnológica e os
novos recursos disponíveis, bem como as novas competências exigidas pela sociedade da
informação e comunicação, têm conduzido ao surgimento de experiências e práticas
pedagógicas suportadas na construção de portefólios digitais de aprendizagem, alargando
ainda mais a necessidade de se desenvolverem estudos e investigações neste domínio.
1. Modalidades de portefólios
A construção de um portefólio pode ter muitos objectivos de natureza distinta. Pode ser
uma estratégia de promoção de aprendizagens, um instrumentos de avaliação académica ou
profissional, um “argumento” na procura de um emprego, um meio de promoção e marketing de
um produto ou empresa, um registo de desenvolvimento pessoal e ou profissional, entre outros.
Esta diversidade leva mesmo Barret [2005:s/pág.] a afirmar que o termo portefólio deve ser
sempre acompanhado de um adjectivo ou um termo modificador que descreva o propósito para
o qual está (ou foi) a ser elaborado. Deve contudo ter-se presente que, com frequência, a
elaboração de um portefólio pode servir ou enquadrar-se simultaneamente em mais do que um
dos objectivos enumerados.




295
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

Entre outras modalidades, poderemos considerar a existência de: (i) portefólios de
apresentação profissional; (ii) portefólios de aprendizagem; (iii) portefólios de desempenho
financeiro; (iv) portefólios de aprendizagem; (v) portefólios de avaliação.
1.1. O uso educacional dos portefólios
No contexto educacional, a grande maioria dos portefólios assumem a vertente
de portefólios de desenvolvimento pessoal; portefólios de aprendizagem e/ou portefólios de
avaliação sendo que com frequência cada uma destas categorias inclui também muitas das
vertentes da(s) categoria(s) anterior. Na realidade, um portefólio de avaliação é também e
simultaneamente um portefólio de aprendizagem pois o que se pretende é avaliar as
aprendizagens efectuadas pelos alunos não só em termos de produtos mas também de
processos. Na medida em que um portefólio construído tendo em vista ser um instrumento de
avaliação deve ser revelador quer da dimensão “produtos”, quer da dimensão “processos”, este
acaba por ser também um portefólio de aprendizagem que, ao incluir elementos do percurso de
aprendizagem dos alunos, ao revelar as suas reflexões, o seu percurso em termos de
capacidade de pesquisa, selecção, análise, síntese, autonomia, etc. é também um elemento
frequentemente revelador de um percurso de desenvolvimento pessoal. Esta ideia está
subjacente nas palavras de Helen Barret [2005:s/pág.] para quem “[n]a sala de aula, os
portefólios são, não tanto uma estratégia de ensino a ser investigada, mas um meio para
alcançar um fim: suportar a reflexão que pode ajudar os estudantes a entenderem a sua
própria aprendizagem e proporcionar um quadro mais rico do trabalho do estudante
documentando o seu crescimento ao longo do tempo”. A realização de um portefólio de
aprendizagem pode assim, se devidamente desenvolvido, constituir também uma estratégia de
promoção da metacognição.
Um portefólio educacional, construído por alunos enquanto instrumento de
aprendizagem e eventualmente também como produto sujeito a avaliação e classificação deve
conter os documentos que o aluno seleccionou e coleccionou de modo a evidenciar o seu
processo de crescimento e reflexão ao longo do período de tempo a que se reporta o portefólio
(cf. Barret [2005:s/pág]; Bernardes, C.; Miranda, F.; 2003). Neste sentido, os portefólios podem
incluir documentos de natureza diversa, em distintas linguagens e diferentes suportes, podem
demonstrar as actividades de pesquisa, selecção e reflexão realizadas pelos alunos, evidenciar
produtos mas também processos de aprendizagem, e representar as diferentes experiências
de aprendizagem vividas pelos alunos (cf. Fernandes, D., Neves, A., Campos, C., Conceição,
J.M., Alaiz, V.; 1994).





296
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

2. Os portefólios enquanto instrumentos de aprendizagem e de avaliação no contexto do
Mestrado em Tecnologia Educativa da Universidade do Minho
A utilização dos portefólios digitais enquanto instrumentos de aprendizagem e
avaliação no contexto do Mestrado em Educação, área de conhecimento de Tecnologia
Educativa da Universidade do Minho ocorreu pela primeira vez no primeiro semestre do ano
lectivo de 2004/2005 no âmbito da disciplina de Seminário em Educação a Distância (EaD),
tendo surgido como uma opção natural em termos de estratégia e, simultaneamente,
instrumento e produto de avaliação. Esta primeira experiência que se revelou gratificante
conforme informalmente foi registado junto dos alunos, alguns dos quais expressaram nos
próprios blogues essa opinião, foi o incentivo necessário para nos levar à repetição desta
prática no ano lectivo de 2005/2006, agora com outro grupo de alunos (12 alunos)
correspondentes à 10ª edição do curso de mestrado.
A ideia de adoptar o portefólio enquanto processo, instrumento e objecto de avaliação
decorreu de algumas constatações e pressupostos a que a nossa prática profissional e a
literatura especializada nos conduziu.
Uma das ideias base, decorrente da experiência de mais de uma década de exercício
da docência nos cursos de licenciatura, de alguma experiência significativa no domínio da
formação contínua de adultos e da formação pós-graduada, esteve associada à constatação de
alguma dificuldade de auto-organização e de gestão dos tempos de aprendizagem que
frequentemente conduzia, principalmente ao nível dos alunos de graduação, a uma falta de
acompanhamento das actividades das disciplinas, concentrando frequentemente o seu esforço
e empenho em termos de aprendizagem em períodos curtos e bem delimitados no tempo,
quase sempre na proximidade imediata dos momentos de avaliação sumativa. Com a proposta
da realização de portefólios no âmbito da disciplina pretendia-se estimular os alunos a
acompanhar as actividades da mesma de uma forma contínua, funcionando como um
incentivo à auto-organização em termos de tempos e actividades de aprendizagem.
Por outro lado, tínhamos a percepção de que, em termos gerais, a concentração dos
momentos de estudo e reflexão dedicados à disciplina (a esta ou a qualquer outra) em
momentos muito específicos, pré-determinados, não era estimulador de um espírito de
pesquisa, síntese e reflexão que pretendíamos ajudar a desenvolver nos alunos. A elaboração
do portefólio surge aqui como um “tempo e um espaço” expandidos ao longo do semestre
lectivo que supúnhamos capaz de inverter essa tendência, constituindo-se como um espaço
de reflexão pessoal distendida no tempo, e também como um espaço de partilha e
colaboração com os outros.
Nesta comunicação apresentamos alguns dados e reflexões decorrentes do recurso
aos portefólios digitais enquanto instrumento de avaliação mas também, e essencialmente,
enquanto instrumento de regulação do processo de aprendizagem de alunos de um curso de
Mestrado em Educação da Universidade do Minho. Neste contexto específico, a adopção do





297
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

portefólio como instrumento de aprendizagem e de avaliação pareceu-nos ainda mais relevante
por permitir simultaneamente aos alunos do curso de mestrado, todos eles professores do
ensino básico e secundário, porem em prática competências que, frequentemente, também
desejam desenvolver nos seus próprios alunos.
2.1 Objectivos da adopção do portefólio como instrumento de avaliação
A proposta de elaboração de um portefólio no âmbito da disciplina de Seminário em
Educação a Distância teve na sua base diversos objectivos de entre os quais destacamos os
seguintes:
•

utilizar um instrumento de avaliação de carácter reflexivo, contínuo no tempo,
pessoal

e

personalizável,

valorizador

da

autonomia

e

do

sentido

de

responsabilidade, e por todos estes aspectos, adequado a alunos adultos, que
desenvolvem a sua actividade profissional como professores, e que necessitam do
máximo de flexibilidade na gestão temporal e espacial nas suas actividades
discentes, no sentido de melhor conciliarem actividades profissionais, familiares e
de formação;
•

utilizar um instrumento de avaliação que se apresenta como um potencial elevado
em contextos de educação/formação a distância, articulando assim as práticas de
avaliação da disciplina com aspectos conteudais da mesma;

2.2 Portefólios digitais: novas potencialidades.
Seguindo uma tendência cada vez mais acentuada e indo inclusive de encontro ao
preconizado em documentos europeus no domínio da educação/formação, foi decidido optar
pela realização de um portefólio digital em rede. A elaboração dos portefólios em formato digital
apresenta várias características que nos parecem aliciantes. Em primeiro lugar, torna-se
possível uma adopção mais integrada de uma abordagem multimédia, nomeadamente através
da possibilidade de integração de imagem estática, animada ou vídeo, texto e som, permitir a
adopção de uma estrutura hipermediática na organização da informação com recurso a
hiperligações internas, entre diferentes documentos ou mensagens do portefólios, ou externas
para recursos disponíveis na web. Não menos relevante é o facto de algum do software que
pode servir de suporte à elaboração de portefólios digitais permitir a colocação de contributos
de outros sujeitos que não o autor principal do portefólio permitindo a colocação de
comentários e contributos que apoiam uma construção crítica e colaborativa do portefólio. Em
alguns casos, podemos mesmo permitir a criação de portefólios com mais do que um autor em
simultâneo embora esta situação mereça alguma ponderação em função dos objectivos que
nos propusermos.





298
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

2.3 Os blogues como suporte à elaboração de portefólios
Embora exista actualmente software desenvolvido especificamente como ferramentas
de suporte à construção de portefólios digitais, a nossa opção foi a adopção de um serviço de
criação de weblogues como suporte à construção dos portefólios dos alunos. As razões na
base desta opção foram de natureza essencialmente prática. Existem actualmente, sistemas
gratuitos de criação e alojamento de blogues que permitem a integração de texto, imagem
estática, vídeo, som e inclusive possuem sistemas de comentários que permitem criar
oportunidades de interacção entre o autor do blogue-portefólio e os leitores e visitantes do
mesmo. Estes sistemas, para além das suas funcionalidades técnicas e do carácter, não
despiciendo, de serem gratuitos, são em alguns casos de muito fácil utilização podendo ser
utilizados apenas com o domínio de competência informáticas muito básicas. Aliado a estes
aspectos, os blogues podem constituir verdadeiros recursos e simultaneamente a sua
utilização pode ser concebida de modo a estruturar-se em torno de estratégias de ensino
inovadoras e mais motivadores (cf. Gomes, 2005) o que nos pareceu um facto adicional de
interesse atendendo a que estávamos a lidar com uma população de alunos de pós-graduação
constituída por professores. Após uma análise cuidada de alguns sistemas de construção de
blogues disponíveis na Internet a nossa escolha recaiu pelo “Blogger” (www.blogspot.com)
pelas suas potencialidades técnicas e fiabilidade.
3. Metodologia adoptada na recolha de dados
No sentido de contribuir para um maior conhecimento referente à utilização dos
portefólios no contexto da disciplina de EaD solicitámos aos alunos que respondessem a um
questionário, de forma anónima e por via electrónica (via e-mail). O questionário abarcava
diversos aspectos referentes: (a) aos conhecimentos prévios dos alunos (professores) sobre o
conceito de portefólio e o seu uso educativo, incluindo a experiência pessoal e profissional que
possuem nesse domínio; (b) à aplicabilidade e adequação dos portefólios como instrumentos
de avaliação em contextos gerais e no contexto particular da disciplina de Educação a
Distância e (c) às características, potencialidades e limitações dos portefólios digitais.
Dos 12 professores a frequentar, como alunos, a disciplina de Educação a Distância,
10 responderam ao questionário. Passaremos a referir-nos aos sujeitos envolvidos como
“alunos”. Os dados que se apresentam de seguida correspondem à totalidade das respostas
obtidas.
3.1 Conhecimentos prévios sobre portefólios
Dos 10 alunos respondentes, 9 afirmaram conhecer o conceito de portefólio antes
deste lhes ser apresentado no contexto da disciplina de Ead sendo que apenas 1 afirmou ser a
primeira vez que tinha contacto com o conceito. Destes nove, 5 afirmaram também ter uma
noção prévia de termos e conceitos relacionados com portefólios em formato digital como




299
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

sejam os termos webfólios ou e-portefólios. Um dos alunos afirmou mesmo ter já realizado um
portefólio digital em CD-Rom, no âmbito da frequência de uma acção de formação sobre
“concepção de suportes multimédia”.
Cinco dos alunos afirmaram ter utilizado os portefólios na sua actividade profissional,
anteriormente à frequência da disciplina de EaD, sendo que 3 revelaram terem eles próprios
elaborado portefólios. Num dos casos, o portefólio foi um portefólio digital elaborado pelo
professor como forma de aprendizagem/experimentação tendo em vista futuras utilizações com
alunos. Nos outros casos foi utilizado o dossier clássico em suporte papel sendo que numa
situação o portefólio foi elaborado ainda durante o período de frequência da licenciatura em
ensino do actual professor, portanto com este ainda na condição de aluno, e no segundo caso
foi realizado como suporte à preparação de uma viagem de estudo com alunos. Os outros
casos

correspondem

a

portefólios

realizados

pelos

alunos

mediante

proposta

e

acompanhamento dos seus professores, e tendo como intuito (embora não exclusivo)
constituírem elementos de avaliação dos seus alunos.
Dos comentários adicionais que os alunos de EaD fizeram, referentes às suas
experiências profissionais relativas à utilização de portefólios, nomeadamente como elementos
de avaliação, dois aspectos nos parecem de realçar, pelo impacto que podem ter na adopção
ou não dos portefólios enquanto instrumentos de aprendizagem e avaliação ao nível das
escolas. Um dos aspectos referidos por um dos alunos foi o facto de se tratar de uma
metodologia que acarreta um volume de trabalho muito maior para o professor. Um segundo
aspecto, referido por um outro aluno como sendo uma das razões para não utilizar os
portefólios como estratégia e/ou instrumento de avaliação, é o facto das decisões quanto à
natureza e número dos instrumentos e estratégias de avaliação serem uma decisão colectiva
tomada no seio dos departamentos curriculares das escolas pelo que não podem decorrer da
vontade própria e pessoal de um determinado professor. A conjugação deste dois aspectos
pode, a nosso ver, ser um factor bastante desencentivador do uso dos portefólios enquanto
instrumento de aprendizagem e de avaliação tornando ainda mais necessário desenvolver
actividades de investigação e divulgação em torno do potencial educativo dos portefólios
educacionais das diferentes vertentes que estes podem assumir.
3.2 O recurso aos portefólios como instrumento de avaliação
Quando foi proposto aos alunos a realização de portefólios como instrumento, e
estratégia, de avaliação da disciplina de EaD, foi-lhes explicitado a natureza dos documentos e
reflexões que deveriam ser incluídos de modo a terem um referencial orientador logo no início
do percurso, e processo, de realização dos mesmos. Os alunos foram também informados de
que as indicações fornecidas não deveriam ser perspectivadas como limitadores do seu
trabalho mas, pelo contrário, apenas como uma espécie de conjunto de tarefas “mínimas” a
realizar. No questionário enviado aos alunos foi-lhes pedido que se auto-posicionassem numa





300
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

escala nominal de quatro categorias relativas ao nível de consecução revelado pelos seus
portefólios no que se referia às “tarefas” inicialmente propostas. Para efeitos de análise e
apresentação dos dados recolhidos agruparam-se as respostas incluídas nas categorias “1 –
Nada” e “2 – Parcialmente” e as respostas incluídas nas categorias “3 – Bastante” e “4 –
Plenamente”. Este procedimento foi adoptado no tratamento e apresentação de todos os dados
do questionário em que esta mesma escala tivesse sido utilizada. Os dados recolhidos
relativamente ao nível de consecução das tarefas propostas encontram-se compilados na
tabela 1.
Tabela 1 – Nível de consecução em termos de tarefas propostas e elementos a incluir na
construção dos portefólios, de acordo com a opinião dos respectivos autores.
Nada

Bastante

Parcialmente

Plenamente

5

5

4

6

3

7

4

6

1

9

Tarefas propostas e elementos a incluir nos portefólios:
Reflexão semanal sobre conteúdos e actividades realizadas nas
aulas da disciplina
Identificação e breve descrição de sites de interesse no âmbito
da EaD e do e-learning
Identificação e breve descrição de livros, artigos ou outros textos
no âmbito da EaD e do e-learning que tenham “descoberto” e
folheado ou lido.
Reflexões sucintas sobre textos que tenham lido.
Identificação e breve descrição de ferramentas e serviços de
comunicação e/ou disponibilização de informação que
considerem relevantes.

Da análise da tabela 1 ressalta uma avaliação bastante positiva dos alunos no que
concerne ao trabalho que realizaram, do ponto de vista da consecução das tarefas que lhes
foram sugeridas. O aspecto que, do ponto de vista dos próprios alunos, foi menos conseguido
é o relativo à “reflexão semanal sobre conteúdos e actividades realizadas nas aulas da
disciplina” aspecto que compreendemos e reconhecemos que era previsível atendendo às
dificuldades que sentem em conciliar as tarefas profissionais e académicas, sendo que aliás
todos os alunos identificaram a “falta de tempo” como o principal ou único factor que
condicionou a plena realização das tarefas sugeridas.
Quando foi proposta a realização de portefólios digitais como instrumento de avaliação
da disciplina de Educação a Distância foi explicitado um conjunto de objectivos que estavam na
base dessa proposta. No sentido de compreender até que ponto cada aluno considera que
atingiu os objectivos propostos foi-lhes sugerido que, adoptando uma escala similar àquela a
que já nos referimos anteriormente, assinalassem o nível de consecução dos objectivos
propostos que consideram ter alcançado. Na tabela 2 apresentam-se os dados referentes ao
nível de consecução dos objectivos subjacentes à adopção dos portefólios como estratégia e
instrumento de avaliação, de acordo com a opinião dos respectivos autores.





301
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

Tabela 2 – Nível de consecução dos objectivos subjacentes à adopção dos portefólios, de
acordo com a opinião dos respectivos autores.
Nada

Bastante

A realização dos portefólios digitais permitiu que…
Parcialmente Plenamente
… o processo de avaliação se desenvolvesse gradualmente no
decurso da disciplina ao invés de se centrar em momentos 1
9
temporais fixos e comuns a todos.
… que o processo de avaliação se articulasse de forma coerente
2
8
com os objectivos e conteúdos da disciplina.
… que o processo de avaliação incentivasse a prática de
1
9
pesquisa e reflexão pessoal.
… permitido que o processo de avaliação considerasse a
1
9
componente de “processo” e de “produto”.
… o processo de avaliação pudesse ser partilhado e
3
7
desenvolvido de forma colaborativa.
A avaliação que os alunos fazem de algumas das potencialidades dos portefólios
digitais tal como as experienciaram pessoalmente é claramente positiva na generalidade dos
aspectos considerados, embora com menor expressão no que concerne a considerar que a
realização dos portefólios digitais permitiu “… que o processo de avaliação pudesse ser
partilhado e desenvolvido de forma colaborativa” sendo que 3 dos alunos consideraram que
este objectivo não foi “nada” ou foi apenas “parcialmente” alcançado. Esta mesma ideia é
reforçada pelo facto de dois destes alunos em relação à questão sobre se “é comum da sua
parte visitar os portefólios (blogues) dos seus colegas de turma? Porque razão?” responderem
que “não” e o terceiro responder que “é pouco frequente”, nos três casos indicando como
justificação a falta de tempo.
Um dos aspectos em relação aos quais nos pareceu mais relevante inquirir os alunos,
atendendo, por um lado, a que os portefólios seriam o principal instrumento (e estratégia) de
avaliação dos alunos à disciplina de EaD, e por outro atendendo ao facto destes alunos serem
todos professores, em alguns dos casos com experiência de ensino de bastantes anos, foi
acerca da opinião que possuíam em relação à valoração a atribuir às diferentes dimensões a
considerar na classificação dos portefólios. Nesse sentido, pediu-se aos alunos que utilizassem
uma escala de 4 categorias de acordo com a importância que consideravam que deveria ser
atribuída a cada um dos aspectos identificados. A escala incluía as seguintes categorias: 1 –
Nenhuma importância; 2 – Praticamente nenhuma importância; 3 – Alguma importância e 4 –
Muita importância. Para efeitos de apresentação e análise dos dados, mantivemos a opção de
agrupar as referências incluídas nas categorias 1 e 2 e nas categorias 3 e 4.
Na tabela 3 apresentam-se os dados referentes ao grau de importância que os alunos
consideram dever ser atribuído a cada um dos aspectos a contemplar na avaliação e
classificação dos portefólios.
Tabela 3 - Grau de importância que os alunos consideram dever ser atribuído a cada uma dos
aspectos a considerar na avaliação e classificação dos portefólios.
Grau de importância a




302
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

considerar
Nenhuma /
Aspectos a considerar na avaliação e classificação dos portefólios:
Representatividade das temáticas abordadas na disciplina
Trabalho de pesquisa realizado
Número de contributos (posts) colocados
Relevância da informação e recursos incluídos no portefólio
Periodicidade dos contributos colocados
Correcção na identificação das fontes de informação utilizadas
Exploração de potencialidades técnicas (inserção de imagens, inserção
de links, etc.)

Praticamente
nenhuma
0
0
3
0
3
0
0

Alguma
/
Muita
10
10
7
10
7
10
10

No que concerne aos diferentes aspectos a considerar na avaliação e classificação dos
portefólios, as respostas aos questionários mostram uma concordância bastante forte em
relação a cinco dos sete aspectos indicados, com todos os alunos (respondentes) a
considerarem que os mesmos deverão ter “alguma” ou “muita importância” (consultar tabela 3).
Os aspectos menos consensuais referem-se ao “número de contributos (posts)” e à
“periodicidade dos contributos” dos alunos. Atendendo ao facto de a generalidade dos alunos
ter manifestado como factor condicionante de uma maior consecução dos objectivos
subjacentes à adopção do portefólio como instrumento de avaliação da disciplina a falta de
tempo, parece-nos provável que a tendência de alguns alunos para uma menor valorização (ou
total desvalorização) do “número de contributos” e da “periodicidade dos contributos” possa
estar relacionada com a noção de que as limitações de tempo condicionam a possibilidade de
alcançar um nível elevado em relação a estes aspectos específicos.
Quando questionados sobre a necessidade de considerar outros aspectos na avaliação
dos portefólios e na sua classificação, seis dos alunos afirmam que na sua opinião não há mais
aspectos que devam ser considerados. Contudo, dois dos alunos referem que deve haver uma
valorização da colaboração e partilha manifestada através da colocação de comentários nos
portefólios – blogues dos colegas. Um outro aluno refere ser importante “…ter em conta a
evolução do aluno”, aspecto que embora não explicitado no questionário, está subjacente ao
próprio conceito de portefólio e por isso implicitamente considerado pela professora da
disciplina. Há também uma referência à necessidade de considerar os “sentimentos dos
autores ao longo do curso”, referência que não resulta completamente clara para nós, embora
nos pareça ser uma outra formulação da necessidade de considerar o percurso de
aprendizagem realizado pelos alunos ao longo do período de realização dos portefólios.
3.3 Os portefólios digitais na web
Fizemos já referência às principais razões que nos levaram a optar pela construção
dos portefólios na web com base num sistema de construção de weblogues. Nesse sentido
procurou-se conhecer as perspectivas dos alunos em relação a um conjunto de factores




303
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

relacionados com a natureza digital dos portefólios. Na tabela 4 encontram-se registadas as
respostas dos alunos às questões colocadas.
Tabela 4 – Perspectivas dos alunos em relação a diversos aspectos relacionados com a
construção dos portefólios digitais tendo como suporte um weblogue.
Atendendo ao suporte utilizado – um weblog - para a produção do portefólio
sentiu que no seu caso isso:
Facilitou a tarefa de criar o portefólio
Constituiu um factor de maior motivação
Constituiu uma limitação ao processo de produção por nem sempre ter
acesso à Internet
Permitiu integrar mais facilmente recursos já existentes
Constituiu uma limitação ao processo de produção pela sua própria
natureza digital

Sim

Não

9
9
3

1
1
7

8
1

2
9

Em termos gerais, a apreciação dos alunos em relação à construção dos portefólios em
formato de weblogue, foi bastante positiva sendo que nove dos alunos consideraram que o
suporto utilizado “facilitou a tarefa de criar o portefólio” e “constituiu um factor de maior
motivação”, não tendo a natureza digital do mesmo constituído “…uma limitação ao processo
de produção…”. Há um(a) aluno(a) que considera que a natureza digital constituiu uma
limitação ao próprio processo de produção do portefólio e que considera que a adopção de um
formato digital do tipo weblogue não facilitou a tarefa de criar o portefólio ou tenha constituído
um factor de maior motivação.
Dois dos alunos(as) consideraram que a construção dos portefólios sob a forma de
weblogue não permitiu integrar mais facilmente recursos já existentes, embora oito tenham
opinião contrária. Embora com os dados disponíveis no momento da redacção deste texto não
nos tenha sido possível averiguar as razões de tais posições, alguma reflexão fez-nos pensar
que, se o facto dos portefólios terem sido construídos na web com base num sistema de
blogues facilitou indiscutivelmente a inclusão nos mesmos de recursos existentes na web,
como textos ou sites relevantes, tornou-se também para nós claro que a inclusão de
documentos provenientes de outras fontes pode ser trabalhosa, podendo implicar a realização
de processos de identificação, descrição e síntese dos mesmos mais trabalhosos e/ou
acarretar um trabalho de digitalização e tratamento digital de documentos, que não seria
necessário em formato papel. Esta mesma ideia parece-nos estar subjacente às palavras de
um(a) dos alunos(as) que perante o pedido de indicação de desvantagens que considerasse
estarem associadas à construção de um portefólio digital em rede em detrimento da opção por
um dossier físico, refere que “alguns assuntos tratados no portefólio em formato papel podem
não existir em formato digital e vice-versa…”.
No que se refere a desvantagens associadas à realização dos portefólios em suporte
digital em rede, para além do aspecto que acabámos de referir, há a referência ao facto de ser
necessário o acesso à Internet para consultar e/ou trabalhar nos portefólios e a preocupação
com a possibilidade de existir algum problema técnico que leve ao desaparecimento do




304
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

portefólio. Importa referir que, se o acesso à Internet pode ser de facto um factor condicionante
na construção e na consulta dos portefólios, quanto ao receio de perder a informação, ela
também se verifica nos portefólios em formato papel e existem processos de criar cópias de
segurança da informação contida nos portefólios digitais.
Foi também perguntado aos alunos se consideravam existir alguma vantagem
específica na realização de um portefólio num suporte digital em rede, como os blogues, em
detrimento do uso mais comum de suportes físicos como, por exemplo, o papel. Todos os
alunos identificaram pelo menos uma, mas na maior parte dos casos múltiplas vantagens na
adopção de portefólios digitais disponíveis através da web. Procurando sistematizar as
referências feitas pelos alunos, encontramos essencialmente a indicação de aspectos
considerados como “vantagens” relacionados com:
(i)

maior acessibilidade e visibilidade dos portefólios para além da esfera restrita do seu
autor, de que são exemplo as referências:
Q1 – “Possibilitar mostrar a trabalho a todos ao mesmo tempo”
Q11 – “Num meio digital a informação está acessível a todos, de forma rápida e
simples, enquanto que num suporte de papel essa informação tende a não ser notada
ou perder-se.”

(ii)

possibilidade de desenvolvimento de um trabalho de natureza muito mais colaborativa
e participada, de que são exemplo as referências:
Q8 – “Maior partilha entre os alunos.”
Q10 – “Um portefólio digital em rede permite, de um modo mais rápido e eficaz,
conhecer as preocupações/reflexões dos colegas; permite acrescentar e colocar
acessível aos outros as nossas reflexões; permite comentar, de um modo simples, as
postagens dos colegas”

(iii)

aspectos de natureza pragmática, de que são exemplo as referências:
Q2 – “… não desperdiçar papel… ter maior capacidade que o dossier convencional.”
Q4 – “Uma das grandes vantagens dos portefólios digitais, é o facto de alunos e
professores deixarem de andar carregados de pastas de papel, “transportando” apenas
o endereço electrónico dos blogues.”
A experiência que vivemos enquanto docente da disciplina de EaD, aliada à análise

parcial dos dados recolhidos através do questionário passado aos alunos, reforçou em nós a
convicção decorrente da experiência adquirida no ano anterior, do grande potencial dos
portefólios digitais enquanto instrumentos de aprendizagem e de avaliação. Admitimos contudo
a necessidade de desenvolver um conjunto sistemático de estudos neste domínio que nos
possam conduzir a práticas docentes nesta área devidamente suportadas na investigação
educacional.





305
Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro)
Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006

Considerações finais
Este estudo deve ser encarado como um primeiro estudo de natureza exploratória e
preliminar no contexto de uma investigação mais alargada e prolongada no tempo que visará
aumentar o conhecimento fundamentado na investigação em torno do potencial, das “boas
práticas” e dos efectivos resultados da adopção de portefólios digitais em diversos contextos e
graus de ensino, enquanto instrumentos de aprendizagem e de avaliação. Para além dos
dados de natureza descritiva e exploratória que aqui apresentámos, uma análise mais
aprofundada do questionário e o cruzamento dos dados provenientes do mesmo, com outros
decorrentes da análise do conteúdo dos próprios portefólios (blogues) e da realização de
entrevistas aos alunos afigura-se essencial para esclarecer alguns aspectos e questões
decorrentes das limitações da análise de dados apresentada neste texto. A discrepância
temporal entre a data de submissão para publicação deste texto definitivo e o tempo
necessário para realizar as entrevistas e terminar a análise do conteúdo dos blogues não
permitiu um maior aprofundamento das questões aqui abordadas. Ficam registados alguns
aspectos que nos parecem importantes e que serão aprofundados em textos posteriores.

Bibliografia
Barrett, Helen C. (2005). The Research on Portfolios in Education. [Consultado em 29-11-2005
http://electronicportfolios.org/ALI/research.html]
Barrett, Helen C. (2005). White Paper – Researching Electronic Portfolios and Learner
Engagement.
[Consultado
em
28-02.2006
a
partir
de
www.taskstream.com/reflect/whitepaper.pdf ]
Alves, P.; (2005). “O Portefólio: Instrumento de avaliação de uma disciplina na Universidade –
Estudo de Caso”, in Bento D. Silva e Leandro S. Almeida (eds.), in Actas do VII
Congresso Galaico-Português de Psicopedagogia, Braga: CIEd edições –
Universidade do Minho, pp. 1113-1125.
Bernardes, C., Miranda, F.; (2003). Portefólio Uma Escola de Competências. Porto: Porto
Editora.
Fernandes, D., Neves, A. Campos, C., Conceição, J. M., Alaiz, V., (2004). “Portfolios: para uma
avaliação mais autêntica, mais participada e mais reflexiva”, in: Pensar avaliação,
melhorar a aprendizagem; Lisboa: IIE 1994, consultado a partir da na web em 13 de
Dezembro de 2005, no endereço:
http://www.prof2000.pt/users/j.pinto/matematica/acompanhamento/MACS/Avaliacao/
portfolios.pdf





306

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Pnaic 5a aula avaliação o que e fad saberes objetivos painel do grupo
Pnaic  5a aula  avaliação o que e fad saberes objetivos painel do grupoPnaic  5a aula  avaliação o que e fad saberes objetivos painel do grupo
Pnaic 5a aula avaliação o que e fad saberes objetivos painel do grupotlfleite
 
O CAMPO DE CONHECIMENTO E AS PRÁTICAS SOBRE A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O QUE REV...
O CAMPO DE CONHECIMENTO E AS PRÁTICAS SOBRE A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O QUE REV...O CAMPO DE CONHECIMENTO E AS PRÁTICAS SOBRE A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O QUE REV...
O CAMPO DE CONHECIMENTO E AS PRÁTICAS SOBRE A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O QUE REV...ProfessorPrincipiante
 
Portfolio de praticas
Portfolio de praticasPortfolio de praticas
Portfolio de praticasPaula Ventura
 
Projecto curricular de turma uma perspectiva ...
Projecto curricular de turma   uma perspectiva ...Projecto curricular de turma   uma perspectiva ...
Projecto curricular de turma uma perspectiva ...Pedro França
 
Apresentação1 (1).pptx
Apresentação1 (1).pptxApresentação1 (1).pptx
Apresentação1 (1).pptxmicsquize
 
Pnaic 4ª aula avaliação parte i só sistematização dos textos
Pnaic 4ª aula avaliação   parte i  só sistematização dos textosPnaic 4ª aula avaliação   parte i  só sistematização dos textos
Pnaic 4ª aula avaliação parte i só sistematização dos textostlfleite
 
Pnaic 4ª aula avaliação parte i diferentes propostas de avaliações na rmc
Pnaic 4ª aula avaliação   parte i  diferentes propostas de avaliações  na rmcPnaic 4ª aula avaliação   parte i  diferentes propostas de avaliações  na rmc
Pnaic 4ª aula avaliação parte i diferentes propostas de avaliações na rmctlfleite
 

Was ist angesagt? (8)

8075 28125-1-pb
8075 28125-1-pb8075 28125-1-pb
8075 28125-1-pb
 
Pnaic 5a aula avaliação o que e fad saberes objetivos painel do grupo
Pnaic  5a aula  avaliação o que e fad saberes objetivos painel do grupoPnaic  5a aula  avaliação o que e fad saberes objetivos painel do grupo
Pnaic 5a aula avaliação o que e fad saberes objetivos painel do grupo
 
O CAMPO DE CONHECIMENTO E AS PRÁTICAS SOBRE A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O QUE REV...
O CAMPO DE CONHECIMENTO E AS PRÁTICAS SOBRE A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O QUE REV...O CAMPO DE CONHECIMENTO E AS PRÁTICAS SOBRE A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O QUE REV...
O CAMPO DE CONHECIMENTO E AS PRÁTICAS SOBRE A INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O QUE REV...
 
Portfolio de praticas
Portfolio de praticasPortfolio de praticas
Portfolio de praticas
 
Projecto curricular de turma uma perspectiva ...
Projecto curricular de turma   uma perspectiva ...Projecto curricular de turma   uma perspectiva ...
Projecto curricular de turma uma perspectiva ...
 
Apresentação1 (1).pptx
Apresentação1 (1).pptxApresentação1 (1).pptx
Apresentação1 (1).pptx
 
Pnaic 4ª aula avaliação parte i só sistematização dos textos
Pnaic 4ª aula avaliação   parte i  só sistematização dos textosPnaic 4ª aula avaliação   parte i  só sistematização dos textos
Pnaic 4ª aula avaliação parte i só sistematização dos textos
 
Pnaic 4ª aula avaliação parte i diferentes propostas de avaliações na rmc
Pnaic 4ª aula avaliação   parte i  diferentes propostas de avaliações  na rmcPnaic 4ª aula avaliação   parte i  diferentes propostas de avaliações  na rmc
Pnaic 4ª aula avaliação parte i diferentes propostas de avaliações na rmc
 

Andere mochten auch

First lecture
First lectureFirst lecture
First lectureaalhammar
 
Lesson by 40 years
Lesson by 40 yearsLesson by 40 years
Lesson by 40 yearsTaras Bulba
 
ZmartPart Presentation Unternehmen
ZmartPart Presentation UnternehmenZmartPart Presentation Unternehmen
ZmartPart Presentation UnternehmenVitus Ze
 
Mariano Lopez[1]. Defop Ovalle
Mariano Lopez[1]. Defop OvalleMariano Lopez[1]. Defop Ovalle
Mariano Lopez[1]. Defop Ovallepolopresentaciones
 
Factors Your Website Needs to Be Effective at Generating New Business - CoI...
Factors Your Website  Needs to Be Effective at  Generating New Business - CoI...Factors Your Website  Needs to Be Effective at  Generating New Business - CoI...
Factors Your Website Needs to Be Effective at Generating New Business - CoI...Derek Key
 
Portafolio
PortafolioPortafolio
PortafolioMajitoss
 
Projects undertaken and completed at BLC
Projects undertaken and completed at BLCProjects undertaken and completed at BLC
Projects undertaken and completed at BLCCharles N. Withers
 
Algunos aspectos del Derecho Internacional
Algunos aspectos del Derecho InternacionalAlgunos aspectos del Derecho Internacional
Algunos aspectos del Derecho InternacionalSilvia Profesora
 
Dscoop 2013 workshop How to Expand Your Network and Make Lasting Connections
Dscoop 2013 workshop How to Expand Your Network and Make Lasting ConnectionsDscoop 2013 workshop How to Expand Your Network and Make Lasting Connections
Dscoop 2013 workshop How to Expand Your Network and Make Lasting ConnectionsRebootMoments.com
 
ABryan_resume (1)
ABryan_resume (1)ABryan_resume (1)
ABryan_resume (1)Aaron Bryan
 
web 2.0 y computación en la nube
web 2.0 y computación  en la nubeweb 2.0 y computación  en la nube
web 2.0 y computación en la nubeCamilaEraso123
 
Estructura de la_propuesta_investigativa SON POBRES Y VULNERABLES LAS MADRES ...
Estructura de la_propuesta_investigativa SON POBRES Y VULNERABLES LAS MADRES ...Estructura de la_propuesta_investigativa SON POBRES Y VULNERABLES LAS MADRES ...
Estructura de la_propuesta_investigativa SON POBRES Y VULNERABLES LAS MADRES ...paouniversidad
 
Nelson augusto alzate gomez actividad 1mapac actividad para maestria
Nelson augusto alzate gomez actividad 1mapac actividad para maestriaNelson augusto alzate gomez actividad 1mapac actividad para maestria
Nelson augusto alzate gomez actividad 1mapac actividad para maestriaAugusto Alzate
 

Andere mochten auch (20)

First lecture
First lectureFirst lecture
First lecture
 
Lesson by 40 years
Lesson by 40 yearsLesson by 40 years
Lesson by 40 years
 
ZmartPart Presentation Unternehmen
ZmartPart Presentation UnternehmenZmartPart Presentation Unternehmen
ZmartPart Presentation Unternehmen
 
Internet Adaptado
Internet AdaptadoInternet Adaptado
Internet Adaptado
 
E portafolio grupo-73
E  portafolio grupo-73E  portafolio grupo-73
E portafolio grupo-73
 
Goldilock
GoldilockGoldilock
Goldilock
 
Mariano Lopez[1]. Defop Ovalle
Mariano Lopez[1]. Defop OvalleMariano Lopez[1]. Defop Ovalle
Mariano Lopez[1]. Defop Ovalle
 
Factors Your Website Needs to Be Effective at Generating New Business - CoI...
Factors Your Website  Needs to Be Effective at  Generating New Business - CoI...Factors Your Website  Needs to Be Effective at  Generating New Business - CoI...
Factors Your Website Needs to Be Effective at Generating New Business - CoI...
 
Portafolio
PortafolioPortafolio
Portafolio
 
Projects undertaken and completed at BLC
Projects undertaken and completed at BLCProjects undertaken and completed at BLC
Projects undertaken and completed at BLC
 
Algunos aspectos del Derecho Internacional
Algunos aspectos del Derecho InternacionalAlgunos aspectos del Derecho Internacional
Algunos aspectos del Derecho Internacional
 
Dscoop 2013 workshop How to Expand Your Network and Make Lasting Connections
Dscoop 2013 workshop How to Expand Your Network and Make Lasting ConnectionsDscoop 2013 workshop How to Expand Your Network and Make Lasting Connections
Dscoop 2013 workshop How to Expand Your Network and Make Lasting Connections
 
ABryan_resume (1)
ABryan_resume (1)ABryan_resume (1)
ABryan_resume (1)
 
web 2.0 y computación en la nube
web 2.0 y computación  en la nubeweb 2.0 y computación  en la nube
web 2.0 y computación en la nube
 
TEACHING EL_SINGAPORE
TEACHING EL_SINGAPORETEACHING EL_SINGAPORE
TEACHING EL_SINGAPORE
 
Estructura de la_propuesta_investigativa SON POBRES Y VULNERABLES LAS MADRES ...
Estructura de la_propuesta_investigativa SON POBRES Y VULNERABLES LAS MADRES ...Estructura de la_propuesta_investigativa SON POBRES Y VULNERABLES LAS MADRES ...
Estructura de la_propuesta_investigativa SON POBRES Y VULNERABLES LAS MADRES ...
 
Legazpi city Hotels Map
Legazpi city Hotels MapLegazpi city Hotels Map
Legazpi city Hotels Map
 
Nelson augusto alzate gomez actividad 1mapac actividad para maestria
Nelson augusto alzate gomez actividad 1mapac actividad para maestriaNelson augusto alzate gomez actividad 1mapac actividad para maestria
Nelson augusto alzate gomez actividad 1mapac actividad para maestria
 
Vocabulary
VocabularyVocabulary
Vocabulary
 
ORION 4610 плазменная панель
ORION 4610 плазменная панельORION 4610 плазменная панель
ORION 4610 плазменная панель
 

Ähnlich wie Portefólios Digitais

PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...ProfessorPrincipiante
 
Como fazer um porfólio
Como fazer um porfólioComo fazer um porfólio
Como fazer um porfólioWaldman SD
 
6487477c5e6376bbf9ace14e3eb3db6d_ppt.pdf
6487477c5e6376bbf9ace14e3eb3db6d_ppt.pdf6487477c5e6376bbf9ace14e3eb3db6d_ppt.pdf
6487477c5e6376bbf9ace14e3eb3db6d_ppt.pdfMarinaMartinho1
 
Processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências - A Visão...
Processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências - A Visão...Processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências - A Visão...
Processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências - A Visão...cnovendasnovas
 
O papel da tutoria no desenvolvimento curricular
O papel da tutoria no desenvolvimento curricularO papel da tutoria no desenvolvimento curricular
O papel da tutoria no desenvolvimento curricularMaria Casanova
 
Portfolio de-avaliacao-do-aluno-otilia-maria-seiffert
Portfolio de-avaliacao-do-aluno-otilia-maria-seiffertPortfolio de-avaliacao-do-aluno-otilia-maria-seiffert
Portfolio de-avaliacao-do-aluno-otilia-maria-seiffertPROIDDBahiana
 
TextoApoio3_ Para a Conceção e Elaboração do Projeto de Intervenção no Âmbito...
TextoApoio3_ Para a Conceção e Elaboração do Projeto de Intervenção no Âmbito...TextoApoio3_ Para a Conceção e Elaboração do Projeto de Intervenção no Âmbito...
TextoApoio3_ Para a Conceção e Elaboração do Projeto de Intervenção no Âmbito...Ana Araújo
 
Apresentacao UNIFESP Alexandre Assis_Matricula 108464.pptx
Apresentacao UNIFESP Alexandre Assis_Matricula 108464.pptxApresentacao UNIFESP Alexandre Assis_Matricula 108464.pptx
Apresentacao UNIFESP Alexandre Assis_Matricula 108464.pptxlaraamaral26
 
Resolução see mg 2197 12
Resolução see mg 2197 12Resolução see mg 2197 12
Resolução see mg 2197 12Eliana Zati
 
Portfolio Do Aluno Workshop
Portfolio Do Aluno WorkshopPortfolio Do Aluno Workshop
Portfolio Do Aluno WorkshopAntero
 
O Portefoio no Curso Efa (Ns)
O Portefoio no Curso Efa (Ns)O Portefoio no Curso Efa (Ns)
O Portefoio no Curso Efa (Ns)João Lima
 
ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO TRABALHO PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO INVESTIGATIVA NO...
ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO TRABALHO PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO INVESTIGATIVA NO...ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO TRABALHO PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO INVESTIGATIVA NO...
ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO TRABALHO PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO INVESTIGATIVA NO...Marisa Correia
 
A elaboração de um relatório na unidade curricular investigação em educação i
A elaboração de um relatório na unidade curricular investigação em educação iA elaboração de um relatório na unidade curricular investigação em educação i
A elaboração de um relatório na unidade curricular investigação em educação iPatricia Valerio
 

Ähnlich wie Portefólios Digitais (20)

PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
PERCURSOS FORMATIVOS DE ESTUDANTES PARTICIPANTES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE...
 
Como fazer um porfólio
Como fazer um porfólioComo fazer um porfólio
Como fazer um porfólio
 
Portfólio
PortfólioPortfólio
Portfólio
 
6487477c5e6376bbf9ace14e3eb3db6d_ppt.pdf
6487477c5e6376bbf9ace14e3eb3db6d_ppt.pdf6487477c5e6376bbf9ace14e3eb3db6d_ppt.pdf
6487477c5e6376bbf9ace14e3eb3db6d_ppt.pdf
 
Processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências - A Visão...
Processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências - A Visão...Processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências - A Visão...
Processo de Reconhecimento Validação e Certificação de Competências - A Visão...
 
O papel da tutoria no desenvolvimento curricular
O papel da tutoria no desenvolvimento curricularO papel da tutoria no desenvolvimento curricular
O papel da tutoria no desenvolvimento curricular
 
Paula coelho pais ppt
Paula coelho pais pptPaula coelho pais ppt
Paula coelho pais ppt
 
Itanildes silva
Itanildes silvaItanildes silva
Itanildes silva
 
Portfolio de-avaliacao-do-aluno-otilia-maria-seiffert
Portfolio de-avaliacao-do-aluno-otilia-maria-seiffertPortfolio de-avaliacao-do-aluno-otilia-maria-seiffert
Portfolio de-avaliacao-do-aluno-otilia-maria-seiffert
 
04 pdf ef6-md_pd_pg_g20
04 pdf ef6-md_pd_pg_g2004 pdf ef6-md_pd_pg_g20
04 pdf ef6-md_pd_pg_g20
 
Trabalho Unidade 4
Trabalho Unidade 4Trabalho Unidade 4
Trabalho Unidade 4
 
Portfólios
PortfóliosPortfólios
Portfólios
 
TextoApoio3_ Para a Conceção e Elaboração do Projeto de Intervenção no Âmbito...
TextoApoio3_ Para a Conceção e Elaboração do Projeto de Intervenção no Âmbito...TextoApoio3_ Para a Conceção e Elaboração do Projeto de Intervenção no Âmbito...
TextoApoio3_ Para a Conceção e Elaboração do Projeto de Intervenção no Âmbito...
 
00.metodologia do ensino superior
00.metodologia do ensino superior00.metodologia do ensino superior
00.metodologia do ensino superior
 
Apresentacao UNIFESP Alexandre Assis_Matricula 108464.pptx
Apresentacao UNIFESP Alexandre Assis_Matricula 108464.pptxApresentacao UNIFESP Alexandre Assis_Matricula 108464.pptx
Apresentacao UNIFESP Alexandre Assis_Matricula 108464.pptx
 
Resolução see mg 2197 12
Resolução see mg 2197 12Resolução see mg 2197 12
Resolução see mg 2197 12
 
Portfolio Do Aluno Workshop
Portfolio Do Aluno WorkshopPortfolio Do Aluno Workshop
Portfolio Do Aluno Workshop
 
O Portefoio no Curso Efa (Ns)
O Portefoio no Curso Efa (Ns)O Portefoio no Curso Efa (Ns)
O Portefoio no Curso Efa (Ns)
 
ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO TRABALHO PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO INVESTIGATIVA NO...
ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO TRABALHO PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO INVESTIGATIVA NO...ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO TRABALHO PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO INVESTIGATIVA NO...
ESTUDO DAS POTENCIALIDADES DO TRABALHO PRÁTICO DE ORIENTAÇÃO INVESTIGATIVA NO...
 
A elaboração de um relatório na unidade curricular investigação em educação i
A elaboração de um relatório na unidade curricular investigação em educação iA elaboração de um relatório na unidade curricular investigação em educação i
A elaboração de um relatório na unidade curricular investigação em educação i
 

Mehr von eadl

Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadaniaeadl
 
Glossário O´Shea (2001-2004)
Glossário O´Shea (2001-2004)Glossário O´Shea (2001-2004)
Glossário O´Shea (2001-2004)eadl
 
Abc manual tic
Abc manual ticAbc manual tic
Abc manual ticeadl
 
Intple (39)
Intple (39)Intple (39)
Intple (39)eadl
 
Intple (38)
Intple (38)Intple (38)
Intple (38)eadl
 
Intple (37)
Intple (37)Intple (37)
Intple (37)eadl
 
Intple (36)
Intple (36)Intple (36)
Intple (36)eadl
 
Intple (35)
Intple (35)Intple (35)
Intple (35)eadl
 
Intple (34)
Intple (34)Intple (34)
Intple (34)eadl
 
Intple (33)
Intple (33)Intple (33)
Intple (33)eadl
 
Intple (32)
Intple (32)Intple (32)
Intple (32)eadl
 
Intple (31)
Intple (31)Intple (31)
Intple (31)eadl
 
Intple (30)
Intple (30)Intple (30)
Intple (30)eadl
 
Intple (29)
Intple (29)Intple (29)
Intple (29)eadl
 
Intple (28)
Intple (28)Intple (28)
Intple (28)eadl
 
Intple (27)
Intple (27)Intple (27)
Intple (27)eadl
 
Intple (26)
Intple (26)Intple (26)
Intple (26)eadl
 
Intple (25)
Intple (25)Intple (25)
Intple (25)eadl
 
Intple (24)
Intple (24)Intple (24)
Intple (24)eadl
 
Intple (23)
Intple (23)Intple (23)
Intple (23)eadl
 

Mehr von eadl (20)

Cidadania
CidadaniaCidadania
Cidadania
 
Glossário O´Shea (2001-2004)
Glossário O´Shea (2001-2004)Glossário O´Shea (2001-2004)
Glossário O´Shea (2001-2004)
 
Abc manual tic
Abc manual ticAbc manual tic
Abc manual tic
 
Intple (39)
Intple (39)Intple (39)
Intple (39)
 
Intple (38)
Intple (38)Intple (38)
Intple (38)
 
Intple (37)
Intple (37)Intple (37)
Intple (37)
 
Intple (36)
Intple (36)Intple (36)
Intple (36)
 
Intple (35)
Intple (35)Intple (35)
Intple (35)
 
Intple (34)
Intple (34)Intple (34)
Intple (34)
 
Intple (33)
Intple (33)Intple (33)
Intple (33)
 
Intple (32)
Intple (32)Intple (32)
Intple (32)
 
Intple (31)
Intple (31)Intple (31)
Intple (31)
 
Intple (30)
Intple (30)Intple (30)
Intple (30)
 
Intple (29)
Intple (29)Intple (29)
Intple (29)
 
Intple (28)
Intple (28)Intple (28)
Intple (28)
 
Intple (27)
Intple (27)Intple (27)
Intple (27)
 
Intple (26)
Intple (26)Intple (26)
Intple (26)
 
Intple (25)
Intple (25)Intple (25)
Intple (25)
 
Intple (24)
Intple (24)Intple (24)
Intple (24)
 
Intple (23)
Intple (23)Intple (23)
Intple (23)
 

Kürzlich hochgeladen

DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdfJorge Andrade
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOColégio Santa Teresinha
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024Jeanoliveira597523
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfmirandadudu08
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 

Kürzlich hochgeladen (20)

DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
02. Informática - Windows 10 apostila completa.pdf
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃOLEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
LEMBRANDO A MORTE E CELEBRANDO A RESSUREIÇÃO
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
ABRIL VERDE.pptx Slide sobre abril ver 2024
 
Regência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdfRegência Nominal e Verbal português .pdf
Regência Nominal e Verbal português .pdf
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 

Portefólios Digitais

  • 1. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 PORTEFÓLIOS DIGITAIS: REVISITANDO OS PRINCÍPIOS E RENOVANDO AS PRÁTICAS Maria João Gomes mjgomes@iep.uminho.pt Universidade do Minho Introdução O conceito de portefólio tem a sua origem e as suas primitivas utilizações em actividades profissionais, particularmente as associadas ao grafismo e à imagem (arquitectura, fotografia, pintura, entre outros). Do domínio de utilização no campo profissional e com objectivos essencialmente de registo e apresentação de trabalhos, os portefólios foram sendo adaptados a outras áreas de intervenção e alargando o leque de potenciais objectivos associados à sua utilização, começando a surgir também em contextos educacionais, formativos e escolares. Embora de utilização ainda relativamente restrita em muitos domínios educacionais e escolares, a criação de portefólios é reconhecida por muitos professores, investigadores e outros intervenientes no campo da educação, como estratégia de promoção de aprendizagens, como instrumento de avaliação e como ferramenta de desenvolvimento profissional dos professores (Soeiro & Silva, 2005; Alves, 2005). Todavia, a existência de algumas lacunas ao nível da investigação empírica sobre o uso de portefólios na educação, quer com estudantes quer com professores é reconhecida (cf. Barret, 2005). Para além dos múltiplos propósitos para os quais os portefólios podem ser desenvolvidos, existem diferentes contextos de aplicação também a requerer estudos (cf. Barret, 2005). Mais recentemente, a evolução tecnológica e os novos recursos disponíveis, bem como as novas competências exigidas pela sociedade da informação e comunicação, têm conduzido ao surgimento de experiências e práticas pedagógicas suportadas na construção de portefólios digitais de aprendizagem, alargando ainda mais a necessidade de se desenvolverem estudos e investigações neste domínio. 1. Modalidades de portefólios A construção de um portefólio pode ter muitos objectivos de natureza distinta. Pode ser uma estratégia de promoção de aprendizagens, um instrumentos de avaliação académica ou profissional, um “argumento” na procura de um emprego, um meio de promoção e marketing de um produto ou empresa, um registo de desenvolvimento pessoal e ou profissional, entre outros. Esta diversidade leva mesmo Barret [2005:s/pág.] a afirmar que o termo portefólio deve ser sempre acompanhado de um adjectivo ou um termo modificador que descreva o propósito para o qual está (ou foi) a ser elaborado. Deve contudo ter-se presente que, com frequência, a elaboração de um portefólio pode servir ou enquadrar-se simultaneamente em mais do que um dos objectivos enumerados.   295
  • 2. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 Entre outras modalidades, poderemos considerar a existência de: (i) portefólios de apresentação profissional; (ii) portefólios de aprendizagem; (iii) portefólios de desempenho financeiro; (iv) portefólios de aprendizagem; (v) portefólios de avaliação. 1.1. O uso educacional dos portefólios No contexto educacional, a grande maioria dos portefólios assumem a vertente de portefólios de desenvolvimento pessoal; portefólios de aprendizagem e/ou portefólios de avaliação sendo que com frequência cada uma destas categorias inclui também muitas das vertentes da(s) categoria(s) anterior. Na realidade, um portefólio de avaliação é também e simultaneamente um portefólio de aprendizagem pois o que se pretende é avaliar as aprendizagens efectuadas pelos alunos não só em termos de produtos mas também de processos. Na medida em que um portefólio construído tendo em vista ser um instrumento de avaliação deve ser revelador quer da dimensão “produtos”, quer da dimensão “processos”, este acaba por ser também um portefólio de aprendizagem que, ao incluir elementos do percurso de aprendizagem dos alunos, ao revelar as suas reflexões, o seu percurso em termos de capacidade de pesquisa, selecção, análise, síntese, autonomia, etc. é também um elemento frequentemente revelador de um percurso de desenvolvimento pessoal. Esta ideia está subjacente nas palavras de Helen Barret [2005:s/pág.] para quem “[n]a sala de aula, os portefólios são, não tanto uma estratégia de ensino a ser investigada, mas um meio para alcançar um fim: suportar a reflexão que pode ajudar os estudantes a entenderem a sua própria aprendizagem e proporcionar um quadro mais rico do trabalho do estudante documentando o seu crescimento ao longo do tempo”. A realização de um portefólio de aprendizagem pode assim, se devidamente desenvolvido, constituir também uma estratégia de promoção da metacognição. Um portefólio educacional, construído por alunos enquanto instrumento de aprendizagem e eventualmente também como produto sujeito a avaliação e classificação deve conter os documentos que o aluno seleccionou e coleccionou de modo a evidenciar o seu processo de crescimento e reflexão ao longo do período de tempo a que se reporta o portefólio (cf. Barret [2005:s/pág]; Bernardes, C.; Miranda, F.; 2003). Neste sentido, os portefólios podem incluir documentos de natureza diversa, em distintas linguagens e diferentes suportes, podem demonstrar as actividades de pesquisa, selecção e reflexão realizadas pelos alunos, evidenciar produtos mas também processos de aprendizagem, e representar as diferentes experiências de aprendizagem vividas pelos alunos (cf. Fernandes, D., Neves, A., Campos, C., Conceição, J.M., Alaiz, V.; 1994).   296
  • 3. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 2. Os portefólios enquanto instrumentos de aprendizagem e de avaliação no contexto do Mestrado em Tecnologia Educativa da Universidade do Minho A utilização dos portefólios digitais enquanto instrumentos de aprendizagem e avaliação no contexto do Mestrado em Educação, área de conhecimento de Tecnologia Educativa da Universidade do Minho ocorreu pela primeira vez no primeiro semestre do ano lectivo de 2004/2005 no âmbito da disciplina de Seminário em Educação a Distância (EaD), tendo surgido como uma opção natural em termos de estratégia e, simultaneamente, instrumento e produto de avaliação. Esta primeira experiência que se revelou gratificante conforme informalmente foi registado junto dos alunos, alguns dos quais expressaram nos próprios blogues essa opinião, foi o incentivo necessário para nos levar à repetição desta prática no ano lectivo de 2005/2006, agora com outro grupo de alunos (12 alunos) correspondentes à 10ª edição do curso de mestrado. A ideia de adoptar o portefólio enquanto processo, instrumento e objecto de avaliação decorreu de algumas constatações e pressupostos a que a nossa prática profissional e a literatura especializada nos conduziu. Uma das ideias base, decorrente da experiência de mais de uma década de exercício da docência nos cursos de licenciatura, de alguma experiência significativa no domínio da formação contínua de adultos e da formação pós-graduada, esteve associada à constatação de alguma dificuldade de auto-organização e de gestão dos tempos de aprendizagem que frequentemente conduzia, principalmente ao nível dos alunos de graduação, a uma falta de acompanhamento das actividades das disciplinas, concentrando frequentemente o seu esforço e empenho em termos de aprendizagem em períodos curtos e bem delimitados no tempo, quase sempre na proximidade imediata dos momentos de avaliação sumativa. Com a proposta da realização de portefólios no âmbito da disciplina pretendia-se estimular os alunos a acompanhar as actividades da mesma de uma forma contínua, funcionando como um incentivo à auto-organização em termos de tempos e actividades de aprendizagem. Por outro lado, tínhamos a percepção de que, em termos gerais, a concentração dos momentos de estudo e reflexão dedicados à disciplina (a esta ou a qualquer outra) em momentos muito específicos, pré-determinados, não era estimulador de um espírito de pesquisa, síntese e reflexão que pretendíamos ajudar a desenvolver nos alunos. A elaboração do portefólio surge aqui como um “tempo e um espaço” expandidos ao longo do semestre lectivo que supúnhamos capaz de inverter essa tendência, constituindo-se como um espaço de reflexão pessoal distendida no tempo, e também como um espaço de partilha e colaboração com os outros. Nesta comunicação apresentamos alguns dados e reflexões decorrentes do recurso aos portefólios digitais enquanto instrumento de avaliação mas também, e essencialmente, enquanto instrumento de regulação do processo de aprendizagem de alunos de um curso de Mestrado em Educação da Universidade do Minho. Neste contexto específico, a adopção do   297
  • 4. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 portefólio como instrumento de aprendizagem e de avaliação pareceu-nos ainda mais relevante por permitir simultaneamente aos alunos do curso de mestrado, todos eles professores do ensino básico e secundário, porem em prática competências que, frequentemente, também desejam desenvolver nos seus próprios alunos. 2.1 Objectivos da adopção do portefólio como instrumento de avaliação A proposta de elaboração de um portefólio no âmbito da disciplina de Seminário em Educação a Distância teve na sua base diversos objectivos de entre os quais destacamos os seguintes: • utilizar um instrumento de avaliação de carácter reflexivo, contínuo no tempo, pessoal e personalizável, valorizador da autonomia e do sentido de responsabilidade, e por todos estes aspectos, adequado a alunos adultos, que desenvolvem a sua actividade profissional como professores, e que necessitam do máximo de flexibilidade na gestão temporal e espacial nas suas actividades discentes, no sentido de melhor conciliarem actividades profissionais, familiares e de formação; • utilizar um instrumento de avaliação que se apresenta como um potencial elevado em contextos de educação/formação a distância, articulando assim as práticas de avaliação da disciplina com aspectos conteudais da mesma; 2.2 Portefólios digitais: novas potencialidades. Seguindo uma tendência cada vez mais acentuada e indo inclusive de encontro ao preconizado em documentos europeus no domínio da educação/formação, foi decidido optar pela realização de um portefólio digital em rede. A elaboração dos portefólios em formato digital apresenta várias características que nos parecem aliciantes. Em primeiro lugar, torna-se possível uma adopção mais integrada de uma abordagem multimédia, nomeadamente através da possibilidade de integração de imagem estática, animada ou vídeo, texto e som, permitir a adopção de uma estrutura hipermediática na organização da informação com recurso a hiperligações internas, entre diferentes documentos ou mensagens do portefólios, ou externas para recursos disponíveis na web. Não menos relevante é o facto de algum do software que pode servir de suporte à elaboração de portefólios digitais permitir a colocação de contributos de outros sujeitos que não o autor principal do portefólio permitindo a colocação de comentários e contributos que apoiam uma construção crítica e colaborativa do portefólio. Em alguns casos, podemos mesmo permitir a criação de portefólios com mais do que um autor em simultâneo embora esta situação mereça alguma ponderação em função dos objectivos que nos propusermos.   298
  • 5. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 2.3 Os blogues como suporte à elaboração de portefólios Embora exista actualmente software desenvolvido especificamente como ferramentas de suporte à construção de portefólios digitais, a nossa opção foi a adopção de um serviço de criação de weblogues como suporte à construção dos portefólios dos alunos. As razões na base desta opção foram de natureza essencialmente prática. Existem actualmente, sistemas gratuitos de criação e alojamento de blogues que permitem a integração de texto, imagem estática, vídeo, som e inclusive possuem sistemas de comentários que permitem criar oportunidades de interacção entre o autor do blogue-portefólio e os leitores e visitantes do mesmo. Estes sistemas, para além das suas funcionalidades técnicas e do carácter, não despiciendo, de serem gratuitos, são em alguns casos de muito fácil utilização podendo ser utilizados apenas com o domínio de competência informáticas muito básicas. Aliado a estes aspectos, os blogues podem constituir verdadeiros recursos e simultaneamente a sua utilização pode ser concebida de modo a estruturar-se em torno de estratégias de ensino inovadoras e mais motivadores (cf. Gomes, 2005) o que nos pareceu um facto adicional de interesse atendendo a que estávamos a lidar com uma população de alunos de pós-graduação constituída por professores. Após uma análise cuidada de alguns sistemas de construção de blogues disponíveis na Internet a nossa escolha recaiu pelo “Blogger” (www.blogspot.com) pelas suas potencialidades técnicas e fiabilidade. 3. Metodologia adoptada na recolha de dados No sentido de contribuir para um maior conhecimento referente à utilização dos portefólios no contexto da disciplina de EaD solicitámos aos alunos que respondessem a um questionário, de forma anónima e por via electrónica (via e-mail). O questionário abarcava diversos aspectos referentes: (a) aos conhecimentos prévios dos alunos (professores) sobre o conceito de portefólio e o seu uso educativo, incluindo a experiência pessoal e profissional que possuem nesse domínio; (b) à aplicabilidade e adequação dos portefólios como instrumentos de avaliação em contextos gerais e no contexto particular da disciplina de Educação a Distância e (c) às características, potencialidades e limitações dos portefólios digitais. Dos 12 professores a frequentar, como alunos, a disciplina de Educação a Distância, 10 responderam ao questionário. Passaremos a referir-nos aos sujeitos envolvidos como “alunos”. Os dados que se apresentam de seguida correspondem à totalidade das respostas obtidas. 3.1 Conhecimentos prévios sobre portefólios Dos 10 alunos respondentes, 9 afirmaram conhecer o conceito de portefólio antes deste lhes ser apresentado no contexto da disciplina de Ead sendo que apenas 1 afirmou ser a primeira vez que tinha contacto com o conceito. Destes nove, 5 afirmaram também ter uma noção prévia de termos e conceitos relacionados com portefólios em formato digital como   299
  • 6. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 sejam os termos webfólios ou e-portefólios. Um dos alunos afirmou mesmo ter já realizado um portefólio digital em CD-Rom, no âmbito da frequência de uma acção de formação sobre “concepção de suportes multimédia”. Cinco dos alunos afirmaram ter utilizado os portefólios na sua actividade profissional, anteriormente à frequência da disciplina de EaD, sendo que 3 revelaram terem eles próprios elaborado portefólios. Num dos casos, o portefólio foi um portefólio digital elaborado pelo professor como forma de aprendizagem/experimentação tendo em vista futuras utilizações com alunos. Nos outros casos foi utilizado o dossier clássico em suporte papel sendo que numa situação o portefólio foi elaborado ainda durante o período de frequência da licenciatura em ensino do actual professor, portanto com este ainda na condição de aluno, e no segundo caso foi realizado como suporte à preparação de uma viagem de estudo com alunos. Os outros casos correspondem a portefólios realizados pelos alunos mediante proposta e acompanhamento dos seus professores, e tendo como intuito (embora não exclusivo) constituírem elementos de avaliação dos seus alunos. Dos comentários adicionais que os alunos de EaD fizeram, referentes às suas experiências profissionais relativas à utilização de portefólios, nomeadamente como elementos de avaliação, dois aspectos nos parecem de realçar, pelo impacto que podem ter na adopção ou não dos portefólios enquanto instrumentos de aprendizagem e avaliação ao nível das escolas. Um dos aspectos referidos por um dos alunos foi o facto de se tratar de uma metodologia que acarreta um volume de trabalho muito maior para o professor. Um segundo aspecto, referido por um outro aluno como sendo uma das razões para não utilizar os portefólios como estratégia e/ou instrumento de avaliação, é o facto das decisões quanto à natureza e número dos instrumentos e estratégias de avaliação serem uma decisão colectiva tomada no seio dos departamentos curriculares das escolas pelo que não podem decorrer da vontade própria e pessoal de um determinado professor. A conjugação deste dois aspectos pode, a nosso ver, ser um factor bastante desencentivador do uso dos portefólios enquanto instrumento de aprendizagem e de avaliação tornando ainda mais necessário desenvolver actividades de investigação e divulgação em torno do potencial educativo dos portefólios educacionais das diferentes vertentes que estes podem assumir. 3.2 O recurso aos portefólios como instrumento de avaliação Quando foi proposto aos alunos a realização de portefólios como instrumento, e estratégia, de avaliação da disciplina de EaD, foi-lhes explicitado a natureza dos documentos e reflexões que deveriam ser incluídos de modo a terem um referencial orientador logo no início do percurso, e processo, de realização dos mesmos. Os alunos foram também informados de que as indicações fornecidas não deveriam ser perspectivadas como limitadores do seu trabalho mas, pelo contrário, apenas como uma espécie de conjunto de tarefas “mínimas” a realizar. No questionário enviado aos alunos foi-lhes pedido que se auto-posicionassem numa   300
  • 7. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 escala nominal de quatro categorias relativas ao nível de consecução revelado pelos seus portefólios no que se referia às “tarefas” inicialmente propostas. Para efeitos de análise e apresentação dos dados recolhidos agruparam-se as respostas incluídas nas categorias “1 – Nada” e “2 – Parcialmente” e as respostas incluídas nas categorias “3 – Bastante” e “4 – Plenamente”. Este procedimento foi adoptado no tratamento e apresentação de todos os dados do questionário em que esta mesma escala tivesse sido utilizada. Os dados recolhidos relativamente ao nível de consecução das tarefas propostas encontram-se compilados na tabela 1. Tabela 1 – Nível de consecução em termos de tarefas propostas e elementos a incluir na construção dos portefólios, de acordo com a opinião dos respectivos autores. Nada Bastante Parcialmente Plenamente 5 5 4 6 3 7 4 6 1 9 Tarefas propostas e elementos a incluir nos portefólios: Reflexão semanal sobre conteúdos e actividades realizadas nas aulas da disciplina Identificação e breve descrição de sites de interesse no âmbito da EaD e do e-learning Identificação e breve descrição de livros, artigos ou outros textos no âmbito da EaD e do e-learning que tenham “descoberto” e folheado ou lido. Reflexões sucintas sobre textos que tenham lido. Identificação e breve descrição de ferramentas e serviços de comunicação e/ou disponibilização de informação que considerem relevantes. Da análise da tabela 1 ressalta uma avaliação bastante positiva dos alunos no que concerne ao trabalho que realizaram, do ponto de vista da consecução das tarefas que lhes foram sugeridas. O aspecto que, do ponto de vista dos próprios alunos, foi menos conseguido é o relativo à “reflexão semanal sobre conteúdos e actividades realizadas nas aulas da disciplina” aspecto que compreendemos e reconhecemos que era previsível atendendo às dificuldades que sentem em conciliar as tarefas profissionais e académicas, sendo que aliás todos os alunos identificaram a “falta de tempo” como o principal ou único factor que condicionou a plena realização das tarefas sugeridas. Quando foi proposta a realização de portefólios digitais como instrumento de avaliação da disciplina de Educação a Distância foi explicitado um conjunto de objectivos que estavam na base dessa proposta. No sentido de compreender até que ponto cada aluno considera que atingiu os objectivos propostos foi-lhes sugerido que, adoptando uma escala similar àquela a que já nos referimos anteriormente, assinalassem o nível de consecução dos objectivos propostos que consideram ter alcançado. Na tabela 2 apresentam-se os dados referentes ao nível de consecução dos objectivos subjacentes à adopção dos portefólios como estratégia e instrumento de avaliação, de acordo com a opinião dos respectivos autores.   301
  • 8. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 Tabela 2 – Nível de consecução dos objectivos subjacentes à adopção dos portefólios, de acordo com a opinião dos respectivos autores. Nada Bastante A realização dos portefólios digitais permitiu que… Parcialmente Plenamente … o processo de avaliação se desenvolvesse gradualmente no decurso da disciplina ao invés de se centrar em momentos 1 9 temporais fixos e comuns a todos. … que o processo de avaliação se articulasse de forma coerente 2 8 com os objectivos e conteúdos da disciplina. … que o processo de avaliação incentivasse a prática de 1 9 pesquisa e reflexão pessoal. … permitido que o processo de avaliação considerasse a 1 9 componente de “processo” e de “produto”. … o processo de avaliação pudesse ser partilhado e 3 7 desenvolvido de forma colaborativa. A avaliação que os alunos fazem de algumas das potencialidades dos portefólios digitais tal como as experienciaram pessoalmente é claramente positiva na generalidade dos aspectos considerados, embora com menor expressão no que concerne a considerar que a realização dos portefólios digitais permitiu “… que o processo de avaliação pudesse ser partilhado e desenvolvido de forma colaborativa” sendo que 3 dos alunos consideraram que este objectivo não foi “nada” ou foi apenas “parcialmente” alcançado. Esta mesma ideia é reforçada pelo facto de dois destes alunos em relação à questão sobre se “é comum da sua parte visitar os portefólios (blogues) dos seus colegas de turma? Porque razão?” responderem que “não” e o terceiro responder que “é pouco frequente”, nos três casos indicando como justificação a falta de tempo. Um dos aspectos em relação aos quais nos pareceu mais relevante inquirir os alunos, atendendo, por um lado, a que os portefólios seriam o principal instrumento (e estratégia) de avaliação dos alunos à disciplina de EaD, e por outro atendendo ao facto destes alunos serem todos professores, em alguns dos casos com experiência de ensino de bastantes anos, foi acerca da opinião que possuíam em relação à valoração a atribuir às diferentes dimensões a considerar na classificação dos portefólios. Nesse sentido, pediu-se aos alunos que utilizassem uma escala de 4 categorias de acordo com a importância que consideravam que deveria ser atribuída a cada um dos aspectos identificados. A escala incluía as seguintes categorias: 1 – Nenhuma importância; 2 – Praticamente nenhuma importância; 3 – Alguma importância e 4 – Muita importância. Para efeitos de apresentação e análise dos dados, mantivemos a opção de agrupar as referências incluídas nas categorias 1 e 2 e nas categorias 3 e 4. Na tabela 3 apresentam-se os dados referentes ao grau de importância que os alunos consideram dever ser atribuído a cada um dos aspectos a contemplar na avaliação e classificação dos portefólios. Tabela 3 - Grau de importância que os alunos consideram dever ser atribuído a cada uma dos aspectos a considerar na avaliação e classificação dos portefólios. Grau de importância a   302
  • 9. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 considerar Nenhuma / Aspectos a considerar na avaliação e classificação dos portefólios: Representatividade das temáticas abordadas na disciplina Trabalho de pesquisa realizado Número de contributos (posts) colocados Relevância da informação e recursos incluídos no portefólio Periodicidade dos contributos colocados Correcção na identificação das fontes de informação utilizadas Exploração de potencialidades técnicas (inserção de imagens, inserção de links, etc.) Praticamente nenhuma 0 0 3 0 3 0 0 Alguma / Muita 10 10 7 10 7 10 10 No que concerne aos diferentes aspectos a considerar na avaliação e classificação dos portefólios, as respostas aos questionários mostram uma concordância bastante forte em relação a cinco dos sete aspectos indicados, com todos os alunos (respondentes) a considerarem que os mesmos deverão ter “alguma” ou “muita importância” (consultar tabela 3). Os aspectos menos consensuais referem-se ao “número de contributos (posts)” e à “periodicidade dos contributos” dos alunos. Atendendo ao facto de a generalidade dos alunos ter manifestado como factor condicionante de uma maior consecução dos objectivos subjacentes à adopção do portefólio como instrumento de avaliação da disciplina a falta de tempo, parece-nos provável que a tendência de alguns alunos para uma menor valorização (ou total desvalorização) do “número de contributos” e da “periodicidade dos contributos” possa estar relacionada com a noção de que as limitações de tempo condicionam a possibilidade de alcançar um nível elevado em relação a estes aspectos específicos. Quando questionados sobre a necessidade de considerar outros aspectos na avaliação dos portefólios e na sua classificação, seis dos alunos afirmam que na sua opinião não há mais aspectos que devam ser considerados. Contudo, dois dos alunos referem que deve haver uma valorização da colaboração e partilha manifestada através da colocação de comentários nos portefólios – blogues dos colegas. Um outro aluno refere ser importante “…ter em conta a evolução do aluno”, aspecto que embora não explicitado no questionário, está subjacente ao próprio conceito de portefólio e por isso implicitamente considerado pela professora da disciplina. Há também uma referência à necessidade de considerar os “sentimentos dos autores ao longo do curso”, referência que não resulta completamente clara para nós, embora nos pareça ser uma outra formulação da necessidade de considerar o percurso de aprendizagem realizado pelos alunos ao longo do período de realização dos portefólios. 3.3 Os portefólios digitais na web Fizemos já referência às principais razões que nos levaram a optar pela construção dos portefólios na web com base num sistema de construção de weblogues. Nesse sentido procurou-se conhecer as perspectivas dos alunos em relação a um conjunto de factores   303
  • 10. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 relacionados com a natureza digital dos portefólios. Na tabela 4 encontram-se registadas as respostas dos alunos às questões colocadas. Tabela 4 – Perspectivas dos alunos em relação a diversos aspectos relacionados com a construção dos portefólios digitais tendo como suporte um weblogue. Atendendo ao suporte utilizado – um weblog - para a produção do portefólio sentiu que no seu caso isso: Facilitou a tarefa de criar o portefólio Constituiu um factor de maior motivação Constituiu uma limitação ao processo de produção por nem sempre ter acesso à Internet Permitiu integrar mais facilmente recursos já existentes Constituiu uma limitação ao processo de produção pela sua própria natureza digital Sim Não 9 9 3 1 1 7 8 1 2 9 Em termos gerais, a apreciação dos alunos em relação à construção dos portefólios em formato de weblogue, foi bastante positiva sendo que nove dos alunos consideraram que o suporto utilizado “facilitou a tarefa de criar o portefólio” e “constituiu um factor de maior motivação”, não tendo a natureza digital do mesmo constituído “…uma limitação ao processo de produção…”. Há um(a) aluno(a) que considera que a natureza digital constituiu uma limitação ao próprio processo de produção do portefólio e que considera que a adopção de um formato digital do tipo weblogue não facilitou a tarefa de criar o portefólio ou tenha constituído um factor de maior motivação. Dois dos alunos(as) consideraram que a construção dos portefólios sob a forma de weblogue não permitiu integrar mais facilmente recursos já existentes, embora oito tenham opinião contrária. Embora com os dados disponíveis no momento da redacção deste texto não nos tenha sido possível averiguar as razões de tais posições, alguma reflexão fez-nos pensar que, se o facto dos portefólios terem sido construídos na web com base num sistema de blogues facilitou indiscutivelmente a inclusão nos mesmos de recursos existentes na web, como textos ou sites relevantes, tornou-se também para nós claro que a inclusão de documentos provenientes de outras fontes pode ser trabalhosa, podendo implicar a realização de processos de identificação, descrição e síntese dos mesmos mais trabalhosos e/ou acarretar um trabalho de digitalização e tratamento digital de documentos, que não seria necessário em formato papel. Esta mesma ideia parece-nos estar subjacente às palavras de um(a) dos alunos(as) que perante o pedido de indicação de desvantagens que considerasse estarem associadas à construção de um portefólio digital em rede em detrimento da opção por um dossier físico, refere que “alguns assuntos tratados no portefólio em formato papel podem não existir em formato digital e vice-versa…”. No que se refere a desvantagens associadas à realização dos portefólios em suporte digital em rede, para além do aspecto que acabámos de referir, há a referência ao facto de ser necessário o acesso à Internet para consultar e/ou trabalhar nos portefólios e a preocupação com a possibilidade de existir algum problema técnico que leve ao desaparecimento do   304
  • 11. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 portefólio. Importa referir que, se o acesso à Internet pode ser de facto um factor condicionante na construção e na consulta dos portefólios, quanto ao receio de perder a informação, ela também se verifica nos portefólios em formato papel e existem processos de criar cópias de segurança da informação contida nos portefólios digitais. Foi também perguntado aos alunos se consideravam existir alguma vantagem específica na realização de um portefólio num suporte digital em rede, como os blogues, em detrimento do uso mais comum de suportes físicos como, por exemplo, o papel. Todos os alunos identificaram pelo menos uma, mas na maior parte dos casos múltiplas vantagens na adopção de portefólios digitais disponíveis através da web. Procurando sistematizar as referências feitas pelos alunos, encontramos essencialmente a indicação de aspectos considerados como “vantagens” relacionados com: (i) maior acessibilidade e visibilidade dos portefólios para além da esfera restrita do seu autor, de que são exemplo as referências: Q1 – “Possibilitar mostrar a trabalho a todos ao mesmo tempo” Q11 – “Num meio digital a informação está acessível a todos, de forma rápida e simples, enquanto que num suporte de papel essa informação tende a não ser notada ou perder-se.” (ii) possibilidade de desenvolvimento de um trabalho de natureza muito mais colaborativa e participada, de que são exemplo as referências: Q8 – “Maior partilha entre os alunos.” Q10 – “Um portefólio digital em rede permite, de um modo mais rápido e eficaz, conhecer as preocupações/reflexões dos colegas; permite acrescentar e colocar acessível aos outros as nossas reflexões; permite comentar, de um modo simples, as postagens dos colegas” (iii) aspectos de natureza pragmática, de que são exemplo as referências: Q2 – “… não desperdiçar papel… ter maior capacidade que o dossier convencional.” Q4 – “Uma das grandes vantagens dos portefólios digitais, é o facto de alunos e professores deixarem de andar carregados de pastas de papel, “transportando” apenas o endereço electrónico dos blogues.” A experiência que vivemos enquanto docente da disciplina de EaD, aliada à análise parcial dos dados recolhidos através do questionário passado aos alunos, reforçou em nós a convicção decorrente da experiência adquirida no ano anterior, do grande potencial dos portefólios digitais enquanto instrumentos de aprendizagem e de avaliação. Admitimos contudo a necessidade de desenvolver um conjunto sistemático de estudos neste domínio que nos possam conduzir a práticas docentes nesta área devidamente suportadas na investigação educacional.   305
  • 12. Actas do VII Colóquio sobre Questões Curriculares (III Colóquio Luso-Brasileiro) Globalização e (des) igualdades: os desafios curriculares. CIEd 2006 Considerações finais Este estudo deve ser encarado como um primeiro estudo de natureza exploratória e preliminar no contexto de uma investigação mais alargada e prolongada no tempo que visará aumentar o conhecimento fundamentado na investigação em torno do potencial, das “boas práticas” e dos efectivos resultados da adopção de portefólios digitais em diversos contextos e graus de ensino, enquanto instrumentos de aprendizagem e de avaliação. Para além dos dados de natureza descritiva e exploratória que aqui apresentámos, uma análise mais aprofundada do questionário e o cruzamento dos dados provenientes do mesmo, com outros decorrentes da análise do conteúdo dos próprios portefólios (blogues) e da realização de entrevistas aos alunos afigura-se essencial para esclarecer alguns aspectos e questões decorrentes das limitações da análise de dados apresentada neste texto. A discrepância temporal entre a data de submissão para publicação deste texto definitivo e o tempo necessário para realizar as entrevistas e terminar a análise do conteúdo dos blogues não permitiu um maior aprofundamento das questões aqui abordadas. Ficam registados alguns aspectos que nos parecem importantes e que serão aprofundados em textos posteriores. Bibliografia Barrett, Helen C. (2005). The Research on Portfolios in Education. [Consultado em 29-11-2005 http://electronicportfolios.org/ALI/research.html] Barrett, Helen C. (2005). White Paper – Researching Electronic Portfolios and Learner Engagement. [Consultado em 28-02.2006 a partir de www.taskstream.com/reflect/whitepaper.pdf ] Alves, P.; (2005). “O Portefólio: Instrumento de avaliação de uma disciplina na Universidade – Estudo de Caso”, in Bento D. Silva e Leandro S. Almeida (eds.), in Actas do VII Congresso Galaico-Português de Psicopedagogia, Braga: CIEd edições – Universidade do Minho, pp. 1113-1125. Bernardes, C., Miranda, F.; (2003). Portefólio Uma Escola de Competências. Porto: Porto Editora. Fernandes, D., Neves, A. Campos, C., Conceição, J. M., Alaiz, V., (2004). “Portfolios: para uma avaliação mais autêntica, mais participada e mais reflexiva”, in: Pensar avaliação, melhorar a aprendizagem; Lisboa: IIE 1994, consultado a partir da na web em 13 de Dezembro de 2005, no endereço: http://www.prof2000.pt/users/j.pinto/matematica/acompanhamento/MACS/Avaliacao/ portfolios.pdf   306