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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
 CENTRO DE ESTUDANTES DE CIÊNCIAS SOCIAIS
        GESTÃO “CECS Coletivo 2013”




  SUBSÍDIO DE PREPARAÇÃO AO
   SEMINÁRIO DE GESTÃO 2013




            Porto Alegre, janeiro de 2013
Apresentação


Colegas de curso e companheiras/os de sonhos e lutas,


       Ano passado, várias/os estudantes de Ciências Sociais se colocaram em
movimento. Um movimento diferente visto no tempo recente. Durante alguns
meses foi construída a ideia de um Centro de Estudantes que voltasse a respirar
ares mais coletivos e participativos. A memória histórica do CECS, hoje como
Centro de Estudantes de Ciências Sociais, não foi perdida. Tudo o que foi vivido até
aquele momento foi importante para a construção da chapa “CECS Coletivo”. O
desejo da autogestão embalou a campanha eleitoral, as artes feitas coloriram o
IFCH e as redes sociais de uma forma que agradou os estudantes.
       Agora, é chegada a hora de concretizar os sonhos e ver que a utopia é
possível! Para além daquilo que separa, ousemos construir pontes de diálogo e
respeito. De que forma? Participando!
       No próximo dia 31 de janeiro, a Sala X da CEU será palco do “Seminário de
Gestão do CECS Coletivo” e queremos contar com a sua presença. E para manter
viva animação que nos mobilizou em 2012, construímos este “Subsídio de
Preparação” com algumas informações sobre os Grupos de Trabalho propostos e
um texto para refletirmos a vida em grupo. A proposta metodológica do Seminário
será apresentada no dia, mas está sendo construída de modo a valorizar o caminho
histórico percorrido e a participação daquelas/es presentes.
       Esperamos que este Subsídio contribua para que a caminhada nossa seja
feita de braços dados.


                                                            Eduarda Bonora Kern
                                                               Rafael D’Avila Barros
                            (Comissão de Metodologia do Seminário de Gestão)
Grupos de Trabalho – CECS Coletivo


        Nossa concepção para o CECS passa pelos eixos e as propostas de cada um e
cada uma. Durante a campanha eleitoral, foram assumidos como compromisso a
criação e efetivação de alguns Grupos de Trabalho (GTs). Os GTs foram produzidos
coletivamente, e operacionalizados em pequenos grupos que depois foram
socializados e debatidos em plenárias ao longo da construção da chapa. É possível
descentralizar, ser horizontal e organizado, começamos isso na campanha para
mostrar que é possível fazer o CECS um espaço plural e autônomo. Um desafio do
momento, é conseguir que estes GTs se mantenham vivos e operantes ao longo do
ano, organizando ações que mobilizem e envolvam os estudantes de Ciências
Sociais.




GT 1: ORGANIZAÇÃO E AUTOGESTÃO1




        As propostas do Eixo de Organização e Autogestão foram organizadas a
partir do objetivo de gerar mais espaços de participação, diálogo, horizontalidade e
articulação nas ações do centro acadêmico.
        É necessário fortalecer a relação dos estudantes do curso com o Centro
Acadêmico da mesma forma que a gestão precisa se fazer presente e
compromissada com os movimentos do curso e os quais se envolve. É fundamental
consolidar diferentes tipos de espaços para abarcar a diversidade de interesses e
disponibilidades que existem no curso, por isso, achamos necessário haver
diferentes níveis de envolvimento na política estudantil do curso.



1
       Material      disponível     no     blog     do      CECS       Coletivo     pelo    endereço:
http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/eixo-1-organizacao-e-autogestao.html.    Acessado     em
29/01/2013 às 19h25min.
•   Representante Discente (RD) de Turma: pessoa responsável, durante um
       semestre, por ser o canal de comunicação entre o grupo que compartilha
       uma disciplina e o CECS. Esse RD é ligado a gestão e deve possibilitar maior
       retorno do CECS aos estudantes, bem como facilitar o acesso desses a
       gestão. Cada semestre será escolhido um RD de Turma nas cadeiras
       obrigatórias com a presença da gestão. O RD de Turma não pode tomar
       posições pela turma, apenas repassar as questões que estão mobilizando o
       grupo.
   •   Grupo de Trabalho e Discussão (GTD): fortalecer a formação de grupos de
       trabalho e discussão, garantidos em estatuto, com o objetivo de vincular os
       estudantes a uma determinada temática de trabalho.
   •   Gestão do CECS: funcionar como articuladora e multiplicadora de ações
       dentro do curso, assegurar a organicidade do movimento estudantil de
       ciências sociais.




       Da mesma forma, além de garantir espaços e participação, é necessário
estimular espaços de diálogo e deliberação além da gestão, se desejamos fazer uma
gestão plural e aberta:


   •   Passagens em salas regulares: comunicação com os estudantes
   •   Apresentação do CECS aos estudantes no início do ano: comunicação com os
       estudantes
   •   Reuniões semanais/quinzenais abertas: questões operacionais do curso
   •   Reuniões com RDs: socialização de informação e apoio aos RDs
   •   Assembleia de Estudantes: consultivo e deliberativo
   •   Congresso de Estudantes: estratégico, discutir com o curso os rumos do
       MECS
E de maneira complementar as propostas anteriores, o Eixo de Organização
e Autogestão também considera relevante para abertura, transparência e
organização do C.A.:


    •   Mural/quadro de avisos/calendários no espaço físico
    •   Jornal com textos enviados por estudantes
    •   Orçamento Participativo no cursos: consulta das demandas e destino do
        dinheiro do C.A.
    •   Revisão do estatuto - dar abertura a diferentes formas de organização do
        centro acadêmico
    •   Rotatividade das funções (ex: semestralidade em determinada atividade)
    •   Solicitação de um bolsista para o CECS




        Todas essas propostas buscam fortalecer a participação e o envolvimento
dos estudantes no movimento estudantil de Ciências Sociais, retomando a
necessidade de se pensar o curso de maneira coletiva, representativa (no sentido
de realmente representar os interesses dos discentes, não apenas do grupo da
gestão) e democrática.




GT 2: FORMAÇÃO EM MOVIMENTO2




2
       Material      disponível     no     blog     do     CECS     Coletivo     pelo    endereço:
http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/eixo-2-formacao-em-movimento.html.    Acessado     em
29/01/2013 às 19h31min.
Através do objetivo de olhar para o nosso cotidiano da universidade
(re)pensar a formação e o movimento se estabelece a lógica de existência do eixo
“Formação em Movimento”.
       Refletir sobre a “Formação” do estudante de Ciências Sociais nos leva a
problematizar constantemente o canal dessa educação que recebemos na
academia: o currículo. É nítido também que muitas das formações do estudante
estão além do currículo sendo este uma das instruções que ele recebe na
universidade. Logo pensamos no Centro de Estudantes como um meio de formação
para o futuro cientista social. Com atividades sistemáticas que entram em sintonia
com o que os outros eixos propõem no sentido.
       Sendo assim nos cabe pensar no “Movimento” no sentido de dinamizar
constantemente a construção de um programa de estudos que o estudante recebe,
trazendo para a construção do próprio as características destas mudanças
necessárias. Aliado a uma postura de dialogo o movimento se dá nessa relação
entre a base – estudantes que são atingidos pelo currículo vigente – e a estrutura
da COMGRAD/Departamentos. Nos cabe dinamizar/movimentar essa relação
trazendo e propondo as necessidades do primeiros para os segundos.


       Pensamos nas seguintes propostas:


   •   Baseados na falta de disciplinas práticas no currículo, propomos pelo
       menos um cadeira de metodologia e prática desde o primeiro semestre.
Associando o embasamento teórico a uma prática na sociedade. Não são
    raros os currículos que tem esse perfil. Vejamos o da graduação em Ciências
    Sociais                                   da                              USP:
    http://graduacao.fflch.usp.br/sites/graduacao.fflch.usp.br/files/Estrutura
    %20Curricular%20-%20C%20Sociais%202010.pdf
•   Criação de um “Grupo de estudos curriculares” aberto para a discussão e
    proposições para o nosso currículo.
•   Postura contraria a possível separação das áreas e formação de cursos
    fragmentados. É uma tendência nacional. No Brasil um caso emblemático é
    da UFF no Rio que abre uma graduação para cada área das ciências sociais.
•   Frente as mais de 60 disciplinas realizadas por semestre achamos
    necessário - junto ao eixo Organização e Autogestão - pensarmos a criação
    de “Representantes por Turma” (RT’s) pelo menos para as cadeiras
    obrigatórias. Estes estudantes referências seriam o meio de aproximação do
    DA   com    a     realidade   de   sala    do   estudante,   caracterizando   o
    “acompanhamento” necessário que um centro de estudantes pode
    disponibilizar.
•   Conselho de RT’s ao menos duas vezes no semestre para partilha da
    realidade e do andamento das disciplinas.
•   Acompanhamento de um outro tipo de representação: a dos discentes(RD’s)
    na COMGRAD/Departamentos/IFCH. Não basta simplesmente escolhe-los
    em assembleia. É necessária a garantia de que estes estudantes estão
    realmente homologados e participando das decisões em tais estruturas. E
    abertura de espaço nas assembleias para partilha das discussões realizadas
    nesses espaços.
•   Organizar o 1° Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Graduação em
    Ciências Sociais UFRGS: repensando fronteiras no oficio do cientista social.
    (é uma primeira ideia de nome).
•   Um outro assunto problemático que nos cabe é a Resolução 19/2011
    (http://www.ufrgs.br/cepe/arquivos/Res_19_-_2011.pdf).           Em    2012/2
    cerca de 800 estudantes de Ciências Sociais foram atingidos por ações como
    fim da permanência e retenção de créditos para alunos com baixo
    desempenho. Quem são estes estudantes? Quais os fatores do baixo
desempenho? Para ir além das respostas imediatas refletimos a necessidade
        de uma “comissão de acompanhamento junto a COMGRAD destes
        estudantes” antes de uma postura favorável ou contraria a resolução.


        Por fim entendemos a importância de uma postura de diálogo com as
estruturas que fazem parte do nosso dia a dia na universidade e do CECS como
organização administrativa que de fato contribua e auxilie o estudante nas suas
necessidades.




GT 3: ESPAÇO E INTEGRAÇÃO3




        O objetivo deste GT de Espaço e Integração é unir os colegas, aproximar os
estudantes e quebrar os muros que os separam do CECS. É função do Centro
Acadêmico: criar espaços de sociabilidade e inclusão, e a chave para a realização
disso é o diálogo, através da criação de canais de comunicação.
        O primeiro deles já é marcar uma reunião “mateada” para discutirmos com
todas as propostas sobre o uso do espaço do CECS, agregando novas ideias.


ESPAÇO:



3
       Material      disponível     no     blog     do      CECS       Coletivo    pelo   endereço:
http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/eixo-3-espaco-e-integracao.html. Acessado em 29/01/2013
às 19h28min.
O objetivo é deixar o espaço mais atrativo para todos os estudantes. Um
espaço onde todos possam se identificar e se sentir pertencentes a ele, enquanto
estudantes de Ciências Sociais. Além disso, entendemos que se trata de um espaço
que deve ser usado à serviço do estudante.
   •   Reforma estrutural: pitar paredes, levantar uma placa do CECS, grafite na
       parede externa, conseguir equipamentos como computador, impressora,
       som, cafeteira, microondas, sofás, bancos, “kit chimarrão” (cuias, rabo
       quente, térmica), etc.
   •   Mural externo: transparência, comunicabilidade.
   •   Usar o espaço para levantar fundos para os estudantes (ex. Formatura):
       festas, café, camisetas, economia solidária)


INTEGRAÇÃO:
       CECS não é só festas, mas nós entendemos que as festas também fazem
parte da rotina acadêmica e que são importantes para estimular a integração entre
os colegas em espaços mais descontraídos.
   •   Manter a segunda-feira como dia de festa no CECS.
   •   Apoiar as festas para levantar fundos para formandos.
   •   Dialogar com os movimentos culturais (e a partir disso também criar festas
       temáticas e eventos)
   •   Festas Temáticas.
   •   Atividades diurnas.
   •   Calendário/Agenda fixa e aberta


FEIRAS E OFICINAS:


   •   As Feiras e Oficinas são formas de apoio às iniciativas solidárias e de
       aproximação com a comunidade, além de promoverem sociabilidade entre
       os estudantes.
   •   Feiras de trocas de xérox e de livros
   •   Feira de digitalização dos textos.
   •   Feiras de Economia Solidária
•   Feiras Culturais: Teatro, Música, etc.
    •   Oficinas gerais: de artesanato, stencil, malabares, culinária, etc.
    •   Oficina de Fotografia vinculada ao Núcleo de Antropologia Visual.
    •   Feiras e Oficinas livres, onde os estudantes podem usar do espaço para
        promoverem suas atividades.




GT 4: SOCIAIS CONSTRUINDO A UNIVERSIDADE POPULAR4




    •   Apoio ao PVA - Pré Vestibular Autogestionário e coletivos de Educação
        Popular como espaço prático para licenciatura, experimentação na
        educação e desmistificação entre a vida dos/as estudantes e o ingresso na
        UFRGS. Espaço para problematização sobre o fim do vestibular, transição da
        “escola” para o ensino superior e espaço de estudos sobre educação popular
        e modelos pedagógicos.
    •   Apoio a Coopeufrgs e associações/organizações autônomas de estudantes:
        Prática de trabalho cooperado, laboratório de economia solidária e
        cooperativismo. Relação com NEA - Núcleo de Economia Alternativa e
        grupos de Economia Solidária da UFRGS e sociedade.


4
       Material      disponível     no     blog     do      CECS        Coletivo     pelo   endereço:
http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/eixo-4-ciencias-sociais-construindo.html. Acessado    em
29/01/2013 às 19h34min.
•   Construção e participação da Feira de Trocas e Dia Sem Antônio - toda 2ª
    quarta feira do mês. Relação da Ecosol integrada ao espaço do Cecs.
    Incentivo a Cooperativas de Consumo Alternativo.
•   Relação com PET Sociais
•   Construção Congresso de Estudantes de Ciências Sociais: indicativo final de
    março - início de abril - espaço para construção coletiva de programa,
    agenda organizativa, projetos para o curso, cultura de participação,
    organização, possibilitando o fim da coordenação.
•   Pauta ANECS / MECS / MACS
•   Assistência Estudantil: permanência e autonomia estudantes:
    -Luta Transporte Público;
    -Creches;
    -Xerox:     construir   proposta    para     auxílio   aos   estudantes   e
    (re)aproveitamento de material. Apoio a Feira de Trocas de Xerox,
    computador com textos digitalizados.
    -Lanches Solidários
    -Relação com demandas de assistência estudantil do IFCH: ampliação de
    horário de biblioteca, RU, cota de xerox …


•   Estudantes e Funcionários terceirizados (trabalhadores): construção de
    projeto quinzenal/mensal para integração/formação aos funcionários
    terceirizados da UFRGS:
    -Luta contra precarização do trabalho e debate sobre terceirização do
    espaço público;
    -Rotatividade;
    -Relação com professores; empoderamento dos trabalhadores através de
    processos formativos, queremos que quem participa da autogestão da
    universidade troque seus serviços por acesso ao conhecimento e que não
    seja somente uma prestação de serviços.
•   Relação com moradores da Villa e Movimentos sociais de luta por moradia
    urbana - MNLM
•   Transdisciplinariedade: Relação e construção de atividades: seminários,
    aulas públicas e pautas com outros cursos e centros acadêmicos.
•   Relação com comunidades: mapeamento de comunidades envolvidas em
    projetos de extensão; associação luta urbana e rural; estágio de vivências;
    saídas de campos. Problematização: Quais são os espaços de estudos
    práticos das ciências sociais?
•   Relação Movimentos Sociais: Observatório dos Movimentos Sociais e
    integração permanente das demandas dos movimentos e estudos
    direcionados aos grupos.
•   Espaço para organização de seminários e integração América Latina:
    convite a coletivos que debatem a Universidade Popular, organizações de
    resistência, para permanente troca e atualização: movimento estudantes
    Chile, zapatistas, UPMS - Universidade Popular Movimentos Sociais, etc.
    (vamos sonhar alto! pq não?)
•   Diversidade: Grupos de estudos e diálogos com coletivos para debates em
    todas as esferas do curso (inclusive currículo) e da universidade;
•   Relação com todos os cursos e demandas do IFCH.
•   Espaço Saber Popular: atividades quinzenais com dia pré determinado
    aonde receberemos convidados para troca de saberes: os mais variados
    possíveis. Ex. parteiras, medicina natural, comunidades tradicionais,
    culinárias típicas, rituais, festas, contadores de histórias, etc …
Texto de Apoio


                                     “O que é Grupo?”5


                                                                               Madalena Freire
                                         Psicóloga e pesquisadora na área da educação
                                       Autora do livro: “A paixão de conhecer o Mundo”


        Segundo Pichon-Riviere pode-se falar em grupo, quando um conjunto de
pessoas movidas por necessidades semelhantes de reúnem em torno de uma tarefa
específica.
        No cumprimento e desenvolvimento das tarefas, deixam de ser um
amontoado de indivíduos para cada um assumir-se enquanto participante de um
grupo, com um objetivo mútuo.
        Isso significa também que cada participante exercitou sua fala, sua opinião,
seu silêncio, defendendo seus pontos de vistas. Portanto, descobrindo que, mesmo
tendo um objetivo mútuo, cada participante é diferente. Tem sua identidade.
        Neste exercício de diferenciação- construindo sua identidade- cada
individuo vai introjetando o outro dentro de si. Isto significa que cada pessoa,

5
 Texto disponível no site: http://subsidiospj.blogspot.com.br/2011/03/o-que-e-grupo.html. Acessado em
29/01/2013 às 19h13min.
quando longe da presença do outro, pode “chamá-lo” em pensamento, à cada um
deles e a todos em conjunto. Este fato assinala o inicio da construção do grupo
enquanto composição de indivíduos diferenciados.O que Pichon denomina de
“grupo interno”.


                                 EU NÃO SOU VOCÊ
                                  VOCÊ NÃO É EU


Eu não sou você
Você não é eu
Mas sei muito de mim
Vivendo com você
E você, sabe muito de você vivendo comigo?
Eu não sou você
Você não é eu
Mas encontrei comigo e me vi
Enquanto olhava pra você
Na sua, minha, insegurança
Na sua, minha, desconfiança
Na sua, minha competição
Na sua, minha, birra infantil
Na sua, minha, omissão
Na sua, minha, firmeza
Na sua, minha, impaciência
Na sua, minha, prepotência
Na sua, minha fragilidade doce
Na sua, minha, mudez aterrorizada
E você se encontrou e se viu, enquanto olhava pra mim?
Eu não sou você
Você não é eu
Mas foi vivendo minha solidão
Que conversei com você
E você conversou comigo na sua solidão
Ou fugiu dela, de mim e de você?


Eu não sou você
Você não é eu
Mas sou mais eu, quando consigo
Lhe ver, porque você me reflete
No que eu ainda sou
No que já sou e
No que quero vir o ser...
Eu não sou você
Você não é eu
Mas somos um grupo, enquanto
Somos capazes de diferenciadamente
Eu ser eu, vivendo com você e
Você ser você vivendo comigo.




                      O indivíduo é um ser “geneticamente social”
                                       (Wallon)




       A identidade do sujeito é um produto das relações com os outros. Neste
sentido todo individuo está povoado de outros grupos internos na sua história.
       Assim como também povoado de pessoas que o acompanham na sua
solidão, em momentos de dúvidas e conflito, dor e prazer. Desta maneira estamos
sempre acompanhados por um               grupo de pessoas que vivem conosco
permanentemente.
       Em termos gerais a influência deste grupo interno permanece inconsciente.
Algumas vezes só no esquecimento (pré-consciente) e não nos damos conta que
estamos repetindo, reproduzindo estilos, papéis que têm que vir com vínculos
arcaicos onde outros personagens jogam por nós.
       Todos estes integrantes do nosso “eu” interno estão presentes na hora de
qualquer ação, na realização de uma tarefa. Por isso, nosso ser individual nada
mais é que um reflexo, onde a imagem de um espelho que nos devolvem é de um
“eu” que aparenta unicidade mas que está composta por inumeráveis marcos de
falas, presenças de modelos dos outros




                               TIPOS DE GRUPOS.


      Há dois tipos de grupos: primário e secundário.
      A família é um grupo primário. Secundários são os grupos de trabalho,
estudo, instituições, etc. Em todos eles, encontramos um lugar, um papel, uma
forma de estar, que por sua vez constitui nossa maneira de ser. Nesse espaço
desempenhamos nosso papel, segunda nossa história e as marcas que trazemos
conosco.
      Durante nossa infância, em nosso grupo primário, tivemos um espaço que
ocupamos como o único papel possível. Se examinarmos nosso grupo familiar
observaremos como cada irmão tem seu papel dentro do grupo e como nós
também desempenhamos o nosso. Há o que sempre agüenta as situações difíceis,
outro se deixa levar por reações emocionais, outro que ajuda a comer o ódio, outro
que faz a mediação, outro que está sempre em avergência, outro que assume o
denunciar permanentemente. Estes papéis se mantêm ao longo da vida.
Quando não suficientemente pensados, elaborados conscientemente, educados,
cristalizam-se, assumindo uma forma estereotipada, onde a repetição mecânica do
mesmo papel acontece


                      COMO SE FORMA ESTA ESTRUTURA?


      Segundo Pichon-Riviere, a estrutura dos grupos se compõe pela dinâmica
dos 3D.
      O depositado, o depositário e o depositante.
      O depositado é algo que o grupo, ou um individuo, não pode assumir no seu
conjunto e o coloca em alguém, que por suas características permite e aceita.
Estes que recebem nossos depósitos são nossos depositários, nós que nos
desembaraçamos destes conteúdos, colocando-os fora de nós, somos os
depositantes.
       Podemos observar em qualquer grupo (secundário) de adultos como se
distribuem esses papéis e tarefas implícitas. Há os que se encarregam sempre de
romper os silêncios embaraçosos, os que com uma piada ou uma saída criativa
desfazem uma tensão, os que sempre estão em contra ou fazem de “advogado do
diabo”, os que se encarregam de carregar as culpas e mesmo reclamando aceitam o
depósito de “bode expiatório”, os que chagam sistematicamente atrasados, os que
interrompem para sair, os que sempre discordam de algo, nunca estão de acordo
ou aqueles a quem tudo lhes parece ótimo e encarregam-se das tarefas de que os
demais se omitem.
       Este movimento de depósito começa na família, com o projeto inconsciente
dos pais. Estes marcam um lugar para cada um dos seus filhos, segundo as
necessidades que imaginariamente o grupo primário pretende preencher com
aquele que chega. Deste modo, o filho ou a filha já ocupará um lugar pré-
estabelecido e cumprirá um papel determinado. Entre os diversos papéis, são
divididos aspectos que são ansiogênicos e aos quais a família não pode assumir em
seu conjunto. Depositando-os assim num dos seus membros, o controle da
situação.
        A debilidade familiar( os medos, as doenças, a agressividade) é projetada
(depositada) num de seus membros que assume “o doente” “o frágil”, a quem se
cuida, se vigia de perto. Desta maneira a família controla sua ansiedade. Diante
deste “membro doente” os demais se sentirão forçosamente sadios e fortes.
Um exemplo bem característico é no que se refere à agressividade. Um membro do
grupo familiar “torna-se” agressivo, ou seja, não lhe dando (e ele também
aceitando) esse lugar da violência do que sempre se irrita primeiro, ao que tudo
lhe incomoda. Deste modo o grupo vai depositando nele sua agressividade. A partir
daí, identifica-se inconscientemente com ele nessa emoção de raiva e passa a se
crer livre dela, colocando-se, ao contrário, na posição, no papel do não-violento.
Aquele que recebeu tal depósito passa a ser o “brigão”, “reclamão” da família e os
outros assumem o status de quem generosamente o suporte.
Através do mecanismo de projeção nos livramos de aspectos nossos que nos
desagradam, pois não admitimos que também fazem parte de nós. Se estou com
medo, em lugar de admitir, reconhecer MEU medo digo “tu me dás medo” ou “tua
proposta é atemorizante”. Caso esta afirmação coincida (encontre) um sujeito a
quem sempre lhe é dado esse papel (atemorizante), nosso mecanismo projetivo se
verá inteiramente satisfeito. O depositário recebeu e se encarregará de “viver” meu
medo. Meu medo não estará mais no meu interior e será produto, culpa daquele
que me atemoriza. Poderei distanciar-me do meu medo, na medida em que me
separe dessa pessoa que se encarregou deste papel “atemorizante”


                          OS COMPONENTES DO GRUPO


       São cinco os papéis que constituem um grupo, segundo a denominação de
Pichon Rivieri


“Líder de mudança”
“Líder de resistência”
“Bode expiatório”
“Representantes do silêncio”
“Porta-voz”


       Líder de mudança é aquele que se encarrega de levar adiante as tarefas,
enfrentando conflitos, buscando soluções, arriscando-se sempre diante do novo.
O contrário dele é o líder de resistência. Este sempre”puxa” o grupo pra tas, freia
avanços depois de uma intensa discussão ele coloca uma pergunta que remete o
grupo ao inicio do já discutido. Sabota as tarefas (levantando sempre as melhores
intenções de desenvolve-las, mas poucas vezes as cumpre), assume sempre o papel
de “advogado do diabo”.
       Contudo, o líder de mudança e o líder de resistência não podem existir um
sem o outro... Os dois são necessários para equilíbrio do grupo. Esta é a visão de
uma relação democrática, pois na relação autoritária e na espontaneista os
encaminhamentos poderão ser outros. Para cada maior acelerada do líder de
mudança maior freio, brecada, do líder de resistência. Isto porque muitas vezes o
líder de mudança radicaliza suas percepções, encaminhamentos, na direção dos
ideais do grupo, descuidando do principio de realidade. Neste momento o líder de
resistência traz para o grupo uma excessiva crítica (princípio de realidade
exacerbado) provocando uma desidealização (desilusionamento), produzindo
assim um contrapeso às propostas do outro.


Bode expiatório: é quem assume as culpas do grupo. Serve-se de depositário a esses
conteúdos livrando o grupo do que lhe provoca mal-estar, medo, ansiedade, etc.


Os silenciosos: são aqueles que assumem as dificuldades dos demais para
estabelecer a comunicação, fazendo com que o resto do grupo se sinta obrigado a
falar. Num grupo falante, se “queima” quem menos pode sobreviver ao silêncio...
Aqueles que calam representam essa parte nossa que desejaria calar, mas não
pode. Em algumas situações, os silenciosos suscitam críticas, por parte de
elementos do grupo, porque estes se permitem o ocultamento. Ocultamento que
poderá ser aparente, pois o uso da palavra pode, também, ocultar um enorme
silêncio.. Em outras situações este ocultamento é real, onde o produto é a omissão.
No trabalho da coordenação, sua facilidade ou dificuldade em coordenar os
silenciosos dependerá de seu grau de escuta do silêncio do outro e do seu próprio...
É necessário um exercício apurado de observação e leitura sobre o que os
silenciosos falam... para poder possibilitar, assim, ruptura do papel de
“ocultamento”, de omissão. A coordenação deverá estar atenta para não permitir
uma relação hostil que obriga os silenciosos a falarem, pois deste modo não estará
respeitando sua “fala”, mas também não cair na armadilha da marginalização: “eles
nunca falam mesmo”..o que favorece a omissão.


O porta-voz: é quem se responsabiliza em ser a “chaminé” por onde emergem as
ansiedades do grupo. Através da sensibilidade apurada do porta-voz ele consegue
expressar, verbalizar, dar forma aos sentimentos, conflitos que muitas vezes estão
latentes no discurso do grupo. O porta-voz é como uma antena que capta de longe
o que está por vir... Em muitas situações o porta-voz pode coincidir com uma das
expressões de lideranças. Para detectar se realmente está desenvolvendo o papel
de porta-voz de um conteúdo do grupo é necessário observar como o conteúdo
expressado chega, que ressonâncias provoca no grupo. Caso não provoque
nenhuma sintonia com o grupo, não será uma intervenção emergente do grupo
(movimento de horizontalidade), mas sim um produto de sua história pessoal
(movimento de verticalidade). No trabalho da coordenação, perceber, diagnosticar
essa situação faz parte de um longo aprendizado. Para isso a coordenação terá
(num primeiro movimento da construção do grupo) um trabalho de observação
minuciosa para diagnosticar: (1)-Os papéis e (2)-Os conteúdos das projeções que
estão sendo transferidas para (A), - o grupo (B)- seus participantes (C)- A
coordenação.
       Esta projeção maciça do primeiro movimento, só será superada caso a
coordenação possibilite: (1)- A limpeza dessas projeções (2)- A mobilidade
tranferencial (a)- com a coordenação e (b) entre iguais (3)- evitar a estereotipia
dos papéis, romper os papéis cristalizados (4)- “rodar” os papéis.




                                     GRUPO é:


       Esta trama grupal onde se joga com papéis precisos, às vezes
estereotipados, outros inabaláveis, não é um amontoamento de indivíduos. Mais
complexo que isso. Grupo é o resultado da dialética entre a história do grupo
(movimento horizontal) e a história dos indivíduos com seus mundos internos,
suas projeções e transferências (movimento vertical) no suceder da história da
sociedade em que estão inseridos.




Grupo é... Grupo


A cada encontro: imprevisível
A cada interrupção da rotina: algo inusitado
A cada elemento novo: surpresas
A cada elemento já parecidamente conhecido: aspectos desconhecidos.
A cada encontro: um novo desafio, mesmo que supostamente já vivido
A cada tempo: novo parto, novo compromisso com a história
A cada conflito: rompimento do estabelecido para a construção da mudança
A cada emoção: faceta insuspeitável
A cada encontro: descobrimentos de terras ainda não desbravadas...
Grupo é grupo...


                             A CONSTRUÇÃO DO GRUPO


       Um grupo se constrói através da constância da presença de seus elementos,
na constância da rotina e de suas atividades.
       Um grupo se constrói na organização sistematizada de encaminhamentos,
intervenções por parte do educador, para a sistematização do conteúdo em estudo.
       Um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças entre cada
participante: -da timidez de um, do afobamento do outro, da serenidade de um, da
explosão do outro, do pânico velado de um, da sensatez do outro, da serenidade
desconfiada de um, da ousadia do risco do outro, da mudez de um, da tagarelice do
outro, do riso fechado de um, da gargalhada debochada de outro, dos olhos miúdos
de um, dos olhos esbugalhados do outro, de lividez do rosto de um, do encarnado
do rosto do outro.
       Um grupo se constrói enfrentando o medo que o diferente, o novo provoca,
educando o risco de ousar.
       Um grupo se constrói não na água estagnada do abafamento das explosões,
dos conflitos, no medo em causar rupturas.
       Um grupo se constrói construindo o vínculo com a autoridade e entre iguais.
       Um grupo se constrói na cumplicidade do riso, da raiva, do choro, do medo,
do ódio, da felicidade e do prazer.
       A vida de um grupo tem vários sabores. No processo de construção de um
grupo, o educador conta com vários instrumentos que favorecem a interação entre
seus elementos e a construção do círculo com ele.
       A comida é um deles.
       É comendo junto que os afetos são simbolizados, representados,
socializados.
       Pois comer junto, também é uma forma de conhecer o outro e a si próprio.
A comida é uma atividade altamente socializadora num grupo, porque
permite a vivência de um ritual de ofertas. Exercício de generosidade. Espaço onde
cada um recebe e oferece ao outro o seu gosto, seu cheiro, sua textura, seu sabor.
        Momento de cuidados é atenção.
        O embelezamento da travessa em que vai o pão, a “forma de coração” do
bolo, a renda bordada no prato.. Frio ou quente?
        Que perfume falará de minhas emoções? Doce ou salgado?
        Todos esses aspectos compõem o ritual de comer junto que é um dos
ingredientes facilitadores da construção do grupo
        Um grupo se constrói com a ação exigente rigorosa do educador. Jamais com
a cumplicidade autocomplacente com o descompromisso do educando.
        Um grupo se constrói no trabalho árduo de reflexão de cada participante e
do educador. No exercício disciplinado de instrumentos metodológicos, educa-se o
prazer de se estar vivendo, conhecendo, sonhando, brigando, gostando, comendo,
bebendo, imaginando, criando e aprendendo juntos num grupo.


I-“QUE DIABO TEM ESSE GRUPO?”


-Que diabo tem esse grupo que dá tanto medo e ansiedade?
-Que diabo tem esse grupo que o risco de ser eu mesmo amedronta tanto?
-Que diabo tem esse grupo onde o “não sei” é o inicio para o aprender?
-Que diabo tem esse grupo que me deixa desvairada à procura do significado de
tudo?
-Que diabo tem esse grupo onde minhas hipóteses “corretas” são desestabilizadas,
me fazendo duvidar de tudo?
-Mas que diabo de grupo de grupo é esse onde me criticam?
-Que diabo de grupo é esse que me faz sentir às vezes tão incompetente?
-Que diabo de grupo é esse que não me “dá calo” quando choramingo, na minha
indisciplina...
-Mas que diabo de grupo é esse???




II- ESSE, É O DIABO DO GRUPO

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Subsídio de Prepação - Seminário de (Auto)Gestão

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL CENTRO DE ESTUDANTES DE CIÊNCIAS SOCIAIS GESTÃO “CECS Coletivo 2013” SUBSÍDIO DE PREPARAÇÃO AO SEMINÁRIO DE GESTÃO 2013 Porto Alegre, janeiro de 2013
  • 2. Apresentação Colegas de curso e companheiras/os de sonhos e lutas, Ano passado, várias/os estudantes de Ciências Sociais se colocaram em movimento. Um movimento diferente visto no tempo recente. Durante alguns meses foi construída a ideia de um Centro de Estudantes que voltasse a respirar ares mais coletivos e participativos. A memória histórica do CECS, hoje como Centro de Estudantes de Ciências Sociais, não foi perdida. Tudo o que foi vivido até aquele momento foi importante para a construção da chapa “CECS Coletivo”. O desejo da autogestão embalou a campanha eleitoral, as artes feitas coloriram o IFCH e as redes sociais de uma forma que agradou os estudantes. Agora, é chegada a hora de concretizar os sonhos e ver que a utopia é possível! Para além daquilo que separa, ousemos construir pontes de diálogo e respeito. De que forma? Participando! No próximo dia 31 de janeiro, a Sala X da CEU será palco do “Seminário de Gestão do CECS Coletivo” e queremos contar com a sua presença. E para manter viva animação que nos mobilizou em 2012, construímos este “Subsídio de Preparação” com algumas informações sobre os Grupos de Trabalho propostos e um texto para refletirmos a vida em grupo. A proposta metodológica do Seminário será apresentada no dia, mas está sendo construída de modo a valorizar o caminho histórico percorrido e a participação daquelas/es presentes. Esperamos que este Subsídio contribua para que a caminhada nossa seja feita de braços dados. Eduarda Bonora Kern Rafael D’Avila Barros (Comissão de Metodologia do Seminário de Gestão)
  • 3. Grupos de Trabalho – CECS Coletivo Nossa concepção para o CECS passa pelos eixos e as propostas de cada um e cada uma. Durante a campanha eleitoral, foram assumidos como compromisso a criação e efetivação de alguns Grupos de Trabalho (GTs). Os GTs foram produzidos coletivamente, e operacionalizados em pequenos grupos que depois foram socializados e debatidos em plenárias ao longo da construção da chapa. É possível descentralizar, ser horizontal e organizado, começamos isso na campanha para mostrar que é possível fazer o CECS um espaço plural e autônomo. Um desafio do momento, é conseguir que estes GTs se mantenham vivos e operantes ao longo do ano, organizando ações que mobilizem e envolvam os estudantes de Ciências Sociais. GT 1: ORGANIZAÇÃO E AUTOGESTÃO1 As propostas do Eixo de Organização e Autogestão foram organizadas a partir do objetivo de gerar mais espaços de participação, diálogo, horizontalidade e articulação nas ações do centro acadêmico. É necessário fortalecer a relação dos estudantes do curso com o Centro Acadêmico da mesma forma que a gestão precisa se fazer presente e compromissada com os movimentos do curso e os quais se envolve. É fundamental consolidar diferentes tipos de espaços para abarcar a diversidade de interesses e disponibilidades que existem no curso, por isso, achamos necessário haver diferentes níveis de envolvimento na política estudantil do curso. 1 Material disponível no blog do CECS Coletivo pelo endereço: http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/eixo-1-organizacao-e-autogestao.html. Acessado em 29/01/2013 às 19h25min.
  • 4. Representante Discente (RD) de Turma: pessoa responsável, durante um semestre, por ser o canal de comunicação entre o grupo que compartilha uma disciplina e o CECS. Esse RD é ligado a gestão e deve possibilitar maior retorno do CECS aos estudantes, bem como facilitar o acesso desses a gestão. Cada semestre será escolhido um RD de Turma nas cadeiras obrigatórias com a presença da gestão. O RD de Turma não pode tomar posições pela turma, apenas repassar as questões que estão mobilizando o grupo. • Grupo de Trabalho e Discussão (GTD): fortalecer a formação de grupos de trabalho e discussão, garantidos em estatuto, com o objetivo de vincular os estudantes a uma determinada temática de trabalho. • Gestão do CECS: funcionar como articuladora e multiplicadora de ações dentro do curso, assegurar a organicidade do movimento estudantil de ciências sociais. Da mesma forma, além de garantir espaços e participação, é necessário estimular espaços de diálogo e deliberação além da gestão, se desejamos fazer uma gestão plural e aberta: • Passagens em salas regulares: comunicação com os estudantes • Apresentação do CECS aos estudantes no início do ano: comunicação com os estudantes • Reuniões semanais/quinzenais abertas: questões operacionais do curso • Reuniões com RDs: socialização de informação e apoio aos RDs • Assembleia de Estudantes: consultivo e deliberativo • Congresso de Estudantes: estratégico, discutir com o curso os rumos do MECS
  • 5. E de maneira complementar as propostas anteriores, o Eixo de Organização e Autogestão também considera relevante para abertura, transparência e organização do C.A.: • Mural/quadro de avisos/calendários no espaço físico • Jornal com textos enviados por estudantes • Orçamento Participativo no cursos: consulta das demandas e destino do dinheiro do C.A. • Revisão do estatuto - dar abertura a diferentes formas de organização do centro acadêmico • Rotatividade das funções (ex: semestralidade em determinada atividade) • Solicitação de um bolsista para o CECS Todas essas propostas buscam fortalecer a participação e o envolvimento dos estudantes no movimento estudantil de Ciências Sociais, retomando a necessidade de se pensar o curso de maneira coletiva, representativa (no sentido de realmente representar os interesses dos discentes, não apenas do grupo da gestão) e democrática. GT 2: FORMAÇÃO EM MOVIMENTO2 2 Material disponível no blog do CECS Coletivo pelo endereço: http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/eixo-2-formacao-em-movimento.html. Acessado em 29/01/2013 às 19h31min.
  • 6. Através do objetivo de olhar para o nosso cotidiano da universidade (re)pensar a formação e o movimento se estabelece a lógica de existência do eixo “Formação em Movimento”. Refletir sobre a “Formação” do estudante de Ciências Sociais nos leva a problematizar constantemente o canal dessa educação que recebemos na academia: o currículo. É nítido também que muitas das formações do estudante estão além do currículo sendo este uma das instruções que ele recebe na universidade. Logo pensamos no Centro de Estudantes como um meio de formação para o futuro cientista social. Com atividades sistemáticas que entram em sintonia com o que os outros eixos propõem no sentido. Sendo assim nos cabe pensar no “Movimento” no sentido de dinamizar constantemente a construção de um programa de estudos que o estudante recebe, trazendo para a construção do próprio as características destas mudanças necessárias. Aliado a uma postura de dialogo o movimento se dá nessa relação entre a base – estudantes que são atingidos pelo currículo vigente – e a estrutura da COMGRAD/Departamentos. Nos cabe dinamizar/movimentar essa relação trazendo e propondo as necessidades do primeiros para os segundos. Pensamos nas seguintes propostas: • Baseados na falta de disciplinas práticas no currículo, propomos pelo menos um cadeira de metodologia e prática desde o primeiro semestre.
  • 7. Associando o embasamento teórico a uma prática na sociedade. Não são raros os currículos que tem esse perfil. Vejamos o da graduação em Ciências Sociais da USP: http://graduacao.fflch.usp.br/sites/graduacao.fflch.usp.br/files/Estrutura %20Curricular%20-%20C%20Sociais%202010.pdf • Criação de um “Grupo de estudos curriculares” aberto para a discussão e proposições para o nosso currículo. • Postura contraria a possível separação das áreas e formação de cursos fragmentados. É uma tendência nacional. No Brasil um caso emblemático é da UFF no Rio que abre uma graduação para cada área das ciências sociais. • Frente as mais de 60 disciplinas realizadas por semestre achamos necessário - junto ao eixo Organização e Autogestão - pensarmos a criação de “Representantes por Turma” (RT’s) pelo menos para as cadeiras obrigatórias. Estes estudantes referências seriam o meio de aproximação do DA com a realidade de sala do estudante, caracterizando o “acompanhamento” necessário que um centro de estudantes pode disponibilizar. • Conselho de RT’s ao menos duas vezes no semestre para partilha da realidade e do andamento das disciplinas. • Acompanhamento de um outro tipo de representação: a dos discentes(RD’s) na COMGRAD/Departamentos/IFCH. Não basta simplesmente escolhe-los em assembleia. É necessária a garantia de que estes estudantes estão realmente homologados e participando das decisões em tais estruturas. E abertura de espaço nas assembleias para partilha das discussões realizadas nesses espaços. • Organizar o 1° Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Graduação em Ciências Sociais UFRGS: repensando fronteiras no oficio do cientista social. (é uma primeira ideia de nome). • Um outro assunto problemático que nos cabe é a Resolução 19/2011 (http://www.ufrgs.br/cepe/arquivos/Res_19_-_2011.pdf). Em 2012/2 cerca de 800 estudantes de Ciências Sociais foram atingidos por ações como fim da permanência e retenção de créditos para alunos com baixo desempenho. Quem são estes estudantes? Quais os fatores do baixo
  • 8. desempenho? Para ir além das respostas imediatas refletimos a necessidade de uma “comissão de acompanhamento junto a COMGRAD destes estudantes” antes de uma postura favorável ou contraria a resolução. Por fim entendemos a importância de uma postura de diálogo com as estruturas que fazem parte do nosso dia a dia na universidade e do CECS como organização administrativa que de fato contribua e auxilie o estudante nas suas necessidades. GT 3: ESPAÇO E INTEGRAÇÃO3 O objetivo deste GT de Espaço e Integração é unir os colegas, aproximar os estudantes e quebrar os muros que os separam do CECS. É função do Centro Acadêmico: criar espaços de sociabilidade e inclusão, e a chave para a realização disso é o diálogo, através da criação de canais de comunicação. O primeiro deles já é marcar uma reunião “mateada” para discutirmos com todas as propostas sobre o uso do espaço do CECS, agregando novas ideias. ESPAÇO: 3 Material disponível no blog do CECS Coletivo pelo endereço: http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/eixo-3-espaco-e-integracao.html. Acessado em 29/01/2013 às 19h28min.
  • 9. O objetivo é deixar o espaço mais atrativo para todos os estudantes. Um espaço onde todos possam se identificar e se sentir pertencentes a ele, enquanto estudantes de Ciências Sociais. Além disso, entendemos que se trata de um espaço que deve ser usado à serviço do estudante. • Reforma estrutural: pitar paredes, levantar uma placa do CECS, grafite na parede externa, conseguir equipamentos como computador, impressora, som, cafeteira, microondas, sofás, bancos, “kit chimarrão” (cuias, rabo quente, térmica), etc. • Mural externo: transparência, comunicabilidade. • Usar o espaço para levantar fundos para os estudantes (ex. Formatura): festas, café, camisetas, economia solidária) INTEGRAÇÃO: CECS não é só festas, mas nós entendemos que as festas também fazem parte da rotina acadêmica e que são importantes para estimular a integração entre os colegas em espaços mais descontraídos. • Manter a segunda-feira como dia de festa no CECS. • Apoiar as festas para levantar fundos para formandos. • Dialogar com os movimentos culturais (e a partir disso também criar festas temáticas e eventos) • Festas Temáticas. • Atividades diurnas. • Calendário/Agenda fixa e aberta FEIRAS E OFICINAS: • As Feiras e Oficinas são formas de apoio às iniciativas solidárias e de aproximação com a comunidade, além de promoverem sociabilidade entre os estudantes. • Feiras de trocas de xérox e de livros • Feira de digitalização dos textos. • Feiras de Economia Solidária
  • 10. Feiras Culturais: Teatro, Música, etc. • Oficinas gerais: de artesanato, stencil, malabares, culinária, etc. • Oficina de Fotografia vinculada ao Núcleo de Antropologia Visual. • Feiras e Oficinas livres, onde os estudantes podem usar do espaço para promoverem suas atividades. GT 4: SOCIAIS CONSTRUINDO A UNIVERSIDADE POPULAR4 • Apoio ao PVA - Pré Vestibular Autogestionário e coletivos de Educação Popular como espaço prático para licenciatura, experimentação na educação e desmistificação entre a vida dos/as estudantes e o ingresso na UFRGS. Espaço para problematização sobre o fim do vestibular, transição da “escola” para o ensino superior e espaço de estudos sobre educação popular e modelos pedagógicos. • Apoio a Coopeufrgs e associações/organizações autônomas de estudantes: Prática de trabalho cooperado, laboratório de economia solidária e cooperativismo. Relação com NEA - Núcleo de Economia Alternativa e grupos de Economia Solidária da UFRGS e sociedade. 4 Material disponível no blog do CECS Coletivo pelo endereço: http://cecscoletivo.blogspot.com.br/2012/11/eixo-4-ciencias-sociais-construindo.html. Acessado em 29/01/2013 às 19h34min.
  • 11. Construção e participação da Feira de Trocas e Dia Sem Antônio - toda 2ª quarta feira do mês. Relação da Ecosol integrada ao espaço do Cecs. Incentivo a Cooperativas de Consumo Alternativo. • Relação com PET Sociais • Construção Congresso de Estudantes de Ciências Sociais: indicativo final de março - início de abril - espaço para construção coletiva de programa, agenda organizativa, projetos para o curso, cultura de participação, organização, possibilitando o fim da coordenação. • Pauta ANECS / MECS / MACS • Assistência Estudantil: permanência e autonomia estudantes: -Luta Transporte Público; -Creches; -Xerox: construir proposta para auxílio aos estudantes e (re)aproveitamento de material. Apoio a Feira de Trocas de Xerox, computador com textos digitalizados. -Lanches Solidários -Relação com demandas de assistência estudantil do IFCH: ampliação de horário de biblioteca, RU, cota de xerox … • Estudantes e Funcionários terceirizados (trabalhadores): construção de projeto quinzenal/mensal para integração/formação aos funcionários terceirizados da UFRGS: -Luta contra precarização do trabalho e debate sobre terceirização do espaço público; -Rotatividade; -Relação com professores; empoderamento dos trabalhadores através de processos formativos, queremos que quem participa da autogestão da universidade troque seus serviços por acesso ao conhecimento e que não seja somente uma prestação de serviços. • Relação com moradores da Villa e Movimentos sociais de luta por moradia urbana - MNLM
  • 12. Transdisciplinariedade: Relação e construção de atividades: seminários, aulas públicas e pautas com outros cursos e centros acadêmicos. • Relação com comunidades: mapeamento de comunidades envolvidas em projetos de extensão; associação luta urbana e rural; estágio de vivências; saídas de campos. Problematização: Quais são os espaços de estudos práticos das ciências sociais? • Relação Movimentos Sociais: Observatório dos Movimentos Sociais e integração permanente das demandas dos movimentos e estudos direcionados aos grupos. • Espaço para organização de seminários e integração América Latina: convite a coletivos que debatem a Universidade Popular, organizações de resistência, para permanente troca e atualização: movimento estudantes Chile, zapatistas, UPMS - Universidade Popular Movimentos Sociais, etc. (vamos sonhar alto! pq não?) • Diversidade: Grupos de estudos e diálogos com coletivos para debates em todas as esferas do curso (inclusive currículo) e da universidade; • Relação com todos os cursos e demandas do IFCH. • Espaço Saber Popular: atividades quinzenais com dia pré determinado aonde receberemos convidados para troca de saberes: os mais variados possíveis. Ex. parteiras, medicina natural, comunidades tradicionais, culinárias típicas, rituais, festas, contadores de histórias, etc …
  • 13. Texto de Apoio “O que é Grupo?”5 Madalena Freire Psicóloga e pesquisadora na área da educação Autora do livro: “A paixão de conhecer o Mundo” Segundo Pichon-Riviere pode-se falar em grupo, quando um conjunto de pessoas movidas por necessidades semelhantes de reúnem em torno de uma tarefa específica. No cumprimento e desenvolvimento das tarefas, deixam de ser um amontoado de indivíduos para cada um assumir-se enquanto participante de um grupo, com um objetivo mútuo. Isso significa também que cada participante exercitou sua fala, sua opinião, seu silêncio, defendendo seus pontos de vistas. Portanto, descobrindo que, mesmo tendo um objetivo mútuo, cada participante é diferente. Tem sua identidade. Neste exercício de diferenciação- construindo sua identidade- cada individuo vai introjetando o outro dentro de si. Isto significa que cada pessoa, 5 Texto disponível no site: http://subsidiospj.blogspot.com.br/2011/03/o-que-e-grupo.html. Acessado em 29/01/2013 às 19h13min.
  • 14. quando longe da presença do outro, pode “chamá-lo” em pensamento, à cada um deles e a todos em conjunto. Este fato assinala o inicio da construção do grupo enquanto composição de indivíduos diferenciados.O que Pichon denomina de “grupo interno”. EU NÃO SOU VOCÊ VOCÊ NÃO É EU Eu não sou você Você não é eu Mas sei muito de mim Vivendo com você E você, sabe muito de você vivendo comigo? Eu não sou você Você não é eu Mas encontrei comigo e me vi Enquanto olhava pra você Na sua, minha, insegurança Na sua, minha, desconfiança Na sua, minha competição Na sua, minha, birra infantil Na sua, minha, omissão Na sua, minha, firmeza Na sua, minha, impaciência Na sua, minha, prepotência Na sua, minha fragilidade doce Na sua, minha, mudez aterrorizada E você se encontrou e se viu, enquanto olhava pra mim? Eu não sou você Você não é eu Mas foi vivendo minha solidão Que conversei com você E você conversou comigo na sua solidão
  • 15. Ou fugiu dela, de mim e de você? Eu não sou você Você não é eu Mas sou mais eu, quando consigo Lhe ver, porque você me reflete No que eu ainda sou No que já sou e No que quero vir o ser... Eu não sou você Você não é eu Mas somos um grupo, enquanto Somos capazes de diferenciadamente Eu ser eu, vivendo com você e Você ser você vivendo comigo. O indivíduo é um ser “geneticamente social” (Wallon) A identidade do sujeito é um produto das relações com os outros. Neste sentido todo individuo está povoado de outros grupos internos na sua história. Assim como também povoado de pessoas que o acompanham na sua solidão, em momentos de dúvidas e conflito, dor e prazer. Desta maneira estamos sempre acompanhados por um grupo de pessoas que vivem conosco permanentemente. Em termos gerais a influência deste grupo interno permanece inconsciente. Algumas vezes só no esquecimento (pré-consciente) e não nos damos conta que estamos repetindo, reproduzindo estilos, papéis que têm que vir com vínculos arcaicos onde outros personagens jogam por nós. Todos estes integrantes do nosso “eu” interno estão presentes na hora de qualquer ação, na realização de uma tarefa. Por isso, nosso ser individual nada
  • 16. mais é que um reflexo, onde a imagem de um espelho que nos devolvem é de um “eu” que aparenta unicidade mas que está composta por inumeráveis marcos de falas, presenças de modelos dos outros TIPOS DE GRUPOS. Há dois tipos de grupos: primário e secundário. A família é um grupo primário. Secundários são os grupos de trabalho, estudo, instituições, etc. Em todos eles, encontramos um lugar, um papel, uma forma de estar, que por sua vez constitui nossa maneira de ser. Nesse espaço desempenhamos nosso papel, segunda nossa história e as marcas que trazemos conosco. Durante nossa infância, em nosso grupo primário, tivemos um espaço que ocupamos como o único papel possível. Se examinarmos nosso grupo familiar observaremos como cada irmão tem seu papel dentro do grupo e como nós também desempenhamos o nosso. Há o que sempre agüenta as situações difíceis, outro se deixa levar por reações emocionais, outro que ajuda a comer o ódio, outro que faz a mediação, outro que está sempre em avergência, outro que assume o denunciar permanentemente. Estes papéis se mantêm ao longo da vida. Quando não suficientemente pensados, elaborados conscientemente, educados, cristalizam-se, assumindo uma forma estereotipada, onde a repetição mecânica do mesmo papel acontece COMO SE FORMA ESTA ESTRUTURA? Segundo Pichon-Riviere, a estrutura dos grupos se compõe pela dinâmica dos 3D. O depositado, o depositário e o depositante. O depositado é algo que o grupo, ou um individuo, não pode assumir no seu conjunto e o coloca em alguém, que por suas características permite e aceita.
  • 17. Estes que recebem nossos depósitos são nossos depositários, nós que nos desembaraçamos destes conteúdos, colocando-os fora de nós, somos os depositantes. Podemos observar em qualquer grupo (secundário) de adultos como se distribuem esses papéis e tarefas implícitas. Há os que se encarregam sempre de romper os silêncios embaraçosos, os que com uma piada ou uma saída criativa desfazem uma tensão, os que sempre estão em contra ou fazem de “advogado do diabo”, os que se encarregam de carregar as culpas e mesmo reclamando aceitam o depósito de “bode expiatório”, os que chagam sistematicamente atrasados, os que interrompem para sair, os que sempre discordam de algo, nunca estão de acordo ou aqueles a quem tudo lhes parece ótimo e encarregam-se das tarefas de que os demais se omitem. Este movimento de depósito começa na família, com o projeto inconsciente dos pais. Estes marcam um lugar para cada um dos seus filhos, segundo as necessidades que imaginariamente o grupo primário pretende preencher com aquele que chega. Deste modo, o filho ou a filha já ocupará um lugar pré- estabelecido e cumprirá um papel determinado. Entre os diversos papéis, são divididos aspectos que são ansiogênicos e aos quais a família não pode assumir em seu conjunto. Depositando-os assim num dos seus membros, o controle da situação. A debilidade familiar( os medos, as doenças, a agressividade) é projetada (depositada) num de seus membros que assume “o doente” “o frágil”, a quem se cuida, se vigia de perto. Desta maneira a família controla sua ansiedade. Diante deste “membro doente” os demais se sentirão forçosamente sadios e fortes. Um exemplo bem característico é no que se refere à agressividade. Um membro do grupo familiar “torna-se” agressivo, ou seja, não lhe dando (e ele também aceitando) esse lugar da violência do que sempre se irrita primeiro, ao que tudo lhe incomoda. Deste modo o grupo vai depositando nele sua agressividade. A partir daí, identifica-se inconscientemente com ele nessa emoção de raiva e passa a se crer livre dela, colocando-se, ao contrário, na posição, no papel do não-violento. Aquele que recebeu tal depósito passa a ser o “brigão”, “reclamão” da família e os outros assumem o status de quem generosamente o suporte.
  • 18. Através do mecanismo de projeção nos livramos de aspectos nossos que nos desagradam, pois não admitimos que também fazem parte de nós. Se estou com medo, em lugar de admitir, reconhecer MEU medo digo “tu me dás medo” ou “tua proposta é atemorizante”. Caso esta afirmação coincida (encontre) um sujeito a quem sempre lhe é dado esse papel (atemorizante), nosso mecanismo projetivo se verá inteiramente satisfeito. O depositário recebeu e se encarregará de “viver” meu medo. Meu medo não estará mais no meu interior e será produto, culpa daquele que me atemoriza. Poderei distanciar-me do meu medo, na medida em que me separe dessa pessoa que se encarregou deste papel “atemorizante” OS COMPONENTES DO GRUPO São cinco os papéis que constituem um grupo, segundo a denominação de Pichon Rivieri “Líder de mudança” “Líder de resistência” “Bode expiatório” “Representantes do silêncio” “Porta-voz” Líder de mudança é aquele que se encarrega de levar adiante as tarefas, enfrentando conflitos, buscando soluções, arriscando-se sempre diante do novo. O contrário dele é o líder de resistência. Este sempre”puxa” o grupo pra tas, freia avanços depois de uma intensa discussão ele coloca uma pergunta que remete o grupo ao inicio do já discutido. Sabota as tarefas (levantando sempre as melhores intenções de desenvolve-las, mas poucas vezes as cumpre), assume sempre o papel de “advogado do diabo”. Contudo, o líder de mudança e o líder de resistência não podem existir um sem o outro... Os dois são necessários para equilíbrio do grupo. Esta é a visão de uma relação democrática, pois na relação autoritária e na espontaneista os encaminhamentos poderão ser outros. Para cada maior acelerada do líder de mudança maior freio, brecada, do líder de resistência. Isto porque muitas vezes o
  • 19. líder de mudança radicaliza suas percepções, encaminhamentos, na direção dos ideais do grupo, descuidando do principio de realidade. Neste momento o líder de resistência traz para o grupo uma excessiva crítica (princípio de realidade exacerbado) provocando uma desidealização (desilusionamento), produzindo assim um contrapeso às propostas do outro. Bode expiatório: é quem assume as culpas do grupo. Serve-se de depositário a esses conteúdos livrando o grupo do que lhe provoca mal-estar, medo, ansiedade, etc. Os silenciosos: são aqueles que assumem as dificuldades dos demais para estabelecer a comunicação, fazendo com que o resto do grupo se sinta obrigado a falar. Num grupo falante, se “queima” quem menos pode sobreviver ao silêncio... Aqueles que calam representam essa parte nossa que desejaria calar, mas não pode. Em algumas situações, os silenciosos suscitam críticas, por parte de elementos do grupo, porque estes se permitem o ocultamento. Ocultamento que poderá ser aparente, pois o uso da palavra pode, também, ocultar um enorme silêncio.. Em outras situações este ocultamento é real, onde o produto é a omissão. No trabalho da coordenação, sua facilidade ou dificuldade em coordenar os silenciosos dependerá de seu grau de escuta do silêncio do outro e do seu próprio... É necessário um exercício apurado de observação e leitura sobre o que os silenciosos falam... para poder possibilitar, assim, ruptura do papel de “ocultamento”, de omissão. A coordenação deverá estar atenta para não permitir uma relação hostil que obriga os silenciosos a falarem, pois deste modo não estará respeitando sua “fala”, mas também não cair na armadilha da marginalização: “eles nunca falam mesmo”..o que favorece a omissão. O porta-voz: é quem se responsabiliza em ser a “chaminé” por onde emergem as ansiedades do grupo. Através da sensibilidade apurada do porta-voz ele consegue expressar, verbalizar, dar forma aos sentimentos, conflitos que muitas vezes estão latentes no discurso do grupo. O porta-voz é como uma antena que capta de longe o que está por vir... Em muitas situações o porta-voz pode coincidir com uma das expressões de lideranças. Para detectar se realmente está desenvolvendo o papel de porta-voz de um conteúdo do grupo é necessário observar como o conteúdo
  • 20. expressado chega, que ressonâncias provoca no grupo. Caso não provoque nenhuma sintonia com o grupo, não será uma intervenção emergente do grupo (movimento de horizontalidade), mas sim um produto de sua história pessoal (movimento de verticalidade). No trabalho da coordenação, perceber, diagnosticar essa situação faz parte de um longo aprendizado. Para isso a coordenação terá (num primeiro movimento da construção do grupo) um trabalho de observação minuciosa para diagnosticar: (1)-Os papéis e (2)-Os conteúdos das projeções que estão sendo transferidas para (A), - o grupo (B)- seus participantes (C)- A coordenação. Esta projeção maciça do primeiro movimento, só será superada caso a coordenação possibilite: (1)- A limpeza dessas projeções (2)- A mobilidade tranferencial (a)- com a coordenação e (b) entre iguais (3)- evitar a estereotipia dos papéis, romper os papéis cristalizados (4)- “rodar” os papéis. GRUPO é: Esta trama grupal onde se joga com papéis precisos, às vezes estereotipados, outros inabaláveis, não é um amontoamento de indivíduos. Mais complexo que isso. Grupo é o resultado da dialética entre a história do grupo (movimento horizontal) e a história dos indivíduos com seus mundos internos, suas projeções e transferências (movimento vertical) no suceder da história da sociedade em que estão inseridos. Grupo é... Grupo A cada encontro: imprevisível A cada interrupção da rotina: algo inusitado A cada elemento novo: surpresas A cada elemento já parecidamente conhecido: aspectos desconhecidos. A cada encontro: um novo desafio, mesmo que supostamente já vivido A cada tempo: novo parto, novo compromisso com a história
  • 21. A cada conflito: rompimento do estabelecido para a construção da mudança A cada emoção: faceta insuspeitável A cada encontro: descobrimentos de terras ainda não desbravadas... Grupo é grupo... A CONSTRUÇÃO DO GRUPO Um grupo se constrói através da constância da presença de seus elementos, na constância da rotina e de suas atividades. Um grupo se constrói na organização sistematizada de encaminhamentos, intervenções por parte do educador, para a sistematização do conteúdo em estudo. Um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças entre cada participante: -da timidez de um, do afobamento do outro, da serenidade de um, da explosão do outro, do pânico velado de um, da sensatez do outro, da serenidade desconfiada de um, da ousadia do risco do outro, da mudez de um, da tagarelice do outro, do riso fechado de um, da gargalhada debochada de outro, dos olhos miúdos de um, dos olhos esbugalhados do outro, de lividez do rosto de um, do encarnado do rosto do outro. Um grupo se constrói enfrentando o medo que o diferente, o novo provoca, educando o risco de ousar. Um grupo se constrói não na água estagnada do abafamento das explosões, dos conflitos, no medo em causar rupturas. Um grupo se constrói construindo o vínculo com a autoridade e entre iguais. Um grupo se constrói na cumplicidade do riso, da raiva, do choro, do medo, do ódio, da felicidade e do prazer. A vida de um grupo tem vários sabores. No processo de construção de um grupo, o educador conta com vários instrumentos que favorecem a interação entre seus elementos e a construção do círculo com ele. A comida é um deles. É comendo junto que os afetos são simbolizados, representados, socializados. Pois comer junto, também é uma forma de conhecer o outro e a si próprio.
  • 22. A comida é uma atividade altamente socializadora num grupo, porque permite a vivência de um ritual de ofertas. Exercício de generosidade. Espaço onde cada um recebe e oferece ao outro o seu gosto, seu cheiro, sua textura, seu sabor. Momento de cuidados é atenção. O embelezamento da travessa em que vai o pão, a “forma de coração” do bolo, a renda bordada no prato.. Frio ou quente? Que perfume falará de minhas emoções? Doce ou salgado? Todos esses aspectos compõem o ritual de comer junto que é um dos ingredientes facilitadores da construção do grupo Um grupo se constrói com a ação exigente rigorosa do educador. Jamais com a cumplicidade autocomplacente com o descompromisso do educando. Um grupo se constrói no trabalho árduo de reflexão de cada participante e do educador. No exercício disciplinado de instrumentos metodológicos, educa-se o prazer de se estar vivendo, conhecendo, sonhando, brigando, gostando, comendo, bebendo, imaginando, criando e aprendendo juntos num grupo. I-“QUE DIABO TEM ESSE GRUPO?” -Que diabo tem esse grupo que dá tanto medo e ansiedade? -Que diabo tem esse grupo que o risco de ser eu mesmo amedronta tanto? -Que diabo tem esse grupo onde o “não sei” é o inicio para o aprender? -Que diabo tem esse grupo que me deixa desvairada à procura do significado de tudo? -Que diabo tem esse grupo onde minhas hipóteses “corretas” são desestabilizadas, me fazendo duvidar de tudo? -Mas que diabo de grupo de grupo é esse onde me criticam? -Que diabo de grupo é esse que me faz sentir às vezes tão incompetente? -Que diabo de grupo é esse que não me “dá calo” quando choramingo, na minha indisciplina... -Mas que diabo de grupo é esse??? II- ESSE, É O DIABO DO GRUPO