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Capítulo 57 - A Aprendizagem On-line Através de Minicursos para Telecentros1
[por Drica Guzzi]
Se até bem pouco tempo a alfabetização era concebida como um processo de
simples decodificação de letras e sons ou de produção e compreensão da escrita, podemos
dizer hoje se transforma num processamento de informações. Na sociedade da informação
(CASTELLS, 1999), o desempenho de tarefas requer um sujeito que saiba localizar as
informações corretamente em meio a várias consultas de material impresso e digital, assim
como manter essas informações guardadas enquanto pesquisa outras complementares.
Portanto, saber ler e escrever atualmente envolve, além de leitura e escrita básica, análise
de conteúdo, de tabelas, execução de cálculos, entre outras funções.
Nesse sentido, na mesma medida em que o nível de informações foi se
desenvolvendo – um dos resultados dos avanços tecnológicos - o nível de exigência de
habilidades básicas para atender às demandas do dia-a-dia em todos os níveis também foi
aumentando.
As pontes digitais na aprendizagem
Embora tenha surgido há mais de três décadas, a Internet teve sua expansão
acelerada com o surgimento do navegador gráfico, em 1993, mas sua popularização ocorre
a partir da segunda metade da década de 90. (HARGITTAI, 2003). Desde então, termos
como Exclusão Digital, Inclusão Digital, Brecha Digital, Fosso Digital, Barreira Digital,
Desigualdade Digital, Analfabetismo Digital, Divisória Digital têm sido empregados para
denominar sentidos semelhantes.
O termo brecha digital - digital divide - foi popularizado no final dos anos 90 para
referir-se ao abismo entre os que tinham e os que não tinham acesso aos computadores e à
Internet. Segundo Hargittai, "desde que o National Telecommunications Information
Administration publicou pela primeira vez o relatório ‘Falling Through the Net: A Survey
of the Have Nots in Rural and Urban America’ em 1995, muitas análises foram realizadas
sobre as desigualdades de acesso e uso do meio. Inicialmente, entretanto, o foco principal
era a relação binária entre acesso e não acesso, refletindo o entendimento superficial que se
tinha sobre a relação da Internet com mudanças econômicas e sociais”. (WARSHAUER,
2003).
Randall (WARSHAUER, 2003) também desenvolve um outro termo para descrever
aqueles que têm acesso à informação e aqueles que não têm ( digital haves e digital have
nots ), trazendo um entendimento mais processual que vai da exclusão digital até a
oportunidade digital ( from digital divide to digital opportunity ).
Já Silveira (2003, p. 33) define inclusão digital como a universalização do acesso
ao computador conectado à Internet, bem como ao domínio da linguagem básica para
manuseá-lo com autonomia .
1
No início do Programa de Inclusão Digital do governo paulista optou-se pela designação Infocentro em vez
de Telecentro , o qual acabou sendo mais utilizado por outros programas de Inclusão Digital no Brasil. Hoje
os Infocentros de São Paulo também são conhecidos como Postos AcessaSP. Para efeito deste artigo, contudo,
utilizou-se apenas o termo Infocentro.
2
Atualmente, a brecha digital é percebida e estudada de forma mais complexa do que
a simples diferença do acesso ou não à tecnologia (WARSHAUER) ou a oposição entre ser
ou não capaz de utilizá-la (HARGITTAI).
Segundo Warshauer, a inclusão digital pode ser pensada a partir de três modelos: do
ponto de vista do aparelho (device) ou terminal, do ponto de vista do serviço
(conectividade), e do ponto de vista das competências para sua utilização,
. O ponto em comum que une todas essas tentativas de definições do que seja
Inclusão Digital é a visão de que é algo mais do que simplesmente acesso às TICs ou
especialmente acesso à Internet.
A aprendizagem na rede: falta ou excesso de informação?
Mesmo que seja real a idéia de que o domínio da informática constitua um
diferencial na disputa por um emprego, nesse ponto a inclusão pode se transformar numa
ilusão. Caso um sujeito não saiba desenvolver uma sentença, não vai conseguir trabalho
mesmo com diploma de um curso de informática.
Não se está dizendo com isso que a inclusão digital não aumente as chances na vida
de alguém em detrimento daqueles que não dispõem da Internet, mas que apenas isso não
basta como uma verdade numa relação de causa e efeito.
Conforme destaca Castells (2000), a questão principal é a capacidade educativa e
cultural de se usar a Internet. Mesmo que toda informação possa estar na rede, trata-se antes
de saber como buscá-la, como transformá-la em conhecimento específico para se fazer
aquilo que se quer fazer.
É essa capacidade de aprender a aprender; essa
capacidade de saber o que fazer com que se
aprende; essa capacidade é socialmente desigual
e está ligada à origem social, à origem familiar,
ao nível cultural, ao nível de educação. É aí que
está, empiricamente falando, a divisória digital
nesse momento.
(CASTELLS, 2003, p. 367)
Assim, um dos maiores desafios encontrados na concepção dos programas de
inclusão digital tem sido o desenvolvimento de pesquisas e práticas de educação à distância
(EAD), capazes de propiciar o acesso de grandes parcelas da população com menos poder
aquisitivo aos benefícios do ensino formal e não-formal de qualidade, compatíveis com os
desenvolvimentos técnicos e pedagógicos da era digital.
É também dentro dessa perspectiva que surge no Brasil o primeiro programa de
inclusão digital, o Acessa SP, em 2000, pelo Governo do Estado de São Paulo. Este
programa, que conta com a parceria da Escola do Futuro da USP, através do Laboratório de
Inclusão Digital e Educação Comunitária – LIDEC – implementa centros comunitários de
acesso e produção de informações, designados Infocentros2
, em regiões habitadas por
populações de baixo poder aquisitivo (classes D e E).
Infocentros como locais de aprendizagem aplicada
3
Para a execução inicial desse programa de inclusão digital em São Paulo foram
desenvolvidos três tipos de Infocentros, também chamados hoje de Postos Acessa SP:
a) Os Infocentros Comunitários - implantados em áreas de baixa renda na região:
metropolitana da cidade de São Paulo, criados em parceria com entidades das comunidades
atendidas;
b) Os Infocentros Municipais: criados em parceria com prefeituras paulistas; e
c) Postos Públicos de Acesso à Internet (POPAIs): criados em parceria com órgãos
do próprio governo do estado, onde há grande fluxo de pessoas (postos Poupatempo,
Restaurantes Bom Prato, terminais de ônibus da EMTU, Secretaria da Juventude, entre
outros).
Partindo-se da premissa de que inclusão digital vai além do computador e do acesso
à Internet desenvolveu-se uma série de contextos e conteúdos que facilitassem o
desenvolvimento de habilidades e o processo de construção de conhecimentos utilizando-se
dos recursos digitais disponíveis (multimídia, hipertextos etc)
Nesse sentido é possível dizer que uma das diretrizes relevantes no Acessa SP diz
respeito tanto ao foco no usuário quanto à utilização dos recursos de aprendizagem on-line
nos Infocentros.
Essas diferenças revelam que a procura por cursos rápidos on-line, que no caso do
Portal Acessa são chamados de Minicursos, é feita não exatamente pelo perfil padrão dos
usuários dos Infocentros, mas por aqueles que buscam esse tipo de formato de
aprendizagem. A flexibilidade dos Minicursos, o fato de estarem abertos e disponíveis para
qualquer pessoa, em qualquer tempo e lugar, além da escolha dos temas claramente
aplicáveis no dia-a-dia são também fatores atraentes para que outros internautas,
provenientes de diferentes contextos, queiram aprender através das lições e atividades
propostas por esse tipo de curso.
De acordo com os dados mais recentes em relação ao perfil do usuário freqüentador
do Infocentro – Ponline 20063
, há uma dinâmica de transformação que vem sendo
observada por muitos pesquisadores.
Por esta pesquisa, o perfil predominante do usuário nesse programa revela jovens
paulistas na Web, como produtores e receptores de conteúdo multimidiático, que
escolheram a Internet como principal ferramenta de comunicação em suas vidas cotidianas
www.ponlines.futuro.usp.br. A pesquisa mostra também que o usuário dos Infocentros é
mais jovem (somando as duas faixas etárias mais jovens, obtemos 52%, ou seja, mais da
metade dos usuários do Acessa SP têm até 19 anos) e a sua renda familiar vem reduzindo
nos últimos anos (83,6% dos usuários têm renda familiar até 4 SM sendo que 53,3% têm
renda familiar de até 2 SM). Esse tipo de jovem freqüenta os postos de duas a três vezes por
semana; busca uma conexão rápida e interessa-se por conhecer novos programas. Para ele,
os Infocentros deveriam ter mais acessórios disponíveis - sobretudo de multimídia.
3
Como parte do Programa Acessa São Paulo, anualmente realiza-se uma pesquisa on-line – Ponline - nos
Infocentros, criada e desenvolvida com o intuito de determinar sistematicamente o perfil dos usuários dos
Infocentros, o impacto da Internet na vida pessoal e comunitária e a avaliação do programa de inclusão digital
do Governo no Estado de São Paulo. Essa pesquisa consiste num instrumento utilizado pelos gestores do
Acessa para produzir informação sistematizada e conhecimento sobre o processo de inclusão digital e seus
atores sociais, promovendo a democratização desse conhecimento. A Ponline 2006 contou com 8113
respondentes de todo o Estado de São Paulo.
4
Público-alvo dos Minicursos
Os Minicursos, como o nome diz, são cursos de curta duração, que visam difundir
conteúdos importantes e dar apoio à cultura de educação popular à distância. Por esse
método, via Internet, o participante tem acesso livre a variados assuntos. Dependendo do
tema, o curso pode ter um mínimo de três aulas e um máximo de cinco. Ao final de cada
aula há um questionário a ser respondido para que o aluno possa conferir seu aprendizado.
Além desse questionário, há a Lição de Casa, com propostas de exercícios referentes ao
tema apresentado.
Um fato interessante e revelador surge quando comparamos o perfil dos usuários
dos postos públicos de acesso à Internet, os Infocentros, e dos alunos que fazem os
Minicursos do portal Acessa SP.
A divisão entre homens e mulheres é mais equilibrada , mantendo-se o padrão de
mais homens (58,2%) do que de mulheres (41,8%); a escolaridade é marcadamente
diferente sendo que os usuários dos Minicursos possuem, em sua maioria, maior índice de
escolaridade (58,2 % possuem nivel superior (completo ou incompleto)) do que os usuários
de Infocentros, que em sua maioria possuem o ensino médio (56,8%). Isso reflete também
na idade média dos usuários que para os dos Minicursos é mais elevada (30 anos) e menor
nos Infocentros (em média 20 anos).
Além disso, um outro fator indicado pela pesquisa de 2006 diz respeito a uma
grande defasagem de atendimento às mulheres, o que pode ser observado na série histórica
relativa ao gênero. Conforme foi avaliado, a relação das mulheres com a tecnologia é um
tema cada vez mais presente em estudos culturais, cujas conclusões têm criado subsídios
para políticas próprias às questões de gênero.
Outro dado da Ponline 2006 dá conta de que 46,5% dos usuários pesquisados
afirmaram ter aprendido a usar a Internet sozinhos, o que é bastante relevante para maiores
investimentos em termos de conteúdo e estratégias de aprendizagem a distância pela e para
comunidade nos Infocentros. Hoje o Acessa SP possui mais de um milhão de pessoas
cadastradas com mais de 23 milhões de atendimentos realizados (sessões de acesso de meia
hora) nos 406 postos de acesso com Internet instalados na capital e em outras cidades do
estado de São Paulo.
Esses dados, quando relacionados com as possibilidades geradas pela ampliação dos
Minicursos e seu caráter de utilidade pública revelam a vocação dos Infocentros como
lugares privilegiados de aprendizagem presencial e a distancia, em benefício não só da
própria comunidade, mas em interação simultânea com outros usuários da rede, além da
apropriação dos recursos multimidiáticos, vídeos, participação em comunidades virtuais,
entre outros benefícios ligados ao próprio desenvolvimento pessoal e coletivo.
Lições simples e de utilidade pública
Embora o público alvo dos Minicursos não tenha sido exclusivamente o do usuário
do Infocentro, já que qualquer pessoa pode acessar o seu conteúdo, para efeito de seleção
dos temas escolhidos, na época, considerou-se o universo dos usuários dos Infocentros
Comunitários. Por exemplo: quantos jovens, na busca pelo primeiro emprego, não tiveram
5
de ir atrás de um vizinho, parente ou pai da namorada para dar o nó numa gravata ou de
alguém para fazer um currículo?
Assim, no decorrer das conversas iniciais entre a equipe do LIDEC (na época
CIDEC), os monitores e membros da comunidade4
, surgiu a noção de que as lições fossem
muito próximas da realidade do cotidiano dos moradores da comunidade do Infocentro,
como um motivo de bate-papo no ônibus, na escola, no botequim ou na rua entre vizinhos.
Foram eleitos então seis primeiros temas para os Minicursos: Segurança Pessoal; Doces
sem açúcar; Dengue – uma guerra a ser vencida; Etiqueta na Internet; Como fazer
um currículo e Como fazer nós na gravata. Cada minicurso foi dividido em até cinco
aulas ou lições curtas (módulos), com aproximadamente quinze minutos de duração5
. No
final de cada lição, há um teste para verificar o aprendizado e, caso o aluno precise de mais
informações, encontra uma sessão de links específicos sobre cada tópico (Saiba Mais), com
endereços de entidades afins, dicas e referências de livros.
4
Equipe do CIDEC responsável pelos Minicursos e colaboradores (maio/2002): Fredric M. Litto (supervisão
científica), Carlos Seabra (coordenação editorial e pedagógica), Drica Guzzi (coordenação de pesquisa e
produção), Virginia Mancini Guedes, Mariana Rillo Otero, Avelino Guedes, Rodrigo Fernandes de Almeida,
Verônica Costa, Adilson Virno, Akira Shigemori, Alda Ribeiro, Carolina Borges, Clara Meyer Cabral e
Simone Freitas (maio de 2002).
5
Como norma de funcionamento dos Infocentros, cada usuário recebe uma senha com a qual pode utilizar o
computador por trinta minutos a cada vez (por acesso). As lições levaram em conta esse tempo de utilização,
computando uma média de quinze minutos para cada uma.
6
Através do Minicurso Dengue - uma guerra a ser vencida, o usuário aprende a
identificar o mosquito transmissor da doença, os locais preferidos para a postura dos ovos e
as formas de se defender da proliferação do aedes aegypti. Nas lições de fácil compreensão,
por exemplo, é possível ver que o mosquito é escuro, rajado de branco e menor do que um
pernilongo comum. Mas, essencialmente, a lição mostra como erradicar os focos da doença.
Já o curso Segurança Pessoal ensina como agir diante de assaltos para não colocar
em risco a integridade física; quais os documentos devem ser transportados com a pessoa e
quais devem ser deixados em casa; como se comportar frente a suspeitas de crimes. São
cuidados básicos que devem ser seguidos para reduzir o perigo de qualquer tipo de
violência.
Doce sem Açúcar fornece orientações principalmente a diabéticos e obesos, mas
serve muito bem para mostrar ao restante do público como evitar o consumo excessivo do
açúcar de forma a não acarretar prejuízos ao organismo humano. Há também informações
nutricionais, além de dicas e receitas.
O tema Como fazer nós de gravata tem um objetivo mais prático, principalmente
quando o uso desta peça se faz necessário em determinadas situações como, por exemplo,
nas entrevistas de emprego. Este Minicurso conta também a origem da gravata e as aulas
são ilustradas com desenhos didáticos.
Um dos cursos mais procurados é o Como preparar um currículo, que auxilia não
só na preparação do documento, mas também dá dicas de como divulgá-lo na busca por um
emprego. De maneira bem clara, informa como um candidato a uma vaga deve apresentar o
seu perfil profissional de forma sucinta e organizada.
Por fim, Etiqueta na Internet indica caminhos para se alcançar uma comunicação
mais eficiente na rede. Cada ocasião exige um comportamento e isso vale também para os
usuários da Internet.
Pesquisa com usuários em relação aos Minicursos realizados pela Escola do Futuro da
USP e AcessaSP (2002)
“É bom, mas tem muito texto”
Desde o início, o programa de inclusão digital Acessa SP mantém a preocupação de
acompanhar o desenvolvimento do perfil dos usuários freqüentadores dos Infocentros, de
acordo com os hábitos e atitudes em relação às novas tecnologias, ao impacto pessoal e
comunitário, por meio de pesquisas realizadas pela Escola do Futuro da USP.
Num caso mais específico, ou seja, para verificar como monitores e usuários dos
Infocentros estavam se relacionando com os minicursos, houve uma pesquisa direcionada
para essa finalidade com uma amostragem de usuários desses cursos on-line. Do relatório
da pesquisa realizada por Alda Ribeiro Martins, do LIDEC (durante o período de setembro
a dezembro de 2002), condensamos algumas seções que apresentamos a seguir.
Os objetivos principais dessa pesquisa consistiam em avaliar o grau de satisfação
dos usuários dos Infocentros em relação aos seis minicursos, considerando-se a Linguagem
– texto (estrutura, qualidade, quantidade, coesão); o Conteúdo ― qualidade e quantidade,
apropriação das informações e a Navegabilidade - legibilidade (quantidade e qualidade das
ilustrações, links e ícones).
7
Para a realização dessa pesquisa optou-se por uma amostragem que abarcasse
diferentes perfis de usuários assíduos freqüentadores dos Infocentros, alfabetizados e com
conhecimentos básicos de navegação na Internet.
Houve duas etapas da pesquisa. Na primeira etapa, de acordo com Alda Ribeiro,
foram utilizados dados coletados por entrevista (com roteiro semi-estruturado) e a
estratégia de pesquisa de campo denominada observação participante6
.
Primeiramente foram entrevistados vinte e seis usuários: dezoito homens, na faixa
etária de 14 a 22 anos e oito mulheres, na faixa de 13 a 31 anos. Na segunda etapa da
pesquisa foram realizados quatro Estudos de Caso, com quatro homens, na faixa etária de
14 a 18 anos, dos quais selecionamos dois deles para ilustrar este artigo.
Primeira etapa
A equipe de fomento à participação comunitária, a partir de critérios de avaliação de
desempenho, indicou três Infocentros para a pesquisa de campo: Turma da Touca, com
excelente desempenho; Pétalas de Amor, com médio desempenho e Infância Feliz, com
baixo desempenho7
.
Nesses locais, os usuários foram escolhidos por terem as seguintes características:
nível de freqüência no Infocentro; se possuíam conhecimentos básicos de Internet e
endereço eletrônico (e-mail) e idade acima de 13 anos. Nessa primeira fase da pesquisa não
houve a exigência do usuário ter feito algum minicurso.
Com o usuário selecionado, a pesquisadora diante da tela do computador indicava o
endereço do site do minicurso e, em seguida, passava as instruções básicas para a execução
da atividade proposta. Os temas foram escolhidos pelos próprios usuários, sem
interferência da pesquisadora e limitação de tempo.
Roteiro de perguntas da primeira etapa da pesquisa
Houve um roteiro básico de perguntas, adequando-se às características do tema
escolhido e às habilidades pessoais e técnicas:
Por que você escolheu esse tema?
O que você achou do minicurso?
O que você achou da linguagem (textos)?
Você leu todos os textos?
Por quê?
Quais são as informações que você lembra ter lido?
6
. “[...] a observação participante é uma estratégia de campo que combina simultaneamente a análise
documental, a entrevista de respondentes e informantes, a participação e a observação direta e a
introspecção”, segundo ‘Pesquisa em educação: Abordagens Qualitativas – Menga Lüdke e Marli D. A
André, São Paulo: EPU, 1986’. [Nota da pesquisadora Alda Ribeiro].
7
Os nomes dos Infocentros correspondem aos nomes das entidades comunitárias parceiras.O desempenho do
Infocentro era resultado de uma somatória de parâmetros tais como: taxa de atendimento mensal, taxa de
cadastro mensal, taxa de ocupação mensal, avaliação do usuário (medida na pesquisa anual Ponline),
participação dos monitores nas capacitações, comprometimento da liderança local e criação de projetos na
rede.
8
Como você fez o minicurso (se passeou pela página, viu os links, ilustrações,
leu e, em seguida, respondeu às questões)?
Você teve alguma dificuldade enquanto fazia o minicurso?
Qual (is)?
E o que você fez?
Você teve alguma dificuldade para responder os questionários?
Qual (is)?
E o que você fez?
Você entrou em algum link além do questionário?
Qual?
O que você achou?
O que você achou das ilustrações / desenhos?
Você lembra de alguma?
O que você aprendeu vai poder usar no seu dia-a-dia?
Qual seria outro tema, além desses que já estão no ar, que você gostaria de
fazer como um minicurso?
Aproximação de usuários e minicursos
A primeira etapa da pesquisa foi realizada entre os meses de setembro a outubro de
2002. Nesse momento, foram realizadas várias reuniões tanto com usuários quanto com
monitores, visando mais especificamente maior aproximação no relacionamento dos
usuários com os minicursos.
Não foram delineados nessa fase resultados conclusivos. Entretanto, é importante
ressaltar que a atuação dos monitores8
influenciava na apropriação dos conteúdos
disponíveis e no programa Acessa SP, de modo que tais conteúdos fossem usados de uma
forma proveitosa e também prazerosa ou não. Na pesquisa de campo fica evidente a
atuação do monitor em termos de organização física do local, nas conversas paralelas com
os usuários, na receptividade em relação à pesquisa etc.
Nos Infocentros que contavam com monitores mais atentos, curiosos e disponíveis
para as tarefas que lhes cabiam, os usuários demonstraram ser bem mais expressivos e
claros em suas questões. Por outro lado, em outros em que tudo era cerceado, seja pela
dificuldade de acesso, seja pela falta de segurança técnica ou ainda por falta de
comunicação entre os monitores, observaram-se dificuldades até mesmo no
estabelecimento de diálogos com os usuários. Muitos demonstraram não estar dispostos a
conversar com a pesquisadora e alguns preferiram ficar nos bate-papos virtuais.
Um aspecto interessante em relação ao conteúdo é que nenhum dos vinte e seis
entrevistados reclamou da qualidade e da importância dos textos veiculados, mas mais da
metade reclamou da ‘quantidade de textos’, da ‘distribuição do texto’. Outro dado está
relacionado ao item de navegabilidade. Os usuários que fixam mais a atenção ao texto
deixam de ‘abrir’ outros recursos da página como links, banco de dados, entre outros.
8
Cada Infocentro conta com monitores indicados pela comunidade e/ou parceiros capacitados pela equipe do
LIDEC para orientar os usuários. As lideranças comunitárias foram informadas sobre o perfil desejado para os
monitores que elas deveriam indicar. Nesse perfil, as características eram de pessoas prefencialmente maiores
de 18 anos, com conhecimentos básicos de informática, Ensino Médio, entusiasmo com ações comunitárias,
engajamento pessoal e social com a causa. Fonte: Relatório Mensal de Agosto de 2001.
9
Segunda etapa da pesquisa
Após a fase inicial, foi realizado um aprofundamento da pesquisa, através do
método Estudo de Caso, considerando as observações e informações coletadas dos usuários
conforme resumimos em linhas bem gerais a seguir.
Roteiro das entrevistas da segunda etapa para o Estudo de Caso
Em relação ao texto:
Você acabou de fazer o minicurso, o que você achou da quantidade de
texto?
Você teve alguma dificuldade de entender o significado de alguma palavra?
Qual (is)?
O que você achou do tamanho da letra e da fonte utilizada?
O que você achou da distribuição do texto na página?
O que você achou da quantidade de lições?
Em relação ao conteúdo:
O que você aprendeu no minicurso?
Em relação à navegabilidade:
O que você achou das imagens/ ilustrações?
O que você quantidade de imagens / ilustrações?
Qual (is) você se lembra?é
E o que você achou das cores utilizadas?
Você lembra de algum link?
Qual (is)?
Você entrou em algum desses links?
Resumo de dois Estudos de Caso da segunda etapa
“O que é transferível, paupável e audível?”
Estudo de Caso 1 - J.C.P.A., 14 anos, estudante do Ensino Fundamental (7ª
série),
morador do bairro Jd. Maria Sampaio e usuário do Infocentro Clube da Touca desde
setembro de 2002.
“Este jovem não tem computador em casa e navega pela Internet somente quando
está no Infocentro. Freqüenta o local desde setembro de 2002, de duas a três vezes por
semana, de trinta minutos a uma hora por dia.
Não lê jornais, nem revistas, mas ouve rádio (89 FM) e vê televisão todos os dias
(desenhos, novelas e às vezes dá uma olhada nas notícias do Jornal Nacional). É um
pouco tímido, não fala muito. Navega com facilidade pela Internet, abre páginas, maximiza
e minimiza, abre e manda e-mails, participa de chats, manda cartões virtuais etc.
10
O ambiente do Infocentro, por sua vez, é arejado, com boa iluminação, organizado e
os monitores são agradáveis e atenciosos com os usuários. A pesquisadora chegou ao
Infocentro por volta das 13h10 e encontrou o entrevistado diante do computador. Havia
chegado com duas horas de antecedência ‘para dar uma olhada na página dos minicursos’.
No início da pesquisa ele perguntou por quê havia sido escolhido: se seria porque tinha ido
bem na pesquisa. A explicação é que estava sendo dada uma continuidade à pesquisa e ele
havia sido escolhido por ter um perfil comum à maioria dos usuários dos Infocentros (
adolescente, estudante, com conhecimentos em Internet etc.).
A pesquisadora explicou detalhadamente os objetivos da pesquisa, enfatizando que
não se tratava de nenhum ‘teste de conhecimento’. Portanto, gostaria que o usuário se
sentisse muito à vontade para fazer o minicurso da forma mais tranqüila possível.
Ele havia feito o minicurso de Currículo e dessa vez escolheu Dengue, porque “o
tema já tinha sido discutido e trabalhado na escola”.
Às 13h25 a pesquisa teve início. O usuário estava tranqüilo, acessou a página do
AcessaSP, registrou seu e-mail e senha, sem maiores problemas. O estudante passeou um
pouco pela página, observou a quantidade de texto pela barra de rolagem, mas não abriu
nenhum link, iniciando a leitura dos textos.
Ao ver as imagens do mosquito transmissor, passou o cursor em cima para ver se
havia alguma informação e logo percebeu que havia uma legenda abaixo, o que o leva a
comentar que já havia visto aquilo na escola.
Ao término da leitura do texto, passou rapidamente os olhos pela Lição de Casa,
sem imprimi-la. A pesquisadora perguntou: “Você sabe que pode imprimir esse material?
Ele respondeu: “Não, aqui não pode! Só o Currículo pode, só as duas folhas.” Clicou em
seguida no questionário e demonstrou ter pressa.9
Respondeu as questões rapidamente, à exceção da questão 2, por ter dúvidas, mas
clicou em uma das opções sem muita segurança. Entretanto, não retornou ao texto.
Não demonstrou dificuldades na leitura ou no entendimento do conteúdo, mas fixou
a atenção apenas nos textos. Em nenhum momento abriu links, imprimiu informações ou
ilustrações. Às 13h40, terminou de responder as questões da Lição 1.
Em relação ao tamanho das letras do texto, argumentou que seria “melhor aumentar
um pouquinho, porque tem gente que não enxerga direito”. Sugeriu também que “para não
cansar tanto” deveria haver “sublinhados”. [Na verdade, ele queria dizer que deveria haver
intertítulos].
Logo que terminou de responder as questões da Lição 1, o usuário abriu a Lição 2.
Às 13h45, passou a ler os textos rapidamente. O comportamento foi o mesmo: não
abriu links, não olhou para as ilustrações e passou rapidamente para a Lição de Casa,
acessando em seguida o questionário. Dessa vez, acertou todas as questões, terminando a
Lição 2 em quinze minutos.
À pergunta “Por que você vai direto ao questionário?”, ele respondeu que era “para
não embaralhar”. Quando a pesquisadora pediu para ele explicar melhor, disse: “é que se eu
ver as outras coisas esqueço tudo e não consigo responder às perguntas”.
9
Na época em que os minicursos foram implantados a orientação passada para os monitores foi a de que tanto
as duas folhas que compunham o Currículo quanto as duas folhas da Lição de Casa poderiam ser impressas e
levadas pelo usuário. Alguns monitores ou não assimilaram a nova orientação em relação à Lição de Casa ou
se esqueceram de avisar o usuário.
11
Às 14h03, J.C.P.A. iniciou a leitura dos textos da Lição 3. Às 14h15 demonstrou
cansaço: chegou mais perto do computador, franziu a testa e reclamou da quantidade de
texto dizendo que “tem muita coisa para ler”. Em relação ao box da Lição de Casa, leu
rapidamente o texto.
À pergunta: “Já leu?, ele disse: “Já vi, já dei uma olhada”, respondendo e ao mesmo
tempo clicando no ícone do questionário. Em relação a este questionário, comentou que não
compreendia as palavras ‘transferível, palpável e audível’.
Mesmo já sabendo que, se quisesse, poderia imprimir as lições de casa, o usuário
não demonstrou qualquer interesse. Limitou-se a ler os textos e a responder as perguntas.
Disse que sabia muita coisa sobre o tema e que não precisava de mais informações.
Comentou que as cores da página eram muito fracas e que poderiam ser de “cores mais
fortes, como o azul, por exemplo”.
“As letras inclinadas ajudam a entender melhor”
Estudo de Caso 2 –R.P., 16 anos, estudante do Ensino Médio, morador do Jardim São
Paulo, usuário do Infocentro Pétalas de Amor há um ano.
Este usuário se mostrou curioso, atento e familiarizado com a navegação pela
Internet. Utilizava o Infocentro para vários serviços: mandava e recebia e-mails, fazia
pesquisas escolares em sites educacionais, procurava emprego, freqüentava cursos pelo
Webaula, havia feito três minicursos, participava de bate papos. Comentou que quase tudo
o que sabia de informática aprendeu no Infocentro: “eu fiz um cursinho de informática, mas
praticamente tudo que aprendi foi aqui mesmo na rede.”
Não lia jornais com freqüência, mas gostava de revistas como Galileu, por exemplo.
A última matéria que se lembrava era sobre as estrelas ‘canabais’ (?) e o sistema solar, o
que o fez pesquisar depois ‘mais alguma coisa na Internet. O estudante ouvia rádio
diariamente (CBN de manhã e Gazeta à noite).
Quando a pesquisadora chegou ao Infocentro, por volta das 11 horas, notou que o
lugar estava bastante sujo. Segundo a monitora, não havia água e portanto não tinha como
limpá-lo. Mas na verdade os micros estavam sujos e o piso que era originalmente cinza não
tinha mais uma cor definida. A monitora também não demonstrou ter muitos
conhecimentos sobre a atividade e suas potencialidades. Durante a permanência da
pesquisadora no Infocentro - das 11 até às 14 horas – a monitora não indicou os minicursos
a nenhum usuário.
Na primeira etapa da pesquisa, o usuário havia escolhido o minicurso Como fazer
nós de gravata; dessa vez escolheu o tema Dengue.
Iniciou a Lição 1 às 12h08, ‘passeou’ pela página, viu a quantidade de texto pela
barra de rolagem, abriu o link Dicas de Estudos. Leu rapidamente os textos, passou pelo
item Lição de Casa, sem imprimi-la. Em seguida, clicou em Teste seu Conhecimento.
Em duas tentativas conseguiu responder corretamente todas as questões. Finalizou a Lição
às 12h20.
Antes desse usuário iniciar nova lição, a pesquisadora pediu para que comentasse a
respeito de alguns aspectos da página (linguagem, navegabilidade etc).
12
Em relação à fonte, ele disse: “está boa, as letras inclinadas ajudam a entender
melhor e os intertítulos também ajudam bastante”. Em termos de conteúdo, disse que não
teve dificuldade de entendimento do texto, porque a leitura é fácil, mas havia uma única
palavra que não conhecia: cisternas. Ao ser perguntado por que ele só abriu o link Dicas de
Estudo, este usuário disse: “Não tive curiosidade porque já tive aulas do tema. O assunto já
é bem familiar para mim”. Depois de conversar com a pesquisadora um pouco mais, o
usuário iniciou a Lição 2, às 12h24.
Antes de iniciar a leitura dos textos, abriu o link Saiba Mais, mas não imprimiu o
material e a seguir iniciou a leitura do conteúdo da Lição2.
Passou rapidamente pelo box Lição de Casa, mas não imprimiu, nem fez qualquer
comentário. Em seguida, abriu o questionário e fez três tentativas para responder
corretamente todas as questões. Na questão 2, ele não sabia o significado da palavra
‘intermitente’.
Ao ser perguntado por qual motivo ele não havia retornado ao texto para responder
às questões que tinha dúvidas, ele falou: “Resolvi chutar para ver no que dava”.
Também à pergunta ‘por que ele não imprimiu as lições?’, ou pelo menos a Lição
de Casa, ele respondeu: “ Eu não sabia que podia imprimir, ninguém nunca falou isso”.
Depois de conversar mais um pouco, o usuário iniciou a Lição 3, às 12h45.
Mesmo estando na última lição, não demonstrou cansaço, leu rapidamente os textos
com bastante interesse. Fez o seguinte comentário: “Eu apliquei o que aprendi sobre
dengue na minha casa. Pena que o meu vizinho não tem os mesmos cuidados que a minha
família tem”.
Foram três tentativas para finalizar o teste que concluiu às 12h45.
Comentários gerais relativos à segunda etapa da pesquisa
A segunda etapa da pesquisa mostrou que, na época, a maioria dos monitores não
estava ainda familiarizada com a demanda que os Minicursos, enquanto uma nova atividade
a ser oferecida aos usuários requeria. Por exemplo, nenhum dos usuários entrevistados disse
ter recebido instruções de que poderia imprimir o material disponível na página. Todos os
entrevistados disseram também desconhecer as instruções básicas para o desenvolvimento
da atividade e que era melhor fazer uma lição de cada vez.
De modo geral, a linguagem empregada foi considerada adequada pelos usuários
entrevistados, à exceção de algumas palavras não compreendidas nos questionários.
Entretanto, dentre as reclamações a mais recorrente foi a quantidade dos textos (conteúdo)
em todos os minicursos.
Essa pesquisa evidenciou também - tanto na primeira quanto na segunda etapa - que
ocorre um fato interessante relacionado à forma de aprendizagem dos usuários. Todos os
usuários demonstraram preocupação excessiva em responder os questionários rapidamente.
Quando não acertavam os resultados das questões não retornaram ao texto para refletir
sobre o conteúdo que estava sendo trabalhado.
Não obstante, a pesquisa mostrou que os minicursos como mecanismos de inclusão
digital são um meio bastante interessante para a utilização das tecnologias de informação e
comunicação (TICs) e fomentar a produção e o aprendizado de forma autônoma por
qualquer internauta iniciante. Foi possível perceber também que é mais producente para o
público em geral aprender usando os recursos disponíveis do que fazer cursos direcionados
estritamente para o uso das TICs e de softwares. Ou seja, nos programas de inclusão digital
13
para a educação não basta um treinamento que se limite à transmissão de informações
técnicas, mas é preciso incentivar a cultura do aprendizado on-line e sua importância social.
Um usuário, ao fazer um minicurso, experimenta um aprendizado de modo autônomo com
aplicação imediata e concreta.
A arte pedagógica e tecnológica de aprendizagem
O foco no usuário e na utilização dos recursos de aprendizagem on-line nos postos
de acesso público à Internet, como inicialmente proposto, deve permanecer como uma das
diretrizes fundamentais de qualquer programa de inclusão digital como é o caso do Acessa
São Paulo . Atualmente são 30.234 usuários/alunos cadastrados nos minicursos (média de
16,1 cadastros por dia). Serão lançados nos próximos meses mais três novos temas:
Consumidor: você tem direitos; As doenças do sexo – como prevenir as doenças
sexualmente transmissíveis e Aids - e Como fazer uma horta, disponibilizados
gratuitamente no portal Acessa SP.
Hoje é até possível dizer que, em termos de resultados concretos e em certas
circunstâncias, o estado da arte da EAD tem algumas importantes vantagens em relação ao
aprendizado presencial, ou seja, com um professor à frente da sala de aula. Em primeiro
lugar, um curso pode ser elaborado por diferentes especialistas que podem facilitar os
entrecruzamentos de informações - por meio de hipertextos e links – e fazer um
planejamento dos recursos necessários para o aprendizado de um determinado tema; em
segundo, há a opção de se fazer cursos que contem também com um professor presencial; e,
em terceiro lugar, é que um curso disposto na rede – de curta ou maior duração - pode estar
estruturado para a interatividade e o caráter de colaboração entre os alunos-participantes
Nesse sentido, as tecnologias de informação e comunicação e aprendizagem
relacionam-se mais com o desenvolvimento da arte de selecionar as tarefas consideradas
importantes pelos usuários e não mais com as impostas pelo ensino presencial tradicional.
Os percursos, conhecimentos e competências adquiridos por uma pessoa são todos
singulares e podem cada vez menos se restringir a programas ou cursos válidos para todos.
Hoje, habitam-se espaços de conhecimentos abertos, contínuos e não-lineares, que se
reorganizam segundo o contexto de cada um. Do mesmo modo o conceito de rede é
utilizado como uma alternativa de organização coletiva que possibilita respostas a uma
série de demandas de flexibilidade, conectividade e descentralização da atuação social,
reconduzindo a comunicação para uma lógica de sistemas organizacionais capazes de
reunir indivíduos e instituições de forma descentralizada, participativa e ao mesmo tempo
autônoma. A comunidade não precisa de um território físico para estudar e aprender, mas
de um território virtual de composições afetivas reais, no qual a mania de saber linkar e ser
linkado10
seja uma poderosa ferramenta de trabalho.
A autonomia no aprendizado diz respeito também ao modo como o usuário quer
estudar determinado assunto a partir de suas próprias habilidades. Esta é uma questão de
extrema relevância entre as diretrizes de todas as pesquisas realizadas pela Escola do
10
DIMANTAS, H. “A linkania é a expressão do engajamento das pessoas em rede. Uma troca generosa de links que
catalisa a conversação, provoca e solidifica o engamento. A rede é formada por nós. Nós linkados uns com os outros. É o
poder dos links: linkar e ser linkado”. <http://www.lidec.futuro.usp.br/downloads/linkania_hernani_mestrado.pdf>
14
Futuro e para a gestão de programas de inclusão digital que impliquem temáticas e
abordagens também para a expansão da aprendizagem em EAD.
Ou seja, talvez, o internauta iniciante tenha maiores condições de se qualificar por
um sistema de aprendizado não-formal à distância e num nível de excelência, apenas
sabendo o que quer para si todos os dias.
Referências:
ASSUMPÇÃO, R. Telecentros comunitários: peça chave da inclusão digital – a
experiência do sampa.org”, in Silveira, Sérgio; Cassino, João. Software livre e inclusão
digital. Conrad Editora do Brasil. São Paulo, 2003
BAUER, M.W.& GASKEL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Um manual
prático. Trad. Pedrinho A. Guareschi, 2 ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2002.
CASTELLS, M. A Sociedade em rede. São Paulo, SP: Paz e Terra, volume I, 4ª. edição,
1999.
______ . Internet e Sociedade. In: MORAES, Denis de (Org.). Por uma outra comunicação:
mídia, mundializaão, cultura e poder. Rio de Janeiro: Record, 2003.
COSTA, Rogério. Comunidade Virtual: fácil de participar, desafiador de construir e árduo
de manter. Disponível em <http://www.educatica.net/participantes/artigo_1rogerio.php>
______. A cultura digital. Publifolha 2002.
DELEUZE, G. e GUATTARI, F. Micropolítica e segmentaridade, in Mil Platôs, vol. IV,
Ed. 34, São Paulo: 1996.
DIMANTAS, H. Linkania – a sociedade da colaboração. Dissertação de mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, PUCSP, 2006. Disponível em
http://www.lidec.futuro.usp.br/downloads/linkania_hernani_mestrado.pdf
GUZZI, Adriana. Participação Pública, Comunicação e Inclusão Digital. Dissertação de
mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, PUCSP, 2006.
Disponível em: http://www.lidec.futuro.usp.br/downloads/drica-mestrado--tese-
somente.pdf
HARGITTAI, Eszter. Internet access and use in context. Artigo disponível em
www.eszter.com/research/pubs
LÉVY, Pierre.; A inteligência coletiva - por uma antropologia do ciberespaço; Loyola;
1994
LITTO, Fredric M. Telecentros Comunitários, uma resposta à Exclusão Digital. Artigo
disponível em www.futuro.usp.br, dez. 2000.
MATIELO, Daniela. Pesquisa: Processos de apropriação tecnológica e desenvolvimento de
competências de informação a partir dos percursos de usuários iniciantes do Programa
AcessaSP. Disponível em: http://www.acessasp.sp.gov.br/html/modules/xt
conteudo/index.php?id=38.
SILVEIRA, S.A. Inclusão Diital, Sofware Livre e Globalização Contra-Hegemônica.
Artigo. Disponível em <www.softwarelivre.gov.br>
WARSCHAUER, Mark. Reconceptualizing the Digital Divide. First Monday [online].
2002, Vol. 7, N 7. Disponível em: <http://www.firstmonday.dk/issues/issue7_7/
warschauer/>. Acesso em: 12 Jan 2007.
Sites consultados:
15
www.acessa.sp.gov.br – Programa AcessaSP
www.imesp.com.br – Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
www. futuro.usp.br – Escola do Futuro da USP
http://www.lidec.futuro.usp.br - Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária
(LIDEC) da Escola do Futuro da USP
http://minicursos.futuro.usp.br/minicursos
http://www.elearningbrasil.com.br/ - E-Learning Brasil
http://www.cgi.br/ Comitê Gestor da Internet no Brasil
http://comunidade.cdtc.org.br – Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento
http://www2.abed.org.br. Associação Brasileira de Educação a Distância
http://pt.wikipedia.org Wikipédia enciclopédia livre
http://www.digitaldivide.net – Digital Divide Network
http://www.digitaldividecouncil.com – Digital Divide Council
http://www.facom.ufba.br
http://www.idrc.ca
http://meta.comunix.org/ - Comunix
http://pcvb.utopia.com.br/tiki-index.php - Ponto de Cultura Vila Buarque
http://moodle.org/
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Aprendizagem On-line por Minicursos

  • 1. 1 Capítulo 57 - A Aprendizagem On-line Através de Minicursos para Telecentros1 [por Drica Guzzi] Se até bem pouco tempo a alfabetização era concebida como um processo de simples decodificação de letras e sons ou de produção e compreensão da escrita, podemos dizer hoje se transforma num processamento de informações. Na sociedade da informação (CASTELLS, 1999), o desempenho de tarefas requer um sujeito que saiba localizar as informações corretamente em meio a várias consultas de material impresso e digital, assim como manter essas informações guardadas enquanto pesquisa outras complementares. Portanto, saber ler e escrever atualmente envolve, além de leitura e escrita básica, análise de conteúdo, de tabelas, execução de cálculos, entre outras funções. Nesse sentido, na mesma medida em que o nível de informações foi se desenvolvendo – um dos resultados dos avanços tecnológicos - o nível de exigência de habilidades básicas para atender às demandas do dia-a-dia em todos os níveis também foi aumentando. As pontes digitais na aprendizagem Embora tenha surgido há mais de três décadas, a Internet teve sua expansão acelerada com o surgimento do navegador gráfico, em 1993, mas sua popularização ocorre a partir da segunda metade da década de 90. (HARGITTAI, 2003). Desde então, termos como Exclusão Digital, Inclusão Digital, Brecha Digital, Fosso Digital, Barreira Digital, Desigualdade Digital, Analfabetismo Digital, Divisória Digital têm sido empregados para denominar sentidos semelhantes. O termo brecha digital - digital divide - foi popularizado no final dos anos 90 para referir-se ao abismo entre os que tinham e os que não tinham acesso aos computadores e à Internet. Segundo Hargittai, "desde que o National Telecommunications Information Administration publicou pela primeira vez o relatório ‘Falling Through the Net: A Survey of the Have Nots in Rural and Urban America’ em 1995, muitas análises foram realizadas sobre as desigualdades de acesso e uso do meio. Inicialmente, entretanto, o foco principal era a relação binária entre acesso e não acesso, refletindo o entendimento superficial que se tinha sobre a relação da Internet com mudanças econômicas e sociais”. (WARSHAUER, 2003). Randall (WARSHAUER, 2003) também desenvolve um outro termo para descrever aqueles que têm acesso à informação e aqueles que não têm ( digital haves e digital have nots ), trazendo um entendimento mais processual que vai da exclusão digital até a oportunidade digital ( from digital divide to digital opportunity ). Já Silveira (2003, p. 33) define inclusão digital como a universalização do acesso ao computador conectado à Internet, bem como ao domínio da linguagem básica para manuseá-lo com autonomia . 1 No início do Programa de Inclusão Digital do governo paulista optou-se pela designação Infocentro em vez de Telecentro , o qual acabou sendo mais utilizado por outros programas de Inclusão Digital no Brasil. Hoje os Infocentros de São Paulo também são conhecidos como Postos AcessaSP. Para efeito deste artigo, contudo, utilizou-se apenas o termo Infocentro.
  • 2. 2 Atualmente, a brecha digital é percebida e estudada de forma mais complexa do que a simples diferença do acesso ou não à tecnologia (WARSHAUER) ou a oposição entre ser ou não capaz de utilizá-la (HARGITTAI). Segundo Warshauer, a inclusão digital pode ser pensada a partir de três modelos: do ponto de vista do aparelho (device) ou terminal, do ponto de vista do serviço (conectividade), e do ponto de vista das competências para sua utilização, . O ponto em comum que une todas essas tentativas de definições do que seja Inclusão Digital é a visão de que é algo mais do que simplesmente acesso às TICs ou especialmente acesso à Internet. A aprendizagem na rede: falta ou excesso de informação? Mesmo que seja real a idéia de que o domínio da informática constitua um diferencial na disputa por um emprego, nesse ponto a inclusão pode se transformar numa ilusão. Caso um sujeito não saiba desenvolver uma sentença, não vai conseguir trabalho mesmo com diploma de um curso de informática. Não se está dizendo com isso que a inclusão digital não aumente as chances na vida de alguém em detrimento daqueles que não dispõem da Internet, mas que apenas isso não basta como uma verdade numa relação de causa e efeito. Conforme destaca Castells (2000), a questão principal é a capacidade educativa e cultural de se usar a Internet. Mesmo que toda informação possa estar na rede, trata-se antes de saber como buscá-la, como transformá-la em conhecimento específico para se fazer aquilo que se quer fazer. É essa capacidade de aprender a aprender; essa capacidade de saber o que fazer com que se aprende; essa capacidade é socialmente desigual e está ligada à origem social, à origem familiar, ao nível cultural, ao nível de educação. É aí que está, empiricamente falando, a divisória digital nesse momento. (CASTELLS, 2003, p. 367) Assim, um dos maiores desafios encontrados na concepção dos programas de inclusão digital tem sido o desenvolvimento de pesquisas e práticas de educação à distância (EAD), capazes de propiciar o acesso de grandes parcelas da população com menos poder aquisitivo aos benefícios do ensino formal e não-formal de qualidade, compatíveis com os desenvolvimentos técnicos e pedagógicos da era digital. É também dentro dessa perspectiva que surge no Brasil o primeiro programa de inclusão digital, o Acessa SP, em 2000, pelo Governo do Estado de São Paulo. Este programa, que conta com a parceria da Escola do Futuro da USP, através do Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária – LIDEC – implementa centros comunitários de acesso e produção de informações, designados Infocentros2 , em regiões habitadas por populações de baixo poder aquisitivo (classes D e E). Infocentros como locais de aprendizagem aplicada
  • 3. 3 Para a execução inicial desse programa de inclusão digital em São Paulo foram desenvolvidos três tipos de Infocentros, também chamados hoje de Postos Acessa SP: a) Os Infocentros Comunitários - implantados em áreas de baixa renda na região: metropolitana da cidade de São Paulo, criados em parceria com entidades das comunidades atendidas; b) Os Infocentros Municipais: criados em parceria com prefeituras paulistas; e c) Postos Públicos de Acesso à Internet (POPAIs): criados em parceria com órgãos do próprio governo do estado, onde há grande fluxo de pessoas (postos Poupatempo, Restaurantes Bom Prato, terminais de ônibus da EMTU, Secretaria da Juventude, entre outros). Partindo-se da premissa de que inclusão digital vai além do computador e do acesso à Internet desenvolveu-se uma série de contextos e conteúdos que facilitassem o desenvolvimento de habilidades e o processo de construção de conhecimentos utilizando-se dos recursos digitais disponíveis (multimídia, hipertextos etc) Nesse sentido é possível dizer que uma das diretrizes relevantes no Acessa SP diz respeito tanto ao foco no usuário quanto à utilização dos recursos de aprendizagem on-line nos Infocentros. Essas diferenças revelam que a procura por cursos rápidos on-line, que no caso do Portal Acessa são chamados de Minicursos, é feita não exatamente pelo perfil padrão dos usuários dos Infocentros, mas por aqueles que buscam esse tipo de formato de aprendizagem. A flexibilidade dos Minicursos, o fato de estarem abertos e disponíveis para qualquer pessoa, em qualquer tempo e lugar, além da escolha dos temas claramente aplicáveis no dia-a-dia são também fatores atraentes para que outros internautas, provenientes de diferentes contextos, queiram aprender através das lições e atividades propostas por esse tipo de curso. De acordo com os dados mais recentes em relação ao perfil do usuário freqüentador do Infocentro – Ponline 20063 , há uma dinâmica de transformação que vem sendo observada por muitos pesquisadores. Por esta pesquisa, o perfil predominante do usuário nesse programa revela jovens paulistas na Web, como produtores e receptores de conteúdo multimidiático, que escolheram a Internet como principal ferramenta de comunicação em suas vidas cotidianas www.ponlines.futuro.usp.br. A pesquisa mostra também que o usuário dos Infocentros é mais jovem (somando as duas faixas etárias mais jovens, obtemos 52%, ou seja, mais da metade dos usuários do Acessa SP têm até 19 anos) e a sua renda familiar vem reduzindo nos últimos anos (83,6% dos usuários têm renda familiar até 4 SM sendo que 53,3% têm renda familiar de até 2 SM). Esse tipo de jovem freqüenta os postos de duas a três vezes por semana; busca uma conexão rápida e interessa-se por conhecer novos programas. Para ele, os Infocentros deveriam ter mais acessórios disponíveis - sobretudo de multimídia. 3 Como parte do Programa Acessa São Paulo, anualmente realiza-se uma pesquisa on-line – Ponline - nos Infocentros, criada e desenvolvida com o intuito de determinar sistematicamente o perfil dos usuários dos Infocentros, o impacto da Internet na vida pessoal e comunitária e a avaliação do programa de inclusão digital do Governo no Estado de São Paulo. Essa pesquisa consiste num instrumento utilizado pelos gestores do Acessa para produzir informação sistematizada e conhecimento sobre o processo de inclusão digital e seus atores sociais, promovendo a democratização desse conhecimento. A Ponline 2006 contou com 8113 respondentes de todo o Estado de São Paulo.
  • 4. 4 Público-alvo dos Minicursos Os Minicursos, como o nome diz, são cursos de curta duração, que visam difundir conteúdos importantes e dar apoio à cultura de educação popular à distância. Por esse método, via Internet, o participante tem acesso livre a variados assuntos. Dependendo do tema, o curso pode ter um mínimo de três aulas e um máximo de cinco. Ao final de cada aula há um questionário a ser respondido para que o aluno possa conferir seu aprendizado. Além desse questionário, há a Lição de Casa, com propostas de exercícios referentes ao tema apresentado. Um fato interessante e revelador surge quando comparamos o perfil dos usuários dos postos públicos de acesso à Internet, os Infocentros, e dos alunos que fazem os Minicursos do portal Acessa SP. A divisão entre homens e mulheres é mais equilibrada , mantendo-se o padrão de mais homens (58,2%) do que de mulheres (41,8%); a escolaridade é marcadamente diferente sendo que os usuários dos Minicursos possuem, em sua maioria, maior índice de escolaridade (58,2 % possuem nivel superior (completo ou incompleto)) do que os usuários de Infocentros, que em sua maioria possuem o ensino médio (56,8%). Isso reflete também na idade média dos usuários que para os dos Minicursos é mais elevada (30 anos) e menor nos Infocentros (em média 20 anos). Além disso, um outro fator indicado pela pesquisa de 2006 diz respeito a uma grande defasagem de atendimento às mulheres, o que pode ser observado na série histórica relativa ao gênero. Conforme foi avaliado, a relação das mulheres com a tecnologia é um tema cada vez mais presente em estudos culturais, cujas conclusões têm criado subsídios para políticas próprias às questões de gênero. Outro dado da Ponline 2006 dá conta de que 46,5% dos usuários pesquisados afirmaram ter aprendido a usar a Internet sozinhos, o que é bastante relevante para maiores investimentos em termos de conteúdo e estratégias de aprendizagem a distância pela e para comunidade nos Infocentros. Hoje o Acessa SP possui mais de um milhão de pessoas cadastradas com mais de 23 milhões de atendimentos realizados (sessões de acesso de meia hora) nos 406 postos de acesso com Internet instalados na capital e em outras cidades do estado de São Paulo. Esses dados, quando relacionados com as possibilidades geradas pela ampliação dos Minicursos e seu caráter de utilidade pública revelam a vocação dos Infocentros como lugares privilegiados de aprendizagem presencial e a distancia, em benefício não só da própria comunidade, mas em interação simultânea com outros usuários da rede, além da apropriação dos recursos multimidiáticos, vídeos, participação em comunidades virtuais, entre outros benefícios ligados ao próprio desenvolvimento pessoal e coletivo. Lições simples e de utilidade pública Embora o público alvo dos Minicursos não tenha sido exclusivamente o do usuário do Infocentro, já que qualquer pessoa pode acessar o seu conteúdo, para efeito de seleção dos temas escolhidos, na época, considerou-se o universo dos usuários dos Infocentros Comunitários. Por exemplo: quantos jovens, na busca pelo primeiro emprego, não tiveram
  • 5. 5 de ir atrás de um vizinho, parente ou pai da namorada para dar o nó numa gravata ou de alguém para fazer um currículo? Assim, no decorrer das conversas iniciais entre a equipe do LIDEC (na época CIDEC), os monitores e membros da comunidade4 , surgiu a noção de que as lições fossem muito próximas da realidade do cotidiano dos moradores da comunidade do Infocentro, como um motivo de bate-papo no ônibus, na escola, no botequim ou na rua entre vizinhos. Foram eleitos então seis primeiros temas para os Minicursos: Segurança Pessoal; Doces sem açúcar; Dengue – uma guerra a ser vencida; Etiqueta na Internet; Como fazer um currículo e Como fazer nós na gravata. Cada minicurso foi dividido em até cinco aulas ou lições curtas (módulos), com aproximadamente quinze minutos de duração5 . No final de cada lição, há um teste para verificar o aprendizado e, caso o aluno precise de mais informações, encontra uma sessão de links específicos sobre cada tópico (Saiba Mais), com endereços de entidades afins, dicas e referências de livros. 4 Equipe do CIDEC responsável pelos Minicursos e colaboradores (maio/2002): Fredric M. Litto (supervisão científica), Carlos Seabra (coordenação editorial e pedagógica), Drica Guzzi (coordenação de pesquisa e produção), Virginia Mancini Guedes, Mariana Rillo Otero, Avelino Guedes, Rodrigo Fernandes de Almeida, Verônica Costa, Adilson Virno, Akira Shigemori, Alda Ribeiro, Carolina Borges, Clara Meyer Cabral e Simone Freitas (maio de 2002). 5 Como norma de funcionamento dos Infocentros, cada usuário recebe uma senha com a qual pode utilizar o computador por trinta minutos a cada vez (por acesso). As lições levaram em conta esse tempo de utilização, computando uma média de quinze minutos para cada uma.
  • 6. 6 Através do Minicurso Dengue - uma guerra a ser vencida, o usuário aprende a identificar o mosquito transmissor da doença, os locais preferidos para a postura dos ovos e as formas de se defender da proliferação do aedes aegypti. Nas lições de fácil compreensão, por exemplo, é possível ver que o mosquito é escuro, rajado de branco e menor do que um pernilongo comum. Mas, essencialmente, a lição mostra como erradicar os focos da doença. Já o curso Segurança Pessoal ensina como agir diante de assaltos para não colocar em risco a integridade física; quais os documentos devem ser transportados com a pessoa e quais devem ser deixados em casa; como se comportar frente a suspeitas de crimes. São cuidados básicos que devem ser seguidos para reduzir o perigo de qualquer tipo de violência. Doce sem Açúcar fornece orientações principalmente a diabéticos e obesos, mas serve muito bem para mostrar ao restante do público como evitar o consumo excessivo do açúcar de forma a não acarretar prejuízos ao organismo humano. Há também informações nutricionais, além de dicas e receitas. O tema Como fazer nós de gravata tem um objetivo mais prático, principalmente quando o uso desta peça se faz necessário em determinadas situações como, por exemplo, nas entrevistas de emprego. Este Minicurso conta também a origem da gravata e as aulas são ilustradas com desenhos didáticos. Um dos cursos mais procurados é o Como preparar um currículo, que auxilia não só na preparação do documento, mas também dá dicas de como divulgá-lo na busca por um emprego. De maneira bem clara, informa como um candidato a uma vaga deve apresentar o seu perfil profissional de forma sucinta e organizada. Por fim, Etiqueta na Internet indica caminhos para se alcançar uma comunicação mais eficiente na rede. Cada ocasião exige um comportamento e isso vale também para os usuários da Internet. Pesquisa com usuários em relação aos Minicursos realizados pela Escola do Futuro da USP e AcessaSP (2002) “É bom, mas tem muito texto” Desde o início, o programa de inclusão digital Acessa SP mantém a preocupação de acompanhar o desenvolvimento do perfil dos usuários freqüentadores dos Infocentros, de acordo com os hábitos e atitudes em relação às novas tecnologias, ao impacto pessoal e comunitário, por meio de pesquisas realizadas pela Escola do Futuro da USP. Num caso mais específico, ou seja, para verificar como monitores e usuários dos Infocentros estavam se relacionando com os minicursos, houve uma pesquisa direcionada para essa finalidade com uma amostragem de usuários desses cursos on-line. Do relatório da pesquisa realizada por Alda Ribeiro Martins, do LIDEC (durante o período de setembro a dezembro de 2002), condensamos algumas seções que apresentamos a seguir. Os objetivos principais dessa pesquisa consistiam em avaliar o grau de satisfação dos usuários dos Infocentros em relação aos seis minicursos, considerando-se a Linguagem – texto (estrutura, qualidade, quantidade, coesão); o Conteúdo ― qualidade e quantidade, apropriação das informações e a Navegabilidade - legibilidade (quantidade e qualidade das ilustrações, links e ícones).
  • 7. 7 Para a realização dessa pesquisa optou-se por uma amostragem que abarcasse diferentes perfis de usuários assíduos freqüentadores dos Infocentros, alfabetizados e com conhecimentos básicos de navegação na Internet. Houve duas etapas da pesquisa. Na primeira etapa, de acordo com Alda Ribeiro, foram utilizados dados coletados por entrevista (com roteiro semi-estruturado) e a estratégia de pesquisa de campo denominada observação participante6 . Primeiramente foram entrevistados vinte e seis usuários: dezoito homens, na faixa etária de 14 a 22 anos e oito mulheres, na faixa de 13 a 31 anos. Na segunda etapa da pesquisa foram realizados quatro Estudos de Caso, com quatro homens, na faixa etária de 14 a 18 anos, dos quais selecionamos dois deles para ilustrar este artigo. Primeira etapa A equipe de fomento à participação comunitária, a partir de critérios de avaliação de desempenho, indicou três Infocentros para a pesquisa de campo: Turma da Touca, com excelente desempenho; Pétalas de Amor, com médio desempenho e Infância Feliz, com baixo desempenho7 . Nesses locais, os usuários foram escolhidos por terem as seguintes características: nível de freqüência no Infocentro; se possuíam conhecimentos básicos de Internet e endereço eletrônico (e-mail) e idade acima de 13 anos. Nessa primeira fase da pesquisa não houve a exigência do usuário ter feito algum minicurso. Com o usuário selecionado, a pesquisadora diante da tela do computador indicava o endereço do site do minicurso e, em seguida, passava as instruções básicas para a execução da atividade proposta. Os temas foram escolhidos pelos próprios usuários, sem interferência da pesquisadora e limitação de tempo. Roteiro de perguntas da primeira etapa da pesquisa Houve um roteiro básico de perguntas, adequando-se às características do tema escolhido e às habilidades pessoais e técnicas: Por que você escolheu esse tema? O que você achou do minicurso? O que você achou da linguagem (textos)? Você leu todos os textos? Por quê? Quais são as informações que você lembra ter lido? 6 . “[...] a observação participante é uma estratégia de campo que combina simultaneamente a análise documental, a entrevista de respondentes e informantes, a participação e a observação direta e a introspecção”, segundo ‘Pesquisa em educação: Abordagens Qualitativas – Menga Lüdke e Marli D. A André, São Paulo: EPU, 1986’. [Nota da pesquisadora Alda Ribeiro]. 7 Os nomes dos Infocentros correspondem aos nomes das entidades comunitárias parceiras.O desempenho do Infocentro era resultado de uma somatória de parâmetros tais como: taxa de atendimento mensal, taxa de cadastro mensal, taxa de ocupação mensal, avaliação do usuário (medida na pesquisa anual Ponline), participação dos monitores nas capacitações, comprometimento da liderança local e criação de projetos na rede.
  • 8. 8 Como você fez o minicurso (se passeou pela página, viu os links, ilustrações, leu e, em seguida, respondeu às questões)? Você teve alguma dificuldade enquanto fazia o minicurso? Qual (is)? E o que você fez? Você teve alguma dificuldade para responder os questionários? Qual (is)? E o que você fez? Você entrou em algum link além do questionário? Qual? O que você achou? O que você achou das ilustrações / desenhos? Você lembra de alguma? O que você aprendeu vai poder usar no seu dia-a-dia? Qual seria outro tema, além desses que já estão no ar, que você gostaria de fazer como um minicurso? Aproximação de usuários e minicursos A primeira etapa da pesquisa foi realizada entre os meses de setembro a outubro de 2002. Nesse momento, foram realizadas várias reuniões tanto com usuários quanto com monitores, visando mais especificamente maior aproximação no relacionamento dos usuários com os minicursos. Não foram delineados nessa fase resultados conclusivos. Entretanto, é importante ressaltar que a atuação dos monitores8 influenciava na apropriação dos conteúdos disponíveis e no programa Acessa SP, de modo que tais conteúdos fossem usados de uma forma proveitosa e também prazerosa ou não. Na pesquisa de campo fica evidente a atuação do monitor em termos de organização física do local, nas conversas paralelas com os usuários, na receptividade em relação à pesquisa etc. Nos Infocentros que contavam com monitores mais atentos, curiosos e disponíveis para as tarefas que lhes cabiam, os usuários demonstraram ser bem mais expressivos e claros em suas questões. Por outro lado, em outros em que tudo era cerceado, seja pela dificuldade de acesso, seja pela falta de segurança técnica ou ainda por falta de comunicação entre os monitores, observaram-se dificuldades até mesmo no estabelecimento de diálogos com os usuários. Muitos demonstraram não estar dispostos a conversar com a pesquisadora e alguns preferiram ficar nos bate-papos virtuais. Um aspecto interessante em relação ao conteúdo é que nenhum dos vinte e seis entrevistados reclamou da qualidade e da importância dos textos veiculados, mas mais da metade reclamou da ‘quantidade de textos’, da ‘distribuição do texto’. Outro dado está relacionado ao item de navegabilidade. Os usuários que fixam mais a atenção ao texto deixam de ‘abrir’ outros recursos da página como links, banco de dados, entre outros. 8 Cada Infocentro conta com monitores indicados pela comunidade e/ou parceiros capacitados pela equipe do LIDEC para orientar os usuários. As lideranças comunitárias foram informadas sobre o perfil desejado para os monitores que elas deveriam indicar. Nesse perfil, as características eram de pessoas prefencialmente maiores de 18 anos, com conhecimentos básicos de informática, Ensino Médio, entusiasmo com ações comunitárias, engajamento pessoal e social com a causa. Fonte: Relatório Mensal de Agosto de 2001.
  • 9. 9 Segunda etapa da pesquisa Após a fase inicial, foi realizado um aprofundamento da pesquisa, através do método Estudo de Caso, considerando as observações e informações coletadas dos usuários conforme resumimos em linhas bem gerais a seguir. Roteiro das entrevistas da segunda etapa para o Estudo de Caso Em relação ao texto: Você acabou de fazer o minicurso, o que você achou da quantidade de texto? Você teve alguma dificuldade de entender o significado de alguma palavra? Qual (is)? O que você achou do tamanho da letra e da fonte utilizada? O que você achou da distribuição do texto na página? O que você achou da quantidade de lições? Em relação ao conteúdo: O que você aprendeu no minicurso? Em relação à navegabilidade: O que você achou das imagens/ ilustrações? O que você quantidade de imagens / ilustrações? Qual (is) você se lembra?é E o que você achou das cores utilizadas? Você lembra de algum link? Qual (is)? Você entrou em algum desses links? Resumo de dois Estudos de Caso da segunda etapa “O que é transferível, paupável e audível?” Estudo de Caso 1 - J.C.P.A., 14 anos, estudante do Ensino Fundamental (7ª série), morador do bairro Jd. Maria Sampaio e usuário do Infocentro Clube da Touca desde setembro de 2002. “Este jovem não tem computador em casa e navega pela Internet somente quando está no Infocentro. Freqüenta o local desde setembro de 2002, de duas a três vezes por semana, de trinta minutos a uma hora por dia. Não lê jornais, nem revistas, mas ouve rádio (89 FM) e vê televisão todos os dias (desenhos, novelas e às vezes dá uma olhada nas notícias do Jornal Nacional). É um pouco tímido, não fala muito. Navega com facilidade pela Internet, abre páginas, maximiza e minimiza, abre e manda e-mails, participa de chats, manda cartões virtuais etc.
  • 10. 10 O ambiente do Infocentro, por sua vez, é arejado, com boa iluminação, organizado e os monitores são agradáveis e atenciosos com os usuários. A pesquisadora chegou ao Infocentro por volta das 13h10 e encontrou o entrevistado diante do computador. Havia chegado com duas horas de antecedência ‘para dar uma olhada na página dos minicursos’. No início da pesquisa ele perguntou por quê havia sido escolhido: se seria porque tinha ido bem na pesquisa. A explicação é que estava sendo dada uma continuidade à pesquisa e ele havia sido escolhido por ter um perfil comum à maioria dos usuários dos Infocentros ( adolescente, estudante, com conhecimentos em Internet etc.). A pesquisadora explicou detalhadamente os objetivos da pesquisa, enfatizando que não se tratava de nenhum ‘teste de conhecimento’. Portanto, gostaria que o usuário se sentisse muito à vontade para fazer o minicurso da forma mais tranqüila possível. Ele havia feito o minicurso de Currículo e dessa vez escolheu Dengue, porque “o tema já tinha sido discutido e trabalhado na escola”. Às 13h25 a pesquisa teve início. O usuário estava tranqüilo, acessou a página do AcessaSP, registrou seu e-mail e senha, sem maiores problemas. O estudante passeou um pouco pela página, observou a quantidade de texto pela barra de rolagem, mas não abriu nenhum link, iniciando a leitura dos textos. Ao ver as imagens do mosquito transmissor, passou o cursor em cima para ver se havia alguma informação e logo percebeu que havia uma legenda abaixo, o que o leva a comentar que já havia visto aquilo na escola. Ao término da leitura do texto, passou rapidamente os olhos pela Lição de Casa, sem imprimi-la. A pesquisadora perguntou: “Você sabe que pode imprimir esse material? Ele respondeu: “Não, aqui não pode! Só o Currículo pode, só as duas folhas.” Clicou em seguida no questionário e demonstrou ter pressa.9 Respondeu as questões rapidamente, à exceção da questão 2, por ter dúvidas, mas clicou em uma das opções sem muita segurança. Entretanto, não retornou ao texto. Não demonstrou dificuldades na leitura ou no entendimento do conteúdo, mas fixou a atenção apenas nos textos. Em nenhum momento abriu links, imprimiu informações ou ilustrações. Às 13h40, terminou de responder as questões da Lição 1. Em relação ao tamanho das letras do texto, argumentou que seria “melhor aumentar um pouquinho, porque tem gente que não enxerga direito”. Sugeriu também que “para não cansar tanto” deveria haver “sublinhados”. [Na verdade, ele queria dizer que deveria haver intertítulos]. Logo que terminou de responder as questões da Lição 1, o usuário abriu a Lição 2. Às 13h45, passou a ler os textos rapidamente. O comportamento foi o mesmo: não abriu links, não olhou para as ilustrações e passou rapidamente para a Lição de Casa, acessando em seguida o questionário. Dessa vez, acertou todas as questões, terminando a Lição 2 em quinze minutos. À pergunta “Por que você vai direto ao questionário?”, ele respondeu que era “para não embaralhar”. Quando a pesquisadora pediu para ele explicar melhor, disse: “é que se eu ver as outras coisas esqueço tudo e não consigo responder às perguntas”. 9 Na época em que os minicursos foram implantados a orientação passada para os monitores foi a de que tanto as duas folhas que compunham o Currículo quanto as duas folhas da Lição de Casa poderiam ser impressas e levadas pelo usuário. Alguns monitores ou não assimilaram a nova orientação em relação à Lição de Casa ou se esqueceram de avisar o usuário.
  • 11. 11 Às 14h03, J.C.P.A. iniciou a leitura dos textos da Lição 3. Às 14h15 demonstrou cansaço: chegou mais perto do computador, franziu a testa e reclamou da quantidade de texto dizendo que “tem muita coisa para ler”. Em relação ao box da Lição de Casa, leu rapidamente o texto. À pergunta: “Já leu?, ele disse: “Já vi, já dei uma olhada”, respondendo e ao mesmo tempo clicando no ícone do questionário. Em relação a este questionário, comentou que não compreendia as palavras ‘transferível, palpável e audível’. Mesmo já sabendo que, se quisesse, poderia imprimir as lições de casa, o usuário não demonstrou qualquer interesse. Limitou-se a ler os textos e a responder as perguntas. Disse que sabia muita coisa sobre o tema e que não precisava de mais informações. Comentou que as cores da página eram muito fracas e que poderiam ser de “cores mais fortes, como o azul, por exemplo”. “As letras inclinadas ajudam a entender melhor” Estudo de Caso 2 –R.P., 16 anos, estudante do Ensino Médio, morador do Jardim São Paulo, usuário do Infocentro Pétalas de Amor há um ano. Este usuário se mostrou curioso, atento e familiarizado com a navegação pela Internet. Utilizava o Infocentro para vários serviços: mandava e recebia e-mails, fazia pesquisas escolares em sites educacionais, procurava emprego, freqüentava cursos pelo Webaula, havia feito três minicursos, participava de bate papos. Comentou que quase tudo o que sabia de informática aprendeu no Infocentro: “eu fiz um cursinho de informática, mas praticamente tudo que aprendi foi aqui mesmo na rede.” Não lia jornais com freqüência, mas gostava de revistas como Galileu, por exemplo. A última matéria que se lembrava era sobre as estrelas ‘canabais’ (?) e o sistema solar, o que o fez pesquisar depois ‘mais alguma coisa na Internet. O estudante ouvia rádio diariamente (CBN de manhã e Gazeta à noite). Quando a pesquisadora chegou ao Infocentro, por volta das 11 horas, notou que o lugar estava bastante sujo. Segundo a monitora, não havia água e portanto não tinha como limpá-lo. Mas na verdade os micros estavam sujos e o piso que era originalmente cinza não tinha mais uma cor definida. A monitora também não demonstrou ter muitos conhecimentos sobre a atividade e suas potencialidades. Durante a permanência da pesquisadora no Infocentro - das 11 até às 14 horas – a monitora não indicou os minicursos a nenhum usuário. Na primeira etapa da pesquisa, o usuário havia escolhido o minicurso Como fazer nós de gravata; dessa vez escolheu o tema Dengue. Iniciou a Lição 1 às 12h08, ‘passeou’ pela página, viu a quantidade de texto pela barra de rolagem, abriu o link Dicas de Estudos. Leu rapidamente os textos, passou pelo item Lição de Casa, sem imprimi-la. Em seguida, clicou em Teste seu Conhecimento. Em duas tentativas conseguiu responder corretamente todas as questões. Finalizou a Lição às 12h20. Antes desse usuário iniciar nova lição, a pesquisadora pediu para que comentasse a respeito de alguns aspectos da página (linguagem, navegabilidade etc).
  • 12. 12 Em relação à fonte, ele disse: “está boa, as letras inclinadas ajudam a entender melhor e os intertítulos também ajudam bastante”. Em termos de conteúdo, disse que não teve dificuldade de entendimento do texto, porque a leitura é fácil, mas havia uma única palavra que não conhecia: cisternas. Ao ser perguntado por que ele só abriu o link Dicas de Estudo, este usuário disse: “Não tive curiosidade porque já tive aulas do tema. O assunto já é bem familiar para mim”. Depois de conversar com a pesquisadora um pouco mais, o usuário iniciou a Lição 2, às 12h24. Antes de iniciar a leitura dos textos, abriu o link Saiba Mais, mas não imprimiu o material e a seguir iniciou a leitura do conteúdo da Lição2. Passou rapidamente pelo box Lição de Casa, mas não imprimiu, nem fez qualquer comentário. Em seguida, abriu o questionário e fez três tentativas para responder corretamente todas as questões. Na questão 2, ele não sabia o significado da palavra ‘intermitente’. Ao ser perguntado por qual motivo ele não havia retornado ao texto para responder às questões que tinha dúvidas, ele falou: “Resolvi chutar para ver no que dava”. Também à pergunta ‘por que ele não imprimiu as lições?’, ou pelo menos a Lição de Casa, ele respondeu: “ Eu não sabia que podia imprimir, ninguém nunca falou isso”. Depois de conversar mais um pouco, o usuário iniciou a Lição 3, às 12h45. Mesmo estando na última lição, não demonstrou cansaço, leu rapidamente os textos com bastante interesse. Fez o seguinte comentário: “Eu apliquei o que aprendi sobre dengue na minha casa. Pena que o meu vizinho não tem os mesmos cuidados que a minha família tem”. Foram três tentativas para finalizar o teste que concluiu às 12h45. Comentários gerais relativos à segunda etapa da pesquisa A segunda etapa da pesquisa mostrou que, na época, a maioria dos monitores não estava ainda familiarizada com a demanda que os Minicursos, enquanto uma nova atividade a ser oferecida aos usuários requeria. Por exemplo, nenhum dos usuários entrevistados disse ter recebido instruções de que poderia imprimir o material disponível na página. Todos os entrevistados disseram também desconhecer as instruções básicas para o desenvolvimento da atividade e que era melhor fazer uma lição de cada vez. De modo geral, a linguagem empregada foi considerada adequada pelos usuários entrevistados, à exceção de algumas palavras não compreendidas nos questionários. Entretanto, dentre as reclamações a mais recorrente foi a quantidade dos textos (conteúdo) em todos os minicursos. Essa pesquisa evidenciou também - tanto na primeira quanto na segunda etapa - que ocorre um fato interessante relacionado à forma de aprendizagem dos usuários. Todos os usuários demonstraram preocupação excessiva em responder os questionários rapidamente. Quando não acertavam os resultados das questões não retornaram ao texto para refletir sobre o conteúdo que estava sendo trabalhado. Não obstante, a pesquisa mostrou que os minicursos como mecanismos de inclusão digital são um meio bastante interessante para a utilização das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e fomentar a produção e o aprendizado de forma autônoma por qualquer internauta iniciante. Foi possível perceber também que é mais producente para o público em geral aprender usando os recursos disponíveis do que fazer cursos direcionados estritamente para o uso das TICs e de softwares. Ou seja, nos programas de inclusão digital
  • 13. 13 para a educação não basta um treinamento que se limite à transmissão de informações técnicas, mas é preciso incentivar a cultura do aprendizado on-line e sua importância social. Um usuário, ao fazer um minicurso, experimenta um aprendizado de modo autônomo com aplicação imediata e concreta. A arte pedagógica e tecnológica de aprendizagem O foco no usuário e na utilização dos recursos de aprendizagem on-line nos postos de acesso público à Internet, como inicialmente proposto, deve permanecer como uma das diretrizes fundamentais de qualquer programa de inclusão digital como é o caso do Acessa São Paulo . Atualmente são 30.234 usuários/alunos cadastrados nos minicursos (média de 16,1 cadastros por dia). Serão lançados nos próximos meses mais três novos temas: Consumidor: você tem direitos; As doenças do sexo – como prevenir as doenças sexualmente transmissíveis e Aids - e Como fazer uma horta, disponibilizados gratuitamente no portal Acessa SP. Hoje é até possível dizer que, em termos de resultados concretos e em certas circunstâncias, o estado da arte da EAD tem algumas importantes vantagens em relação ao aprendizado presencial, ou seja, com um professor à frente da sala de aula. Em primeiro lugar, um curso pode ser elaborado por diferentes especialistas que podem facilitar os entrecruzamentos de informações - por meio de hipertextos e links – e fazer um planejamento dos recursos necessários para o aprendizado de um determinado tema; em segundo, há a opção de se fazer cursos que contem também com um professor presencial; e, em terceiro lugar, é que um curso disposto na rede – de curta ou maior duração - pode estar estruturado para a interatividade e o caráter de colaboração entre os alunos-participantes Nesse sentido, as tecnologias de informação e comunicação e aprendizagem relacionam-se mais com o desenvolvimento da arte de selecionar as tarefas consideradas importantes pelos usuários e não mais com as impostas pelo ensino presencial tradicional. Os percursos, conhecimentos e competências adquiridos por uma pessoa são todos singulares e podem cada vez menos se restringir a programas ou cursos válidos para todos. Hoje, habitam-se espaços de conhecimentos abertos, contínuos e não-lineares, que se reorganizam segundo o contexto de cada um. Do mesmo modo o conceito de rede é utilizado como uma alternativa de organização coletiva que possibilita respostas a uma série de demandas de flexibilidade, conectividade e descentralização da atuação social, reconduzindo a comunicação para uma lógica de sistemas organizacionais capazes de reunir indivíduos e instituições de forma descentralizada, participativa e ao mesmo tempo autônoma. A comunidade não precisa de um território físico para estudar e aprender, mas de um território virtual de composições afetivas reais, no qual a mania de saber linkar e ser linkado10 seja uma poderosa ferramenta de trabalho. A autonomia no aprendizado diz respeito também ao modo como o usuário quer estudar determinado assunto a partir de suas próprias habilidades. Esta é uma questão de extrema relevância entre as diretrizes de todas as pesquisas realizadas pela Escola do 10 DIMANTAS, H. “A linkania é a expressão do engajamento das pessoas em rede. Uma troca generosa de links que catalisa a conversação, provoca e solidifica o engamento. A rede é formada por nós. Nós linkados uns com os outros. É o poder dos links: linkar e ser linkado”. <http://www.lidec.futuro.usp.br/downloads/linkania_hernani_mestrado.pdf>
  • 14. 14 Futuro e para a gestão de programas de inclusão digital que impliquem temáticas e abordagens também para a expansão da aprendizagem em EAD. Ou seja, talvez, o internauta iniciante tenha maiores condições de se qualificar por um sistema de aprendizado não-formal à distância e num nível de excelência, apenas sabendo o que quer para si todos os dias. Referências: ASSUMPÇÃO, R. Telecentros comunitários: peça chave da inclusão digital – a experiência do sampa.org”, in Silveira, Sérgio; Cassino, João. Software livre e inclusão digital. Conrad Editora do Brasil. São Paulo, 2003 BAUER, M.W.& GASKEL, G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Um manual prático. Trad. Pedrinho A. Guareschi, 2 ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2002. CASTELLS, M. A Sociedade em rede. São Paulo, SP: Paz e Terra, volume I, 4ª. edição, 1999. ______ . Internet e Sociedade. In: MORAES, Denis de (Org.). Por uma outra comunicação: mídia, mundializaão, cultura e poder. Rio de Janeiro: Record, 2003. COSTA, Rogério. Comunidade Virtual: fácil de participar, desafiador de construir e árduo de manter. Disponível em <http://www.educatica.net/participantes/artigo_1rogerio.php> ______. A cultura digital. Publifolha 2002. DELEUZE, G. e GUATTARI, F. Micropolítica e segmentaridade, in Mil Platôs, vol. IV, Ed. 34, São Paulo: 1996. DIMANTAS, H. Linkania – a sociedade da colaboração. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, PUCSP, 2006. Disponível em http://www.lidec.futuro.usp.br/downloads/linkania_hernani_mestrado.pdf GUZZI, Adriana. Participação Pública, Comunicação e Inclusão Digital. Dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, PUCSP, 2006. Disponível em: http://www.lidec.futuro.usp.br/downloads/drica-mestrado--tese- somente.pdf HARGITTAI, Eszter. Internet access and use in context. Artigo disponível em www.eszter.com/research/pubs LÉVY, Pierre.; A inteligência coletiva - por uma antropologia do ciberespaço; Loyola; 1994 LITTO, Fredric M. Telecentros Comunitários, uma resposta à Exclusão Digital. Artigo disponível em www.futuro.usp.br, dez. 2000. MATIELO, Daniela. Pesquisa: Processos de apropriação tecnológica e desenvolvimento de competências de informação a partir dos percursos de usuários iniciantes do Programa AcessaSP. Disponível em: http://www.acessasp.sp.gov.br/html/modules/xt conteudo/index.php?id=38. SILVEIRA, S.A. Inclusão Diital, Sofware Livre e Globalização Contra-Hegemônica. Artigo. Disponível em <www.softwarelivre.gov.br> WARSCHAUER, Mark. Reconceptualizing the Digital Divide. First Monday [online]. 2002, Vol. 7, N 7. Disponível em: <http://www.firstmonday.dk/issues/issue7_7/ warschauer/>. Acesso em: 12 Jan 2007. Sites consultados:
  • 15. 15 www.acessa.sp.gov.br – Programa AcessaSP www.imesp.com.br – Imprensa Oficial do Estado de São Paulo www. futuro.usp.br – Escola do Futuro da USP http://www.lidec.futuro.usp.br - Laboratório de Inclusão Digital e Educação Comunitária (LIDEC) da Escola do Futuro da USP http://minicursos.futuro.usp.br/minicursos http://www.elearningbrasil.com.br/ - E-Learning Brasil http://www.cgi.br/ Comitê Gestor da Internet no Brasil http://comunidade.cdtc.org.br – Centro de Difusão de Tecnologia e Conhecimento http://www2.abed.org.br. Associação Brasileira de Educação a Distância http://pt.wikipedia.org Wikipédia enciclopédia livre http://www.digitaldivide.net – Digital Divide Network http://www.digitaldividecouncil.com – Digital Divide Council http://www.facom.ufba.br http://www.idrc.ca http://meta.comunix.org/ - Comunix http://pcvb.utopia.com.br/tiki-index.php - Ponto de Cultura Vila Buarque http://moodle.org/ http://drupal.org/